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sexta-feira, agosto 28, 2015

Feijoada, rabada com agrião, cerveja e caipirinha

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Das coisas que mais gosto no Rio de Janeiro, desde que descobri aquela cidade, há uns cinco anos, estão os tradicionais butecos de bairro. Butecos mesmo, na acepção da palavra, daqueles que têm o mesmo dono há décadas e que acaba, com o tempo, agregando uma fauna de figuras e clientes fiéis. Algo como o nosso lendário (e saudoso) Bar do Vavá, aqui em São Paulo, ou o Mosca Feliz, meu buteco predileto lá em "Botafurca", região de confluência entre os bairros de Botafogo e Urca no Rio, próxima à Praia Vermelha. Pois foi exatamente num buteco desses, na Tijuca, que o ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica, se enfiou na manhã de ontem.

Segundo notícia do portal "Pragmatismo Político", Mujica, que está no Rio para uma homenagem e evento com estudantes da Universidade Estadual (Uerj), pediu "feijoada, rabada com agrião, cerveja e caipirinha" no Bar do José, na Zona Norte carioca. Melhor ainda: "ao som de Amado Batista". “Escolhi a trilha sonora porque gosto e deu um clima mais legal pro almoço. Nunca imaginei ter um presidente aqui”, contou José Alves Ferreira, o cearense que comanda o referido buteco há 14 anos. “Te falar? Político brasileiro é muito cheio de frescura. Aqui é só rabada, feijoada, mocotó…”, opinou.

'Pepe' Mujica manda brasa na rabada e nas cervejas do Bar do José, no Rio de Janeiro

O dono do buteco disse ainda que “não conhecia muito bem” o uruguaio, o que fica evidente quando revela que votou em Aécio Neves (PSDB) em 2014 e que é a favor da saída de Dilma Rousseff (PT) do governo federal. Com certeza, ele desconhece o apoio incondicional de Mujica à Dilma, que o levou a criticar a criminalização da presidente do Brasil, de Luiz Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores em seu programa de rádio, no dia 14 de julho deste ano. "Esse ranço capitalista do Brasil imperial não pode aceitar a liderança de homens e mulheres que não são de sua entranha, mas definitivamente tendem a ser e representar as imensas maiorias”, criticou Mujica, na ocasião.

“Tirar 40 milhões de cidadãos da miséria. É isso o que significou o governo do PT e principalmente o impulso de Lula, assinando talvez em termos quantitativos a maior façanha da história econômica da América Latina, se por façanha se entende como vivem as pessoas e não simplesmente números, papéis”, acrescentou o ex-presidente do Uruguai. Ontem, ao ouvir os gritos de “não vai ter golpe” dos estudantes da Uerj, Mujica comentou: “Golpe de Estado, por favor! Este filme já vimos muitas vezes na América Latina. Esta democracia não é perfeita, porque nós não somos perfeitos. Mas temos que defendê-la para melhorá-la, não para sepultá-la”. E fim de papo (de bar).


quinta-feira, agosto 27, 2015

09, 10, 11 e 12 são dezenas do burro

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Com um pênalti mandrake, uma expulsão providencial e um "pombo sem asa", de fora da área, do Thiago Mendes, o São Paulo eliminou o Ceará na Copa do Brasil e deu alguma sobrevida ao técnico Juan Carlos Osorio. Mas ele - sabiamente - ainda não descartou a oferta da seleção mexicana (que, curiosamente, também foi atrás do Muricy Ramalho em 2008). A melhor definição que vi sobre a situação do treinador sãopaulino - e a draga que é a equipe que ele comanda - foi a de um torcedor, numa rede social: "Para o bem do time, tem que ficar. Mas, para o bem dele próprio, tem que ir embora!"

Cabe aqui registrar, também, o que o Chico Palhares me disse sobre o técnico do São Paulo:

- Parece aqueles bicheiros de antigamente, que ficavam anotando jogo na esquina!

Pois é: fica anotando coisas pro Pato, pro Ganso - e depois ainda ouve a côro de "burro" da torcida! Só resta saber que bicho vai dar nesse fim de temporada futebolística...


terça-feira, agosto 25, 2015

Contrato de professora exigia: 'Não beber cerveja, vinho ou uísque'

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Circula na inFernet um "Contrato de Professores" de 1923, mas direcionado exclusivamente às "senhoritas". Um verdadeiro show de machismo (institucionalizado): determina que a tal "senhorita" que assinasse o acordo para dar aulas num período de oito meses comprometia-se a, entre outras barbaridades, "não se casar" (!), "não andar em companhia de homens" (!!), "ficar em casa entre às [sic] 8h da noite e às [sic] 6h da manhã" (!!!), "não passear pelas sorveterias" (!!!!) e "não abandonar a cidade (...) sem permissão do presidente do Conselho de Delegados" (!!!!!). Mas não apenas isso. Também há cláusulas castradoras em relação ao fumo e à manguaça. Confiram:


Se a imagem dificulta a leitura, reforço os itens 6 e 7: "Não fumar cigarros. Este contrato ficará automaticamente anulado e sem efeito se a professora for encontrada fumando" e "Não beber cerveja, vinho ou uísque. Este contrato ficará automaticamente anulado e sem efeito se a professora for encontrada bebendo cerveja, vinho ou uísque". O contrato ainda arrematava: "Não viajar em carruagem ou automóvel com qualquer homem, exceto seu irmão ou seu pai". Se considerarmos que, de qualquer forma, uma professora já era, naquele tempo, mais independente e autônoma que as outras mulheres, fico imaginando as proibições "não escritas" às esposas e donas-de-casa da época. Impressionante.

Ps.: Segundo o leitor Renato, "este contrato é verdadeiro. Esta no livro “Trabalho docente e textos” (edição de 1995 da editora Artes Médicas, na página 68) de Michael Apple, sociólogo estudioso da área de currículo".

Som na caixa, manguaça! - Volume 86

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MISERERE NOBIS

Gilberto Gil

Miserere-re nobis
Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá
É no sempre, sempre serão

Já não somos como na chegada
Calados e magros, esperando o jantar
Na borda do prato se limita a janta
As espinhas do peixe de volta pro mar

Miserere-re nobis
Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá
É no sempre, sempre serão

Tomara que um dia de um dia seja

Para todos e sempre a mesma cerveja
Tomara que um dia de um dia não
Para todos e sempre metade do pão

Tomara que um dia de um dia seja
Que seja de linho a toalha da mesa
Tomara que um dia de um dia não
Na mesa da gente tem banana e feijão

Miserere-re nobis
Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá
É no sempre, sempre serão

Já não somos como na chegada
O sol já é claro nas águas quietas do mangue
Derramemos vinho no linho da mesa
Molhada de vinho e manchada de sangue

Miserere-re nobis
Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá
É no sempre, sempre serão

Bê, rê, a - Bra
Zê, i, lê - zil
Fê, u - fu
Zê, i, lê - zil
Cê, a - ca
Nê, agá, a, o, til - ão

Ora pro nobis


(Do LP "Panis et circensis", Philips, 1968)


segunda-feira, agosto 24, 2015

Um time inteiro (até com técnico)

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Em 2015, já saíram Cañete, Jonathan Cafu, Paulo Miranda, Rafael Tolói, Antônio Carlos, Boschilia, Denilson, Souza, Maicon, Ewandro e Ademilson, além do técnico Muricy Ramalho. Um time inteiro, até com técnico

A saída do zagueiro Rafael Tolói completa a soma exata de 11 jogadores que deixaram o elenco do São Paulo em 2015. Um time inteiro - e até com técnico, Muricy Ramalho. Além de Tolói, foram vendidos este ano Maicon, Antônio Carlos, Jonathan Cafu, Paulo Miranda, Denilson, Cañete, Souza e Boschilia, e emprestados Ademilson e Ewandro. E até podemos incluir nesse time um reserva, caso do lateral-esquerdo Clemente Rodríguez, o primeiro a ser vendido, no início de fevereiro, para o Colón. A debandada poderia ter sido pior: o zagueiro/volante Rodrigo Caio quase foi vendido para o futebol espanhol, o centroavante Luís Fabiano teve proposta do México e o meia Ganso, dos Estados Unidos. Agora o lateral-direito Auro pode ser emprestado a um clube português...

É óbvio que a "diáspora" sãopaulina tem a ver com grana. Afundado em dívidas, sem patrocínio master há mais de um ano e atrasando salários, o clube tem previsão de fechar 2015 no vermelho, com déficit de R$ 130 milhões. Frutos da gestão pífia de Carlos Miguel Aidar, mas também herança da hecatombe que foi a última passagem de Juvenal Juvêncio. Prova disso é que Clemente Rodríguez, o qual o clube só conseguiu se livrar este ano, foi contratado por Juvêncio em 2013, jogou só três vezes em dois anos, causando um prejuízo total de R$ 3 milhões (!!!). Na gestão do "Velho Barreiro", também, o empresário Eduardo Uram chegou a empregar dez (DEZ!) de seus jogadores no São Paulo.

Welliton foi um dos casos mais escandalosos na "parceria" com esse empresário. O atacante passou quatro meses no Tricolor em 2013, custou R$ 800 mil somente em salários, foi titular apenas seis vezes e marcou quatro gols. Como veio, foi. E o São Paulo, por pouco, não foi rebaixado para a Série B do Brasileirão naquele ano. Voltando a Juvêncio, se consideramos como 11 o número de jogadores que saíram este ano, é o mesmo tanto que o ex-presidente trouxe, de uma só vez, na virada de 2009 para 2010: André Luis, Xandão, Alex Silva, Rodrigo Souto, Carlinhos Paraíba, Léo Lima, Marcelinho Paraíba, Fernandinho, Cléber Santana, Cicinho e Fernandão. Todos saíram pela porta dos fundos.
 
As apostas erradas de Juvenal Juvêncio também se refletem na quantidade de jogadores que estão emprestados atualmente. Além de Ademilson e Ewandro, o São Paulo mantém em outros clubes o lateral-esquerdo Cortez (Albirex Nigata-JAP), o volante Wellington (Internacional), o lateral-direito Luis Ricardo (Botafogo), o lateral-esquerdo Carleto (Botafogo), o atacante Ronieli (Bragantino), o meia-atacante Roni (Chiapas), o lateral-direito Caramelo (Chapecoense), o zagueiro Luiz Eduardo (Rio Claro), o lateral-esquerdo Lucas Faria (Náutico) e o atacante Bruno Cantanhede (Rio Claro). Mais doze atletas no total, ou seja, outro time inteiro, com um reserva...

Em 2015, logo depois de Clemente, saiu, ainda em fevereiro, o atacante Ademilson, por empréstimo, para o Yokohama. No início de março, o volante Maicon perdeu a paciência com as críticas da torcida e foi para o Grêmio. Um mês e meio depois, o zagueiro Antônio Carlos, totalmente encostado, arrumou uma transferência para o Fluminense. Foi então que o técnico Muricy Ramalho, que tentou segurar Maicon e que perdeu apoio da diretoria e dos próprios atletas, resolveu pegar o boné "por livre e espontânea pressão" e passou o abacaxi para Milton Cruz. Em junho, chegou o treinador colombiano Juan Carlos Osorio.

Naquele mesmo mês, o elenco perdeu o ponta Jonathan Cafu, para o Ludogorets, da Bulgária; o zagueiro Paulo Miranda, para o Red Bull Salzburg, da Áustria; o volante Denilson, para o Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos; e o atacante Cañete, pouco aproveitado, para o alagoano CRB. E não parou por aí: em julho, foi vendido o volante Souza, para o Fenerbahçe, da Turquia, e emprestado o centrovante Ewandro, para o Atlético-PR; e em agosto, foi vendido o meia Boschilia, para o Monaco, e o zagueiro Rafael Tolói, para o Atalanta. Com isso e três derrotas seguidas (duas delas, vexames contra Goiás e Ceará), o treinador Osorio recebeu proposta da seleção mexicana e subiu no telhado.

Se ele sair, há um cenário bem previsível: Milton Cruz "segura a peruca" mais uma vez, por dois ou três jogos, até que o Cruzeiro perca mais algumas partidas e demita Vanderlei Luxemburgo, que foi sondado pela diretoria antes da contratação do colombiano. Daí, pra escapar da "confusão" (rebaixamento para a Série B), termo cunhado pelo próprio "pofexô", só restará ao São Paulo se virar com o atacante Wilder Guisao, que estava na reserva do Tocula, o zagueiro Luiz Eduardo, que disputava a Série D (!) com o São Caetano e o goleador Rogério, o "Neymar do Nordeste", rebaixado com o Botafogo-RJ em 2014, em vias de ser contratado. Pode-se confiar, ainda, na recuperação do zagueiro/volante Breno, do atacante Alan Kardec e do meia Daniel, todos "clientes" do Departamento Médico.

No mais, Alexandre Pato pode sair até o fim do mês e Ganso e Luís Fabiano, se aparecerem loucos, digo, clubes interessados em pagar algo que o valha, também podem se despedir ainda neste semestre. Se os três caírem mesmo fora, Milton Cruz, Luxemburgo ou qualquer outro maluco que topar a "bucha" de treinar a equipe teria que apelar para uma retranca de time do interior. Como, pelo o que vêm jogando, Bruno, Wesley, Thiago Mendes, Centurión e Wilder não merecem mais do que a reserva, montaríamos um time com Rogério Ceni ou Renan Ribeiro no gol, mais Carlinhos (na lateral-direita), Edson Silva, Lucão, Luiz Eduardo e Reinaldo; Breno, Hudson, Rodrigo Caio e Michel Bastos; mais um isolado na frente (Alan Kardec ou Rogério "Neymar"). É o que tem. E QUE DEUS NOS AJUDE!!!