Destaques

sábado, setembro 29, 2007

O jogo em que um pênalti foi batido quatro vezes

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Êta semana inusitada para quem gosta de futebol. Os dribles e gols de Marta lembrando a juventude do futebol, em que o inusitado habitava os campos. O tango encenado pelo Botafogo e, agora, o incrível pênalti batido quatro vezes.

Para quem não viu o jogo, Coritiba e Ipatinga empatavam até os 44 do segundo tempo em 0 a 0. No último minuto, o juiz marca pênalti (sei lá se foi, mas não é o que importa).

Na hora de bater, vai Ânderson Lima, lateral direito veterano. Bate a primeira, o goleiro Fred defende, mas se adianta, o bandeirinha marca e manda voltar. Segunda batida, mesmo canto, mesmo enredo. Terceiro, Ânderson bate mais no meio, o goleiro defende de novo e dá rebote, o lateral chuta de novo e marca, mas mandam voltar. Quarta vez, o goleiro acerta o canto, mas a bola entra.

A comemoração do Coritiba e de Ânderson é intensa. Do time porque abre vantagem de seis pontos para o Ipatinga, até então segundo colocado, consolidando o caminho de volta do Coxa para a primeirona. Do jogador, para não ter dois pontos em débito em seu fim de carreira.

Quem viu esta semana viu, o resto é história...

Observação: escrevo antes de começar a rodada do final de semana... Então, seja qual for o resultado de Atlético e Flamengo, não sei nem quero saber.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Sobre demissões de técnicos

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Oficialmente, Cuca (foto) não é mais o técnico do Botafogo. As informações davam conta que o técnico havia pedido o boné imediatamente após o vexame de ontem, no que fora demovido pela diretoria alvinegra; mas, após insistir e muito, Cuca finalmente teve sua demissão aceita e agora ingressa a lista dos desempregados do país.

Sem entrar na questão da culpa do técnico ou não pela eliminação do Botafogo, proponho um debate sobre a demissão dos técnicos - porque acho que, no Brasil, esse assunto é discutido de maneira muito precipitada.

Sabemos que por aqui não há técnicos com emprego "fixo" como os europeus, que passam, via de regra, no mínimo dois anos no cargo. Aqui, o cara que vira uma temporada no comando do mesmo clube já pode ser considerado um herói.

E essa postura imediatista na demissão dos técnicos é atacada de maneira feroz pela imprensa. "Tem que dar tempo pro cara trabalhar!", é o que mais se diz. O ruim é que a frase, que não é errada, virou um mantra infalível. De uma hora pra outra a imprensa se tornou uma opositora incorruptível de toda e qualquer demissão de técnico; trocar treinador é errado. "Tem que dar tempo pro cara trabalhar".

Eu contesto essa "verdade absoluta". E até apresento dados para embasar minha opinião. Os dois clubes brasileiros que faturaram o duo Libertadores-Mundial, o Inter/06 e o São Paulo/07, não tinham técnicos "de longo prazo" quando obtiveram a conquista. Abel Braga havia assumido o Colorado a cerca de seis meses e, no caso do Tricolor, a mudança foi ainda maior, com a troca de Émerson Leão por Paulo Autuori.

(E não venham, pelo amor de deus, me falar que o time do São Paulo foi fruto de um "planejamento a longo prazo, que teve início com o Cuca". Mentira. Se fosse isso, o Cuca não teria pedido pra sair após a eliminação para o Once Caldas, nem o São Paulo teria mudado significativamente seu time, com as contratações das peças-chave Mineiro, Josué, Luizão e Amoroso.)

Na contramão, temos os exemplos de Santos e Grêmio, que têm o mesmo técnico há quase dois anos e o máximo que conseguiram foram títulos estaduais - tá, OK, o Grêmio foi vice da Libertadores, mas a chegada à decisão foi mais circunstancial do que resultado de um projeto a longo prazo, e os próprios gremistas sabem disso.

É claro que não defendo a demissão prematura de técnicos. Acho que o Palmeiras, por exemplo, foi muito infeliz ao criar as condições para que Tite pedisse o boné no ano passado. Assim como o Flamengo não lucrou rigorosamente nada ao dispensar Ney Franco para trazer o eterno Joel Santana.

Mas minha receita para avaliar esse tipo de situação é muito mais simples: "cada caso é um caso". E pronto. Sem fórmulas prontas, nem pra um lado, nem pro outro.

CBF promete campeonato feminino

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Como sói acontecer quando a seleção brasileira feminina de futebol consegue alguma proeza, a CBF anunciou a criação de um campeonato nacional, nos moldes da Copa do Brasil. De acordo com o comunicado oficial da Confederação, há meses Ricardo Teixeira ordenou o início de um estudo para levantar os clubes que mantêm equipes femininas em atividade. O início da I Copa do Brasil Feminino deve acontecer no final de outubro, assim que o levantamento acabar.

Para apoiar a iniciativa, a CBF conta com o apoio do Ministério dos Esportes. Ricardo Teixeira, inclusive, faz questão de mostrar que, sem ajuda estatal, nada feito: "Estamos trabalhando firme e com seriedade para que a Copa do Brasil de Futebol Feminino se torne realidade. Para tanto, está sendo fundamental o apoio do Ministério do Esporte e o empenho pessoal do ministro Orlando Silva."

De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério dos Esportes, o tipo de apoio à CBF ainda não está definido. Uma reunião na próxima semana deve oficializar o acordo entre as partes.

O papelão do Botafogo

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Aos 28 minutos do segundo tempo, o River Plate tem um jogador expulso. São 9 contra 10, os botafoguenses podem até tomar dois gols que se classificam para a fase seguinte da Sul-americana. Tomam um no minuto seguinte. Tomam outro cinco minutos depois. A crueldade é tomar o gol da desclassificação no último minuto de jogo. O sonho internacional do time carioca desaba de um forma vexatória.

O site Canal do Botafogo publica um texto de um autor intitulado Xiita do Fogão. Vale ler o desabafo:

Do alto dos meus quase 50 anos, a maior parte deles acompanhando o Botafogo, tive várias tristezas, mas igual a de hoje jamais.Sofri com o título roubado pelo Flu em 1971, com a Era Borer e o desmanche do Glorioso, com as goleadas de 6X0 e 6X1 para o "Império do Mal", com a perda do título estadual desse ano, com o Campeonato Brasileiro roubado pelo São Paulo no Morumbi durante os anos 80, com tantos outros dissabores, mas hoje teve um componente especial na minha tristeza. Estou triste porque entramos em campo predestinados a perder. Não porque algum atleta seja venal ou esteja vendido, mas, pela ausência de sangue, de atitude e pela repetição de erros antigos. Não perdemos a classificação no último segundo comos diz o noticiário, nós perdemos assim que entramos em campo. Se o River precisasse de 80 gols, 80 gols eles fariam sob o olhar atônito dessa defesa de autistas.

Acabo de saber que a delegação continuará em Buenos Aires treinando, faz sentido...

Esse time é trágico e melancólico, feito um tango.

"Eu mesmo sou carente", admite Jucá

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O mundo da pós-modernidade, da falência ideológica, da extinção da escatologia e do desamparo total e infinito é muito cético. Frio, distante, resulta em um mal-estar perene para quem nele vive.

Assim, logo que vemos um ato de pseudo-rebeldia, como o realizado pelo PMDB ao derrubar a criação da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo e de 660 cargos de confiança, já pensamos o pior. Os maldosos de plantão tiveram a ousadia de dizer que o partido queria mais algumas benesses do governo federal, como um ou outro carguinho, uma diretoria de estatal ou coisa parecida.

Nada disso. A seca Brasília precisa de amor. E o líder do governo Romero Jucá, do partido rebelde, matou a charada:

“É preciso um pouco mais de cuidado do governo com o Senado. Aqui se nota um pouco de carência. Todo mundo busca sentimento. Eu mesmo sou carente.”

Como diria uma antiga publicidade da Placar, todo animal precisa de carinho.

quinta-feira, setembro 27, 2007

É com Fernando e Afonso que a gente vai

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Saiu hoje a convocação do Dunga para a estréia do Brasil nas eliminatórias para a Copa de 2010. Nenhuma surpresa nos nomes. Infelizmente, o atacante Afonso e o volante Fernando (a pergunta continua: quem?) estão na lista. Seguem os nomes:

Goleiros:

Doni (Roma/ITA)

Júlio César (Inter de Milão/ITA)

Defensores:

Alex Costa (Chelsea/ING)

Alex Silva (São Paulo)

Daniel Alves (Sevilla/ESP)

Gilberto (Hertha Berlim/ALE)

Juan (Roma/ITA)

Kléber (Santos)

Lúcio (Bayern de Munique/ALE)

Maicon (Inter de Milão/ITA)

Meio-campistas:

Diego (Werder Bremen/ALE)

Elano (Manchester City/ING)

Fernando (Bordeaux/FRA)

Gilberto Silva (Arsenal/ING)

Josué (Wolfsburg/ALE)

Júlio Baptista (Real Madrid/ESP)

Kaká (Milan/ITA)

Mineiro (Hertha Berlim/ALE)

Ronaldinho Gaúcho (Barcelona/ESP)

Atacantes:

Afonso (Heereveen/HOL)

Robinho (Real Madrid/ESP)

Vágner Love (CSKA/RUS)


Quem poderia ter sido lembrado e não foi? Alexandre Pato? Ceni e Diego Cavallieri? Qualquer volante melhorzinho? Qualquer atacante que exista?

E com essa lista? Dá para garantir a vaga sem sustos?

Beber para esquecer não funciona, sugere pesquisa

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Beber para esquecer não é uma boa estratégia. Segundo a Agência EFE, o estudo é de pesquisadores da Universidade de Auckland, e foi divulgado pelo jornal neozelandês New Zealand Herald. O excesso de bebidas alcóolicas, apesar de impedir o desenvolvimento de células cerebrais, reforça a lembrança de estímulos altamente emotivos e memórias negativas.

A constatação de que há um reforço na memória sob efeitos excessivos de álcool, leva a pesquisadora Maggie Kalev a pensar "que é pouco provável que a idéia de beber para esquecer esteja certa".

Pior: o consumo moderado de vinho, o equivalente a um ou dois copos ao dia, pode melhorar a memória.

A partir da pesquisa, se começa a entender por que se discute tanto aquela partida de 1976 do campeonato paulista, ou ainda a política de comunicação do governo Lula, ou a mídia golpista em geral.

Tudo isso até agora só vale para ratos, as cobaias do estudo. A pesquisadora acrescentou que novos estudos poderiam servir no desenvolvimento do tratamento de problemas da memória, como os causados pelo mal de Alzheimer.

Cinco anos de um clássico inesquecível

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Amanhã faz 5 anos de um jogo inesquecível. Era a 15ª rodada do Brasileiro (turno único) e o Santos de Diego e Robinho, que começara o campeonato desacreditado e “candidato” à segunda divisão (mas terminou campeão), fazia um jogo emocionante, como são quase todos os Santos x Palmeiras.

Àquela altura do campeonato o Santos já era favorito. Mas, apesar do início que até prometia uma goleada, com um golaço de Robinho aos 21 do primeiro tempo, o Palmeiras regiu no segundo tempo, pressionou, teve um gol de falta de Zinho que bateu no travessão, entrou e o juiz não deu e, finalmente, o Alviverde empatou aos 42 minutos de segundo tempo, em falta batida por Arce.

Vale lembrar que, naquele jogo, o goleiro Marcos fez uma partida espetacular, como sempre fazia contra o grande Santos de 2002/2003. Resultado: 1 a 1.

Dias: o mais são-paulino que atuou pelo S.Paulo

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Os jogadores do São Paulo enfrentaram o Boca Juniors com faixas pretas no braço, numa justíssima homenagem àquele que foi, talvez, o jogador mais são-paulino que já atuou pelo seu time de coração: o ex-zagueiro/volante/meia/lateral Roberto Dias, que sofreu uma parada cardíaca quando treinava as categorias de base do clube, no domingo, e faleceu ontem, aos 64 anos. Na foto (amostra da Gazeta Press), ele aparece recebendo de uma checrete o troféu Velho Guerreiro, no programa do Chacrinha, da TV Record, em março de 1976
A causa mortis não surpreende, pois Dias foi um dos primeiros jogadores brasileiros a encerrar a carreira precocemente por problemas no coração. Depois de perder um filho pequeno, em 1969, ele passou mal em um treino e ficou um ano e meio parado, com risco real de morte. Porém, o destino resolveu fazer justiça com o único jogador de nível do fraco São Paulo da década de 1960 e ele conseguiu voltar ao campo para levantar seu primeiro título como profissional, o Campeonato Paulista de 1970. Ainda jogaria no México e no Nacional (SP) antes de pendurar as chuteiras aos 28 anos.

"Nasci perto do Canindé, quando era estádio do São Paulo, e um amigo me levou para jogar no clube. Eu já era são-paulino e estreei no time principal aos 16 anos, em 1959. No ano seguinte, disputei as Olimpíadas de Roma", contou Roberto Dias, recentemente, durante um encontro de ex-jogadores do Tricolor. Dias era tão refinado que está entre os poucos zagueiros que o próprio Pelé destaca como os melhores que enfrentou. E também era artilheiro: é o 24º maior goleador do São Paulo, com 76 gols, ao lado de Rogério Ceni. Pena, porém, que a maior parte de sua carreira no clube foi carregando piano ao lado de cabeças-de-bagre. Ao ser questionado sobre quando o time estaria pronto para ganhar um título, um técnico da época fez um trocadilho fantástico: "-Dêem-me dez Dias...".
Cresci ouvindo histórias sobre suas façanhas, Dias sempre foi um herói mitológico para mim. Talvez por ter livrado o São Paulo de muitos vexames na época mais precária do clube. Porém, por ter jogado numa época em que o futebol não dava dinheiro e o Tricolor priorizava a construção do Morumbi (além de ter encerrado a carreira antes da hora), Dias sofreu dificuldades financeiras. Por isso, nos anos 1980, o clube o chamou para treinar a molecada. "Tudo o que sou e o que tenho devo ao São Paulo", confessou, certa vez. Para todos os verdadeiros são-paulinos, Roberto Dias significará, eternamente, o próprio distitinvo do clube. O símbolo máximo do que é torcer pelo São Paulo. Valeu, Dias! Que esteja em paz.

Cena insólita

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Futebol também vive de maniqueísmo e generalizações e, aqui no Brasil, os são-paulinos convivem com o rótulo de "time de elite" (estou esperando minha riqueza há anos...) e os curintianos, "time do povão". Pois então: ontem, por volta das 8 da noite, peguei um busão em São Bernardo e desci na inóspita e escura praça que dá acesso à estação Pedro II do metrô. Meio ressabiado (porque, repito, o lugar é meio barra pesada), tratei de apressar o passo quando, de longe, notei que um grupo discutia aos berros ao lado de uma banca de revista. Em pé, um "burguês" de meia idade, careca, de óculos, roupa fina, casaco de couro, celular último tipo, limpo e perfumado, discutia apoplético com quatro mendigos que estavam sentados em uma mureta, no canteiro do gramado elevado. Que, como a maioria dos mendigos, estavam sujos, rasgados, mal-cheirosos e alegremente bêbados. Pensei: "-Isso vai dar merda, a polícia vai aparecer daqui a pouco pra proteger o 'cidadão de bem' - o careca". Mas não podia evitar de passar pela confusão, pois eles estavam parados em frente a única entrada do metrô a que eu tinha acesso. Quando fui me aproximando, percebi que a inusitada "briga de classes" era por causa de futebol. E, para meu espanto, um dos mendigos se levantou e enxotou o careca, gritando: "-Vai embora, curintiano! Cai fora! Aqui você tá na ala são-paulina!". E os quatro mendigos ficaram gritando "-É tricolor!" enquanto o "burguês" entrou na banca de revistas resmungando alguma coisa parecida com "bambis". E eu segui meu caminho, ruminando essa cena digna de Buñuel...

Soninha, a ambiciosa, do PT rumo ao PPS

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Soninha é uma figura alegre, espontânea, talentosa. E, no trato pessoal, adorável. Votei nela em 2004 para a vereança paulistana. Mas as indicações – dadas por ela mesma durante seu mandato na Câmara Municipal – de que é uma personalidade política mais ambiciosa do que o recomendado a quem se diz interessado em causas sociais, se confirmaram com a sua mudança de partido, do PT pro PPS. "Passei a vida colecionando idéias de roteiro. Passei vários anos, especialmente os últimos, pensando o que eu faria se fosse prefeita", disse ela, segundo a Folha On Line de hoje.

A proximidade com Serra há tempos é comentada nas rodas políticas, assim como a demonstração, dada por ela mesma, de que sua ambição é ser do Executivo. Duas coisas que se encaixam.

Ela deve ser candidata à prefeitura em 2008. Não vai levar, mas vai servir de instrumento dos candidatos direitistas de São Paulo para dividir a esquerda, apesar do falso discurso que já ensaia, de que não “concordo com o consenso paulistano de que Alckmin foi um bom governador” e blablablá. Porque, obviamente, fará um discurso de esquerda. Talvez como o velho Fernando Henrique Cardoso nos anos 70 e 80.

Soninha vai dar uma refrigerada nas catacumbas da direita de São Paulo.

Brasil faz história

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A seleção brasileira feminina fez história. Pela primeira vez chega à final de um Mundial, e com um futebol de encher os olhos. As jogadas e a atuação de Marta, com somente 21 anos e a melhor do mundo, é de deixar muito marmanjo embasbacado. Hoje, no quarto gol contra a poderosa seleção norte-americana (com todas as titulares, ao contrário do Pan, cuja vitória brasileira foi tratada com desdém pelos céticos de plantão), ela simplesmente inventou um novo drible.


A bola chega, ela toca do pé direito pro esquerdo sem deixar a bola cair, e, com o calcanhar, dá um "drible da vaca no ar". Mais um drible que deixa uma segunda gringa no chão e o chute fulminante para o gol. Inacreditável. Não é à toa que no caminho pro trabalho, todos os botecos sintonizavam a partida e a freguesia não tirava os olhos do televisor.

Vi outro dia os melhores momentos de Santos e Corinthians, um 3 a 3 no Paulista de 1957. Foi o jogo em que o Timão ganhou a Taça dos Invictos. Cláudio, Baltazar e Gilmar dos Santos Neves (que teve atuação sensacional) de um lado; Zito, Pagão e um menino chamado Pelé, que marcou os três tentos do Peixe. Um jogo com grandes lances, belos gols, lançamentos, passes inesperados. E assistir às partidas do futebol feminino lembram um pouco essa época do futebol.

Lembram simplesmente porque naquela época a força física era um fator que não contava tanto para se fazer parte de uma equipe. Por isso os volantes habilidosos, os atacantes que sabiam matar a bola, os zagueiros que saíam com desenvoltura de trás. Hoje, o atleta precisa ser aplicado, correr muito, chegar junto, dividir todas as bolas, obedecer ao "professor". Tem que ser "exemplo", mas é preciso também ser macho. De preferência, não pode fazer firula, porque isso é coisa de gente irresponsável. E futebol, ele precisa realmente saber jogar?

Esse é o motivo, acredito, que muitos homens ainda resistam ao futebol feminino. De fato, às vezes ele parece uma mera brincadeira, como nos parecem igualmente falsos os teipes das décadas de 50 e 60.

Prefiro, sem sombra de dúvidas, a brincadeira.

Noite gloriosa

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Dane-se que a Copa Sul-americana vale só para encher os cofres dos clubes. O jogo entre São Paulo e Boca Juniors ontem à noite me fez vibrar como na época em que eu comecei a torcer pelo Tricolor. Terminei o jogo tremendo, com o coração acelerado e a alma lavada. Nem a vitória em cima do Atlético Paranaense na final da Libertadores de 2005 se compara com esse jogo. Talvez o jogo contra o Liverpool, na final do Mundial. Como me arrependi de não ter ido ao Morumbi!

O jogo começou quente. O Boca quase marcou aos 30 segundos. No contra-ataque, foi a vez do São Paulo desperdiçar uma boa chance. Mas nessa altura eu ainda estava no ônibus, tentando voltar para casa. Pelo que ouvi, o primeiro tempo foi praticamente dominado pelo São Paulo, que criou algumas chances, mas ficou no zero. Já o Boca catimbava e tornava o jogo lento.

No início do segundo tempo (já estava em casa), Aloísio - que acabara de substituir Borges - ganha da zaga na força e faz o gol tricolor. Ouvi mais tarde que ele levou a bola no braço, mas não vi isso não. A partir daí o Boca parou de demorar 20 segundos para cobrar um lateral e teve que sair para o jogo. Foi só emoção. 40 minutos - contando os acréscimos - de nervosismo e tensão. Teve bate-boca na área do são Paulo, pelo menos 5 escanteios seguidos para o Boca entre os 35 e 40 minutos, 3 jogadores do São Paulo contundidos ao mesmo tempo (Souza, Aloísio e Leandro contribuiram para que o jogo ficasse parado uns 5 minutos). Aloísio aguentou até o fim com um problema muscular, e mesmo assim deu arrancadas, marcou e foi fundamental para prender a bola quando o jogo apertou.

Aos 49 minutos e 20 segundos, o juiz apitou e o Morumbi - e eu também - soltou o grito que estava entalado contra o Boca fazia tempo. As imagens de torcedores do São Paulo chorando na arquibancada estão aí para provar que eu não estou exagerando.

Eliminar o Boca: eu recomendo!

Por conta da "batalha", Souza e Aloísio preocupam para o jogo contra o Inter no Brasileiro, o campeonato que importa. Mesmo assim, a confiança está em níveis estratosféricos hoje. A minha, pelo menos. Alguns membros desse blog conhecem a minha teoria, de que se o São Paulo eliminasse o Boca, ninguém mais segurava no Brasileiro. Eliminou. Agora é contar as rodadas para ser campeão.

Posso até queimar a língua, mas hoje tá difícil de segurar!

30 anos de um título histórico

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Juntar as expressões "quebra de jejum" e "1977" na mesma frase é algo que, para nós, paulistas, traz de imediato à mente nomes como Basílio, Corinthians, Ponte Preta, Rui Rei e outros. Mas em outro lugar do país 1977 também é sinônimo de quebra de fila. Trata-se do Rio Grande do Sul, quando, em 25 de setembro daquele ano - 30 anos, portanto - o Grêmio levantou o título estadual após oito anos de jejum.

"Mas oito anos nem é tanto assim", dirão os amigos leitores, em especial os palmeirenses, cuja fila chega a exatos oito anos nesse 2007. Oito anos podem não parecer tanto para nós, mas para os gremistas, que viram cada um dos títulos estaduais parar na mão do rival Internacional, esses oito pareceram uma eternidade.

Que foi rompida com o gol de André Catimba, cuja comemoração está na foto (e também no vídeo aqui). Aliás, essa comemoração merecia um post à parte. Catimba pulou para dar uma cambalhota, o que era sua marca registrada; mas no meio do salto percebeu que não conseguiria executar o movimento e se estatelou com tudo no chão. Tanto "com tudo" que ele precisou deixar a partida. Imaginem se o Grêmio perde o título?

Mas não perdeu. Pelo contrário, venceu, interrompeu a série de oito títulos seguidos do rival e iniciou um momento tido pelos gremistas como um dos melhores de sua história. É só pensarmos que quatro anos depois dessa taça o Grêmio seria campeão brasileiro; e seis depois, da Libertadores e do Mundial. Sem contar o bi-gaúcho de 79/80 e a assombrosa sequência de seis títulos entre 1985 e 1990.

A façanha tricolor ganha ainda mais peso se levarmos em conta que o rival Inter tinha, para repetir a frase feita, também um dos maiores (senão O) times da sua história, a base bicampeã nacional em 1975/6.

Ficha técnica da peleja:

Grêmio 1x0 Internacional
Final do Campeonato Gaúcho de 1977
25 de setembro de 1977
Gol: André Catimba, aos 42 do primeiro tempo

GRÊMIO
Corbo, Eurico, Cassiá, Oberdan, Ladinho, Vitor Hugo, Tadeu Ricci, Iura (Vilson), Tarciso, Andre (Alcindo), Éder.
Técnico: Telê Santana

INTERNACIONAL
Benitez, Bereta (Batista), Marinho, Gardel, Vacaria, Caçapava, Escurinho, Batista (Jair), Valdomiro, Luizinho, Santos (Dario)
Técnico: Gainete

quarta-feira, setembro 26, 2007

Dualib, sobre o título de 2005: "- Roubado!"

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Tá, tudo bem, o assunto já foi tratado aqui. Mas merece um post exclusivo e, por isso, cumpre-me o árduo dever de registrar, com o devido destaque, o diálogo de Alberto Dualib (foto), ex-presidente do Curíntia, admitindo para o empresário Renato Duprat que o título de 2005 foi garfado. Segue a transcrição do grampo da Polícia Federal (o grifo é meu):

Dualib: Eles vão falar: 'Mas como é que ganhou ano passado?'. Ganhou porque, se não fosse aquela p... de anulação de 11 jogos, nós estávamos fora. Porque campeão de fato e de direito seria o Internacional. Porque nos últimos cinco jogos nós tínhamos 14 pontos na frente e chegamos, entendeu, um ponto só. Roubado!

Essa fica para a posteridade.

Embaixadora da ONU, tenista e mais o quê?

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Sharapova e LeBron James
A tenista russa Maria Sharapova, por quem muitos amantes do tênis e de todos os outros esportes em geral suspiram, não é só rica, famosa e bela.

Tem sido também requisitada para boas causas. Embaixadora da Boa Vontade na Organização das Nações Unidas (ONU), a tenista acaba de posar ao lado do astro da NBA LeBron James (do Cleveland Cavaliers) para uma sessão de fotos (acima) que teria (ou tem, sei lá) o objetivo de usar a imagem dos atletas para arrecadar fundos ao Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas contra a pobreza, a exploração infantil e as doenças.

Sharapova é atualmente quarta colocada no ranking da WTA. Ela tem 3.235 pontos, atrás de Justine Henin (5.200), Svetlana Kuznetsova (3.609) e Jelena Jankovic 3.445).

Ao contrário da ex-musa do tênis Anna Kournikova, que sempre foi bela e nunca ganhou quase nada (mas somou prêmios de, no total, U$ 3,5 milhões), Sharapova já conseguiu três títulos top: Wimbledon (2004), o Mundial (2004) e o US Open (2006). Ela já embolsou a quantia de U$ 9,7 milhões.
Na carreira de simples, como profissional, Sharapova tem um retrospecto de 269 vitórias e 64 derrotas. Este ano, a tenista não foi bem em Grand Slams. Mesmo assim, chegou à final do Aberto da Austrália, mas perdeu para a norte-americana Serena Willliams. Em Roland Garros (Paris), caiu na semifinal, derrotada pela sérvia Ana Ivanovic.
Ainda nesta quarta-feira, ficou confirmado que Sharapova vai mudar seu calendário de 2008 para jogar pela Rússia na Federation Cup, condição para as tenistas ganharem condições de disputar as Olimpíadas.

Os amantes do tênis, esse esporte que impulsiona multidões, podem obter mais informações no site da WTA ou mesmo no de Maria Sharapova.

Mais uma má notícia para o Curinthia

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Não vai dar em nada, provavelmente, até porque parece que esse procurador quer dar uma de Zveiter e só aparecer, mas Paulo Schmitt prometeu pedir a abertura de inquérito para investigar a parceira Corinthians/MSI.

E o principal alvo será a declaração do ex-presidente corintiano Alberto Dualib de que o título daquela temporada foi roubado dos colorados.

"...porque campeão de fato e de direito seria o Internacional...", diz Dualib a Duprat.

Como se vê, essa parceiria pode render muito ainda. Se comprovada a fraude, dificilmente o time do Parque São Jorge perderá o título, mas há risco de punição (mais que merecida) aos dirigentes e até mesmo de rebaixamento do time, o que ainda pode ser conseguido no campo...

terça-feira, setembro 25, 2007

Portuguesa bate Vitória em jogo de viradas

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Torcida do Vitória deixa o Barradão
Sou obrigado a atualizar a notícia. A proeza de que falei abaixo aconteceu e a Portuguesa conseguiu uma excelente vitória contra o Vitória, dentro do Barradão.

O jogo foi tecnicamente fraco, mas o que faltou em técnica sobrou em luta e emoção. O jogo começou 1 a 0 para a Lusa (em falta cobrada por Preto), mas o time de Vágner Benazzi levou o empate ainda no primeiro tempo. No segundo, virada do Vitória. Parecia ser a confirmação da lógica (o time da casa tinha o apoio da torcida que lotou o estádio), mas Diogo empatou para a Lusa num cruzamento, contando com a falha da zaga adversária.

Pressionada, a Portuguesa dava a impressão de que não resistiria à pressão dos baianos. Mas o domínio do Vitória era desorganizado. Numa roubada de bola na defesa, Vaguinho recebeu no melhor estilo de seu homônimo corintiano dos anos 1970, mas pela esquerda, conduziu até a área e, quase sem ângulo, de canhota, chutou no canto oposto (foto). Nova virada, 3 a 2, e o time do Canindé deu importante salto rumo à volta à elite, principalmente por vencer fora de casa um adversário que disputa com ela uma das vagas. Precisa saber se a famosa instabilidade não volta.
No outro jogo, em Campinas, a Ponte Preta levou 2 a 1 do Marília.
A classificação passa a ser a seginte (até o 10°):

Classificação

1 - Coritiba - 49
2 - Ipatinga/MG -46
3 - Portuguesa -44 (um jogo a mais)
4 - Vitória – 41 (um jogo a mais)
5 - Criciúma - 41
6 - Marília – 40 (um jogo a mais)
7 - Brasiliense/DF - 40
8 - Ponte Preta – 38 (um jogo a mais)
9 - Grêmio Barueri -38
10- Gama - 37

Lusa: agora vai ou agora não vai?

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No Brasileiro da Série B, a Portuguesa está tão próxima da zona de acesso (onde estava antes da rodada passada) que seus torcedores mais ferrenhos têm motivos para ficar com um pé atrás. Como a Lusa gosta de fazê-los sofrer.

Antes da 27ª rodada (hoje e sexta-feira), o time do Canindé está em quinto lugar, com o mesmo número de pontos (41) de Vitória e Criciúma. Poderia estar em terceiro, se tivesse conseguido os três pontos contra o São Caetano na sexta-feira, 21, mas ficou no 0 a 0.

Daqui a duas horas, a Portuguesa tem um adversário indigesto: o Vitória, na Bahia, no chamado duelo de seis pontos. O empate é um bom resultado, mas com ele a Lusa pode terminar a rodada em 7° lugar, se o Brasiliense ganhar do Fortaleza em Brasília (na sexta) e a Ponte Preta bater o Marília em Campinas por 2 a 0 ou mais (hoje). Mesmo se perder logo mais, apenas a Ponte e o time da capital federal podem superar a Lusa na rodada. Se ela vencer (o que seria uma proeza), supera o Vitória e entra no G-4 de novo.

Depois, outro jogo fora, dessa vez contra o Paulista em Jundiaí, na terça, 2. Vai ou não vai, Lusa?

Série B
Classificação antes da 27ª rodada

1 - Coritiba - 49
2 - Ipatinga/MG -46
3 - Vitória - 41
4 - Criciúma - 41
5 - Portuguesa -41
6 - Brasiliense/DF - 40
7 - Ponte Preta - 38
8 - Grêmio Barueri -38
9 - Marília - 37
10-Gama - 37

Agora, vai...

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Como os corinthianos futepoquenses não se manifestam, uma notícia da busca da tão almejada série B, o projeto campeão dos aflitos 2008. Assume hoje Nelsinho Batista, que acabou de ser dispensado da Ponte Preta.

Isso não é nada, nada mesmo. Nelsinho é um técnico B que um dia se perdeu no caminho.

Pareceu que se tornaria grande técnico, dirigiu os maiores times brasileiros, agora não serve nem para o Ponte, mas vai para o ex-timão. Melhor retrato do momento atual do Parque São Jorge é difícil.

Por falar no santo, até ele deve estar envergonhado da confissão do ex-presidente Dualib, aqui reproduzido em diálogo publicado pelo portal G1, da Rede Globo.

“- Nos últimos cinco jogos nós tínhamos 14 pontos na frente (do Inter) e chegamos (N.R.: faltando cinco rodadas a vantagem era de seis pontos e não de 14), entendeu, um ponto só... roubado - diz Dualib, durante conversa com Renato Duprat, empresário ligado ao grupo MSI, ocorrida no ano passado.”

“- Olha se não tivesse aquela m... daquela anulação de 11 jogos, nós estaríamos fora... porque o campeão de fato e de direito seria o Internacional - completa Dualib.”

São Jorge que se explique...