Destaques

domingo, abril 01, 2007

Difícil jogar futebol

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Tá no UOL Esportes, sobre o empate entre Corinthians e Sertãozinho, por 2 a 2, em pleno Pacaembu. O texto começa com o seguinte nariz de cera:

A meta estabelecida pelo Corinthians para o restante do Campeonato Paulista era manter a dignidade e honrar a camisa do clube com vitórias nas últimas partidas da competição. Mas nem isso o time do Parque São Jorge conseguiu fazer.
Mais adiante, o volante Magrão dispara, ao reconhecer o direito da torcida de cobrar atuações melhores do time: "Eu tenho apenas que me preocupar em jogar futebol, e está difícil fazer isso."

Então tá.

sábado, março 31, 2007

Direitos? Que direitos?

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Antonio Cruz/Ag Br
Fruto de greve, paralisação, motim ou seja lá o que for, o caos a que assistimos nos aeroportos é indesculpável. Ao contrário de CPIs com fins políticos, deveria trazer à tona de novo, a meu ver, isto sim, uma discussão séria no âmbito do Parlamento sobre a necessidade de se regulamentar a greve de setores essenciais do serviço público. Limitando esse direito, óbvio, como defendeu até mesmo o presidente Lula, que foi por isso duramente atacado há algumas semanas, já que ameaçou o “sagrado” direito de uns achincalharem o Direito (com D maiúsculo mesmo) dos outros, no caso o consumidor dos serviços do transporte aéreo e o cidadão. Resumindo, o Brasil.

“Nós estamos com um gravíssimo problema que afeta a segurança nacional”, teria dito o novo ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Mas o velho ministro da Defesa, Waldir Pires, que parece encarnar como ninguém o personagem lendário do bobo da corte, continua a ser uma figura decorativa, sem autoridade, que não sabe de nada, nada resolve, nada vê. É vergonhoso. O presidente da República quis preservar a figura histórica do Waldir Pires, por sua folha se derviços prestados ao país, pobrezinho.

Em qualquer país sério do mundo, um ministro gagá como esse sequer teria assumido. A crise se prolonga há seis meses e nada acontece. O ministro continua lá, preservado, e atravessou incólume até mesmo a reforma ministerial. Parece que teremos que nos acostumar ao caos como algo normal. A nova paralisação, como diz a Agência Brasil, “ocorreu um dia após uma liminar do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter determinado o desarquivamento do pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo”.

O governo aceitou conceder uma gratificação salarial de emergência e garantiu que nenhum grevista será punido. Ótimo. Danem-se os cidadãos. Salve os direitos dos controladores de vôo.

Ele vende cachaças, mas bebe só cerveja

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Nivaldo Gomes de Oliveira, dono da Solution, tem em seu escritório, perto da avenida Paulista, cerca de 2 mil cachaças diferentes. Seria mais um distribuidor, não fosse por uma peculiaridade: só bebe cerveja.

A empresa de importação e exportação e distribuição, se dedicava apenas a matériais industriais, equipamentos de proteção individual de trabalhadores etc. Foi para trazer itens do estrangeiro que foi chamado por dois empresários que, no início da década de 90, decidiram lançar uma nova marca da que matou-o-guarda.

Para se diferenciar num mercado dominado pela baixa qualidade das levanta-defunto de Pirassununga, queriam importar um modelo de garrafas. Nivaldo ouviu, desconfiado, todas as qualidades da bebida. Ao conhecer o pedido dos interlocutores, respondeu:

— Não recomendo... Por mim, valeria a pena. Eu trago as garrafas, vocês lançam o produto, eu faturo o meu e vocês os seus. Daqui uns anos, na hora de repor, se o vidreiro do exterior fechar, toda a identidade construída vai por água abaixo, porque o recipiente vai ter que mudar...

Convencidos diante de um modelo similar nacional, pediram que o convidado permanecesse para uma rápida apresentação de uma consultoria contratada para assessorar o lançamento. À época, o interesse dos fabricantes era comercializar por R$12 cada garrafa de um litro, mas contrataram uma pesquisa de mercado para conhecer a viabilidade da idéia. Os resultados eram desanimadores. O máximo que poderiam obter por unidade era R$9, indicava o levantamento.

Nivaldo se ofereceu para conduzir um outro estudo. Nunca fora capaz de diferenciar as pingas – todas iguais a seu ver, davam a mesma dor de cabeça quando misturadas na caipirinha e consumidas em excesso. Mas se os empresários estava tão confiantes, se garantiam que era tudo aquilo, poderiam apostar uma verba extra em outra enquete.

Dez dias depois, os resultados apontavam que o preço projetado poderia vender bem. Tudo dependia de que tipo de manguaça se entrevistava. Questão de segmentação.

Os satisfeitos empresários, pediram a Nivaldo que fizesse a distribuição. Depois de muita resistência, cedeu. O resultado, para o cervejeiro que vende cachaça, está aí.

Em tempo, a marca lançada era a Espírito de Minas que, hoje, é vendida em embalagens de 750mL por R$ 27 a R$36. A dose não sai por menos de R$4 em botecos paulistanos metidos.

sexta-feira, março 30, 2007

Momento do mé: Serra das Almas

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Em tonéis de guarapeira descansa uma das mais conhecidas cachaças com certificação orgânica, a Serra das Almas. Produzida em Rio de Contas, na Chapada Diamantina, na Bahia, a péla-goela da linha ouro tem o tom amarelado das envelhecidas, mas um acento diferente no sabor.

Quem oferece é Nivaldo, da Solution, distribuidora de 2 mil rótulos, instalada em São Paulo. O engenheiro que virou cachaça será tema de outro texto futuro.

A adoção do padrão orgânico é um nicho que algumas preciosas passaram a adotar a partir da década de 90. No caso da Serra das Almas, são 24 pequenos produtores de Rio de Contas dedicados ap alambique. Como a certificação informada na página da lamparina (no Instituto Biodinâmico e do Commercio Alternativo da Itália) só foi obtida por cinco deles, os outros vendem seu mé para ser engarrafado sem o selo ambientalista.

A danada provada foi a ecologicamente correta, que desce macia e deixa um sabor de diferente, dos tonéis de guarapeira. Nunca tinha provado nenhuma envelhecida nessa madeira. Mas vale a pena.

No mesmo segmento das orgânicas, o Nivaldo da Solution me apresentou outras garrafas, como a Tietê e a Tiquara, ambas do sítio São Benedito, de Arealva, em São Paulo, bem como a Terra Vermelha, tipo exportação, com selo da USDA, o departmento norte-americano de agricultura. Mas se eu experimentasse todas elas, não continuava o dia. Juro que só anotei os nomes.

A vanguarda da revolução

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De um jornalista embrenhado na cobertura de agências de notícias:
"Esses controladores (de vôo) são a vanguarda da revolução. O dia em que quiserem exigir qualquer coisa, é só fazerem greve que o país pára".

Santos x Palmeiras

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A incidência impressionante de posts sobre o Palmeiras e seu astro Edmundo no blog é, eu diria, um sintoma de que o Palmeiras de fato parece que quer ser campeão.
Bom, eu devo reconhecer que sou fã incondicional do Edmundo. Acho que as coisas estão dando muito certo para o Palmeiras na reta final, o Animal está iluminado, o bandeirinha erra a favor, os golaços aparecem, a tal "sinergia" rola.
Acho que a final será Santos x Palmeiras. Vai ser muito legal se isso acontecer. Desde que eu gosto de futebol, essa final nunca aconteceu, e lá se vão décadas. Seria uma final maravilhosa.

Ronaldinho Gaúcho faz mais do que o Eto´o

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O atacante camaronês Eto'o declarou, sob comentários agudos do Futepoca, que o inglês David Beckham podia até ser mais bonito, mas que ele, Eto'o, era melhor jogador de futebol. Mais pode ser lido em toda a imprensa (como no Estadão).

Pois Ronaldinho Gaúcho, o belo, foi além. Desbancou o britânico do trono dos mais bem pagos do mundo esportivo. No quesito beleza, os comentaristas podem opinar.

Foram € 23,5 milhões no bolso do irmão do Assis. Por sua vez, o marido da ex-Spice Girl Victoria faturou módicos € 23,2 milhões. De olho na disputa pela herança entre os três filhos do casal, Beckham já garantiu que 2007 marcará sua volta ao topo da lista dos esportistas mais bem pagos do mundo, segundo a Forbes, com sua transferência para o Los Angeles Galaxy (créame, en español).

Com a diferença entre os salários (€ 300 mil) de 2006, um manguaça hipotético poderiam, com alguma assessoria, consumir 330.540 garrafas de cerveja no Bar do Vavá. Dado que o referido estabelecimento de etilização está prometido para ter suas portas fechadas em abril, seriam 11 mil garrafas por dia. Em um ano, 900 por dia.

Depois acham estranho que o Maradona vire alcoolatra.

Agora vai

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Na segunda citação do Terra Magazine do dia, mais precisamente do blog do Boleiro, a diretoria do Palmeiras avisa: agora sai da lama.

Tiveram a idéia de arrecadar dinheiro. Vender camisas comemorativas (dos 200 jogos do Edmundo, do "título mundial" de 1951, da estrela adquirida de presente junto à Fifa etc.). A melhor parte, só o economista diretor do clube e com um monte de amigos no governo poderia ter a idéia.

Luiz Gonzaga Belluzzo (foto) – que diz que Mustafá está sendo um espírito de porco (sic) – conseguiu articular com a Caixa Econômica Federal um crédito de R$ 9 mil com o financiamento de cada um dos 1.200 títulos novos da Sociedade Esportiva Palmeiras postos à venda. Segundo a matéria, a Caixa paga à vista, e o parmerista a prazo. Os R$ 10,8 milhão que dá a continha de um vezes o outro, vão fazer bem pro caixa do clube. Mas eu é que não vou comprar.

Mas o Conselho de Orientação e Fiscalizaçã (Cofi) "aprovou também a criação da diretoria de planejamento, cujo responsável será Belluzzo. É dele a missão agora de atrair mais recursos para o clube." Pra lembrar, foi ele que, segundo contam, trouxe a parceria com a Parmalat.

Curioso, muito curioso.

Depois de assistir a lambança da MSI no Parque São Jorge, só acredito com títulos nas mãos.

Saindo pela tangente

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Continuando o assunto...
Os relações públicas que atendem o Henry Sobel foram rápidos. No dia seguinte à noticia de que o rabino havia sido preso na Flórida furtando gravatas de grife, sai a informação de que ele estaria internado no Hospital Albert Einsten. De acordo com o boletim médico divulgado pelo hospital, Sobel foi internado "devido a episódio de transtorno de humor, representado por descontrole emocional e alteração de comportamento." De acordo com os médicos, "por insônia severa, (Sobel) vinha fazendo uso imoderado de hipnóticos diazepínicos, causadores potenciais de quadros de confusão mental e amnésia."
Sem querer provocar... que coisa mais Fernando Vanucci, né não?

Ah, bom: é só cachaça...

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Depois de muita enrolação e especulações de toda sorte, o diretor médico da clínica Güemes, Héctor Pezzella, onde Diego Maradona (foto) está internado, em Buenos Aires, revelou que o ex-jogador sofre de "abstinência ao álcool". Segundo ele, Maradona continua à base de sedativos, para a "desintoxicação", e seu coração e fígado são acompanhados permanentemente. "O mais importante agora é passar o período do álcool excessivo", disse Pezzella, em coletiva à imprensa portenha, acrescentando que o ex-craque deverá ficar mais cinco ou seis dias na etapa de "desintoxicação". O especialista reconheceu que o tratamento é mais "complicado" porque Maradona já sofreu outras dependências químicas, mas descartou que ele sofra, por exemplo, de cirrose. No dia anterior, seu médico particular, Alfredo Cahe, havia dito que o ex-jogador trocou o vício da cocaína pelas bebidas alcoólicas. Cahe disse ainda que é cedo para saber se o ex-jogador terá que fazer tratamento contra o consumo de álcool.

Porco do Roger Waters explodiu quando voava do Morumbi em direção ao Parque Antarctica

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No último sábado, 24 de março, os 45 mil espectadores que acompanhavam o show do ex-Pink Floyd Roger Waters no Morumbi, em São Paulo, viram um porco inflável gigante (foto) sair voando do estádio e desaparecer, quando a banda tocava "Sheep". Pois o Terra Magazine conseguiu a façanha de entrevistar o cara que encontrou os "restos mortais" do porco, que, aparentemente, sobrevoou o Jockey Clube, cruzou o rio Pinheiros e, cerca de seis quilômetros depois do ponto de partida, explodiu e caiu perto do cruzamento entre as avenidas Henrique Schaumann e Paulo VI, no bairro de Pinheiros.

O trajeto percorrido sugere que o porco ia do Morumbi para o Parque Antarctica - "notório templo de adoração da figura suína", segundo o próprio Terra Magazine. "Estava em direção à Vila Madalena, vindo do Pacaembu pela Avenida Sumaré. Havia um grande pedaço no meio da avenida, após a estação Sumaré do Metrô. Inocentemente eu desviei, e ainda reclamei da sujeira da cidade. Não progredi mais de 50 metros até notar que aquela lona rosa só poderia ter caído do céu para estar espalhada daquele jeito", conta Daniel Moraes.
Para o rapaz, que providencialmente é palmeirense, o bicho poderia mesmo estar voando rumo ao Parque Antarctica. "Pode ser. A julgar pela cor, estamos falando de uma fêmea. Nada mais justo do que ela sair à procura de companhia - por sinal, boa companhia. É uma pena que a porquinha tenha caído antes de alcançar o Palestra. Ia nascer um porco 'mangueira': verde e rosa."

São Paulo é teste para enfrentar o Ipatinga

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Dos quatro primeiros colocados, o Palmeiras é o que vem apresentando maior evolução, segundo constata Conselheiro Acácio.

Aliás, o saudoso Conselheiro anda, como sempre, inspirando boa parte da crônica esportiva. Para um time que estava atrás do Corinthians até cinco rodadas atrás, a terceira colocação é uma ascenção incrível. Comparável à de 1992, um ano antes de o time patrocinado pela Parmalat sair da fila. Com um elenco que misturava cascudos e bons jogadores, liderados por Cuca, Mazinho, Evair e César Sampaio (mas que tinha Carlinhos e Maurílio, no banco), Otácilio Gonçalves — vírgula, o mestre Chapinha, exclamação – levou o time da penúltima colocação para a final contra o São Paulo. Perdeu os dois jogos da decisão.

No clássico deste final de semana, uma prévia do que muitos já apostam como semi-final. Os 4 a 0 diante do Rio Branco são uma recuperação. Uma vitória é crucial pro Tricolor caminhar para o fim da primeira fase cheio de moral

Para o Palmeiras, a classificação depende das outras partidas, contra Guaratinguetá, em casa, e São Bento, fora. Mais do que consolidar o destino à próxima etapa da competição, é chegar embalado para enfrentar o Ipatinga pela Copa do Brasil, tendo que vencer por três gols de diferença.

Que fase...

quinta-feira, março 29, 2007

Edumundo

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Destaque da partida e autor do segundo gol palmeirense, Edmundo completou 200 jogos com a camisa alvi-verde de Parque Antártica. Nem mesmo o risco de ser suspenso do clássico do fim de semana, contra o vice-líder São Paulo, caso fosse advertido com cartão amarelo tiraram do camisa 7 a gana de correr e de dividir. Como dividiu o atacante. Diferente dos pernas-de-pau, as divididas foram sinal de vontade.

No primeiro tempo que acompanhei inteiro, Edmundo perseguiu o gol com sangue nos olhos. Quase marcou de falta, quase marcou em dividida com o goleiro... Na segunda etapa, que acompanhei pelo rádio, logo no início, antes mesmo de dar o passe para Osmar desperdiçar, Edmundo passou por três defensores do América entrando na área, mas foi prensado ao tentar o chute. No golaço que fez, deram mais de meio metro, entre três. Embora a queda de maduro do zagueiro Marcos Paulo tenha tornado o lance meio esquisito, Edmundo mandou lembrar que não pode ser deixado assim tão solto (cendo depois o VT, Edmundo faz a jogada impecavelmente, mas não dá pra dizer que ele deixou o beque sentado... o atacante segura a bola e, ao ver o adversário se desequilibrando, limpa para a direita para bater).

Nem mesmo o gol do América anulado injustamente quando a vitória simples era mantida, nem o chute à là Ronaldinho Gaúcho contra a Inglaterra de Michael no primeiro tento verde tiraram o sabor da festa do Animal.

Nem campeão do interior

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Terminasse hoje a primeira fase do Paulista, o título de Campeão do Interior seria preservado. É que o Corinthians, empatado em 24 pontos com Noroeste e Guaratinguetá, perde em saldo de gols para ambos.

O time vizinho de Aparecida tampouco se classificaria. Além do bauruense, Bragantino, Paulista e Ponte Preta seriam os classificados.

Isso o Cidade Alerta não vai noticiar! Nunca!

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Tá no site Terra e, a pedidos, publico aqui na íntegra - já que o Cidade Alerta não vai noticiar nada e, como observou o Glauco, "com certeza é política e, se marcar, tem cachaça na história...". Então, prepare o seu coração:

"Sobel é preso acusado de furtar gravatas nos EUA
(Felipe Gil/ Redação Terra)
O rabino Henry Sobel (foto), presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista, foi preso na última sexta-feira, dia 23, acusado de furtar quatro gravatas em três lojas de grife na mesma avenida de Palm Beach, no estado da Flórida, Estados Unidos.
De acordo com o site do escritório do Xerife do condado de Palm Beach, Sobel foi preso sob três acusações por furto às lojas Louis Vitton, Gucci e Giorgio's Palm Beach. Ele teria pego quatro gravatas. O endereço em São Paulo dado por Sobel no departamento de polícia é mesmo do rabino.
As acusações estão sob os números 2007016314, 2007016315 e 2007016316. De acordo com o site, ele foi preso às 18h45 (horário local) de sexta e liberado às 15h30 de sábado, dia 24.
A assessoria de imprensa da Congregação Israelita Paulista (CIP) informou que a diretoria da CIP se reuniu no final da tarde desta quinta-feira, sem a presença de Sobel, para discutir o assunto. Foi confirmado também que o rabino está no Brasil.
Sobel foi liberado no sábado após pagamento de fiança. Segundo o jornal Palm Beach Daily News, o valor foi de US$ 3 mil. O site do escritório do Xerife do condado de Palm Beach traz o registro fotográfico de Sobel na delegacia. O boletim de ocorrência do fato, assinado pela policial Michele Pagan, diz que ela foi chamada às 12h40 (horário local) à loja Louis Vitton e que uma funcionária suspeitava do furto de uma gravata, supostamente ocorrido cerca de 20 minutos antes.
A policial relata ter assistido ao vídeo do circuito interno da loja e visto um homem branco, de cabelos grisalhos, usando camisa de mangas compridas, na seção de gravatas.
Depois, ele aparece dobrando a gravata e após ficar cerca de dez segundos fora do alcance das câmeras aparece novamente sem nada nas mãos. A gravata não foi encontrada na área da loja que não estava visível para as câmeras.
A policial relata que abordou Sobel às 14h09 em uma avenida e se aproximou dizendo que investigava um incidente na loja Louis Vitton. Sobel teria se identificado e respondido imediatamente que não havia pego nada e que não tinha entrado na loja. A policial chamou por reforços.
Após negar o furto, Sobel teria se oferecido para pagar pela gravata. A oficial acrescenta que, após conversar com o rabino, ele admitiu o furto e afirmou que a gravata estava em seu carro, estacionado em uma garagem próxima. A policial afirma que Sobel permitiu
O carro em questão seria um Toyota Avalon azul, ano 2007. Lá estaria uma sacola vermelha com uma gravata vermelha da Louis Vitton com etiqueta de preço indicando o valor de US$ 170. No carro foram encontradas outras gravatas. Segundo o boletim de ocorrência, os valores chegam a US$ 680.
Quando a gravata da loja Gucci estava sendo devolvida pela policial, ela assistiu ao vídeo interno da loja, que mostraria Sobel retirando uma gravata rosa de uma prateleira e colocando-a no bolso direito de sua calça."
Ps.1: A cereja do bolo é que o crédito da foto que ilustra o post é nada menos que Departamento de Polícia Palm Beach/Divulgação.
Ps.2: Na página do site Terra (http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1516367-EI5030,00.html) tem links para ver as páginas do Boletim de Ocorrência. Bizarro...

O "olhar feminino" do futebol

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Assisti à partida entre Santos e Corinthians ontem à noite pela Band e fiquei chocado ao cosntatar como uma transmissão esportiva pode retroceder e ratificar preconceitos que pareciam, no mínimo, mais envergonhados nos últimos anos.

O jogo era narrado pelo veterano Luciano do Valle, comentado pelo ex-atleta Neto e com reportagem de Fernando Fernandes. A "novidade" da jornada, anunciada a toda hora com garbo e elegância pelo titular do microfone, era a presença de umA repórter em campo.

Como assim novidade, perguntará quem lê? A presença das mulheres no jornalismo esportivo já tem se tornado rotina e tende a crescer cada vez mais. Mas o caráter inusitado do trabalho da moça, "conduzida" por do Valle, é que ela tinha como função traduzir o "olhar feminino" da peleja.

Por "olhar feminino" entendam comentários que vinham elucidar questões como "Fulana, quem está mais elegante hoje? Luxemburgo ou Leão?". E lá ia a repórter discorrer sobre as vestimentas de ambos, decretando um empate no quesito. E tome elogios do locutor, como se estivesse tratando com uma néscia.

Assim se seguiram diversas pérolas, até mesmo um pedido especial do âncora. "Você podia perguntar pro Leão o que ele faz pra não desarrumar o cabelo mesmo quando ele fica nervoso?". A proto-piada é repetida no segundo tempo.

Na segunda etapa, aliás, um lance capital na partida. Fábio Costa volta com a camisa trocada no intervalo. Após mais de dez minutos, quando qualquer um já percebeu a mudança - e se não percebeu é porque pouco importa - o Santos perde um lance na área corintiana e a repórter "anuncia" a troca do arqueiro peixeiro. Do Valle se sai com essa, mal contendo o entusiasmo: "Só mesmo olhar feminino pra notar, com a bola do outro lado, que o goleiro tinha trocado a camisa".

Quando você acha que já viu toda sorte de besteiras em uma transmissão, ainda tem que suportar uma "novidade" com esse inacreditável espetáculo de preconceito.

O que é que a rapadura tem?

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Aconteceu!
Às vésperar do milésimo gol do Romário, o mais velho jogador profissional do mundo, Pedro Ribeiro Lima, de 58 anos , marcou seu primeiro gol. A façanha aconteceu na derrota do glorioso Desportivo Perilima frente ao Campinense Clube, pelo Campeonato Paraibano.
Segundo relatos, no momento em que o árbitro marcou um pênalti para o Perilima, as torcidas, em coro, bradaram seu nome, o incentivando a cobrar a penalidade. Não sei se o pedido da torcida adversária se deu pela certeza de que ele não faria o gol ou se o cara já é tão folclórico a ponto de inspirar uma manifestação conjunta tão comovente.
O que importa é que o pênalti foi bem batido, e Pedro pôde comemorar seu tento. O estádio ficou em festa.
Resta saber se ele vai se aposentar por cima da carne-seca (ou da rapadura, a grande financiadora do Perilima) ou se a promessa de jogar até os 60 anos continua valendo.

Aqui, o post de fevereiro sobre Pedro.
Aqui, link para o blog do Juca Kfouri, onde primeiro li sobre a façanha.

Inflação iminente no mercado de "mundiais"

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Segundo o Lance!, é mesmo certeza que a CBF vai reconhecer oficialmente a Copa Rio de 1951, vencida pelo Palmeiras, como um Mundial de Clubes. O jornal dá hoje enorme chamada de capa e seis páginas internas sobre o assunto. Como a polêmica já motivou dois outros posts nesse blog, não vou me ater ao mérito de o torneio merecer, ou não, tal status. Se a Fifa corroborar, vai ser Mundial e pronto. Como no caso do Corinthians, "campeão" em 2000, os rivais que esperneiem.

Acontece que, se a maior entidade do futebol mundial realmente ratificar a iniciativa da CBF, isso vai abrir precedente para uma verdadeira inflação no mercado de “mundiais” de clubes. Para começar, a Copa Rio teve uma segunda edição, em 1952, que foi vencida pelo Fluminense (foto) – da qual participaram, também, Grasshoper (Suíça), Peñarol (Uruguai), Sporting (Portugal), Saarbrücken (Alemanha), Libertad (Paraguai), Áustria Viena (Áustria) e Corinthians (derrotado pelo time carioca na decisão).

Não bastasse, houve uma terceira edição da competição em 1953, desta vez rebatizada de Torneio Octagonal Rivadavia Corrêa Meyer. O Vasco, campeão, derrotou o São Paulo na final. E participaram, ainda, Hibernian (Escócia), Olímpia (Paraguai), Sporting (Portugal), Botafogo, Fluminense e Corinthians. Tá, tudo bem, foi um torneio pra lá de fuleiro. Mas, se o Fluminense conseguir o mesmo que o Palmeiras, alguém aí duvida que o Eurico Miranda não vai querer reconhecer esse “mundial” também, e redimir a derrota para o Real Madrid em 1998?

Pra piorar, além desses torneios disputados no Brasil, houve na década de 50 outra competição similar, disputada na Venezuela entre 1952 e 1957 e batizada de Pequena Taça do Mundo ou Mundialito de Clubes. Na primeira edição, deu Real Madrid. Depois, em 1953, venceu o Millonarios (Colômbia). Entre 1954 e 1957, os campeões foram: Corinthians, São Paulo, Real Madrid e Barcelona. Vocês acham que os dois times paulistas, com o exemplo do Palmeiras, não vão querer legitimar esses “mundiais”? E a Fifa terá argumentos para negar?

Em sua campanha, o Corinthians derrotou Roma (Itália), Barcelona (Espanha) e seleção de Caracas (Venezuela). O São Paulo, por sua vez, enfrentou La Salle (Venezuela), Valencia (Espanha) e Benfica (Portugal). A partir de 1963, aconteceram outras edições não regulares e de caráter amistoso desse torneio, que passou a se chamar Troféu Cidade de Caracas, até sua última edição, em 1975. O São Paulo venceu a primeira, em 1963.


Para complicar ainda mais o “surto de mundiais”, outro clube brasileiro, o carioca Bangu, também poderá se animar a reivindicar o seu. Ele ganhou o Torneio de Nova York, em 1960, superando Red Star Belgrade (Iugoslávia), Sampdoria (Itália), Sporting (Portugal), Norrkoping (Suécia) e Rapid Wien (Áustria).

Por fim, como abordei neste blog no início de janeiro, temos a Supercopa dos Campeões Intercontinentais, conquistada pelo Santos em 1968, depois de bater Racing (Argentina), Peñarol (Uruguai) e Internazionale (Itália). Em sua última edição, em 1969, o título ficou com o Peñarol, mas não houve participação de europeus.

É o que eu digo: se a Fifa confirmar o “mundial” de 1951 para o Palmeiras, teremos uma avalanche de títulos reivindicados nos próximos anos. E, com o precedente, a maioria terá necessariamente de ser atendida. Ou não?

quarta-feira, março 28, 2007

Cantora cai em bar e quebra os dentes

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Nunca tinha ouvido falar, mas já ganhou minha simpatia: a cantora inglesa Amy Winehouse (foto) assumiu, em entrevista ao site Ultimate Guitar, que cancelou dois shows em Londres porque quebrou os dentes da frente depois de cair em um pub, onde encachaçou por uma tarde inteira. "Eu fiquei com um buraco enorme na frente da boca", contou a manguaça. Interessante é que seu primeiro sucesso, "Rehab" ("reabilitação"), trata justamente dos problemas da cantora com o álcool, já conhecidos publicamente. "Eu e a bebida temos uma relação bem intensa, de amor e ódio", assumiu Amy para um jornal brasileiro, recentemente. Pra completar, seu sobrenome, Winehouse, pode ser traduzido literalmente como "casa do vinho". Nem preciso ouvir: fiquei fã. Mas, para os curiosos: http://www.myspace.com/amywinehouse

Não é futebol nem política, só pode ser...

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Na pacata cidade de Cascavel, interior do Paraná, a maior rede de "lotéricas" se chama "Sucuri" e em cada canto da cidade tem um representante. O curioso é que a tal rede é, na verdade, uma série de espaços não-oficiais que se denominam casas de loteria mas só servem pra apostar no jogo... do bicho. A piada é tão pronta que nem me atrevo a imaginar a série de ilações possíveis...

De times e seleções

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Tento responder com este texto a questão objeto dos comentários e debate de uns posts abaixo (“Um outro Zé Roberto”). Que acabou com a seguinte indagação do companheiro Olavo: “se o Santos tivesse dois meias como Ronaldinho Gaúcho e Kaká você escalaria o Zé [Roberto] tão à frente?”

Essa pergunta é importantíssima, porque é uma falsa questão. É uma questão limitada a um universo parreirista, no qual o camisa 11 (chamemos assim) é um cara obrigado a marcar o lado direito do ataque adversário. Mas quem disse que assim deve ser?
Didaticamente, abaixo seguem as escalações de quatro times campeões (ou quase) que eu gostaria de citar.

Brasil campeão do Mundo em 1970 - Felix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gerson, Tostão e Rivelino; Pelé e Jairzinho

Brasil derrotado pela Itália em 1982 – Valdir Peres; Leandro, Oscar, Luisinho e Junior; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho Chulapa e Eder

Palmeiras bicampeão Paulista e Brasileiro 1972/1973 – Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei

Santos campeão Brasileiro de 2002 – Fábio Costa; Maurinho, Alex, André Luiz e Leo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego; Robinho e Alberto

Eu gostaria de saber onde, nesses quatro grandes times, há um jogador engessado numa dada posição como Zé Roberto na seleção de Parreira. Mais do que um jogador “engessado” (Zagallo, Zé Roberto, Zinho...), o problema maior é o esquema engessado. O Márcio Guedes falou disso no Linha de Passe da última segunda-feira.

De maneira que, à pergunta: “se o Santos tivesse dois meias como Ronaldinho Gaúcho e Kaká você escalaria o Zé [Roberto] tão à frente?”, eu responderia assim (se eu pudesse escalar a seleção brasileira hoje): Fábio Costa (ou Rogério Ceni ou Gomes ou Júlio César); Ilsinho, Alex, Lúcio e Kléber; Elano (ou Mineiro), Zé Roberto, Kaká (ou Diego) e Ronaldinho Gaúcho; Robinho e Vágner Love. Quem ia se defender desse time?

Pode-se pensar em muitas variações em relação à escalação acima, mas essa seria uma seleção. Em termos de seleção, eu nunca vi nada mais belo do que a Holanda de 1974. A Laranja Mecânica. Era um time divino.

Mas, voltemos a falar apenas de um time, um clube, chega de seleção. E voltando à questão inicial: “se o Santos tivesse dois meias como Ronaldinho Gaúcho e Kaká” (valha-meu Deus!, Olavo, você não quer mais nada?), eu faria assim: Fábio Costa; Dênis (ou Pedro), Antonio Carlos, Adailton e Kléber; Maldonado, Zé Roberto, Kaká (ou Cléber Santana) e Ronaldinho Gaúcho (ou Pedrinho); Tiuí Henry e (resgatando) Wellington Paulista.

Nesse time (como no Palmeiras de 1996, por exemplo), quem ia dizer que o Zé Roberto teria que ficar engessado, num esquema engessado, marcando e encerando o jogo? Fala sério!

Michael Moore e eu

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Não é a mim que se refere o título, mas à película de 77 minutos que coloca o documentarista norte-americano Michael Moore como alvo de investigação. Em Fabricando Polêmica, cuja estréia mundial ocorreu no dia 10, mas chegou por São Paulo na mostra É tudo verdade, a acusação é de manipulação de imagens, entrevistas e informações. O Farenheint 9/11 (2004) é dos mais atacados, segundo as resenhas espalhadas por aí.

Moore ficou famoso inicialmente por Roger e eu (1989), em que passava uma hora e meia mostrando suas tentativas de entrevistar o então presidente da General Motors, Roger Smith, intercaladas com a vida dos operários demitidos de uma fábrica fechada pela empresa em Flint, cidade natal do gordinho de boné. A grande sacada do filme é que a entrevista não ocorreu, mas uma interessante história sobre o processo de produção globalizado – com todas as facilidades dos novos meios de comunicação e estratégias de logística – têm na prática. Depois de Farenheint 9/11 ele foi projetado à condição de ícone político.

Uma das grandes revelações de Fabricando... é que a tal entrevista foi concedida e gravada, mas não aproveitada no filme.

Depois, o mesmo modelo foi parodiado por ele mesmo em The Big One (1997), em que o foco é o presidente da Nike e a denúncia do uso de mão de obra infantil na Indonésia, ou em Tiros em Columbine (2002), com Charles Heston.

Os diretores, o casal canadense Rick Caine e Debbie Melnyk, eram fãs do cineasta. Tanto assim que a descrição do documentário Citizen Black, escrito, produzido e dirigido por eles em 2004, é "Inquérito no estilo Michael Moore sobre a personalidade de Conrad Black (um dono de jornais canadenses extremamente conservador e metido em falcatruas)".

Ao que consta, eles começam querendo entrevistar Moore, mas passam a desconfiar de tanto esforço para fugir das câmeras. Um cinegrafista terminou atingido por um soco da irmã de Moore. O filme investiga as manipulações produzidas nas falas e depoimentos editados.

O nome original, Manufecturing Dissent, é um trocadalho com o título do livro do linguista Noam Chomsky com Edward S. Herman, Manufecturing Consent, traduzido por aqui como Consenso fabricado. Tudo bem, já que Citizen Black usava o mesmo recurso em relação ao original do Cidadão Kane...

E assim, o cara que praticava o esteriótipo do estilo norte-americano de produzir documentários, é posto em xeque... Na página do cabra, não encontrei nenhuma declaração a respeito.

Tem na quinta e na sexta, no É tudo verdade de São Paulo.

Site do PCdoB desafia Aldo Rebelo

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O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, é autor do Projeto de Lei nº 1676/1999 que veda estrangeirismos na língua portuguesa.

Enquanto isso, no Vermelho, página do PCdoB na internet, estampava na segunda-feira à noite: "Veja o vídeo que explica o 'Manifesto Comunista' com cartoons".

(a propósito, veja mesmo, porque é mais divertido do que este post ranzinza, embora não seja genial).

terça-feira, março 27, 2007

Crássico é crássico e vice-versa

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Nada há de mais assustador na imprensa esportiva (talvez na imprensa em geral) que apelar para chavões quando se tem preguiça de pensar, não se pesquisa nem se conhece sobre o que se está falando.

Explico: o chavão aí do título (e outros) continua a ser aplicado indistintintamente pelos colegas (argh!) quando não têm muito o que falar.

Vou usar como exemplo o futebol mineiro, que conheço bem e acompanho por minha óbvia e declarada paixão pelo Galo mineiro, que completou 99 anos no último dia 25.

Antes do clásico com aquele outro time de Minas, a maioria da imprensa dizia que o outro era favorito, porque estava em primeiro lugar na tabela enquanto o Galo rastejava na penúltima colocação. Mas sempre deixando a muleta: em clássico tudo pode acontecer...

Para a maioria que não acompanha e dá palpites sem saber, apenas olhando a classificação na tabela, essa era a realidade.

Ledo e Ivo engano. Mesmo mal à época, o time do Galo era superior ao outro, que tem uma das piores equipes dos últimos tempos. O que se comprovou nos 3 a 1, sendo que quem assistiu ao jogo viu que poderia ter sido uma goleada vexatória.

Para os desinformados, valeu o epíteto: crássico é.... Ou outra muleta, de dizer que quem está pior sempre reage nessas situações. Para contrariar, no mesmo final de semana, o São Paulo, com time superior derrotou o Corinthians. Mais aí vale o outro lado do crássico é crássico e tudo pode acontecer. Assim, os desinformados nunca erram.

Não tenho estatística nenhuma à mão e até seria interessante acompanharmos daqui por diante, mas a impressão é que em 80% dos casos os times melhores tecnicamente acabam vencendo, mesmo em clássicos. (sei que é óbvio, rarará)

Mas é bom pensar em outro jargão que se usa como verdade absoluta – que o futebol é o único esporte em que o mais fraco pode vencer o mais forte. Creio que não. Numa partida isolada, realmente um time todo encolhido na defesa pode "achar" um gol e acabar ganhando. Mas se forem analisados todos os jogos de um campeonato creio que os times mais bem-estruturados levam vantagem em 90% dos casos.

Basta ver que neste ano (e em outros), apesar dos tropeços, em SP devem chegar pelo menos três grandes nas quatro vagas das semifinais. E nem dá para dizer que o Corinthians, o grande que falta, atualmente é um time bom. Pode até ser campeão, mas por tradição, torcida etc.

Em Minas o título acho que ficará com o Galo pelos motivos expostos anteriormente, mas não deve sair dos dois grandes. E vale lembrar que no outro clássico que existe no Mineiro, dos dois times contra o América, deu a lógica e o rubroverde, com equipe bem inferior, perdeu feio e não deve escapar do rebaixamento (infelizmente).

Nos outros Estados, a preponderância dos mais fortes deve se repetir sem piedade. A zebra será isso mesmo, apenas zebra, e acontecerá raramente.



P.S. Estava para escrever esse "post" desde o crássico mineiro, mas, por falta de tempo, adiava. Agora com o "puxão de orelhas" do camarada Anselmo resolvi me dedicar mais à tradição futepoquense...

Búlgaros arrancam orelhas de grego a dentadas

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Dois torcedores búlgaros arrancaram com mordidas as orelhas de um grego durante uma briga em uma cafeteria de Creta, por causa da vitória da Bulgária sobre a Turquia por 4 a 1, pelas Eliminatórias da Eurocopa. Incomodado com a festa dos estrangeiros, o dono do local pediu silêncio, e os búlgaros reagiram de forma violenta. A vítima foi levada para o hospital e operada. Os agressores foram detidos. E aqui no Brasil o pessoal faz um puta alarde por um mísero vaso sanitário voando entre as arquibancadas. Que bobagem...(com informações da AFP)

Caninha 1951, homenagem às cinco coroas

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Recebi de torcedores do Parmera a dica do blog Parmerista. Como inclui cachaça, é obrigatório:

A mais famosas das cachaças industrializadas do país é a Pirassununga 51. O que pouca gente sabe é que a origem do nome da famosíssima pinga está relacionada com o nosso Verdão. Trata-se de uma homenagem à conquista da Copa Rio, no ano de 1951, ano em que o Palmeiras concluiu a conquista de uma seqüência de cinco títulos, as chamadas "Cinco Coroas".
A suposta prova é esta, apesar de apresentada sem identificação de origem:


A história tem as seguintes brechas: 1) "produto adquirido dos melhores fabricantes de Pirassununga" é, historicamente, um fato de improvável comprovação dada a origem e a qualidade duvidosa promovida pelos galões de alumínio em que são envelhecidos os litros da marvada; 2) se a cidade é Santa Cruz das Palmeiras, o nome tende a vir daí e não do Palestra Itália de nome alterado nove anos antes. 3) De acordo com matéria da página do STJ, de outubro de 2005, fala-se de propriedade rural adquirida pelo patriarca da família Piccolo em 1952. Embora o texto não inclua o passado do Luiz Piccolo, foi a única referência a terras da família na cidade que o Google pôde apresentar.

O interesse em desconstruir a história, embora não alcançada plenamente, deve-se ao fato de que não há orgulho em ter inspirado o nome da caninha de Pirassununga. Fosse uma alambicada artesanal, podíamos conversar.

Mas é divertido.

Futebol, política e literatura

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Do mais novo parceiro do Futepoca, o Sapoti da Japaranduba, do jornalista e escritor Urariano Mota, reproduzo um trecho de O Dono da Bola. Apesar do título que irmanaria os blogs, é mais à política e literatura que se dedica o


Até onde lembra a memória, por mais seletiva de momentos honrosos que ela, trapaceira, ergue à consciência, um momento é inolvidável das minhas ações no futebol. Por mais seletivas jogadas das quais a memória faz um grande time, um dream team, esta que lhes vou contar é a número 10, o rei, a rainha das rinhas, de todas. Em resumo, já lhes digo, eu tinha oito anos.

Nessa idade em que nascem os craques, em que já desponta neles o talento, eu, como todos os craques, adorava futebol. Adorar, no caso, quer dizer não pensar nem sonhar com outra coisa, é jogar, jogar, dentro de campo, fora de campo, com bola, sem bola, como tempos depois demonstraria Tostão, na seleção brasileira de 1970 no México.

Eu havia ganhado uma bola em 1958, quando o Brasil fora campeão na Suécia, lembro bem. O meu regalo de aniversário, que no México chamariam de cumpleaños, havia sido uma bola de látex, de borracha cinza, boa, grande, um presente e um regalo superior para todos os meninos que jogavam com bola de meia, que ficava redonda à custa de papéis, panos velhos e de trapos socados. Assim posto, assim orgulhoso e contente, dirigi-me à rua, que no meu caso era sair para o beco, percorrê-lo e atingir a esquina, onde em frente a um prédio em construção reuniam-se os meninos para jogar com bola de meia e inventar o impossível, fazê-la rolar como rolam as bolas de borracha. Pero nesse dia resistente na memória eu era a seleção (...)


A íntegra, no Sapoti de Japaranduba.

segunda-feira, março 26, 2007

Edmundo – um jogador em extinção

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Em tempos de Romário, é legal lembrar de Edmundo. Animal ou não, esse jogador admirável vai levando um Palmeiras antes desacreditado a chegar mais longe do que a própria torcida esperava.
Edmundo vai completar 200 jogos pelo Palmeiras na próxima partida em que atuar. E fez 91 gols com a camisa alviverde. É um tipo de jogador em extinção. Aquele que se identifica com o clube, que gosta do clube, que fala do clube com autoridade. Numa época em que “o ter é mais importante do que o ser”*, é um jogador invejável e uma figura humana muito rica.

É interessante isso, de um craque se identificar tanto com um time a ponto de ressuscitar para o futebol motivado por essa identificação.
A torcida do Palmeiras e o próprio clube têm obrigação de homenagear o jogador quando ele fizer o 100° gol com a camisa alviverde.
Se o Verdão vai chegar às semifinais (e, mais difícil, às finais) do Paulista ou não, “o Palmeiras vai até onde Edmundo conseguir levá-lo”, como disse o Paulo Vinícius Coelho.

* A frase acima citada (o ter é mais importante do que o ser) eu fiz questão de destacar do texto porque é uma frase quase satreana, eu diria, e dita por um jogador de futebol, o próprio Edmundo, na excelente entrevista concedida ao Bola da Vez da ESPN Brasil que foi ao ar esses dias (foto). Quem quiser assistir ainda vai reprisar (veja na programação no site www.espn.com.br).
Na entrevista, ele disse que se arrependeu de ter saído do Palmeiras em 1994, e que muitos problemas surgiram depois da saída. Afirmou que o Palmeiras está mais tranqüilo com a atual diretoria (citou o vice-presidente Gilberto Cipullo como alguém que está tentando ajudar a colocar o clube nos trilhos).
Em tempo, Edmundo começou sua primeira passagem pelo Palmeiras justamente contra o Marília, em 27 de janeiro de 1993. O mesmo Mac que o Palmeiras não teria vencido no último sábado se não fosse as duas assistências espetaculares e o próprio gol que ele fez nos 3 a 2.

Ela cozinha. Eu lavo e passo

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Deu na Folha de S.Paulo. O derrotado candidato à Presidência da República e ex-governador de São Paulo, sobre as vantagens da temporada em Harvard. Além de dar palestras, "outra coisa positiva é que tenho dividido as tarefas domésticas com minha mulher, a Lu. Ela cozinha, eu lavo e passo."

Custódio Coimbra/O Globo


Cerveja com os amigos ficou no passado, no tempo da campanha... E olha que passar as peças da Daslu exige muito mais cuidado.

Robbie Williams na seleção de Dunga

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Philippe Huber, suíço dono da empresa Kentaro, que cuida da organização dos amistosos do Brasil, diz que o time de Dunga "é formado por 11 Robbie Williams."

O cantor a quem o empresário se refere é o britânico da foto, ex-Take That. Os 11 suplentes foram esquecidos, a despeito do fato de apenas três atuarem no Brasil (Josué, Ilsinho e Kléber).

A preocupação ocorre após ataques de hooligans, cuja ação seria, no Brasil, atribuída a torcidas organizadas, ao ônibus da delegação brasileira (uma pedra no vidro e ganchos de ferro (?) atirados no gramado durante um treino). Por isso, foram escalados 400 seguranças para proteger os brasileiros, o que explica a comparação pra lá de duvidosa. O contingente equivale a um terço do número de agentes das polícias Civil e Militar empregados na segurança do presidente norte-americano George W. Bush, em sua visita a São Paulo, no início do mês.

O tal do Huber é quem garante as partidas da seleção canarinho em território europeu, seja na Inglaterra, na Suíça ou na Suécia. Tudo pra facilitar a organização. Os direitos de transmissão do campeonato suíço e da seleção do país vermelho e branco são da Kentaro.

O sujeito robou a cena ao supostamente chamar os torcedores suécos de idiotas por causa dos "atentados". "Disse que foram alguns idiotas", explicou neutramente o suíço. "Eles (jornais) é que generalizaram", propalou. As informações estão na Folha On Line.

É curioso como a CBF escolhe bem seus parceiros.

Os velhinhos também marcam

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Com o perdão do trocadalho com a tradução do clássico do bangue-bangue gringo Shane (de George Stevens, de 1953), faço a segunda referência do dia a outros blogs. Desta vez é ao Torero, que reparou que os artilheiros (ou matadores) dos estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco são "balzaquianos" ou quase.

O quase é o Somália, do São Caetano no Paulista, e o Araújo, do Cruzeiro de no Mineiro, ambos na marca dos 29. Alex Mineiro, no Paraná, pelo Atlético, Marcelo Ramos no Santa Cruz de Pernambuco, Leandro Amaral e Romário (este com "trinta e onze anos", segundo o blogueiro santista), do Vasco, também fazem a festa. E ele não citou o Edmundo que, com 9 gols, corre por fora com fôlego de um menino de 35 anos. E vem salvando a pátria do Palmeiras.

Moral da história: "No atual estágio do futebol nacional, no qual os craques vão embora mal largam a mamadeira, (...) vida longa aos velhos matadores!"

Parece que funcionou...

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Como já noticiado pelo Futepoca, a diretoria do Palmeiras vinha tentando fazer a CBF e a Fifa reconhecerem como campeão do mundo o vencedor da Copa Rio de 1951, o alvi-verde, no caso. O blog do PVC dá como definida a disputa, favorável à demanda dos cartolas paulistanos...

Por mais que eu considere meio patética a tentativa, é claro que divertido pensar que o meu time seja campeão do mundo... Mais claro é que eu preferiria que isso fosse conquistado (ou que pelo menos que se chegasse mais ou menos perto) de um título atual. De preferência mundial, mas Paulistinha também serve.

A impressão que me dá, sinceramente, é que o Della Monica vai dizer que se o Verdão foi campeão da Libertadores durante a gestão do rival Mustafá Contoursi, na sua e atual, o clube de Parque Antártica foi campeão mundial. Ainda que no tapetão.

No frigir dos ovos, se isso garantir que o Mustafá não volte, tá valendo.

sexta-feira, março 23, 2007

Um outro Zé Roberto

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Outro dia o treinador Émerson Leão comentou que seu ex-pupilo Robinho, campeão brasileiro de 2002 pelo Santos comandado pelo “rei da selva”, estava triste, que não demonstrava mais a alegria de antigamente. Agora, leio uma matéria do Uol segundo a qual “o meia-esquerda Zé Roberto jamais havia vivenciado um período tão fértil como goleador”.

Segundo a matéria, “em seis jogos na competição sul-americana Zé Roberto marcou três vezes - 0,5 gol por jogo”, enquanto “precisou de 53 jogos na Liga dos Campeões da Europa para fazer também três gols - média de 0,05 gol”. Ou seja, na média, dez vezes mais. Segundo o site do Santos, Zé Roberto (na foto acima, comemorando o gol contra o Gimnasia na Vila Belmiro, dia 14) fez 44 gols nos 597 jogos de sua carreira (0,07 por jogo). Se ele mantivesse a média recente da Libertadores, teria feito no mesmo número de partidas não 44, mas 298 tentos. Enquanto Robinho está mais triste, Zé Roberto está mais alegre. Por que será?

Como se sabe, o camisa 10 do Santos está jogando hoje mais avançado e com mais liberdade sob Luxemburgo do que em sua época de futebol alemão e também da seleção brasileira do bolha do Parreira, que eternizou a célebre verdade de que “o gol é um detalhe”.

Pena que seja inevitável que eles tenham de viver mais tristes, amarrados sob táticas dos “gênios” fascistas como o Fabio Capello e outros. Inevitável pela grana que, como disse Caetano, “ergue e destrói coisas belas”.

quinta-feira, março 22, 2007

Romário maior que Pelé

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Sempre dá pra brincar com estatísticas, dados, números e tudo aquilo que é quantificável, mas não dá pra dizer que a Placar não arranjou uma pauta curiosa. Abaixo, o texto do autor da matéria André Rizek, retirado do seu blog Carta-Bomba.


É isso mesmo o que você está lendo aí em cima... Romário maior que Pelé. Pelo menos em uma coisa: gols marcados em competições oficiais.


Para quem diz que Placar não respeita o Baixinho porque não avalizamos a sua lista com 998 gols (contar gols nas categorias de base e em peladas de casados x solteiros não faz parte de nossos critérios), eis a capa da edição de abril, que começa a chegar sexta-feira nas bancas.


Trabalho do pesquisador Severino Filho mostra que o Rei marcou de 1957 a 1977 nada menos que 720 gols em torneios oficiais, jogando como profissional. Campeonato Brasileiro, Copa do Mundo, Campeonato Norte-Americano, Copa Rocca... Se o jogo é de campeonato, entra na lista. Ao todo, foram 63 torneios oficiais disputados por Pelé.


Romário jogou mais torneios: 87. Sua média é menor. Mas em números absolutos está para superar o Rei. Marcou de 1985 a 2007 a bagatela de 716 gols em competições oficiais (como profissional). Ou seja: depois de marcar aquele que considera o seu gol mil, o Baixinho estará a dois gols de se igualar a Pelé como o maior artilheiro de competições oficiais da história do futebol.


E ainda tem mais. Romário foi artilheiro em 27 competições (das 87 que disputou). Pelé foi o goleador em 24 (nas 63 que disputou).


Fica claro aqui que, na média, Pelé ainda é insuperável. Estamos falando de números absolutos, quantidade de gols. Como se fala de número absolutos (e não em média de gols) para dizer que Ronaldo é o maior artilheiro da história das Copas, que Souza foi o goleador do Brasileiro de 2006.


O mais curioso disso tudo: Romário estás prestes a superar Pelé e nem sabia disso...

Lula chama banqueiro para pasta do desenvolvimento

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O vice presidente recursos humanos e assuntos corporativos e jurídicos do Santander Miguel Jorge é o nome para o Ministério do Desenvolvimento, segundo o Estadão de hoje. Ele seria o substituto de Luiz Fernando Furlan, de origem da industria alimentícia (era o cara na Sadia).

Ter numa pasta cujas ações são voltadas ao setor industrial e de exportação alguém do sistema financeiro é complexo.
Furlan foi um dos ministros que mais brigaram contra a política de juros e de metas apertadas de inflação durante o primeiro mandato do presidente Lula.

O cabra é ex-editor-chefe do jornal que deu a notícia. Foi, década de 90, vice-presidente da Autolatina, a joint venture formada naquela época pelas montadoras Ford e Volkswagen na América Latina. Depois, ficou na subsidiária da empresa alemã até ir para o banco espanhol.

Apesar de estar num banco, pode ser que ele não seja tão liberal – economicamente falando – ainda assim, preocupa. O lado bom é que ele gosta de futebol. Pelo menos respondeu ao Minton Neves.

quarta-feira, março 21, 2007

Futebol sem empate?!

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Eu não sabia que a International Board pensa em acabar com o empate no futebol. Algo que pra mim seria absurdo, triste e idiota. Mas, melhor que eu, o Tostão, na sua coluna da Folha de hoje, fala brilhantemente, em poucas linhas, tudo o que poderia ser dito sobre o tema:

Dizem que os velhinhos da International Board estudam acabar com o empate no futebol, por meio de cobranças de pênaltis após o jogo ou de outras formas, como a adotada na Liga Independente dos EUA, onde há uma disputa depois da partida entre o atacante, que sai com a bola da intermediária para fazer o gol, e o goleiro. Apesar de a mudança de acabar com o empate ser simpática e de poder estimular o aumento do número de gols, sou contra. O empate faz parte da vida e do jogo. É também uma metáfora de justiça e de generosidade. Essa idéia de que tudo tem de ter um vencedor, que a derrota é um fracasso e que a vida é uma busca de conquistas, sucesso e prêmios, é característica da utilitária e hipócrita sociedade americana, exportada para o Brasil e para o mundo.

Som na caixa, manguaça! (Volume 12)

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Mesa de Bar


Marlene
(Composição: Gianfrancesco Guarnieri/ Toquinho)

Mais uma noite foi passada
Se despede a madrugada
Hoje o sol não tem calor
Essa gente tão cansada
Esperando quase nada
Implorando por favor
Um canto seu, sua morada
Ter talvez a namorada
Um pouquinho de amor

É na mesa de um bar
Que se bebe ilusão
Que se sofre demais
Que se pede perdão

É na mesa de um bar
Que se engana a razão
Que a saudade
Maltrata o coração

(Do LP “Botequim – Trilha sonora da peça teatral”, RGE, 1973)

terça-feira, março 20, 2007

Será que agora vai?

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Como noticia o parceiro Tribuna dos Esportes, o treinador Paulo César Gusmão estreou de forma muito melhor do que esperava no comando do Naútico. Um sonoro 6 a 0 do Timbu no Cabense. Está certo que o adversário não era grande coisa, com craques como Jamesson, Geraílton e Mi, mas ainda assim, para o combalido PC Gusmão, pode ser o início de uma tentativa de ressurreição. Ou não.

PC Gusmão foi auxiliar de Vanderlei Luxemburgo e pintou como bom técnico a certa altura. Mas ultimamente tem vivido um verdadeiro inferno astral, com uma seqüência sensacional de fracassos. No Cruzeiro, em 2006, depois de cinco partidas sem vitória foi demitido. Pegou o São Caetano e durou quatro jogos. Depois foi para o Fluminense e acumulou um "cartel" de 3 vitórias, 6 empates e 8 derrotas. Nada invejável.

Para tentar um difícil título do Pernambucano, PC Gusmão vai ter que bater outro pupilo de Luxemburgo. Gallo, técnico do Sport, alcançou uma marca digna de nota. Na temporada, em 16 partidas, a equipe de Luciano Henrique e Fumagalli conseguiu 14 vitórias e 2 empates, com 39 gols marcados e somente 5 tentos sofridos. Pelo jeito, restará a Gusmão esperar pelo Brasileiro.

segunda-feira, março 19, 2007

Pelo amor dos meus filhinhos!

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O confronto entre Palmeiras e Sertãozinho (clube conhecido como "Touro dos Canaviais") deixou jornalistas, comentaristas e veículos de comunicação muito "inspirados". Primeiro, o Lance! publicou uma retranquinha com o título "Touro joga hoje para fugir do abatedouro". Depois, ouvi a seguinte chamada na rádio Jovem Pan: "Palmeiras vai ao interior desbravar o Sertãozinho". Mais tarde, assistindo o jogo pela SporTV, o locutor Milton Leite soltou a seguinte pérola: "Outra bola para o alto, é o chamado bumba-meu-boi - ou melhor, por ser o Sertãozinho, é um bumba-meu-touro". E hoje, para completar, o Benjamim Back me sai com essa no já citado Lance!: "Era mais fácil o sertão virar mar do que o Palmeiras perder para o Sertãozinho". Olha, poucas vezes vi um jogo de futebol render uma seqüência tão caprichada de piadinhas infames...

Ah, e aproveitando o espaço para homenagear o autor da expressão que dá título ao post, o folclórico Silvio Luiz (foto), reproduzo aqui a explicação didática que ele deu aos telespectadores da TV Bandeirantes no início da transmissão de Ituano x Santos: "O auxiliar número 1 é este cidadão que ficará de frente para o seu sofá, e o número dois, aquele que estará de costas para a sua poltrona". Sensacional.

sexta-feira, março 16, 2007

Goleada

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Vale ler as elocubrações do Sérgio Rodrigues em sua coluna A palavra é..., no NoMínimo. A palavra da vez é goleada, objeto de discussões deste fórum, só não lembro quando nem onde (se no blog ou no bar).

http://nominimo.ig.com.br/notitia/servlet/newstorm.notitia.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=65&date=currentDate&contentType=html

A quem interessar possa

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O invencível e os secadores

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Como esse blog se destina de forma quase obsessiva à crítica, ironia, sarcasmo, pilhéria, mal-dizer, galhofa, tiração de sarro e afins, um elogio de vez em quando até é necessário pra dar uma respirada. Pra quem não leu, o artigo do Xico Sá na Folha de hoje sobre a invencibilidade do São Paulo está muito bom. Aliás, diferencia-se totalmente dos textos chinfrins do jornalão paulista. Em destaque, trecho abaixo escolhido por mim de forma desinteressada porque, afinal, jornalismo é seleção...

A invencibilidade, quando se estica em demasiado, porém, já embute o elástico da tragédia. De repente, crash, plac, tora, soçobra na curva naquele jogo mais decisivo. É o pior dos castigos, embora seja amostrado pelos tricolores no momento como um galhardão, orgulho dos orgulhos.
Em torneio de pontos corridos, tudo bem, segue a vida, mas, em certame cujo ringue é o mata-mata... é um deus-nos-acuda. A invencibilidade vira o doping, o feitiço, a testosterona do inimigo. Ou, como dizia o cantor Evaldo Braga: "Sinto a cruz que carrego bastante pesada...".

Não fosse o pecado de shorts e lindas pernas cometido no San-São... Sim, o pecado de uma mulher é sempre mais barulhento, moral bíblica, desde que Eva mordeu gostoso a infame maçã argentina. Mas, se não fosse aquele erro, automaticamente perdoado pelo cafa Luxa -se fosse um marmanjo, estaria bravo até hoje-, o Sampa talvez tivesse subido a serra chorando a neblina que embaça a vista como o amor do Rei Roberto nas curvas da mesma estrada. A nova musa involuntária do Morumbi merece anistia, uma morena que não faz chapinha ou escova progressiva, merece devoção. O resto é silêncio debaixo dos caracóis dos seus cabelos. Todo respeito.

A íntegra está em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk1603200715.htm

quinta-feira, março 15, 2007

Enquanto isso, entre os gaúchos...

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Do locutor Milton Yung, da rádio CBN paulistana nesta quinta-feira, 15, pela manhã, a respeito da derrota do Inter de Porto Alegre ontem, pela Taça Libertadores (cito de memória):

— Será que o Inter está jogando assim pra cair já na primeira fase e não nos dar o gostinho de vencer um Grenal em plena Libertadores? Não, não acredito!

Na mesma estação, segundo o Juca Kfouri, as rádios gaúchas qualificaram como uma "mancha na carreira de Abel Braga" a não-escalação de Alexandre Pato na partida de ontem. O treinador foi chamado de professor Ludovico (acima) pela medida, num comentário que poderia ser enquadrada na legislação de combate aos trocadalhos, se tomada na acepção ortodoxa...

Se o Pato não tem espaço no Inter, que venha para o meu Parmera! Mesmo com um técnico paranaense, o elenco precisa de um atacante para substituir o Alemão, pelo menos enquanto ele se recupera de contusão...

Onde está a torcida

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Algum santista sabe explicar porque a Vila tinha só 6 mil e poucos torcedores no jogo de ontem pela Libertadores, contra o Gimnasia y Esgrima? O Paulistão é mais importante? Não dá pra entender!

Palmeiras e Santos prejudicados pelo Chile

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O volante Maldonado, do Santos, e o meia Valdívia, do Palmeiras, foram convocados pelo técnico Nelson Acosta, da seleção do Chile, para os amistosos no fim do mês. A seleção brasileira é um dos adversários do escrete chileno no dia 24 de março, na cidade Gotemburgo, logo ali, na Suécia. No dia 28, a Costa Rica vai à Talca, a 270 quilômetros ao sul de Santiago, para a segunda partida amistosa.

Kléber, lateral da Baixada, também foi chamado, mas por Dunga. Nessa maratona – mais pelas viagens do que pelas partidas – devem desfalcar os times nas últimas duas últimas rodadas do Paulista. O santistas não enfrentam o Rio Claro (25) nem o Corinthians (29). Já el mago vai criar um buraco no meio campo alviverde contra o Marília (24) e América (29). O Peixe ainda terá o argentino
Gimnasia y Esgrima na casa do adversário no dia 22.

Honestamente, fico com mais saudades do tempo em que meu time perdia três ou quatro atletas nas convocações de amistosos. Era ruim pro time, mas dava mais gosto....

quarta-feira, março 14, 2007

Privadas voadoras

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Contra privadas que voam pelas arquibancadas, a solução é óbvia: retirem-se as privadas da Vila.
Genial!

Da série "Se a moda pega..."

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Tem lugar onde a coisa é séria: a Liga Austríaca de Futebol anunciou hoje que o Grazer AK (GAK), oitavo colocado da primeira divisão, perderá seis pontos por falta de pagamento de salários, em cumprimento a uma sentença da comissão disciplinar da Fifa. Daniel Kimoni, ex-jogador do clube, foi quem fez a denúncia à entidade máxima do futebol mundial. Após a perda dos pontos, o GAK é agora o último do Campeonato Austríaco, com 21 pontos. Daí, eu pergunto: se jogadores do Corinthians ou do Palmeiras (como Paulo Baier, que cansou de esperar a grana e pegou o chapéu) fizessem denúncia parecida à Fifa, e a entidade emitisse sentença semelhante, o que faria a Federação Paulista de Futebol?

Quando o Treze quase eliminou o Corinthians

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Corinthians e Treze-PB começam hoje a decidir quem sai e quem fica na Copa do Brasil. Pela atual fase do Timão, em que desgraça pouca é bobagem, não seria impossível que a zebra desse suas cartas e o Corinthians fosse eliminado da Copa do Brasil, como até sugere o técnico do clube paraibano citado no post abaixo. E, se isso acontecesse, seria corrigida uma injustiça histórica ocorrida no cada vez mais distante ano de 1999.

Na ocasião, Treze e Corinthians também se enfrentaram pela Copa do Brasil. O jogo de ida foi na Paraíba e lá houve um empate por 2x2. O que fez com que o Corinthians fosse para o jogo do Pacaembu precisando de uma vitória simples - ou mesmo apenas segurar o 0x0 do placar para avançar para a próxima fase.

Acontece que o Treze resolveu cantar de galo - referência que faço ao mascote do clube, conhecido em seu estado como o Galo da Borborema - e virou o primeiro tempo ganhando do Corinthians por 2x0. O Timão precisaria de três gols para se classificar ou de dois para levar a disputa para os pênaltis - e tinha apenas 45 minutos para isso. E, num episódio daqueles que caracterizam as nuances de um confronto time grande x time pequeno, Vampeta e Marcelinho Carioca empataram o jogo. Nos pênaltis, acabou dando Corinthians.

O quase-feito - ou é um feito mesmo? - do Treze ganha ainda mais corpo se pensarmos que o Corinthians de 1999 não era o balaio de gatos que o Timão é hoje. Tratava-se do atual campeão brasileiro, um verdadeiro timaço, e que colocou em campo nesse dia no Pacaembu seu meio-campo que é tido por alguns (inclusive este que escreve) como o melhor da história do clube: Vampeta, Rincón, Marcelinho Carioca e Ricardinho. Ah, e o goleiro era o sujeito da foto, Nei. Todo time tem seus pontos fracos.

Tá certo que o time na época sentia um pouco os efeitos da saída de Vanderlei Luxemburgo, que abandonara o barco meses antes para sua fracassada jornada na seleção brasileira. O técnico nesse embate contra o Treze era Evaristo de Macedo, que cairia após derrota e eliminação nessa mesma Copa do Brasil para o Juventude. Mas apesar dessas circustâncias tratava-se de um ótimo time, que acabaria bi-campeão brasileiro nessa mesma temporada.

Morte ao politicamente correto!

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Numa época em que todo mundo está careca de saber o que um treinador vai dizer na véspera de qualquer partida ("o adversário é forte"; "vai querer complicar'; "não tem mais bobo no futebol"; "temos que respeitar"; "não tem nada ganho"; "podemos ser surpreendidos"; etc etc etc), finalmente vemos alguém que foge do discurso-chavão e do famigerado politicamente correto: o técnico Arnaldo Lira, do Treze de Campina Grande (PB). Para quem quiser ouvir, ele sentenciou, em entrevista à TV Bandeirantes: "O Corinthians, hoje, é um time fraco. O Campeonato Paulista diz isso. Hoje, o Corinthians não é forte e não é um time que mete medo. Você não pode comparar o Corinthians com o São Paulo ou o Santos". Não contente, emendou: "Treinamos para passar por cima do Corinthinas e temos condições de fazer isso". Eu sei que pode ser tudo bravata e exagero, mas, pelo menos, ele fugiu do óbvio ululante. Não considero declarações como essa "desrespeito", "ofensa" ou coisa do gênero. É a opinião sincera do cara, só isso. Tem muito técnico que pensa o mesmo do Corinthians e não fala. Cabe ao clube do Parque São Jorge provar, dentro de campo, que o Arnaldo Lira está falando besteira. Mas gostei da personalidade!

terça-feira, março 13, 2007

CBF tem que indenizar torcedor-consumidor

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O site Consultor Jurídico informou hoje que a Justiça condenou a Confederação Brasileira de Futebol a indenizar um torcedor por causa da anulação dos jogos apitados pelo ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho no Campeonato Brasileiro de 2005. Rodrigo Martins de Oliveira ganhou a ação em Ribeirão Preto. A CBF tem até sexta-feira (16/2) para recorrer da sentença. Caso contrário, terá 15 dias para pagar a indenização ao torcedor.

Decisão semelhante já tinha acontecido na semana passada. A CBF havia sido condenada, pelo juiz Brenno Mascarenhas, da 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis do Rio, a pagar R$ 2 mil de indenização por danos morais ao torcedor Nilton Carneiro da Silva Neto, que comprou os ingressos para os jogos Vasco x Botafogo e Vasco x Figueirense no Brasileiro de 2005, anulados pela penada de Luiz Zveiter (foto acima). Segundo as decisões, as entidades organizadoras dos campeonatos são responsáveis pela lisura das competições e jogos que promovem (clique aqui para ler matéria do Consultor Jurídico).

Acho essas decisões super importantes. Podem indicar que algo está mudando. Talvez eu seja crédulo, mas, quem sabe, um dia, uma jurisprudência se consolide e o torcedor seja de fato considerado um consumidor protegido pela Lei 8072/90, para ser ressarcido não apenas devido a escândalos astronômicos como o de 2005, mas também pelos pequenos escândalos cotidianos do futebol que muitos acham normal, os gols roubados, as maracutaias inconfessadas etc. Quem sabe.

Doni na seleção: estamos prontos?

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O digníssimo senhor Mário Mele, representante do goleiro Doni (foto), foi à imprensa ontem para dizer que seu representado só não é goleiro da seleção brasileira porque haveria um complô pró-arqueiros originados do Rio de Janeiro. Como "prova", Mele citou as freqüentes convocações de Hélton (Porto) e Júlio César (Internazionale), jogadores revelados respectivamente por Vasco e Flamengo. A matéria completa está aqui.

Falou bobagem, sem dúvida nenhuma. Em primeiro lugar porque empresário não tem que ficar exigindo convocação de jogador. Sim, isso ocorre, não sejamos ingênuos, mas não é por isso que a prática não está errada. E em segundo lugar Mele disse besteira porque as convocações de Helton e Júlio César são merecidas - ninguém é titular de Porto e Inter por acaso, ainda mais deixando ícones nacionais no banco, como Vítor Baía e Francesco Toldo.

Mas... por outro lado, precisamos pensar uma coisa: a expressão "Doni na seleção", se parecia piada (e de mal gosto) há poucos anos, agora já pode ser pensada como uma realidade.

Falei aí em cima que ninguém é titular de Porto e Inter por acaso. Adapto o exemplo para Doni e a Roma. Foi consenso - e eu me incluí nessa, claro - dizer que Doni chegou ao clube da "cidade eterna" por jogada de empresário e que não tinha condições técnicas para isso. Mas chegou. E depois começou a jogar bola. Hoje é um dos principais goleiros da Itália. A defesa que comanda, a da Roma, é a segunda menos vazada do campeonato italiano, perdendo somente para a da rival Lazio.

É difícil que nós aqui no Brasil esqueçamos as passagens fracas de Doni por Corinthians, Santos e Cruzeiro. Nesses três clubes o jogador virou motivo de piada. Mas hoje isso é passado.

E se a seleção de Dunga tem se caracterizado pelas convocações que valorizam o momento e deixam o nome em segundo plano, será que Doni não merecia uma chance? Lembramos que não há nada de muito importante a ser disputado em curto prazo.

Onde está o livro do Zé Dirceu?

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Antonio Palocci, o ministro da Fazenda (que a direita pediu a Deus) na maior parte do primeiro mandato de Lula, lança seu Sobre formugas e cigarras, livro em que relata seus dias no poder. Segundo a as amostras trazidas pelo colunista da Folha de S.Paulo Kennedy Alencar, o livro deixa claro quem apoiava e quem se opunha à política palocciana (lê-se "palofiana"): Luiz Gushken era a favor, José Dirceu, Luiz Fernando Furlan, Dilma Roussef contra.

Ele admite que era com o ex-ministro da Casa Civil e atual blogueiro que a disputa esquentava. Quando a temperatura subia, Palocci conta que ia ao gabinete do companheiro-adversário para apaziguar os ânimos.

No Estado de S.Paulo, há uma descrição curiosa:

Montar uma equipe e detalhar um plano econômico foram uma aventura pontilhada de surpresas. Nas conversas sobre transição ele enturmou-se com o ainda presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e soube da Agenda Perdida, um estudo do economista José Alexandre Scheinkman. “Você conhece esse texto?”, perguntou Armínio. “Nunca ouvi falar”, disse Palocci. Depois de ler o trabalho, animou-se: “Bastaria dar uma boa espiada no estudo para concluir que por trás daquelas idéias havia muita vida inteligente.” Dos contatos com Scheinkmann ele chegou a uma figura central de sua gestão, o secretário de Política Econômica, Marcos Lisboa. “Eu seria sempre um médico na economia”, comparou então. “Por isso, decidi montar uma equipe de secretários que fossem, individualmente, bem superiores a mim em conhecimento de suas áreas.”
(os negritos são grifos meus)
É o fim da conversão do ex-ministro. Ou o início da prática "religiosa". Ainda não consegui um exemplar do de Palocci. Mas eu queria mesmo era ler o livro do ex-ministro-chefe da Casa Civil. Zé Dirceu havia prometido escrever um livro para maio de 2006, antes do início da corrida eleitoral. O livro foi motivo de chacota por parte de Mário Sérgio Conti, em dezembro de 2005, em sua perspectiva para aquele ano. O ex-diretor da Veja, atualmente engajado na Piauí, dizia que Dirceu revelaria que fora cassado por seu passado, pelo que representa para a esquerda...

Ele desistiu do livro, que seria escrito a partir de entrevistas concedidas a Fernando Morais – à época dedicado a uma uma biografia mais ou menos autorizada de Antonio Carlos Magalhães que, até agora, ninguém ouviu novidades. O motivo era o risco de atrapalhar a campanha de Lula.

Há trinta minutos, às 14h30, Dirceu publicou comentários em seu blog . "(Na entrevista) Palocci diz o óbvio, que muitos insistiram em não reconhecer: nunca houve política econômica do Palocci. A política econômica sempre foi a do presidente Lula. O resto é conversa fiada."

Ainda está para sair livro sobre bastidores mais nebulosos do governo companheiro.

Um minuto de silêncio

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Faleceu ontem uma das figuras mais assíduas e emblemáticas do Bar do Vavá, meu amigo Cícero (foto). Outros colegas do blog também o conheceram. Nordestino calejado e quieto, de uns 66 anos, Cícero se orgulhava de ter criado cinco filhos na periferia braba e nenhum deles ter partido para o crime. Quando o conheci, me confidenciou a saga que o trouxe até São Paulo. Ele era um caixeiro-viajante de 18 ou 19 anos, no final dos anos 50, quando o rígido código de honra do sertão o obrigou a vingar uma irmã que havia sido ultrajada. Pode parecer conversa, mas eu morei em Sobral (CE), cidade natal de Cícero, e sei que lá essas histórias são comuns - e o código de honra continua o mesmo.
Pois parece que, na época, o cunhado de Cícero queria se separar e alegou publicamente que a esposa não era virgem quando se casou - um verdadeiro escândalo na sociedade local. A moça voltou para a casa dos pais e garantiu ao irmão que seu marido mentia. Cego de ódio, Cícero foi até a cidade onde o homem morava, no Piauí, entrou em sua bodega, pediu uma cerveja e disse que queria conversar. Quando o cunhado virou para buscar a bebida, ele descarregou o revólver em suas costas.
Como não contou nada para ninguém quando planejou o crime, sua família nunca soube qual foi o seu destino. Ele nunca mais entrou em contato com os pais e irmãos, para não ter a polícia em seus calcanhares. Na fuga para o Sudeste, a intenção era tentar a vida na capital federal, o Rio de Janeiro. Mas o motorista do ônibus o aconselhou a vir para São Paulo, onde as oportunidades de emprego eram maiores. Aqui, trabalhou por décadas no comércio e se aposentou. Ultimamente, mantinha uma lojinha de miudezas e apontava jogo-do-bicho no bairro de Pinheiros. Nunca mais voltou para o Nordeste - não porque tivesse medo da Justiça, pois o crime prescreveu há muito tempo, mas talvez por receio de vingança da família do cunhado.
Cícero me disse que foi alcoólatra e que se recuperou no A.A. Nunca o vi bêbado, mas, no início deste ano, ele me contou que tinha passado oito dias internado, em dezembro, por ter "exagerado". De lá para cá, emagreceu muito. Acho que sua deterioração e morte tiveram a ver com os excessos do passado. A última vez que o vi foi na quarta-feira passada, quando encontrei o Glauco, o Edu e a Carminha no Bar do Vavá. Ele estava na mesa ao lado do orelhão, com alguns conhecidos. Calado, sem fumar nem beber nada. Ontem, quando soube de sua morte, fiquei meio besta, sem reação. Hoje pela manhã a ficha caiu.
Nunca esquecerei suas histórias, sua risada e o carinho que tinha por mim, pela minha esposa e minha filha - as duas cearenses, como ele. Cícero era extremamente educado, reservado e atencioso, à moda antiga. Que esteja em paz.

Temer quer PMDB dono da coalizão

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O presidente reeleito do maior partido brasileiro (o do movimento democrático), Michel Temer, saiu dizendo que quer que o candidato da coalizão governista em 2010 venha de sua sigla. É cedo para pensar na próxima eleição, mas o Temer quer é ganhar mais espaço agora, é claro, nos ministérios.

O que é curioso é que o presidente da Câmara dos Deputados de 1997 a 2000 (reeleito devido à troca de legislaturas), entre o fim do primeiro e o início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, agora é governista e não abre. Ok, se a brecha aparecer, ele pula fora.

Mas o ponto curioso é ver o cacique da ala tucana do partido, que apoiou à candidatura de Geraldo Alckmin no ano passado já no primeiro turno, contrariando 80% dos diretórios, migrar para dentro da base de governo e até se pretender o centro dela. São os 20 senadores e os 91 deputados, dirão alguns. Bancadas grandes têm peso. Por que, então, em 1998, com 19 senadores e 77 deputados o Jader Barbalho (pra falar em mais um governista) e sua trupe deram um jeito de acabar com a convenção e enterrar a candidatura própria na ocasião? Temer tampouco admitia que sequer pleiteassem o nome para a sucessão...

A indefinição ideológica que abriga aliados e opositores ao governo sem grandes constrangimentos também fica representada em Michel Temer. A gangorra não seria tão diferente se Nelson Jobim tivesse mantido a candidatura e fosse eleito, afinal, foi ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique, e por ele indicado ao Supremo Tribunal Federal.

O que não entendo bem é por que até celeumas entre tucanos (só para assinantes) chegam às capas dos jornais (nem estou falando do PT, que são sempre destaque), enquanto as disputas e incoerências pemedebistas soam a todos com a maior naturalidade. Como não dá para dizer que a mídia, além de tucana é pemedebista, fico sem hipótese à mão.
Dida Sampaio/Agência Estado

Michel Temer, tentando imitar o E.T. do filme de 1982 de Steven Spielberg


Não-notícia: Romário teve folga na segunda

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Enquanto a imprensa paulista, incluído o Futepoca, se degladiava sobre as polêmicas do clássico do fim de semana, Romário fez três gols contra o Madureira (vice-campeão da Taça Guanabara) na goleada de 4 a 1. Pelas inflacionadas contas do baixinho, só faltam cinco para o gol mil.

Aos 41 anos, ele mantém a tradição, agora oficializada, de só treinar quando quer, porque "tem uma preparação diferenciada devido a sua idade", segundo explicação do UOL Esportes.

Quase todas as críticas ao Romário já devem ter sido feitos. Minha preferida é a que lembra que o Pelé fez o milésimo aos 29 e não aos 41. Se considerarmos a idade hepática do Romário, a perspectiva deve ser ainda mais triste...

segunda-feira, março 12, 2007

Pão e circo

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O Glauco tem razão. A imprensa paulista é de uma parcialidade vergonhosa a favor do clube do Morumbi. Até o Corinthians da Fiel foi ultrapassado pela máquina de notícias são-paulina que tomou conta da mídia. Se o São Paulo ganha, é porque é melhor. Se perde, é porque o São Paulo perdeu. Os adversários parece que nunca ganham. Mas no ano passado, o poderoso time do Morumbi precisou da ajuda do árbitro Wilson de Souza Mendonça para eliminar o Palmeiras da Libertadores. O Verdão era dado como galinha morta, o Mendonça foi lá, deu a mãozinha necessária e ninguém mais falou nisso.

Agora a onda é dizer que a Vila Belmiro não pode sediar clássicos. Pauta da assessoria são-paulina, provavelmente revisada pelo Marco Aurélio Cunha, que estava ontem na Vila Belmiro. Na Europa, todos os times mandam seus jogos em suas cidades e ninguém reclama. Lá é a tradição, aqui é a politicagem de bastidor de quem paga mais.

San-Sã0
O programa Band Esporte Clube, por (ou pior) exemplo, ficou não sei quanto tempo falando monocordicamente de um único aspecto do clássico de ontem: a suposta “ordem” de Vanderlei Luxemburgo para que seus jogadores batessem em Leandro, repetindo exaustivamente a caçada à pobre vítima.

Defesas sensacionais dos dois goleiros (especialmente de Fábio Costa, o melhor jogador da partida), jogadas bonitas, os gols, a emoção do clássico, a disputa pela liderança em meio à chuva, tudo isso ficou em segundo plano.

Ontem, pelo menos, no Bate Bola da ESPN Brasil o João Palomino falou algo que destoa desse são-paulinismo lamentável (citação de memória): “Eu sou a favor de mulher no futebol, acho ótimo que haja mulheres na arbitragem, mas não é porque a Ana Paula tem pernas bonitas que ela não vai ser criticada tecnicamente. Ela errou feio (no clássico)”. Palmas para o Palomino.

Justamente porque é tecnicamente boa, a Ana Paula é suspeita. Costuma errar em lances capitais de jogos importantes. São sempre erros estranhos e injustificáveis. Eu estava na Vila Belmiro ontem e o estádio inteiro viu que o gol do Jonas foi legal. Só a dona das pernas bonitas não viu. Lembrem-se do golaço de Tevez contra o Palmeiras anulado no Paulista do ano passado, por exemplo. Nunca vi “erro” tão estranho.

O pior é que sempre a voz majoritária quando acontecem esses lances é aquela que diz: “não acredito que houve má-fé, o juiz (a juíza, a bandeirinha, o bandeirinha) é humano (a)”.

Todo mundo sabe que há esquemas. Mas os donos dos ouvidos moucos da imprensa esportiva não sabem, não viram e têm raiva de quem sabe. Têm medo de dizer, porque o futebol é circo e a política do pão-e-circo é uma necessidade imperiosa. O show tem que continuar e nós, torcedores, que também somos consumidores porque compramos ingressos e assinamos TV a cabo, não passamos de inocentes palhaços.

Polêmicas (e o fórum mais adequado)

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Foi um partidaço, sem dúvidas. Santos e São Paulo jogaram abertos e, pela quantidade de finalizações perigosas, os dois goleiros se destacaram. Pelo o que apresentou no segundo tempo (independentemente do erro de arbitragem no gol legítimo de Jonas), o Santos merecia ter saído com a vitória. Porém, como avaliou o próprio técnico alvinegro, Vanderlei Luxemburgo, o resultado de 1 a 1 "foi justo". Uma bela prévia do que deverá ser a decisão do Paulistão. Mas, como o objetivo deste blog é "espalhar cizânia", nas palavras do companheiro Edu, vamos às polêmicas da partida:

Polêmica 1 - Dizem que houve um pênalti de Miranda sobre Zé Roberto. Não posso opiniar, pois não estava assistindo a TV na hora do lance e não vi o replay. O que vi, no segundo tempo, foi um pênalti sobre Aloísio cometido por Fábio Costa, em lance idêntico àquele da "decisão" do Brasileiro de 2005, contra o Tinga, do Inter, quando o arqueiro defendia o Corinthians.

Polêmica 2 - Após o jogo, o atacante Leandro disse que, dentro de campo, os santistas o alertaram: "-Toca a bola de lado que mandaram te pegar!". Ele chegou a insinuar que Luxemburgo é "mau caráter". Seja esse "alerta" dos santistas verdade ou não, o fato é que Leandro e Souza, principalmente, além de Aloísio, apanharam muito. Prova disso é que Souza e Aloísio saíram de campo contundidos. Na foto do post, Antônio Carlos dá uma cotovelada em Leandro. E o juiz economizou cartões.

Polêmica 3 - Fábio Costa foi eleito o melhor da partida e realmente merece todos os elogios por duas ou três defesas antológicas. Mas o lance pelo qual recebeu mais elogios, as duas defesas seguidas na frente de Hugo, não foram por competência sua, em minha modesta opinião. Hugo chutou fraco duas vezes, e duas vezes em cima do goleiro, tendo o canto esquerdo livre. Qualquer outro teria feito o gol com relativa facilidade.

Bom, podemos começar a nos digladiar. Mas fiquemos com a opinião de Vanderlei Luxemburgo sobre o fórum mais adequado para os debates: "Agora vai ter aquela discussão boa do futebol, dos torcedores no bar".