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quinta-feira, agosto 15, 2013

Santos "Sandoval Quaresma" deixa vitória escapar no final

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Os mais jovens podem não conhecer, mas o personagem vivido por Brandão Filho (ao lado) na Escolinha do Professor Raimundo, programa do humorista Chico Anysio, remete em dados momentos ao Santos atual. Sandoval Quaresma, questionado pelo mestre em sala de aula, sempre começava respondendo bem quando, em dado momento sádico, Raimundo introduzia a última questão com a frase “Agora, para tirar um dez...”. E o aluno colocava por terra todo o esforço anterior ao dizer alguma bobagem sem sentido. E lamentava no final: “mas eu estava indo tão bem”.

Não que o Peixe ontem, contra o Vasco, “tenha ido tão bem”. Começou com bom volume de jogo, mas passou, ainda no primeiro tempo, a ter seu meio de campo dominado pelo rival, que esbarrou na própria falta de competência do seu ataque e no goleiro Aranha. Com Leandrinho no lugar de Alan Santos, o Peixe voltou um pouco melhor do que terminou a etapa inicial, mas mesmo assim eram os cariocas que chegavam mais à área adversária. Até que Edu Dracena, em jogada de Montillo, marcou, aos 31. A partir daí, o Vasco pouco ameaçou e os donos da casa tiveram mais de uma chance de matar a peleja. Até que a bola, como diria o filósofo que deixou a Vila há alguns meses, puniu, e o empate veio nos últimos minutos.

Montillo se salva, mas não salva o resto (Foto Santosfc)
Em certa medida, o jogo pareceu mesmo reprise de outros do Brasileirão, um (Não) Vale a Pena Ver de Novo ou um desses programas antigos do Canal Viva, que passa a Escolinha citada acima. O time tomou um gol no final, tendo tido chances de sacramentar a vitória e desperdiçando, como contra o Coritiba. À semelhança do embate contra o Corinthians, tomou um gol de escanteio no qual não se sabe se houve tentativa de fazer linha de impedimento mal comunicada, tal a solidão de Rafael Vaz ao marcar o gol de empate. Nem tanta solidão assim, já que três outros companheiros seus estavam sem marcação. Também reprise foi um jogador, Edu Dracena, criticar ao fim da partida o ataque santista. Contra o Cruzeiro, foi o meia Cícero que disse faltar “malandragem” ao pessoal da frente.


Não vejo os atletas santistas tendo “sentido” a derrota vexatória para o Barcelona, como alguns analisam. Antes, alguns já tinham sofrido queda de rendimento, como Neílton, e, em outro grau, Giva, cuja produção caiu barbaramente. Normal pela idade e pelo noviciado dos moleques como profissionais. Mas Claudinei Oliveira parece ter sentido mais já que, desde a viagem para a Europa, resolveu priorizar a defesa, preterindo Leandrinho no meio de campo, que tem mais chegada no ataque, e priorizando a dupla Alan Santos e Alisson, mais “pegadora”, na ausência de Arouca. Só que, sem jogadores que tenham qualidade para definir na frente – aqui, não significa que os garotos sejam tão ruins assim, mas pecam pela imaturidade – , principalmente em momentos cruciais da partida, o Santos tem vivido do esforço e da habilidade de Montillo, que tem jogado bem nas últimas partidas. Mas se nem Neymar fazia mágica sempre, que dirá o meia argentino...

O fato é que, com os resultados recentes, três empates e uma derrota no Brasileirão, o Alvinegro já vê se aproximar a zona perigosa. Tem, a bem da verdade, dois jogos a menos que os times que estão imediatamente atrás e um a dois a menos que os que estão na frente. Com o atual aproveitamento, de 42%, porém, projetam-se 47 pontos no fim da competição, o que livraria o time de jogar terça, sexta e sábado em 2014, mas não serviria provavelmente nem para classificar na Sul-Americana. Muito pouco.

Já o ambiente político na Vila... Bom, isso é assunto para outro post.

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