Destaques

sábado, março 09, 2013

Para Muricy, o Barcelona "não privilegia tanto a parte tática"

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De Muricy Ramalho, ontem, em entrevista coletiva, ao dissertar sobre para qual time ele preferia que Neymar fosse, caso o atleta saísse do Santos:

Ivan Storti / Santosfc.com.br
"A gente torce por isso. Nós aqui no Santos, pelo menos. Pelo incrível que pareça, nós ficamos fãs deles depois da derrota no Mundial. De como o time joga e é administrado. Temos livros e tudo mais. Onde ele vai jogar eu não sei, mas espero que seja lá porque é um futebol parecido com ele, um futebol técnico, um futebol que não privilegia tanto a parte tática. Mas, volto a dizer, quem vai decidir isso é quem toma conta da carreira dele.”

É isso, amigos. Para um dos treinadores mais reconhecidos e bem remunerados do Brasil, no Barcelona, não se privilegia muito "a parte tática". Ou ele se expressou muito, mas muito mal, ou por aí é possível perceber (mais) uma das razões do baile que o Santos tomou no Japão e também porque nas bandas de cá tem se praticado um futebol tão previsível.

sexta-feira, março 08, 2013

Galo 100%, Ronaldinho 1000%

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O Galo terminou o primeiro turno da Libertadores com 9 pontos em 9 jogados. Não é uma campanha perfeita por uns gols bobos tomados e porque o time ainda tem muito a evoluir para pensar em ganhar alguma coisa este ano. O jogo de ontem contra o Strongest foi sofrido, com o primeiro tempo terminando com apenas uma chance claríssima de gol para o Galo, num passe perfeito de costas de Ronaldinho para Jô, que o goleiro defendeu .

Os bolivianos também poderiam ter marcado em contra-ataque, mas a qualidade de conclusão de seus atacantes é bem inferior. Embora o time seja bem armado e marque muito. Galo e São Paulo vão sofrer na altitude de 3.660 metros de La Paz. Empate não seria mau resultado lá.

Já no segundo tempo o Galo teve mais espaço e jogou melhor, Bernard, mesmo mal na partida por ter perdido 3 kg na semana por conta de uma amigdalite, concluiu bem, tirou do goleiro e a bola bateu na trave. Tardelli fez gol anulado pela marcação de um impedimento discutível, e, para variar, Ronaldinho decidiu. Cruzou para Jô marcar e deu passe perfeito (olhando para o outro lado) para Marcos Rocha sofrer pênalti. Na hora de bater, mesmo tendo perdido as três últimas cobranças, pegou a bola e fez o gol. Comprovando o que dissera durante a semana, que sua confiança estava em 1000%.

E essa é a diferença do Galo para times como o São Paulo, tem bons jogadores como Marcos Rocha, Bernard, Tardelli e Jô, mas na hora que a coisa aperta Ronaldinho resolve, principalmente com passes e assistências. Foi assim nas três partidas da Libertadores até agora. No segundo turno será mais difícil, pois os times já viram como o Atlético joga, mas a classificação deve acontecer sem grandes sobressaltos. Se possível com a melhor campanha para pegar um adversário teoricamente mais fraco nas oitavas de final.

Brasileiros favoritos, argentinos naufragam – Um dos dados mais impressionantes desta primeira fase da Libertadores é a baixa performance dos times argentinos. Dos cinco que disputam, hoje apenas o Vélez Sarsfield se classificaria, com o primeiro lugar no grupo 5, com 6 pontos, mesmo número que Peñarol e Emelec. Se terminasse agora, seriam 5 dos 6 brasileiros classificados e apenas 1 dos 5 argentinos nas oitavas-de-final. O brasileiro fora seria o Palmeiras, que está em terceiro no grupo 2, com apenas 3 pontos em 3 jogos. Ainda é possível que argentinos e o time alviverde reajam, mas essa não é a lógica...

Mulher de malandro, de samba - machismo na música

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A canção popular reflete e respalda valores sociais de todas as naturezas. Assim acontece com questões de gênero. Em tempos de MC Katra, de sertanejos universitários que, se te pegam, ai, delícia, é curioso fazer um mergulho histórico na música brasileira e encontrar peças de um sexismo medieval estampado em cores vivas.

Diversas listas já foram feitas. A História Sexual da MPB virou até livro - e vai muito além desse aspecto, mas as questões de gênero são complicadas no universo musical desde antes do tempo do Estado Novo.

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, um ano depois da polêmica sobre a lei antibaixaria na Bahia que pretendia proibir exibições públicas custeadas com dinheiro público que incluam músicas machistas, separamos algumas das acusadas, com ou sem razão, de propalarem ideias machistas.

Machismos escondidos em cenas de ciúmes e arroubos de possessividade masculina ficaram para outro post. Nas selecionadas, seja por retratar, seja por difundir esse tipo de concepção (em geral, o ouvinte é quem "decide" em qual das hipóteses enquadrar), elas são clássicas. Mas talvez não possam ser executadas em qualquer show na terra de Jacques Wagner e ACM Neto...

Gol anulado

"Gol Anulado", de João Bosco e Aldir Blanc começa com uma cena que, hoje, poderia ser enquadrada na Lei Maria da Penha. "Quando você gritou 'Mengo', no segundo gol do Zico tirei sem pensar o cinto e bati até cansar". A confissão sem remorso da agressão é seguida de uma explicação que, longe de querer excusar a violência, só tenta explicar as razões para tanta decepção. "Dois anos vivendo juntos, e sempre disse contente: 'Minha preta é uma rainha, porque não tem o batente. Se garante na cozinha e ainda é Vasco doente'". Além de não poder trabalhar, a mulher teria de se anular até na preferência clubística... Cantada por Elis Regina a história soa toda outra. Mas a cena de violência é a mesma.

Na subida do morro

Agressão também é descrita, em condição ainda mais inusitada, em "Na subida do morro", de Moreira da Silva. Nesse percurso, "me contaram que você bateu na minha nega, e isto não é direito: bater em uma mulher que não é sua". Strito sensu, se agredir uma mulher é crime, bater em uma "mulher que não é sua" certo não é. Mas a composição faz graça ao deixar no ar que tapas e sopapos na própria senhora seriam outro departamento. O malandro admite uma biografia cheia de malícia, sai para tirar a satisfação com o "amigo" que "deixou a nega quase nua". Por tudo isso, fica na lista.



Ai Que Saudades da Amélia

No Dicionário Aurélio, Amélia se tornou sinônimo de "mulher que aceita toda sorte de privações e vexames sem reclamar, por amor a seu homem". No Houaiss, "mulher amorosa, passiva e serviçal".

Considerando-se que "Adeus Amélia" é nome de bloco de pré-carnaval em São Paulo, está claro que "Ai Que Saudades da Amélia", de Mário Lago e Ataulfo Alves, não poderia figurar fora desta lista. Aquela que não tinha a menor vaidade, que passava fome ao meu lado e achava bonito não ter o que comer; que, ao contrário da atual parceira e interlocutora, não tinha saltada a veia consumista nem cobrava mundos e fundos do pobre rapaz...

A questão poderia dar-se por consagrada por maioria de votos, mas segundo uma singela e curiosa nota de 2001, a homenageada era Amélia dos Santos Ferreira, lavadeira de Almeidinha, irmão de Araci de Almeida. Consta que tinha dotes de cozinheira, arrumadeira e outras que tais, tudo sem achar ruim, e ganhando pouco. "Na brincadeira na roda de amigos do Café Ópera, no centro do Rio, vaticinou-se: tão perfeita, não poderia ser de verdade", segundo outra nota. Da empregada ultraexplorada para a desfeita com a namorada (ou esposa) foi liberalidade dos compositores.

Anos depois, Mario Lago disse que "“todos nós somos Amélia ou Amélio”", especialmente "quando se está apaixonado, sendo homem ou mulher, se aceita tudo, não se faz exigência". Mas a fama foi toda para a conta do machismo.



Emília

De Wilson Batista e Haroldo Lobo, "Emília" é muito mais subserviente do que Amélia, mas passou ao largo de virar adjetivo no dicionário. Sem poder viver sem a moça que lhe preparava café todo dia e era prendada nos afazeres do lar, escapava a informação de que ela já não estava mais lá, porque a letra diz que sem Emília "já não posso mais".

Mas, ao pedirem, em 1940, a Papai do Céu "uma mulher que saiba lavar e cozinhar, que de manhã cedo me acorde na hora de trabalhar", talvez não imaginassem que ganhariam resposta, bem menos popular e conhecida. "Loucas pela boemia", de Bide e Marçal, do ano seguinte, saiu-se com "Emília diz que não é mais a mesma" e que "Emília enlouqueceu", porque "diz que vai viver sambando" e "saiu gritando: quem não pode mais sou eu".



Mulheres de Atenas 

Provavelmente a mais injustamente acusada de machismo é um líbelo feminista. De Chico Buarque, o rei do eu-lírico feminino, e Augusto Boal - criador do Teatro do Oprimido -, Mulheres de Atenas data de 1976, como trilha sonora de peça homônima para o teatro. Consta que o próprio Chico Buarque, em uma entrevista à TV Cultura, teve de explicar a ironia: "Eu disse: mirem-se no exemplo daquelas mulheres que vocês vão ver o que vai dar. A coisa é exatamente ao contrário". (Venhamos e convenhamos que a camisa florida e aberta da gravação de 1976, abaixo, não ajuda a demover a ideia...)



Com açúcar, com afeto

Já que Chico Buarque foi para o alvo, outra acusada com frequência é "Com açúcar, com afeto", composta a pedido de Nara Leão. Segundo o compositor, a intérprete pediu uma "música sobre uma mulher daquelas, daquelas que esperam". Recebeu nos conformes. Uma das cenas descritas até coincide com a canção listada anteriormente. O mau-caráter enrola a esposa dizendo que tem que trabalhar duro, para no bar, canta samba, passa a tarde olhando rabos de saia, fala de futebol e chega em casa naquele estado:

Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão, qual o quê!
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coraçãoE ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratadoAinda quis me aborrecer? Qual o quê!



Mulher e amor de malandro

Há diferentes composições com esse título. Na de 1932, de Heitor dos Prazeres, a "Mulher de malandro sabe ser carinhosa de verdade", porque "quando mais apanha, a ele tem amizade". É fato, admite a composição, que "ela briga com o malandro" e, "enraivecida, manda ele andar". Mas logo "ela sente saudade e vai procurar", porque "sempre apanhando e se lastimando, perto do malandro, (ela) se sente bem".

Por outro lado, gravado em 1980, a "Mulher de Malandro" de Geraldo Filme, mostra um pedido do trabalhador negro que, sem emprego e temendo o fiscal da prefeitura, desiste; decide ir embora. E pede à parceira que aguente, porque "mulher de malando não chora".

De outro monstro do samba, Ismael Silva, em coautoria com Francisco Alves e Freire Júnior, "Amor Malandro" estampa logo: "Se ele te bate é porque gosta de ti, pois bater em quem não se gosta eu nunca vi".

São Paulo é Galo na Libertadores!

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Só o Galo salva! A vitória do Atlético-MG por 2 a 1 contra o boliviano The Strongest, ontem, deu um breve respiro ao moribundo time do São Paulo, que, depois de empatar em casa por 1 a 1 com o medíocre Arsenal, da Argentina, já via a Libertadores deste ano ir para o caixão. Resta agora, ao limitado Tricolor paulista, tentar milagres em jogos no exterior e, principalmente, torcer para que o clube mineiro continue com 100% de aproveitamento na competição. Caso contrário, já era...

Assim como a sofrida e mesmo acidental vitória contra o The Strongest no Morumbi, o São Paulo "suou sangue" para arrancar um mísero empate no Pacaembu, ontem, contra o pior time do grupo (o Arsenal já havia sido derrotado pelo The Strongest e goleado pelo Atlético-MG em plena Argentina). Isso prova que o time do técnico Ney Franco ainda está longe de um nível que possibilite competir com os grandes. As derrotas para Santos (no Paulista) e Galo (na Libertadores) dizem tudo.

O maior problema continua sendo os laterais. Cortez até que é esforçado, mas se perde muito no esquema com dois pontas avançados. E Douglas é péssimo, terrível, inoperante. Com isso, a bomba estoura nos volantes e, principalmente, na zaga. Quanta diferença para o Atlético-MG, que conta com o - excelente - lateral-direito Marcos Rocha! Sem laterais marcadores, que fiquem mais fixos ajudando os zagueiros, e liberando os volantes para apoiarem os meias, nada funciona.

Eu acho que o São Paulo ainda não tem um time capaz de vencer um título como o da Libertadores. Portanto, se não cair agora, vai cair lá na frente. Mas, para o bem do elenco e do trabalho de Ney Franco, que é bom e merece reconhecimento e paciência, o time não pode cair na fase de grupos - porque aí ninguém segura, é crise na certa. E o lunático do Juvenal Juvêncio pode querer inventar outro Carpegiani, Adílson Batista ou Leão... Enfim, o jeito é rezar e torcer muito. Para o Galo.


Ps.1: O Luís Fabiano não fez gol e foi expulso. Mas, afinal, qual é a novidade nisso?!?!???

Ps.2: O Rogério Ceni culpou o juiz pela derrota e nunseiquelá nunseiquelá. Idem acima.

Ps.3: O São Paulo pareceu "imitar" o também tricolor Fluminense nas duas últimas rodadas da Libertadores: semana passada, o time do Rio venceu de virada o Huachipato, do Chile, por 2 a 1, enquanto o time do Morumbi também saiu perdendo e virou para o mesmo placar contra o The Strongest. Esta semana, o Fluminense saiu na frente do mesmo Huachipato mas acabou cedendo o empate dentro do Engenhão. E o São Paulo passou vexame igual no Pacaembu. Será que os dois clubes brasileiros terão destinos iguais na competição?

quarta-feira, março 06, 2013

Hugo Chávez, Eduardo Galeano e o pobre que deixou de ser invisível

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Quando o primeiro Fórum Social Mundial, grande encontro de movimentos sociais e das esquerdas em geral de todo o mundo, aconteceu em 2001, o que prevalecia era o neoliberalismo e o pensamento único personificado pelo pensamento de Francis Fukuyama, filósofo e economista quem em 1992 publicou o livro O fim da história e o último homem, decretando a vitória do neoliberalismo e o triunfo do capital e da tese do Estado mínimo.

Tempos difíceis, nos quais esquerdistas eram chamados de “jurássicos” pelo presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso. Menem era o mandatário da Argentina; Fujimori, o do Peru. Todos, mais tarde, julgados e condenados, pela Justiça ou pelo povo de seus países. Apenas na Venezuela um chefe de Estado destoava do resto do continente.

Foto via Twitter da Cynara Menezes
Essa introdução é só para lembrar que as coisas precisam ser avaliadas em seu contexto. Aquele era um país que até então tinha vivido sob governos que se serviam da receita do petróleo para concentrar a renda, mas passava àquela altura a ter outra direção. Hugo Chávez, eleito em 1998 e reeleito três vezes, conseguiu dados sociais expressivos. No período de seus governos, o desemprego caiu de 14,9% para 5,9%, e o índice Gini, que mede a desigualdade social, em 1999 era de 0,46 e em 2012 chegou a 0,39. Conseguiu também praticamente erradicar o analfabetismo, de acordo com a Unesco. Mesmo o candidato da oposição em 2012, Henrique Caprilles, falou durante a campanha em manter as conquistas sociais da Era Chávez. Nada pode ser mais sintomático do legado chavista, ainda mais vindo de uma oposição que várias vezes bateu abaixo da cintura do ex-presidente.

Como em 2002, quando parte do empresariado, da classe política, e, principalmente, da mídia venezuelana derrubaram Chávez por dois dias. Mas ele retornou apoiado por parte da população, a mais pobre, que não admitiu abrir mão dos avanços que havia obtido. Aqui no Brasil, vi um jornalista “democrata” na televisão saudando o “golpe cívico”, expressão usada para dizer que aquilo não era bem um golpe, quase uma revolução branca, do tipo burguesa, sabe? Nada surpreendente tratando-se de um ex-membro do Comando de Caça aos Comunistas. Mas estávamos no século 21...

Fora os avanços em áreas sociais, o governo venezuelano também estimulou a participação popular por meio de referendos e plebiscitos. O próprio presidente submeteu seu mandato à avaliação popular e chegou a perder duas votações, algo incomum para um “ditador” como costuma(va)m chamá-lo alguns dos próceres da imprensa brasileira.

E, voltando ao início, impossível não enxergar a marca de Hugo Chávez na eleição de todos aqueles presidentes de centro-esquerda e de esquerda que vieram na América Latina depois dele, evidente principalmente em figuras como Rafael Corrêa e Evo Morales. Mas ninguém pode definir melhor Chávez do que Eduardo Galeano, no vídeo abaixo (provavelmente de 2004/2005 e que chegou por meio do Twitter do Lino Bocchinni), Confira a transcrição/tradução (mais ou menos livre) em que o autor de As Veias Abertas da América Latina explica Chávez.


O caso mais escandaloso de manipulação da opinião pública mundial é o caso da Venezuela. No grande teatro do bem e do mal há distribuição de funções entre anjos e de demônios e Hugo Chávez é um dos principais demônios. É um ditador, do ponto de vista da fábrica da opinião pública mundial. Um estranho ditador, ganhou cinco eleições em oito anos, e agora, recentemente, em um referendo, foi o primeiro presidente da história da humanidade que pôs o seu cargo à disposição do povo. E ganhou de 6 a 4, 60% a 40%, e em uma eleição que assisti como observador e posso dar o testemunho de que foram eleições transparentes, nas quais pela primeira vez se evitou que os mortos votassem. Eles que na Venezuela tinham o mau hábito de votar. E também se evitou que a mesma pessoa votasse várias vezes... Por Mal de Parkinson, muitos colocavam os mesmos votos na urna...

A Venezuela é um país estranho em que ocorre isso e que, ao mesmo tempo, se assistem denúncias sobre falta de liberdade de expressão. Vejo a televisão, há um senhor que diz que não há liberdade de expressão; ligo o rádio e uma voz clama “aqui não há liberdade de expressão”; abro o jornal e há um título enorme que diz que na Venezuela não há liberdade de expressão.

Um só meio de comunicação foi fechado na Venezuela nos últimos cinco anos, o canal 8 de televisão, mas não foi fechado por Chávez, e sim por esses democratas que tomaram o poder por 48 horas e nessas 48 horas fecharam tudo, a Assembleia Nacional, a Constituição... Estranha ditadura e estranhos democratas.

Acredito que há aí um divórcio exemplar entre a “realidade real” e a realidade virtual que os meios mostram como a única possível. E qual a explicação? Na Venezuela, havia cinco milhões de pessoas sem direitos civis, porque não tinham documentos e os filhos não podiam ir à escola porque não tinham certidão de nascimento. Porque em pleno paraíso petroleiro, no que se chama a Venezuela saudita, havia um milhão e meio de analfabetos que agora estão se alfabetizando e isso explica a fúria dos grandes meios chamados de comunicação, que não nos comunicam. E também explica o resultado desta eleição e das anteriores porque há um povo que resume sua atitude perfeitamente por meio de uma frase de um venezuelano pobre que foi entrevistado recentemente, que é mais expressiva que qualquer discurso: “Eu não quero que Chávez saia, porque não quero voltar a ser invisível”.

terça-feira, março 05, 2013

Seleção: Felipão traz Kaká de volta e quer Neymar no Brasil

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Voltei

Vai a lista de convocados de Felipão, com menos motivos pra eu reclamar do que a última. O excelente Diego Cavalieri ganha sua chance, bem como o bom volante Fernando, do Grêmio. São boas notícias, bem como a volta de Kaká e Dedé (momento infantilizado do post) e a manutenção de Jean ao lado de uma lista de volantes que sabem o que fazem com a bola. Boa também a chegada de Hernanes, pretendida pelo treinador já na pelada anterior.

Veremos também pela primeira vez os ofensivos laterais Daniel Alves e Marcelo juntos na Seleção – e sem nenhum volante limpa-trilho para proteger. Tá certo que no jogo que fez até aqui Felipão recuou o time e segurou mais os volantes, mas continua sendo uma experiência interessante – que eu preferia ver no estilo proposto por Mano Menezes.

A surpresa fica por conta de Diego Costa, seja ele quem for, atacante do Atlético de Madrid de quem eu nunca havia ouvido falar, dada minha ignorância sobre o futebol espanhol. Aparentemente, ele foi muito novo para a Europa e está indo muito bem nessa temporada. Quem souber mais, que conte outra, por favor.

Dessas de ir para a Europa, Felipão e Parreira deram declarações que vão aquecer os corações santistas. Segundo eles, não seria uma boa para o trabalho na Seleção se Neymar mudasse de endereço agora. Felipão disse que o importante é o moço jogar onde estiver feliz. Parreira, mais prolixo, disse que o período de adaptação profissional e pessoal tão perto da Copa poderia atrapalhar o jogador.
Cheguei

Vai a lista:

GOLEIROS
Julio Cesar - QPR (ING)
Diego Cavalieri - Fluminense

LATERAIS
Daniel Alves - Barcelona (ESP)
Marcelo - Real Madrid (ESP)
Filipe Luís - Atlético de Madri (ESP)

ZAGUEIROS
David Luiz - Chelsea (ING)
Dedé - Vasco
Dante - Bayern de Munique (ALE)
Thiago Silva - PSG (FRA)

VOLANTES
Paulinho - Corinthians
Ramires - Chelsea (ING)
Jean - Fluminense
Fernando - Grêmio
Luiz Gustavo - Bayern de Munique (ALE)

MEIAS
Kaká (foto) - Real Madrid (ESP)
Hernanes - Lazio (ITA)
Oscar - Chelsea (ING)
Lucas - PSG (FRA)

ATACANTES
Diego Costa (foto) - Atlético de Madri (ESP)
Neymar - Santos
Fred - Fluminense
Hulk - Zenit (RUS)

Tubo e cartão de crédito pode, pinga não

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Misturando os princípios fundamentais defendidos por nosso blog, a diretoria do Santos adotou política contra a cachaça na publicidade aplicada ao futebol. Procurada pela fabricante da popular cachaça Pirassununga 51, que queria patrocinar o meia Pinga, o clube negou. A ação de marketing - muito apropriada, aliás - fixaria o número 51 como o da camisa do jogador. Iniciativas semelhantes, porém mais "sóbrias", já foram aceitas pelo clube: no clássico do último domingo contra o Corinthians, Edu Dracena jogou com o número 21, por causa dos 21 anos da Corr Plastik, marca de tubos e conexões. E Neymar usou a 360, em uma ação para divulgar a nova plataforma da CSU, empresa de máquinas de cartão de crédito. Mas não julguemos a diretoria do Santos com olhares inquisidores neste caso Pinga/ 51: de acordo com Camila Mattoso, do site Lance!, "a Lei Brasileira não permite que os clubes façam propaganda de destilados em uniformes e estádios".

Pinceladas cariocas - Os favoritos perderam

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por Enrico Castro

Gum?!? Ogum nos acuda!
Enfim, o Cariocão começou! E já na “primeira rodada” o “Brocador” Hernane e o “Beijador” Fred deram adeus ao 1º turno. As semifinais foram, de fato, jogos muito bons, onde os favoritos perderam. No sábado, Vasco e Fluminense fizeram um duelo eletrizante, sobretudo no 2º tempo. O Vasco saiu na frente do marcador, o Fluminense virou e, em seguida, o Vasco “revirou”. No final, 3 x 2 para o time da colina. O jogo serviu para demonstrar o quão frágil é a defesa Tricolor. Os mesmos jogadores que, no Brasilerão do ano passado, sofreram apenas 33 gols em 38 partidas, este ano já levaram 15 em apenas 12 jogos. Lembro que, após o término do Nacional, quando não foi eleito para a seleção do campeonato, o Gum (não confundir com Ogum) disparou: "Para mim, fui o melhor da posição. Em jogos decisivos me comportei bem e fui importante. Se algumas pessoas votaram em outros jogadores, não posso fazer nada". Bem, agora sabemos por que ele não foi escolhido... Para os torcedores iniciados, bola na área do Flu é um “Ogum nos acuda”. Apesar do discurso contrário da comissão técnica e dos jogadores, o Flu está interessado mesmo é na Libertadores. De qualquer forma, há uma coincidência que carece de investigação: todas as vezes em que o Barcelona perde, o Fluminense também perde, e vice-versa... 
"Altinho" do Vasco
O Vasco de Bernardo jogou acima da (sua) média e não sentou na vantagem do empate. Até porque, se tivesse sentado, o Carlos Alberto teria jogado seus 85 kg sobre seu mais novo “pupilo”. Mesmo tendo sido inferior ao adversário na maioria do tempo, encontrou a mina de ouro Tricolor e garantiu a vitória explorando esta jazida. Levantou bolas na área do Fluminense, o que é praticamente certeza de gol. A torcida certamente experimentou momentos nostálgicos após o gol do homônimo, porém “altinho”, Romário, que marcou em seu 1º lance na partida. Lembrou épocas nas quais o Vasco não era um azarão. A equipe enfrentará o Botafogo na final da Taça Guanabara, com a vantagem do empate. O alvinegro venceu por 2 x 0, na outra semifinal, o Flamengo - que, aliás, parece enfim ter voltado ao normal. O time jogou como um bando. Desorganizado taticamente, seus jogadores não repetiram as atuações dos últimos jogos. O “Brocador”, assim como nas últimas partidas, quase não apareceu, a não ser no lance em que perdeu o gol duas vezes na mesma jogada. Já Rafinha parece ter amarelado e sentido o peso de um jogo decisivo. Outro que nada fez foi o leiloeiro Carlos Eduardo, que recebe salário de estrela mesmo apresentando um futebol medíocre e ainda não tendo feito nada de relevante nos clubes pelos quais passou. E ainda usou a camisa 10 do Flamengo justo no dia do aniversário de 60 anos do maior ídolo do clube... Que Zico! Quer dizer, que Mico! (com M maiúsculo, mesmo!)
Felipe entregou o ouro ao Botafogo
O Botafogo mostrou logo com um minuto de jogo que desta vez não queria saber de "chororô". O limitado lateral esquerdo Julio Cesar fez boa jogada e marcou um bonito gol. A partir daí, marcou bem e passou a sair em contra-ataques perigosos, parando quase sempre nas mãos de Felipe - que entregou o ouro quando, no desespero, foi para a área alvinegra tentar um gol de cabeça nos acréscimos. Acabou sendo surpreendido pela rápida e precisa reposição de bola do goleiro Jéfferson, que armou o contra-ataque que originou o gol do ensaboado Vitinho, promessa botafoguense que entrou aos 29' do segundo para bagunçar ainda mais a já desorganizada defesa do Fla. O garoto não se intimidou e, antes de marcar, já havia perdido dois gols e deixado Léo Moura & Cia na saudade inúmeras vezes. Bom jogador, seria um excelente reserva para o Wellington Nem... 
A final da Taça Guanabara será no próximo domingo. E o Vasco promete não perder a oportunidade de garantir mais um vice campeonato, mesmo se o Botafogo fizer força para repetir o "chororô". Antes, na quarta-feira, tem Libertadores. Mas só para quem fez o dever de casa no ano passado!
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

segunda-feira, março 04, 2013

Charge (muito, mas muito engraçada) em jornal isento

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(Via @SeoCruz)

'Crise de gestão'

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Pois é. Assim como no episódio da cratera do metrô, em 2007, o governo estadual de São Paulo também se isentou de responsabilidade pelo deslizamento de terra na Rodovia dos Imigrantes, em 22 de fevereiro, que matou uma mulher e atingiu 23 veículos e uma carreta. Para reforçar, o governador Geraldo Alckmin anunciou que vai investigar a concessionária Ecovias. Mas vejam que curioso: em dezembro, dois meses antes do acidente, o governo tucano renovou a concessão da Ecovias por mais um ano e meio, em troca de algumas obras. O prazo da concessão terminaria em 2023 e vai se prolongar até 2025. A empresa já controla a Rodovia dos Imigrantes desde 1998, nos tempos do governo de Mário Covas, passando pelos também tucanos Geraldo Alckmin e José Serra.

Em artigo publicado na coluna "Cidade S.A.", do site IG, Rubens de Almeida afirma que a Rodovia dos Imigrantes "enfrenta uma evidente crise de gestão,  acompanhamento e prevenção de acidentes nas encostas da Serra do Mar". Sim, crise de gestão por parte da Ecovias, aquela na qual o governo do Estado confia para administrar a estrada há 15 anos, e confia tanto que prolongou o fim do contrato para daqui a mais 12. Governo do PSDB, aquele partido que gosta de arrotar sua "gestão eficiente". Mas um detalhe que a imprensa se esmera em desprezar - e que, óbvio, ninguém ressaltou após o deslizamento de fevereiro - é que a Rodovia dos Imigrantes, com apenas 58,54 km de extensão (segundo a Ecovias), possui o pedágio mais caro do Estado: R$ 21,20.

Considerando que cerca de 35 mil veículos passam pela rodovia diariamente, isso daria R$ 742 mil por dia, R$ 22,2 milhões por mês ou R$ 267,1 milhões por ano. Sim, existem dias de menor movimento, mas os diversos feriados durante o ano acabam engordando ainda mais essa conta. No Natal e no Carnaval, 400 mil veículos (chutanto baixo) descem da capital rumo ao litoral, o que daria faturamento de R$ 8,4 milhões em um só dia. Ou seja: se um governo concede negócio tão apetitoso a uma determinada empresa, e por tanto tempo, seria justo que fiscalizasse e cobrasse com rigor e frequência seus serviços de gestão, manutenção e prevenção de acidentes. E não DEPOIS que um acidente fatal tenha ocorrido. Pela Teoria do Domínio do Fato, a família da vítima fatal pode incriminar Alckmin.

Reservas e arbitragem dão vitória ao São Paulo

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Mais uma vez, para poupar os titulares, Ney Frnaco escalou o "Expressinho" contra o sofrível Penapolense, fora de casa, e obteve sucesso. O zagueiro Rhodolfo abriu o placar logo no início do jogo e Ademílson fechou o 2 a 0 na metade da segunda etapa. Cabe ressaltar, como no título do post, que a equipe do interior foi garfada dentro de sua própria casa pela arbitragem. No primeiro tempo, o (horroroso) zagueiro e dublê de lateral-direito João Filipe fez duas faltas importantes que não foram marcadas: uma foi pênalti e outra renderia o segundo cartão amarelo - o que deixaria o São Paulo com dez em campo. Fora isso, Maicon, que também já tinha cartão, empurrou um adversário e, no mesmo lance, usou a outra mão para mandar a bola na trave do Penapolense. O juiz só marcou impedimento. Para completar, na segunda etapa, o lateral-direito Lucas Farias cometeu outro pênalti. Para variar, não marcado.

Além de ser muito feio vencer dessa forma, essa ajuda da arbitragem desmonta o bla-bla-blá da imprensa esportiva sobre a eficiência dos reservas do São Paulo, pela invencibilidade de quatro jogos e coisa e tal. Conversa mole. A única apresentação convincente desse time foi contra o Corinthians, no fim do Brasileirão do ano passado. No mais, só pegou adversários fracos, como o Atlético de Sorocaba, Guarani e, ontem, o Penapolense. Mas, para não dizer que não houve destaques, aponto os volantes Maicon e Fabrício como possíveis alternativas para o time titular, no futuro próximo, bem como o lateral-direito Lucas Farias (que não pode ser pior que Paulo Miranda ou, principalmente, Douglas). Se Cortez continuar jogando mal, Carleto também se habilita a conquistar a lateral-esquerda. E Wallyson mostrou que, quando estiver recuperado, tem velocidade, inteligência e poder de finalização para disputar a lateral-direita. Quanto ao Ganso... Bem, deixa pra lá.

 



Idiosincrasias cotidianas

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Percorrendo a Zona Leste de São Paulo de metrô, logo após o clássico entre Santos e Corinthians, vejo um rapaz com a camisa do alvinegro de Parque São Jorge, mas com o cabelo idêntico ao do Neymar. No banco ao lado, um menininho de uns 8 anos, com o mesmo penteado, cochila. Ao chegar na estação Pedro II, o rapaz acorda o menino:

- Levanta, Tévez!

(E depois o Neymar é que é chamado de "cai-cai"...)

domingo, março 03, 2013

Uma piada para um clássico esquecível (visão corintiana)

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Sem muito a acrescentar na análise do santista Glauco sobre o clássico deste domingo, abro com uma piada:

Era numa cidadezinha no interior de Minas, pros lados em que se faz cachaça da boa. O povo estava animado com a partida entre as seleções mineira e paulista, encontros que tinham boa fama naquelas priscas eras. Teriam lá um representante, o Nicodemo, lateral-esquerdo reserva do selecionado das Alterosas. Havia também uma preocupação: naquele tempo, numa cidade daquelas, rádio não havia. Bom, tinha um, na bodega do Armando, mas estava quebrado. Comunicação, só pelo telégrafo. Para não passar uma semana esperando, Dona Cotinha, mãe do Nicodemo, encheu o filho até ele concordar em correr logo depois do jogo para telegrafar o resultado.

O herói da cidade partiu uns dias antes para o jogo, sob aplausos. Chegado o dia da peleja, a tensão era enorme. Todo mundo fingiu o dia todo que trabalhou, mas ninguém resolveu nada. Com o jogo marcado para as quatro, lá pelas seis da tarde começaram as reclamações. "E o Nicodemo?" "Tá enrolando a gente!" e coisa e tal.

Levou mais umas duas horas pro cabra enviar a mensagem, curta e grossa como cabia ao meio da época:

"Joguemo. Não perdemo nem ganhemo: empatemo.
Ass.: Nicodemo"

Pois é

Renato Augusto deitou e rolou em cima de Galhardo
Meu pai conta melhor, admito. Mas o fato é que a mensagem caberia no jogo chato e esquecível deste domingo, fora dos padrões do confronto nos últimos anos. Além do que o Glauco falou, destaco umas coisinhas sobre o desempenho dos abençoados de São Jorge, que na hora do jogo devia estar lustrando a lança - no bom sentido, é claro.

Os atacantes e meias ficaram todos devendo, por óbvio, mas Renato Augusto jogou um primeiro tempo excelente. Aproveitou-se dos buracos deixados por Galhardo na lateral-direita santista e criou boas chances por ali. Na segunda etapa, Muricy trocou seu ex-flamenguista por Bruno Peres, o que pode ter a ver com a queda de produção do meia alvinegro. Pato também não resolveu e precisa se apresentar mais para o jogo. Mas sempre que apareceu, levou perigo, como na jogada em que deixou Paulinho na cara de Rafael, que saiu bem para impedir a finalização.

Gil esteve impecável na marcação. Ganhou todos os embates diretos de que me lembro, inclusive uns dois com o sempre perigoso mas hoje muito apagado (e deitado) Neymar. Vai se firmando e justificando a contratação. Outro que foi bem foi o garoto Igor na lateral-esquerda, sem deixar espaços e fazendo algumas boas tabelas em suas poucas descidas. A dupla de laterais de hoje deverá ganhar espaço no time ao longo da temporada - especialmente Edenilson, já que Alessandro até já andou falando em parar no fim do ano.

Santos 0 X 0 Corinthians - clássico quase centenário, sem nada de bom (visão santista)

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Belo lance... (Divulgação/SantosFC)
Jogo fraco, fraco... Por mais que se diga que a marcação prevaleceu e numseiquelá, numseiquelá, numseiquelá, a partida entre Santos e Corinthians no Morumbi foi bem ruinzinha de ver, ainda mais (imagino eu) pra quem não torcia pra nenhuma das duas equipes. O final de Flamengo e Botafogo, transmitido pela Vênus Platinada, foi mais emocionante do que os 90 minutos do clássico de São Paulo. Talvez isso faça com que a Federação dominante hoje no futebol brasileiro reflita acerca de seu campeonato. Bobagem, não vai mudar nada...

Bom, o Santos entrou sem Renê Júnior, suspenso, e também sem Miralles, contundido. Já os visitantes em sua cidade vieram sem os laterais Alessandro e Fábio Santos, com Edenílson e Igor nos respectivos postos, com mais obrigações defensivas do que ofensivas na maior parte da peleja.
Nos dez minutos iniciais, só deu Santos, coisa rara em jogos do Timão, que costuma pressionar os adversários no início. Algumas triangulações pela canhota com Léo, Cícero e Arouca davam a impressão de que se tratava de uma equipe portenha, tal qual o Boca nas priscas eras de Bianchi, mas ilusão durou essa nona parte do jogo. Era o Alvinegro Praiano desentrosado e dependente de jogadas individuais que tem feito o peixeiro sofrer desde o segundo semestre de 2012.

Logo, o Corinthians equilibrava as ações e o Peixe passava a postar nos passes longos, nas bolas mal conduzidas por jogadores que têm como característica justamente conduzir a bola. Arouca, Montillo, Neymar... Não, não dá pra transpor um time que joga de forma compacta na intermediária, como o Corinthians, assim, a não ser que um deles esteja inspirado. Mas nenhum deles estava. Arouca, na fase regular de sempre; Neymar, com atuação discreta como em todo o ano de 2013. Alguém vai lembrar: “Ah, mas Neymar é o artilheiro da equipe no ano”. Verdade, ele, como os filmes de Woody Allen, é bom até quando é ruim. Mas hoje, como em outros jogos do Alvinegro no ano, foi só ruim. Simulou uma penalidade e tomou cartão amarelo justamente, tentou lances sozinho e não conseguiu ser diferente. Montilo é uma desculpa para Muricy não ser crucificado em praça pública, já que nenhum clube do Brasil (e de fora) desaprovaria a contratação do argentino que vem jogando abaixo da crítica, não só do esperado. Felipe Anderson entrou no segundo tempo e foi melhor que o portenho no pouco tempo em que atuou.

Na etapa final, o Corinthians chegou mais vezes perto do gol, mas Guerrero não justificou a fama goleadora, perdendo uma oportunidade incrível perto de Rafael, que até foi bem no jogo, ao contrário das partidas pregressas. Mas foi Cássio que fez a defesa do clássico, em falta de Marcos Assunção, que ainda pegou a trave.


André foi uma nulidade, como vem sendo partida sim, quase outra também. Faltou ousadia a Muricy para colocar Giva antes, mas vá lá, é compreensível. Ambas equipes estavam mais preocupadas em não perder do que em vencer, essa é a leitura que se pode ter da partida, cada qual por seus motivos. 

A essa altura do Paulista, que não vale muita coisa, não dá nem pra dimensionar o valor de um clássico que vai se tornar centenário no meio do ano. Aliás, hora dos dois clubes combinarem ações em conjunto para valer a data, não?

A genial Marta

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Fácil, fácil...

Golzinho feio marcado por Marta na última quinta-feira, em amistoso entre o Tyresö FF, sua equipe na Suécia, e o Orebro KIF. Um pessoal comparou com o Ronaldinho Gaúcho dos bons tempos, mas sei não, acho que essa foi sem comparações: