Destaques

terça-feira, julho 11, 2006

Sandices fascistas

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O político italiano Roberto Calderoli demonstrou sentir saudades dos tempos de Mussolini. Vice-presidente do Senado e dirigente da direitista Liga do Norte, ele afirmou que a França “sacrificou sua identidade” ao escalar “negros, islamitas e comunistas”.
Ele saudou o título italiano como "uma vitória da identidade italiana, de uma equipe que escalou lombardos, napolitanos, venezianos e calabreses e que ganhou de uma equipe da França que sacrificou sua própria identidade escalando negros, islamitas e comunistas para obter resultados".

O embaixador francês na Itália, Yves Aubin de Messuzière, considerou a declaração fascista de Calderoli "inaceitável e depreciável, destinada a fomentar o ódio", e enviou uma carta ao presidente do Senado, Franco Marini, exigindo desculpas formais.

Calderoli, não satisfeito, negou-se a pedir desculpas e afirmou que "quando digo que a equipe da França é formada por negros, islamitas e comunistas digo uma coisa objetiva e evidente".

"Quem se escandaliza e exige desculpas não tem a consciência tranqüila. A França é uma nação multi-étnica, devido a seu passado colonialista, do qual eu não estaria orgulhoso. Mas não é minha culpa se alguns ficaram perplexos com uma equipe que escalou sete negros, se Barthez canta a Internacional em vez da Marselhesa ou se alguns preferem Meca a Belém", acrescentou. "Não creio que deva me envergonhar pelo que disse, ainda que isso choque Paris, onde se trata Zidane de gênio, confundindo um golpe de gênio com uma cabeçada", concluiu Calderoli.

Não é a primeira vez que o digníssimo senhor, que foi ministro de Berlusconi, outro grande democrata de nosso tempo, brinda o mundo com sua sapiência e pensamento progressista. Depois da grave crise causada pelas controvertidas caricaturas do profeta Maomé, apareceu enrolado com uma dessas caricaturas na emissora pública de televisão RAI.

Fernando Vanucci totalmente bêbado!!!

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É inacreditável. Só vendo e revendo muitas vezes pra ter certeza do vexame que esse manguaça passou ao vivo, na RedeTV!, logo após a conquista da Itália no domingo. Não conseguia ler o teleprompter, não percebeu que as imagens eram da comemoração da Itália e ficou falando sobre o Brasil (sabe-se lá o que), com a língua enrolada e os olhos semi-cerrados. De tão bêbado, nem voltou para o segundo bloco do programa Bola na Rede. Chamaram o Augusto Xavier às pressas pra substituí-lo. Confiram:

Teria sido racismo?

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Pensei em escrever algo no mesmo sentido, mas o Luiz Weis já o fez, no seu blog Verbo Solto. Reproduzo abaixo:

Racismo é pior que xingar a mãe

Postado por Luiz Weis em 11/7/2006 às 8:29:54 AM

A Globo não foi a única a ir atrás do que motivou a fulminante cabeçada de Zinédine Zidane, na final com a Itália.

Segundo um italiano que conhece leitura labial, informa hoje o diário londrino Guardian, citando por sua vez a BBC, Materazzi teria dito ao craque afinal eleito o melhor da Copa:

”Quero que você e sua família tenham uma morte horrível.” E teria emendado: “Vá se f….”

O que correu por aqui é que o italiano disse que a irmã de Zidane era prostituta.

De seu lado, a ONG francesa SOS-Racisme informou que, de acordo com “várias fontes bem informadas”, Materazzi chamou Zidane de “terrorista sujo”.

Se foi isso que ele disse, com ou sem o resto – que faz parte do costumeiro repertório de insultos que jogadores trocam em campo – o caso muda de figura: torna-se a negação viva do badalado espírito anti-racista da Copa e não pode ficar por isso mesmo.

É bom lembrar que na Itália, bem como na Espanha, atletas norte-africanos e negros são frequentemente hostilizados pelas torcidas adversárias.

Um técnico espanhol foi multado em 3 mil euros por ter xingado Thiery Henry, que joga na Inglaterra, com palavras racistas.

É bom lembrar também que a seleção francesa provavelmente chegou à final porque tinha pouco de “bleues” e muito de “noires” – além do genial filho de argelinos. Os únicos “autênticos” franceses, diria o fascista Jean-Marie Le Pen, eram Barthez, Sagnol e Ribéry.

Em suma, Zidane perdeu a cabeça e mereceu a expulsão, Materazzi, se apelou para o racismo, merece pena mais grave e a mídia italiana está diante do desafio de pôr o patriotismo no banco dos reservas e ir para cima do assunto.

É Júlio Sérgio!

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Depois de trazer Doni, a Roma, o mesmo time que já teve Falcão, foi campeão italiano e vice europeu na década de 80, de tantas glórias e tradições, anunciou a contratação do goleiro Júlio Sérgio.

Pra quem não se lembra, Júlio Sérgio foi jogador do Santos. Chegou no clube como um desconhecido, na metade de 2002, para ser reserva de Fábio Costa. Mas uma contusão do baiano fez com que a camisa 1 ficasse mesmo com o jovem arqueiro chegado de Ribeirão Preto.

E ele fez um bom papel no Brasileirão. Se não foi uma muralha, cumpriu perfeitamente sua função naquele time composto atletas jovens como ele - Robinho, Alex, Diego, Elano e companhia. Tanto que caiu nas graças da torcida.

Mas se a sorte o colocou pra jogar, o azar o tirou da parte nobre do campeonato: na penúltima partida da primeira fase daquele Brasileirão, Júlio se machucou e Fábio Costa acelerou sua recuperação. Arrebentou na decisão contra o Corinthians e recuperou de vez a camisa 1. No ano seguinte, Júlio ficou bem na reserva e foi vice-campeão brasileiro e da Libertadores.

2004 seria o ano mais triste da carreira de Júlio. Fábio Costa deixara o Santos para ir para o Corinthians; nada mais natural que a camisa 1 ficasse com Júlio Sérgio. Mas em mais um arroubo estranho da diretoria do Santos, Doni e Mauro chegaram à Vila. Júlio, então, passou o ano todo na reserva, mesmo com a dispensa de Doni e a contratação do atabalhoado Tápia.

No ano seguinte, Júlio perambulou por clubes menores. Foi para o Juventude e na sequência para Coritiba e América de Rio Preto. Não tenho certeza da ordem, mas é mais ou menos por aí.

Agora ele chega à Roma... curioso. Méritos técnicos não tem, indiscutivelmente. É bom sujeito, todos gostavam dele na Vila, mas não convence embaixo das traves.

Por outro lado, essa negociação me deixa feliz. Mostra que jogos de empresários, jogadores medíocres em times grandes e negociatas não existem só por aqui.

segunda-feira, julho 10, 2006

Materazzi se defende

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Um dos mais habilidosos e dóceis jogadores da Copa, símbolo da graça e leveza dos italianos, Materazzi se defendeu de forma sensacional da acusação de que teria xingado Zidane de terrorista:

"Não é verdade, não o chamei de terrorista. Sou ignorante e não sei nem o que as palavras terrorista ou islâmico querem dizer", disse o craque logo após a chegada do avião que trouxe a delegação italiana da Alemanha.

Quem quiser conferir mais dos lances que marcaram a sua carreira, Thalita recomenda:

http://www.youtube.com/watch?v=rKGcUr0S-FU&search=materazzi

Duas versões para as provocações de Materazzi

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O zagueiro italiano Materazzi teria chamado o atacante francês Zinedine Zidane de terrorista, segundo o colunista do jornal inglês The Guardian, Kevin McCarra. Esse xingamento teria feito Zidane perder a cabeça e agredir fisicamente o jogador italiano na final da Copa, sendo expulso na prorrogação. Já a leitura labial apresentada no programa Fantástico, da Rede Globo, mostra que Materazzi teria chamado de puta, por duas vezes, a irmã de Zidane. O camisa 10 da seleção francesa sempre foi muito ligado a sua família. Lila, 36 anos, é a única mulher entre os quatro irmãos de Zidane. O jogador deixou o campo em lágrimas, passando ao lado do troféu ao descer as escadas para o vestiário, e não esteve em campo para receber a medalha de prata, após derrota da seleção de seu país para os italianos nos pênaltis.

Em telefonema ao seu pai logo após a partida, o árbitro Horacio Elizondo descreveu da seguinte forma a reação de Zidane: "Estava louco e não podia acreditar que havia feito aquilo". Na França, a secretária nacional do Partido Comunista, Marie-Georges Buffet recriminou a agressão: "O gesto de Zidane foi inexplicável e imperdoável. Não é preciso explicar que não se pode usar a violência em resposta às injustiças". Porén, durante um discurso feito aos jogadores nesta segunda-feira, em Paris, o presidente da França, Jacques Chirac, consolou o craque: "Sei que você viveu o momento mais intenso e mais duro da sua carreira. Mas quero dizer que, apesar disso, você tem a admiração e a afeição de toda a nação, assim como o meu respeito também".

domingo, julho 09, 2006

Tutti quanti

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Acontece que a Itália é tetra. Não adianta falar de arbitragem, que nesta Copa foi melhor do que na anterior. A Austrália perdeu da Itália com um pênalti duvidoso, mas Japão e Austrália estava 1 a 0 pros japoneses quando estes tiveram um pênalti escandaloso a seu favor, não marcado. Se os comandados de Zico fizessem 2 a 0 ali, a Austrália teria ficado na primeira fase.
Falando de futebol, a Itália tinha Buffon (que fez uma defesa decisiva na cabeçada de Zidane), enquanto a França tinha Barthez (que tomou um gol defensável na cabeçada de Materazzi). Se Barthez tivesse defendido a cabeçada de Materazzi, talvez tivesse dado, pra França. Se Zidane tivesse vencido Buffon, também. A Itália teve uma dupla felicidade na zaga: ter a melhor defesa do mundo e ainda conseguir a façanha de melhorá-la durante a competição, pelas circunstâncias, com a saída de Nesta, contundido, para a entrada de Materazzi, que foi decisivo sempre, enquanto jogou. Eu sou daqueles que admiram uma defesa como essa, liderada pelo capitão Cannavaro.
De fato, a França merecia ganhar o jogo, considerando a bola rolando nos 120 minutos. Mas não ganhou. A Holanda também merecia ganhar em 1974 e em 1978, e não tem nenhum título. Acho até que o golaço de Zidane de pênalti (esse argelino conseguia fazer golaço de pênalti) se originou de um erro do juiz, porque foi cavado; não foi pênalti.
Materazzi mandou uma no travessão. Ribéry teve azar no fim do jogo, quando chutou rente uma bola que nenhum goleiro pegaria. Mas não entrou.
E infelizmente Zidane surtou. Não é porque o cara nos fez amar o futebol um pouco mais que não vamos reconhecer isso.
Foi emblemático Trezeguet perder o pênalti. Digo isso porque fala-se do conservadorismo de Parreira, dos italianos, do Felipão, mas não entendo por que Trezeguet não jogou a não ser por alguns minutos, nesta Copa. Se não estava com problemas físicos, é injustificável. Ele faria uma dupla muito difícil de marcar, ao lado de Henry. Deve ter sido uma decisão cartesiana de monsieur Domenech.
De qualquer maneira, comi uma macarronada hoje. Com pomarolla, porque não dava pra fazer molho muito caprichado.

A França é grande

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Mais do que tática, técnica e raça, em Copa do Mundo duas coisas são fundamentais: camisa e ser o time da casa. É só pensarmos a história da competição, com pouquíssimos campeões dentro do grupo total de participantes. A tese comprova-se através da lista dos campeões do mundo - só em 1954 (Alemanha) e 1958 (Suécia) que o campeão do mundo foi uma seleção que conquistava o título pela primeira vez e não era o dono da casa. Em todos, todos os outros casos a taça foi pro mandante ou pra um já campeão.

Expandindo-se, a relação chega até os vice-campeões. Desde o "bi-vice" da Holanda em 74/78 nenhum time não campeão e não sede chega a uma final de Copa do Mundo.

Tudo isso foi pra dizer que a entrada da França no clube dos campeões, em 1998, não foi tão gloriosa quanto a de outros membros. Deixando as teorias conspiratórias de lado, ganhar em casa não é a mesma coisa. Pelo menos pra mim, é uma opinião particular, vocês não precisam concordar.

Veio a Copa de 2002 e a França fez aquele papel ridículo. Papo cheio para detonar os azuis, para contestar o título de 1998, para dizer que a França não era nada, só ganhou em casa, comprou a Copa, fez parte de um esquema CBF-Nike-FIFA-CUT-MST e por aí vai...

Mas agora, em 2006, a França mostrou decididamente que é uma seleção grande. Nós, que gostamos de futebol, sabemos que o time grande não necessariamente é o que joga melhor. Pelo contrário! Nada mais pequeno do que joar melhor, dominar a partida mas perder com um gol na sorte ou na ajuda da arbitragem.

A trajetória da França no Mundial verifica isso. Uma primewira fase pífia - chatíssimo jogo contra a Suíça, empate com a Coréia do Sul e uma vitória suada contra Togo. O suficiente para a classificação. Daí pra frente os mata-matas e boas vitórias contra Espanha e Brasil.

Veio então a semifinal contra Portugal. De um lado, os "velhinhos" franceses. Do outro, lusos treinados pelo campeão do mundo, embalados por boas partidas nas oitavas e quartas e com apoio quase integral da torcida. E o que deu? França.

Por essas e outras que, ao meu ver, a Copa de 2006 confirmou em definitivo a presença da França como um dos países grandes do futebol. Hoje a festa é da Itália, mas a França, de forma alguma, deixa essa Cioa como derrotada.

A Copa de Zidane

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A Copa foi mesmo de Zizou. Não houve jogador mais decisivo. Depois de derrotar Espanha, Brasil e Portugal, estava escrito que, mesmo que perdesse a final, seria o craque do torneio.
A decisão foi muito mais francesa do que italiana. Zidane inaugurou o placar com um gol de pênalti (duvidoso). Apesar do empate, a taça parecia ter como destino o país gaulês.
Mas aí Zidane decidiu. Deu uma cabeçada no peito de Materazzi, e terminou a carreira no vestiário. A Itália adbdicou do ataque mesmo com um a mais, mas tinha a confiança de quem não tinha mais como adversário um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. E levou a taça.

sábado, julho 08, 2006

Itália x França

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Nem a dona da casa, a Alemanha de Ballack, nem os “favoritos” Brasil e Argentina de Ronaldinho Gaúcho e Riquelme, nem a badalada Inglaterra de Beckham. Itália e França fazem a final da Copa do Mundo de 2006. Quem diria?
Mas a final é mais do que justa. Pode ter sido uma surpresa, mas Nelson Rodrigues diria que já estava escrito. Pra falar a verdade, gosto dos dois times. A Itália poucas vezes foi tão bem representada por seu próprio estilo como por este time de Buffon, Cannavaro, Gattuso, Pirlo, Grosso, Del Piero e Totti. Venceu uma Alemanha cujo poder, como se viu, se restringia à tradição e à força da torcida, pois o time, tecnicamente e como elenco, deixou a desejar. Se a Itália tem como virtude ser um time de conjunto e força – mas também talento e técnica –, a França tem um elenco forte, também técnico, e com uma defesa sólida, até aqui... ressalve-se. O meio de campo é equilibrado, com a força e o poder de marcação de Makelele e a eficiência de Vieira, jogador que costuma surpreender na frente. Falar de Zinedine Zidane é desnecessário.
Os “azuis” têm o problema do goleiro Barthez, sempre doido pra entregar o ouro, mas a zaga tem a liderança de Thuram. A partir de Thuram, Zidane e Vieira no meio de campo com o perigoso Henry à frente formam a espinha dorsal desse time que começou desacreditado, cresceu no momento certo e chegou à final. Contra a França, o time de Felipão lutou, teve garra, usou catimba e pressão contra o árbitro, mas os franceses venceram categoricamente. Ainda bem, para o bem do futebol.
O favoritismo da Itália para a final, se há, deve-se ao aspecto físico. Na semifinal contra Portugal, o time francês demonstrou grande desgaste no segundo tempo, enquanto os italianos terminaram a prorrogação contra a Alemanha com mais gás.
Entre Alemanha x Itália eu preferia a Itália, entre Portugal x França, torci pra França. Meu palpite é Itália, mas torço pra não acabar em pênaltis.

sexta-feira, julho 07, 2006

Podolski é eleito melhor jogador jovem da Copa

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O atacante alemão Lukas Podolski foi eleito, nesta sexta-feira, o Melhor Jogador Jovem do Mundial pelo Grupo de Estudos Técnicos da Fifa. Podolski chegou às semifinais com a seleção da Alemanha, que neste sábado vai enfrentar Portugal na disputa pelo terceiro lugar, em Stuttgart.

O equatoriano Luis Valencia, o português Cristiano Ronaldo e o argentino Lionel Messi foram os três preferidos pelos torcedores na votação pela Internet. Eles foram os finalistas do prêmio, ao lado das revelações escolhidas pelo Grupo de Estudos da Fifa: Podolski, o suíço Tranquillo Barnetta e o espanhol Cesc Fábregas.

Lúcio fala

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O zagueiro Lúcio, um dos únicos jogadores sair ileso do vexame tupiniquim na Copa da Alemanha, resolveu falar a diversos órgão de imprensa sobre o que aconteceu no Mundial. Para o diário Lance, confessou o óbvio, houve erro de marcação no gol da França. Disse o atleta:

"Não treinávamos para fazer linha de impedimento. Treinamos apenas para não ficar muito em cima de Dida, para não haver um desvio e atrapalhá-lo. Eu tinha de marcar Vieira e Juan, Gallas ou Thuram, que eram os mais fortes na bola aérea. No momento em que a bola foi lançada tínhamos de acompanhar, não entrar antes. Não lembro quem teria de acompanhar Henry ou se houve alguma precipitação de algum jogador. Agora, infelizmente, não há mais nada a fazer".

O jogador também falou por telefone à coluna da jornalista Mônica Bergamo. A ela, revelou:

"O juiz apitou e eu vi que não poderia fazer mais nada. Na hora, nem sabia o que pensar. Fui procurar um jogador reserva da França, que tinha pedido, na entrada do segundo tempo, para trocar a camisa dele com a minha. Fui para o vestiário, mas demorei muito para trocar de roupa. Que ânimo eu tinha para trocar de roupa? Ficou todo mundo triste, chorando, foi muito ruim. E a derrota ainda dói muito. (...) Choro todos os dias, quando falo com minha mulher. Para meus filhos, foi difícil. Minha filha [Victória, 8] chorava de soluçar. É difícil saber que você não pode voltar no tempo e mudar as coisas".

Pior do que esta, só a Copa de 1990

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A Copa do Mundo deste ano registra, por enquanto, uma média de 2,27 gols por partida. É a pior marca desde o Mundial de 1990, quando a competição atingiu a média mais baixa da história: 2,20 por jogo. A situação fez com que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, cogitasse eventuais mudanças no futebol. O dirigente chegou a mencionar a possibilidade de alterar a regra de impedimento, aumentar o tamanho do gol ou mesmo reduzir para 10 o número de jogadores de cada equipe.

quinta-feira, julho 06, 2006

Manguaça: Brasil despiroca chineses

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Um idoso chinês causou um alvoroço em Nanjing após a derrota do Brasil para a França, por 1 a 0, nas quartas-de-final da Copa 2006, no sábado.

O homem correu por uma praça da cidade batendo nas pessoas e gritando: "Os brasileiros perderam! Não há nada que valha a pena assistir! Não quero assistir mais a jogo algum!"
O homem foi preso pela polícia, mas depois de agarrar uma pessoa e tê-la mordido "com força", informou o jornal Nanjing Morning Post.
Outro morador da cidade chinesa ficou similarmente perturbado e foi preso após correr pelas ruas nu carregando uma faixa com a frase: "o Brasil precisa vencer".
Apesar de a China não ter disputado a Copa do Mundo e do fato de que a maioria dos jogos são disputados durante a noite no país, muitos chineses ficaram obcecados pelo Mundial.

Contraponto

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Vou agora contra a corrente dos demais manguaças deste blog. Torci demais pela seleção portuguesa, não só pelo fator familiar. Torci também porque foi a única seleção, a meu ver, que demonstrou uma vontade irracional de ganhar os jogos. Quando assisti Portugal x Holanda, meu comentário foi: isso é que é Copa do Mundo! Não acho bonito um monte de botinada, mas a entrega da seleção portuguesa foi comovente. Se é bonito enxergar no jogo os duelos táticos, a inteligência e a categoria, também é fundamental ver tesão por jogar bola. Senão, meus amigos, me desculpem, mas não tem graça. Por isso achei também que os lusitanos ganhariam da insuportável Inglaterra, um time que vive de nome (lembra alguma seleção que a gente conhece?) e parece estar praticando cooper em campo o tempo inteiro.

Não acho que se Portugal chegasse à final haveria alguma injustiça. Claro, haveria Zidane se aposentando de forma menos brilhante, numa disputa de terceiro lugar. Mas haveria, do outro lado, jogadores como Miguel, que se contundiu sozinho, depois de fazer a jogada mais bonita da sua vida. Haveria Figo e Cristiano Ronaldo, que fizeram com que a raça fosse maior que a máscara. Haveria Maniche, volante esperto que sabe vir de trás e surpreender. Haveria Ricardo, o ótimo goleiro luso, que se transformou em líbero e depois atacante nos últimos momentos do drama português.

E sinceramente o futebol francês não me agrada. Um time compacto leva a uma defesa quase intransponível. Deixa o adversário com a posse e aposta em contra-ataques. É uma estratégia vencedora, mas não é lá muito empolgante.

A beleza do jogo não está só na técnica, que os franceses têm mais refinada, sem dúvida, mas também na raça, que há de sobra em Portugal. Se isso é mérito ou não de Felipão não me interessa. Mas que ver uma seleção limitada chegar longe por conta da vontade é uma das coisas mais bonitas que existem no futebol. Pode não ser justíssimo com o talento, mas a gente sabe que talento não basta.

Brasileirão: paulistas afiam suas armas

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Passada a Copa do Mundo (pelo menos para a seleção brasileira), os manguaças aguardam com ansiedade a retomada do Brasileirão. Os quatro grandes clubes paulistas já afiam suas armas.

No Corinthians, o principal esforço foi o de contratar o atacante Nilmar em definitivo. Kia Joorabchian depositou 2 milhões de euros na conta do Lyon para formalizar a prorrogação do vínculo com o jogador até 14 de agosto. Após essa data, a parceira corintiana entregará os 8 milhões de euros restantes para a concretização do negócio. Quanto aos argentinos Tevez e Mascherano, os boatos sobre suas saídas cessaram (por enquanto). A bola da vez é o meia Ricardinho, que teria despertado o interesse do Manchester United. O valor da compra do atleta já até teria sido apresentado à diretoria do clube inglês: 5 milhões de libras (cerca de R$ 20 milhões). Outro que deve sair é o volante Xavier, com proposta do Maccabi Haifa, de Israel.

Já pelos lados do Parque Antarctica, a grande novidade é a contratação do meio-campista chileno Valdivia, vindo do Colo-Colo (o valor não foi divulgado). Apesar do acerto, o Palmeiras só poderá contar com o reforço no dia 13 de agosto, data estipulada pela CBF para a reabertura das negociações com o exterior. Sem acerto com o paraguaio Gamarra, cujo contrato venceu em 30 de junho, o clube fez nova proposta para contar com o zagueiro Dininho, ex-São Caetano, atualmente no Sanfrecce Hiroshima. Outro que pode ser repatriado é Marcelinho Paraíba: o Hertha Berlin revelou que o atacante está negociando sua transferência para o Palmeiras. De concreto mesmo, só a volta do volante Marcinho Guerreiro, que não acertou com o Olympique de Marselhe.

Em Santos, o boato continua sendo um possível convite da CBF para que o técnico Vanderlei Luxemburgo assuma a seleção brasileira. Enquanto isso, o Peixe fechou um novo contrato com o lateral-esquerdo Kléber, para as próximas quatro temporadas. Cedido inicialmente por empréstimo pelo Basel, da Suiça, o ala teve seus direitos federativos adquiridos por 1,5 milhão de euros. Quem saiu foi o volante Fabinho, que acertou sua rescisão para viabilizar transferência para o clube francês Toulouse. O atleta estava ligado ao Santos até dezembro e os valores da negociação não foram divulgados. Por fim, o Shakthar Donetsk segue negando um empréstimo do meio-campista Elano. Eles querem uma transferência em definitivo.

No São Paulo, a contratação mais recente foi a do lateral-direito Ilsinho, vindo das categorias de base do Palmeiras. Ele não conseguiu passaporte comunitário para se transferir para o Villareal da Espanha e optou por um contrato com o Tricolor até 2010. Para a mesma posição, o São Paulo aguarda o equatoriano Neicer Reasco, que foi liberado para ficar na LDU até o final da participação da equipe na Copa Libertadores da América. Por sua vez, o atacante Ricardo Oliveira negou as especulações sobre um suposto interesse da MSI em adquirir seus direitos federativos por 10 milhões de euros. Ele deve retornar ao Betis no dia de 10 de agosto. O clube espanhol não demonstrou interesse pelo atacante Diego Tardelli, que deve retonar ao São Paulo.

Sete finalistas concorrem à Bola de Ouro

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A Fifa divulgou nesta quinta-feira a lista dos 10 candidatos à Bola de Ouro, prêmio que será concedido ao melhor jogador da Copa do Mundo-2006. Entre os indicados ao prêmio, sete disputarão a final do torneio, neste domingo - três franceses e quatro italianos. Nenhum brasileiro foi indicado.

Os escolhidos são: Fabio Cannavaro, Andrea Pirlo, Gianluca Zambrotta e Gianluigi Buffon, da Itália; Zinedine Zidane, Thierry Henry e Patrick Vieira, da França; Michael Ballack e Miroslav Klose, da Alemanha; e Maniche, de Portugal. O anúncio oficial do vencedor deve acontecer na segunda-feira (10).

Blatter cutuca Parreira sobre atuação de Gaúcho

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O técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, apontado por grande parte da torcida como responsável pelo fracasso do Brasil na Copa 2006, também não escapou das críticas do presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter. Nesta quinta-feira, o comandante da entidade máxima do futebol atribuiu o discreto desempenho do meia Ronaldinho no Mundial ao esquema adotado pelo treinador do Brasil.

"A verdade é que Ronaldinho não encontrou espaço para jogar, pois o treinador colocou vários atletas ao seu lado, e isso não funciona", disse Blatter. "Há um princípio do futebol que deve ser sempre respeitado: existem jogadores que correm e marcam, e outros que criam as jogadas. Ronaldinho está no segundo grupo e não pode ficar 'amarrado'", completou.

quarta-feira, julho 05, 2006

Como chora o Felipão...

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"Ele é um excelente árbitro, ele sabe fazer direitinho o que quer fazer... A arbitragem é a arbitragem sul-americana que vocês conhecem bem, sabe matar o jogo, vocês conhecem melhor do que eu. Foi pênalti no Henry, assim como foi pênalti no Cristiano Ronaldo que ele não deu. Agora o árbitro é ele, faz o que quer". Essa declaração mostra bem que o queridinho treinador gaúcho viu outro jogo. Mas, como disse no post abaixo, Felipão nunca perde. Ele sempre é roubado.

Mas o festival de idiotia, já demonstrado também por suas declarações em posta anterior, continuou. "Se existe uma vergonha para a América do Sul é isto que aconteceu hoje. Toda vez que alguém da América do Sul chega a um lugar de destaque, eles querem terminar com essa pessoa, no caso a minha equipe", reclamou.

E continua: "Portugal era um patinho feio, a gente sabia disso e vinha fazendo força para permanecer. Não penso que a França foi melhor, foi um jogo bem equilibrado, foi um pênalti que houve. Essa é uma situação que poderia ser para o nosso lado, mas seria muito difícil já que somos um país muito pequeno. Eu acho que o normal teria sido um resultado de empate", completou.

Como diz o Olavo, é difícil perder na bola...

Allez, les bleus!

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Desculpem se acham que é perseguição, mas, pra mim, Portugal hoje foi a cara do Felipão. Após tomar o gol foi um time tenso, que fazia o abafa sem qualquer tipo de organização. Raça, espírito de luta e quetais são importantes para um time que quer ser campeão, mas não bastam e isso ficou provado hoje.

O técnico se esgoelava e berrava na beira do campo. E, pelo comportamento dos jogadores portugueses, de se jogar na área acintosamente, tive a impressão de que isso também foi ordem do treinador, que apostava em algum "remorso" do árbitro pelo pênalti que marcou para a França. Só esqueceram de avisá-lo que foi uma marcação correta. Mas Felipão não perde, ele sempre é roubado...

E esse tipo de "orientação" técnica existe mesmo. No ano passado, em uma partida entre Vasco e Santos em São Januário, após o árbitro ter marcado um pênalti para a equipe santista, Renato Gaúcho mandou, sem necessidade de qualquer leitura labial, seus jogadores se atirarem na área pra cavar um pênalti. Uma sucessão de jogadas desperdiçadas por conta disso e o árbitro marca uma falta, fora da área, como penalidade. E o Vasco perdeu o pênalti. Nenhum jogador se jogou na área depois disso.

Mas, voltando ao jogo, a França mostrou sua superioridade técnica, principalmente no meio e no ataque, dominado a maior parte do primeiro tempo o meio de campo português. No segundo tempo, bateu o desespero na esquadra lusa e a França claramente cansou. O jogo caiu muito por conta disso, o que mostra bem quem mereceu a vitória. Quando os franceses ficaram cansados, a técnica e a beleza do jogo desapareceram, embora tenha havido alguma emoção.

A Itália tem camisa, tem defesa e tem preparo físico. Mas a França tem Zidane. Torço por ele.

A tradição da Azzurra

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Certa vez, numa entrevista, Chico Buarque disse que o melhor livro que a gente lê é sempre o último (o mais recente). Pensei nisso depois de Itália 2 x 0 Alemanha. Tenho dificuldade em convencer meus amigos amantes do futebol (entre os quais dois assinam neste blog) sobre por que gosto do futebol da seleção italiana. Essa dificuldade se deve a alguns paradigmas falsos. O principal é aquele segundo o qual a Itália joga um futebol feio. Para mim é belo.
Muito primitivamente falando, um time tem que ter o quê? Defesa, meio de campo e ataque. A defesa italiana é impressionante, tanto no quesito eficiência quanto na categoria. Mas a defesa da Azzurra é fantástica não apenas porque defende bem, o que faz com eficiência qualquer time medíocre, como o Paraguai de 1998 ou a Grécia que conquistou a Eurocopa em 2004. Ou como faz Portugal de Felipão. Não. A defesa da Itália é formada por craques. Sim: defensores, mas craques. Que não dão chutão, mas saem jogando. Por isso eu achava que a Itália seria finalista, mesmo jogando contra a blitzkrieg alemã. Isso eu disse em mesas de bar, por e-mail e telefone a vários amigos na semana passada, ainda durante as quartas-de-final.
Com um futebol exuberante que equilibrou todos os setores do campo, nessa semi-final memorável, antológica, fatal para os favoritos alemães, a Itália é finalista da Copa da Alemanha. Enquanto se defendia magistralmente com Buffon, Cannavaro, Materazzi, Zambrotta, Gattuso e mesmo Pirlo e Grosso, a Itália de Marcelo Lippi se arriscou terminando o jogo com quatro jogadores de frente (atacantes e meias ofensivos): Del Piero, Totti, Iaquinta e Gilardino.
Esse estilo “feio” e “conservador” matou os anfitriões com um futebol refinado. Isso tem que ser dito: com um futebol refinado. Minha impressão é de que a Itália nesta Copa do Mundo foi o que a Argentina queria ter sido e não foi.
Pesou a tradição da Azzurra, em mais um “jogo do século”. E os alemães – com seu jogo horrivelmente mecânico, com aquela fé na força (a fé na força), o preparo físico, jogando em casa, entusiasmados e alucinados – felizmente perderam. Para o bem do futebol.

"Coisas estranhas acontecem comigo em Copas"

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O técnico Zico, que treinou o Japão na Copa do Mundo da Alemanha e foi contratado pelo Fenerbahce - time do brasileiro Alex - da Turquia, disse que coisas estranhas acontecem com ele durante Copas do Mundo. Zico participou de três copas como jogador (1978, 1982 e 1986), uma como coordenador técnico do Brasil (1998), e agora como treinador do Japão, sem nunca conseguir um título.

"Que coisas estranhas acontecem comigo em Copa do Mundo, acontecem. Então esta é minha sina, minha vida, o que é que eu posso fazer? Eu não vou deixar de ir a uma Copa do Mundo, se tiver de ir amanhã, por causa disso. Que bata o recorde de Copas do Mundo perdidas, tudo bem. Mas eu vou fazer o meu trabalho", disse o técnico em entrevista ao Sportv.

Bem-humorado, Zico diz que a fama de pé-frio em Copas do Mundo não o assusta. "Isso aí não me importa não. Me chamam de pé frio, de derrotado, de tudo, de perdedor. Isso aí são coisas que a gente passa por cima, com tranqüilidade".

Renovação

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Dez entre nove manguaças tem a solução para a Seleção canarinho a partir de agora: renovação. Em um inacreditável esforço de memória, o Futepoca fez um levantamento da taxa de manutenção e troca de jogadores por mundial a partir de 1994 em relação à edição anterior.

O elenco da "era Dunga", como ficou conhecida a opção pelo preparo físico de Sebastião Lazaroni, em 1990 – numa injustiça ao exímio lançador que o volante se tornou depois –, deixou 10 dos 22 como herança para 1994. Apenas dois deles, Muller e Ricardo Rocha foram reservas (o primeiro sem lugar por causa de Romário e o segundo por carência de tendão disponível). Veio o Tetra.

Mário Jorge Lobo Zagallo foi para o Mundial da França em 1998 com sete jogadores do plantel anterior, todos titulares. Lá, já eram 23 os convocados. O sonho do Penta foi adiado e apenas seis jogadores permaneceram para a vitoriosa campanha de 2002 de Luiz Felipe Scolari. Da Córeia-Japão para a Alemanha, foram novamente 10 os jogadores mantidos, mas o resultado um fiasco.

A maior continuidade ocorreu em 1994 e 2006, ambos tinham Carlos Alberto Parreira como técnico. Há que se considerar que Zé Roberto esteve em 1998 e neste ano, mas não no time pentacampeão. Felipão fez a maior renovação, mas seu time foi aproveitado na Copa seguinte.

Se projetarmos, a partir da derrotada campanha de 2006 os que têm chances de permanecer para o próximo mundial, considerando idade e potencial, temos 9: Júlio César, Cicinho, Gilberto, Luisão, Kaká, Ronaldo Gaúcho, Adriano, Robinho e Fred. Decretamos o fim da "Era Gordo"

Se a estimativa se confirmar, o ritmo de renovação fica abaixo de outros Mundiais e dos clamores da torcida embreagada.

Mas o treinador que entrar, terá a Olimpíada de Pequim e a síndrome de nunca ter conquistado o Ouro Olímpico pela frente. O limite de idade de 23 anos pode ser usado pelo técnico para atender ao clamor popular, já que é necessário para a preparação. Mas se a medalha dourada não vier, o apelo da torcida pode se converter em seu oposto, com pedidos de atletas experientes. Azar de quem assumir a bronca.

Ofereço-me como candidato ao cargo.

Manguaça: motorista leva garrafada e bate ônibus

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Um motorista de ônibus de Berlim bateu o seu veículo contra um carro estacionado após ser atingido na cabeça por uma garrafa de cerveja atirada por um passageiro que contestou sua visão da derrota da Alemanha para a Itália pela semifinal da Copa 2006. A informação é da polícia local nesta quarta-feira.

O passageiro e o motorista estavam sozinhos no ônibus no sudoeste de Berlim, não muito longe do hotel onde está concentrada a equipe. Era por volta das 2h na manhã e eles estavam discutindo sobre a derrota da Alemanha por 2 a 0, ocorrida algumas horas antes, nos minutos finais da prorrogação.

"Quando o motorista comentou que 'os jogadores alemães apenas não foram bons o suficiente', o passageiro começou a insultá-lo", informou um porta-voz da polícia. "Ele então acertou o motorista na cabeça com uma garrafa de cerveja."

O piloto perdeu temporariamente o controle do ônibus e atingiu uma Mercedes-Benz estacionada - embora o ônibus estivesse a apenas 30 km/h no momento. O passageiro abriu uma saída de emergência e fugiu.

A polícia está procurando o homem, que usava uma camisa da Alemanha com o número 20, do atacante Lukas Podolski.

terça-feira, julho 04, 2006

Luís de Camões

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Felipão à parte (ou, justiça seja feita, também por conta dele), Portugal foi muito mais longe do que alguns esperavam. Dentre os "profetas" que pregavam o apocalipse lusitano, estava o querido jornalista Milton Neves. O Bola na Trave recomendou e gente ratifica. Vale dar uma olhada no Milton Neves.

Torcer pro Felipão?

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Mais um consenso contruído no Brasil: torcer pra Portugal porque o Felipão é técnico. Sinceramente, falar que "ele é brasileiro", "ele tem garra" e bla-bla-bla é conversa mole demais pro ouvido de um torcedor brasileiro frustrado que quer se ocupar de futebol até o fim da Copa.

Felipão é um técnico vencedor. E que mais? Por que torceria pra ele? Seu estilo, sempre privilegiando a retranca e contando com os pênaltis, não me agrada. Alguém se lembra da final da Libertadores em que o Palmeiras teve que ir pra decisão por penalidades com o portentoso Deportivo Cali? Precisava daquilo?

E no jogo com a Inglaterra, Portugal com um a mais e mesmo assim tomando sufoco dos ingleses, com o técnico luso-brasileiro fazendo alterações que não mudaram em nada o perfil tático da equipe. Claro, por que mudar apenas porque a equipe adversária tem um a menos durante 60 minutos?

Além dessa preferência pela retranca, temos também a personalidade que dá mais motivos para não torcer para ele. Em junho de 2001, o novo querido da torcida foi citado pela revista argentina El Gráfico por ter afirmado que "Pinochet torturou muito, mas não há analfabetismo no Chile". Maravilha legitimar ditaduras.

Uma outra mostra do respeito à diversidade, foi sua declaração dando conta de que mandaria um jogador embora do time se descobrisse que ele era homossexual. Isso não é preconceito, é "disciplina". Prefiro ficar com a opinião do jornal inglês Guardian. Segundo eles, Scolari é um "brasileiro machão que acredita que homens são homens, vacas são café da manhã e Pinochet era um sujeito legal". Torça pra ele quem quiser. Eu que não vou.

O primeiro finalista

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Pois é, e a Itália foi pra final. Sinceramente, apesar de ser um time com deficiências técnicas evidentes, era preferível para o futebol ver a Alemanha na decisão da Copa, já que o time germânico, do jeito dele - que é bem peculiar -, procurava mais o gol do que a Itália ou qualquer outro tim das semifinais.

A Itália tem um jogo eficiente, mas irritante. Muita posse de bola, privilegiando o toque e a defesa. Em nenhum momento a Alemanha encontrou a Itália com menos de quatro jogadores atrás, nem mesmo nas possíveis chances de contra-ataque. Tática, bem armada e com um estilo de jogo que causa náuseas. Em alguns momentos da partida, pelo estilo italiano e a deficiência técnica alemã, a bola foi muito, muito mesmo maltratada. As emoções ficaram reservadas para a prorrogação, quando se abriram os espaços, principalmente do lado alemão que buscava a vitória com base mais na emoção do que em qualquer esquema. Deu no que deu.

Vendo uma semifinal assim, dá mais raiva do desperdício que foi a pífia seleção nacional.

10 pérolas das transmissões da Globo

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Galvão Bueno: "Olha, olha, que absurdo, ele deu a lei dos 6 segundos!!! Meu Deus!!! A última vez que deram isso foi em 1912!! Só quer aparecer!! Arnaldo César Coelho, quando você apitava você marcava essa bobagem?"
Arnaldo: "Não, mesmo porque essa regra foi instituída em 2001."

Noronha: "...nesse Estádio Olímpico de Berlim, que o Hitler construiu pra Copa do Mundo de 1936."

Galvão Bueno: "Além de tudo, a Argentina está ganhando de dois países: da Sérvia e de Montenegro!"

Cléber Machado: "No tempo em que jogava como Tchecoslováquia, a Tchecoslováquia não jogava nem como República Checa nem como Eslováquia."

Galvão Bueno: "...nessa que é a mais alemã de nossas cidades, Santa Catarina!!"

Cléber Machado: "Ele é um gigante grande toda vida!"

Galvão Bueno: "Se essa Alemanha, essa seleção alemã, se ganhar a Copa, aposto com você que a Alemanha e o povo alemão vão fazer uma grande festa, que não fique dúvidas disso!"

Cléber Machado: “A seleção do Equador vem evoluindo muito nos últimos anos. Se continuar com essa evolução, vai melhorar mais ainda.”

Galvão Bueno: "O Kaiser Franz Beckenbauer e sua esposa..."
(a TV mostra Beckenbauer e a chanceler do governo alemão, Angela Merkel)

Galvão Bueno: "Porque esse grupo da Alemanha... ele é... o grupo... ele... do que eu tava falando mesmo?"

segunda-feira, julho 03, 2006

"Você é feio, bobo e chato!"

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Esta é a matéria que mais contribui para 'explicar' o apagão da Seleção.


Parreira admite que seleção estava "rachada" na Alemanha

EDUARDO ARRUDA
FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo, em Frankfurt



Um dia após a eliminação do Brasil para a França, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo da Alemanha, o técnico Carlos Alberto Parreira admitiu haver um racha na seleção.

Foi a declaração mais clara de Parreira até agora confirmando as rixas entre atletas velhos de casa e novatos, que cindiram o elenco derrotado. Em entrevista coletiva antes de deixar o hotel em Frankfurt, o treinador concordou que não conseguiu unir o time no momento mais importante destes seus quatro anos como comandante.

"Nosso trabalho desde o início foi fazer com que esses talentos jogassem em equipe. Conseguimos isso em determinados momentos, mas não conseguimos com a mesma intensidade na Copa", declarou.

Na Alemanha, ele se viu às voltas com a insatisfação de jogadores como Kaká, Juninho, Rogério e Ricardinho, que queriam mudanças no time. Ronaldo, Adriano, Cafu e Roberto Carlos eram os principais alvos.

A pressão dos jogadores com menos tempo de seleção deixou o técnico no meio de uma queda-de-braço, pois os atletas mais antigos, liderados por Cafu e Roberto Carlos, eram contra alterações e falavam diretamente com Parreira.

Ontem, o treinador mostrou que pisava mesmo em ovos. "Mexer nos medalhões sempre é mais difícil. Mas, conforme a necessidade surgiu, mudamos. Fizemos isso com o Ronaldo. Ele acabou se recuperando e mostrou o seu talento."

Tal recuperação é questionada pelos mais novos. Eles reclamam que bastou jogar bem contra o frágil Japão para que Ronaldo fosse considerado reabilitado pelo chefe.

Um dos maiores sinais da crise foi dado por Rogério. Contra a Austrália, à beira do gramado, Parreira gritava para seu time atacar, já que a defesa rival era lenta. Em tom jocoso, o goleiro disse no banco que o treinador se esquecera da lentidão de seu próprio ataque. Ronaldo e Adriano estavam em campo.

Rogério e Ricardinho se queixavam do técnico a amigos. Atacavam a demora dele para mexer no time, a falta de diálogo com os atletas e a proteção aos mais experientes.

Parreira nega o tratamento diferenciado, mas ontem defendeu Cafu e viu certo nervosismo em seu substituto. "Cicinho entrou contra a França, porque pensávamos que poderia melhorar a equipe, mas deu na mesma. O impacto de entrar numa partida de Copa, nessas condições, é muito grande."

Na avaliação de Parreira, a forma como a seleção se despediu da Alemanha ontem, com cada jogador indo para um canto, também foi um sinal da falta de união. Ele lembrou o primeiro título do Brasil, em 1958, na Suécia, que teve a participação em campo de Zagallo, hoje seu coordenador. Para o técnico, aquela era uma seleção sem divisão.

"O time saía unido do Brasil, todo mundo uniformizado, fazíamos uma visita ao presidente. Tinha jogo de despedida, voltávamos unidos. Havia um simbolismo, um romantismo. Isso mudou, como mudou o mundo. Agora, a convergência é outra. Os jogadores moram na Europa. É tudo diferente."

Los hermanos riem de "baile histórico"

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Maior jornal de esportes da Argentina, o Diário Olé não perdeu a chance de tirar uma casquinha com a eliminação do Brasil na Copa do Mundo. Na sua edição impressa de domingo, o jornal fez questão de dizer que os argentinos vibraram pelo resultado da partida. Na manchete, o Olé utilizou, de forma grosseira, até um palavrão em francês: “Merde Amarela”. Os argentinos fizeram questão de ressaltar que o Brasil “pensou que iria ganhar o hexa sem jogar futebol”.

Além disso, o diário argentino destacou o belo desempenho do “carrasco” Zidane. Como em 1998, o meia proporcionou um “baile histórico” sobre os pentacampeões, salientaram os “hermanos”. Para completar, o Olé mandou sorte aos franceses depois do feito de eliminar o Brasil. “Hoje cantamos a Marsellesa”, diz a capa do jornal argentino.

Mineiro: "Zidane teve liberdade para criar"

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Último jogador a integrar a seleção brasileira que caiu nas quartas-de-final da Copa da Alemanha, o volante Mineiro voltou a São Paulo apontado por alguns jornalistas e torcedores como homem ideal para anular Zinedine Zidane. Ele não aderiu ao choro, mas reconheceu que permitiram ao francês fazer o que bem entendesse com a equipe de Carlos Alberto Parreira. “A gente sabe que ele teve um pouco de liberdade para criar jogadas ofensivas”, admitiu Mineiro.

Cafu: "Zidane não merecia marcação especial"

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Apesar da bela exibição do meia Zinedine Zidane, Cafu disse acreditar que o craque francês - algoz brasileiro na final do Mundial de 98 - não merecia uma marcação especial. "Acho que não havia necessidade. O Zidane passou a Copa inteira jogando e não jogando, no banco...E agora por conta do jogo contra a seleção brasileira todos falam isso, que ele merecia uma cuidado especial", disse o lateral do Milan.

"Talvez se ele tivesse uma marcação individual e não fizesse nada, ninguém estaria aqui falando isso hoje", continuou. Zidane fez o cruzamento para o gol de Henry, além de fazer belas jogadas individuais durante o jogo. Perguntado antes da partida se faria uma marcação especial em Zidane, o técnico Carlos Alberto Parreira disse que "a seleção brasileira nunca fez marcação individual, e não será esse o momento".

Parreira: "Roberto Carlos falhou"

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Sobre o gol francês marcado por Thierry Henry na derrota por 1 a 0 para a França, o técnico da seleção brasileira deixou escapar que Roberto Carlos acabou mesmo falhando no lance. O jogador ficou parado na linha da grande área, enquanto que o atacante adversário, sem marcação alguma, invadiu a área e completou com tranqüilidade para o gol. "Sem dúvida foi uma falha, que resultou no gol da França", sintetizou.

Ainda assim, Parreira defendeu o camisa seis. "Eu não cheguei a conversar com o Roberto Carlos sobre isso. Tivemos um contato muito curto depois do jogo. O Roberto Carlos é um atleta experiente, que adora jogar na seleção, que briga para defender o país. Essas são coisas que acontecem durante a partida, e por isso que o futebol é maravilhoso", argumentou o técnico.

Jogada (mal) ensaiada

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Em entrevista à imprensa espanhola, Roberto Carlos afirmou que não joga mais pela seleção (é o segundo a tomar essa atitude, o primeiro foi Juninho Pernambucano). O lateral-esquerdo do Real Madri aproveitou para confirmar que o lance polêmico que deu o gol à França era uma jogada ensaiada. “Era uma coisa treinada e o combinado era todo mundo ficar em cima da linha, deixando os franceses impedidos, mas paciência”, lamentou.

Censura nos blogs

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Até dez minutos atrás, o blog do Roberto Carlos continha inúmeros comentários "elogiando" seu desempenho e o dos companheiros da seleção. Mas, há pouco, retiraram todos aqueles feitos após dia 29 de junho e, magicamente, os comentários abonadores sumirarm...

Já no blog do Cafu, aquele mesmo que disse que "achava que ia ganhar a qualquer momento o jogo", os comentários ainda estão lá e merecem uma olhadela. São 10 mil pessoas ovacionando nosso campeão!

O site oficial do Ronaldinho Gaúcho é poético. Diz o mesmo: "E depois da derrota, os choros. O vestiário dos brasileiros se converteu em um rio de lágrimas, que de pouco serviram depois de uma derrota para a França em plena forma". Lindo, né?

"Vamos juntos para a semifinal", conclama o blog do Kaká.O ex-sãopaulino, mesmo derrotado e jogando mal ainda recebe o consolo de muitas vozes femininas ávidas por afagar o jogador.

Memória da Copa (10ª e última edição)

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Sensação de déjá vu

Soberba não é novidade na comissão técnica da seleção brasileira. Ao afirmar displiscentemente que Zidane não precisava de marcação individual no jogo do último sábado, Carlos Alberto Parreira mostrou o caminho das pedras para os franceses destruírem o sonho do hexa. Mas subestimar o adversário não é primazia dele. Seu fiel escudeiro Zagallo fez o mesmo, há 32 anos. Curiosamente, no mesmo país. E o resultado foi igual.

O Brasil que chegou à Copa da Alemanha, em 1974, era um time bem diferente do que havia conquistado o tricampeonato no México. Basta dizer que Pelé havia se despedido da seleção. Depois de um início claudicante, com dois empates sem gols contra Iugoslávia e Escócia, o Brasil passou para a fase seguinte com uma vitória de 3 x 0 sobre a fraca equipe do Zaire.

Na época, as quartas-de-final tradicionais foram substituídas por dois grupos de quatro equipes cada, denominados A e B. Nos dois primeiros jogos do grupo A, o Brasil deu os primeiros sinais de vida ao vencer a Alemanha Oriental por 1 x 0, em 26 de junho, e a Argentina por 2 x 1, quatro dias depois. Mas o terceiro jogo seria contra a surpreendente seleção da Holanda.

Comandado por Rinus Michels, o chamado "carrossel holandês" primava por contar com jogadores que não guardavam posição fixa em campo. Todos atacavam, armavam e defendiam, num revezamento constante que confundia os adversários. O maestro era Johan Cruijff, todas as bolas passavam por seu pé (mais ou menos a postura adotada por Zidane no último sábado).

Às vésperas do confronto, Zagallo tripudiou: "Não estamos preocupados com a Holanda, já estamos pensando na final contra a Alemanha. Carrossel laranja? Nós vamos fazer uma laranjada!". Mas não foi o que aconteceu naquele 3 de julho, há exatamente 32 anos.

Assim como na derrota do último sábado, o Brasil começou o jogo em cima do adversário. Poderia ter chegado ao gol antes dos 15 minutos do primeiro tempo, após dois ou três lances de contra-ataque. Daí, veio o apagão. A Holanda, pelo contrário, sempre inspirada no futebol de Cruijff, chegou com méritos aos 2 x 0 que despacharam o Brasil da Copa. E nós, infelizmente, ainda tivemos que engolir o Zagallo em outros três mundiais e uma Olimpíada...

Brasil 0 x 2 Holanda
3 de julho de 1974

Brasil: Leão; Zé Maria, Luís Pereira, Marinho Perez, Marinho Chagas; Paulo César Carpeggiani, Rivelino, Paulo César (Mirandinha); Valdomiro, Jairzinho, Dirceu. Técnico: Zagallo.
Holanda: Jongbloed; Suurbier, Krol, Rijsbergen, Haan; Jansen, Van Hanegen, Neeskens (Israel); Rep, Cruyff, Rensenbrink (De Jong). Técnico: Rinus Michels.

Árbitro: Kurt Tschenscher (Alemanha Ocidental)
Local: Westfalenstadion (Dortmund)
Expulsão: Luís Pereira
Gols: Neeskens (50) e Cruyff (65)

Desperdício histórico

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O Brasil foi eliminado da Copa do Mundo. Três Copas depois, não chegaremos nem à final. Poucos eram os que pensavam que isso poderia acontecer, porque nos últimos tempos, mesmo aos trancos e barrancos, o futebol brasileiro sempre mostrou sua força, ainda que o time estivesse capengando e maltratando a bola.

O curioso - e extremamente triste - é que esta era, no papel, a melhor seleção das últimas quatro Copas, pelo menos. Jogadores no auge da forma, brilhando em seus clubes, ganhando títulos. Mostrando, na Copa América e na Copa das Confederações, que nunca - NUNCA - um adversário poderia duvidar do poder do Brasil.

Ronaldinho Gaúcho foi o melhor jogador do mundo por dois anos consecutivos. E não era golpe de marketing. A qualidade do futebol dele no Barcelona e na própria seleção nos permitia sonhar com uma Copa espetacular. Kaká jogava o fino no Milan. Eu acreditava que ele pudesse ser a surpresa do time, já que ele não recebia tanta atenção. Ronaldo, com o perdão do clichê, é Ronaldo. Não precisa que ninguém acredite nele para brilhar. A exceção era Adriano, que vinha de má fase. Mas havia Robinho para substitui-lo, e todos acreditamos em Robinho. Zé Roberto e Émerson não empolgavam ninguém, mas poucos diriam que eram escolhas ruins, pelo contrário. Não traziam brilho, mas sim competência e consistência à equipe.

Claro, havia os problemas. Roberto Carlos e Cafu já deveriam ter' sido aposentados' da seleção pelo Parreira. Tanto que, para mim, Cicinho ganharia a vaga a partir das oitavas. O Dida não era unanimidade, e o temor que repetisse as recentes lambanças que fez no Milan pairava. A zaga... bom, a zaga foi o de sempre. Quem confiava numa zaga brasileira antes de Copa do Mundo?

Pois bem. Mesmo com este timaço, o Brasil não engrenou. Foi o maior coito interrompido futebolístico que presenciei. As partidas foram todas medíocres, menos o jogo contra o Japão, no qual 'coincidentemente' atuaram muitos reservas. "Tudo bem, isso é normal, o time engrenará na fase final". Por mais incrível que possa parecer, a equipe piorou. A ótima atuação de Kaká na estréia foi apenas um lampejo. Ronaldinho Gaúcho não fez em cinco partidas o que faz em um tempo no Barça. Ronaldo deu mostras de que podia se recuperar depois de um início vergonhoso, mas como marcar gols quando a bola não passa da intermediária? Adriano repetiu o futebol mostrado na temporada - péssimo. Robinho, pouco entrou e não teve tempo de mostrar se poderia ter mudado a história deste time. E quando a zaga é destaque na Seleção Brasileira, alguma coisa está errada.

Já os laterais mostraram a que vieram. Para resumir, basta lembrar o lance do gol francês. Falta de Cafu, depois de falha defensiva do próprio. E Roberto Carlos encerrando melancolicamente a carreira na seleção, deixando Henry livre enquanto, ajoelhado no gramado, ajeitava os meiões.

Eu não sei explicar o que aconteceu. E nem quero, pois cada explicação parece uma desculpa esfarrapada. Mas a decepção com aquele time que poderia ser comparado ao de 70 será eterna. Foi o maior desperdício de craques que eu já vi.

É um time para se esquecer.

Por que não pode ser na bola?

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É impressionante a capacidade do brasileiro de negar os fatos. Não, o Brasil não pode perder na bola; sempre tem que ter uma teoria conspiratória por trás. Dois dias após a derrota brasileira, já ouvi um monte de coisas.

Que os jogadores entregaram a partida pra ganhar dinheiro. (Claro, perder o jogo dá mais dinheiro do que ser campeão do mundo e ver seu valor de imagem triplicado.)

Que a seleção foi vítma de uma manipulação que quer dar o título para a Alemanha. (Manipulação boa colocaria o Brasil na final, que é o que qualquer alemão quer. Ganhar o título em cima de Portugal será a coisa mais emocionante do mundo, hein?)

Que a Nike, mais uma vez, determinou a derrota do Brasil. (E determinou pra um triunfo da Adidas! É como se a Coca-Cola destruísse uma fábrica sua e desse dinheiro para a Pepsi a reformar.)

Que jogadores do exterior não têm vontade e não deveriam mais vestir a camisa da seleção. (Já tô vendo o timaço que vai ser montado! Geílson e Rafael Moura no ataque, e Jônatas, do Flamengo, no meio-campo. Um esquadrão!)

Que a culpa não é dos jogadores nem do técnico, e sim da má administração do futebol brasileiro, das cartolagens, da CBF, do Ricardo Teixeira! (E todos esses defeitos estavam "de férias" na Copa de 2002, quando o Brasil ganhou com sobras?)

E por aí vai. Mais teorias aparecerão. O impressionante é uma coisa: na tentativa de dar uma de esperto, o brasileiro faz cada vez mais papel de bobo.

Sobre técnicos e imprensa

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Após uma derrota apática como a sofrida pela seleção brasileira contra a França, o mundo desaba, pra variar, em cima da cabeça do técnico. Nunca fui fã de Parreira, mas ele está longe de ser um néscio e, muito do que fez, ia ao encontro da opinião da maior parte da imprensa esportiva, assim como encontrava eco em qualquer boteco do país. Vejamos alguns fatos.

Quando Parreira acabou com o tal do "quarteto mágico", como muitos pediam, o Brasil fez sua pior partida disparado. Contra a França, jogando recuado, dava todo espaço pro rival trabalhar a bola no campo brasileiro e não conseguia ter saída de bola, já que Juninho não é e nunca foi o homem ideal para fazer essa saída. Sem isso, a seleção sequer conseguia fazer lançamentos para os atacantes, já que Gaúcho estava isolado na frente, distante de Ronaldo, e Kaká sobrecarregado pra cumprir a função, o que facilita a marcaçãod e qualquer time. Assim, a tendendo aos reclamos da crônica esportiva, Parreira no segundo tempo deve que voltar à formação original, o que demonstra claramente o erro do início. Ao reforçar a defesa, o Brasil perdeu totalemente seu poder ofensivo. Erro dele, porque manda e decide, mas partilhado por milhões de torcedores.

Erros o Parreira cometeu quando tardou a mudar o time, que já deveria ter sido modificado no intervalo. Para um jogador, entrar quando se está em desvantagem no placar faz muita diferença. Fica a lição de uma Copa em que todos os técnicos covardes, como Pekerman e Parreira, estãos endo castigados pelo seu defensivismo. Só sobrou o Felipão, que não atacou a Inglaterra de fomra mais incisiva mesmo jogando com um a mais durante 60 minutos, arriscando uma classificação certa em uma decisão por pênaltis. Se Zidane repetir o que jogou contra o Brasil, pode ser o algoz de mais um retranqueiro.

domingo, julho 02, 2006

Ressaca... de derrota

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No dia seguinte à consolidação de que a Seleção Brasileira é freguesa da Francesa, a ressaca pós-derrota toma conta de todos os colunistas esportivos dos jornais e sites. Como não ganho pra isso, em vez de apontar motivos do fracasso, só queria entender porque a entrada de Cicinho no lugar de Cafu era mais importante do que a de Robinho (um entrou aos 25 outro as 34). É que perder sem sequer tentar jogar – uma finalização certa ao gol nos 90 minutos – deixa um porre bem pior do que o de Dreher.

sábado, julho 01, 2006

Desperdício da nossa alegria

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O Brasil perdeu. E foi merecido. Se, como já comentado aqui, a Argentina foi eliminada pela sua covardia, Portugal não foi, mas para o Brasil não houve perdão. Até porque a França tinha Zidane, desmarcado, sozinho, leve, solto e motivado para enfrentar seu freguês.

Mas é hora de cobrar posições. Muitos atacavam o malfadado "quarteto mágico", exigindo a presença de Juninho Pernambucano. E ele começou a partida, a explicação era ocupar o meio de campo, já que a França tinha cinco homens no meio. Mas, o que Parreira não pensou, é que esses cinco poderiam estar atrás, não adiantando colocar um meia de contenção no lugar de um atacante, até porque se libera mais um meia do adversário para atacar.

Pois é. Mas os sábios comemoraram Juninho Pernambucano. Kaká não jogou anda, Cafu foi nulo, mas... e o tal Juninho, o "emplastro Brás Cubas" que tudo resolve? Não, ele não tem culpa. O Brasil, que já não tinha ligação do meio com o ataque, com Ronaldinho Gaúcho na frente e Kaká sobrecarregado, perdeu o pouco que tinha. Os dois isolados nada faziam. Quando o atacante catalão pegava na bola... perdia. Talvez pela fase ou porque não tinha com quem jogar.

Gaúcho jogou na posição que joga no Barcelona. E daí? Se o resto do time não chega, de nada serve. Mas o Brasil não jogou contra o nada. Zidane deu as cartas na França e às vezes parecia querer dizer: "meninos, vocês pensam que jogam isso?". Falta mais caldo para nossos "garotos". Falta um maestro, um Zidane.

Mas sobra o Parreira. E Pelé acertou mais uma.

sexta-feira, junho 30, 2006

O castigo que veio a cavalo

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A Alemanha se classificou para a semifinal da Copa, em casa, com méritos e mostrando uma força física admirável. Mas a Argentina poderia ter se classificado se o técnico Jose Pekerman não tivesse sido tão covarde e tirado Riquelme e colocado Cambiasso que, por sinal, ainda perdeu a penalidade final decretando a eliminação portenha.

Os argentinos dominaram a maior parte do jogo, mas aceitaram a pressão alemã e não souberam aproveitar os contra-ataques. Com as substituições na segunda etapa, nem os contra-ataques mais tinham. Oportunidades só surgiram na prorrogação, quando a defesa alemã já estava aberta e os europeus iam pra frente.

Nos pênaltis, a vantagem germânica ficou evidente. Dizem até que eles fizeram um levantamento pra saber como os jogadores das outras equipes batiam as penalidades. Pode até ser, mas o que decidiu foi a performance de Lehmann, que esperva antes dos batedores e sempre acertou o canto. Quem usa desse artifício, pega todos os chutes mal batidos, no que os argentinos se esmeravam. Uma pena para a América do Sul, mas não mereceram mesmo.

Roberto Carlos: "Pelé não é vidente"

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Na véspera da partida contra a França, pelas quartas-de-final da Copa-2006, o lateral-esquerdo Roberto Carlos pediu mais respeito de Pelé à seleção brasileira. O ex-jogador disse estar com um "mau pressentimento" para a partida.

"Ele é vidente?", questionou o lateral. "Vou falar o que para o Pelé? Ele representa muito para o nosso país, foi um dos jogadores mais importantes para o nosso país. Deixa ele falar, eu respeito. Mas se ele ficar tranqüilinho e respeitar nós que estamos aqui é melhor", continuou.

O técnico Carlos Alberto Parreira se esquivou da polêmica. "Não analiso comentários de outras pessoas, ainda mais sem ter ouvido. Não é porque é do Pelé."

Boca nervosa

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Pelé diz que está com "mau pressentimento" sobre jogo do Brasil

O ex-jogador Pelé disse ontem que está com um "mau pressentimento" e que acredita na vitória da França contra o Brasil, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo, no sábado.

"A França ganhou as últimas duas partidas de Copa contra o Brasil. Além disso, só uma vez uma seleção sul-americana conseguiu ganhar uma Copa na Europa", afirmou Pelé à agência alemã DPA.

Antes do começo do torneio, o tricampeão mundial havia comentado que "o favorito nunca vence", em clara alusão à superioridade da seleção brasileira com relação aos rivais.

As previsões de Pelé não costumam se levadas a sério, mas neste ano ele tem mais acertado do que errado. Primeiro, disse que Ronaldinho "ainda não é fato", dizendo não acreditar que o brasileiro "arrebentaria na Copa".

Pelé chamou ainda a atenção para o time do Equador, que foi às oitavas-de-final do torneio.

quinta-feira, junho 29, 2006

Negócios da China

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Infelizmente a China não conseguiu ir à Copa do Mundo, mas nem por isso os fanáticos por futebol de lá deixam de fazer loucuras para não perder um lance. Um torcedor chinês não se abalou com o fato de sua casa estar pegando fogo. "Quando os vizinhos gritaram 'fogo', eu peguei meu bebê e saí correndo ainda de pijamas", afirmou a mulher do maluco ao jornal chinês Pequim Daily Messenger. "Meu marido pouco se importou com o perigo, apenas pegou a televisão e a colocou embaixo dos braços. Após sair da casa, ele começou a procurar uma tomada para ligar e continuar a ver o jogo", relatou.

Outro fato curioso ocorreu com Li Jie que, após tentar vender lotes na lua, vende agora"ar da Copa" para os compatriotas que quiserem "sentir" o Mundial. Com somente 50 yuan (R$ 14), os chineses podem comprar um saquinho cheio de ar, que Jie alega ter sido obtido diretamente dos estádios da Alemanha. E olha que ele disponibiliza o ar de todos os estádios da Copa. Impressionante...

Homenagem ao nosso comentarista favorito

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É pra você, Noronha!!!

(O Youtube é a maior revolução da internet desde o Google!)

http://www.youtube.com/watch?v=2QjbCdYkL8w

Futebol, obesidade e cachaça

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Maradona diz que quer Ronaldo "gordo ou bêbado"

"Podem me dar o Ronaldo gordo, bêbado, ou como for, mas me dêem, quero sempre ele na minha equipe". A afirmação é do ídolo argentino Diego Armando Maradona, citado pela agência de notícias Ansa. O ex-jogador disse também que a Seleção Brasileira não está jogando bem na Copa.

Na foto, Maradona aparece com outro ídolo seu, o brasileiro Zico, durante uma partida no Maracanã, em 1979. Para muitos críticos, Zico só não é considerado melhor que Maradona porque não conseguiu ganhar uma Copa do Mundo.

Memória da Copa (9ª edição)

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A primeira estrela

Em 29 de junho de 1958, Amaro dos Santos ligou seu rádio valvulado e apoiou o cotovelo em cima da mesa para ouvir a final da Copa do Mundo entre Brasil e Suécia. A certa altura, o ponta-direita brasileiro levou uma entrada mais dura de um adversário e Amaro, já turbinado por meio litro de cachaça, tirou o canivete da cintura e extirpou o rádio sem dó. Por conta disso, não conseguiu ouvir o fim do jogo e só teve certeza de que o Brasil era campeão quando ouviu o foguetório espocar por toda a cidadezinha de Pau Grande. Paciência: a seu modo, vingara as pancadas recebidas por seu filho Mané Garrincha na distante cidade de Estocolmo.

Naquele dia, há exatos 48 anos, o Brasil deixava de ser vira-latas no esporte coletivo mais popular do planeta. E o filho de Amaro foi decisivo no momento mais crítico da partida. Depois de levar um gol de Liedholm logo aos 4 minutos de jogo, o Brasil parecia atordoado num estádio obviamente lotado pela torcida da casa. Didi pegou a bola no fundo das redes e voltou caminhando lentamente para o meio do campo, comentando entre dentes com os companheiros: "-Vamos encher esses gringos". Garrincha ouviu e, em menos de 30 minutos, driblou duas vezes meio time da Suécia até a linha de fundo e, em ambas as oportunidades, cruzou com perfeição para dois gols de Vavá.

No segundo tempo, Pelé (duas vezes) e Zagallo ampliaram e a goleada fechou em 5 a 2. Festa brasileira em Estocolmo, explosão em todos os cantos do Brasil. Muitos já disseram que a popularidade da gestão Juscelino Kubitschek na presidência da República e a sensação de extremo orgulho que o país experimentou naquele final de anos 50 começaram naquele dia de junho de 58, com aquela vitória na Suécia. É claro que Amaro dos Santos, com nove ou dez caninhas acima da humanidade, nem suspeitava disso. Nem seu filho, que naquele momento era cumprimentado no gramado do estádio Raasunda pelo rei sueco, Gustav Adolf, em pessoa. E respondia como se estivesse num boteco de Pau Grande: "-Olá, meu chapa! Tudo bem?".

E o brasileiro, dessa vez no drible, mostrou o futebol como é que é.

Brasil 5 x 2 Suécia
29 de junho de 1958

Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo.Técnico: Vicente Feola.
Suécia: Svensson; Bergmark, Axbom, Börjesson e Gustavsson; Parling e Gren; Hamrin, Liedholm, Simonsson e Skoglund. Técnico: George Raynor.

Árbitro: Maurice Frederic Guigue (França)
Local: Estádio Raasunda (Estocolmo-Suécia)
Público: 49.737
Gols: Liedholm (4), Vavá (8), Vavá (32), Pelé (56), Zagallo (68), Simonsson (80) e Pelé (89)

Em defesa do Imperador

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Relendo meu post anterior, senti uma ponta de injustiça com Adriano. Do jeito que falam do rapaz, parece que ele é o mais perna de pau que os participantes desse blog, o que, acreditem, é grande ofensa (com a honrosa exceção da Thalita, grande jogadora de futsal).
Não é bem assim. Adriano está entre os melhores centroavantes do mundo, tem um chute de esquerda de força e precisão impressionantes. O problema não é com ele, é com o esquema tático. Não dá para jogar com dois atacates pesados (sem alusão à obesidade do Fenômeno) na frente. O time sente falta da movimentção de um Robinho.
No começo da Copa, quando Ronaldo parecia estar jogando em constante ressaca, defendi a permanência de Adriano no time. Mas com Ronaldo jogando bem, ele é melhor que Adriano. O que não é demérito algum. Afinal de contas, o Gordo é "só" o maior artilheiro de todas as Copas.
Ao deixar o Imperador da Inter em campo, Parreira o sacrifica. Ele tem que correr e abrir espaços para Ronaldo, volta ao meio-campo, tenta desarmar. Ou seja, é forçado a fazer tudo que não sabe e que Robinho faz tão bem. A comparação entre os dois não é correta, as posições são diferentes. Adriano está na seleção para ser reserva do Fenômeno. O que, insisto não é pra qualqeur um.

Machucados e reservas

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Robinho, que perdeu uma grande chance de se firmar como titular no jogo contra Gana, ainda naõ é certeza contra a França. para melhorar o astral, Kaká e Emerson também estão no estaleiro e são dúvidas. Avaliemos pois as opções no banco caso se confirme o cenário mais negro:
A substituição de Emerson não é difícil. Gilberto Silva pode dar conta do recado, alguns dizem até que melhor que o jogador da Juventus. E no banco ainda está Mineiro, de quem não gosto, mas que pode cumprir a função.
Para a vaga de Kaká, o nome é o de Juninho Pernanbucano, que não foi lá essas coisas contra Gana. Aqui, a coisa não é tão simples. O estilo de jogo dos dois é diferente. Juninho marca mais e cadencia o jogo, enquanto Kaká tem mais características de meia-atacante, vindo com a bola dominada para chutar ou passar já dentro da área. E, sendo mais simplista, Kaká é melhor do que o Pernambucano. Além disso, quem seria o reserva caso Juninho se machuque durante a partida? Poderia ser o caonhoto Ricardinho, mas seria um risco grande. Como também seria grande a zica caso essa hipótese se confirme.
Mas o caso mais grave é o de Robinho. Quem na seleção pode cumprir as mesmas funções do atacante? Quem entre os convocados dribla, cai pelas pontas, tabela pelo meio, rouba a bola e ajuda a marcação? Aliás, a pergunta poderia ser quem no futebol mundial tem tais caracteríticas. Adriano ou Fredi podem entrar, mas muda o esquema tático. Parreira, que só agora dava mostras de que mudaria o sistema com dois centroavantes, será forçado por falta de opção a mantê-lo. Se isso de fato ocorrer, esperemos que Adriano tenha jornada menos infeliz doq ue contra Gana. Ou que, mesmo jogando mal, faça dos seus gols.

Notas irrelevantes

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Manguaça fatal
Mais uma morte na Copa. O assassinato envolveu o pênalti para a Itália contra a Austrália, pelas Oitavas-de-Final, mas nada de Hooligans ou brigas entre a Gaviões da Fiel e a Mancha Verde. O tailandês Rabieb Lukchan torcia pelos cangurus, enquanto Saran Channarong preferia os italianos. O primeiro disse ao segundo que a arbitragem havia garfado, ou melhor, palitado os amarelos da Oceania, mas o segundo discordou. A bebedeira durante toda a tarde aqueceu o debate. Channarong, de 20 anos, esfaqueou o outro manguaça e fugiu. O ocorrido deu-se na província de Nakohn Si Thammarat. Sugiro a penalização do árbitro espanhol Luis Medina Cantalejo.

Mais do que a NBA
A Copa do Mundo na Alemanha teve mais audiência nos Estados Unidos do que as finais da NBA e o campeonato de hockey, segundo o Instituto Ramussen. Isso porém representa apenas 6% dos televisores. Contradizendo ainda outro estereótipo estadunidense, para cada três homens assistindo às pelejas, apenas uma mulher.

Distante 2014
Felizmente para as pretenções brasileiras de sediar o Mundial em 2014, faltam oito anos para reformar os estádios. E haja cimento. O Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, estádio do São Paulo, foi interditado hoje pela prefeitura, por meio do Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru), por falta de segurança. Está em tudo quanto é site, como na Gazeta Esportiva.

quarta-feira, junho 28, 2006

Roberto Carlos come criancinha!

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No mundo animal, a cadeia alimentar muitas vezes revela cenas surpreendentes. Curioso é o caso do hominídeo Robertu Carliens. Criada em cativeiro na concentração da seleção brasileira, durante a Copa do Mundo da Alemanha, esta espécie de pigmeu desenvolveu um estranho hábito antropofágico. Apesar de não ser comunista, Roberto Carlos (seu nome popular) foi flagrado comendo criancinha, como mostra o instantâneo acima, colhido pela National Geographic. Veterinários da Fifa deduzem que isso aconteceu, provavelmente, porque há muito tempo Roberto não mostra fome de bola.

terça-feira, junho 27, 2006

De novo, a amarelada da Espanha

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Como já citado em post anterior, a Espanha adora dar sonoras goleadas em Copas o Mundo, mas jamais consegue ir muito além. Grande importadora de talentos, suas seleções tem a sina de "amarelar" na hora H, e desta vez não foi diferente.

Já a França parece desmentir o estigma de "falso grande". Na decisão, Zidane, mesmo não sendo o mesmo de 1998, soube mostrar que ainda tem talento e fez o terceiro gol em uma bela jogada, além de armar e defender durante todo o jogo. A equipe também contou com o talento de Vieira, que novamente fez uma boa apresentação.

Agora, o Brasil tem a oportunidade de vingar as derrotas de 1986, nos pênaltis, e de 1998, na fatídica final no Stade de France. Se bem que uma das mais fabulosas partidas da seleção em uma Copa ocorreu justamente em 1958 contra os franceses, um 5 a 2 na semifinal, com três gols de Pelé contra a equiep que tinha o lendário Just Fontaine, maior artilheiro em uma única Copa, com 13 gols naquela ocasião.

Já a Espanha só pode lamentar mais um fracasso. Curioso que a Ucrânia, goleada pelo time na primeira fase, foi mais longe que o time merengue, já tendo garantido um lugar nas quartas-de-final. Acontece em Copas.

Gerd Müller: "O Brasil precisa de Ronaldo"

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Depois de ver o seu recorde de gols em Copas do Mundo quebrado por Ronaldo nesta terça-feira, o alemão Gerd Müller afirmou que o jogador da Seleção Brasileira é o atacante "mais completo" da atualidade.

Ao marcar o primeiro do Brasil na vitória por 3 a 0 sobre Gana, Ronaldo chegou ao seu 15º gol em Mundiais e superou os 14 gols de Müller.

O brasileiro ainda pode ampliar a sua marca, já que a equipe comandada pelo técnico Carlos Alberto Parreira garantiu a classificação para as quartas-de-final da Copa 2006.

"Na minha opinião, ele é o melhor, o atacante mais completo no momento. O Brasil precisa de Ronaldo. Eles não têm ninguém mais rápido do que ele na frente. Ele não estava em seu melhor nos dois primeiros jogos, mas contra o Japão poderia ter marcado uns cinco (gols)", disse Müller em entrevista ao site da Fifa.

Apesar de ter perdido o título de maior artilheiro das Copas, o alemão garante não ter ficado chateado.

"Mesmo antes de o torneio começar, era óbvio que ele (Ronaldo) conseguiria pelo menos dois gols e igualaria, se não fizesse três e registrasse um novo recorde. Não foi uma surpresa", acrescentou.

"Eu sempre disse que eu não era o recordista. Essa honra, para mim, é de Just Fontaine, que marcou 13 gols em um torneio. Apesar de Ronaldo estar agora em sua terceira Copa, ainda assim é um grande feito da parte dele", completou.

Müller chegou à sua marca de 14 gols no Mundial de 1974, na Alemanha. Ele disputou jogos nos Mundiais de 1970 e 1974, enquanto Ronaldo atuou em 1998, 2002 e 2006. Em 1994, o brasileiro foi convocado, mas não entrou em campo.

Roberto Carlos fora e outras considerações

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Até aceito discutir o Cicinho como opção eventual ao Cafu, mas não é necessário. O veterano recordista de partidas em copas do mundo se apresenta, não marca pior do que o lateral madrilenho etc. Mas Roberto Carlos está insustentável. Displicente na defesa e nulo no ataque, nem serviu para cobertura nos contra-ataques adversários, nem chutou no gol (acertou, quero dizer).

Mas não se pode culpá-lo pela falta de ligação entre defesa e ataque. Duas coisas ficaram claras na partida contra Gana. Primeiro que não se pode jogar em linha na defesa contra o Brasil e que o contra-ataque canarinho, mesmo longe da produtividade desejada, é muito perigoso.

Ao mesmo tempo, Gana mostrou que marcar a saída de bola cria dificuldades para o time de Parreira. Quando Gaúcho e Kaká voltam à intermediária defensiva, os atacantes voltam para a linha de meio de campo, comprometendo a ofensividade. A entrada de Juninho Pernambucano não ajudou em nada, mas Ricardinho conseguiu pegar bolas na entrada da área para deixar três jogadores na cara do gol em menos de 10 minutos.

Tocar a bola com rapidez, em tabelas no ataque, desbaratina a marcação da zaga brasileira, assim como qualquer defesa. Mas quem toca mais rápido a bola e tem mais perna para marcar pressão do que Gana nesta Copa?

Leitura labial

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Não sou daqueles que acham que a imprensa tem que "contribuir" para o bom ambiente da seleção, "ajudar" a equipe e pataquadas do gênero. Mas muitas vezes, por conta de um suposto interesse público que justificaria métodos, no mínimo, ortodoxos - como a famigerada câmera escondida - coloca-se em risco alguns direitos básicos de qualquer cidadão.

Falo isso por conta da polêmica leitura labial que tanto irritou Parreira. Pra quem não sabe, o programa Fantástico, da Rede Globo, utilizou deficientes auditivos para observarem vídeos da seleção e descobrir o que atletas e o treinador diziam durante o jogo.

Daí, descobriu-se que Parreira teria declarado ter "gostado muito" do desempenho de Gilberto Silva contra o Japão, tendo falado em seguida: "Pena, se nós tirarmos o Emerson, vai ser f...". O técnico em relação ao rendimento de Ronaldo, autor de dois gols na última partida da seleção. "Agora vamos ver. Filhos da p...", disse, completando em seguida: "Ainda pedem para o Ronaldo ir embora." Ontem à noite, no Jornal Nacional, Fátima Bernardes afirmou que direção do programa enviou uma carta pedindo desculpas a Parreira.

Já se fala na possibilidade de "racha" na seleção por conta do episódio, já que os mais velhos como Roberto Carlos, Cafu e Emerson acham que têm que jogar por conta da sua experiência, enquanto os outros também clamam por uma chance.

A questão é que, quando faz isso, a Globo de fato quebra a privacidade das pessoas. Se o jornalista obtém a mesma informação que eles divulgaram por meio de fontes de dentro da equipe, está praticando jornalismo de verdade e não haveria problemas. Mas quando recorre a um expediente desses, põe em risco o trabalho alheio, podendo fazer isso também com um engenheiro, um advogado ou qualquer outro profissional que teça comentários que não são para serem feitos em público ou para uma ampla gama de pessoas.

Violar o direito de um profissional de dizer algo a um auxiliar ou companheiro de equipe sem ser ouvido é grotesco. E não adianta invocar um tal de "interesse público" até porque Parreira é empregado da CBF, entidade privada. Talvez, para a emissora carioca, seu jornalismo deva ser regido pale mesma lógica de espetáculo que rege o seu deprimente Big Brother. Mais responsabilidade faria bem a quem já conta com tantos e tão competentes profissionais de imprensa.

segunda-feira, junho 26, 2006

Bolão é coisa de metrossexual, vai

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Desabafo refeito após um bom desempenho nas oitavas de final.

Acerto na mosca nas seguintes pelejas: Alemanha 2x0 Suécia, Itália 1x0 Austrália (viva Totti), Argentina 2x1 México (não tenho culpa que o bolão lá não interpreta o jogo como 1x1) e Ucrânia 0x0 Suíça - com a precisa indicação do avanço dos ucranianos nas penalidades.

E em tempo: pelo jeito, é mais fácil fazer bons chocolates e relógios precisos do que bater pênalti. O desempenho dos suíços hoje foi vergonhoso; me lembrou o São Paulo na final da Copa São Paulo de 1994 (dá-lhe Pitarelli) e do Boca Juniors na decisão da Libertadores de 2004. Alguém lembra mais de algum caso de times que zeraram nos pênaltis?

Que Itália!

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Tudo bem que Ucrânia e Suíça fizeram um dos piores jogos da Copa, onde os suíços não conseguiram sequer marcar gol de pênalti, apesar de não terem sofrido nenhum no Mundial e de irem pra casa invictos. Pros defensivistas, baita de um revés. Mas o desempenho da Itália contra a Austrália foi de doer.

A seleção européia mostrou mais uma vez sua total falta de qualidade técnica, algo que pelo jeito não surpreende nem mesmo seus jogadores. "Agora eu acho que podemos ir longe no campeonato", celebrou Totti, que cobrou o pênalti inventado escandalosamente pelo árbitro do jogo nos descontos da etapa final e que deu a vitória aos italianos. Por esse jogo grotesco, Totti acha que "agora, vai!".

O arsenal de cretinices do jogador não parou por aí. Assim como FHC fez com Lula, dizendo que o presidente "carcareja em cima dos ovos que não são dele" (pelamordedeus, alguém interne o FHC!) Totti rebateu as críticas recebidas na primeira fase. "Agora deixo que os críticos falem de mim. Até agora me massacraram. Estou certo de que agora devem estar felizes". Ele, que entrou no fim do segundo tempo, bateu e marcou um gol de pênalti. Isso cala alguém? Do que ele está falando? Ganhar roubado dos australianos é algo digno da tradição italiana?

Pelo que se pôde ver hoje, Itália e Ucrânia vai ser um jogo duro... de assistir.

Memória da Copa (8ª edição)

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A batalha de Berna

Amanhã faz 52 anos que o Brasil disputou uma de suas partidas mais famosas em Copas do Mundo. O confronto de 27 de junho de 1954 contra a Hungria, sensação daquele mundial, ficaria conhecido para sempre como "a batalha de Berna". Nem tanto pelo jogo em si, válido pelas quartas-de-final. O que entrou para a história foi a pancadaria.

A seleção brasileira chegou pessimista à Suíça. O trauma da derrota no Maracanã ainda não tinha sido superado. Criticado por não ter convocado Zizinho, o técnico Zezé Moreira tinha em mãos outros remanescentes de 1950, como Nilton Santos e o capitão Bauer (na foto, pouco antes do início da partida contra a Hungria).

Porém, mais do que o abatimento pela derrota em casa, o grande problema era, mais uma vez, a desoganização. Na segunda partida do mundial, por exemplo, os dirigentes brasileiros não sabiam que um empate com os iugoslavos garantia a vaga para as quartas-de-final. Com 1 a 1 no placar, desgastaram-se inutilmente em busca da vitória.

O sorteio colocou o time contra a Hungria. Os brasileiros temiam enfrentar os campeões olímpicos de 1952, time de lendas como Puskas, Czibor e Hidegkuti. Zezé Moreira tentou amenizar: "Não me interesso pelo time dos outros". Kocsis, que terminaria o mundial como artilheiro, com 11 gols, rebateu com convicção: "Venceremos o Brasil e seremos os novos campeões do mundo".

Mas o Brasil já sairia derrotado do vestiário, depois que o chefe da delegação, João Lyra Filho, comparou os jogadores aos pracinhas brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial e exigiu a vitória. Todos entraram apavorados e nervosos com o peso da responsabilidade. Com 7 minutos de jogo, já perdiam por 2 a 0.

Reagiram, mas a Hungria venceu por 4 a 2, em jogo tenso e violento. Quando os jogadores dos dois países iam saindo de campo, Czibor estendeu a mão para Maurinho, que aceitou o cumprimento. Só que o húngaro retirou a mão e o brasileiro deu-lhe um soco na barriga. Zezé Moreira afastou seu jogador do bolo, mas os húngaros pronunciaram seu nome - "Moreira!" - e cuspiram no chão.

Zezé estava com uma chuteira de Didi na mão e atirou-a contra os inimigos, acertando o rosto do técnico da Hungria, Gusztav Sebes, que era simplesmente o vice-ministro de Esportes de seu país. A trava de madeira fez um talho no rosto e o sangue esguichou. Em represália, Puskas deu uma garrafada na testa do zagueiro Pinheiro. No meio do rolo, o jornalista brasileiro Paulo Planet Buarque ainda derrubou um policial suiço com uma rasteira.

O juiz inglês Arthur Ellis foi o bode expiatório para os brasileiros explicarem a derrota, por causa das expulsões de Nilton Santos e Humberto. Assim, não bastasse o vexame do quebra-pau, o árbitro brasileiro Mário Vianna, que tinha apitado um dos jogos da Copa, foi ao microfone de uma rádio brasileira e acusou Ellis de fazer parte de um complô comunista para classificar a Hungria.

Resultado: o infeliz cartola João Lyra Filho enviou protesto por escrito à Fifa, acusando a arbitragem de "estar a soldo do Kremlin". Vexame completo.

Brasil 2 x 4 Hungria
27 de junho de 1954

Brasil: Castilho; Djalma Santos, Pinheiro, Nílton Santos; Brandãozinho, Bauer; Julinho, Didi, Índio, Humberto, Maurinho. Técnico: Zezé Moreira
Hungria: Grosics; Buzansky, Lorant, Lantos; Boszik, Zakarias; M. Toth, Kocsis, Hidegkuti, Czibor, J. Toth. Técnico: Gusztav Sebes.

Local: Berna (Suiça)
Árbitro: Arthur Ellis (Inglaterra)
Expulsões: Nílton Santos, Boszik e Humberto
Gols: Hidegkuti (3), Kocsis (7), Djalma Santos (17), Lantos (61), Julinho (75) e Kocsis (88)

domingo, junho 25, 2006

À flor da pele

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A partida entre Portugal e Holanda teve toda a dramaticidade que conviria a um jogo eliminatório de Copa do Mundo. Emoções fortes, belas jogadas, imprevisibilidade e um duelo entre gigantes que manteve o suspense até o final. Final que, se fosse outro, talvez não fosse injusto.

A dramaticidade começou com a violência holandesa contra Cristiano Ronaldo, que teve de ser substituído após uma entrada violenta de Boulahrouz. Apesar do time já estar ganhando por 1 a 0, belo gol de Maniche, era uma perda inesperada para a equipe de Felipão. Desalento para Portugal, que era pressionado pelos adversários com um toque de bola rápido e jogadas pelas pontas.

A partir daí, se travou uma guerra. Quase no sentido literal. Jogadas violentas, algumas vistas pelo árbitro e outras não, deram a tônica da batalha em que Portugal se defendia com um a menos desde o primeiro tempo. Portugal se igualou em número de jogadores com os holandeses durante somente 14 minutos, pois, após a expulsão de Boulahrouz, Deco também foi expulso do lado português.

Cera, catimba, raça, garra, vontade. Portugal não mostrou apenas isso, elementos que faltaram contra Angola, mas mostrou capacidade de variação tática conforme o momento da partida e também que possui opções no banco, além de um brilhante - em mais de um sentido - comandante. Felipão amplia seu recorde de vitórias em Copas, Portugal chega a uma quarta de final (feito que não conseguia desde 1966) e também segue invicta há 18 partidas. Tudo depois de um jogo de tirar o fôlego.

Acima de tudo, uma partida de um time que já entrou para a história como vencedor. Mas pode chegar mais longe e, hoje, acredito que ninguém duvide dessa possibilidade.

Hermanos na descendente

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Depois do joguinho entre Brasil e Austrália, que por coincidência aconteceu no dia seguinte ao massacre argentino contra Sérvia e Montenegro, teve comentarista dizendo que o problema da Argentina era ter alcançado o topo da qualidade na primeira fase. Achei um dos maiores papos furados da Copa. Naquele dia, tristemente vislumbrei os hermanos levantando a taça.
Mas não é que eles realmente caíram de produção? Não, não foi um jogo ridículo. O México jogou tudo o que podia (e ainda estava guardado). O toque de bola tranqüilo surpreendeu. Mas a Argentina não foi aquela. Sofreu demais e jogou de menos, comparando com o 6 x 0 da primeira fase. A diferença entre os dois times ficou na técnica mais refinada dos argentinos, porque o número de bolas que os mexicanos deixam bater na canela e espirrar é impressionante. E o golaço do Maxi Rodriguez não acontece toda hora.
A pergunta é: a Argentina recupera o fôlego? Vai ter bala para enfrentar a regular, competente e surpreendente - sim, surpreendente - Alemanha?

Eu acho que vai, mas não custa sonhar!