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sexta-feira, setembro 13, 2013

O 3-5-2 é bem vindo, mas não fará milagre

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Caramelo é opção na lateral
Não, não vou entrar na euforia da torcida pela vitória por 1 x 0 contra a Ponte Preta, na primeira partida de Muricy Ramalho em seu retorno ao São Paulo. O adversário vive momento muito semelhante ao do Tricolor, completou sete derrotas seguidas e não criou as dificuldades que, com certeza, os próximos jogos vão trazer. É preciso calma com o "milagre Muricy", porque todo mundo sabe que novas derrotas podem transformá-lo em "conto do vigário". Por isso, "devagar com o andor"...

Mas quero, nesse post, saudar as primeiras providências de Muricy dentro de campo, que interessam até mais do que o resultado. E três delas, decisivas para volume de jogo apresentado (16 finalizações nos 90 minutos), eu já tinha sugerido antes aqui no Futepoca: a mudança para o esquema 3-5-2 (liberando os laterais, que não sabem marcar, para municiar o ataque), a volta de Paulo Miranda para a zaga e a efetivação de um lateral-direito de origem (Caramelo) - que não seja o péssimo Douglas.

Cuca implantou o 3-5-2
Em sua passagem anterior pelo São Paulo, Muricy sofria muitas críticas pela manutenção, por anos a fio, do esquema com três zagueiros. À imprensa, ele sempre respondia: "Não é, necessariamente, um esquema 'retranqueiro', defensivo. É uma segurança maior para quando o time não está com a bola, mas, quando temos a posse dela, todo mundo ataca." Bom, nem sempre isso dava certo. Mas, sem dúvida, a defesa era muito menos vulnerável naqueles tempos - vide Brasileirão de 2007.

O sistema 3-5-2 foi implantado por Cuca em 2004, numa época em que o São Paulo vinha de três temporadas decepcionantes, com eliminações na reta final de várias competições - algo parecido com o que ocorre com o time de 2009 para cá. O Tricolor era chamado pelos adversários - e pelos próprios sãopaulinos, após a eliminação na Libertadores de 2004 - de "amarelão" e "pipoqueiro". Com dois laterais muito ofensivos, Cicinho e Júnior, Cuca decidiu reforçar a zaga com três jogadores.

Mineiro e Josué: bons tempos...
E deu muito certo, tanto que o esquema foi mantido nas conquistas de Emerson Leão (Campeonato Paulista) e de Paulo Autuori (Libertadores e Mundial) em 2005, e de Muricy (Brasileirão) entre 2006 e 2008. Ontem, contra a Ponte Preta, os três zagueiros permitiram proteção suficiente para soltar mais os meias e os atacantes na frente. Mas, ainda assim, o time tomou sufoco. E por quê? Porque, hoje, não temos uma dupla de volantes como Mineiro e Josué. Assim, o esquema fica "manco".

Além disso, os laterais Caramelo (ou Douglas) e Reinaldo (ou Clemente Rodríguez) não têm nem 10% da qualidade e da efetividade que tinham Cicinho e Júnior para municiar o ataque e recompor a defesa. Portanto, mesmo que Muricy esteja adotando uma tática correta de emergência, a fragilidade do elenco sãopaulino demonstra que ele vai "suar sangue" para estabilizar o time. No ataque, por exemplo, se Luís Fabiano precisa perder 50 gols para fazer um, o (grande) volume de finalizações apresentado precisa aumentar!

Resumo: o Muricy está certo, mas não faz milagres. O elenco é fraco e mesmo as "estrelas" - Ganso, Jadson, Luís Fabiano - não mantém regularidade e não rendem, há muito tempo, aquilo o que os torcedores e os treinadores esperam deles. Não é todo dia que teremos Náutico ou Ponte dando sopa. É preciso ter calma, paciência. E não se abater com a próxima (e inevitável) derrota, como ocorreu contra o Criciúma. Fé! E "vamo", São Paulo!


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