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quinta-feira, agosto 08, 2013

Santos 1 X 1 Corinthians - Depois de apanhar, Santos mostra que continua de pé

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Em um dos grandes momentos da história do cinema (só que não), Sylvester Stallone, investido no papel de Rocky Balboa pela sexta vez nas telas do cinema, vira para seu filho, que não quer que o 'Garanhão Italiano” suba ao ringue com 60 anos de idade, e despeja sua sabedoria em uma frase. “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto consegue apanhar e continuar seguindo em frente.”

Como o cara não ganha um Oscar com essa interpretação primorosa? Uns quatro músculos da face em ação na cena

E o time do Santos que entrou em campo ontem apanhou na semana passada. Até mais do que as incríveis surras que o personagem de Stallone tomou de diferentes lutadores durante a série cinematográfica. O que estava em questão hoje não era apenas o clássico contra o Corinthians, mas se os moleques e os veteranos, espezinhados com razão por Deus e pelo mundo, iriam suportar a pressão e jogar de forma digna contra um dos times mais consistentes do Brasil.

O início da peleja, com um gol de Paulo André aos 3 minutos, dizia que não. Hoje, não. Ou... hoje, sim? Lembrei daquele time de meninos de 2002, cuja fórmula cantada por comentaristas para que ele caísse na segunda partida das quartas de final do Brasileiro contra o São Paulo era tomar um gol no começo do jogo. E o Santos tomou. Mas não caiu. Também não tombou na noite de ontem.

William José: brigou, brigou e marcou (Santosfc)
Chegou a ter 68% de posse de bola no primeiro tempo. Mas pouco ameaçou o gol de Cássio. Essa vem sendo a tática do Corinthians de Tite, pressionar e marcar logo no começo, e depois esperar pelo contra-ataque. Nas duas partidas contra o Corinthians na Libertadores de 2012, na maior parte do tempo o Timão, com a vantagem, marcou atrás da linha da bola contra o Peixe. E se deu melhor.

Mas aquele Corinthians tinha mais qualidade técnica com Paulinho no meio. O Santos também era melhor tecnicamente que o time de hoje, mas menos coeso taticamente. E menos aguerrido. Porque os donos da casa hoje entraram querendo curar a ressaca, provando que podiam aguentar qualquer trago e qualquer tranco, mesmo com o revés do início.

Na segunda etapa, a superioridade se traduziu em gol. Em um, de William José, mas poderia ter sido dois, poderia ter sido uma vitória de virada. O Santos tomou conta do meio de campo corintiano, Tite tentou corrigir a desvantagem colocando Ibson no lugar de Romarinho. Não bastou. Arouca, Leandrinho, Cícero e, principalmente, um onipresente Montillo, em sua melhor atuação pelo Santos, fizeram do meio de campo seu castelo. Sem contar Léo atrás, que roubou a bola do contra-ataque que resultou no tento peixeiro e Edu Dracena, que calou a boca do crítico futepoquense que o cobrou em relação às declarações infelizes de alguns dias atrás. E Neílton, menos vistoso que eficiente, também mostrou que o passeio de Barcelona foi isso. Um passeio que ficou pra trás, como aqueles que fazemos nas férias.



Assim como no jogo contra o Coritiba, o time não conseguiu traduzir a superioridade nos três pontos. Numa competição de pontos corridos, isso é grave. A equipe precisa do algo a mais, de um ou dois jogadores com poder de decisão, que possam mudar uma partida ou fazer o inesperado quando o contexto exigir. O novo gerente de futebol, Zinho, chegou com a ingrata missão de buscar esse (ou esses) “a mais”. Os santistas aguardam com ansiedade. 

4 comentários:

Nicolau disse...

O Santos jogou melhor mesmo. O Corinthians parece ter se acomodado com o 1 a 0, como de resto parece acomodado com a vida.

Poderia até ter matado o jogo num dos contra-ataques do primeiro tempo, mas sempre faltou uma postura mais aguda do time, talvez um jogador a mais com essas características e talvez ainda mais liberdade para Romarinho ser esse jogador.

Essa falta poderia ser suprida também adiantando as tais linhas de marcação e abafando o adversário, como o Corinthians fez no passado. Mas isso Tite e seus comandados parecem ter deixado pra trás.

Não que empatar com o Santos na Vila seja um disparate, claro que não. Mas com essa postura, sem jogar no limite cada jogo, o Corinthians não é competitivo. E vai ficar nesse rame-rame no Brasileirão, alimentando falsas esperanças de que brigará pelo título sem nunca chegar a efetivamente fazê-lo.

Maurício Ayer disse...

O Timão voltou a pôr em campo um joguinho muito chato, que o caracterizou até começar a ter um ataque, em meados de 2012. E nessa última partida particularmente não jogou nada. Paulinho faz falta, claro, mas não é isso que explica a qualidade do futebol de ontem. Mas não estou totalmente desesperançado, acho que o time pode se acertar e, se não encantar, pelo menos disputar o título.


Glauco disse...

Vendo de longe, acho que a instabilidade do Corinthians não se resume só a "fastio", como muitos comentaristas estão falando. Existem diferenças pontuais do time de 2012 para esse, além do fato de essa postura apresentada no jogo contra o Santos, conseguir a vantagem e recuar dando o campo para o adversário, não é propriamente inédita. O Corinthians jogou boa ou a maior parte do tempo atrás da linha da bola nas partidas contra o Santos na Libertadores e na final do Mundial contra o Chelsea (tanto que consagrou Cássio). Como foi bem sucedido, pouco se comentou isso, mas hoje, quando adota o mesmo comportamento, não tem a agudeza no ataque de antes, quando Emerson estava em plena forma e Romarinho era uma opção interessante para a partida em andamento. Hoje, o atacante faz as vezes que Jorge Henrique fazia, marcando não tão bem e com um potencial ofensivo (melhor que o de seu antecessor) prejudicado.

Também é possível perceber uma fragilidade maior na direita da intermediária, Edenílson tem futuro, mas marca pior que Alessandro, não é à toa que os ataques do Santos foram quase todos por ali. E Paulinho faz falta evidente, ainda mais com jogadores no setor que oscilam no quesito técnico e físico. Mas se Tite já ajeitou o time em outras ocasiões, pode fazê-lo de novo.

Anônimo disse...

resultado excelente!