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quinta-feira, novembro 14, 2013

Enfim, UFA! Muricy merece uma estátua no Morumbi!

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Muricy chora após a vitória contra a Portuguesa: torcida sempre grita seu nome
No DVD "Soberano 2", o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, repete duas vezes a frase "Eu vi a coisa ruim!" (assista aqui, a partir de 15:53) quando fala sobre o sufoco que o time passou contra o Al Ittihad, em 2005, na primeira partida do Mundial de Clubes. Pois entre junho e agosto de 2013, por culpa exatamente de Juvenal, eu e milhões de sãopaulinos também vimos "a coisa ruim" - talvez como nunca antes na história do clube! É por isso que a vitória de ontem por 2 x 0, contra o Flamengo, que alçou o São Paulo aos 49 pontos, 1 acima do patamar de segurança estimado pelo matemático Oswald de Souza para livrar completamente um clube da ameaça de cair para a Série B do Brasileirão, deve ser comemorada como um título (e, curiosamente, na mesma data em que o Cruzeiro sacramentou a conquista do torneio). Digam o que quiserem, mas, nos 63 dias de sua terceira passagem pelo São Paulo, entre 10 de setembro, quando foi apresentado e já comandou o primeiro treino, e 13 de novembro, quando venceu o Flamengo, o técnico Muricy Ramalho operou um verdadeiro MILAGRE. Ele merece uma estátua gigante, na porta do Morumbi!

Juvenal expurgou atletas, desautorizou Ney e precipitou a crise
Eu digo milagre porque, muito além das fraquezas e deficiências do elenco, o time do São Paulo estava completamente destroçado emocional e psicologicamente naquele início de setembro, após uma sequência destruidora de derrotas e vexames iniciada no revés contra o Goiás, pelo Brasileirão, em pleno Morumbi, e que atravessou de forma implacável os comandos de Ney Franco, Milton Cruz e Paulo Autuori. Tudo dava errado, por mais que os treinadores ou os jogadores se matassem em campo. Era um time apático, cabisbaixo, entregue. Concordo que não era tão ruim quando aparentava ser, afinal, no primeiro semestre, chegou às fases de mata-mata do Campeonato Paulista e da Libertadores. Mas foram exatamente as eliminações simultâneas nessas duas competições que levaram Juvenal Juvêncio a precipitar o São Paulo no abismo ao tomar a decisão intempestiva e burra de expurgar seis jogadores para o temível exílio em Cotia (Cañete, Cortez, Fabrício, Henrique Miranda, Luiz Eduardo e Wallyson) - sem critério aparente, afinal, Lúcio, Douglas, Osvaldo e outros que já estavam em péssima fase foram poupados. Aquilo foi o início da enorme crise que quase levou o clube à Série B.

Com a brutal interferência, numa só tacada, Juvenal desvalorizou publicamente atletas de forma totalmente desnecessária, instaurou a insegurança no elenco e, pior, tirou toda a autoridade de Ney Franco. O resultado era previsível e só questão de tempo. Quando Ney foi demitido, a maionese desandou mais do que se imaginava que desandasse. Pior: mesmo com a torcida pedindo nas arquibancadas o então desempregado Muricy, a diretoria resolveu economizar e trouxe Autuori, que não mostra um serviço digno de nota há muito tempo e que deixou o Vasco em uma situação crítica. Para complicar, a sequência de derrotas no Brasileirão (ainda mais humilhantes porque a maioria acontecia no Morumbi) embolou com o passeio tranquilo do Corinthians sobre o time na decisão da Recopa Sul-Americana e na inoportuna excursão para Europa e Ásia, onde cada revés derrubou ainda mais a confiança do time e contribuiu para aumentar a pressão da própria torcida e a zombaria dos adversários. Autuori perdeu 10 dos 17 jogos que comandou! O time que perdeu para o Coritiba na última rodada do 1º turno parecia um bando de defuntos.

A vitória contra o Cruzeiro, no Mineirão, foi a mais inimaginável
E o cadáver seguia com velocidade inegável para o cemitério da Série B. Nem o mais otimista dos otimistas poderia sequer conceber, em delírio, que Muricy, resgatado por Juvenal quando o desespero atingiu o ponto máximo, poderia fazer o São Paulo reagir de forma tão espantosa como aconteceu! Logo de cara, fez o primeiro milagre: três vitórias seguidas, contra Ponte Preta, Vasco e Atlético-MG. O segundo milagre: tirou o time da zona de rebaixamento. E o terceiro: emendou nova sequência de vitórias difíceis, importantes e mesmo inimagináveis principalmente contra o virtual campeão (na época) Cruzeiro, em pleno Mineirão, mais Vitória, Bahia (também fora de casa), Internacional (idem) e Portuguesa. Em 15 partidas pelo Brasileirão, Muricy somou 31 pontos, muito mais do que os 18 conquistados em todos os 19 jogos do 1º turno, e fez o inquestionável milagre de tirar o time da apavorante 18ª colocação na tabela para a atual 7ª posição! Repito: milagre. Maior, na minha opinião, do que o da arrancada do 2º turno de 2008, quando Muricy tirou 11 pontos de desvantagem e ganhou o título na última rodada.

Mas é claro que, por trás do milagre, está o famoso "aqui é trabalho, meu filho!" de Muricy. Ele mudou muita coisa no time, além de recuperar a confiança e a tranquilidade no clube: confirmou a defesa com três zagueiros, com Rodrigo Caio como líbero para ir à frente quando o time tem a posse de bola; fixou Paulo Miranda como lateral-direito e mandou o improdutivo Douglas para a meia-direita; barrou Fabrício (o favorito de Autuori) e "ressuscitou" Maicon para dar apoio a Paulo Henrique Ganso; tirou (corajosamente) Jadson, Osvaldo e Luís Fabiano do time e deu moral para Aloísio e o até então encostado Ademilson. O resultado foi muito melhor do que o esperado. Para quem (como eu) achava que, se o São Paulo conseguisse escapar do rebaixamento, isso aconteceria só na última rodada, no sufoco, Muricy livrou o time da tragédia inédita muito antes disso - o que permite o luxo de poder dar atenção e centrar forças na reta final da Copa Sul-Americana. Por conta do treinador, a torcida sãopaulina vive um alívio impensável há meros dois meses. Aconteça o que acontecer na Sul-Americana, já podemos soltar muitos rojões!

Time grande cai! O campeão Fluminense está na beira do abismo
Finalizo registrando o que eu aprendi com aquela que tenha sido, talvez, a maior crise da história do São Paulo Futebol Clube: ao contrário do que bravateia nossa torcida, time grande cai, sim! Dessa vez nós demos sorte, muita sorte. Não duvido nada de que outra temporada semelhante a essa resulte na queda para a Série B. O Corinthians escapou "raspando" em 2006 e caiu no ano seguinte; o Fluminense foi campeão em 2012 e está perigando cair, somente um ano depois. O Brasileirão é muito nivelado e ninguém está a salvo. O bom retrospecto do São Paulo no campeonato, a partir da instituição dos pontos corridos, iludiu muito os torcedores. Nenhuma estrutura, dinheiro, elenco ou mesmo um treinador como Muricy podem garantir com 100% de certeza que um time nunca vá ser rebaixado. "A bola pune", como professa outra frase conhecida do treinador sãopaulino. Má fase todo clube passa e, se ela for muito longa ou coincida com uma temporada muito nivelada e equilibrada dos adversários, dará em rebaixamento, sem dúvida. Um dia a casa cai. Só que, hoje, respiramos aliviados! Obrigado, Muricy! E vamo, São Paulo!


Passível de processo

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Essa eu ouvi em Brasília (sintomaticamente). Dizem que dois advogados, muito amigos, se esbarraram por acaso, na noite, próximos a um bar.

- Pô, rapaz! Que surpresa!

- Nossa! Quanto tempo! Por onde anda?

- Ih, a história é longa. Escuta, vamos tomar uma?

- Vamos! De quem?

Dois barbudos (que não são adEvogados) tomando uma e
assistindo o gol do Pikachú, do Paysandu, contra o Palmeiras

Som na caixa, manguaça! - Volume 73

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SOY LATINO AMERICANO

(Composição: Zé Rodrix)



ZÉ RODRIX

Não acordo muito cedo
Mas não fico preocupado
Muita gente me censura
E acha que eu estou errado
Deus ajuda a quem madruga
Mas dormir não é pecado
O apressado come cru
E eu como mais descansado...

Soy latino americano
E nunca me engano
E nunca me engano
Soy latino americano
E nunca me engano...

Meu caminho pro trabalho
É um pouco mais comprido
Eu vou sempre pela praia
Que é muito mais divertido
Chego sempre atrasado
Mas eu não corro perigo
Quem devia dar o exemplo
Chega atrasado comigo
E diz:...

Soy latino americano
E nunca me engano
E nunca me engano
Soy latino americano
E nunca me engano...

É legal voltar pra casa
Mas eu não volto correndo
Quem tem pressa de ir embora
No transporte vai morrendo
E eu que não me apresso nunca
PRO MEU BAR EU VOU CORRENDO
E encontro a minha turma toda
Sentada na mesa dizendo assim...

Soy latino americano
E nunca me engano
E nunca me engano
Soy latino americano
E nunca me engano...

Quando eu abro a minha porta
Muita gente está jantando
Quando eu ponho a minha mesa
Muita gente está deitando
Eu me arrumo e vou pra rua
E na rua vou achando
Muita gente que trabalha
Se divertindo e cantando
Assim:...

Soy latino americano
E nunca me engano
E nunca me engano
Soy latino americano
E nunca me engano...

(Do LP "Soy latino americano", EMI-Odeon, 1976)


segunda-feira, novembro 11, 2013

Ponte e S.Paulo levam 3x0 a dez dias de se enfrentarem

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Ganso jogou descansado contra
o Atlético-PR e nada produziu
 (Foto: Felipe Gabriel/Lance!Press)
Ponte Preta e São Paulo farão a primeira partida das semifinais da Copa Sul-Americana no dia 20 de novembro, com mando do time da capital (uma semana depois acontecerá o jogo da volta, em Campinas). Coincidentemente, as duas equipes foram derrotadas ontem, na 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, por placar idêntico: a Ponte levou 3 x 0 do Vitória em casa, mesma contagem aplicada pelo Atlético-PR sobre o Tricolor lá no Paraná. A diferença é que, faltando apenas 5 jogos e 15 pontos em disputa no torneio nacional, o time pontepretano ocupa a penúltima colocação na tabela, com apenas 34 pontos e sério risco de rebaixamento. Já os sãopaulinos, com 46 pontos, estão "mais ou menos" livres da ameaça de cair para a Série B - pois tem matemático que crava 48 pontos como patamar mais seguro.

Comentando sobre meu time, o São Paulo, até entendo a desculpa de Muricy Ramalho ao dizer que devia ter poupado os que jogaram quarta-feira passada na Colômbia. É o velho artifício de jogar a responsabilidade no preparo físico, no cansaço e nunseiquelá. Mas é questionável: Ademilson não jogou nem 45 minutos contra o Atlético Nacional, assim como os quase homônimos Wellington e Welliton. Outros dois que jogaram ontem nem entraram na partida da Sul-Americana e estavam plenamente descansados: Ganso e Osvaldo. Ou seja, quase metade dos jogadores de linha. Reconheço que Muricy conseguiu vitórias milagrosas fora de casa nos últimos 40 dias, a principal e mais surpreendente contra o líder Cruzeiro, a mais heróica contra o Bahia e a não menos importante contra o Internacional.

Só que tudo isso, mais as vitórias decisivas dentro de casa contra Vitória e Portuguesa (o Náutico não conta, pois é surrado por todo mundo) e a progressão paralela na Copa Sul-Americana fizeram muitos sãopaulinos saírem um pouco da realidade e imaginarem briga pelo G-4 no Brasileirão e Ganso na seleção brasileira. Menos, menos. O Muricy achou um jeito - eficiente - de o São Paulo jogar, mas é um jeito pensado e estruturado sob medida para um time sofrível e irregular. Repito isso pela enésima vez (que o time é fraco) porque tenho certeza que, se permanecer no cargo, o treinador vai tentar fazer uma mudança radical no plantel. A defesa conseguiu um importante reforço (Antônio Carlos) e uma grata adaptação (Rodrigo Caio), mas comete falhas infantis em TODOS os jogos, mesmo nas vitórias. E, quando entram, Rafael Toloi e Edson Silva desafiam a resistência de sãopaulinos cardíacos.

Os volantes (Maicon, Denílson e Wellington) não são nenhuma Brastemp. Os laterais (Paulo Miranda improvisado, Douglas e Reinaldo) também estão muito longe de integrarem o planejamento ideal de qualquer treinador brasileiro. No meio, a exceção: Ganso titular e Jadson reserva são, sim, boas opções. Já no ataque, Luís Fabiano está abaixo do mínimo aceitável e Aloísio e Ademilson podem até estar atravessando uma boa fase juntos, mas são apenas medianos; isso me parece consenso. Portanto, levar uma invertida de 3 x 0 do Atlético-PR, mesmo placar sofrido contra o Santos, ou perder dos bons Grêmio e Goiás (todas essas derrotas já com Muricy no comando), para mim é normal. Nenhuma tragédia nisso, nem precisa ficar arrumando desculpas. Esse time do São Paulo, com tanta gente no máximo "esforçada", já fez muito mais do que podia. Merece os parabéns.

Aliás, depois de atingir 46 pontos e respirar um pouco mais aliviado, é natural que o time dê uma relaxada no torneio nacional. Na Sul-Americana, creio que o time vai encarar uma pedreira contra a Ponte, ainda mais com o segundo jogo fora. Mas Muricy me parece seguro e com elenco nas mãos, além de prestígio com a diretoria. Fora isso, ganhou a torcida. O fim de ano para os sãopaulinos está sendo muito melhor que a encomenda. E pode surpreender mais. Vamo, São Paulo!


domingo, novembro 10, 2013

Vasco, com doze, arranca empate com o Santos e sai do Z-4

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“Sem a torcida poderia ter sido até goleada para o adversário, sem fazer média.” Era assim que Juninho Pernambucano, após a partida, resumia o jogo entre Vasco e Santos, no Maracanã. Nessa entrevista à Sportv ele também deu uma notícia temerária aos vascaínos: não deve jogar até o final do ano, após sair no primeiro tempo contundido do gramado.

Bruno Peres marcou o primeiro
Diante do maior público do ano em um jogo entre times do Brasil, 50.421 pagantes e 57.576 presentes, o Vasco foi em alguns momentos o desespero em forma de time. Mas também foi coração na ponta da chuteira, pra usar o clichê que os cruzmaltinos encarnaram na noite do domingo. Porque só isso, e a força de uma torcida que apoiou de forma incrível seus atletas, justifica a reação de sair de um 2 a 0 para um 2 a 2 que por pouco não se tornou vitória ao fim da peleja. Eram 12 contra 11.

Bom, na verdade, não foi só isso. O Santos, na segunda etapa, quando o placar marcava 2 a 1, ajudou o Vasco. Desperdiçou contra-ataques porque, incrivelmente, não tinha jogadas organizadas para essa situação de jogo e alguns atletas, que tiveram chances de ouro, não foram solidários na hora H. Gustavo Henrique, zagueiro que fez o segundo gol, foi infeliz no primeiro gol, mais pelo azar do que pela técnica, mas foi imprevidente ao avançar na marcação de um adversário já marcado no segundo tento vascaíno, deixando André (meu Deus, André!) livre para marcar o gol de empate. 


E foi uma igualdade merecida. Porque os donos da casa, mesmo evidentemente inferiores tecnicamente, “igualaram na pegada”, como diria Dunga, e tiveram mais ímpeto para atacar, até por sua condição de desespero. Claudinei, mais uma vez, não soube aproveitar todo o campo aberto que os vascaínos deixaram quando estavam em desvantagem, tirando William José e colocando um volante, Alan Santos. O time perdeu em velocidade e não ganhou grandes coisas em marcação. Victor Andrade e Gabriel estavam no banco. O treinador terminou a partida tendo feito só uma alteração, com um atacante de ofício apenas em campo. E ele tinha que marcar o lateral na sala, na copa, na cozinha e no toalete. Significa.

Após o fim da contenda, a torcida vascaína ainda foi presenteada com o gol de pênalti de Pato em Araraquara, que jogou o Fluminense na zona do rebaixamento. Os tricolores estão em 18º lugar, com a mesma pontuação do Criciúma, mas com uma vitória a menos. E estão apenas dois pontos acima da Ponte Preta, penúltima. Ave, Luxemburgo!