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segunda-feira, junho 05, 2006

Enquanto isso, no Bar do Vavá...(2ª edição)

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Bem amigos da Rede Blog
(sem cartão, Glauco!)

No fim de semana, pra variar, fomos todos encher o tanque no Bar do Vavá. Tava um frio de lascar o cano, por isso tivemos a péssima idéia de tomar conhaque junto com a cerveja. Ou quase isso, porque não era bem conhaque. Era Dreher (bbrrrr...). E não era bem cerveja, era Brahma. A certa altura, em vez de tomar um gole de uma coisa e depois de outra, decidi misturar tudo no mesmo copo. Daí, pode-se imaginar o tamanho da ressaca...

Nesses momentos de delírios e alucinações, entre um engov e outro, pude acompanhar o treino da Selecinha contra a Nova Zelândia. Vi apenas dois jogadores em campo: Kaká e Kaká (é que o porre foi tão grande que ainda hoje estou vendo tudo dobrado!). O resto era um bando de esforçados. O que acontece, na verdade, é que eu não consigo me entusiasmar com esse time.

Aliás, já faz duas décadas que não torço para o Brasil, pois não concordo com as convocações e muito menos com os titulares. Daí, sem ter o que fazer (e ainda bêbado), voltei ao Bar do Vavá, pedi uma dose de Contini (bleaaarghhh...) e comecei a me imaginar como técnico do Brasil, antes de 15 de maio. Com poderes para escalar quem eu quisesse. Pensei primeiro nos 23 convocados, depois no time titular. Papel e caneta na mão (trêmula), o resultado foi que expeli essa lista como se fosse bílis...

Para quem não me conhece, é importante frisar que, mesmo sóbrio, eu não entendo LHUFAS de futebol. Nadica de nada. Não acerto uma previsão daquelas mais óbvias e sempre sou um dos últimos em qualquer bolão. Muito provavelmente, qualquer time que eu convocasse, treinasse ou desse palpite estaria irremediavelmente fadado ao fracasso absoluto. Portanto, não se espantem ao ver minha lista. Podem rir à vontade. Mas vale o exercício da brincadeira.

Para a convocação, levei em consideração dois dos melhores "conjuntos" surgidos no futebol nacional desde a Copa de 2002: o Santos de 2002 a 2004, e a base do São Paulo montada a partir de 2004. Com metade do time titular composto por essa mistura, pensei que os verdadeiros craques - Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho - poderiam ter mais liberdade para fazer o que sabem, nas posições onde ficam mais à vontade.

E em vez de levar 4 volantes, 4 meias e 4 atacantes de ofício, como o Parreira fez, eu levaria 3 volantes, 3 meias, 1 volante/meia e 5 atacantes. Por observar que o Juninho Pernambucano pode jogar de volante (como no Lyon) e de meia. E que o ataque pode ser alterado de acordo com o andamento dos jogos - e porque, se eu não levasse Ronaldo ou Adriano, como me deu vontade de fazer, eu seria simplesmente linchado.

Sem mais delongas, vamos lá:

GOLEIROS
A mesma coisa: Dida, Rogério Ceni e Júlio César (o Gomes poderia ir, mas realmente tanto faz)

LATERAIS
Cicinho, Cafu, Leo, Júnior

ZAGA
Juan, Rodrigo (ex-São Paulo), Alex (ex-Santos), Luisão

VOLANTES
Mineiro, Elano, Emerson

VOLANTE/ MEIA
Juninho Pernambucano

MEIAS
Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Alex (ex-Cruzeiro)

ATACANTES
Robinho, Nilmar, Vágner Love, Ronaldo, Adriano

Dos 23, montaria um time titular assim:

Rogério Ceni (ou Dida); Cicinho, Rodrigo, Alex e Leo; Mineiro, Elano, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Robinho e Nilmar (ou Vágner Love)

O Emerson e o Juninho Pernambucano seriam opções para troca de qualquer dos volantes. No meio, Alex ou o próprio Juninho Pernambucano poderiam entrar durante as partidas. E na frente, Ronaldo, Adriano ou Vágner Love substituiriam Robinho ou Nilmar, dependendo da característica do adversário ou do andamento do jogo.

Acho interessante manter Alex (zagueiro), Elano e Leo se revezando na marcação e na criação de jogadas pela esquerda, e Rodrigo, Mineiro e Cicinho pela direita. Não que eles sejam tão melhores do que Cafu, Roberto Carlos, Emerson, Juan e Zé Roberto, mas é o tal sentido de aproveitar os "conjuntos" formados no Santos e no São Paulo, com mais tabelas e descidas rápidas, além de garantir uma marcação mais entrosada.

O Kaká ajudaria na marcação girando pelos dois lados, como já faz. O Ronaldinho Gaúcho cairia mais pela esquerda, como no Barcelona, e o Nilmar totalmente pela direita, como no Corinthians. E o Robinho jogaria como centroavante clássico - mas sempre voltando pra tabelar com os meias e ajudar na marcação, coisa que ele faz muito melhor que Ronaldo ou Adriano. E penso, sinceramente, que Nilmar e Vágner Love mereceriam jogar nessa Copa o mesmo tanto que eles.

Quanto aos goleiros, meu titular seria o Marcos, se não estivesse machucado. O Dida é melhor nas bolas aéreas e nos pênaltis. O Rogério Ceni joga melhor com os pés e sabe armar contra-ataques. Não sei, pode ser qualquer um dos dois.

E então? É muita loucura ou é só alucinação alcoólica? Esse time cairia na primeira fase? Onde essa seleção ficaria mais exposta? Em que setor ocorreria a cagada fatal?

Não acho que seja tão pior do que esse timinho do Parreira. Com o que pensei (ou alucinei), posso dizer que finalmente teria vontade de torcer pela seleção...

Buenas, opinem. Listem seus convocados e o time titular. Abra uma cerveja e solte o celerado que existe na sua cachola. Convoque e escale sua mais improvável seleção. Um abraço (trêmulo) e nos vemos na próxima edição de "Enquanto isso, no Bar do Vavá...".

Ou no próximo gole!

Momentos patéticos – Rivais na lama

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Com uma vitória, um empate e oito derrotas, o Palmeiras amarga a vice-lanterna do campeonato com quatro pontos. O Corinthians, com 9 pontos, tem três vitórias e sete derrotas. A lama do primeiro é mais profunda, mas o Timão não quis abandonar seu arqui-rival. Momento historicamente patético.

Kaká é o cara?

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Talvez ele seja o menos badalado jogador do dito "quarteto mágico", mas ontem, no amistoso contra a fraca Nova Zelândia, Kaká mostrou que pode ser uma das principais estrelas do Brasil na Copa.

Jogando de uma forma diferente da que costuma no Milan, onde atua mais na função de ponta-de-lança vindo de trás e com liberdade para ficar em qualquer lado do campo, Kaká parecia bastante adaptado à função que Parreira exigia dele. Deslocado pela direita, fez a jogada do primeiro gol do Brasil como um legítimo ponta. Além disso, anotou o seu gol também no estilo a que ele já está habituado, com velocidade e arranque.

O fato de jogar no futebol italiano, de forte marcação, pode fazer dele uma peça fundamental para a seleção furar retrancas mais ferrenhas, que serão uma característica de boa parte dos times que disputarão a Copa. Sua versatilidade, a facilidade tanto de armar o jogo como de finalizar também podem ser outro ponto a favor, além dele ser um atleta menos visado que os dois Ronaldos. Será que Kaká vai roubar a cena na Alemanha?

domingo, junho 04, 2006

O árbitro

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No momento atual do futebol, repleto de erros de arbitragem que são rigorosamente fiscalizados pelas câmeras de televisão, o juiz chama cada vez mais atenção da mídia. Então, é justo falar um pouco da pessoa que vai apitar a partida de estréia do Brasil na Copa, o mexicano Benito Armando Archundia. Seus auxiliares serão José Ramírez e Hector Vergara, ambos do México, já que, no Mundial, os trios são sempre do mesmo país.

Archundia é o mesmo que apitou a final do Mundial entre Liverpool e São Paulo, em 2005. Ali, ele foi bastante questionado pelos jogadores da equipe inglesa, que teve três gols anulados. É preciso lembrar que dois deles corretamente, sem sombra de dúvidas, enquanto o outro é discutível, mas é aquele típico lance em que qualquer das opções – dar ou anular o gol – causaria polêmica e reclamações.

O árbitro mexicano é advogado e árbitro desde 1987, integrando o quadro da FIFA desde 1993. Sua primeira partida internacional foi entre Estados Unidos e Grécia, em 1994. Agora a responsabilidade é levemente maior.

Limitações geopolíticas

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A falta de assunto da imprensa esportiva já foi tema de posts anteriores neste Futepoca. E aqui se aponta um preocupante agravante. Seja pela tabela da Copa, seja pelo cenário global, as digreções sobre as relações políticas entre países estão um pouco limitadas. Desafio para pauteiros de plantão cujo ganha-pão é arrumar assunto para os dias de jogo.

Diferentemente de 1998, quando a seleção do Irã bateu a dos Estados Unidos por 2 a 1 logo na primeira fase, numa partida chamada à época de "Jogo da Paz", nesta edição do Mundial da Fifa, a partida só se repetirá em uma improvável final ou decisão de terceiro e quarto lugares. Córeia do Norte, Afeganistão, Iraque, Venezuela, Cuba e Bolívia não estão sequer classificados. Para piorar, os americanos não estão nem aí pra Copa.

Nem a Alemanha, agora governada pela conservadora Merkel, discorda da política adotada pela cúpula de George W. Bush em relação ao Irã – de negociar e ainda dar um pacote de presentinhos (opa, incentivos). Jacques Chirac, presidente francês, e Tony Blair, premier britânico, tampouco andam muito brigões com ninguém.

Restam o antigo imperialismo e questões de política interna – mesmo as não tão internas assim. No primeiro lote, Portugal e Angola se enfrentam na primeira fase. A Tunísia pode enfrentar a França nas oitavas se chegar até lá. Alemanha e Polônia ainda pode render algum tipo de cobertura remetendo À década de 30 e à Segunda Guerra, mas nada que empolgue os pauteiros desocupados.

No segundo, os conflitos de Paris de novembro, envolvendo imigrantes e filhos de imigrantes africanos podem render pautas que expliquem a profusão de negros nas seleções da Alemanha, Polônia, França, Suécia etc. Uma esperança para historiadores e cientistas políticos que aguardam ansiosamente a convocação para palpitarem sobre algum tema desses ao qual ninguém presta atenção.