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segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Um minuto de não silêncio para Nico Nicolaiewski, de Tangos & Tragédias

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Gomez e Nicolaiewski em ação (Ramiro Furquim/Sul21)
Com alguns dias de atraso, é preciso registrar aqui o falecimento, no último dia 7, do ator, músico e compositor Nico Nicolaiewsky. Junto com o parceiro Hique Gomez, ele protagonizou um dos espetáculos mais originais da história do teatro brasileiro. Tangos & Tragédias divertiu milhares durante 27 anos, tendo sempre uma temporada no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, além de correr todo o Brasil. E não eram poucos os que viam a apresentação várias vezes, mesmo ela permanecendo praticamente a mesma no decorrer dos anos.

Na peça, Hique Gomez é Kraunus Sang e Nico Nicolaiewski é o Maestro Plestkaya, ambos naturais da Sbørnia, país fictício do qual foram expulsos após a chegada do rock and roll. Em palco, apresentavam músicas folclóricas da nação, como “Aquarela da Sbørnia”, que conta a história do país, separado do continente após “sucessivas explosões nucleares malsucedidas”, sendo hoje uma “lixeira cultural” do mundo que recicla o que vem de outros locais.


O lugar também é berço do “Copérnico”, coreografia na qual não se pode mexer com as pernas nem com as mãos, momento do show em que o público era convidado – ou desafiado – a incorporar a dança. Outro ponto interessante do país é seu sistema político, o “anarquismo hiberbólico”, definido assim: “Em época de grande indecisão o povo se reúne em uma praça pública e fica naquele clima de indecisão, naquele clima de indecisão, naquela coisa de indecisão... Insuportável indecisão. Indefinível indecisão, indecisível indecisão, aquela coisa, indecisão... Até que nasce uma flor, uma linda flor maravilhosa flor, tão bonita flor...”



Além das canções sbørnianas, Gomez, ao violino, e Nicolaiewsky, no acordeon e piano, também apresentavam "obras de compositores brasileiros mundialmente esquecidos ou ignorados, como Vicente Celestino, Alvarenga & Ranchinho e Cláudio Levitan", conforme eles próprios definiam.

Nicolaiewsky ao piano (Raul Krebs/Divulgação)
O sucesso do espetáculo o levou ainda a ser tema da escola de samba Imperatriz Leopoldinense em 1999 e, em 2007, fizeram um show comemorativo dos 20 anos do espetáculo reunindo 20 mil pessoas na Praça Matriz de Porto Alegre. Em breve, deve ser lançado no circuito comercial o desenho animado Até que a Sbórnia nos Separe, em 3D.

Os 30 anos do Musical Saracura, grupo que Nicolaiewsky integrou junto com Sílvio Marques, Flávio Chaminé e Fernando Pezão também será tema de um documentário da diretora Liliana Sulzbach. Sua última obra solo foi o impagável “Música de Camelô”, levando ao palco interpretações de canções populares, que mostravam "lados ocultos" das músicas.

3 comentários:

Anselmo disse...

"Nós nascemos na sbornia".

Quem aprendeu o que é um istmo com a dupla presta homenagem dobrada.

Anônimo disse...

Que peninha, eu vi ele no programa do Jô, não tem muito tempo, uma pessoa super bonita! Não tinha referência alguma sobre ele, ele foi lá deu entrevista e fez duas canções autorais no piano.

ahmed disse...

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