Destaques

quarta-feira, julho 05, 2006

Renovação

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Dez entre nove manguaças tem a solução para a Seleção canarinho a partir de agora: renovação. Em um inacreditável esforço de memória, o Futepoca fez um levantamento da taxa de manutenção e troca de jogadores por mundial a partir de 1994 em relação à edição anterior.

O elenco da "era Dunga", como ficou conhecida a opção pelo preparo físico de Sebastião Lazaroni, em 1990 – numa injustiça ao exímio lançador que o volante se tornou depois –, deixou 10 dos 22 como herança para 1994. Apenas dois deles, Muller e Ricardo Rocha foram reservas (o primeiro sem lugar por causa de Romário e o segundo por carência de tendão disponível). Veio o Tetra.

Mário Jorge Lobo Zagallo foi para o Mundial da França em 1998 com sete jogadores do plantel anterior, todos titulares. Lá, já eram 23 os convocados. O sonho do Penta foi adiado e apenas seis jogadores permaneceram para a vitoriosa campanha de 2002 de Luiz Felipe Scolari. Da Córeia-Japão para a Alemanha, foram novamente 10 os jogadores mantidos, mas o resultado um fiasco.

A maior continuidade ocorreu em 1994 e 2006, ambos tinham Carlos Alberto Parreira como técnico. Há que se considerar que Zé Roberto esteve em 1998 e neste ano, mas não no time pentacampeão. Felipão fez a maior renovação, mas seu time foi aproveitado na Copa seguinte.

Se projetarmos, a partir da derrotada campanha de 2006 os que têm chances de permanecer para o próximo mundial, considerando idade e potencial, temos 9: Júlio César, Cicinho, Gilberto, Luisão, Kaká, Ronaldo Gaúcho, Adriano, Robinho e Fred. Decretamos o fim da "Era Gordo"

Se a estimativa se confirmar, o ritmo de renovação fica abaixo de outros Mundiais e dos clamores da torcida embreagada.

Mas o treinador que entrar, terá a Olimpíada de Pequim e a síndrome de nunca ter conquistado o Ouro Olímpico pela frente. O limite de idade de 23 anos pode ser usado pelo técnico para atender ao clamor popular, já que é necessário para a preparação. Mas se a medalha dourada não vier, o apelo da torcida pode se converter em seu oposto, com pedidos de atletas experientes. Azar de quem assumir a bronca.

Ofereço-me como candidato ao cargo.

Manguaça: motorista leva garrafada e bate ônibus

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Um motorista de ônibus de Berlim bateu o seu veículo contra um carro estacionado após ser atingido na cabeça por uma garrafa de cerveja atirada por um passageiro que contestou sua visão da derrota da Alemanha para a Itália pela semifinal da Copa 2006. A informação é da polícia local nesta quarta-feira.

O passageiro e o motorista estavam sozinhos no ônibus no sudoeste de Berlim, não muito longe do hotel onde está concentrada a equipe. Era por volta das 2h na manhã e eles estavam discutindo sobre a derrota da Alemanha por 2 a 0, ocorrida algumas horas antes, nos minutos finais da prorrogação.

"Quando o motorista comentou que 'os jogadores alemães apenas não foram bons o suficiente', o passageiro começou a insultá-lo", informou um porta-voz da polícia. "Ele então acertou o motorista na cabeça com uma garrafa de cerveja."

O piloto perdeu temporariamente o controle do ônibus e atingiu uma Mercedes-Benz estacionada - embora o ônibus estivesse a apenas 30 km/h no momento. O passageiro abriu uma saída de emergência e fugiu.

A polícia está procurando o homem, que usava uma camisa da Alemanha com o número 20, do atacante Lukas Podolski.

terça-feira, julho 04, 2006

Luís de Camões

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Felipão à parte (ou, justiça seja feita, também por conta dele), Portugal foi muito mais longe do que alguns esperavam. Dentre os "profetas" que pregavam o apocalipse lusitano, estava o querido jornalista Milton Neves. O Bola na Trave recomendou e gente ratifica. Vale dar uma olhada no Milton Neves.

Torcer pro Felipão?

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Mais um consenso contruído no Brasil: torcer pra Portugal porque o Felipão é técnico. Sinceramente, falar que "ele é brasileiro", "ele tem garra" e bla-bla-bla é conversa mole demais pro ouvido de um torcedor brasileiro frustrado que quer se ocupar de futebol até o fim da Copa.

Felipão é um técnico vencedor. E que mais? Por que torceria pra ele? Seu estilo, sempre privilegiando a retranca e contando com os pênaltis, não me agrada. Alguém se lembra da final da Libertadores em que o Palmeiras teve que ir pra decisão por penalidades com o portentoso Deportivo Cali? Precisava daquilo?

E no jogo com a Inglaterra, Portugal com um a mais e mesmo assim tomando sufoco dos ingleses, com o técnico luso-brasileiro fazendo alterações que não mudaram em nada o perfil tático da equipe. Claro, por que mudar apenas porque a equipe adversária tem um a menos durante 60 minutos?

Além dessa preferência pela retranca, temos também a personalidade que dá mais motivos para não torcer para ele. Em junho de 2001, o novo querido da torcida foi citado pela revista argentina El Gráfico por ter afirmado que "Pinochet torturou muito, mas não há analfabetismo no Chile". Maravilha legitimar ditaduras.

Uma outra mostra do respeito à diversidade, foi sua declaração dando conta de que mandaria um jogador embora do time se descobrisse que ele era homossexual. Isso não é preconceito, é "disciplina". Prefiro ficar com a opinião do jornal inglês Guardian. Segundo eles, Scolari é um "brasileiro machão que acredita que homens são homens, vacas são café da manhã e Pinochet era um sujeito legal". Torça pra ele quem quiser. Eu que não vou.

O primeiro finalista

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Pois é, e a Itália foi pra final. Sinceramente, apesar de ser um time com deficiências técnicas evidentes, era preferível para o futebol ver a Alemanha na decisão da Copa, já que o time germânico, do jeito dele - que é bem peculiar -, procurava mais o gol do que a Itália ou qualquer outro tim das semifinais.

A Itália tem um jogo eficiente, mas irritante. Muita posse de bola, privilegiando o toque e a defesa. Em nenhum momento a Alemanha encontrou a Itália com menos de quatro jogadores atrás, nem mesmo nas possíveis chances de contra-ataque. Tática, bem armada e com um estilo de jogo que causa náuseas. Em alguns momentos da partida, pelo estilo italiano e a deficiência técnica alemã, a bola foi muito, muito mesmo maltratada. As emoções ficaram reservadas para a prorrogação, quando se abriram os espaços, principalmente do lado alemão que buscava a vitória com base mais na emoção do que em qualquer esquema. Deu no que deu.

Vendo uma semifinal assim, dá mais raiva do desperdício que foi a pífia seleção nacional.

10 pérolas das transmissões da Globo

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Galvão Bueno: "Olha, olha, que absurdo, ele deu a lei dos 6 segundos!!! Meu Deus!!! A última vez que deram isso foi em 1912!! Só quer aparecer!! Arnaldo César Coelho, quando você apitava você marcava essa bobagem?"
Arnaldo: "Não, mesmo porque essa regra foi instituída em 2001."

Noronha: "...nesse Estádio Olímpico de Berlim, que o Hitler construiu pra Copa do Mundo de 1936."

Galvão Bueno: "Além de tudo, a Argentina está ganhando de dois países: da Sérvia e de Montenegro!"

Cléber Machado: "No tempo em que jogava como Tchecoslováquia, a Tchecoslováquia não jogava nem como República Checa nem como Eslováquia."

Galvão Bueno: "...nessa que é a mais alemã de nossas cidades, Santa Catarina!!"

Cléber Machado: "Ele é um gigante grande toda vida!"

Galvão Bueno: "Se essa Alemanha, essa seleção alemã, se ganhar a Copa, aposto com você que a Alemanha e o povo alemão vão fazer uma grande festa, que não fique dúvidas disso!"

Cléber Machado: “A seleção do Equador vem evoluindo muito nos últimos anos. Se continuar com essa evolução, vai melhorar mais ainda.”

Galvão Bueno: "O Kaiser Franz Beckenbauer e sua esposa..."
(a TV mostra Beckenbauer e a chanceler do governo alemão, Angela Merkel)

Galvão Bueno: "Porque esse grupo da Alemanha... ele é... o grupo... ele... do que eu tava falando mesmo?"

segunda-feira, julho 03, 2006

"Você é feio, bobo e chato!"

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Esta é a matéria que mais contribui para 'explicar' o apagão da Seleção.


Parreira admite que seleção estava "rachada" na Alemanha

EDUARDO ARRUDA
FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo, em Frankfurt



Um dia após a eliminação do Brasil para a França, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo da Alemanha, o técnico Carlos Alberto Parreira admitiu haver um racha na seleção.

Foi a declaração mais clara de Parreira até agora confirmando as rixas entre atletas velhos de casa e novatos, que cindiram o elenco derrotado. Em entrevista coletiva antes de deixar o hotel em Frankfurt, o treinador concordou que não conseguiu unir o time no momento mais importante destes seus quatro anos como comandante.

"Nosso trabalho desde o início foi fazer com que esses talentos jogassem em equipe. Conseguimos isso em determinados momentos, mas não conseguimos com a mesma intensidade na Copa", declarou.

Na Alemanha, ele se viu às voltas com a insatisfação de jogadores como Kaká, Juninho, Rogério e Ricardinho, que queriam mudanças no time. Ronaldo, Adriano, Cafu e Roberto Carlos eram os principais alvos.

A pressão dos jogadores com menos tempo de seleção deixou o técnico no meio de uma queda-de-braço, pois os atletas mais antigos, liderados por Cafu e Roberto Carlos, eram contra alterações e falavam diretamente com Parreira.

Ontem, o treinador mostrou que pisava mesmo em ovos. "Mexer nos medalhões sempre é mais difícil. Mas, conforme a necessidade surgiu, mudamos. Fizemos isso com o Ronaldo. Ele acabou se recuperando e mostrou o seu talento."

Tal recuperação é questionada pelos mais novos. Eles reclamam que bastou jogar bem contra o frágil Japão para que Ronaldo fosse considerado reabilitado pelo chefe.

Um dos maiores sinais da crise foi dado por Rogério. Contra a Austrália, à beira do gramado, Parreira gritava para seu time atacar, já que a defesa rival era lenta. Em tom jocoso, o goleiro disse no banco que o treinador se esquecera da lentidão de seu próprio ataque. Ronaldo e Adriano estavam em campo.

Rogério e Ricardinho se queixavam do técnico a amigos. Atacavam a demora dele para mexer no time, a falta de diálogo com os atletas e a proteção aos mais experientes.

Parreira nega o tratamento diferenciado, mas ontem defendeu Cafu e viu certo nervosismo em seu substituto. "Cicinho entrou contra a França, porque pensávamos que poderia melhorar a equipe, mas deu na mesma. O impacto de entrar numa partida de Copa, nessas condições, é muito grande."

Na avaliação de Parreira, a forma como a seleção se despediu da Alemanha ontem, com cada jogador indo para um canto, também foi um sinal da falta de união. Ele lembrou o primeiro título do Brasil, em 1958, na Suécia, que teve a participação em campo de Zagallo, hoje seu coordenador. Para o técnico, aquela era uma seleção sem divisão.

"O time saía unido do Brasil, todo mundo uniformizado, fazíamos uma visita ao presidente. Tinha jogo de despedida, voltávamos unidos. Havia um simbolismo, um romantismo. Isso mudou, como mudou o mundo. Agora, a convergência é outra. Os jogadores moram na Europa. É tudo diferente."

Los hermanos riem de "baile histórico"

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Maior jornal de esportes da Argentina, o Diário Olé não perdeu a chance de tirar uma casquinha com a eliminação do Brasil na Copa do Mundo. Na sua edição impressa de domingo, o jornal fez questão de dizer que os argentinos vibraram pelo resultado da partida. Na manchete, o Olé utilizou, de forma grosseira, até um palavrão em francês: “Merde Amarela”. Os argentinos fizeram questão de ressaltar que o Brasil “pensou que iria ganhar o hexa sem jogar futebol”.

Além disso, o diário argentino destacou o belo desempenho do “carrasco” Zidane. Como em 1998, o meia proporcionou um “baile histórico” sobre os pentacampeões, salientaram os “hermanos”. Para completar, o Olé mandou sorte aos franceses depois do feito de eliminar o Brasil. “Hoje cantamos a Marsellesa”, diz a capa do jornal argentino.

Mineiro: "Zidane teve liberdade para criar"

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Último jogador a integrar a seleção brasileira que caiu nas quartas-de-final da Copa da Alemanha, o volante Mineiro voltou a São Paulo apontado por alguns jornalistas e torcedores como homem ideal para anular Zinedine Zidane. Ele não aderiu ao choro, mas reconheceu que permitiram ao francês fazer o que bem entendesse com a equipe de Carlos Alberto Parreira. “A gente sabe que ele teve um pouco de liberdade para criar jogadas ofensivas”, admitiu Mineiro.

Cafu: "Zidane não merecia marcação especial"

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Apesar da bela exibição do meia Zinedine Zidane, Cafu disse acreditar que o craque francês - algoz brasileiro na final do Mundial de 98 - não merecia uma marcação especial. "Acho que não havia necessidade. O Zidane passou a Copa inteira jogando e não jogando, no banco...E agora por conta do jogo contra a seleção brasileira todos falam isso, que ele merecia uma cuidado especial", disse o lateral do Milan.

"Talvez se ele tivesse uma marcação individual e não fizesse nada, ninguém estaria aqui falando isso hoje", continuou. Zidane fez o cruzamento para o gol de Henry, além de fazer belas jogadas individuais durante o jogo. Perguntado antes da partida se faria uma marcação especial em Zidane, o técnico Carlos Alberto Parreira disse que "a seleção brasileira nunca fez marcação individual, e não será esse o momento".

Parreira: "Roberto Carlos falhou"

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Sobre o gol francês marcado por Thierry Henry na derrota por 1 a 0 para a França, o técnico da seleção brasileira deixou escapar que Roberto Carlos acabou mesmo falhando no lance. O jogador ficou parado na linha da grande área, enquanto que o atacante adversário, sem marcação alguma, invadiu a área e completou com tranqüilidade para o gol. "Sem dúvida foi uma falha, que resultou no gol da França", sintetizou.

Ainda assim, Parreira defendeu o camisa seis. "Eu não cheguei a conversar com o Roberto Carlos sobre isso. Tivemos um contato muito curto depois do jogo. O Roberto Carlos é um atleta experiente, que adora jogar na seleção, que briga para defender o país. Essas são coisas que acontecem durante a partida, e por isso que o futebol é maravilhoso", argumentou o técnico.

Jogada (mal) ensaiada

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Em entrevista à imprensa espanhola, Roberto Carlos afirmou que não joga mais pela seleção (é o segundo a tomar essa atitude, o primeiro foi Juninho Pernambucano). O lateral-esquerdo do Real Madri aproveitou para confirmar que o lance polêmico que deu o gol à França era uma jogada ensaiada. “Era uma coisa treinada e o combinado era todo mundo ficar em cima da linha, deixando os franceses impedidos, mas paciência”, lamentou.

Censura nos blogs

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Até dez minutos atrás, o blog do Roberto Carlos continha inúmeros comentários "elogiando" seu desempenho e o dos companheiros da seleção. Mas, há pouco, retiraram todos aqueles feitos após dia 29 de junho e, magicamente, os comentários abonadores sumirarm...

Já no blog do Cafu, aquele mesmo que disse que "achava que ia ganhar a qualquer momento o jogo", os comentários ainda estão lá e merecem uma olhadela. São 10 mil pessoas ovacionando nosso campeão!

O site oficial do Ronaldinho Gaúcho é poético. Diz o mesmo: "E depois da derrota, os choros. O vestiário dos brasileiros se converteu em um rio de lágrimas, que de pouco serviram depois de uma derrota para a França em plena forma". Lindo, né?

"Vamos juntos para a semifinal", conclama o blog do Kaká.O ex-sãopaulino, mesmo derrotado e jogando mal ainda recebe o consolo de muitas vozes femininas ávidas por afagar o jogador.

Memória da Copa (10ª e última edição)

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Sensação de déjá vu

Soberba não é novidade na comissão técnica da seleção brasileira. Ao afirmar displiscentemente que Zidane não precisava de marcação individual no jogo do último sábado, Carlos Alberto Parreira mostrou o caminho das pedras para os franceses destruírem o sonho do hexa. Mas subestimar o adversário não é primazia dele. Seu fiel escudeiro Zagallo fez o mesmo, há 32 anos. Curiosamente, no mesmo país. E o resultado foi igual.

O Brasil que chegou à Copa da Alemanha, em 1974, era um time bem diferente do que havia conquistado o tricampeonato no México. Basta dizer que Pelé havia se despedido da seleção. Depois de um início claudicante, com dois empates sem gols contra Iugoslávia e Escócia, o Brasil passou para a fase seguinte com uma vitória de 3 x 0 sobre a fraca equipe do Zaire.

Na época, as quartas-de-final tradicionais foram substituídas por dois grupos de quatro equipes cada, denominados A e B. Nos dois primeiros jogos do grupo A, o Brasil deu os primeiros sinais de vida ao vencer a Alemanha Oriental por 1 x 0, em 26 de junho, e a Argentina por 2 x 1, quatro dias depois. Mas o terceiro jogo seria contra a surpreendente seleção da Holanda.

Comandado por Rinus Michels, o chamado "carrossel holandês" primava por contar com jogadores que não guardavam posição fixa em campo. Todos atacavam, armavam e defendiam, num revezamento constante que confundia os adversários. O maestro era Johan Cruijff, todas as bolas passavam por seu pé (mais ou menos a postura adotada por Zidane no último sábado).

Às vésperas do confronto, Zagallo tripudiou: "Não estamos preocupados com a Holanda, já estamos pensando na final contra a Alemanha. Carrossel laranja? Nós vamos fazer uma laranjada!". Mas não foi o que aconteceu naquele 3 de julho, há exatamente 32 anos.

Assim como na derrota do último sábado, o Brasil começou o jogo em cima do adversário. Poderia ter chegado ao gol antes dos 15 minutos do primeiro tempo, após dois ou três lances de contra-ataque. Daí, veio o apagão. A Holanda, pelo contrário, sempre inspirada no futebol de Cruijff, chegou com méritos aos 2 x 0 que despacharam o Brasil da Copa. E nós, infelizmente, ainda tivemos que engolir o Zagallo em outros três mundiais e uma Olimpíada...

Brasil 0 x 2 Holanda
3 de julho de 1974

Brasil: Leão; Zé Maria, Luís Pereira, Marinho Perez, Marinho Chagas; Paulo César Carpeggiani, Rivelino, Paulo César (Mirandinha); Valdomiro, Jairzinho, Dirceu. Técnico: Zagallo.
Holanda: Jongbloed; Suurbier, Krol, Rijsbergen, Haan; Jansen, Van Hanegen, Neeskens (Israel); Rep, Cruyff, Rensenbrink (De Jong). Técnico: Rinus Michels.

Árbitro: Kurt Tschenscher (Alemanha Ocidental)
Local: Westfalenstadion (Dortmund)
Expulsão: Luís Pereira
Gols: Neeskens (50) e Cruyff (65)

Desperdício histórico

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O Brasil foi eliminado da Copa do Mundo. Três Copas depois, não chegaremos nem à final. Poucos eram os que pensavam que isso poderia acontecer, porque nos últimos tempos, mesmo aos trancos e barrancos, o futebol brasileiro sempre mostrou sua força, ainda que o time estivesse capengando e maltratando a bola.

O curioso - e extremamente triste - é que esta era, no papel, a melhor seleção das últimas quatro Copas, pelo menos. Jogadores no auge da forma, brilhando em seus clubes, ganhando títulos. Mostrando, na Copa América e na Copa das Confederações, que nunca - NUNCA - um adversário poderia duvidar do poder do Brasil.

Ronaldinho Gaúcho foi o melhor jogador do mundo por dois anos consecutivos. E não era golpe de marketing. A qualidade do futebol dele no Barcelona e na própria seleção nos permitia sonhar com uma Copa espetacular. Kaká jogava o fino no Milan. Eu acreditava que ele pudesse ser a surpresa do time, já que ele não recebia tanta atenção. Ronaldo, com o perdão do clichê, é Ronaldo. Não precisa que ninguém acredite nele para brilhar. A exceção era Adriano, que vinha de má fase. Mas havia Robinho para substitui-lo, e todos acreditamos em Robinho. Zé Roberto e Émerson não empolgavam ninguém, mas poucos diriam que eram escolhas ruins, pelo contrário. Não traziam brilho, mas sim competência e consistência à equipe.

Claro, havia os problemas. Roberto Carlos e Cafu já deveriam ter' sido aposentados' da seleção pelo Parreira. Tanto que, para mim, Cicinho ganharia a vaga a partir das oitavas. O Dida não era unanimidade, e o temor que repetisse as recentes lambanças que fez no Milan pairava. A zaga... bom, a zaga foi o de sempre. Quem confiava numa zaga brasileira antes de Copa do Mundo?

Pois bem. Mesmo com este timaço, o Brasil não engrenou. Foi o maior coito interrompido futebolístico que presenciei. As partidas foram todas medíocres, menos o jogo contra o Japão, no qual 'coincidentemente' atuaram muitos reservas. "Tudo bem, isso é normal, o time engrenará na fase final". Por mais incrível que possa parecer, a equipe piorou. A ótima atuação de Kaká na estréia foi apenas um lampejo. Ronaldinho Gaúcho não fez em cinco partidas o que faz em um tempo no Barça. Ronaldo deu mostras de que podia se recuperar depois de um início vergonhoso, mas como marcar gols quando a bola não passa da intermediária? Adriano repetiu o futebol mostrado na temporada - péssimo. Robinho, pouco entrou e não teve tempo de mostrar se poderia ter mudado a história deste time. E quando a zaga é destaque na Seleção Brasileira, alguma coisa está errada.

Já os laterais mostraram a que vieram. Para resumir, basta lembrar o lance do gol francês. Falta de Cafu, depois de falha defensiva do próprio. E Roberto Carlos encerrando melancolicamente a carreira na seleção, deixando Henry livre enquanto, ajoelhado no gramado, ajeitava os meiões.

Eu não sei explicar o que aconteceu. E nem quero, pois cada explicação parece uma desculpa esfarrapada. Mas a decepção com aquele time que poderia ser comparado ao de 70 será eterna. Foi o maior desperdício de craques que eu já vi.

É um time para se esquecer.

Por que não pode ser na bola?

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É impressionante a capacidade do brasileiro de negar os fatos. Não, o Brasil não pode perder na bola; sempre tem que ter uma teoria conspiratória por trás. Dois dias após a derrota brasileira, já ouvi um monte de coisas.

Que os jogadores entregaram a partida pra ganhar dinheiro. (Claro, perder o jogo dá mais dinheiro do que ser campeão do mundo e ver seu valor de imagem triplicado.)

Que a seleção foi vítma de uma manipulação que quer dar o título para a Alemanha. (Manipulação boa colocaria o Brasil na final, que é o que qualquer alemão quer. Ganhar o título em cima de Portugal será a coisa mais emocionante do mundo, hein?)

Que a Nike, mais uma vez, determinou a derrota do Brasil. (E determinou pra um triunfo da Adidas! É como se a Coca-Cola destruísse uma fábrica sua e desse dinheiro para a Pepsi a reformar.)

Que jogadores do exterior não têm vontade e não deveriam mais vestir a camisa da seleção. (Já tô vendo o timaço que vai ser montado! Geílson e Rafael Moura no ataque, e Jônatas, do Flamengo, no meio-campo. Um esquadrão!)

Que a culpa não é dos jogadores nem do técnico, e sim da má administração do futebol brasileiro, das cartolagens, da CBF, do Ricardo Teixeira! (E todos esses defeitos estavam "de férias" na Copa de 2002, quando o Brasil ganhou com sobras?)

E por aí vai. Mais teorias aparecerão. O impressionante é uma coisa: na tentativa de dar uma de esperto, o brasileiro faz cada vez mais papel de bobo.

Sobre técnicos e imprensa

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Após uma derrota apática como a sofrida pela seleção brasileira contra a França, o mundo desaba, pra variar, em cima da cabeça do técnico. Nunca fui fã de Parreira, mas ele está longe de ser um néscio e, muito do que fez, ia ao encontro da opinião da maior parte da imprensa esportiva, assim como encontrava eco em qualquer boteco do país. Vejamos alguns fatos.

Quando Parreira acabou com o tal do "quarteto mágico", como muitos pediam, o Brasil fez sua pior partida disparado. Contra a França, jogando recuado, dava todo espaço pro rival trabalhar a bola no campo brasileiro e não conseguia ter saída de bola, já que Juninho não é e nunca foi o homem ideal para fazer essa saída. Sem isso, a seleção sequer conseguia fazer lançamentos para os atacantes, já que Gaúcho estava isolado na frente, distante de Ronaldo, e Kaká sobrecarregado pra cumprir a função, o que facilita a marcaçãod e qualquer time. Assim, a tendendo aos reclamos da crônica esportiva, Parreira no segundo tempo deve que voltar à formação original, o que demonstra claramente o erro do início. Ao reforçar a defesa, o Brasil perdeu totalemente seu poder ofensivo. Erro dele, porque manda e decide, mas partilhado por milhões de torcedores.

Erros o Parreira cometeu quando tardou a mudar o time, que já deveria ter sido modificado no intervalo. Para um jogador, entrar quando se está em desvantagem no placar faz muita diferença. Fica a lição de uma Copa em que todos os técnicos covardes, como Pekerman e Parreira, estãos endo castigados pelo seu defensivismo. Só sobrou o Felipão, que não atacou a Inglaterra de fomra mais incisiva mesmo jogando com um a mais durante 60 minutos, arriscando uma classificação certa em uma decisão por pênaltis. Se Zidane repetir o que jogou contra o Brasil, pode ser o algoz de mais um retranqueiro.

domingo, julho 02, 2006

Ressaca... de derrota

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No dia seguinte à consolidação de que a Seleção Brasileira é freguesa da Francesa, a ressaca pós-derrota toma conta de todos os colunistas esportivos dos jornais e sites. Como não ganho pra isso, em vez de apontar motivos do fracasso, só queria entender porque a entrada de Cicinho no lugar de Cafu era mais importante do que a de Robinho (um entrou aos 25 outro as 34). É que perder sem sequer tentar jogar – uma finalização certa ao gol nos 90 minutos – deixa um porre bem pior do que o de Dreher.

sábado, julho 01, 2006

Desperdício da nossa alegria

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O Brasil perdeu. E foi merecido. Se, como já comentado aqui, a Argentina foi eliminada pela sua covardia, Portugal não foi, mas para o Brasil não houve perdão. Até porque a França tinha Zidane, desmarcado, sozinho, leve, solto e motivado para enfrentar seu freguês.

Mas é hora de cobrar posições. Muitos atacavam o malfadado "quarteto mágico", exigindo a presença de Juninho Pernambucano. E ele começou a partida, a explicação era ocupar o meio de campo, já que a França tinha cinco homens no meio. Mas, o que Parreira não pensou, é que esses cinco poderiam estar atrás, não adiantando colocar um meia de contenção no lugar de um atacante, até porque se libera mais um meia do adversário para atacar.

Pois é. Mas os sábios comemoraram Juninho Pernambucano. Kaká não jogou anda, Cafu foi nulo, mas... e o tal Juninho, o "emplastro Brás Cubas" que tudo resolve? Não, ele não tem culpa. O Brasil, que já não tinha ligação do meio com o ataque, com Ronaldinho Gaúcho na frente e Kaká sobrecarregado, perdeu o pouco que tinha. Os dois isolados nada faziam. Quando o atacante catalão pegava na bola... perdia. Talvez pela fase ou porque não tinha com quem jogar.

Gaúcho jogou na posição que joga no Barcelona. E daí? Se o resto do time não chega, de nada serve. Mas o Brasil não jogou contra o nada. Zidane deu as cartas na França e às vezes parecia querer dizer: "meninos, vocês pensam que jogam isso?". Falta mais caldo para nossos "garotos". Falta um maestro, um Zidane.

Mas sobra o Parreira. E Pelé acertou mais uma.

sexta-feira, junho 30, 2006

O castigo que veio a cavalo

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A Alemanha se classificou para a semifinal da Copa, em casa, com méritos e mostrando uma força física admirável. Mas a Argentina poderia ter se classificado se o técnico Jose Pekerman não tivesse sido tão covarde e tirado Riquelme e colocado Cambiasso que, por sinal, ainda perdeu a penalidade final decretando a eliminação portenha.

Os argentinos dominaram a maior parte do jogo, mas aceitaram a pressão alemã e não souberam aproveitar os contra-ataques. Com as substituições na segunda etapa, nem os contra-ataques mais tinham. Oportunidades só surgiram na prorrogação, quando a defesa alemã já estava aberta e os europeus iam pra frente.

Nos pênaltis, a vantagem germânica ficou evidente. Dizem até que eles fizeram um levantamento pra saber como os jogadores das outras equipes batiam as penalidades. Pode até ser, mas o que decidiu foi a performance de Lehmann, que esperva antes dos batedores e sempre acertou o canto. Quem usa desse artifício, pega todos os chutes mal batidos, no que os argentinos se esmeravam. Uma pena para a América do Sul, mas não mereceram mesmo.

Roberto Carlos: "Pelé não é vidente"

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Na véspera da partida contra a França, pelas quartas-de-final da Copa-2006, o lateral-esquerdo Roberto Carlos pediu mais respeito de Pelé à seleção brasileira. O ex-jogador disse estar com um "mau pressentimento" para a partida.

"Ele é vidente?", questionou o lateral. "Vou falar o que para o Pelé? Ele representa muito para o nosso país, foi um dos jogadores mais importantes para o nosso país. Deixa ele falar, eu respeito. Mas se ele ficar tranqüilinho e respeitar nós que estamos aqui é melhor", continuou.

O técnico Carlos Alberto Parreira se esquivou da polêmica. "Não analiso comentários de outras pessoas, ainda mais sem ter ouvido. Não é porque é do Pelé."

Boca nervosa

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Pelé diz que está com "mau pressentimento" sobre jogo do Brasil

O ex-jogador Pelé disse ontem que está com um "mau pressentimento" e que acredita na vitória da França contra o Brasil, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo, no sábado.

"A França ganhou as últimas duas partidas de Copa contra o Brasil. Além disso, só uma vez uma seleção sul-americana conseguiu ganhar uma Copa na Europa", afirmou Pelé à agência alemã DPA.

Antes do começo do torneio, o tricampeão mundial havia comentado que "o favorito nunca vence", em clara alusão à superioridade da seleção brasileira com relação aos rivais.

As previsões de Pelé não costumam se levadas a sério, mas neste ano ele tem mais acertado do que errado. Primeiro, disse que Ronaldinho "ainda não é fato", dizendo não acreditar que o brasileiro "arrebentaria na Copa".

Pelé chamou ainda a atenção para o time do Equador, que foi às oitavas-de-final do torneio.

quinta-feira, junho 29, 2006

Negócios da China

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Infelizmente a China não conseguiu ir à Copa do Mundo, mas nem por isso os fanáticos por futebol de lá deixam de fazer loucuras para não perder um lance. Um torcedor chinês não se abalou com o fato de sua casa estar pegando fogo. "Quando os vizinhos gritaram 'fogo', eu peguei meu bebê e saí correndo ainda de pijamas", afirmou a mulher do maluco ao jornal chinês Pequim Daily Messenger. "Meu marido pouco se importou com o perigo, apenas pegou a televisão e a colocou embaixo dos braços. Após sair da casa, ele começou a procurar uma tomada para ligar e continuar a ver o jogo", relatou.

Outro fato curioso ocorreu com Li Jie que, após tentar vender lotes na lua, vende agora"ar da Copa" para os compatriotas que quiserem "sentir" o Mundial. Com somente 50 yuan (R$ 14), os chineses podem comprar um saquinho cheio de ar, que Jie alega ter sido obtido diretamente dos estádios da Alemanha. E olha que ele disponibiliza o ar de todos os estádios da Copa. Impressionante...

Homenagem ao nosso comentarista favorito

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É pra você, Noronha!!!

(O Youtube é a maior revolução da internet desde o Google!)

http://www.youtube.com/watch?v=2QjbCdYkL8w

Futebol, obesidade e cachaça

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Maradona diz que quer Ronaldo "gordo ou bêbado"

"Podem me dar o Ronaldo gordo, bêbado, ou como for, mas me dêem, quero sempre ele na minha equipe". A afirmação é do ídolo argentino Diego Armando Maradona, citado pela agência de notícias Ansa. O ex-jogador disse também que a Seleção Brasileira não está jogando bem na Copa.

Na foto, Maradona aparece com outro ídolo seu, o brasileiro Zico, durante uma partida no Maracanã, em 1979. Para muitos críticos, Zico só não é considerado melhor que Maradona porque não conseguiu ganhar uma Copa do Mundo.

Memória da Copa (9ª edição)

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A primeira estrela

Em 29 de junho de 1958, Amaro dos Santos ligou seu rádio valvulado e apoiou o cotovelo em cima da mesa para ouvir a final da Copa do Mundo entre Brasil e Suécia. A certa altura, o ponta-direita brasileiro levou uma entrada mais dura de um adversário e Amaro, já turbinado por meio litro de cachaça, tirou o canivete da cintura e extirpou o rádio sem dó. Por conta disso, não conseguiu ouvir o fim do jogo e só teve certeza de que o Brasil era campeão quando ouviu o foguetório espocar por toda a cidadezinha de Pau Grande. Paciência: a seu modo, vingara as pancadas recebidas por seu filho Mané Garrincha na distante cidade de Estocolmo.

Naquele dia, há exatos 48 anos, o Brasil deixava de ser vira-latas no esporte coletivo mais popular do planeta. E o filho de Amaro foi decisivo no momento mais crítico da partida. Depois de levar um gol de Liedholm logo aos 4 minutos de jogo, o Brasil parecia atordoado num estádio obviamente lotado pela torcida da casa. Didi pegou a bola no fundo das redes e voltou caminhando lentamente para o meio do campo, comentando entre dentes com os companheiros: "-Vamos encher esses gringos". Garrincha ouviu e, em menos de 30 minutos, driblou duas vezes meio time da Suécia até a linha de fundo e, em ambas as oportunidades, cruzou com perfeição para dois gols de Vavá.

No segundo tempo, Pelé (duas vezes) e Zagallo ampliaram e a goleada fechou em 5 a 2. Festa brasileira em Estocolmo, explosão em todos os cantos do Brasil. Muitos já disseram que a popularidade da gestão Juscelino Kubitschek na presidência da República e a sensação de extremo orgulho que o país experimentou naquele final de anos 50 começaram naquele dia de junho de 58, com aquela vitória na Suécia. É claro que Amaro dos Santos, com nove ou dez caninhas acima da humanidade, nem suspeitava disso. Nem seu filho, que naquele momento era cumprimentado no gramado do estádio Raasunda pelo rei sueco, Gustav Adolf, em pessoa. E respondia como se estivesse num boteco de Pau Grande: "-Olá, meu chapa! Tudo bem?".

E o brasileiro, dessa vez no drible, mostrou o futebol como é que é.

Brasil 5 x 2 Suécia
29 de junho de 1958

Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo.Técnico: Vicente Feola.
Suécia: Svensson; Bergmark, Axbom, Börjesson e Gustavsson; Parling e Gren; Hamrin, Liedholm, Simonsson e Skoglund. Técnico: George Raynor.

Árbitro: Maurice Frederic Guigue (França)
Local: Estádio Raasunda (Estocolmo-Suécia)
Público: 49.737
Gols: Liedholm (4), Vavá (8), Vavá (32), Pelé (56), Zagallo (68), Simonsson (80) e Pelé (89)

Em defesa do Imperador

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Relendo meu post anterior, senti uma ponta de injustiça com Adriano. Do jeito que falam do rapaz, parece que ele é o mais perna de pau que os participantes desse blog, o que, acreditem, é grande ofensa (com a honrosa exceção da Thalita, grande jogadora de futsal).
Não é bem assim. Adriano está entre os melhores centroavantes do mundo, tem um chute de esquerda de força e precisão impressionantes. O problema não é com ele, é com o esquema tático. Não dá para jogar com dois atacates pesados (sem alusão à obesidade do Fenômeno) na frente. O time sente falta da movimentção de um Robinho.
No começo da Copa, quando Ronaldo parecia estar jogando em constante ressaca, defendi a permanência de Adriano no time. Mas com Ronaldo jogando bem, ele é melhor que Adriano. O que não é demérito algum. Afinal de contas, o Gordo é "só" o maior artilheiro de todas as Copas.
Ao deixar o Imperador da Inter em campo, Parreira o sacrifica. Ele tem que correr e abrir espaços para Ronaldo, volta ao meio-campo, tenta desarmar. Ou seja, é forçado a fazer tudo que não sabe e que Robinho faz tão bem. A comparação entre os dois não é correta, as posições são diferentes. Adriano está na seleção para ser reserva do Fenômeno. O que, insisto não é pra qualqeur um.

Machucados e reservas

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Robinho, que perdeu uma grande chance de se firmar como titular no jogo contra Gana, ainda naõ é certeza contra a França. para melhorar o astral, Kaká e Emerson também estão no estaleiro e são dúvidas. Avaliemos pois as opções no banco caso se confirme o cenário mais negro:
A substituição de Emerson não é difícil. Gilberto Silva pode dar conta do recado, alguns dizem até que melhor que o jogador da Juventus. E no banco ainda está Mineiro, de quem não gosto, mas que pode cumprir a função.
Para a vaga de Kaká, o nome é o de Juninho Pernanbucano, que não foi lá essas coisas contra Gana. Aqui, a coisa não é tão simples. O estilo de jogo dos dois é diferente. Juninho marca mais e cadencia o jogo, enquanto Kaká tem mais características de meia-atacante, vindo com a bola dominada para chutar ou passar já dentro da área. E, sendo mais simplista, Kaká é melhor do que o Pernambucano. Além disso, quem seria o reserva caso Juninho se machuque durante a partida? Poderia ser o caonhoto Ricardinho, mas seria um risco grande. Como também seria grande a zica caso essa hipótese se confirme.
Mas o caso mais grave é o de Robinho. Quem na seleção pode cumprir as mesmas funções do atacante? Quem entre os convocados dribla, cai pelas pontas, tabela pelo meio, rouba a bola e ajuda a marcação? Aliás, a pergunta poderia ser quem no futebol mundial tem tais caracteríticas. Adriano ou Fredi podem entrar, mas muda o esquema tático. Parreira, que só agora dava mostras de que mudaria o sistema com dois centroavantes, será forçado por falta de opção a mantê-lo. Se isso de fato ocorrer, esperemos que Adriano tenha jornada menos infeliz doq ue contra Gana. Ou que, mesmo jogando mal, faça dos seus gols.

Notas irrelevantes

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Manguaça fatal
Mais uma morte na Copa. O assassinato envolveu o pênalti para a Itália contra a Austrália, pelas Oitavas-de-Final, mas nada de Hooligans ou brigas entre a Gaviões da Fiel e a Mancha Verde. O tailandês Rabieb Lukchan torcia pelos cangurus, enquanto Saran Channarong preferia os italianos. O primeiro disse ao segundo que a arbitragem havia garfado, ou melhor, palitado os amarelos da Oceania, mas o segundo discordou. A bebedeira durante toda a tarde aqueceu o debate. Channarong, de 20 anos, esfaqueou o outro manguaça e fugiu. O ocorrido deu-se na província de Nakohn Si Thammarat. Sugiro a penalização do árbitro espanhol Luis Medina Cantalejo.

Mais do que a NBA
A Copa do Mundo na Alemanha teve mais audiência nos Estados Unidos do que as finais da NBA e o campeonato de hockey, segundo o Instituto Ramussen. Isso porém representa apenas 6% dos televisores. Contradizendo ainda outro estereótipo estadunidense, para cada três homens assistindo às pelejas, apenas uma mulher.

Distante 2014
Felizmente para as pretenções brasileiras de sediar o Mundial em 2014, faltam oito anos para reformar os estádios. E haja cimento. O Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, estádio do São Paulo, foi interditado hoje pela prefeitura, por meio do Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru), por falta de segurança. Está em tudo quanto é site, como na Gazeta Esportiva.

quarta-feira, junho 28, 2006

Roberto Carlos come criancinha!

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No mundo animal, a cadeia alimentar muitas vezes revela cenas surpreendentes. Curioso é o caso do hominídeo Robertu Carliens. Criada em cativeiro na concentração da seleção brasileira, durante a Copa do Mundo da Alemanha, esta espécie de pigmeu desenvolveu um estranho hábito antropofágico. Apesar de não ser comunista, Roberto Carlos (seu nome popular) foi flagrado comendo criancinha, como mostra o instantâneo acima, colhido pela National Geographic. Veterinários da Fifa deduzem que isso aconteceu, provavelmente, porque há muito tempo Roberto não mostra fome de bola.

terça-feira, junho 27, 2006

De novo, a amarelada da Espanha

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Como já citado em post anterior, a Espanha adora dar sonoras goleadas em Copas o Mundo, mas jamais consegue ir muito além. Grande importadora de talentos, suas seleções tem a sina de "amarelar" na hora H, e desta vez não foi diferente.

Já a França parece desmentir o estigma de "falso grande". Na decisão, Zidane, mesmo não sendo o mesmo de 1998, soube mostrar que ainda tem talento e fez o terceiro gol em uma bela jogada, além de armar e defender durante todo o jogo. A equipe também contou com o talento de Vieira, que novamente fez uma boa apresentação.

Agora, o Brasil tem a oportunidade de vingar as derrotas de 1986, nos pênaltis, e de 1998, na fatídica final no Stade de France. Se bem que uma das mais fabulosas partidas da seleção em uma Copa ocorreu justamente em 1958 contra os franceses, um 5 a 2 na semifinal, com três gols de Pelé contra a equiep que tinha o lendário Just Fontaine, maior artilheiro em uma única Copa, com 13 gols naquela ocasião.

Já a Espanha só pode lamentar mais um fracasso. Curioso que a Ucrânia, goleada pelo time na primeira fase, foi mais longe que o time merengue, já tendo garantido um lugar nas quartas-de-final. Acontece em Copas.

Gerd Müller: "O Brasil precisa de Ronaldo"

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Depois de ver o seu recorde de gols em Copas do Mundo quebrado por Ronaldo nesta terça-feira, o alemão Gerd Müller afirmou que o jogador da Seleção Brasileira é o atacante "mais completo" da atualidade.

Ao marcar o primeiro do Brasil na vitória por 3 a 0 sobre Gana, Ronaldo chegou ao seu 15º gol em Mundiais e superou os 14 gols de Müller.

O brasileiro ainda pode ampliar a sua marca, já que a equipe comandada pelo técnico Carlos Alberto Parreira garantiu a classificação para as quartas-de-final da Copa 2006.

"Na minha opinião, ele é o melhor, o atacante mais completo no momento. O Brasil precisa de Ronaldo. Eles não têm ninguém mais rápido do que ele na frente. Ele não estava em seu melhor nos dois primeiros jogos, mas contra o Japão poderia ter marcado uns cinco (gols)", disse Müller em entrevista ao site da Fifa.

Apesar de ter perdido o título de maior artilheiro das Copas, o alemão garante não ter ficado chateado.

"Mesmo antes de o torneio começar, era óbvio que ele (Ronaldo) conseguiria pelo menos dois gols e igualaria, se não fizesse três e registrasse um novo recorde. Não foi uma surpresa", acrescentou.

"Eu sempre disse que eu não era o recordista. Essa honra, para mim, é de Just Fontaine, que marcou 13 gols em um torneio. Apesar de Ronaldo estar agora em sua terceira Copa, ainda assim é um grande feito da parte dele", completou.

Müller chegou à sua marca de 14 gols no Mundial de 1974, na Alemanha. Ele disputou jogos nos Mundiais de 1970 e 1974, enquanto Ronaldo atuou em 1998, 2002 e 2006. Em 1994, o brasileiro foi convocado, mas não entrou em campo.

Roberto Carlos fora e outras considerações

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Até aceito discutir o Cicinho como opção eventual ao Cafu, mas não é necessário. O veterano recordista de partidas em copas do mundo se apresenta, não marca pior do que o lateral madrilenho etc. Mas Roberto Carlos está insustentável. Displicente na defesa e nulo no ataque, nem serviu para cobertura nos contra-ataques adversários, nem chutou no gol (acertou, quero dizer).

Mas não se pode culpá-lo pela falta de ligação entre defesa e ataque. Duas coisas ficaram claras na partida contra Gana. Primeiro que não se pode jogar em linha na defesa contra o Brasil e que o contra-ataque canarinho, mesmo longe da produtividade desejada, é muito perigoso.

Ao mesmo tempo, Gana mostrou que marcar a saída de bola cria dificuldades para o time de Parreira. Quando Gaúcho e Kaká voltam à intermediária defensiva, os atacantes voltam para a linha de meio de campo, comprometendo a ofensividade. A entrada de Juninho Pernambucano não ajudou em nada, mas Ricardinho conseguiu pegar bolas na entrada da área para deixar três jogadores na cara do gol em menos de 10 minutos.

Tocar a bola com rapidez, em tabelas no ataque, desbaratina a marcação da zaga brasileira, assim como qualquer defesa. Mas quem toca mais rápido a bola e tem mais perna para marcar pressão do que Gana nesta Copa?

Leitura labial

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Não sou daqueles que acham que a imprensa tem que "contribuir" para o bom ambiente da seleção, "ajudar" a equipe e pataquadas do gênero. Mas muitas vezes, por conta de um suposto interesse público que justificaria métodos, no mínimo, ortodoxos - como a famigerada câmera escondida - coloca-se em risco alguns direitos básicos de qualquer cidadão.

Falo isso por conta da polêmica leitura labial que tanto irritou Parreira. Pra quem não sabe, o programa Fantástico, da Rede Globo, utilizou deficientes auditivos para observarem vídeos da seleção e descobrir o que atletas e o treinador diziam durante o jogo.

Daí, descobriu-se que Parreira teria declarado ter "gostado muito" do desempenho de Gilberto Silva contra o Japão, tendo falado em seguida: "Pena, se nós tirarmos o Emerson, vai ser f...". O técnico em relação ao rendimento de Ronaldo, autor de dois gols na última partida da seleção. "Agora vamos ver. Filhos da p...", disse, completando em seguida: "Ainda pedem para o Ronaldo ir embora." Ontem à noite, no Jornal Nacional, Fátima Bernardes afirmou que direção do programa enviou uma carta pedindo desculpas a Parreira.

Já se fala na possibilidade de "racha" na seleção por conta do episódio, já que os mais velhos como Roberto Carlos, Cafu e Emerson acham que têm que jogar por conta da sua experiência, enquanto os outros também clamam por uma chance.

A questão é que, quando faz isso, a Globo de fato quebra a privacidade das pessoas. Se o jornalista obtém a mesma informação que eles divulgaram por meio de fontes de dentro da equipe, está praticando jornalismo de verdade e não haveria problemas. Mas quando recorre a um expediente desses, põe em risco o trabalho alheio, podendo fazer isso também com um engenheiro, um advogado ou qualquer outro profissional que teça comentários que não são para serem feitos em público ou para uma ampla gama de pessoas.

Violar o direito de um profissional de dizer algo a um auxiliar ou companheiro de equipe sem ser ouvido é grotesco. E não adianta invocar um tal de "interesse público" até porque Parreira é empregado da CBF, entidade privada. Talvez, para a emissora carioca, seu jornalismo deva ser regido pale mesma lógica de espetáculo que rege o seu deprimente Big Brother. Mais responsabilidade faria bem a quem já conta com tantos e tão competentes profissionais de imprensa.

segunda-feira, junho 26, 2006

Bolão é coisa de metrossexual, vai

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Desabafo refeito após um bom desempenho nas oitavas de final.

Acerto na mosca nas seguintes pelejas: Alemanha 2x0 Suécia, Itália 1x0 Austrália (viva Totti), Argentina 2x1 México (não tenho culpa que o bolão lá não interpreta o jogo como 1x1) e Ucrânia 0x0 Suíça - com a precisa indicação do avanço dos ucranianos nas penalidades.

E em tempo: pelo jeito, é mais fácil fazer bons chocolates e relógios precisos do que bater pênalti. O desempenho dos suíços hoje foi vergonhoso; me lembrou o São Paulo na final da Copa São Paulo de 1994 (dá-lhe Pitarelli) e do Boca Juniors na decisão da Libertadores de 2004. Alguém lembra mais de algum caso de times que zeraram nos pênaltis?

Que Itália!

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Tudo bem que Ucrânia e Suíça fizeram um dos piores jogos da Copa, onde os suíços não conseguiram sequer marcar gol de pênalti, apesar de não terem sofrido nenhum no Mundial e de irem pra casa invictos. Pros defensivistas, baita de um revés. Mas o desempenho da Itália contra a Austrália foi de doer.

A seleção européia mostrou mais uma vez sua total falta de qualidade técnica, algo que pelo jeito não surpreende nem mesmo seus jogadores. "Agora eu acho que podemos ir longe no campeonato", celebrou Totti, que cobrou o pênalti inventado escandalosamente pelo árbitro do jogo nos descontos da etapa final e que deu a vitória aos italianos. Por esse jogo grotesco, Totti acha que "agora, vai!".

O arsenal de cretinices do jogador não parou por aí. Assim como FHC fez com Lula, dizendo que o presidente "carcareja em cima dos ovos que não são dele" (pelamordedeus, alguém interne o FHC!) Totti rebateu as críticas recebidas na primeira fase. "Agora deixo que os críticos falem de mim. Até agora me massacraram. Estou certo de que agora devem estar felizes". Ele, que entrou no fim do segundo tempo, bateu e marcou um gol de pênalti. Isso cala alguém? Do que ele está falando? Ganhar roubado dos australianos é algo digno da tradição italiana?

Pelo que se pôde ver hoje, Itália e Ucrânia vai ser um jogo duro... de assistir.

Memória da Copa (8ª edição)

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A batalha de Berna

Amanhã faz 52 anos que o Brasil disputou uma de suas partidas mais famosas em Copas do Mundo. O confronto de 27 de junho de 1954 contra a Hungria, sensação daquele mundial, ficaria conhecido para sempre como "a batalha de Berna". Nem tanto pelo jogo em si, válido pelas quartas-de-final. O que entrou para a história foi a pancadaria.

A seleção brasileira chegou pessimista à Suíça. O trauma da derrota no Maracanã ainda não tinha sido superado. Criticado por não ter convocado Zizinho, o técnico Zezé Moreira tinha em mãos outros remanescentes de 1950, como Nilton Santos e o capitão Bauer (na foto, pouco antes do início da partida contra a Hungria).

Porém, mais do que o abatimento pela derrota em casa, o grande problema era, mais uma vez, a desoganização. Na segunda partida do mundial, por exemplo, os dirigentes brasileiros não sabiam que um empate com os iugoslavos garantia a vaga para as quartas-de-final. Com 1 a 1 no placar, desgastaram-se inutilmente em busca da vitória.

O sorteio colocou o time contra a Hungria. Os brasileiros temiam enfrentar os campeões olímpicos de 1952, time de lendas como Puskas, Czibor e Hidegkuti. Zezé Moreira tentou amenizar: "Não me interesso pelo time dos outros". Kocsis, que terminaria o mundial como artilheiro, com 11 gols, rebateu com convicção: "Venceremos o Brasil e seremos os novos campeões do mundo".

Mas o Brasil já sairia derrotado do vestiário, depois que o chefe da delegação, João Lyra Filho, comparou os jogadores aos pracinhas brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial e exigiu a vitória. Todos entraram apavorados e nervosos com o peso da responsabilidade. Com 7 minutos de jogo, já perdiam por 2 a 0.

Reagiram, mas a Hungria venceu por 4 a 2, em jogo tenso e violento. Quando os jogadores dos dois países iam saindo de campo, Czibor estendeu a mão para Maurinho, que aceitou o cumprimento. Só que o húngaro retirou a mão e o brasileiro deu-lhe um soco na barriga. Zezé Moreira afastou seu jogador do bolo, mas os húngaros pronunciaram seu nome - "Moreira!" - e cuspiram no chão.

Zezé estava com uma chuteira de Didi na mão e atirou-a contra os inimigos, acertando o rosto do técnico da Hungria, Gusztav Sebes, que era simplesmente o vice-ministro de Esportes de seu país. A trava de madeira fez um talho no rosto e o sangue esguichou. Em represália, Puskas deu uma garrafada na testa do zagueiro Pinheiro. No meio do rolo, o jornalista brasileiro Paulo Planet Buarque ainda derrubou um policial suiço com uma rasteira.

O juiz inglês Arthur Ellis foi o bode expiatório para os brasileiros explicarem a derrota, por causa das expulsões de Nilton Santos e Humberto. Assim, não bastasse o vexame do quebra-pau, o árbitro brasileiro Mário Vianna, que tinha apitado um dos jogos da Copa, foi ao microfone de uma rádio brasileira e acusou Ellis de fazer parte de um complô comunista para classificar a Hungria.

Resultado: o infeliz cartola João Lyra Filho enviou protesto por escrito à Fifa, acusando a arbitragem de "estar a soldo do Kremlin". Vexame completo.

Brasil 2 x 4 Hungria
27 de junho de 1954

Brasil: Castilho; Djalma Santos, Pinheiro, Nílton Santos; Brandãozinho, Bauer; Julinho, Didi, Índio, Humberto, Maurinho. Técnico: Zezé Moreira
Hungria: Grosics; Buzansky, Lorant, Lantos; Boszik, Zakarias; M. Toth, Kocsis, Hidegkuti, Czibor, J. Toth. Técnico: Gusztav Sebes.

Local: Berna (Suiça)
Árbitro: Arthur Ellis (Inglaterra)
Expulsões: Nílton Santos, Boszik e Humberto
Gols: Hidegkuti (3), Kocsis (7), Djalma Santos (17), Lantos (61), Julinho (75) e Kocsis (88)

domingo, junho 25, 2006

À flor da pele

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A partida entre Portugal e Holanda teve toda a dramaticidade que conviria a um jogo eliminatório de Copa do Mundo. Emoções fortes, belas jogadas, imprevisibilidade e um duelo entre gigantes que manteve o suspense até o final. Final que, se fosse outro, talvez não fosse injusto.

A dramaticidade começou com a violência holandesa contra Cristiano Ronaldo, que teve de ser substituído após uma entrada violenta de Boulahrouz. Apesar do time já estar ganhando por 1 a 0, belo gol de Maniche, era uma perda inesperada para a equipe de Felipão. Desalento para Portugal, que era pressionado pelos adversários com um toque de bola rápido e jogadas pelas pontas.

A partir daí, se travou uma guerra. Quase no sentido literal. Jogadas violentas, algumas vistas pelo árbitro e outras não, deram a tônica da batalha em que Portugal se defendia com um a menos desde o primeiro tempo. Portugal se igualou em número de jogadores com os holandeses durante somente 14 minutos, pois, após a expulsão de Boulahrouz, Deco também foi expulso do lado português.

Cera, catimba, raça, garra, vontade. Portugal não mostrou apenas isso, elementos que faltaram contra Angola, mas mostrou capacidade de variação tática conforme o momento da partida e também que possui opções no banco, além de um brilhante - em mais de um sentido - comandante. Felipão amplia seu recorde de vitórias em Copas, Portugal chega a uma quarta de final (feito que não conseguia desde 1966) e também segue invicta há 18 partidas. Tudo depois de um jogo de tirar o fôlego.

Acima de tudo, uma partida de um time que já entrou para a história como vencedor. Mas pode chegar mais longe e, hoje, acredito que ninguém duvide dessa possibilidade.

Hermanos na descendente

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Depois do joguinho entre Brasil e Austrália, que por coincidência aconteceu no dia seguinte ao massacre argentino contra Sérvia e Montenegro, teve comentarista dizendo que o problema da Argentina era ter alcançado o topo da qualidade na primeira fase. Achei um dos maiores papos furados da Copa. Naquele dia, tristemente vislumbrei os hermanos levantando a taça.
Mas não é que eles realmente caíram de produção? Não, não foi um jogo ridículo. O México jogou tudo o que podia (e ainda estava guardado). O toque de bola tranqüilo surpreendeu. Mas a Argentina não foi aquela. Sofreu demais e jogou de menos, comparando com o 6 x 0 da primeira fase. A diferença entre os dois times ficou na técnica mais refinada dos argentinos, porque o número de bolas que os mexicanos deixam bater na canela e espirrar é impressionante. E o golaço do Maxi Rodriguez não acontece toda hora.
A pergunta é: a Argentina recupera o fôlego? Vai ter bala para enfrentar a regular, competente e surpreendente - sim, surpreendente - Alemanha?

Eu acho que vai, mas não custa sonhar!

sábado, junho 24, 2006

Robinho sente a coxa

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O médico da seleção brasileira, José Luiz Runco, anunciou que o atacante Robinho sentiu dores musculares na face anterior da coxa direita. Ele diz que parece ser algo leve, nada sério, mas é preciso aguardar a resposta do tratamento com medicamentos e gelo. O músculo, segundo o sempre mau-humorado com os jornalistas Runco, é o do chute. Foi depois de um tiro em gol que o atleta sentiu a contusão.

Achar assunto é difícil pra quem está lá, mas quando aparece um foi limitado a três perguntas e respostas sempre iguais do médico. Ninguém conseguiu perguntar mais detalhes.

Pela convocação de uma equipe do Futepoca pra cobrir a Copa...

sexta-feira, junho 23, 2006

O endeusamento de Cicinho

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Depois da partida contra o Japão, os reservas brasileiros viraram heróis nacionais. Em um debate na Sportv comentaristas exaltavam a "humildade" deles ao darem entrevistas, como eles ficaram emocionados e comovidos com a chance dada por Parreira e blá-blá-blá.
Um, em especial, foi tratado como gênio pelos media. Cicinho foi elevado ao panteão dos deuses, um Carlos Alberto Torres dos novos tempos. Mas, se a maior presença ofensiva do lateral que apóia bem mais que o Cafu impressiona a torcida, deveria ser melhor analisada pelos ditos especialista.
O ex-sãopaulino tem características de ala e não de lateral, como gosta o Parreira. Assim, colocá-lo na equipe exige um outro tipo de precaução defensiva. Contra o Japão, Cicinho fez 25 desarmes, mas a maior parte deles foi feita no campo do adversário, ou seja, se o Brasil marca pressão, ele funciona desarmando na frente. Como isso é impossível de se fazer em uma partida inteira, quando atacado, o madrilenho é o ponto mais fraco da defesa. Falhou feio no gol do Japão e quase entregou outro gol no segundo tempo. Por isso que Cicinho, no São Paulo, tinha liberdade para atacar mas jogava em um esquema com três zagueiros. Num 4-4-2, ele se torna um perigo.
Mas, se é bom ver um lateral que avança mais, participando do jogo e fazendo uma bela assistência para o gol, alguns números mostram que nem na frente Cicinho foi isso tudo que disseram. De dez cruzamentos feitos por ele, nove foram errados. Ele também foi o segundo jogador que errou mais passes - seis - só perdendo para Ronaldinho Gaúcho que, obviamente, errou jogadas mais ousadas.
Cicinho pode ser uma boa opção para uma equipe mais ofensiva. Mas não é o caso de achar que é um jogador completo ou mesmo mais completo que o combalido Cafu. Até pode vir a ser, mas, definitivamente, ainda não é.

FORA, ROBERTO CARLOS!!!

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Com esse post lanço, oficialmente, minha campanha pessoal pela saída de Roberto Carlos do time titular da seleção brasileira. Ou melhor: que saia da seleção de uma vez por todas! Chega de Roberto Carlos! Não é ala, não é lateral, não marca, não apoia, não arma, não corre, não participa, não tabela e, nos últimos jogos, nem chutar direito conseguiu! Chega desse inútil! Sei lá, efetivem o Gilberto, ou mandem o Zé Roberto pra lateral, ou ponham o Júlio César nessa função, ou joguem SEM lateral esquerdo, mas pelo amor de Deus, XÔ, ROBERTO CARLOS! Contra o Japão, o Brasil mostrou que é melhor jogar com 11. Fica mais fácil com 11, Parreira, com 11 !!! FORA, ROBERTO CARLOS!!!!!

Protesto

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Eu queria protestar contra minha profissão. Só os jornalistas (e os operadores de metrô, talvez) não podem sair do trabalho às 14h e ir pro bar encher a cara durante os jogos do Brasil. Isso está tornando esta Copa meio brochante pra mim!

Níve etílico: Erva-doce

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Pra assitir a Suiça e Coréia, só sob efeitos do álcool. A Erva-Doce, da fazenda Poções, de Salinas, é suave (fraquinha) e doce, como sugere o nome. Em garrafa de 700 ml, ela é levemente amarelada, fruto do envelhecimento em tonéis de jequitibá-rosa e manduirana.

Uma boa pedida pra quem reclama de que os olhos ardem ao cheirar uma cachorro-de-engenho, ou que acha uma brava muito pesada pra tomar pura. Tem até no Pão-de-Açúcar, sinal de que eles devem ter investido em marketing e distribuição. Eu aceitaria esse jabá, entende?

Ceni em campo

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Não, não é importante. Mas é curioso. Eu não entendi. E prometo um doce a quem me explicar - e convencer.
O que foi a entrada do Rogério Ceni aos 36 minutos do segundo tempo do jogo Brasil x Japão? O jogo estava 4 x 1, a entrada do Ricardinho já tinha amornado a seleção, nada mais aconteceria. Do nada, Parreira saca o Dida - sem nenhum problema de contusão - e coloca Ceni, aquele que uma boa parte da torcida gostaria de ver como titular. Pela primeira vez o Brasil trocou de goleiro durante um jogo de Copa.
Meu primeiro pensamento foi: o Pé de Uva quer queimar o cara. É muito difícil pra um goleiro entrar frio. Tomar um gol besta fica bem mais fácil. E como o Brasil já estava goleando, não faria muita diferença. Quer dizer, faria, pro Rogério. Mas um segundo depois desisti da conspiração. Não faz sentido!
Seria um afago parreirense para o idolatrado são-paulino? Um prêmio de consolação, já que é a última Copa do goleiro? Um pedido de desculpas pela teimosia em não convocá-lo quando ele estava MUITO melhor que o Dida?
Aguardo teorias melhores que as minhas!

E o Kaká?

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Após o jogo contra a Croácia, todos os olhares venenosos se voltaram contra o Ronaldo Obeso. Detonaram o cara (com razão), disseram que ele não poderia mais jogar pela seleção, criticaram o centroavante de todas as formas. Ele se recuperou contra os chin.. digo, japoneses; mas as críticas ainda pairam sobre seu futebol.

Muita gente também tem criticado o Ronaldinho Gaúcho. Ele tem sido útil nos jogos, mas, indubitavelmente, está jogando menos do que sabe e do que deveria em um mundial. Será que o destino dele é ser coadjuvante em Copas, como foi em 2002? Não sei. O fato é que as críticas sobre ele já ganham corpo.

O estranho é que do Kaká... ninguém fala! Ele levou (merecidamente) todos os louros da vitória sobre a Croácia. Contra a Austrália, teve uma atuação das mais medianas. E ontem, dia da melhor exibição da seleção no mundial, ele simplesmente se escondeu do jogo! Não se apresentou, não se dedicou, não fez nada.

Ele está devendo, e isso é fato. Tem se apoiado no golaço da Croácia para escapar das críticas. Mas já as está merecendo.

Memória da Copa (7ª edição)

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- - - - - - - - - - - - - - - Cala a boca, Galvão Bueno!

Quantas vezes você não teve vontade de gritar - ou gritou - essa frase em direção à TV? Quantas bobagens o apresentador-mor da Globo ainda vai atirar no ouvido dos pobres telespectadores? Eu já não tenho mais esse problema, pois quando a única emissora transmitindo determinado jogo é a Vênus Platinada (e o narrador, o Besteirão Bueno), eu tiro o som. Meu ouvido não é penico.

Mas naquele 23 de junho de 1998, há exatos oito anos, eu não tive essa opção. Estava assistindo Brasil e Noruega na TV coletiva da pousada onde morava, em Fortaleza, e fui obrigado a acatar a decisão da maioria dos hóspedes de deixar o aparelho no último volume, com o Galvão se esgoelando.

Era o terceiro jogo da primeira fase, o Brasil já tava classificado e, como era de se esperar, a partida foi um porre de tão horrível. Mas, aos 32 do segundo tempo, Bebeto abriu o placar e a Noruega resolveu ir pra cima. Cinco minutos depois, Tore Andre Flo empatou e o Brasil, jogando muito mal, começou a levar pressão.

Faltando dois minutos pra acabar o jogo, o mesmo Flo recebeu uma bola na área brasileira e o estabanado Júnior Baiano chegou junto na marcação. O árbitro marcou pênalti. Galvão Bueno berrava, apoplético, que o Brasil estava sendo roubado, que o juiz era muito fraco, que era um absurdo, enfim, aquela baboseira ufanista de sempre.

Rekdal cobrou com eficiência e decretou a (justa) vitória por 2 a 1 da Noruega sobre o Brasil, o que deixou o Galvão ainda mais atacado e insuportável. Para ele, o único problema era o juiz e seu "erro escandaloso" no final da partida. O futebol medíocre da seleção de Zagallo e o sufoco vergonhoso imposto pelo timinho da Noruega nada tinham a ver com o resultado.

Pois no dia seguinte foram divulgadas imagens de uma TV sueca mostrando claramente o puxão infantil que Júnior Baiano deu na camisa de Tore Andre Flo (veja foto acima), não restando qualquer dúvida sobre o pênalti bem marcado. E pior que as besteiras do Galvão foi a atitude da Fifa, que, antes da divulgação das imagens, já tinha mandado o juiz estadunidense Esfandiar Baharmast mais cedo pra casa. Isso o Galvão não comentou.

Brasil 1 x 2 Noruega
23/junho/1998

Brasil: Taffarel; Cafu, Junior Baiano, Gonçalves, Roberto Carlos; Dunga, Leonardo, Rivaldo, Denílson; Bebeto, Ronaldo. Técnico: Zagallo.
Noruega: Grodaas; Berg, Eggen, Johnsen, Björnebye; Strand (Mykland), Leonhardsen, Havard Flo (Solskjaer), Rekdal; Riseth (Jostein Flo), Tore Andre Flo. Técnico: Egil Olsen.

Local: Stade-Vélodrome (Marseille)
Árbitro: Esfandiar Baharmast (EUA)
Gols: Bebeto (77), Tore Andre Flo (82), Rekdal (89)

Ronaldinho Gaúcho e as expectativas

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Apesar do quase monopólio de Ronaldo “Gordo” (com todo o respeito) das críticas à seleção, ainda sobra para alguns jogadores, justa ou injustamente. Ronaldinho Gaúcho é um deles. O pessoal tem falado que ele não está jogando bem, que naõ é uma sombra do que é no Barcelona, que é mascarado, prende a bola no meio campo etc. Opinião e bunda, com diz o filósofo, cada um tem a sua, e na minha isso é tudo balela.
O cara está jogando de meia, função totalmente diferente c]do que faz no Barça. Lá, ele joga perto da área. Na verdade, segundo contou o Belleti, se naõ me engano, no barça o técnico dá funções específcas pra todo mundo, olha pro Gaúcho e diz “Você joga onde quiser”. Na seleção não é assim, pelas características do conjunto.
A questão é de expetativa. A gente espera que o cara, por ser O Cara, drible dez japoneses, dê um chapéu do goleiro e faça o gol de bunda. Mas não é assim que a banda toca.
Pergunto: quem virou o jogo pro Cicinho no (belo) gol de cabeça do Gordo? Quem enfiou a bola pro mesmo obeso dar o gol pro Adriano contra a Austrália? Quem achou o Gilberto livre no terceiro gol contra o Japão?
A questão é que ele tá jogando como poucos meias jogam no mundo. Limpa a jogada, busca a tabela, aparece pra buscar jogo. Tem uma visão impressionante, acha os caras livres fácil, vira o jogo, faz lançamentos. Não é culpa dele que os dois volantes (Emerson e Zé Roberto) não particpam do jogo e que o Roberto Carlos tá numa fase meia boca. Ele acaba ficando distante do Kaká e sem ter com quem tabelar, inventa um lançamento pra não ter que tocar a bola pra trás e dizem que ele errou.
Tocar para trás, aliás, o Ricardinho faz sem vergonha. Viram como o time ficou sem graça, lento quando ele e o Pernanbucano ficaram na armação? Burocrático. Gaúcho e Kaká dão outro ritmo pra coisa.
Deixa o time se azeitar e veremos jogadas como a tabela do Gaúcho com o Gordo contra o Japão, que terminou com um passe de calcanhar e chute pra fora, virarem gols de placa.

Mobilidade

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Concordo com o companheiro Glauco que o Juninho não é a última azeitona da empadinha como se tem dito por aí e naõ adianta colocá-lo de meia. Mas a entrada dele no lugar do Zé Roberto dá mais toque de bola no meio campo. Ele faz tudo que o Zé Roberto faz, com um pouco mais de qualidade e criatividade no passe e uns chutes de fora da área geniais. É mais ou menos o que acontece com o ataque quando entra o Robinho, só que mais pra trás. O certo é botar os dois, Robinho e Pernanbucano, no lugar do Adriano e do Zé Roberto, e fazer marcação pressão, na saída de bola. É atropelar os vagabundos. O Olavo que me perdoe, mas retranca é coisa de alemão.

PS.: O Gilberto também não é gênio, mas do jeito que o Roberto Carlos está jogando ele merece continuar como titular. Dá opção de tabela pela esquerda, com o Gaúcho e o Robinho.

A zaga

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Nenhum dos adversários do Brasil na primeira fase tinham como marca, grande potencial ofensivo (exceto ao bom futebol e talvez agressivo no caso das canelas dos adversários, alvos dos australianos). Mas a retaguarda vem apresentando rendimento bem acima do esperado. Basta lembrar que era o setor que mais gerava reclamações.

Lucio não cometeu uma falta sequer, mas Juan vem se mostrando soberano lá atrás. O primeiro fez 8 desarmes, enquanto o segundo é o sétimo ladrão de bolas da Copa, com 15 desarmes feitos. Zé Roberto tem 12, vem logo atrás com meia partida a menos – já que só entrou no segundo tempo contra os japoneses.

Lucio continua adepto de dar emoção à partida em certos momentos, ao sair com a bola dominada na frente da grande área brasileira, mas também está sobrecarregado, já que Zé Roberto joga mais para a esquerda, Juninho Pernambucano marcou bem menos, e tanto Cafu quanto Cicinho apoiaram e nem sempre voltaram a tempo.

A zaga vai bem. Mas enquanto vierem bolas, há medo.

quinta-feira, junho 22, 2006

4 a 1. E aí?

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Segundo o jornal inglês The Guardian, a partida entre Brasil e Japão provou que a teoria que diz que os latino-americanos são o segundo time de todo mundo é correta. Lembra a Portuguesa de Desportos em São Paulo, mas não vem ao caso.

Já os argentinos do Olé, estampam no site: Gordo de alegria. Destacam os dois gols de Ronaldo, o fenômeno da obesidade, que igualou o alemão Gerd Müller com 14 gols em Copas do Mundo. Eles elogiam o mistão de Parreira, apesar de considerar as limitações do Japão de Zico (o dono da zica – grifo nosso).

O francês Le Monde valoriza os 4 a 1 cadenciados e criativos diante dos nipônicos. Os felizes francofonos puxam a sardinha para Juninho Pernambucano, que atua pelo Lyon no campeonato do país. Com direito a dizer que Robinho ofereceu um "caviar" ao gordo que perdeu a chance de antecipar o quarto gol.

A melhor manchete continua sendo a do El Pais que diz que "O Brasil voltou a ser o Brasil". Preocupa o fato de 5 jogadores serem os reservas. E até Dida ter sido substituído por Rogério Ceni na segunda etapa. Os espanhóis elogiam a mobilidade adquirida com Robinho no lugar de Adriano. Elogiam os volantes Gilberto Silva e Juninho e o toque "bonito".

O manguaça em ação, que nunca pensou em dizer isso em sã consciência, só pede: volta Cafu!

(Quero o Cicinho no Parmera, mas a falha no gol japonês me deu um bode que nem o passe de cabeça para o gol de desencanto do Gordo desfez).

Falando em poupar titulares...

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Falando em times que poupam atletas, a Sportv divulgou que Cafu, Ronaldo Gordo e Emerson serão poupados para evitar o segundo amarelo. Cicinho, Gilberto Silva e Robinho entram. A informação ainda não é oficial e guarda aspectos de boataria.

Mas fica a pergunta: isso piora o time? Reserva que entra desmotivado nem deveria ter sido convocado, Robinho e Fred mostraram isso (Gilberto Silva não, deixou claro que Emerson é titular absoluto).

A gravidade da notícia é que o Gordo parece continuar titular para segunda fase nos planos de Carlos Alberto Parreira, já que Robinho também está pendurado mas o poupado foi o primeiro.

Pena que o Roberto Carlos não tomou cartão amarelo nem está acima do peso.

Sem graça

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Os jogos da terceira rodada da Copa do Mundo têm primado pela sem-gracice. Quem pôde dar uma olhada nessas partidas, viu equipes com bem pouca motivação pra saber quem vai ser primeiro ou segundo do grupo e, pior, poupando titulares. Aliás, esse negócio da Fifa suspender o jogador no caso de dois cartões amarelos e zerá-los na segunda fase só poderia dar nisso mesmo: seleções poupando titulares e deixando os jogos mais feios. Não dá pra mudar em 2010 não?

Denúncias, advogado...

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Companheiros, por favor: o que vocês acham dessa definição do Parreira sobre o que são "negócios de treinador"? Leiam:

Terra - Você gosta de livros?
Parreira - Gosto, mas não consigo abrir. Não tenho concentração para abrir um livro sequer, incrível. O negócio de Copa do Mundo absorve você de uma maneira tal.

Terra - Não dá tempo?
Parreira - Não, tempo até você teria, mas a cabeça não está preparada para nada a não ser Copa do Mundo. Acompanhar os jogos, o adversário. Eu, particularmente, vejo todos os jogos quando estou no hotel. Só não vejo aqueles quando nós estamos treinando, fora do hotel ou em viagem. Como aconteceu em dois ou três jogos que a gente tava em viagem e a gente não viu. Mas estando no hotel, com disposição, eu vejo todos os jogos.

Terra - Por que livros de ficção?
Parreira - Porque é descompromissado. Para relaxar. Gosto muito de aventuras e não gosto de terror. Gosto de filmes de ficção, onde tem casos de julgamento, detalhes, minúcias. É negócio de treinador. Denúncias, emoção, advogado, mistério.

quarta-feira, junho 21, 2006

Tenho só 3kg a mais que Ronaldo, mas sou 5cm mais alto e não jogo na seleção, pô!!!

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Ronaldo se apresentou à Seleção Brasileira com quase cinco quilos acima do peso considerado ideal pela comissão técnica. Nesta quarta, o preparador físico Moraci Sant'Anna afirmou que o jogador está com 90,5 kg, apenas meio quilo acima do que ele considera o ideal para o atacante.

"Do dia da apresentação para a véspera do jogo contra a Austrália, ele tinha perdido 3,2 kg. De lá para cá, perdeu mais um. Está agora com 90,5 kg, meio quilo acima do peso considerado ideal por seu percentual de gordura. Mas um quilo a mais, um quilo a menos é desprezível nesses casos", afirmou Moraci após o treino de reconhecimento do gramado do Westfalenstadion, em Dortmund, local do jogo de quinta, contra o Japão.

Até hoje, o preparador relutava em dizer o peso exato de Ronaldo. O tema provoca polêmicas desde o início da preparação da Seleção, em Weggis, na Suíça, em 22 de maio. Curiosamente, no site da Fifa o peso de Ronaldo é de apenas 82 kg. O jogador se apresentou à Seleção com 94,2 kg, 12,2 quilos a mais. Ronaldo tem 1,83 m.

Bolão é coisa de viado

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Breve desabafo de um cidadão que está passando vergonha em dois centros de apostas.

Sobre torcedores e torcidas

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Espetáculo à parte em qualquer pelada ou jogo de Copa, os torcedores têm sido mais notícia do que os treinos ou declarações de técnicos nos últimos dias. Em umma rápida olhadela no que andam fazendo/falando precebe-se que não é à toa:

- Torcedor inconformado - Nessa terça, no treino do Japão, torcedores protestaram irritados com o desempenho da sua seleção, como se fosse possível esperar coisa melhor... "Coloquem a bola na rede, vocês são um lixo!", gritou um indignado japonês.

- Torcedor-jogador - "Torcer para a Argentina nada. Eu sou brasileiro", declarou o meia Carlos Alberto, que na terça-feira treinou com bandeiras do Brasil nas unhas, além de uma pulseira verde-amarela e elásticos nas mesmas cores amarrados a suas tranças. Nem quando perguntado se a presença de Tevez e Mascherano no elenco o fariam torcer pelos argentinos, respondeu:"Que nada, Tevez já fez o golzinho dele, está bom", observou.

- Torcedor manguaça - A polícia alemã efetuou a prisão de 51 torcedores, sendo 23 brasileiros e um australiano nos arredores do estádio de Munique, palco da partida entre os pentacampeões e os amarelos da Oceania. De acordo com a polícia, as principais ocorrências que levaram às prisões foram pequenos furtos e desacato às autoridades. Desacato, vulgo atos em decorrência da manguaça, ou alguém acredita em brasileiros bêbados conseguindo ofender algum policial em alemão?

- Torcedor-jornalista - Complicado mesmo é quando a imprensa vira torcedora. Se a gnete reclama dos veículos daqui e do ufanismo do Galvão, olha só o que um periódico sueco ousou: "Larsson é tão grande como Pelé". O delirante jornal Aftonbladet ressaltou que o ex-jogador do Barcelona é o sueco que disputou mais jogos em Copas, empatou com Kenneth Andersson como artilheiro da seleção na história da competição e marcou gols nos Mundiais de 1994, 2002 e 2006. É, igualzinho Pelé.

terça-feira, junho 20, 2006

Futebol, política e cascata...

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Já conformada com a derrota de seu candidato à presidência da República na eleições de outubro, a Falha de S.Paulo (falha mesmo, não foi ato falho) se esmera em buscar "alternativas" para não ter de passar mais 4 anos engolindo um sapo barbudo. Artigos nebulosos, misturando alhos com bugalhos, aparecem com certa freqüência nas páginas do periódico paulistano. Mas o texto publicado hoje com o título de "Política de chuteiras", de autoria de Roberto Luís Troster (economista chefe da Febraban), é qualquer coisa de espantoso.

Na infeliz tentativa de comparar futebol com equipe econômica, Troster afirma taxativamente: "Espera-se um craque político que mude esse quadro. Alguém que faça o país do futuro virar presente, o craque que com liderança, raça e ginga leve o Brasil a uma posição de destaque. É uma busca infrutífera. Esse craque não vai aparecer." Ou seja: além de dizer que o presidente Lula é um inútil e que não está fazendo nada pela recuperação econômica do país, o articulista estende o descrédito a todos os outros candidatos e também aos que vão aparecer no futuro!

Mas não pára por aí: depois de afirmar que "a representação política depende em excesso de uma só pessoa com mandato fixo com pouca flexibilidade" e que "o Congresso tem um papel de coadjuvante e não é responsável pelo bom desempenho da economia", Troster conclui brilhantemente, com toda a certeza do mundo, que a solução seria "a adoção do parlamentarismo". Trocando em miúdos: se a população teima em eleger e reeleger Lula, então vamos cortar as suas pernas! É isso ou entendi mal?

Não contente em desprezar os bons ventos que a economia nacional atravessa, o articulista não perde a oportunidade de bater também no Bolsa Família: "No regime presidencialista, além do excesso de personalismo, há um incentivo a adotar políticas populistas, que geram benefícios a curto prazo e repassam os custos aos sucessores." Aqui o discurso neoliberal fica evidente: investir em políticas de distribuição de renda é jogar dinheiro fora. A mesma cascata que Serra utilizou, clamando a "contenção de gastos", para podar todas as ações sociais da gestão Marta Suplicy.

O mais engraçado é que, quando o mesmo Serra batia Lula nas pesquisas, em meados de 2005, NINGUÉM vinha com esse papinho de parlamentarismo. Por que será, hein?

Agora, convenhamos: afirmar que "parlamentarismo" e "desengessamento do Orçamento" são bons é uma coisa. Mas, a partir daí, concluir que "Dá certo no futebol, tem que dar certo na economia", é muita esquizofrenia para o meu gosto. O que uma coisa tem a ver com outra???

"Tomei umas 20 doses de uísque"

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Até o fim da Copa do Mundo, Ronaldinho, Ronaldo, Roberto Carlos ou algum outro astro da seleção brasileira vai sentar num chapéu e botar um ovo.

A promessa é de Juarez Pinheiro Guedes, 54, pai do atacante Fred, que segue a delegação envergando uma camisa pirata do Brasil, fazendo "mágicas", como a do ovo no chapéu, e contando causos em seu blog (http://blog.uai.com.br/blog/fredgol/jua/).

Ontem, no day-after da explosiva estréia de seu filho em Copas, ele encarou a ressaca mais brava. "Não tinha cachaça, tomei umas 20 doses de uísque num bar de Munique para comemorar o gol do Fredinho."

"Seu Juá, o Boleirão", como se apresenta na internet, é a antítese do ar blasé da maioria dos acompanhantes de outros craques e, até por isso, choca os europeus e quem mais cruza com ele pelos caminhos da seleção.

Como quando se exibe engolindo um palito para depois tirar dezenas deles da boca. "Já cheguei a colocar 200 pra fora."

Juá afirma que, executados nos bares, os truques fazem os alemães rasgarem a conta. Não que precise. Ainda em Weggis, na Suíça, ganhou uma mesada.

"O Fred meteu um checão de 12 mil na minha mão. E já perguntou se preciso de mais."

Mas Juá se vira. Comprou US$ 38 mil em pedras antes de ir à Europa. Diz que vendeu a maioria na Alemanha e que levantou US$ 95 mil. Entre as mercadorias, estavam lotes de topázio imperial, a pedra cujo nome usa para se referir a Fred.

Ex-garimpeiro, aprendeu a lidar com as pedras desde cedo em Teófilo Otoni (MG), onde tanto ele quanto o filho nasceram. A cidade merece homenagens no blog. Ao fim de cada texto, Juá lança o bordão: "De Teófilo Otoni para o mundo".

Mas ontem ele estava bem longe dali. Apesar da ressaca, viajou de Munique para Lyon, na França, onde fica até amanhã. Só retornará à Alemanha para assistir a Brasil x Japão.

Ficará indo e voltando da França enquanto o Brasil estiver no Mundial. Prefere assim, porque só na casa de Fred acha comida brasileira. "Você acredita que me serviram um arroz gelado com frango na Suíça?"

Só aprovou um prato com carne de porco e feijão branco que encontrou em Munique.

"Eram umas bisteconas. Mas reclamei quando veio a conta. Três bistecas, 190."

As outras bistecas eram de Jonésio Pereira e de Thiago Afonso Silva, amigo de infância de Fred, descrito em quase todos os posts do blog como "Batata, meu fiel escudeiro".

Num Audi, que Juá chama de "Áudio", os três seguem atrás da seleção e servem de testemunha para as suas histórias.

Algumas são bizarras. Imagine um suíço, chamado Ernest, agachado sobre um chapéu, enquanto Juá retira um ovo, como se tivesse sido chocado pelo rapaz. Isso no meio de um bar.

É esse truque que quer fazer com os colegas de Fred se voltar à concentração. "Fui duas vezes ao hotel em Weggis. O Robinho é o mais esculhambador, me chama de Pai da Copa."

Como a maioria dos boleiros, diz ter preferência pelas loiras. "As alemãs são lindas, mas bravas. Chamei uma de "beautiful", uma das coisas que falo em inglês, e ela fechou a cara. Começou a gritar: "hans, hars, stok, stok". Só deu tempo de eu dizer: "Vamos embora, Batata"."

Preconceito?

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Um dos problemas gigantes que verificamos com a imprensa da Copa é o desconhecimento. O glorioso Sérgio Noronha, da Globo, se supera a cada dia, primeiro ao dizer que "ouviu falar que o Ibrahimovic é bom jogador" e depois ao falar que "não conhece nada do time de Trinidad e Tobago". Porra, um cara que é pago pra comentar a Copa, evento do qual sabemos todos os participantes com uma boa antecedência, dizer que "não sabe nada" de um time? Ah, vai catar coquinho!

Mas há também outro mal. O preconceito. Sim, sim. Estamos habituados a ver essa palavra usada em situações desagradáveis envolvendo gays/negros/deficientes e afins, mas ela também aparece no futebol.

Um exemplo disso é já batido: é quando um cidadão diz que os times africanos tem "talento e técnica" mas falta "responsabilidade". Cacetada. Isso pra mim é mais preconceito do que o De Sábato no Grafite, mas tudo bem...

Outro caso foi nítido hoje, na peleja entre Equador e Alemanha. E, como não fez referência a negros, talvez possa ter passado batido.

No jogo, os alemães jogaram um belo futebol. Marcaram bem, tocaram a bola com velocidade e precisão, preencheram todos os espaços de campo, não deram brecha pro adversário. E o que a dupla Casão/Cléber Machado se limitava a dizer? Que os alemães não eram técnicos, que jogavam um futebol somente objetivo, feio de se ver...

Todo mundo sabe que sou adepto do futebol de resultados. Mas caramba, hoje a Alemanha não se limitou a isso. E por puro preconceito algumas mentes não conseguiram captar o ocorrido.

A galera precisa saber que "preconceito" também pode atingir europeus, alemães e loiros...

segunda-feira, junho 19, 2006

Memória da Copa (6ª edição)

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Nasce o rei

Faz 48 anos hoje que o mundo conheceu o verdadeiro e único rei do futebol. Em 19 de junho de 1958, Pelé marcou um golaço contra o País de Gales, classificou o Brasil para a semifinal da Copa da Suécia e garantiu a posição de titular incontestável da seleção nacional pelos 13 anos seguintes. Era um rapaz franzino, de 17 anos, com menos de dois anos de atividade profissional no futebol. Mas era um gênio - e o mundo inteiro comprovou.

Até ele surgir, o máximo que o Brasil tinha alcançado em Copas era um vice-campeonato jogando em casa, na tragédia que foi a derrota para o Uruguai em pleno Maracanã, em 1950. Quando Pelé abandonou a seleção, em 1971, o Brasil era tricampeão mundial e detinha a Taça Jules Rimet em definitivo. Sem ele, a seleção enfrentaria um jejum de 24 anos sem vencer outra Copa do Mundo. Coincidência?

Jogando pelo Santos, em 1957, Pelé já havia deslumbrado gregos e troianos (ou melhor, paulistas e cariocas). Foi assim que garantiu seu lugar na Copa de 1958. E só não foi titular desde a primeira partida porque, antes de deixar o país, contundiu-se gravemente numa entrada assassina do zagueiro Ari Clemente, durante um amistoso caça-níqueis em que a seleção derrotou o Corinthians por 5 a 0, no Pacaembu.

Se fosse um jogador comum, teria sido cortado no ato. Mas a CBF já sabia de quem se tratava e decidiu apostar em sua recuperação e levá-lo à Suécia. Caso não tivesse condições de jogo até o fim da primeira fase, voltaria mais cedo e Almir Pernambuquinho, que estava excursionando pela Europa com o Vasco, seria chamado em seu lugar. Pelé perdeu a partida de estréia, em que o Brasil derrotou a Áustria por 3 a 0, e também o empate sem gols contra a Inglaterra.

Só entrou no antológico jogo contra a União Soviética, estreando como titular junto com Zito, Vavá e Garrincha. Foi um massacre que o magro placar de 2 a 0 não traduziu. Pelé jogou o que sabia, mas os dois gols de Vavá e o show de Garrincha na ponta-direita ofuscaram seu brilho. A partida seguinte, pelas quartas-de-final, é que seria um palco exclusivamente seu.

Fechada com 10 homens atrás, mais o goleiro, a seleção do País de Gales não deixou o Brasil jogar até os 25 minutos do segundo tempo. Quando todos já apostavam na prorrogação, Didi tocou para Pelé dentro da área galesa e esperou a devolução para tentar um chute a gol. Mas o garoto, em vez de devolver a bola ao mestre, deu um balãozinho genial, livrando-se do marcador, virou-se e, antes de a bola cair no chão, mandou para o fundo das redes.

Ainda hoje, ele considera esse um dos mais belos gols que marcou, entre os 1.281 anotados. Foi ali, pela primeira vez, que todos os holofotes mundiais voltaram-se para ele. Com mais três gols na semifinal contra a França e outros dois na final com a Suécia, o adolescente Pelé voltou para o Brasil já como rei consagrado do futebol. E nunca mais deixou de ser.

Brasil 1 x 0 País de Gales
19/junho/1958

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando, Nílton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Mazzola, Pelé, Zagalo. Técnico: Vicente Feola.
País de Gales: Kelsey; Williams, M. Charles; Hopkins, Sullivan, Bowen; Medwin, Hewitt, Webster, Allchurch, Jones. Técnico: Jimmy Murphy.

Local: Nya Ullevi (Gotemburgo)
Árbitro: Hriedrich Speilt (Áustria)
Gol: Pelé (71)

O emplastro Brás Cubas

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Novamente o Brasil não jogou bem. Contra a Austrália, o time mais uma vez mostrou as deficiências da partida contra a Croácia como a falta de entrosamente do "quarteto mágico", lentidão na saída de bola e dificuldade para se desvincular da marcação adversária. No entanto, também mostrou evoluções: Ronaldo se movimentou melhor e, de fato, em alguns momentos chegou a compor de verdade uma dupla de ataque com Adriano. Além do gol, Adriano deu um passe de calcanhar para seu companheiro de frente, que chutou para fora.

É pouco? Claro que é. O Fenômeno jogar melhor do que na última partida é obrigação, já que ele foi uma nulidade em campo. Mas, mesmo assim, o quarteto não fluiu. Ronaldinho Gaúcho parece tímido, não tenta as jogadas individuais que lhe deram fama mundo afora, ficando essas a cargo de Kaká que, obviamente, não vai resolver todo jogo. Falta aproximação entre os quatro e isso só se ganha com treino e tempo.

Essa é a questão. O Brasil conseguirá entrosar esses quatro a tempo? O resto da equipe, a parte defensiva que tanto causava preocupação, parece mais afinada, mas o ataque não. Os sábios de plantão já têm a solução: colocar Juninho Pernambucano como titular.

Engraçado esse clamor da imprensa esportiva. Ontem, observando alguns programas, fiquei com a impressão de que o malévolo Parreira estaria cometendo a maior das injustiças deixando um craque indubitável no banco. "Joga uma monstruosidade", dizia Galvão Bueno. A entrada atleta do Lyon seria o emplastro Brás Cubas de Machado de Assis, a cura de todos os males, o ponto de equilíbrio de um time desarrumado.

Será? Não sei se me falha a memória, mas não lembro de nenhuma apresentação esplendorosa do jogador. Tudo bem, tudo bem, ele toca bem a bola, cadencia o jogo no meio e chuta bem de fora da área. Mas os titulares por acaso tem menos talento? A solução para o ataque é colocar alguém que, na prática, reforça a defesa? É engraçado ver os mesmos que lamentam que o Brasil não mostre um "futebol-arte", lembrarem até a seleção de 1994 como referência para justificar a escalação de Juninho. Então está bom, aquela seleção que jogava bonito...

Parreira tem a oportunidade de, contra o Japão, testar variações táticas. Colocar Robinho como titular ao lado de Ronaldo, por exemplo, que não teve oportunidade de jogar ao lado de um atacante mais leve que Adriano. Assim, é possível analisar também se a entrada do ex-santista tem que ser feita de fato no segundo tempo, quando a equipe rival já está mais cansada, ou se ele pode realmente começar jogando. O treinador só tem que tomar cuidado com as soluções mágicas dos sábios. Ou correremos o risco de ter um futebol tão burocrático quanto o que vimos em 1994. Alguém quer isso?

Nem depois de pressão da Austrália

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A vitória do Brasil sobre a Austrália no domingo por 2 a 0 garantiu a classificação e praticamente a liderança do grupo. Os gols de Adriano e Fredi aos 4 e 45 minutos do segundo tempo não significaram que o time tenha convencido a torcida. Pior, os australianos tiveram bons momentos, exigiram pelo menos uma defesa difícil de Dida e perderam um gol sem goleiro (depois de uma trapalhada do guarda-metas canarinho, a esperança dos adversários).

Na Copa da Saúde de que tanto gosta de falar o treinador brasileiro Carlos Alberto Parreira, a falta de movimentação de Ronaldo Gordo fica cada vez mais clara. Mesmo se mexendo muito mais do que na estréia, a sensação é de que o atleta está fazendo seu melhor com todos esses quilinhos a mais, o que ainda é quase nada, levando-se em conta que na reserva há Robinho e, por que não, Fred.

Mas pela conversa do técnico no pós-entrevista, Ronaldo ainda entra em campo contra o Japão. Pode ter sido impressão, mas ele não pareceu disposto a mexer. E, depois de duas partidas sem pôr Juninho Pernambucano pra jogar nem mesmo no segundo tempo, ou ele pensa mesmo em Robinho, ou quer preservar o volante do Lyon, da França. A segunda hipótese é improvável na biografia de Parreira.