Destaques

sábado, abril 13, 2013

Peixe finalmente joga bem, Neymar faz 4 e já é artilheiro do Paulista

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Neymar fez quatro contra o União Barbarense. Quem mais fez?
A escalação da dupla Tata (no banco) e Muricy Ramalho (à distância)surpreendeu. Primeiro, a escalação do volante Alan Santos na lateral direita, no lugar do contundido Bruno Peres, mostra o tamanho da falta de prestígio de Galhardo, destaque no Sul-americano sub-20 de 2012, mas que não rendeu o que se esperava dele no Flamengo e tampouco no Santos. Neto substituiu o suspenso Durval, Guilherme Santos entrou no lugar do “poupado” Léo e ainda houve outra mudança na frente, com a entrada de Patito Rodríguez, formando-se um 4-2-3-1 mais móvel, com três atacantes trocando de posição, contando ainda com a chegada do meia Montillo.

No entanto, no primeiro tempo, os lances pelo lado esquerdo do ataque foram prejudicados pelas várias poças de água por aquelas bandas. Patito, que ficou quase o tempo todo por ali, foi prejudicado, e Neymar, atuando mais pelo meio, conseguiu achar espaços na frágil defesa do União Barbarense. Por ali, após um passe pelo alto de Cícero, aconteceu o gol do craque, logo aos sete minutos. Os donos da casa não conseguiram pressionar, embora Cesinha tenha feito grande jogada, exigindo uma defesa difícil de Rafael. Fora isso, o Peixe, mesmo com toda água nas quatro linhas, dominou com tranquilidade. O segundo tento, também de Neymar, veio após lance de Patito, e o Onze alvinegro, oportunista, só precisou completar.

Àquela altura, o União Barbarense já caminhava para o rebaixamento. Mais ainda quando se iniciou a segunda etapa e, antes do primeiro minuto, Neymar marcou novamente com assistência de Pato, uma bela finalização de calcanhar. Cinco minutos depois, o quarto tento, em um contra-ataque rápido. O Onze ainda finalizou uma bola na trave e fez um gol anulado de forma correta, já que Guilherme Santos, que deu a assistência, estava impedido.
Mesmo contando com a fragilidade do adversário, o time teve que driblar o gramado muito prejudicado pela chuva, e conseguiu tocar bem a bola. Renê Junior e Alan Santos foram muito bem, e Montillo também teve atuação destacada. Mas Neymar roubou a cena...


Artilharia e protesto da torcida

“Ah, mas o Neymar só faz quatro contra times pequenos”, dirão os céticos. A verdade é que não é trivial um jogador marcar quatro gols em uma partida, embora o atacante santista já tenha feito isso contra o Atlético-PR e contra o Paraguai, no Sul-americano sub-20. E, em geral, quando outros fazem quatro tentos numa partida, costumam ser festejados. Portanto, festejo Neymar, que agora é artilheiro do campeonato paulista com 13 gols, dois a mais que Willian Batoré, ex-atacante do Santos e agora centroavante pontepretano.

Outra reflexão pós-jogo. Muitos santistas que não concordavam com o protesto feito contra o treinador Muricy Ramalho, o “Esse time não me representa”, foram à forra. Disseram que a atuação foi uma “resposta” a quem protestava. Ué, mas tudo que um protesto legítimo quer é resposta. E o time correspondeu, quem vai dizer que isso não ocorreu também em função do protesto, democrático, e que não ensejou qualquer tipo de violência?

Não se pode confundir torcida e apoio com aceitação de tudo, um exercício contínuo de engolir sapos. Nunca deixei de torcer pelo Santos, mesmo quando a gestão anterior a esta cometia erros dos mais bárbaros, muitos deles maiores do que os da atual. Torcia, mas protestava e contestava, posts passados aqui mostram isso. Agora, por que essa administração ou a comissão técnica estariam livres de protesto e de pressão? Um pouco mais de senso (e de exercício) de democracia vai bem...

quinta-feira, abril 11, 2013

Mano Brown "vetou" Rafael Moura no Santos e diz que Neymar é "a melhor coisa que aconteceu no Brasil depois da eleição do Lula"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Claro que sou suspeito por ter participado da conversa, mas a entrevista com Mano Brown para a revista Fórum (aqui e aqui) vale a pena ser lida pela contundência e transparência de suas análises, que vão muito além do que pensam alguns acadêmicos encastelados de nossas universidades. Contudo, fora a política, tema tratado por ele em boa parte do papo, Brown também fala sobre outra questão atinente a este blogue: o futebol.

"Ah, melei mesmo, contrata a Xuxa também" (Foto Guilherme Perez)
Torcedor fanático do Santos, ele conta como "vetou" a contratação do atacante Rafael Moura, vulgo "He-Man" pelo time da Vila. "Inviabilizei a contratação do Rafael Moura, ah, melei mesmo, contrata a Xuxa também, tá de brincadeira [risos]. Aquela reunião [com alguns dirigentes do clube] foi treta, aí eu sugeri: 'Traz o André aí'."

Brown ainda fez outra crítica à forma como o estádio da Vila Belmiro, já há algum tempo, vem sendo modificado pelos dirigentes. "O Santos tá com um complexo de pobreza que eu não compreendo, esse negócio ridículo de colocar vidro no estádio inteiro, não dá pra ouvir as vozes da torcida, diminui a pressão. Os caras ficam batendo nos vidros, ficam parecendo loucos, esse negócio de colocar televisão nos camarotes", criticou. "O setor Visa é vazio o ano inteiro, eu já perguntei ao presidente pra quem que é bom o marketing da torcida vazia, abre a câmera e o estádio está vazio."

Sobre Neymar, o rapper não poupa elogios. "O Neymar é sensacional, melhor coisa que aconteceu no Brasil depois da eleição do Lula", diz. "Só poderia ter nascido no Santos mesmo, é foda, não cabe em outro time, mano."

Confira o resto da entrevista aqui.

Presa fácil

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O título do post tem duplo sentido: tanto serve para designar o (frágil) União Barbarense, que perdeu para um improvisado São Paulo ontem, por 2 a 1, e segue ameaçado de rebaixamento no Paulistão, quanto para resumir a condição do mesmo São Paulo contra o (forte) Atlético-MG na próxima quarta-feira, pela Libertadores, no Morumbi. Se jogar como ontem na semana que vem, o time de Ney Franco corre o risco de levar um vareio ainda maior que o aplicado (duas vezes) pelos atleticanos contra o argentino Arsenal. Imaginem Carleto contra Marcos Rocha, Aloísio contra Rever, Edson Silva contra Diego Tardelli, Fabrício (ou Denílson, tanto faz) contra Ronaldinho Gaúcho... Medo!

Isso sem contar que, pelo que parece, o substituto do (bom) Jadson será mesmo o (péssimo) Douglas.  Paulo Henrique Ganso voltou a tomar seu sonífero habitual e Paulo Miranda, se for titular, poderá consagrar Júnior César. Mesmo com Juvenal Juvêncio prometendo manter o técnico frente a uma (bem provável) desclassificação na primeira fase da Libertadores, a iminência de uma goleada vexatória em pleno Morumbi, com possível show de bola e olé do Galo, permite conjecturas plausíveis sobre a manutenção dessa "garantia". Porque, se o São Paulo já era mediano com Jadson e Luís Fabiano, sem eles - e com Douglas (!) e Aloísio substituindo -, a maionese desandou de vez.

Resta saber se Ney Franco, ao sobreviver a um temível sacode do Atlético-MG, terá condições de juntar os cacos para tentar alguma coisa na reta final do Paulistão. A boa campanha na (interminável) primeira fase, que garantiu mandos de campo caso o time vá avançando na fase posterior, não significa absolutamente nada. Tirando Corinthians, Palmeiras e Santos, mais Ponte Preta, Botafogo e Mogi Mirim, os outros clubes são uma piada. E o São Paulo não conseguiu vencer um clássico sequer, perdendo para santistas e corintianos e empatando com palmeirenses. Daqui pra frente, ou Juvenal Juvêncio turbina o elenco, como prometeu, ou teremos mais uma temporada sem títulos

Aliás, se esse (tedioso) Paulistão não serve pra muita coisa, pelo menos a diretoria devia ficar de olho em alguns atletas promissores dos times interioranos, que, se não são nenhuma Brastemp, pelo menos serviriam para dar alternativas viáveis ao elenco do Tricolor - afinal, se Douglas é titular, qualquer um pode ser! Ontem, o União Barbarense mostrou que tem um lateral-direito muito ofensivo: Alex. Essa é uma das lacunas mais gritantes do São Paulo. Desde as saídas de Cicinho e Ilsinho, o clube nunca mais acertou o setor, o que obrigou os técnicos a improvisarem, por exemplo, o meia Souza (hoje na Portuguesa) e, atualmente, os volantes Paulo Miranda e Rodrigo Caio. Abre o olho, Juvenal!


Flamengo-PI 2 X 2 Santos - crônica de um empate vexatório

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

“Mas quando a bola rolou... meu Deus do céu, o que foi isso. O jogo de ontem foi a pior partida do Santos nesse ano. (…) Gramado ruim, retranca excessiva? Esses dois fatores existiram, mas não dá pra atribuir o mau desempenho a eles. Sou mais culpar quem é de direito, os próprios jogadores do Santos.”

Não, esse não é o início de um texto falando sobre a peleja de ontem, um empate algo vexatório do Peixe contra o Flamengo-PI, no qual cedeu a igualdade após estar ganhando por 2 a 0. É um trecho de um post do Olavo em 2010, falando sobre a vitória alvinegra contra o Naviraiense por 1 a 0, resultado que não eliminou a segunda partida. O que aconteceu depois, todos lembram...

Isso seria um motivo para o santista não esquentar tanto a cabeça com o resultado de ontem. Mas é bom recordar que o contexto de 2010 era outro. A partida ruim na ocasião foi uma exceção para uma equipe que começava a se acertar, já fazia boas apresentações e, depois, engataria inúmeras goleadas e grandes partidas até chegar ao título da Copa do Brasil.

Giva, um gol e uma atuação razoável
O jogo de ontem foi ruim, o time foi apático, o meio de campo foi inoperante como poucas vezes neste ano. Foi, de fato, a pior partida do Santos em 2013, com atuações mais que apagadas de Cícero, Montillo e de uma defesa que simplesmente não se acertava, propiciando espaços generosos para um time que não tinha qualidade para aproveitá-los, e mesmo assim chegou ao gol duas vezes.

O primeiro gol piauiense, além da generosa contribuição da defesa que marcou em linha e deixou Lúcio Bala solitário, contou com a uma saída desastrosa do gol de Rafael, lembrando jogadas similares de Fábio Costa. O desacerto resultou em um pênalti no ex-jogador santista, convertido por Édson Di. Desde que foi cortado da seleção olímpica, o goleiro Rafael não tem feito a diferença como fazia em diversas pelejas em 2011 e parte de 2012. Além de saídas ruins pelo alto e por baixo, não tem praticado grandes defesas, fazendo atuações apenas comuns. Já o miolo de zaga... Durval mais uma vez fez uma falta desnecessária, uma trapalhada equivalente à feita contra o São Caetano. Daí veio o tento de empate dos donos da casa.



Salvaram-se poucos. Neymar, com duas assistências, mostrou que, se não fosse ele, a situação poderia ter sido ainda pior. Os jovens Alan Santos e Giva também fizeram o que podiam, o nove peixeiro, por exemplo, havia finalizado mais que todo o time adversário quando saiu para dar lugar ao frequentemente inexpressivo André.

A atuação burocrática do Santos, apático e com jogadores se omitindo assustou mais do que o resultado em si. Apatia, aliás, também do técnico Tata, representante de Muricy na partida, que, tal qual seu superior, só mudou aos 35 do segundo tempo e nem fez todas as substituições a que tinha direito.

Essa é uma diferença para aquele jogo de 2010: aquela equipe tinha vontade de jogar, e de acertar, a estreia no torneio foi um ponto baixo em uma ascensão tática e técnica. Hoje, a partida contra o Flamengo-PI parece só o extremo de uma rotina de jogos ruins. Tomara que seja um ponto de mudança. Mas isso é mais torcida do que análise.

Corinthians joga muito e passa fácil pelo San José

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Little Romário comemora o primeiro boi a passar na porteira boliviana (Foto: Marcos Ribolli)

Poucas vezes a expressão “fora o baile” foi tão válida quanto nos 3 a 0 aplicados pelo Corinthians sobre o fraco San José na noite desta quarta, no Pacaembu. Com marcação adiantada o tempo todo, o Timão mal deixou os bolivianos chegarem no campo de ataque.

A falta de meias sentida na última partida foi suprida por uma maior participação de Paulinho ao lado de Danilo, pela pressão constante em cima do adversário com a bola e, sem dúvida, pela falta de futebol do San José.

O primeiro saiu com Romarinho, de cabeça após cobrança de falta de Emerson. Antes disso, Sheik havia sofrido pênalti não marcado pela arbitragem. Os outros dois vieram no segundo tempo, um com Guerrero em novo passe de Sheik e o derradeiro de Edenilson, em bela abertura de Pato após passe de... Sheik.

Sim, Sheik jogou muita bola, bem como Romarinho, responsáveis pela grande movimentação e pela volta da obsessiva marcação no ataque. Os dois foram os melhores em campo, mas na verdade, o ataque todo jogou muito. Para ter uma ideia, Pato entrou no final e, em 15 minutos, meteu uma bola na trave e deu assistência suculenta para o terceiro gol.

A essa altura, Tite já havia sacado Danilo e transformado o já ofensivo 4-2-3-1 inicial em um curioso 4-2-4, só com Paulinho e Ralph no meio, Emerson e Romário pelos lados. A ousadia tão atípica do treinador quando em vantagem no placar se explica pela busca da momentânea segunda colocação geral, conseguida ao ultrapassar no saldo de gols o argentino Vélez Sarsfield, mas que ainda pode ser perdida de acordo com os resultados de outras partidas.

Horácio defende energicamente seu primo JC
Tite tem daqueles problemas bacanas no ataque, com Emerson, Romarinho, Guerrero e Pato jogando muito bem, cada qual em suas características. Destes, parece que Pato, apesar de tecnicamente ser muito bom, perde espaço por não correr loucamente como os demais. Antes disso, alegra meu birrento coração que Jorge Henrique tenha se tornado a quinta opção do meio pra frente – posto que tem boas chances de perder com a volta de Renato Augusto e até de Douglas do estaleiro.

Lá também está o goleiro Cássio, substituído por Júlio “Horácio” César, que hoje não foi exigido mas ainda assim tentou dar alguma emoção num passe meio atrapalhado. JC me deixa na dúvida: não sei se é azarado, pipoqueiro ou simplesmente meio ruinzinho. Volta, Cássio!

quarta-feira, abril 10, 2013

Jesus Cristo na visão de Marco Feliciano

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook



(Via Thiago Balbi)

Quem é o Flamengo do Piauí, adversário do Santos na Copa do Brasil

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Para falar do Flamengo local, que, ao contrário do co-irmão carioca, está bem na luta pelo estadual, é preciso falar dos clubes do Piauí, que não têm tido grande destaque no cenário nacional há algum tempo. Desde 1986, ano da última participação de um time do estado na primeira divisão com o Piauí Esporte Clube, as equipes dali não alcançam chegar sequer à segunda divisão nacional. Assim, a Copa do Brasil se torna o espaço onde conseguem enfrentar os grandes do país.

Desde a criação do torneio, em 1989, dez clubes do Piauí já a disputaram. O Flamengo é quem tem mais participações; com a de 2013, são nove. O Parnahyba, outro representante piauiense em 2013, River, 4 de Julho, Barras, Piauí, Picos, Comercial, Caiçara e Cori-Sabbá são os outros que já disputaram a Copa do Brasil.

O cartel de todos eles é pouco invejável. Em 80 jogos, são 57 derrotas, 11 empates e 12 vitórias. O clube que mais venceu foi justamente o Flamengo, com 6 triunfos. É também o único que conseguiu avançar de fase. Em 2001, chegou até as oitavas de final, vencendo duas vezes o Moto Club do Maranhão por 2 a 1 e desclassificando o Sport com uma vitória por 2 a 0 e uma derrota de 1 a 0. Mas não resistiu ao Corinthians sofrendo duas derrotas, 8 a 1 e 3 a 0. Já em 2002, avançou à segunda fase passando pelo Independente-AP, empate em 1 a 1 fora de casa e vitória por 1 a 0 em seus domínios. A desclassificação aconteceu em uma única partida, derrota por 5 a 0 para o São Paulo.

Jogos entre Flamengo-PI e Santos

Aílton Lira, artilheiro daquele amistoso
Aílton Lira, artilheiro daquele amistoso
Flamengo-PI e Santos se enfrentaram somente uma vez, em um amistoso disputado em 8 de dezembro de 1976, em Teresina. Era o aniversário do clube piauiense e, diante de 10.116 pessoas no mesmo Albertão (estádio Alberto Silva) em que será jogada a partida de quarta-feira, o Peixe venceu por 4 a 2, com dois gols de Aílton Lira, um de Julinho e um de Jorginho Maravilha, com Zé Duarte como treinador.

A única vez em que o Peixe enfrentou uma equipe do Piauí oficialmente foi justamente na última participação de um clube do estado na primeira divisão nacional, em 1986. O Santos foi a Teresina e venceu o Piauí, no Albertão, por 2 a 0, dois gols de Dino Furacão. O atacante, aliás, como lembra este post do Terceiro Tempo, se notabilizou na goleada peixeira sobre o Naútico em setembro, no mesmo Brasileiro de 1986, quando marcou quatro dos cinco gols de um 5 a 0 na Vila Belmiro.

O time piauiense terminou no grupo C daquele confuso Brasileiro com uma vitória, um empate e oito derrotas, Chico Formiga estava à frente do Peixe na ocasião. Em sua última peleja pelo campeonato piauiense, o Flamengo venceu o 4 de julho por 3 a 1, ficando muito perto de assegurar uma vaga para as semifinais da competição e, para o duelo contra o Santos, foram colocados 40 mil ingressos à venda. O jogador mais conhecido do rubro-negro já jogou na Vila Belmiro em 1998 e 1999. Trata-se de Lúcio Bala, atacante de 38 anos que atua pelo 21º clube de sua carreira, e deve estar em campo contra o Peixe na quarta.

Post adaptado do blogue Filho de Peixe. Original aqui.

terça-feira, abril 09, 2013

Pinceladas cariocas - Ninguém mais se lembrará das Torres Gêmeas!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

por Enrico Castro

Convoca, Felipão! Quem não tem Fred caça com Rhayner?
Pode passar muitos anos, mas aqueles momentos históricos importantes ficam gravados para sempre em nossas memórias. Todos se lembram exatamente onde estavam e o que estavam fazendo quando, por exemplo, Getúlio Vargas se suicidou, Ayrton Senna morreu, as Torres Gêmeas foram abatidas, a seleção brasileira venceu cada uma de suas cinco Copas do Mundo etc. O último sábado, 6 de abril de 2013, certamente foi mais uma destas datas que se fixarão em nossas mentes, sobretudo para quem acompanha o velho e violento esporte bretão. O fato apoteótico aconteceu em Volta Redonda, na partida entre Fluminense e Resende, aos 13 minutos do segundo tempo. Após 2 anos e 2 meses, cinco clubes diferentes e 84 jogos, o atacante Rhayner marcou um gol! (pausa para estupefação geral da Nação) E um jejum deste porte não poderia ser findado com um gol comum. Como num roteiro previamente ensaiado, Rhayner invadiu a área, deixou dois adversários pra trás e cruzou; o goleiro do Resende, num afã de ser lembrado na posteridade, decidiu ajudar o malogrado atacante do Flu e empurrou a bola para dentro de sua própria meta. Se encerrava naquele momento o maior jejum de gols de um atacante que se tem notícia no futebol profissional brasileiro. O jogo em si, a vitória do Flu por 2 x 0, e a lesão que vai deixar Fred inativo por pelo menos três semanas foram ofuscados e, portant,o não são dignos de comentários. Começo aqui a campanha “Chama o Rhayner, Felipão!”

"Vozes do Além" complicaram o Fla
Também no sábado, o Flamengo se livrou de mais uma derrota, desta vez para o Duque de Caixas, com um gol de Cléber Santana nos acréscimos: 1 x 1. O time mais uma vez não se encontrou em campo e viu suas ínfimas chances matemáticas de classificação para as finais do 2º turno virarem pó. A partida foi sonolenta até mesmo para quem estava secando o Fla, algo que atualmente significa o mesmo que empurrar bêbado ladeira abaixo. Maldade desnecessária. Tudo transcorria dentro da normalidade até que mais um de nome pomposo resolveu fazer fama na Taça Rio - vide atuação patética do árbitro e lord Philip Benett no jogo entre Botafogo e Madureira, quando desmarcou um pênalti em favor do Botafogo assinalado por ele mesmo. Todos agora têm certeza que a FERJ se antecipou à FIFA e decidiu lançar mão, na clandestinidade, do recurso eletrônico para dirimir dúvidas em lances polêmicos: no jogo entre Flamengo e Duque de Caxias, após Pathrice Maia e o bandeirinha validarem o gol de Hernane, que estava impedido, o árbitro escutou "vozes do Além" (ou seriam as "forças ocultas" do Jânio?) e anulou o tento, afundando ainda mais o Fla. Seja na política, nas relações pessoais ou no futebol, o Rio de Janeiro continua o mesmo: segue na vanguarda da malandragem...
Vitinho está 'comendo a bola'
Já o Botafogo segue implacável e, ainda sem contar com Seedorf, engrenou a sexta vitória consecutiva: 3 x 0 sobre o pato Olaria, digo, fraco Olaria. Mais uma vez Vitinho, que  entrou aos 28 do 2º tempo, fez a diferença. Marcou dois golaços e colocou mais uma interrogação na cabeça do técnico Osvaldo de Oliveira, que segue mantendo o garoto no banco de reservas em prol da escalação dos pernas-de-pau Rafael Marques e Bruno Mendes. Como o Bota é chegado numa superstição, dizem que o jovem é o talismã do momento, e que vai repetir os “feitos” recentes de Iranildo, Almir e Caio. Aquele torcedor alvinegro que acompanha mesmo o time espera, do fundo do âmago, que isso não aconteça, pois nenhum dos três se tornou o craque que as diretorias de suas épocas esperavam. Apesar de ainda ser cedo para afirmar, Vitinho parece jogar mais que todos eles juntos. Já  está na hora de Oswaldo ganhar coragem e escalá-lo desde o início das partidas.

Rivais já miram naufrágio da nau vascaína no Brasileirão
E o Vasco, enfim venceu uma: 2 x 1 frente ao Friburguense. Com isso, encontra-se agora na confortável posição de vice-lanterna de seu grupo (uma vez vice, sempre vice). Como o time apenas cumprirá tabela no restante do torneio, a diretoria vascaína, que é mais desorganizada que pelada dominical de pinguços, tenta de qualquer maneira negociar Dedé, o único do elenco que ainda possui mercado em times de ponta. A expectativa é conseguir fazer caixa para pagar os atrasados e ainda receber jogadores para fortalecer o elenco que, com certeza, brigará para não cair no Brasileirão. Mas, se a negociação com o Corinthians melar, é bom a diretoria pensar logo em um novo treinador, pois Autuori já avisou que, com salários atrasados, vai pular fora da nau vascaína em junho. Se isso acontecer, só um milagre evitará que o barco português afunde no final do ano.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

"Adeus pintura, olá cerveja"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Cachaça não é água. Cerveja não é água. Nem é vinho, nem tinta spray, nem é cola branca, nem manteiga de amendoim...

E tem dias em que um gole parece seguir, goela abaixo, como água... Em outros, embrulha o estômago como cola.

As metáforas podem seguir por rumos variados.

O artista plástico Peter Cuba, que vive em Chicago, montou uma série de peças transformando cada um desses itens em... Budweiser... As imagens, exibidas no perfil do moço no Flickr, sob a alcunha de Two Horse Town, são divertidas, quase nonsense.


 
   

A obra foi publicada em 2010, dois anos depois da compra da americana Anheuser-Busch pela belgo-brasileira InBev. E muito tempo antes da referida marca voltar às prateleiras dos supermercados brasileiros, agora disputando espaço no segmento premium.

Com a explicação da proposta da instalação, tudo fica muito mais claro: "Minha nova arte é pôr rótulos de Budweiser em outras coisas. Adeus pintura, olá bebida". 

Como ironiza Randy Ludacer, do Box Vox, "diluir a marca, nunca a cerveja".

domingo, abril 07, 2013

O que devia ter feito no domingo passado

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O São Paulo foi a Ribeirão Preto com o time reserva e (com a ajuda do juiz) venceu o Botafogo por 3 a 1, ficando bem próximo de terminar a primeira fase do Campeonato Paulista em primeiro lugar - o que garante mando de campo na fase eliminatória. Se perdesse, também não seria muito prejuízo, uma vez que o Palmeiras venceu a - até então - invicta Ponte Preta, segunda colocada na tabela. Isso me faz concordar com a tese de que o Tricolor devia ter adotado a mesma estratégia no domingo passado, quando enfrentou o Corinthians num clássico sem importância.

Ney Franco foi elogiado quando, no final do Brasileirão do ano passado, botou os reservas pra jogar num clássico que também não valia nada contra o mesmo Corinthians. É uma boa tática. Porque, se perde, deu a lógica; e, se vence, dá moral para os reservas. Foi o que aconteceu em dezembro: o "time B" venceu os corintianos por 2 a 1, de virada, e o elenco embalou para a reta final da Sulamericana. Agora, com estratégia diferente, o São Paulo botou os titulares contra o Corinthians, perdeu, embarcou sob pressão para a Bolívia e perdeu de novo. Mau negócio.

Enfim, falando sobre o jogo contra o Botafogo, o juiz Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza ajudou na vitória do São Paulo. Até que expulsou bem o botafoguense Zé Antônio com vermelho direto, por falta feia em Douglas, mas não usou o mesmo critério para aplicar amarelos. A arbitragem foi muito mais rigorosa com botafoguenses do que com sãopaulinos, o que provocou uma segunda expulsão do time do interior no segundo tempo, quando André tomou o segundo amarelo. Ali, com o placar em 0 x 0, o São Paulo ficou com dois jogadores a mais em campo.

Talvez para disfarçar, o juiz aplicou o segundo amarelo em Rodrigo Caio e o expulsou logo em seguida. Com 10 jogadores contra 9 adversários, o São Paulo cavou uma falta na entrada da área e o zagueiro Lúcio acertou bela cobrança para fazer seu primeiro gol com a camisa tricolor. Pouco depois, Wellington trabalhou bem a bola e tocou para Aloísio que, de virada, ampliou. Nesse lance, o volante Maicon, que tinha entrado no segundo tempo, teve uma distensão e saiu. Como Ney Franco já tinha feito as três substituições, o jogo seguiu com 9 jogadores para cada lado até o fim.

Ademilson, em jogada que, sem querer, tabelou com a canela do adversário e saiu na cara do gol, marcou o terceiro. E Dimba (sobrinho daquele outro Dimba) aproveitou uma rebatida do goleiro Dênis para fechar o placar em 3 a 1. Se Ney Franco estava observando alguém para usar entre os titulares em alguma eventualidade, Lúcio, Wellington, Ademilson e Aloísio até que mostraram serviço. Rhodolfo também fez boa partida. Já Cañete, Cortez e Wallyson decepcionaram. Fabrício também não diz a que veio. E Douglas... Bem, Douglas continua o mesmo. Muito ruim.