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domingo, julho 20, 2014

De volta ao mundo real, até que tem futebol no Brasileirão

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Guerrero guardou o dele, o que é um bom começo
De volta ao mundo real, onde os jogos de futebol não são entre seleções nem reúnem os melhores jogadores do mundo, assisti logo uns quatro  do Brasileirão nessa semana. Tratamento de choque, arrancar o band-aid, sabe como é.

O surpreendente é que o que vi não me deixou tão assustado assim. Teve momentos horrorosos, sem dúvida, mas também uns minutos de futebol bem jogado.

Para meu alívio, alguns desses minutos foram protagonizados pelo meu Corinthians, na vitória contra o Internacional - a primeira na casa nova, alvíssaras. Adversário de nível, o que valoriza os dois gols construídos com pressão na saída de bola, toque de bola rápido e jogadas inspiradas, como o belo passe de Jadson para o gol de Guerrero - pois é, o centroavante marcou. Elias jogou bem, a defesa foi consistente, Cássio fez uma defesa milagrosa, tudo certo.

Isso foi tudo antes dos 20 minutos de jogo, partida praticamente resolvida, coisa e tal. Aí começa o pepino, e um velho conhecido dos alvinegros: o time recua para atrair o adversário e buscar o contra-ataque. Nada contra a opção num jogo com vantagem de dois gols. Holanda, Argélia, Costa Rica e Argentina estão aí pra mostrar que um bom contra-golpe é uma arma poderosa. Mas o problema é que o dito cujo não sai. A defesa até que vai bem, mas quando retoma a bola, a coisa trava.

Não sei se é uma questão de posicionamento, time recuado demais e sem opções para o passe rápido, ou de técnica, o cara que pega a bola não sabe o que fazer com ela. Mas o fato é que os meias erram os passes, os atacantes não se mexem ou ficam isolados, e só acertamos de fato uma chance nessa modalidade, quando Luciano errou a cabeçada que poderia abrir a porteira do Inter. Em vez disso, ficamos acuados lá atrás até que o Colorado fazer seu gol. Emoção demais pro meu gosto.

Outro time que jogou bem na partida que vi foi o São Paulo. Futebol bacana de ver, com muita troca de passes, movimentação, busca do ataque, defesa pensada com a ocupação de espaços. Pergunta: alguma dessas características lembra algum time já montado por Muricy Ramalho? Pois é, parece que a Copa fez bem ao inventor do famigerado muricybol.

A opção fez bem a Ganso, que parece mais aceso e adaptado a esse estilo de jogo. Falta ainda um pouco mais de participação na fase defensiva, mas o meia está bem. Outro que fez bom começo é Allan Kardec, que estreou marcando o segundo gol, resultado de uma bonita trama entre Ganso e o bom volante Souza.

No segundo tempo, o time tirou o pé do acelerador e chegou a passar uma certa raiva, mesmo com o Bahia  fazendo uma apresentação tenebrosa. Como acabou perdendo em casa na partida seguinte para a Chapecoense, diminuiu minha preocupação inicial.

O Bahia também esteve em outra partida que vi parcialmente, contra o Atlético MG, no Independência. E curiosamente, foi o visitante que fez o melhor jogo no primeiro tempo. Baixou um pouco a ansiedade e conseguiu tocar minimamente a bola, o que não fez contra o São Paulo. O time nordestino ainda busca uma melhor formação, mas pelos dois jogos palpito que William Barbio merece começar jogando e que Rainer não pode pegar a bola no meio de campo sob pena de perdê-la no quarto drible que o rapaz exige antes de passar a redonda.

Já o Atlético foi decepcionante, pelo menos na primeira etapa, com passes errados a granel. Claro que não tinha vários de seus principais jogadores, entre eles Ronaldinho Gaúcho, fora do time por opção de Levir Culpi. Segundo o técnico, os números do ex-craque não têm demonstrado efetividade e Guilherme está melhor. Por mais que o argumento não seja muito do gosto do torcedor brasileiro, fico me perguntando se os atleticanos sentem tanta falta do Gaúcho quanto alguns profestas do passado que depois da eliminação da seleção passaram a pedir o ex-melhor do mundo no elenco de Felipão.

De todo jeito, os mineiros melhoraram no segundo tempo com a entrada de Luan, autor do gol de empate. E Levir, sejá lá o que diga sua planilha, tem uma boa dose de trabalho a fazer.

O jogo mais fraco da minha pequena lista foi Grêmio e Goiás. Lento, pouco criativo e com poucas chances de gol, valeu o 0 a 0. Exatamente como eu imaginava que todos seriam, no que me descobri agradavelmente equivocado.

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