Destaques

terça-feira, setembro 11, 2007

“Rebaixamento do Corinthians é improvável”, diz especialista em Direito Esportivo*

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Para o advogado Luiz César Cunha Lima, é "extremamente improvável" que o imbróglio envolvendo Corinthians e MSI, com acusações de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha acabe em rebaixamento para o clube do Parque São Jorge. “Não há nenhum artigo específico no Código Brasileiro de Justiça desportiva sobre lavagem de dinheiro”, explica o jurista em entrevista ao Futepoca. Para ele, qualquer punição no âmbito das competições esportivas para a equipe paulista só aconteceria se houvesse uma interpretação “elástica” dos juízes do STJD.

“Há princípios gerais no código que falam sobre lisura e moralidade, mas acho difícil que o Corinthians ou qualquer outro clube venham a ser punido por conta desse tipo de crime. Isso ocorreria se fosse comprovado que dinheiro, lícito ou ilícito, tenha sido utilizado para promover manipulação de resultados”, esclarece. Mesmo sendo difícil a punição, Lima adverte que o STJD já tomou decisões tidas como “improváveis”, como absolvições em caso de doping no caso Dodô, por exemplo.

O advogado lembra outro fato pouco comentado na mídia, que é a possibilidade dos dirigentes corintianos serem obrigados a ressarcir materialmente o clube, com seus bens particulares, na hipótese de aplicarem créditos ou bens sociais da entidade desportiva em proveito próprio ou de terceiros. Com a investigação em curso, pode ser o caso dos dirigentes do Corinthians. “Tanto o Ministério Público como qualquer associado do clube pode ajuizar uma ação nesse sentido”, assegura Lima.

Calotes sem punição

Lima alerta para outro ponto da legislação esportiva brasileira, que não considera nem a saúde financeira e nem a situação jurídica das entidades de prática desportiva (EPDs, os "clubes") como critério para a participação em competições esportivas. "Isso explica, em parte, porque quase todas as EPDs de futebol possuem dívidas trabalhistas, fiscas, tributárias, etc. e, ainda assim, continuam participando do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil, dos campeonatos estaduais", aponta.

Mas outros lugares têm um comportamento distinto em relação a esse ponto. "Em alguns países (EUA, destacadamente), determinadas competições de certas modalidades (NBA, por exemplo) utilizam, como um dos critérios de participação na competição, a adimplência no pagamento de salários", esclarece. "Isso ocorre porque na NBA os acordos de trabalho são coletivos. Se um clube, por ex., deixar de pagar o salário de um único atleta durante um mês, todos os outros atletas de todas as outras equipes entram em greve. A inadimplência em relação a questões trabalhistas pode vir a ser utilizada com um fator para a exclusão da equipe devedora da competição", completa. Bem diferente do Brasil.

Estatuto

Nestes tempos sombrios, uma notícia da Folha de S. Paulo de hoje pode ser um sinal de uma fagulha de esperança. Quase apagada, caída num canto do quintal dos fundos, bem onde o cachorro costuma aliviar a bexiga, mas parece estar lá.

Uma comissão formada por conselheiros do Corinthians prepara uma reforma no estatuto do clube. Uma das intenções das mudanças é eliminar a possibilidade de que outro Dualib fique 14 anos na presidência do time.

A proposta de novo estatuto prevê apenas um mandato para o próximo presidente, sem direito a reeleição. Caso se confirme (Oxalá!) o pé na bunda de Dualib, o substituto teria apenas um mandato tampão, sem possibilidade de reeleição, até 2008, quando seriam realizadas novas eleições, ponto que está sendo questionado pelos conselheiros.

O presidente continuará com três anos de mandato. Haveria mudanças também na formação do conselho do clube. O quadro hoje é composto por 400 conselheiros, sendo 200 vitalícios e 200 com mandatos de quatro anos, 100 deles indicados pelo presidente. As indicações, absurdos dos absurdos, seriam extintas e 50% dos conselheiros seriam eleitos pelos sócios diretamente.

Além disso, o novo estatuto torna a distribuição das cadeiras no Conselho proporcionais à porcentagem obtida na votação, ou seja, a chapa que tiver 40% dos votos fica com 40% das cadeiras. O mandato dos conselheiros (fora os vitalícios, por óbvio) passa a ser de três anos. O novo estatuto deverá ser apresentado ao Conselho Deliberativo até o final desse ano.

* Escrito por Nicolau e Glauco, que não foi consultado em relação ao marcador "Fora Dualib" inserido na postagem.

Santos em fase de definição para 2008

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Desde criança, ouço meu tio Beni (hoje com uns 77 anos) reclamar do pouco espaço dado ao Santos Futebol Clube na mídia paulista. Mesmo com sua esposa (e minha tia) hoje muito doente, sempre que conversamos ele insiste nisso, inconformado. Mesmo que ele nem imagine que esteja sendo citado na internet neste momento, dedico este post a ele, pois está faltando falar um pouco do Alvinegro Praiano no Futepoca.

"Nariz de cera" (jargão jornalístico) à parte, as coisas no Santos estão em época de definição. No fim do ano, o atual presidente do clube, Marcelo Teixeira, termina outro mandato. Luxemburgo chegou a sinalizar que sairia em dezembro próximo, mas disse à Sportv hoje (ontem): "Por que eu vou procurar outro clube se eu já estou no Santos? (...) A prioridade é o Santos Futebol Clube", disse, ressalvando que, se o clube não se interessar na renovação, aí sim, procuraria outro clube (aspas editadas depois que vi a entrevista).

Se for verdade (repito: se for verdade), isso pode indicar politicamente que a permanência de Teixeira é muito provável (e é). E que o atual elenco pode, pelo menos em parte, se manter em 2008.

Num acesso de fúria (quando de Vasco 4 x 0 Santos) escrevi um "fora Luxemburgo". Mas, pensando bem, racionalmente, quem não queria ter Luxemburgo como técnico?

Ou será que o custo-benefício de ter o atual melhor técnico do Brasil é questionável? Ou Luxemburgo não é o melhor no Brasil hoje? Se não, quem é? Muricy? Celso Roth? Dorival Jr.? Mano Menezes? Leão?

segunda-feira, setembro 10, 2007

Gugu e R. R. Soares na disputa pela presidência?

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O Brasil vai parar: Gugu Liberato e R. R. Soares cogitam entrar na corrida presidencial em 2010. A notícia é manchete de um jornal que achei por aí chamado “Leia o Jornal” (pasmem). O digno veículo ostenta os epítetos de “O jornal mais temido e perseguido pelos corruptos do Brasil” e “A Voz do Estado de São Paulo”. A edição em questão é a que vale de 25 de agosto a 15 de setembro. O periódico tem circulação nacional (!!) e site: www.leiaojornal.com.br.

Feitas as apresentações, a história, na verdade uma suposição de Leia o Jornal. Segundo o texto, os dois nomes seriam lançados por seus respectivos patrões, Sílvio Santos e Edir Macedo. Soares é (eu não sabia disso) cunhado do dono da Record, que tem consciência das resistências, “até revolta e indignação” que seu nome causaria se lançado à presidência. Assim, estaria investindo pesadamente na igreja de Romildo Ribeiro (também conhecido como Pastor dos Simpsons), a Internacional da Graça. Edir Macedo estaria “cuidando para que nada venha a macular a imagem de R. R. Soares, futuro dono da Bnadeirantes, Rede TV, quem sabe com o dinheiro do Edir Macedo”, denuncia o jornal.

“Enquanto isso”, prossegue a reportagem, “o Sílvio Santos, nome que foi várias vezes lançado a candidato a presidente (sic) da República, vem, através de um contrato vitalício e em branco, mantendo o apresentador Gugu Liberato”, para que este o suceda. O programa de Gugu seria de cunho populista, com o objetivo de “atrair o apoio dos paulistas, principalmente quatrocentões, que no fundo odeiam os migrantes nordestinos e querem que todos os nordestinos mineiros e nortistas voltem para suas terras”. A prova da estratégia é o quadro “De volta para minha terra”, criado “de forma proposital” no Domingo Legal do Gugu.

Ao final, o jornal salienta que o texto não tem “objetivo afirmativo”. “São dois ótimos candidatos (sic)” e serão “mais uma opção para o leitor escolher”. O objetivo do texto é “criar polêmica para que o leitor discuta em particular se votaria no simpático Gugu, um ser humano maravilhoso”. E o final apoteótico: “De uma coisa temos certeza: estes dois são melhores do que os que hoje aí estão”.

Lamentos

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As gravações da Polícia Federal de conversas entre membros da direção corintiana são chocantes (clique aqui para ver no Terra Magazine). Quer dizer, nada que não se imaginasse, mas o descaramento é muito grande. Alberto Dualib, Nesi Curi, Renato Duprat, Rubens Gomes da Silva (o Rubão) e Cia. falam de lavagem de dinheiro, suborno a fiscais e até assassinato.

Com isso, espero que se consiga exorcizar o Corinthians de pelo menos alguns dos vampiros que habitam as catacumbas de sua diretoria e conselhos. Até Andres Sanches foi envolvido, em gravação na qual estaria combinando com Curi e Dualib os depoimentos que dariam à PF (segundo comentário de um leitor no blog do Citadini, onde, aliás, não vi manifestação diureta sobre as novidades, Sanches disse num programa de televisão deste fim de semana que estavam combinando “dizer a verdade”...). Diminuir as chances dele assumir a presidência do clube é boa notícia.

Juca Kfouri, como já reproduziu o Edu em post anterior, clama por punição na Justiça Desportiva. Honestamente, minha opinião a respeito é pouco fundamentada e não muito firme. Claro que não gosto nem um pouco da idéia de ter título revisto ou de ser rebaixado, mas se fosse o Palmeiras ou o São Paulo em situação semelhante (deixando de lado as zombarias aos rivais) também não sei qual seria minha opinião.

Enfim, sem qualquer base jurídica, eu diria que discordo de punições ao Corinthians. Parece diferente um time perder pontos por ter manipulado resultados diretamente (como no caso da Juventus e outros na Itália) da situação do Timão. As ações da quadrilha Dualib-Berezovsky não visavam beneficiar o clube, mas lucro pessoal, e o clube sofreu e sofre até hoje com as conseqüências dos desmandos desses dirigentes, com uma dívida gigantesca, batendo na trave do rebaixamento em 2006 e amargando uma campanha de medíocre para baixo este ano. Se formos questionar os ganhos que o clube obteve nessas negociações, não se deveria também questionar os prejuízos?

E falando em prejuízos, o Corinthians perdeu do Paraná, como eu temia. Não que o time paranaense seja grandes coisas, mas estabilidade é palavra que foi banida do Timão neste ano, e três vitórias consecutivas é mais do que eu ouso esperar. O que é triste, porque, com o campeonato fraco como está, a regularidade está fazendo a diferença. Com um pouco mais de paz e bastante sorte, mesmo esse elenco limitadíssimo do Corinthians poderia sonhar com alguma coisa a mais. Mas acho que vamos nessa toada até o fim, fortes candidatos ao limbo de um 12º lugar. O que, dadas as circunstâncias, está de bom tamanho. Espero que essa devassa na diretoria termine até o ano que vem e que o clube saia mais forte da depuração. Espero.

Questionamento pertinente

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O Olavo (e todo mundo) que me desculpe (m), mas o questionamento do corintiano Juca Kfouri no blog dele hoje merece um copy/pastezinho:

A Justiça comum já tem muito com o que fazer em relação à parceria Corinthians/MSI.
Mas a Justiça esportiva não pode calar.
Como miséria pouca é bobagem mesmo, por incômodo e delicado que seja o tema, uma pergunta se impõe: como fica o título brasileiro do Corinthians, já parceiro da MSI, em 2005?
(...) Fixe-se apenas num aspecto: um time que usa dinheiro sujo para fazer contratações não age de maneira desleal com seus adversários?
(...) Perda do título, rebaixamento, alguma coisa precisa ser feita
.”

Trocadalho sulista

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Não é futebol nem política, mas sempre acredito que idéias como esse tal trocadalho são concebidas sob influência de Baco, ou da marvada, como preferirem. O tal estabelecimento está na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, e seu nome sem dúvida honra a tradição trocadilhesca do glorioso Vavá, muso deste bogue, e a inventividade dos incansáveis Fredi e Mauricio.

Ganhar, ganhou. Mas para a Libertadores...

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Quando acabou o primeiro turno, Caio Junior, a simbiose de Milhouse com Harry Potter, fez as contas. Disse que tinha projetado 60% de aproveitamento, mas teve menos, 52,6%. Os atuais 40 pontos, alcançados na vitória sobre o Goiás no Parque Antártica, são resultado de 53% de aproveitamento. Que melhora!

A quarta colocação garantiria a classificação para a Libertadores, mas o próximo na tabela, o Vasco, tem um jogo a menos.

A partida em si foi tranquila, segundo relatam os jornais. O árbitro Leonardo Gaciba, candidato ao troféu Bola Fora, não parece ter feito grandes asneiras. O goleiro Harlei fez pelo menos duas defesas espetaculares, mas deixou passar dois, um de Francis, no rebote aos 31 do primeiro tempo, e outro de Caio, aos 6 do segundo.

Para um time que convive com a idéia de que tem dificuldades em casa (reduzidas no segundo turno), que não tinha Valdívia, ainda quebrado do jogo contra o São Paulo, e que veio de três jogos sem vitória (incluindo uma ensacada por 5 a 0), é uma vitória importante, posição importante.

Mas para chegar de fato à Libertadores – ter que se contentar em brigar pela classificação é triste –, o Palmeiras vai ter que melhorar. Não estou falando do tom da camisa do terceiro uniforme exibido no domingo, um tom de verme "meio limão-galego", segundo especialistas em cores consultados no boteco. A 13ª posição alçada na sétima rodada é passado, e na média o Verdão ficou lá pela 9ª colocação. No segundo turno, vem melhor em relação aos adversários. Não é suficiente.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Troféu Bola Fora: as piores arbitragens do ano

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A CBF promete a profissionalização dos árbitros. Até que a idéia saia do papel, o nível técnico dos jogadores do Campeonato Brasileiro vai para segundo plano diante da constatação de quão tosca é a arbitragem no Brasil. Querendo laurear essas pessoas que tanto nos fazem rir e chorar, e que hoje são atores principais e não mais coadjuvantes, o Futepoca lança uma enquete para escolher quem foi o autor da maior Bola Fora da temporada até aqui.

Escolha o erro mais bizonho e seu respectivo autor votando ao lado. Extravase todo seu ódio, veja quem são os candidatos e vote. Vamos criar a premiação :

Ana Paula Oliveira a bela ainda pena por ter supostamente errado na partida entre Botafogo e Figueirense, válida pela Copa do Brasil. Na ocasião, ela anulou dois gols da equipe carioca e provocou a ira de Carlos Augusto Montenegro e ganhou um séquito de fãs que sempre lembram dela com especial carinho. Errou também a favor do São Paulo contra o Santos, no campeonato paulista, quando invalidou um gol legítimo de Jonas. Depois reconheceu o erro e Luxemburgo nem xingou.

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Carlos Eugênio Simona dois metros do ocorrido, só o árbitro gaúcho não viu o pênalti contra o Botafogo no jogo com o Atlético (MG), válido pelas quartas-de-final da Copa do Brasil. Erro grotesco, depois chorou as pitangas e também, humildemente, disse que de fato havia se enganado. Perguntem se algum atleticano o perdôou.

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Leonardo Gaciba fez uma arbitragem digna de nota no jogo entre Paraná e São Paulo no primeiro turno, marcando uma penalidade máxima mandrake que originou o gol da vitória paulista. Além disso, no último minuto, anulou um gol legal do zagueiro paranaense Luis Hnrique. Obra completa.

Paulo César de Oliveira apesar da nota dez na prova teórica, precisa refazer os exames médicos já que não viu a raquetada de Marcel, do Grêmio, contra o Fluminense. O lance de vôlei foi uma verdadeira assistência para o gol de Patrício.

Luis Antônio Silva Santos – marcou uma falta duvidosa a favor do Inter na partida contra o Atlético (PR), próximo ao final do jogo. Não contente, assinalou a mesma como se tivesse sido dentro da área, quando foi, na verdade, meio metro fora. A falha estapafúrdia resultou no gol da vitória do time gaúcho.

Djalma Beltrami confesso que foi um lance difícil, mas a pressão palestrina fez com que o árbitro fosse incluído na relação em decorrência do gol mal anulado de Max no jogo contra o São Paulo, no Parque Antarctica. Os botafoguenses fizeram até comunidade no Orkut para reclamar do Beltrami na final do Campeonato Carioca de 2007, mas isso já são outras queixas.

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Elvécio Zequetto outro homem de preto muito bem quisto pelos botafoguenses. No jogo contra o Figueirense, o juizão não marcou pênalti de Felipe em Jorge Henrique e também levou a culpa pelo bandeira não ter marcado impedimento no gol de empate do Figueirense no jogo que terminou em 1 a 1.

Um aniversário sem festa

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Ontem, para quem não sabe, o Mineirão completou 42 anos. Odeio chamá-lo de Magalhães Pinto, xô ditadura. Teve até placa para o goleiro adiantado Rogério Ceni (posição nova inventada no futebol, só para provocar os sampaulinos que amam Rogério sobre todas as coisas.)

Na festa só esqueceram de um futebol melhor. O Galo, mesmo 10 posições abaixo na tabela, não se intimidou, marcou o São Paulo em seu próprio campo, coisa que o tricolor costuma fazer com os outros (segundo o Renato fez tantas faltas quanto o sampaulo faz). Se não houve futebol para recordar, o jogo mostrou o caminho para quem quiser anular o SP: é só marcar.

Mostra-se com isso que, não importa o time que ganhe, e deve ser o Sampaulo, este será o campeonato mais medíocre da era pontos corridos. Ou alguém se lembra de algum jogo épico, inesquecível? Meu único medo é que no ano que vem tenhamos saudade de 2007 por ter piorado mais ainda. Oxalá, esteja errado.

Mas, voltando ao Mineirão, tenho a mesma idade do estádio e o que vi de futebol do meu time foi lá. Recordo do times maravilhosos do Galo, de Reinaldo, Cerezzo, Palhinha, Éder etc, porque não de Marques e Guilherme (embora aí o nível caia muito).

Lembro também, ainda criança, a perda da final de 1977, até então a dor mais doída que sentira. Depois vieram outras piores, mas isso é outra história.

Para fechar, um parêntese de uma gracinha que o Arnaldo César Coelho disse no jogo de ontem. O Cléber Machado perguntou se ele sabia quem havia apitado a final referida acima, e Arnaldo respondeu: o juiz foi tão bem que ninguém lembra.

Revoltei-me: Arnaldo, faz quase trinta anos que não esqueço de um juiz que não deu nem cartão amarelo para uma das maiores agressões que já vi no futebol, o Chicão pisando no joelho de Ângelo caído, com a perna quebrada. O juiz era tão parcial e covarde quanto o comentarista que estava ontem na Globo.

Mais lambança

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O São Paulo empatou sem gols com o Atlético Mineiro no Mineirão e, com a ajuda de Cruzeiro e Vasco está com mais folga na liderança do campeonato. O que não quer dizer que eu concorde com uns e outros que acham que o campeonato já acabou. O Cruzeiro tem um jogo a menos (o que derruba a vantagem dos precavidos para seis pontos) e faltam 14 rodadas para o final.

Mas o que chamou a atenção no jogo foi a arbitragem. A atuação de Paulo de Godoy Bezerra foi risível. Deixou de expulsar o Breno no primeiro tempo, não marcou um pênalti absurdo em Jorge Wagner, que valeria a expulsão do goleiro Edson por agressão, não deu o merecido segundo amarelo para Éder Luis e não mandou voltar o pênalti mal batido por Coelho, na adiantada monumental de Rogério Ceni. É erro pra ninguém botar defeito, além de comprovar que, como escrevemos no post abaixo, se for pra avaliar não sobra um.

Ah, sim. O jogo foi ruim a valer.

Rogério Ceni: o único goleiro do mundo que se adianta em cobrança de pênalti

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Na hora da cobrança deu pra ver nitidamente: o goleiro do São Paulo, Rogério Ceni deu um passo enorme com a perna direita e, assim, conseguiu o apoio necessário para saltar e defender o chute de Coelho, do Atlético-MG (na foto, o lance). Na TV Globo, o locutor Cléber Machado e os comentaristas Falcão e Arnaldo César Coelho acusaram a irregularidade de imediato. No replay, por diversos ângulos, o passo a frente era incontestável. Mas o árbitro catarinense Paulo de Godoy Bezerra não mandou voltar o pênalti, para desespero do técnico atleticano (e ex-goleiro) Emerson Leão.
Até aí, morreu Neves. Não é a primeira nem a centésima vez que Rogério Ceni se adianta numa cobrança de pênalti. Raríssimas vezes, isso permitiu que fizesse a defesa. E, mais raro ainda, algum juiz teve peito de mandar voltar. Porém, a cada vez que ele se adianta, impede o gol e o árbitro se faz de desentendido, o mundo desaba em sua cabeça. Tudo bem, faz parte.
Mas será que ele é o único no Brasil ou no mundo que se adianta na hora do pênalti? E será que é só com ele que os juízes não voltam a cobrança? Eu vi pelo menos meia-dúzia de defesas de pênalti este ano e, na maioria, o goleiro se adiantou. Nenhuma cobrança foi repetida. E ninguém falou absolutamente nada. Por que? Tá, eu sei, vão falar que é o "apito amigo são-paulino", que o Rogério é "frangueiro", "arrogante", "superestimado", "ajudado" etc, etc. Mas isso desvia o foco do problema crucial: a falta de critério (mundial) da arbitragem em cobranças de pênalti.
Por que, na hora das cobranças, os dois auxiliares não ficam postados, um de cada lado, nas bandeirinhas de escanteio? Eles poderiam acusar o adiantamento. E por que a televisão não pode ser consultada num momento desses? Se o passo a frente foi escandaloso e o juiz não acusou, a decisão de voltar a cobrança não pode ficar somente com ele. Parece tão simples, mas, sei lá, tem coisas que parece que ninguém quer mexer. E a culpa, pra variar, é do Rogério Ceni!


Ps.: O Lance! de hoje traz a foto que flagra o passo a frente do goleiro do São Paulo e, logo acima, um lance anterior em que o goleiro do Atlético-MG, Édson, dá uma voadora com o pé direito no peito do Jorge Wagner, dentro da área. O juiz não deu pênalti nem cartão vermelho (e nem amarelo). Mas, lógico, o "apito amigo" é sempre são-paulino...

quarta-feira, setembro 05, 2007

Juiz ladrão? Os erros dos árbitros reprovados pela CBF

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Enquanto Ana Paula Oliveira dá um baile nos marmanjos e esbanja boa forma e conhecimentos técnicos, alguns dos homens fizeram feio na provinha da comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ela ficou com 9,5, a segunda melhor nota, atrás apenas de Paulo César de Oliveira, o único 10.

No geral, 45% dos árbitros e assistentes tiraram de 7 para cima, e estão aprovados. Um em cada quatro tiraram 6 ou 6,5. Esses continuam apitando, mas serão reavaliados e precisam tirar pelo menos 7 na próxima provinha, dia 14 de setembro. Quem ficou com 5 ou 5,5 foi afastado até a reavaliação. Já os de nota abaixo de 5 estão afastados do restante da competição em que atuam, e passarão por um cursinho de reciclagem.

Dos 20 árbitros que atuaram na Série A do Campeonato Brasileiro deste ano, sete vão ter segunda chance na próxima sexta-feira, dia 14, em novo teste. Dos 10 assistentes de arbitragem mais escalados, metade acertou menos de 14 respostas, das 20 questões de múltipla escolha. Ao carioca Hilton Moutinho, nota 5, coube a lanterna das notas.

(Interessante notar que o critério da CBF é bastante flexível. Quem erra seis em 20 questões de múltipla escolha sobre regras do futebol continua apitando. Eu presumia que, no mínimo, os homens e mulheres de preto conhecessem as 17 regras do futebol)

Paulo César de Oliveira, o nota 10, ironicamente tem nas costas pelo menos três reclamações em lances capitais em jogos deste Campeonato Brasileiro:

O Botafogo reclamou de um pênalti não marcado em Dodô, no empate contra o Paraná. Já o Corinthians atesta que o lateral que originou o gol do São Paulo no empate do primeiro turno foi invertido. O Fluminense reclama toque de mão de Marcel, no lance do gol de empate do Grêmio, marcado por Patrício. Como os jogos terminaram empatados, ele teria alterado o resultado de todos.

Já Washington de Souza, um dos lanternas com nota 4,5 (vai passar por um curso intensivo pelo desempenho pífio) tem pelo menos quatro reclamações em seis jogos:

O América alega que o gol do Vasco, na primeira rodada, se originou em lance faltoso. O Mecão perdeu por 1 a 0. O São Paulo reclama que, na derrota para o Náutico, Aloísio foi expulso injustamente quando o jogo estava empatado. No empate sem gols entre Sport x Vasco, curiosamente, sobram reclamações. O time recifense afirma que teve um pênalti não marcado a seu favor. Já o Vasco reclama de inversões de faltas durante a partida.

O que prova que na arbitragem brasileira, não sobra um.

(por Anselmo e Thalita)

Racismo introjetado em uma nação

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Por mais que se diga que não, o preconceito contra negros ainda é um status quo no Brasil. Claro que hoje a questão é mais debatida e combatida do que antes, mas, infelizmente, vemos atitudes racistas todos os dias, em todo e qualquer lugar. O que choca é perceber que, mesmo que a pessoa não externe seu preconceito, aquilo está introjetado nela, é um comportamento automático. E mais triste é saber que os negros têm consciência desse racismo velado – mas latente – e, por conta própria, tomam suas precauções. Um exemplo foi o comentário do meia Hugo, do São Paulo (foto), sobre a punição severa que deverá tomar (com toda justiça) por ter cuspido gratuitamente num jogador do Paraná: "A expulsão foi correta. E estou muito arrependido. (...) Meu pai disse que, por sermos negros, temos sempre de andar reto, porque as coisas repercutem mais". Depois disso, começou a chorar e encerrou a coletiva. Fico sinceramente comovido quando gente simples, como o pai do Hugo, fala uma dessas verdades que todo mundo sabe e ninguém tem coragem de dizer. É uma espécie de código velado de compartamento, de racismo enraizado na sociedade e (quase) nunca abertamente declarado. Um apartheid silencioso, resistente e "tradicional". Dizem que errar é humano. Mas ao negro, no Brasil, isso não é permitido. E eles sabem disso. Às vezes dá vontade de sumir...

Preocupação com o América-RN nos EUA

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Dizem que a cidade de Boston abriga a maior colônia brasileira nos Estados Unidos, com cerca de 80 mil imigrantes. E a maioria, lógico, continua doente por futebol. Não por acaso, Boston foi escolhida para abrigar a partida entre Brasil e México no próximo dia 12, no Gilette Stadium (foto). Um dos "desterrados" de lá é o jornalista paranaense Olavo de Souza, que comanda um programa em português para brasileiros - o Rota da Notícia - numa rádio AM local. Ele me telefona diariamente para gravar um pequeno boletim com notícias do ABCD paulista. E hoje me contou que pôs no ar uma entrevista com o radialista Exnar Tavares (o nome é esse mesmo!), da Rádio Poty de Natal (RN), falando sobre as agruras do América local como saco de pancadas do Brasileirão. "Marcos, você não vai acreditar: cinco minutos depois, uns dez torcedores do América de Natal daqui de Boston ligaram para o programa, para comentar a situação do time!", me exclamou o Olavo. Pois é: o futebol brasileiro pode ser tecnicamente sofrível, com jogos fracos e arbitragens catastróficas, público baixo etc., mas é inegável que desperta interesse. Até em Boston - e, mais impressionante, de torcedores do pior time da competição! É, realmente, a paixão tupiniquim.

Leviandade

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Pra variar, é sobre a mídia.

A colunista do Valor Econômico Rosangela Bittar explica, em seu texto de hoje, o motivo da saída de Paulo Lacerda, o delegado que mudou a Polícia Federal. Segundo ela, o problema foi a operação Xeque-Mate, que atingiu Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho de Lula, além de um compadre do presidente, Dario Morelli Filho. Lula teria ficado contrariado e decidiu, sem consultar Tarso Genro, ministro da Justiça, substituir Lacerda.

Bittar vê nas declarações de Genro e do novo diretor da PF Luiz Fernando Corrêa, de que a polícia vai pautar sua atuação pela discrição e busca de provas, não pela publicidade (as palavras são minhas, as deles foram mais suaves) como uma prova da motivação.

Claro que a ligação de Corrêa com setores sindicais da PF, com quem Tarso tem ligação, nadatem a ver com a mudança. Ela mesma afirma que Tarso sempre esteve desconfortável com Lacerda, que não se sentia responsável pelas ações da PF, mas isso também não tem nada a ver.

Como é leviano esse Lula!

terça-feira, setembro 04, 2007

Ainda longe dos gramados, Ana Paula Oliveira desfila na passarela

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A Umbro, fabricante de material esportivo inglesa, terá um reforço para divulgar a coleção de calçados do verão 2008 no Brasil. Ana Paula Oliveira, a bandeirinha mais pelada do planeta, vai desfilar no Oscar Fashion Days (OFD). O evento ocorre de 12 a 15 de setembro em São José dos Campos (SP).

Se antes os homens de preto eram motivo de vergonha até para suas mães, a moça que conquistou corações e discussões acaloradas sobre o papel da mulher no futebol com sua performance dentro e fora do campo. Se por "fora do campo" o visitante entendeu "fotos na Playboy tiradas por JR Duran na edição de julho", entendeu apenas parcialmente. A moça já participou de comerciais de TV e fez trabalhos de modelo.

Ana Paula sobe à passarela no dia 13, logo depois da modelo Ana Hickmann que desfila por outra marca. Os motivos porque a apresentadora é citada aqui ficam para as especulações dos comentaristas.




Ana Paula e a Umbro
Nos gramados ela carrega uma munhequeira da Umbro e uma chuteira modelo X-Boot II. A tecnologia do calçado evita até que ela seja chamada de pé-frio, já que possui propriedades térmicas de refrescar quando faz calor, e aquecer nos momentos de frio.

Enquanto muitos fãs tenham adorado vê-la sem roupas, quando ela dá as caras em programas de televisão, a moça já tem vestido itens da fabricante britânica, incluindo a coleção Black Leopards, desenvolvida para ajudar a comunidade carente de Limpopo, província do norte da África do Sul.

A Umbro sustenta que o contrato com Ana Paula, assinado em março, faz parte de uma estratégia voltada a esportistas femininas. A primeira das musas do futebol patrocinada foi a inglesa Rachel Yankey, do Arsenal. Os times femininos do clube Pinheiros, de São Paulo, e do Santos, semi-finalista do campeonato paulista de 2007 na categoria, recebem apoio da marca.

Polêmica
O patrocínio da Umbro a Ana Paula deu pano para manga às reclamações de botafoguenses que se sentiram prejudicados com a atuação da assistente de arbitragem na semi-final da Copa do Brasil deste ano. Ocorre que a fornecedora de material esportivo do Figueirense, a equipe beneficiada pelos dois gols anulados da Estrela Solitária, também é a empresa inglesa.

Corinthians é caso de polícia, literalmente

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Deu no blog do Juca e na Agência Estado: policiais do Deic, acompanhados de promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), fazem operação de busca e apreensão no Corinthians.
A operação, diz o site do Grupo Estado, “investiga a emissão de cerca de 80 notas frias que teriam lesado as finanças do Corinthians”. E mais: “Alberto Dualib é acusado de liderar quadrilha de estelionatários”.

Mundial Sub-17

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A competição é de certo modo meia-boca, mas merece um registro. Tá rolando, na Coréia do Sul, a 12ª edição do Mundial Sub-17, torneio que já teve até a Arábia Saudita como campeã.

O torneio está em sua fase semifinal. Os quatro que persistem na luta pelo título são dois africanos, Gana e Nigéria, e dois europeus, Alemanha e Espanha. O que permite análises bem interessantes.

Do lado dos africanos, a boa campanha não é surpreendente. Nigéria e Gana têm camisa - ambas faturaram dois Mundiais cada, uma marca expressiva. O bom desempenho africano nos torneios da base contrasta com a frágil participação dessas seleções nas Copas do Mundo, quando as melhores marcas foram apenas duas quartas-de-final, com Camarões (1990) e Senegal (2002). É simplista dizer que os africanos vão tão bem assim por conta dos "gatos"; por outro lado, fechar os olhos para isso seria ignorar uma questão bem sugestiva. Discussões polêmicas à parte, o futebol de nigerianos e ganeses têm sido ótimo no Mundial, com destaque para os atacantes Chrisantus (Nigéria) e Osei (Gana).

E falando em análises simplistas, ver Espanha e Alemanha na fase decisiva do Mundial é algo que derruba muitas "teorias de boteco". Muito se diz - e o Mundial Sub-20, onde nenhum europeu de primeira linha esteve presente sugeriu a idéia - que os países mais ricos da Europa têm poucos jogadores de qualidade porque seus clubes importam atletas a torto e a direito. A incapacidade da Espanha de formar uma seleção forte seria o principal expoente dessa realidade. Pois bem, estão aí os moleques espanhóis e alemães dando trabalho. Os ibéricos principalmente.

Quanto ao Brasil, só pra não passar batido: o time fez na Coréia do Sul sua pior campanha na história do Mundial Sub-17, caindo nas oitavas-de-final. Curioso é que o desempenho da seleção foi à base de extremos. Duas goleadas históricas, contra Nova Zelândia e Coréia do Norte nas primeiras partidas; e nas duas últimas, atuações pífias e derrotas contra Inglaterra e Gana. Lulinha, principal estrela do time, jogou muito mal.

No meu Futebase faço uma cobertura mais detalhada da competição.

Vai começar a Champions League 07/08

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Com atraso, posto os grupos da Liga dos Campeões da Europa.
Vai começar a temporada de ódio mortal ao futebol italiano neste blogue!
Quem aposta no campeão?

Grupo A
Liverpool
Porto
Marseille
Besiktas

Grupo B
Chelsea
Valencia
Schalke 04
Rosenborg

Grupo C
Real Madrid
Werder Bremen
Lazio
Olympiacos

Grupo D
Milan
Banfica
Shakhtar Donetsk
Celtic

Grupo E
Barcelona
Lyon
Stuttgart
Rangers

Grupo F
Manchester United
Roma
Sporting
Dynamo Kiev

Grupo G
Internazionale
PSV
CSKA
Fenerbahce

Grupo H
Arsenal
Sevilla
Slavia Praga
Steaua Bucareste

A primeira rodada, nos dias 18 e 19 de setembro, será a seguinte:



Dia 18









Marseille

x

Beşiktaş


Porto

x

Liverpool


Chelsea

x

Rosenborg


Schalke

x

Valencia


Real Madrid

x

Bremen


Olympiacos

x

Lazio


Milan

x

Benfica


Shakhtar

x

Celtic


Dia 19








Rangers x


Stuttgart


Barcelona x


Lyon


Roma x


Dynamo Kyiv


Sporting x


Man. United


PSV x


CSKA Moskva


Fenerbahçe x


Internazionale


Arsenal x


Sevilla

segunda-feira, setembro 03, 2007

Energia

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Continuando a série "há coisas mais importantes do que futebol", do post do Glauco abaixo.

Quem está interessado em crise energética, acordo de gás Brasil-Bolívia (origens), "desestatização" do setor de energia elétrica (no governo FHC), os riscos ou não de um novo apagão, a importância da Petrobras ainda hoje, a oposição histórica (ainda hoje, pois a história é longa) entre os ideários Getúlio Vargas x FHC (e Lula depois disso) etc, enfim, quem tiver interesse no tema leia o dossiê "Energia – o espectro liberal", na revista CartaCapital desta semana, 5 de setembro (n° 460). Vale (do Rio Doce) a pena. Com o perdão do trocadalho.

O exemplo do Liverpool

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Ontem, antes do clássico entre Santos e Corinthians, 500 torcedores rivais brigaram em frente ao Emilio Ribas, próximo ao Pacaembu. Após a partida, nova confusão. Sobrou até para o santista Mano Brown, que tentou apartar o conflito e acabou preso. Desfeito o "engano", foi liberado. Nada incomum, infelizmente no futebol brasileiro, e o público de onze mil pessoas deixa claro o efeito que isso tem em quem quer ir torcer mas não pretende arriscar acabar apanhando.
Introdução feita, na Inglaterra, país dos famosos hooligans que, depois de um trabalho sério do Poder Público local dão muito menos trabalho que qualquer organizada tupiniquim atualmente, vem um exemplo comovente de integração de equipes rivais. A parceira Bia está em Liverpool e foi assistir a partida entre o time dos Beatles e o Toulose, para decidir quem iria para a fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa.

Mas a cidade ainda estava em choque. Na quarta-feira passada, dia 22, Rhys Jones, de 11 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça enquanto jogava bola, no estacionamento de um pub em Liverpool. Provavelmente, mais um crime de gangues juvenis que estão ganhando corpo em alguns lugares da Europa.

Ao centro, a mãe de Jones ao lado do pai e do irmão do garoto






O garoto era torcedor do Everton, maior rival do Liverpool, e tinha ingressos para todas as partidas do time na temporada. Isso não impediu que o menino fosse homenageado pelo clube rival no jogo contra o Toulose. Bia descreve assim a homenagem:

No jogo contra o Toulouse, da França, que valia vaga para a fase de grupos da Liga dos Campeões, o Ainfield recebeu os pais e o irmão de Rhys. O azul da camisa do Everton contrastava com o vermelho das 43 mil pessoas que lotavam o estádio. A princípio, os dirigentes estavam com receio de que os torcedores do Liverpool não recebessem bem aqueles três “rivais”.

Mas a recepção foi melhor do que todos ali poderiam imaginar. A começar pelo profundo e respeitoso silêncio que tomou conta do estádio enquanto os auto-falantes tocavam Johnny Todd, hino da torcida do Everton. Traduzindo para o futebol brasileiro, é a mesma coisa que os palmeirenses respeitarem e aplaudirem a execução de “Corinthians minha vida”, em pleno Palestra Itália, onde os torcedores chiam até com o preto e branco no banner do patrocinador. Os torcedores do Liverpool, que também não admitem a cor azul em Ainfield, tiveram essa atitude e, em seguida, dedicaram o próprio hino, “You’ll never walk alone”, para o menino.

Foi a cena mais bonita que presenciei em um estádio de futebol. É fato que, se a cada rodada, fossemos homenagear as mortes estúpidas que acontecem no Brasil, seriam horas, não minutos de silêncio. E um silêncio que não seria respeitado. Afinal, respeito é uma palavra que passa longe do futebol brasileiro, onde o hino nacional é vaiado e jogador precisa ir a um programa de televisão dizer que é macho.

O comportamento dos torcedores do Liverpool foi tão sensacional que, ao final da partida, apesar da goleada por 4x0, a barulhenta torcida do Toulouse cantou e aplaudiu o nome do Liverpool. Na saída do gramado, a mãe de Rhys declarou que o menino deve ter aberto um sorriso ao saber que foi o motivo da execução de Johnny Todd na casa do maior rival.

Mas muito mais do que o feito histórico, Rhys fez os ingleses provarem que ainda há pessoas que cultivam valores mais importantes do que o inexplicável, louco e, muitas vezes, violento, amor por um clube de futebol. Nem tudo está perdido!

Sim, há coisas mais importantes que o futebol. E são muitas.

Leia o post completo da Bia.

E o salto quebrou ou Chupa que a cana é doce

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Quem me conhece sabe que não sou de tripudiar (muito), mas a soberba de alguns santistas antes do clássico (sim, Edu, é um clássico) pediram resposta agressiva. O time “despedaçado” do Corinthians, uma verdadeira draga, venceu o belo e completo elenco santista, inclusive com Rodrigo Souto, que era dúvida.

As ausências dos desfalques Gustavo Nery e Rosinei, e dos inexistentes Fábio Ferreira e Kadu não foi sentida pelo Timão, e o valente Betão e o experiente Vampeta foram suficientes para ganhar do Santos. O eterno S.C. Corinthians Paulista mostrou ao “soberbo adversário quem é o freguês no confronto”, nas palavras de Ricardo, do parceiro Retrospecto Corintiano, que também dá as estatísticas completas da história de confrontos entre os dois clubes:

Retrospecto geral: 288 jogos, 116 vitórias, 82 empates, 90 derrotas, 534 gols pró, 451 gols contra.
Campeonato Brasileiro: 40 jogos, 13 vitórias, 13 empates, 14 derrotas, 49 gols pró, 53 gols contra.

domingo, setembro 02, 2007

Vira três, acaba seis

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Acordei no sábado, dia 1º, com uma puta ressaca (pra variar). Tava calor e bebi dois litros de água antes de ir pra lan house trabalhar (pra variar). Tudo o que eu queria, depois disso, eram dois metros na horizontal e silêncio absoluto, pra ver se a maresia passava. Mas, ao tomar o rumo de casa, lá pelas quatro da tarde, me bateu um pressentimento estranho de que eu tinha que ir ao Morumbi.
Quem me conhece sabe que não gosto de ir a estádio e, além do mais, estou quase sempre com preguiça ou ressaca e - principal - sem grana. Mas acontece que eu tinha recebido salário. E estava com esse pressentimento irritante...
É claro que o São Paulo era favorito, mas o Paraná tinha empatado com o Cruzeiro e nada prenunciava um jogo fácil. Na última vez que tinha ido ao Morumbi, levar minha filha mais velha pela primeira vez a um estádio, amarguei um angustiante zero a zero contra o Flamengo. Por isso, desconfiei do pressentimento. Mas fui.
Fui pra lá em cima da hora, tipo15 pras 6, e tive de acatar os R$ 40 que o cambista me levou por um lugar nas cativas (onde eu nunca tinha pisado). Assim que descolei um lugar, a bola rolou. O jogo estava disputado, lá e cá, até que o Aloísio - para calar minha bronca contra ele - matou uma bola no peito, tirou o adversário e meteu a bica: 1 a 0. Golaço.
Mas, além do camisa 14 estar inspirado, outras duas coisas me chamavam a atenção: Souza, Leandro e, principalmente, Dagoberto, estavam jogando muito bem. Foi Dagoberto quem desceu tocando pela diagonal para fazer 2 a 0 (outro golaço) e Souza quem enfileirou três paranistas e tocou com classe no canto, fazendo o terceiro (o golaço mais golaço do jogo). Se eu fosse o camisa 10, teria dedicado esse gol ao Vampeta.
No intervalo, o técnico do Paraná, Lori Sandri, disse à Rádio Record: "O Dagoberto está deitando e rolando". Não deu outra no segundo tempo: cruzamento da direita e segundo gol do camisa 25 (4 a 0). Eu já tava rouco e plenamente satisfeito. Mas veio mais. Aloísio, para calar minha boca de vez, apostou num lance perdido, invadiu a área e mandou outra bica: 5 a 0. Outro golaço.
Pra completar o dia, Leandro (que jogou muito bem) aproveitou rebote da trave e sacramentou a maior goleada que já presenciei dentro de um estádio. Foi o melhor pressentimento que já tive na vida. Não sei qual será o destino do meu time nesse campeonato. Mas essa partida, muito mais pelo que o time jogou do que pelo placar ou pela beleza dos gols, vai ficar na memória para sempre.
Quando deixei o Morumbi, já não havia o menor sinal de ressaca. Pude saborear o sanduíche de pernil com um latão de Skol estupidamente gelado. Vamo, São Paulo!

Crássico é crássico

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1) Para cumprir a despromessa de um post abaixo, e com a língua queimada, venho a vós.

Mas a vitória incontestável do Corinthians no Pacaembu ontem por 2 a 0 (pra mim uma das mais surpreendentes) se deveu:

a) ao primeiro tempo sonolento e ridículo do Santos. O gol quase espírita do Nilton foi simbólico: ao menosprezar a importância da formação da barreira na falta que originou o primeiro gol, o Fábio Costa acabou traído por subestimar o adversário, e veio a tomar um gol indefensável, mas que antes poderia ter sido pelo menos dificultado. Isso mostra a soberba do Santos como um todo, no clássico... Entrou achando que ganharia quando quisesse. Até a torcida achava;
b) o tal Felipe fez o jogo da vida dele, e a baliza do Corinthians estava "encantada";
c) o Corinthians de fato jogou com raça, e o Santos foi vencido pela mística raça corintiana.

2) Estatística
depois da vitória corintiana de 1° de setembro de 2007, a estatística do clássico Santos x Corinthians no século XXI passa a ser a seguinte:
12 vitórias do Santos (55%), 4 empates (18%) e 6 vitórias do Corinthians (27%).

Vem aí o "bloco da esquerda"

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PDT, PC do B, PSB, PRB, PMN e alguns outros partidos cujos nomes me fogem à memória lançam, nessa segunda, o "bloco da esquerda". A idéia das siglas é manter unidade de votações no Congresso e assim adquirir um bom prestígio - o bloco só ficaria aquém de PT e PMDB em número de congressistas.

O "esquerda" no nome não ajuda a entender para que lado penderá o bloco. Sua composição é muito heterogênea. Estão ali o PC do B, fiel escudeiro do PT há décadas, o PSB, de apoio ao governo federal, mas com muitos integrantes anti-Lula (São Bernardo que o diga) e o PDT - que, apesar de ter fechado consenso com o PT no início do ano, não dá para ser chamado de "aliado" com todas as letras.

Três figuras desses partidos mencionados, que deverão estar na cerimônia de lançamento do bloco, expressam bem essa heterogeneidade. Ciro Gomes (PSB) foi ministro de Lula, defende o barbudo no Congresso e é tido como nome certo para a corrida presidencial, caso o PT abra mão de indicar um nome. Do lado do PC do B, a deputada - gatinha e injustamente esquecida na eleição das musas da política - Manuela D'Ávila acena concorrer à prefeitura de Porto Alegre no ano que vem e sugere um racha com o PT, que pensa em indicar Maria do Rosário para o posto. E o PDT terá como expoente o deputado Paulo Pereira da Silva, o famigerado Paulinho da Força, crítico ferrenho do governo federal e ex-aliado de Mário Covas.

Aliás, o local da cerimônia do lançamento do bloco sugere a influência de Paulinho: será o Palácio do Trabalhador, sede da Força Sindical.

A impressão que dá é que esse bloco quer angariar força para mostrar ao PT que uma coligação para 2010 seria mais do que uma estratégia - seria sim uma necessidade de sobrevivência. Mas eu, sinceramente, não consigo prever quais serão as consequências dessa aliança. Alguém arrisca?

sábado, setembro 01, 2007

Thereza Collor é a musa da política, segundo internautas

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A enquete do Futepoca dispensa segundo turno. Com 52% dos visitantes, Thereza Collor foi escolhida como musa da política.

Sem base amostral, o levantamento tem valor científico correlato ao valor financeiro de promessa de manguaça pagar a conta no fechar de portas de um boteco qualquer.

Foram 430 votos, a maior votação da história republicana do blogue. A segunda colocada foi Monica Veloso, com 20%, seguida por Camila Amaral (12%) e Lilian Ramos (6%).

Analistas consultados em mesa de bar consideram que a reação na reta final da votação dos adeptos da musa da era Itamar Franco teria relação com uma mobilização de última hora promovida pelo ex-presidente com objetivos nebulosos. Não houve concordância sobre os motivos da intervenção.

Tânia Derveaux, a candidata de partido de protesto holandesa, e a chilena Cecilia Bolocco foram lanternas da enquete, com 5% e 3%, mostrando que os internautas são nacionalistas quando o assunto é "musa da República". Mostraram ainda ter mais conhecimento sobre os limites e fronteiras do Brasil do que o autor da enquete.

sexta-feira, agosto 31, 2007

Clássico não é clássico

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Eduardo Metroviche (Maldonado)
Vamos mudar de clássico, que o da última quarta-feira já deu bastante pano pra manga. Nem precisa falar do clichê, mas acho que, se o Santos não bater o Corinthians “despedaçado” (como diz matéria do Uol) neste domingo no Pacaembu, realmente vou postar algo logo após o jogo intitulado “O futebol é uma caixinha de surpresas” ou “crássico é crássico”.

Como se não bastasse a draga, o Timão (sic) perdeu para o clássico Gustavo Nery, Rosinei, Fábio Ferreira e Kadu. Francamente, acho que os dois primeiros são desfalques, mas os dois últimos quem são? Quem são? Parece que o experiente volante Ricardinho pode ficar fora. Quer dizer, quem vai jogar pelo ex-S.C. Corinthians Paulista? “Em compensação”, dizem os
sites, voltam o valente Betão e o jovem Vampeta.

Photocamera (Finazi)
Bom, e o Santos, salvo engano, deve jogar com o time completo, a não ser talvez Rodrigo Souto, com Fábio Costa; Baiano, Marcelo, Domingos e Kléber; Maldonado, Adriano, Petkovic e Pedrinho; Marcos Aurélio e Kléber Pereira.

Estatística

Antes do último Santos x Corinthians, postei um texto com a estatística desde 2002 (tendo como ponto de partida a era Robinho), no que fui contestado pelo curintiano Nivaldo (que, aliás, anda meio calado ultimamente). Então vai a estatística do clássico no século XXI (com a ajuda da memória impressionante do companheiro Olavo relativamente a 2001). Certo, mano?

É o seguinte: foram 21 jogos no século, desconsiderando (dando de bandeja) aqueles 4 a 2 que o Luiz Sveiter descontou da conta em 2005. A conta é de 12 vitórias do Santos (57%), 4 empates (19%) e 5 vitórias do Corinthians (24%). Quer dizer, freguesia pura. Até porque, desde 2002 (era Robinho), foram duas vitórias apenas do Timão (sic), sendo que uma foi o jogo que o Luiz Sveiter inventou (2 a 3 na Vila, e ainda com um pênalti inexistente).

Até domingo.

Substituição: sai Monica Veloso, entra Bárbara Paz

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Deu no blogue parceiro do Rovai.

A edição da Playboy com Monica Veloso (candidata a musa da política) na capa foi adiada não porque faltou tempo para diagramar ou aprontar os detalhes finais. O motivo, segundo ele, foi prudência jurídica.

Escreve:

Com o crescimento das assinaturas para a criação da CPI da Abril-Telefônica no Congresso, um dos advogados da empresa dos Civita alertou que a publicação das fotos nuas da principal testemunha do caso Renan numa revista do grupo poderia trazer prejuízos ao processo. Afinal, a empresa dos Civita estaria contratando e pagando caro por um trabalho dessa testemunha. Civita teria ordenado pessoalmente a suspensão da publicação das fotos da moça. Foi nessa hora que o ensaio de Bárbara Paz, que estava engavetado, foi editado às pressas para ser o destaque do mês.
E se o leitor está ansioso para ver as fotos da moça de Brasília, há quem diga que este é que vai esquentar as gavetas da redação.
Em outras palavras: fica feio sustentar uma capa contra um adversário político quando a fonte da informação consta da sua folha de pagamento com parrudos cachês.


Bárbara ou Monica? Supla ou Renan?

Até a mídia sãopaulina reconhece apito amigo tricolor

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Está ficando cada vez mais difícil esconder a verdade. Mesmo a dócil mídia sãopaulina, conservadora (e golpista), agora se rendeu à evidência dos fatos. Enquanto times como Fluminense, Botafogo, Atlético (PR) sofrem com erros terríveis de arbitragem, parece que o São Paulo não foi bafejado pela mesma falta de sorte nesse Brasileirão. Quem diz isso são os próprios atletas tricolores.

O Estado de S.Paulo de ontem traz uma reportagem com o seguinte título: "São Paulo não tem nada a reclamar da arbitragem no Brasileirão". Não tem como ter. Na verdade, pelo menos três erros absurdos em dois jogos favoreceram o Tricolor do Morumbi. O pênalti inexistente marcado a seu favor na partida contra o Paraná e o gol mal anulado da equipe da Vila Capanema. Em outra peleja, contra o Inter, mais um pênalti que não aconteceu. De novo, falha estapafúrdia do árbitro.

Nas duas últimas partidas, some-se a expulsão do jogador do Náutico que tomou o segundo amarelo por conta de um empurra-empurra dos mais banais e o gol legítimo do Palmeiras que foi anulado na última quarta-feira. De fato, lances difíceis, ao contrário dos vergonhosos erros citados acima. Mas fica a questão: por que, sempre, em dúvida, pro-São Paulo?

Rojas reloaded?

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Os mal falados DVDs vão dar muito pano para manga.

O goleiro reserva do São Paulo, Bosco, foi flagrado por câmeras de vídeo apresentando, com as mãos na cabeça, uma pilha ao árbitro carioca Djalma José Beltrami Teixeira. O problema foi onde estava a pilha antes de ser apresentada: no chão, muito longe do capacete do camisa 12 tricolor. O Lance! em sua página na internet traz as imagens. É de uma desfassatez impressionante.

O problema é que o mesmo goleiro acusou torcedores palmeirense de agressão depois do jogo, mostrando a canela com cortes após conflito. Coisa de uns 15 ou 20 contra ele e o Breno.

Suposto conflito, diga-se, porque o sujeito mostra-se de extrema má-fé, que lembra o ex-goleiro chileno e ex-preparador de goleiros e técnico Roberto Rojas, aquele que cortou a própria sobrancelha com uma lâmina no Maracanã. No dia 3 de setembro de 1989, há 18 anos, um foguete disparado por
Rosenery Mello do Nascimento Barcelos da Silva caiu no gramado, a cinco metros do arqueiro chileno, que simulou um acidente. Tudo para escapar da seleção de Sebastião Lazzaroni.

"Não faz parte da minha pessoa fazer provocação", declarou Bosco ao ser entrevistado por jornalistas depois da suposta agressão, antes da divulgação do vídeo que mostra ele comemorando em campo aos gritos para a torcida.

Defensor dos catimbeiros e provocadores do gramado, não condeno quem o faz. Condeno quem leva a coisa para muito além dos limites do mau-caratismo.

É possível que ele tenha sofrido realmente a tal agressão ao ir para o ônibus, mas a conduta do rapaz abre precedente para a diretoria verde processar o atleta.

Isso sem falar do gol de Max irregularmente anulado, como mostra o "tira-teima" do parceiro Observatório Verde. Mas o apito amigo pró-São Paulo já é regra e dispensa comentários.

quinta-feira, agosto 30, 2007

Não é – ou: sorte e azar

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Pois é, aproveito a brecha deixada pelo companheiro no post abaixo. Temo que a derrota de ontem do Palmeiras para o São Paulo por 1 a 0 (embora marcada pelo azar que paira sobre o estádio do Parque Antarctica) tenha sido bastante pesada – e talvez fatal – para a sorte do alviverde no restante do campeonato. O próximo jogo do Palestra é contra o Cruzeiro no Mineirão: tarefa ingrata. Ou queimarei a língua? Já o São Paulo deve continuar ganhando, já que pega o Paraná no Morumbi no sábado.

Não vi o clássico paulista, só ouvi mais ou menos, no velho e bom rádio (na Globo AM, 1.100 khz, com o Oscar Ulisses), enquanto assistia à derrota inexplicável do basquete masculino para a Argentina e, às vezes zapeando, via os gols do Atlético/MG contra o despencadente Corinthians.

E vi os melhores momentos. Parece que foi um jogo bom. O São Paulo se valeu da objetividade (traduzida no golaço do Jorge Wagner), de sua defesa impressionante e do azar do Palmeiras em perder Valdívia, que jogava bem. Azar que habita o Parque Antarctica faz tempo.

Pergunta que não quer calar: e o Robério de Ogum? Vem ou não vem?

Todas as musas da política

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O mundo da política mexe com o poder (lê-se "pudê") o que atrai a sanha de muita gente. Mas o que chama a atenção são as musas, as moças não necessariamente tão moças (em termos etários) que, por atributos físicos, ganham destaque. Seja na capa de revistas masculinas, seja nas de fofoca, elas aparecem.

A última, Mônica Veloso, é jornalista e teve uma filha há três anos com o atual presidente do Senado, Renan Calheiros. Ela declarou, parafraseando o poeta em entrevista à Folha de S.Paulo, que "amou demais". Segue a média das apresentadoras e repórteres de televisão que mostram o rosto na telinha. Apesar de algumas manifestações masculinas que não a consideram tão bela, sem dúvida que, com ou sem os três quilos perdidos para a seção de fotos de JR Duran, ela se encaixa no padrão da Playboy. A reportagem não apurou quantas horas de Photoshop foram demandadas.

Antes disso, a última capa da revista com beldades extraídas do mundo da política foi Camila Amaral, até 2005 assessora de imprensa da senadora Ideli Salvati (PT-SC). Descoberta pela Veja, da mesma editora Abril, em julho daquele ano, ela foi capa em setembro. O título: "Musa da CPI".

Ela roubou o posto de outra protagonista da crise. Com ar de femme fatale, mas sem dotes de atrizes bonitonas, Fernanda Karina Somaggio era a dona da agenda de Marcos Valério, mantida estrategicamente na gaveta. Ela chegou a promover o atentado de posar de graça para a Revista da Folha em trajes e poses pseudo-sensuais.

Diana Buani, esposa de Sebastião Buani, dono do restaurante que teria pago propina ao então presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP), também foi escolhida por muito admirador de seres humanos portadores de cromossomos XX como a bonitona da vez.

Em outras épocas, a situação foi pior. A revista Caros Amigos escreveu, e muito esquerdinha adorou, sobre o filho do então presidente Fernando Henrique Cardoso com a jornalista Miriam Dutra. A repórter teria tido um filho com o então senador, em 1991, e, para evitar problemas, foi mandada para fora do país. Mas não há fotos da moça na internet, assim como não havia em 2000, quando a reportagem foi publicada.

Itamar Franco conviveu com a modelo e atriz Lilian Ramos, cuja genitália só não foi estampada nas capas de jornal, porque uma faixa preta a escondeu. De mãos dadas a um presidente da República de Juiz de Fora com olhar inebriado, ela foi promovida a musa marginalizada. A moça tem página na internet até hoje, em três idiomas, cheia de fotos.

Na era pré-impeachment, Thereza Collor foi a musa da crise que levou ao processo de cassação do então presidente Fernando Collor. A esposa de Pedro Collor, cujo depoimento foi fundamental para pôr fogo na crise, ganhou capas e holofotes.

Zélia Cardoso de Melo só foi musa para Ibrahim Eris e Bernardo Cabral. Que discordem seus fãs.

No mundo
Os argentinos conviveram com a ex-mulher do ex-presidente e ex-presidiário Carlos Menem, el turco. A chilena ex-miss universo Cecilia Boloco permaneceu no posto até ser flagrada fazendo topless com outro.


Não é só a Lilian Ramos que quis mostrar mais (foto da direita)

Já a candidata ao Senado da Bélgica Tania Derveaux, pelo partido de protesto NEE (sigla que também quer dizer "Não"), prometeu a prática de sexo oral para cada eleitor que se registrasse no site. Dizer que ela aparecia vestida de anjo seria uma imprecisão inaceitável, vide as fotos.



Se esses exemplos mostram uma suposta qualidade estética das musas pelo mundo, há exemplos menos felizes para os voyeurs de plantão, como Monica Lewinsky ou a Paula Jones. Não entram imagens das moças por pura preguiça de fazer mais essa busca na internet.

Vote ao lado na enquete para escolher a sua preferida.

quarta-feira, agosto 29, 2007

É ou não é

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O pano de fundo para o clássico de meio de semana é o palco. Às 21h30, o Palestra Itália está escalado como local da partida entre Palmeiras e São Paulo. O estádio é acusado por Rogério Ceni, arqueiro tricolor, de não ter segurança.

O diretor alvi-verde Gilberto Cipullo repeliu as acusações, disse ter se reunido com o Ministério Público e o comando da Polícia Militar, mandou fechar a portaria da avenida Francisco Matarazzo e considerou que o são-paulino está incitando a violência.

A Folha de S.Paulo destaca que a PM torce pelo frio e recomenda "disfarce" para ir ao jogo e evitar os brigões. O Agora, do mesmo grupo, também põe Rogério na manchete, mas para destacar que a disputa de guardião das traves é brava com Diego Cavalieri em fase de beatificação. O Estado de S.Paulo também fala dos goleiros, mas solta na manchete do caderno o título dúbio: "Palmeiras tenta acirrar a briga". Maldade minha: estão falando da tabela do brasileiro.

À questã:
A preocupação dos policiais é com a região nas proximidades do estádio. Encrustrado na divisa da Pompéia com Perdizes, os torcedores chegam e saem do Parque Antártica por muitas ruas de bairro e não avenidas, o que permite confrontos nas várias esquinas dificilmente policiadas como um todo.

É claro que a PM tem medo de clássico e também faz exigências aos outros estádios. No caso do desta noite, fez o número de ingressos ser restrito a 20 mil, dos quais 2 mil são para tricolores. É menos do que seria no Morumbi, claro.

Mas o estádio do Jardim Leonor, também conhecido como Bambineira, é do São Paulo. O direito de mandar os jogos em casa é de todos os clubes, santistas que o digam. A diretoria tricolor adora fazer de conta que seu estádio é neutro, mas não é.

Mas, se depois de várias reuniões e exigências cumpridas a PM bancou, o problema é dela e não da diretoria palmeirense. Além disso, se a preocupação é com violência, para que fazer um clássico no meio de semana?

Por morar a seis quadras do Palestra, já estou vestindo azul por desencargo (até porque, a verde tá no varal depois de domingo). Faria o mesmo se morasse em qualquer corredor de escoamento de torcedores do Morumbi ou do Pacaembu.

terça-feira, agosto 28, 2007

A Lusa e o médium

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Uma matéria publicada na edição de hoje do Jornal da Tarde explica, timtim por timtim, como a Lusa escapou da queda para a Série C no Campeonato Brasileiro do ano passado e a subida para a primeira divisão no Campeonato Paulista.

O milagre da Portuguesa atende pelo nome de Robério de Ogum, o mito, médium há 40 anos, e que ajudou o Corinthians a sair da histórica fila de 23 anos sem títulos, em 77 (fica na Lusa, Robério!). Trabalhou por 10 anos com Luxemburgo, coisa que o técnico almofadinha renega.

As funções de Robério na Lusa são múltiplas. Ele percebe o astral da equipe, informa o técnico Benazzi sobre os jogadores que não estão em uma boa fase "espiritual", é assessor da presidência e, por atributos mais terrenos, ajudou a Portuguesa a conseguir um novo patrocínio, que está em fase de negociação.

O presidente do time, Manoel da Lupa, e o técnico Benazzi, confirmaram à reportagem os serviços (filantrópicos, diga-se) prestados por Robério ao futebol patrício.

Confira os "melhores momentos" da entrevista:

"O clube vai dar uma virada na sua história. Tem enormes chances de subir (para a Série A do Brasileiro), ganhar um patrocínio forte e ter um time poderoso." - é nóis, Lusa!

"
Sou sensitivo e sei que o Corinthians e o Palmeiras estão com muitas almas atormentadas no Parque São Jorge e no Parque Antártica. Não vejo conquistas para esses clubes nos próximos anos" - notícia que muito agrada à maioria dos escribas deste blog

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E para você digo que são poucos os dias de paz de Dunga na Seleção. Ele não chega à Copa da África" - a campanha Fora Dunga ganha um reforço de peso

"
Nós (Luxembrurgo e eu) rompemos em 1998 e tudo mudou para ele. Vou contar porque rompemos: porque o (ex-auxiliar de Luxemburgo e hoje treinador) Oswaldo de Oliveira é uma pessoa do mal, invejosa, e eu quis que ele se afastasse, mas o Vanderlei não me ouviu" - fofoca da brava

Depois dessa entrevista bombástica, não hesito em dizer: "ei, ei, ei, Robério é nosso rei"

América caminha para ser o pior de todos os tempos

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Os frios números sugerem algo que a realidade deixa escancarado: o pobre América de Natal caminha para ser o pior time da história do Campeonato Brasileiro, ao menos em sua história recente.

Por "história recente" defino os Brasileirões de 1994 para cá, com exceção de 2000. Explico o recorte: nesses anos (repito que 2000 e a monstrenga João Havelange estão excluídos) o Brasileirão teve um regulamento que não incluía a bizarrice de aliar divisões inferiores na mesma competição, permitindo que times que deveriam estar na Série B brigassem pelo título máximo. E, com exceção de 1994, os regulamentos foram até que simples, chegando à simplicidade máxima dos pontos corridos de 2003 para cá.

Introdução feita, vamos aos dados. O pior time nesse período analisado foi o União São João de 1995. O simpático clube de Araras somou apenas 9 pontos em 23 jogos, num aproveitamento de 13,04%. Para se ter uma idéia da péssima campanha do clube, o vice-lanterna Paysandu, também rebaixado, fechou o campeonato com o dobro de pontos do União.

O União - vejam só! - é também o detentor da segunda pior campanha nesses campeonatos que analisei. Em 1997, o time teve apenas 20% de aproveitamento - fechou com 15 pontos em 25 jogos, e o time imediatamente acima (o Fluminense) esteve com 22.

O América-RN tem, no Brasileirão atual, 16,67% de aproveitamento. Mais que o União de 1995, menos que o União de 1997. Receberia uma medalha de prata se o Campeonato acabasse hoje. Mas, do jeito que estão as coisas, não seria uma grande surpresa se o desempenho do clube o colocasse como o anti-recordista histórico do Brasileirão. Temos que lembrar que o campeonato atual é mais longo, e há mais jogos para o América perder - ou até mesmo vencer e desenvolver uma recuperação histórica.

Como curiosidade, o aproveitamento dos lanternas do Brasileirão entre 1994 e 2006, excetuando 2000:

1994 - Náutico - 20,83%
1995 - União São João - 13,04%
1996 - Bragantino* - 30,15%
1997 - União São João - 20,00%
1998 - América-RN - 21,74%
1999 - Sport* - 26,98%
2001 - Sport - 23,45%
2002 - Botafogo - 33,33%
2003 - Bahia - 33,33%
2004 - Grêmio - 28,26%
2005 - Brasiliense - 32,53%
2006 - Santa Cruz - 24,56%

Os times marcados com * não foram rebaixados

Metáfora contra o racismo

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Se o esporte é metáfora da vida (e pra mim é), a seleção de basquete dos Estados Unidos é uma apologia contra o racismo. Mesmo com sono, e com quase nada a beber (só resta meia cerveja), não consigo desligar a televisão, que mostra o jogo Estados Unidos x México pelo pré-olímpico. É um deleite.

Os caras não só são covardemente superiores a todos, como ainda aliam a raça ao seu jogo espetacular. Me desculpem tantos adjetivos.

Vi a derrota do Brasil para Porto Rico e fiquei com vergonha, o time brasileiro foi pusilânime, medíocre, sem vontade. Numa palavra, sem vergonha: sem nenhuma paixão. Contra o México, que, mesmo perdendo, fez um jogo valente contra os EUA, o Brasil não tem chance se jogar o que jogou contra Porto Rico.

Fechado o parênteses: além de tudo, a seleção de basquete dos EUA são a encarnação de um paradoxo: motivo de orgulho nacional, a seleção norte-americana só é o que é porque é formada por negros oriundos das universidades e dos becos onde são reis. O atual símbolo maior, Kobe Bryant (do Lakers, na foto), é encarado como um mito por pretos, brancos, vermelhos e amarelos num país muito mais dividido racialmente do que o nosso Brasil. Isso não é pouco.

segunda-feira, agosto 27, 2007

Sofá “horroroso” não entra no ensaio da Playboy

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Ao que parece, o Futepoca já está influenciando inclusive as decisões a sete chaves tomadas dentro da editora Abril.

Depois do post sobre o vazamento das fotos da Mônica Veloso e da indignação com o “horrroso” sofá (como disse Thalita num comentário àquele texto) em que a moça se recostou para o ensaio, a coluna da Mônica Bergamo de hoje esclareceu que “o polêmico sofá quadriculado, azul e branco, onde Mônica Veloso, a mãe da filha de Renan Calheiros, aparece nua não faz parte do cenário do ensaio que a Playboy publica em outubro. Ela fez poucas fotos no móvel, que não serão incluídas na revista”, informou a colunista. Ah, bom.

Nova campanha: "VOLTA, NELSINHO!"

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Depois do movimento cívico "Fica, Dualib!" (substituído imediatamente pelo "Fica, palmeirense Orsi!"), venho aqui lançar mais uma campanha em prol dos corintianos: "VOLTA, NELSINHO BATISTA!". Deixa de cu doce, larga logo essa Ponte Preta e retorna ao clube que tem a sua cara - e vocação: a segunda divisão! Volta, que os santistas vão contar os dias para devolver os 7 no Pacaembu! Não perca tempo: "VOLTA PRO CURÍNTIA, NELSINHO!".

Ps.: Tem até música para a campanha "VOLTA, NELSINHO!", para ser cantada em cima do hino do Curíntia:

Volta, Nelsinho!
Que você é da Gaviões
Eternamente
És a pior das opções

Volta, Nelsinho!
De vexame e derrotas mil
Foi quem levou
Mais goleadas no Brasil

Tua defesa é uma peneira
Teu ataque, negação
Quando não é retranqueiro
Fica com a calça na mão

Nelsinho, avante!
Não tem mais jeito
És do Curíntia
O treinador mais que perfeito

Doria Jr. na Veja

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Fiquei num impasse de escrever a sério sobre a entrvista de João Dória Junior na edição de Veja (para assinantes) desta semana.

Mas a entrevista de um dos criadores do "movimento" "cívico" "Cansei" – escrito assim, com aspas independentes, para acentuar a "ironia democrática" deste autor – é de um autismo impressionante.

Abre-se com a pérola de Thaís Oyama: "João Doria Jr. não bebe, não fuma, não fala palavrão e, graças ao apreço que tem pelos detalhes – e ao gel, que usa desde os 9 anos de idade –, jamais foi visto em público com um fio de cabelo fora do lugar." Isso o torna "um dínamo do meio empresarial". Consulta informal e sem base científica de amostragem indica que nenhum dos autores do Futepoca usa gel no cabelo.

Ele começa defendendo o peixe dele embora se possa discordar, dizendo que o "Cansei" foi mal-interpretado por incompreensão, intolerância e porque os intelectuais são monopolistas e não estão acostumados ao contexto democrático em que outras pessoas se manifestam. Ele lamentou que não tenha surgido nenhum movimento da sociedade civil nos últimos seis anos sem dizer qual foi o último.

Mas aí ele vem com uma teoria de que o sucesso é criticado no país, numa alusão a uma suposta conclusão de Tom Jobim. "
Penso que há um pouco esse comportamento atávico por parte da sociedade brasileira: o de achar que uma pessoa que faz sucesso não merece esse sucesso e tentar explicá-lo por meio de outras razões que não aquelas fundamentadas no trabalho, na dedicação e no esforço".

Em suma, o que ele quer dizer está na pergunta:
"Quer dizer que se você é pobre pode se manifestar, mas se pertence à classe média ou usufrui um padrão alto de vida não tem o direito de se expressar?"

Que grotesco.

A exemplo do que fazem observatórios de imprensa norte-americanos, produzi, em 2003, um estudo sobre as fontes de informação nas revistas semanais. Eram os 100 primeiros dias do governo do barbudo sindicalista retirante, então um monte de sindicalistas e ativistas eram entrevistados como personagens, para contar causos dos companheiros deles que estavam agora no pudê (lê-se "poder"). Ainda assim, a desproporção era assustadora: 5% eram sindicalistas ou ativistas sociais. Empresários e a elite política – incluindo os à época novos membros do executivo que definitivamente ganham bem – eram os mais entrevistados. Somados a
consultores de bancos ou empresas, chegavam a dois terços dos entrevistados. Negros foram 3% das fontes. Isso não é um retrato da sociedade, mas da visão das quatro semanais noticiosas brasileiras sobre o mundo: entra na pauta o que interessa e fala sobre ela quem tem "relevância", ou seja, poder de decisão e interferência. Nenhuma angústia enrustida se constata na cobertura da mídia contra os "bem-sucedidos", ao contrário.

O assustador é que Dória Jr. realmente se diz discriminado por não terem ouvido o que o "Cansei" tem a dizer. Compara-se ao pobre de pés descalços que é discriminado, diz que prefere a companhia de cães a ladrões.

Em outras palavras, falaram sobre o "Cansei" mas não a suas propostas? Não é esse o caso, porque o movimento deixou as propostas para um segundo momento, nas palavras do próprio Dória Jr.

Se não tivesse empresários e celebridades no movimento, haveria cobertura?

Quanta discriminação!

Até agora, tudo o que há de proposta é não ser golpista, característica repetida em todos os manifestos disponíveis na página do "Cansei".

A hora da verdade pro time do Caio Jr

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Dos times grandes de SP, só o Corinthians continua um barco à deriva, e nuvens negras voltam a aparecer, vistas da popa e da proa.

O destaque da 21ª rodada do Brasileirão é o Palmeiras, com palmas ao goleiro Diego Cavalieri. Fala sério, o time tinha quer dar o bicho pro cara nos 2 a 1 contra o Figueirense.

O clube teve paciência e não demitiu Caio Jr., também conhecido como Harry Potter, nos momentos de dificuldades como em algumas derrotas inexplicáveis no Parque Antarctica. E colhe os frutos agora, com um futebol competitivo. E ainda tem contado com a sorte. Impressionante.
O time alviverde também deve bastante ao zagueiro Gustavo, uma muralha nas vitórias fora de casa.

O Valdívia, nenhuma defesa tem paz com ele em campo. O meio-de-campo morde, com Wendel e Makelelê. Edmundo é um tipo vinho velho. Enfim, o Palmeiras dá trabalho. Mas a tabela do Palmeiras é ingrata nas próximas rodadas: São Paulo (no Palestra?), Cruzeiro (em BH) e Botafogo (no Rio). É a hora da verdade pro time do Harry Potter.

****************

O Santos fez a sua parte ganhando do virtualmente rebaixado América de Natal. Nem dá pra falar dos 4 x 1, porque o América é muito ruim. O que dá pra falar é que o Santos já está em sexto lugar, rumo ao quinto e ao quarto, e que o elenco é forte.

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Com os 5 a 0 no Naútico, o São Paulo segue a rotina de vitórias esperadas. Na próxima quarta, 29, tem Palmeiras x São Paulo. Cruzeirenses, botafoguenses, vascaínos, santistas e gremistas (pela ordem de classificação) torcem por um empate nesse clássico. Consultei os oráculos, e eles me revelaram que o São Paulo não ganhará esse jogo.

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E o Corinthians, depois dos 3 a 0 que tomou do Cruzeiro no Pacembu, volta a beirar a segunda divisão. Depois de recuperação recente (vitórias contra Grêmio no Pacaembu e Botafogo no Maracanã), o Timão empatou com o Juventude (fora) e perdeu da Raposa em casa. O próximo desafio do Curíntia é o Atlético/MG em Belo Horizonte. Um jogo de seis pontos pela fuga da degola.

domingo, agosto 26, 2007

Depois imprensa marrom são os blogs...

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Contumazes pegadores de pé da imprensa esportiva, esse blog volta à sua tarefa republicana de encher o saco e também agregando a tarefa de combate à homofobia. Alguém sabe quem é o homem mais rápido do mundo? Provavelmente pouqíssimos leitores daqui ou de alhures. Mas, o portal Globo.com (diga-se, o melhor na internet em jornalismo esportivo) resolveu fazer uma manchetezinha dúbia para chamar leitura e confundir o leitor. Anunciou assim o portal a vitória de um atleta norte-americano no Mundial de atletismo nos 100 metros rasos.



"Gay é homem mais rápido do mundo"



O truque, piada ou seja o que for, vem do fato do nome do vitorioso ser Tyson Gay. Bela sacada, né? Extremamente jornalística...

sexta-feira, agosto 24, 2007

Kléberson é do Peixe

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Segundo a advogada-mor Gislaine Nunes, o meio campista Kléberson recebeu aval da FIFA e já está livre de seu agora ex-time grego, o Besiktas, e já pode assinar com o Santos. Se a informação se confirmar, o campeão do mundo em 2002 pode estrear contra o Corinthians, dia 2 de setembro, domingo.

Não sei se Maldonado (pra mim o ponto de equilíbrio do Santos), Kléber (atualmente o melhor do elenco) e sabe-se lá quem mais vão sair. Supondo que pelo menos os citados saiam, pois em futebol otimismo demais é arriscado, acho que o time vai mesmo assim ficar com um meio de campo respeitável, com Rodrigo Souto, Kléberson e Petkovic, que, contra o Sport, fez uma partida pra mim surpreendentemente boa.

A entrada de Baiano na lateral em lugar do fraco Alessandro deu personalidade ao setor direito do time, defensiva e ofensivamente, e a vinda de Kléber Pereira, que tem feito perto de um gol por jogo, fazendo finalmente a gente esquecer Deivid, dão ao Santos uma qualidade preocupante aos adversários. Agora, imaginem se Nilmar vier e Kléber e Maldonado ficarem até o fim do ano. Aí não tem pra ninguém.

PS: apenas uma editadazinha pra dizer que, como a FIFA liberou mas multou o Kléberson, se tudo der errado ele pode até não assinar. Mas seria muita zica. Otimismo demais é arriscado, e pessimismo demais faz mal...