Destaques

domingo, julho 13, 2014

7 x 1 é conta de mentiroso? 7 motivos para crer que não

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Pronto, a Copa acabou. Mas, se los hermanos também perderam pra Alemanha, pelo menos não perderam de sete. Ou 7 x 1, que, se colocarmos como "1 jogo de 7 a 1", teremos o numeral 171 - que no Brasil configura estelionato, pelo Código Civil, e virou gíria para qualquer tipo de enganação, tapeação. Ou mentira. Afinal, 7 x 1 parece conta de mentiroso. Mas veremos, abaixo, sete motivos para mostrar que, no Brasil, muitos torcedores tiveram sensação de dejà vu no desagradável (para dizer o mínimo) "Mineiraço":

1) São Paulo 7 x 1 União São João (26/10/1997) -  Quem lê o placar e desdenha o time de Araras, que hoje disputa a 2ª Divisão paulista, deve lembrar que naquela época ele disputou a Série A do Brasileiro quatro anos seguidos, entre 1994 e 1997. Foi também o clube tri-superlativo (ão-ão-ão) que revelou o lateral pentacampeão Roberto Carlos. Naquele jogo do Brasileirão, no Morumbi, o União, treinado por Geninho, deu o azar de ter dois jogadores expulsos (Toninho e Ricardo Lima), de o juiz Dalmo Bozano marcar um pênalti duvidoso e de pegar o atacante sãopaulino Dodô "na ponta dos cascos": fez cinco gols. Marcelinho Paraíba fez os outros dois. Em 97, Dodô fazia uma dupla infernal com Aristizábal e chegaria a 55 gols em 69 jogos pelo São Paulo (média de 0,79) - até hoje, o maior artilheiro do clube em uma temporada. Naquele campeonato, o atacante já havia feito todos os gols dos 5 x 0 contra o Cruzeiro, no hoje fatídico Mineirão.



2) Vasco 7 x 1 Guarani (05/08/2001) - Campeão da infame Copa João Havelange, que substituiu o Brasileirão em 2000, o Vasco "atropelou" muita gente no ano seguinte. Comandados em campo por um Romário mais artilheiro que nunca (marcou nada menos que 73 gols em 2000), os vascaínos aplicaram 7 x 0 no Botafogo pelo Carioca, no Maracanã, e repetiriam o placar de 7 x 1 por duas vezes no Brasileirão, ambas em São Januário e contra times paulistas. A primeira vítima foi o Guarani, do técnico Hélio dos Anjos e de Edu Dracena (hoje no Santos), Jadílson (futuro Goiás e São Paulo) e Fumagalli (que iria para o Corinthians). Jogando com dez, depois da expulsão de Sangaletti, o time campineiro sofreu gols de Botti, Jorginho, Juninho Paulista e quatro de Romário, autor de outros dois contra o Botafogo e de mais três contra o São Paulo. Ou seja, dos 21 marcados pelo Vasco naquelas três goleadas de sete em 2001, mais de um terço, nove gols, foram do Baixinho.



3) Vasco 7 x 1 São Paulo (25/11/2001) - Em mais uma partida válida pelo Brasileirão, no estádio dos vascaínos, cinco personagens foram decisivos para que os sãopaulinos sofressem um "Januariaço": o goleiro Rogério Ceni, que pegou a bola com as mãos fora da área logo aos 6 minutos, num lance de bola cabeceada que ia em direção ao gol, e foi corretamente expulso pelo árbitro Carlos Eugênio Simon; o goleiro reserva Alencar, que entrou cometendo falhas grotescas e já foi tomando um peruzaço quando o Vasco abriu o placar; o atacante Romário, em mais uma tarde inspirada, que marcou três vezes; o lateral Gustavo Nery, que também foi expulso e fez o Tricolor terminar com nove em campo; e, mais do que todos, o técnico Nelsinho Baptista, que já havia feito o São Paulo sofrer um 7 x 2 da Portuguesa, no Brasileirão de 1998 - e que voltaria a tomar 7 x 1 quatro anos depois pelo Santos, como veremos mais abaixo. Perto de Nelsinho, Felipão é juvenil.



4) Fluminense 7 x 1 Juventude (27/10/2004)  - Novamente pelo Brasileirão, cariocas e gaúchos se enfrentaram em Volta Redonda, na mesma noite em que, no Morumbi, o zagueiro Serginho, do São Caetano, sofreu um ataque cardíaco e morreu, durante confronto com o São Paulo. No Rio, os destaque da goleada foram o hoje comentarista Roger Flores, com dois gols (um deles uma pintura), Alessandro, que também marcou duas vezes, e Rodrigo Tiuí, o artilheiro da noite, com três anotados. Assim, o Fluminense vingou a derrota de 6 x 0 sofrida em 1999. Mais uma vez, expulsões favoreceram o placar: o Juventude perdeu Lauro e Vanderson (Odvan, do Flu, também levou vermelho). Daquele time gaúcho, treinado por Ivo Wortmann, talvez o único jogador um pouco mais conhecido seja o lateral Jancarlos, que depois jogaria por Goiás e Atlético-PR, antes de sagrar-se campeão brasileiro pelo São Paulo, em 2008 - e falecer num acidente de carro, em 2013.



5) Corinthians 7 x 1 Santos (06/11/2005) -A tragédia santista no Pacaembu começou antes do primeiro minuto de jogo, quando o jovem Halysson fez besteira perto da área e Rosinei abriu o placar. O massacre ainda teria mais três gols do argentino Tévez, dois de Nilmar e um de Marcelo Mattos. A expulsão do santista Rogério favoreceu o "vareio", mas a escalação de Hallyson, que falhou por duas vezes e foi substituído tardiamente, fez com que os torcedores creditassem ao técnico Nelsinho Baptista a culpa pelo desastre. Sim, aquele mesmo treinador que já havia levado sete por duas vezes, com o São Paulo. Num campeonato em que os corintianos seriam campeões após uma polêmica anulação de partidas, a reincidência de Nelsinho leva a crer que a história se repete mesmo como farsa. E a cruel ironia: Baptista seria o técnico no rebaixamento do Corinthians, em 2007.



6) Grêmio 7 x 1 Figueirense (24/07/2008) - Se tivemos Dodô, Romário, Rodrigo Tiuí e Tévez como protagonistas das goleadas anteriores, as estrelas desse atropelo gremista pra cima dos catarinenses, no Brasileirão, foram o colombiano Perea e Reinaldo (aquele que era "melhor que o Tierry Henry" e hoje está no Oeste de Itápolis), com três gols cada um. Marcel fechou o placar. O Grêmio do técnico Celso Roth contava ainda com Victor no gol, que esquentou o banco da malfadada seleção canarinho nesta Copa de 2014, e o hoje aposentado meia Tcheco. Do outro lado, apenas o meia Cleiton Xavier, que teria brilho efêmero no Palmeiras, é digno de nota. Foi ele quem anotou o "gol de honra" da partida. Uma curiosidade: ao contrário dos jogos descritos acima e assim como o Brasil contra a Alemanha, o Figueirense não teve jogador expulso nestes 7 x 1. E, não por acaso, o time de Florianópolis foi um dos rebaixados no Campeonato Brasileiro de 2008.



7) Bahia 7 x 1 Itabuna (25/03/2012) -Em que pese a diferença algo significativa entre a Copa do Mundo e o Campeonato Baiano, nada melhor do que um jogo em que o Bahia, time do coração de Daniel Alves e Dante, encontrou o mesmo nível de dificuldade que a Alemanha teve diante do Brasil de Felipão - e que me perdoe o Itabuna e seu técnico na ocasião, Gélson Fogazzi, pela pouco lisonjeira comparação! O artilheiro daquele dia, com quatro gols (quatro vezes mais do que o Fred em toda a Copa), foi o velho conhecido Souza, ex-artilheiro do Brasileirão pelo Goiás e com passagens por Flamengo e Corinthians. Magno, Junior e Lenine "fecharam o caixão". No jogo, outros dois ex-corintianos marcaram presença: Lulinha, pelo Bahia, e  Fernando Baiano, de tempos (muito) idos, pelo Itabuna. Detalhe: a equipe de Salvador era treinada por ninguém menos que Paulo Roberto Falcão, que treinou a seleção brasileira mas não chegou a uma Copa. Nem levou 7 x 1 da Alemanha...

5 comentários:

Unknown disse...

Exatamente, Guilherme. Na minha opinião, não vai mudar nada (ou quase nada) nem na CBF, nem na seleção brasileira e nem organização do futebol brasileiro. Se tiver alguma mudança, será só perfumaria. Digo isso porque penso que a mudança tem que vir, necessariamente, dos clubes. Que poderiam (ou melhor, deveriam) se unir para formar uma liga independente, com organização, regras e diretrizes modernas, nos moldes do que se faz em outros países. Mas são esses próprios clubes que, endividados e sedentos por negociatas lucrativas, dizem AMÉM para tudo o que a CBF e a Globo (que são os que sustentam e patrocinam os clubes). E hoje (como sempre), para a CBF e a Globo, tudo está correndo às mil maravilhas, com lucros cada vez maiores. Portanto, mudar pra quê? O torcedor que se dane. O mesmo torcedor, aliás, que vai pintar as ruas, estender bandeiras, vestir verde e amarelo e se postar buzinando vuvuzelas na frente da TV, em 2018. Mesmo que NADA tenha mudado no futebol brasileiro, ou ainda que tenha mudado pra pior. Duvida?

Quanto à mídia, sou suspeito pra falar. Mas, como consumidor de mídia, prefiro... não consumir. Evita úlcera, depressão e síndrome do pânico. (rs)

Grande abraço - e continue lendo, comentando e recomendando o Futepoca.

raybanoutlet001 disse...

michael kors
cleveland cavaliers jerseys
michael kors handbags
red valentino
michael kors outlet clearance
air max 90
gucci handbags
nike trainers uk
coach outlet online
gucci bags

Unknown disse...

atlanta falcons jersey
longchamp handbags
adidas nmd
chrome hearts
nike air max 2017
adidas outlet
air max 95
pandora jewelry
kobe basketball shoes
michael kors factory outlet

zzyytt disse...

yeezy boost
tory burch outlet
yeezy boost 350
nike air max 2019
caterpillar boots
tom ford sunglasses
kobe sneakers
real jordans for sale cheap
yeezy boost 350
balenciaga sneakers

Unknown disse...

nike flyknit trainer
yeezy shoes
lacoste polo
balenciaga
yeezy boost 350
yeezy
calvin klein underwear
kobe shoes
nike cortez
salvatore ferragamo belt