Destaques

terça-feira, outubro 09, 2007

"Ninguém sabe o que pode ocorrer", vaticina advogado de blogue

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O advogado do Blog do Santinha, acusado de danos morais e à imagem de José Cavalcanti Neves Filho, ex-presidente do Santa Cruz e atual comandante da Futebol Brasil Associados (FBA), considera que há riscos de o blogue ter de retirar conteúdo ou até sair do ar, dependendo das decisões do juiz.

Ele apresenta a versão da página, de que o objetivo era o de qualquer outro blogue de torcedor: fazer do comentário esportivo um motivo de diversão, sempre com bom humor e ironia.

Araújo conta ainda que José Neves ficou conhecido na imprensa, principalmente local, por ser provocativo e bem humorado na hora de se referir aos adversários. Tomo a liberdade de compará-lo a um Roque Citadini do Corinthians ou ao Marco Aurélio Cunha, do São Paulo.

Diante dos problemas no Santa Cruz, que levaram o clube à série B em 2006, as críticas à diretoria foram recorrentes.

Futepoca – O texto do Blog do Santinha que anuncia a acusação por parte de José Cavalcanti Neves Filho, nega que ele tenha sido caluniado em artigo algum. Se é assim, por que motivos o dirigente ingressou com a ação? Ele chega a apontar algum episódio?
Paulo Sérgio Cavalcanti Araújo – O Blog do Santinha, como anunciou desde o seu primeiro artigo, é voltado para trazer para a internet "as dores, alegrias, sofrimentos, a euforia e, principalmente, o bom humor dos apaixonados torcedores do Santa Cruz Futebol Clube", jamais sendo criado para denegrir ou mesmo elogiar quem quer que seja.

O Blog do Santinha expressamente se posicionou contra a administração do clube em 2005/2006, de responsabilidade do grupo político apoiado por José Neves. Não fez disso seu intuito único, até por não ser do objetivo do Blog, mas, diante de um catastrófico ano de 2006, é claro que as críticas à gestão do clube foram recorrentes – e bom humor e ironia não faltaram.

O senhor José Neves apontou alguns artigos, textos e mesmo comentários de participantes do Blog como ofensivos. Entendeu que não teria havido problema de legalidade nas eleições de 2004 e de 2006 (daí não admitir sequer os questionamentos ocorridos no Blog). [Entendeu] que chamar de "ditadura" o regime aplicado por seu grupo político à frente do clube seria ofensivo. Tirou, lamentavelmente, inacreditáveis e inverossímeis conclusões de textos postados no Blog.

Todas as críticas foram sempre em face do senhor José Neves como dirigente do clube ou como participante do grupo político que ele apoiava. Jamais houve uma única crítica pessoal.

Futepoca – O Blog trabalha com a hipótese de retaliação política ou apenas tentativa de cerceamento de críticas?
Araújo – Toda figura pública é sujeita à exposição muito maior e, por conseguinte, a muito mais críticas. Daí não haver danos que poderiam ser considerados em um particular (e no caso específico, não houve qualquer ofensa a ele). Além disso, o senhor José Neves tem seu nome tão atrelado ao Santa Cruz, que até hoje é normal referir-se ao nome dele para se reportar a uma das muitas gestões apoiadas por ele. Por fim, o senhor José Neves tornou-se bastante conhecido no meio esportivo por conta de suas tiradas cômicas e irônicas em face dos adversários, não se entendendo como pode se sentir ofendido com críticas.

Futepoca – Qual será o trâmite da ação? Há risco de o Blog sair do ar ou ter de retirar algum texto ou comentário?
Araújo – Falta ainda Samarone Lima ser citado para apresentar defesa. Quando Samarone apresentar a contestação, deve haver uma audiência de tentativa de conciliação e, dependendo, outra para que as partes apresentem suas provas.

Futepoca – Há risco de o blogue sair do ar?
Araújo – O risco do Blog sair do ar ou ter de retirar algum texto ou comentário existe. Em qualquer momento processual, o senhor José Neves pode reiterar o pedido que já fez em sua peça inicial e pedir a desativação do Blog. Não que o juiz tenha de fazê-lo, mas se entender que é cabível, pode determinar qualquer coisa contra o Blog ou seus autores antes do fim da ação (por exemplo: proibir de citar o nome, ainda que seja para elogiar, de José Neves, proibir de fazer referência a gestões passadas etc). Ninguém sabe o que pode ocorrer.

Dono do Bahamas quer ser prefeito de São Paulo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Agora, vai! Após sair da prisão graças a um habeas corpus no último dia 2, o empresário Oscar Maroni Filho (foto), dono da boate Bahamas, deve anunciar hoje sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo pelo PT do B. Embora oficialmente o partido diga que seu nome deva ser submetido à convenção, Maroni, acusado de favorecimento e exploração da prostituição, formação de quadrilha e tráfico de pessoas, pode fazer parte de uma chapa quente.

Pelo mesmo PT do B, devem sair candidatos a vereador Vicente Viscome, outro que saiu da prisão depois de sete anos, condenado pelo seu envolvimento com a máfia dos fiscais em São Paulo, e o paladino da ética Osmar Lins, vulgarmente conhecido como "Peroba neles!".

Tudo indica que a prefeitura de São Paulo vai ter ainda mais candidaturas, no mínimo, curiosas. O PHS, que faz parte do bloco de esquerda, anunciou sua intenção de lançar candidatos em todas as capitais e o nome mais forte em São Paulo é o da ex-tucana Zulaiê Cobra Ribeiro, ferrenha opositora do governo Lula. Caso o bloco saia com uma candidatura única, a sempre serena Zulaiê terá que disputar com Aldo Rebelo (PCdoB), Paulinho da Força (PDT) e Luiza Erundina (PSB).

E sem falar da Soninha, ex-PT e agora PPS, e que pode perder seu mandato de vereadora. Isso porque o seu ex-partido resolveu entrar na Justiça, respaldado na decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) do último dia 4. De acordo com o STF, os parlamentares que deixaram suas legendas após 27 de março deste ano estão sujeitos à perda dos respectivos mandatos.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Chamada de capa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A seguinte frase era uma das chamadas da "capa" do caderno "Esportes", do Uol, até às 23:10 desta segunda-feira: "Bosco substitui Ceni na quarta sem ritmo".

Pergunta: o que quer dizer a frase?

a) na verdade, é a influência da poesia modernista, pós 1922, na linguagem do jornalismo esportivo
b) o goleiro Bosco deverá ser o substituto de Rogério Ceni, na quarta-feira de cinzas
c) mesmo sem trilha sonora, Bosco substitui Rogério Ceni
d) é uma passagem de Nostradamus
e) o redator bebeu

São Paulo cada vez mais campeão

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A oito rodadas do fim do campeonato, o São Paulo é agora mais campeão do que há duas partidas, ainda que tenha tido duas derrotas seguidas. O fato é que a distância para o segundo colocado, que era de doze pontos, agora caiu pra onze, mas são menos pontos para se disputar até o fim do Brasileirão. Quem se deu muito mal mesmo nos últimos prélios foi o Cruzeiro que, de aspirante ao título (sic), pode simplesmente ficar fora da Libertadores de 2008.

Mas e a partida de ontem? Justa emoção dos corintianos, não é todo dia que ganham de algué... quer dizer, do líder do campeonato. Mas o tom épico que assolou os alvinegros evidencia a fraqueza técnica da equipe. Ontem, o Corinthians foi amplamente dominado no primeiro tempo e só não saiu em desvantagem por conta do excelente Felipe. No segundo, também foi melhor o Tricolor, que sofreu um gol o qual ainda não me convenci de ter sido regular (Fábio Ferreira parece impedido), em um lance de desatenção. Coisas do futebol.

Mas o melhor atleta do Corinthians foi o goleiro, o que mostra um pouco o que foi a partida. Vendo os passes, cruzamentos, finalizações do Timão durante os pouco mais de 90 minutos, comentei, antes do primeiro gol, que era uma ofensa ao bom futebol o Alvinegro vencer a partida. Restou sentir-me ofendido pelo ludopédio.

Mas nem a vitória tirou o Timão do fundo do poço. Ainda está na zona de rebaixamento. E é bom lembrar que, mesmo após a igualmente surpreendente vitória corintiana contra o Santos, a equipe teve um triunfo sobre o América (RN), de forma suada, em casa, e perdeu cinco seguidas. Ou seja, é muito bom colocar as barbas de molho.

Já quanto ao São Paulo, só um cataclisma lhe tira o título. Mesmo assim, há quem acredite. Falando ontem com seu Orlando, conhecido também como meu pai, ele questionou: "Se o Botafogo perdeu cinco seguidas, por que não o São Paulo?". Respondi candidamente: "por que o São Paulo é muito melhor que o Botafogo". E aí ele desenvolveu a seguinte tese: o Tricolor tem o melhor elenco, mas só 15 a 16 jogadores com o mesmo nível. Em duas competições simultâneas, suspensões, contusões e quetais podem fazer o time cair mais de rendimento. Isso, aliado ao destempero demonstrado pelo Muricy, pode abalar o outrora imbatível São Paulo.

Duvido da tese, mas é um alento para os secadores.

***

Comparando com a situação da reta final da Fórmula-1: Hamilton equivale ao São Paulo, Alonso ao Cruzeiro e Haikonnen ao Santos. E Hamilton será campeão mesmo com um sustinho.

E o Bahia passou...

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Enquanto ainda aguardo um post mais consistente sobre o clássico paulista de ontem (nada contra o desabafo do Nicolau, mas a peleja merece mais), atualizo texto de quinta-feira sobre a Série C, que definiu ontem os classificados para o octogonal decisivo.

E o que parecia impossível aconteceu. E de maneira das mais dramáticas. O Bahia contou com o tropeço do Rio Branco-AC, que não conseguiu derrotar o classificado ABC no Acre (o jogo foi 0x0). Mas também não conseguia furar a retranca do já eliminado Fast na Fonte Nova. O jogo foi passando, o placar mostrava o 0x0, mas aos 50 minutos (!) do segundo tempo o Tricolor conseguiu fazer o seu gol.

Numa das curiosas ironias do destino - tal qual o gol corintiano de ontem ter sido feito por Betão - o tento que garantiu o avanço da Bahia foi marcado por um atleta chamado Charles. Mais uma vez esse nome, mais adequado à realeza britânica, escreve-se na história do Bahia, assim como ocorrera em 1988, quando o centroavante Charles, depois chamado de "Charles Baiano" em sua passagem pelo Flamengo, foi um dos heróis do título brasileiro do Tricolor.

Os outros que se classificaram nessa última rodada foram o Atlético-GO, que segurou empate contra o Villa Nova-MG em casa, e o Bragantino, que empatou com o CRAC em Goiás e teve sorte porque a Ulbra não passou do 2x2 com o América-RJ.

Nacional-PB, Barras-PI, Vila Nova-GO e CRAC já estavam classificados.

Agora os times se enfrentam no popular sistema de "todos contra todos" e cada um tem 50% de chances de subir para a Série B: se classificam os quatro primeiros, e os quatro últimos terão que esperar a próxima temporada para terem alguma alegria no futebol.

Primeira rodada do octogonal:

Bragantino x ABC
Atlético-GO x Barras
Nacional-PB x Vila Nova-GO
Bahia x CRAC

Esse humilde palpiteiro chuta o acesso de ABC, Bahia, Vila Nova e Bragantino.

Corinthians deixa São Paulo na poeira

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O goleiro Dida comemora com os companheiros um dos dois pênaltis batidos por Raí e defendidos por ele em partida pelo Brasileirão (28/11/1999)


Não, o título do post não se refere especificamente à fatídica partida de domingo. Com o resultado positivo, o Corinthians soma agora, após 71 anos de confrontos, 105 vitórias contra apenas 87 vitórias do São Paulo (89 empates). O gol de Betão foi o 406º do alvinegro, contra 383 dos tricolores. Em Campeonatos Brasileiros, são 42 partidas, 14 vitórias corintianas (37 gols pro), 11 são-paulinas (40 gols) e 17 empates. A superioridade também acontece no Paulistão: em 153 jogos, 54 vitórias do Corinthians (202 gols pro), 50 do São Paulo (207 gols) e 49 empates.
Pela Libertadores, nunca se enfrentaram. Mas pela Conmebol, em 1994, foram duas partidas, uma vitória e seis gols pra cada lado (o São Paulo passou para a fase seguinte na disputa de pênaltis). Em outro mata-mata, pela Copa do Brasil de 2002, também foram dois jogos e uma vitória para cada um. Mas o Corinthians fez 3 gols, um a mais que o adversário, e na soma dos resultados eliminou o rival.
No extinto Torneio Rio-São Paulo, os dois clubes se enfrentaram 22 vezes: 7 vitórias para cada lado, 8 empates, 37 gols para corintianos e 31 para são-paulinos (as duas equipes decidiram o título de 2002 e o título foi para o Parque São Jorge). Houve ainda uma partida que valeu simultaneamente pelo Rio-São Paulo e pelo Paulistão, com vitória do tricolor (3 x 2). Pelo também extinto Roberto Gomes Pedrosa (pré-Brasileirão), massacre: 4 jogos, 4 vitórias do Corinthians, com 7 gols contra 4 do São Paulo.
Em outros torneios nacionais, foram 32 jogos, 12 vitórias do time do Parque São Jorge (66 gols pro), 10 do time do Morumbi (58 gols) e 10 empates. Já em torneios internacionais, as equipes jogaram 6 vezes, com 2 vitórias do Corinthians (11 gols pro), 1 do São Paulo (9 gols) e 3 empates. Por fim, os times se encontraram em 17 amistosos, com 10 vitórias do Timão (35 gols pro), 5 do tricolor (25 gols) e dois empates.
Como se vê, na grande maioria das competições (e no retrospecto geral), o Corinthians leva vantagem - e isso mesmo depois de 14 partidas, em quatro anos e meio, sem vitória contra o rival. Nesse ritmo, o São Paulo vai demorar muito tempo para alcançá-lo.

EU JÁ SABIA!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

domingo, outubro 07, 2007

Cuca é o novo (!?) técnico do Botafogo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

É verdade. O técnico Mário Sérgio assumiu o Botafogo depois da derrota para o River Plate – quando Cuca pediu demissão. A desclassificação para o River (derrota de 4 a 2, em Buenos Aires, em 27 de setembro) foi considerada uma das mais vergonhosas páginas da história botafoguense, pelos próprios torcedores. Cuca se demitiu acusando parte do elenco, pra resumir, de falta de profissionalismo.


Mário Sérgio durou 7 dias no comando do Alvinegro carioca. Perdeu três jogos seguidos: Goiás na estréia, dia 30 (0 a 3 no Engenhão!), Atlético-PR (0 a 2 em Curitiba) e Santos (1 a 2 no Engenhão). Três derrotas (duas em casa), sete gols contra e um a favor.

E Cuca volta. Não acho Cuca um mau técnico. Mas, como disse o Renato Maurício Prado no Sportv, "a diretoria do Botafogo está perdida".

Alguém poderia citar um caso similar a esse? Um técnico de clube grande, na primeira divisão, cair e reassumir dez dias depois como a tábua de salvação?

sexta-feira, outubro 05, 2007

A 30ª rodada do Brasileirão

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Palmeiras x Grêmio e Botafogo x Santos (ambos sábado, 18h10) são os principais jogos do fim de semana pelo Brasileiro, pra mim. Claro que me refiro à única coisa que vale na ponta de cima da tabela (a Libertadores), já que o clássico São Paulo x Corinthians só tem interesse pela rivalidade e pelo desespero corintiano em fugir da zona.

Num jogo que vale tanto em cima quanto embaixo, o Cruzeiro vai a Goiânia, onde pega um Goiás que eu acho candidato ao rebaixamento. Aparentemente em queda depois de duas derrotas em casa, para Figueirense e Santos, o “time de azul” pode confirmar a decadência ou pode reagir. Pra mim, jogo de empate, resultado que seria ótimo para Palmeiras e Santos, que na rodada seguinte farão um clássico interessante na Vila.

Num post sobre os próximos jogos do Atlético/MG, o Frédi demontrou um otimismo, digamos, perigoso diante de seu Galo contra o Sport, que é um time enjoado, perigoso e traiçoeiro. Uma zebra (será zebra?) pode pintar aí.

O eterno Fla-Flu deve balançar o Maracanã outra vez, depois do espetáculo de quinta-feira, do que já falou o Olavo abaixo. Mas, em termos de importância para o campeonato, o jogo vale menos ainda do que o clássico paulista.

Náutico x Juventude é decisivo. Os pernambucanos são favoritos, mas o Juventude sempre é chato quando joga fora. Quem ganhar alivia o desespero. Principalmente o Náutico, favorito em casa, que, vencendo, vai a 39 pontos e começa a respirar um pouco mais aliviado.

O Figueirense não pode tropeçar em casa contra o Paraná, pois só tem 4 pontos acima do primeiro entre os que hoje cairiam (justamente o Paraná, em 17°).

O Atlético/PR deve vencer o Vasco da Gama na Arena, despachando os cruzmaltinos talvez definitivamente do G4, além de desmentir futepoquenses que apostam muito em sua queda à série B, no que não acredito.

Pra quem não tiver muito o que fazer no fim de semana e quiser ficar especulando, seguem abaixo a tabela da próxima rodada e a classificação do Brasileiro (é só clicar).

CLASSIFICAÇÃO

TABELA (30ª RODADA)

Dirceu e o super-vilão 2 - uma resposta

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A campanha para criminalizar a esquerda e os partidos e políticos que a ela se alinham, no Brasil, ganhou um capítulo sui generis com as afirmações do autor de novelas televisivas Aguinaldo Silva, que, como já foi tema de post neste blog, disse que a história do ex-deputado José Dirceu no interior do Paraná, nos anos 1970 (ele se disfarçou de outra pessoa para enganar a ditadura militar), teria inspirado a criação de um personagem fictício. Só que esse personagem, nada mais nada menos, foge com o dinheiro da mulher e faz plástica para mudar de vida.

A primeira resposta não partiu de Dirceu, mas de Clara Becker, que foi casada com o político quando ele estava disfarçado de "Carlos". Ela pretende enviar uma carta para o autor de novelas mas, antes disso, tornou público seu conteúdo na Folha de S.Paulo. Clara vai direto ao assunto: "Se o senhor não gosta do político José Dirceu, se tem uma impressão negativa dele, esse é um direito sagrado que respeito integralmente. Agora, por favor, não extravase sua raiva ou preconceito contra ele, falando de coisas que não são de seu conhecimento, como a relação que tivemos".

E pontua: "Realmente, acredito que existe um José Dirceu de duas caras. A cara verdadeira, de quem o conhece, com suas falhas e virtudes, com seus acertos e erros, com suas qualidades e imperfeições. Há, porém, uma outra cara: uma cara inventada pelos seus adversários e por aqueles que, cegos pelo preconceito ou pela discordância, acabam produzindo uma imagem estapafúrdia".

Não vou reproduzir a íntegra (está na Folha Online), mas gostaria de reforçar, aqui, os pontos que Clara considera "cruciais" nesse entrevero:

1) O autor da novela "Duas Caras", Aguinaldo Silva, desconhece a verdade em relação à vida de José Dirceu em Cruzeiro do Oeste, cidade que ele escolheu para morar e trabalhar diante da perseguição movida pela ditadura militar, sendo obrigado a usar outra identidade e modificar sua aparência.

2) É caluniosa a comparação, feita pelo autor da novela, entre José Dirceu e um personagem que se casa por interesse e foge com o dinheiro da esposa. Nos anos em que vivi com José Dirceu nós dividíamos todas as contas. Era tudo anotado em um caderno e cada um pagava as suas contas. José Dirceu pagava a empregada e o aluguel e eu pagava as despesas de casa e a comida. Ele nunca me roubou e nunca dependeu do meu dinheiro, pois tinha a sua loja e eu a tinha a minha. Tanto que quando José Dirceu voltou para São Paulo, sua loja ainda tinha dinheiro para receber aqui em Cruzeiro do Oeste e ele me pediu que recebesse e ficasse com o dinheiro.

3) Quanto à omissão da sua identidade na época, todos, agora, sabem que era uma necessidade, pois a vida de José Dirceu estava em perigo. Certa vez fui chamada pelo então prefeito para uma conversa na Prefeitura. O prefeito e outras pessoas desconfiavam daquele homem recém-chegado à cidade e que tinha um estilo diferente. Em casa, conversei com José Dirceu e perguntei se ele escondia alguma coisa, se era casado ou se era bandido. A resposta foi imediata: não era casado e nem era bandido, mas havia algo, sim, que não podia revelado naquele momento. Senti sinceridade. Ele era bom, vivíamos bem e continuamos juntos, mesmo sem saber todos os detalhes da vida dele. Foi uma opção minha.


4) Afirmo que nunca conheci um homem tão íntegro e honesto como José Dirceu e considero que a omissão de sua real identidade foi uma necessidade naquelas circunstâncias.

5) É preciso esclarecer ainda que, ao contrário do que insinua a reportagem, não fui abandonada por José Dirceu. Com a anistia, ele pediu que eu e meu filho fossemos com ele para São Paulo. Chegamos a viver algum tempo juntos na capital paulista, mas eu tinha aqui em Cruzeiro do Oeste uma família que dependia de mim (pai, mãe, duas irmãs e meu filho) e a vida em São Paulo era muito dura. Eu tomei a iniciativa de voltar para Cruzeiro do Oeste.

6) Por fim, reafirmo que o José Dirceu foi um companheiro ideal. Mesmo depois de nossa separação mantém contato, preocupa-se com meu bem-estar e vem a Cruzeiro do Oeste, cidade hoje administrada por nosso filho.

Não sei se o José Dirceu também vai responder alguma coisa ao Aguinaldo Silva. Essa carta da Clara Becker, para mim, coloca um ponto final no assunto. Não só nesse caso específico da associação de Dirceu com um vilão de determinada novela, mas também, e principalmente, na tentativa raivosa de consolidá-lo, na mídia e na sociedade, como a pior espécie de gente que já nasceu nesse planeta. Algo parecido com o que a Veja tenta fazer, na seqüência, com o Che Guevara. Defeitos pessoais e erros políticos, um tinha e o outro tem. Daí a serem eternizados como "bandidos", vai uma distância enorme.

Show rubro-negro

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O que é bom merece ser elogiado. E foi o que a torcida do Flamengo fez ontem. Num jogo que não valia praticamente nada para o clube - nem mesmo dá para dizer que "luta contra o rebaixamento" - colocou 68 mil pessoas no Maraca, num dia de semana à noite, sem promoção Nestlé nem nada.

Não só a presença dos flamenguistas merece aplauso, mas também a forma como eles torcem. Já havia reparado há um certo tempo nos bandeirões que a torcida ostenta. Estão lá, pintados, os rostos dos campeões mundiais de 1981 - Nunes, Adílio, Raul e, claro, Zico, entre outros. (Enquanto isso, a torcida do Santos tem um bandeirão com a cara do Bob Marley...).

Ontem os flamenguistas cantaram uma música nova - não sei se foi lançada ontem, mas ficou famosa na vitória sobre o São Paulo. É uma versão cantada do Tema da Vitória, conhecido popularmente como "música do Senna". Uma letra bem legal, que não faz referências às organizadas, não fala de violência, só de amor ao clube.

Confiram abaixo um vídeo com a música com legendas:

http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM739218-7824-CONHECA+A+NOVA+MUSICA+DA+TORCIDA+RUBRONEGRA,00.html

Uma rodada diferenciada

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O fim da 29a rodada do Brasileirão foi inusitado nas duas pontas. Os bambis perderam e o América (RN) ganhou, algo impensável para qualquer Mãe Diná futepoquense.

Nos dois extremos, o resultado muda muito pouco para o campeonato. Como aquele time de azul perdeu para o Santos com gol na prorrogação, a diferença manteve-se em 12 pontos faltando 9 rodadas. Creio que nem Zezé Perrela acredita mais.

Lá embaixo parece que depois de rebaixado matematicamente o América resolveu jogar. Empatou com o Palmeiras e ganhou do Paraná, na quarta vitória em 29 jogos. Daí fica claro quanto o aspecto psicológico influi. Quando tudo perdido, joga-se sem pressão e os resultados vêm.

A coisa ainda está bem complicada na disputa da Libertadores e da degola do rebaixamento.

O Flamengo, que ninguém acreditava, nem eu, já está com 40 pontos. Pode na próxima rodada tornar-se o segundo melhor carioca e ultrapassar Vasco e Botafogo, que vêm caindo assustadoramente. Aliás, é difícil, mas nenhum dos dois está livre ainda do rebaixamento. Como o urubu ainda tem um jogo a menos, pode até ultrapassar o Fluminense, que parece não querer mais jogar, e acabar como o melhor carioca.

No rebaixamento, não é nada, não é nada mesmo, mas o Galo sair do rebaixamento nessa rodada é boníssima notícia. Até porque tinha pela frente um de seus jogos mais complicados, o Grêmio lá em Porto Alegre. Agora tem pela frente Sport (casa) e América RN (fora) para abrir um pouco. Se ganhar fica a seis sete pontos da salvação. Se não, lá vou eu torcer nas terças, sextas e sábados de novo.

Já o Curinthia permanece lá, na 18a posição, e precisa suar sangue no domingo para ganhar do sampaulo, senão ficará cada vez mais distante da salvação. Aliás, continua forte a campanha Fica, Nelsinho! Ainda mais agora que melhorou o retrospecto para uma derrota e um empate.

Mas, como me autodenominei editor de rebaixamento, lá vão minhas apostas dos que vão cair. América (óbvio), Juventude (quase lá). Sobram duas vagas para três times: Paraná, Goiás e Curinthia. Quem quiser que aposte em outros...

quinta-feira, outubro 04, 2007

Lula também aprendeu "drible da foca"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Melhor que o Kerlon (Foto: José Cruz/ABr).

Série C premia "desconhecidos"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A terceira e penúltima fase da Série C do Campeonato Brasileiro se encerra nesse fim de semana. Os times decidirão quem serão os últimos classificados para o octogonal final, no qual os clubes jogarão entre si e os quatro primeiros garantirão vaga na Série B de 2008. Algumas definições já existem - e elas sugerem que teremos a presença de alguns "alternativos" na Segundona no ano que vem.

O Grupo 25 traz o time mais badalado da Série C, e que praticamente está eliminado da disputa. Falamos do Bahia, outrora bicampeão nacional. O Tricolor de Aço perdeu ontem para o ABC por 2x1 e agora tem sete pontos em cinco partidas. O alvinegro potiguar já está assegurado no octogonal. A outra vaga deve ser do Rio Branco do Acre, que ontem venceu o já eliminado Fast-AM. Para que o Bahia se classifique, precisa vencer o Fast em casa e torcer para que o Rio Branco, jogando em casa, não derrote o ABC.

No Grupo 26, a última rodada servirá apenas para cumprimento de tabela. Os alternativíssimos Barras-PI (do símbolo ao lado) e Nacional-PB estão matematicamente classificados, e entram em campo no domingo apenas para decidir quem será o primeiro colocado do grupo (o empate dá a liderança ao Barras). Enquanto isso, Coruripe-AL e Tuna Luso-AM fazem uma despedida melancólica.

Um confronto direto definirá a segunda vaga do Grupo 27. O Atlético-GO recebe o Villa Nova-MG e, se empatar, está no octogonal. Já o Villa precisa da vitória. Seu "quase-xará" Vila Nova-GO já é o primeiro do grupo e vai ao Rio Grande do Sul pegar o Esportivo apenas para cumprir tabela.

O Grupo 28 é o mais emocionante. O CRAC-GO já está classificado, e a outra vaga pode ser de qualquer um dos três times. Ulbra-RS (6 pontos) e América-RJ (4) se enfrentam no Rio Grande do Sul; o Bragantino (6) vai a Catalão pegar o CRAC. A situação mais confortável é a da Ulbra, que pega o lanterna do grupo e torce para que o CRAC mantenha o bom futebol.

Enfim, assim será formado o octogonal decisivo da Série C: com ABC-RN, Rio Branco-AC ou Bahia, Barras-PI, Nacional-PB, Vila Nova-GO, Atlético-GO ou Villa Nova-MG, CRAC-GO e Bragantino-SP/Ulbra-RS/América-RJ. Pensem que quatro desses times estarão na Série B em 2007.

A renovação é impressionante. Desses citados, apenas Bahia e Vila Nova-GO estiveram na Série B nos últimos anos. Primeira divisão então, nem se fala. Também chama a atenção a dispersão dos estados. Podemos ter dois goianos e os outros seis de estados distintos. É ou não interessante?

Viva a Série C!

Ué, mas o PT não é o partido mais corrupto?!??

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Materinha do Globo Online registra que, de 2000 até agora, 623 políticos tiveram o mandato cassado por denúncias de corrupção no País, segundo balanço divulgado hoje pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE ou o diabo que seja). Do total, quatro eram governadores e vices. Entre eles, Flamarion Portela (PSL), de Roraima, e o TUCANO (pronto, frisei) Cássio Cunha Lima, da Paraíba, mantido no cargo por força de liminar do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os demais são senadores e suplentes (seis), deputados federais (oito), deputados distritais (13), prefeitos e vices (508) e vereadores (84).
Curiosamente, o líder da corrupção - ao contrário do que querem fazer crer Veja, Folha de S.Paulo e Cansei - NÃO é o PT. Quem lidera o ranking, com 69 políticos cassados (20,4% do total), é o famigerado DEM (ex-PFL, ex-PDS, ex-Arena etc etc). O PMDB, com 66, aparece logo depois, seguido por PSDB (58), PP (26), PTB (24), PDT (23), PR (17), PPS (14) e - tcharam! - o PT (10). E ainda tem PV, PHS, Prona e PRP, com um político cassado cada.
No ranking dos estados, Minas é que concentra o maior número de cassações (71), o equivalente a 11% do total. Em seguida, vem Rio Grande do Norte (60), São Paulo (55) e Bahia (54). O Rio de Janeiro está na 12ª posição, com 18 cassações neste período.

E o Santos não deixou

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Não vi a partida de ontem entre Santos e Cruzeiro, confesso que a impossibilidade de disputar o título e o baixo nível técnico do Brasileirão me deixaram desanimado com o futebol por aqui. Mas vendo o gol santista, no último minuto, em uma bola que desviou na barreira e foi doce para a cabeça de Adaílton, pensei que se essa sorte estivesse conosco antes, estaríamos mais em cima na tabela. Fazer o que... Será que ainda dá pra ser vice?

PS: O Santos não deixou, Anselmo. Por enquanto pelo menos...

quarta-feira, outubro 03, 2007

De virada contra o Náutico, Palmeiras no G4. Se o Santos deixar

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Há testemunhas de que, ao ver que o próximo adversário do Palmeiras seria o Nautico no Parque Antártica, declarei: "Xi! O Parmera vai continuar fora do G4".

A vitória de virada, que só pude acompanhar pela internet, por 2 a 1 calou minha boca mais uma vez. Dois gols do atacante Caio, em cinco minutos, resolveram a partida. Pelo lance-a-lance do UOL, o primeiro tempo foi ruim, mas o segundo mais tranquilo. Não imaginei ficar tão contente com uma vitória sobre o 13º colocado.

Santos e Cruzeiro se enfrentam e definem se o Verdão fica ou não no G4 e se o campeonato ainda tem alguma chance de não ter o São Paulo como campeão. Uma vitória do time da Baixada mantém o time de Caio Jr. continue na zona de classificação para a Libertadores. Do time que tem torcida em Minas Gerais, permite aos sonhadores não ceder a taça para o São Paulo. Que triste.

Melhor torcer para o Fluminense.

Corinthians perde 99 posições em ranking

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Não é só no Brasileirão que o Corinthians está despencando. No Ranking Mundial de Clubes da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS) o clube perdeu 99 posições e passou de uma já destacada 95.º posição para o 194.º lugar, com 84 pontos.

O ranking internacional considera o desempenho dos clubes em competições nacionais e internacionais, entre 1.º de outubro de 2006 até 30 de setembro deste ano. Para consolo dos corintianos, o Palmeiras ocupa uma posição pior: é o 254.º colocado, mas subiu 13 posições.

Em terceiro lugar está o Santos, melhor brasileiro da lista com 272 pontos, reflexo da boa campanha na Libertadores deste ano, além da conquista do Paulista. A Libertadores é o motivo do São Paulo ocupar a 12.º colocação. Abaixo, a lista dos dez primeiros e os brasileiros:

1.º (1.º) Sevilla/ESP - 285 pontos
2.º (6.º) Colo Colo/CHI - 275
3.º (3.º) Santos/BRA - 272
4.º (4.º) Boca Juniors/ARG - 268
5.º (2.º) Chelsea/ING - 262
6.º (5.º) Manchester United/ING - 262
7.º (7.º) Milan/ITA - 248
8.º (9.º) Roma/ITA - 242
9.º (10.º) Inter de Milão/ITA - 239
10.º (7.º) Liverpool/ING - 237
12.º (17.º) São Paulo/BRA - 222
30 º (35.º) Grêmio/BRA - 183
34.º (43.º) Flamengo/BRA - 173
36.º (40.º) Internacional/BRA - 171
50.º (49.º) Paraná/BRA - 148
51.º (65.º) Botafogo FR Rio de Janeiro Brasil/4 146,0
67.º (65.º) Fluminense FC Rio de Janeiro Brasil/4 130,0
68.º (84.º) Figueirense FC Brasil/4 130,0
83.º (124.º) Vasco da Gama/BRA - 124
104.º (57.º) Atlético Paranaense/BRA - 114
122.º (109.º) Cruzeiro/BRA - 106
138.º (141.) Goiás/BRA - 100
194.º (95.) Corinthians/BRA - 84
254.º (267.) Palmeiras/BRA - 76

Explicação

O ranking da IFFHS mede o desempenho das equipes nas competições nacionais e continentais, dando um peso diferente para cada uma delas. Na verdade, o que é analisado é o resultado de cada partida, não havendo qualquer bônus para o time que for campeão. Liga dos Campeões e Libertadores, por exemplo, valem 14 pontos por vitória. Como o Santos foi o melhor time da fase de grupos e sofreu apenas uma derrota na competição, somou mais pontos que o campeão Boca. Questionável, mas é um critério claro.
O Colo-Colo figurar na segunda posição pode parecer estranho, mas também tem sua lógica. No período analisado, ele foi campeão do torneio Clausura e Apertura (os campeonatos nacionais do Chile) que, embora valham menos que outras competições similares, contam pro ranking. Além disso, foi vice-campeão da Copa Sul-americana e chegou às oitavas-de-final da Libertadores, ficando na fase de grupos à frente de São Paulo e Boca, por exemplo.

(Atualização às 10h03)

Dirceu e o super-vilão da novela

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Só nesta quarta-feira, 3, é que li a entrevista de Aguinaldo Silva, autor da novela Duas Caras, à Folha de S.Paulo (só para assinantes) de domingo, 30 de setembro.

O vilão que, aparentemente, dá nome ao folhetim, é inspirado em José Dirceu, um dos chefes da quadrilha segundo a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, parcialmente aceita pelo Supremo Tribunal Federal, em agosto.

FOLHA - A história do protagonista de "Duas Caras", que se casa por interesse, foge com o dinheiro da mulher e faz plástica para mudar de vida, é inspirada na de José Dirceu? SILVA - Não posso negar que ele tenha me inspirado, assim como outros, como o ex-chefe de censura militar [Antonio] Romero Lago. [Juan Carlos Ramirez] Abadía [traficante que fez plásticas para fugir da polícia] veio depois, mas tem muito a ver também. E a história do Zé Dirceu sempre digo que é uma lenda urbana, como a dos jacarés que vivem no esgoto, e essa comparação é bem interessante... O fato é que essa história – casamento, vida dupla, abandono da segunda vida para voltar à política – já ouvi centenas de vezes, mas toda vez ela me faz muito mal, porque sinto uma crueldade muito grande. Uma pessoa que faz isso é capaz de qualquer coisa. Tenho medo dele. Confesso que quando ele era chefe da Casa Civil, sempre pensava nisso. Tenho horror.
O blogueiro ex-ministro chefe da Casa Civil, todo mundo conhece, é personagem da vida política brasileira. Abadia, ficou conhecido em 7 de agosto, ao ser preso em um condomínio de luxo na Grande São Paulo.

Antônio Romero Lago é curiosamente chamado pelo entrevistado de "ex-chefe de censura militar", como se esse posto ainda existisse. O dado que o aproxima é descrito pelo jornalista Mauro Malin, em seu blogue no Observatório de Imprensa, a título de desancar Diogo Mainardi, em maio deste ano. Ele conta que Lago foi o nome adotado por Hermelindo Ramirez Godoy, um foragido da Justiça a partir de 1944, quando foi condenado como mandante de assassinato. Na base da falsidade ideológica, o cidadão transformou o carimbo de sua assinatura-fajuta em sinônimo de aprovação pela Divisão de Censura de Diversões Públicas em filmes nacionais durante a ditadura militar, a partir de 1966.

Eis que Dirceu é promovido ao estatuto de super-vilão.

E como fica aquela história de "qualquer semelhança com personagens ou fatos da vida real é mera coincidência"?


Na montagem, José Dirceu, à esquerda, e Abadía, à direita,
com as respectivas fotos no ostracismo

Nelsinho jogador: campeão por SP e Santos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Esse post é para os ingratos são-paulinos e santistas que achincalham Nelsinho Baptista nesse blog (incluindo eu). O glorioso lateral-direito foi campeão pelos dois clubes:

São Paulo campeão paulista de 1975: Nelsinho é o quarto, em pé, a partir da esquerda (Muricy Ramalho é o segundo agachado, no mesmo sentido)


Santos campeão paulista de 1978: Nelsinho é o último à direita, em pé

Tá vendo? Quem disse que ele já não fez alguma coisa por tricolores e alvinegros praianos? Bom, mas, independentemente disso, o que vale é que, hoje, ele está no comando do Curíntia (graças a Deus!). FICA, NELSINHO!!!

terça-feira, outubro 02, 2007

Equilíbrio: sete décadas de SP x Palmeiras

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Leivinha, Chicão, César Maluco, Ademir da Guia, Piau e Pedro Rocha na decisão do Brasileiro de 1973: zero a zero e Palmeiras campeão (Morumbi, 20/02/1974)

Outro dia postei um histórico do confronto entre São Paulo e Santos e não me toquei de que o tricolor também não enfrentaria mais, neste ano, o Palmeiras. Por isso, faço o balanço agora e, depois do fim de semana (e de mais um "majestoso"), será a vez do "raio-x" contra o Corinthians.

Buenas: de 1936 a 2007, Palmeiras e São Paulo se enfrentaram 272 vezes, com 90 vitórias do alviverde (355 gols), 87 empates e 95 vitórias do tricolor (368 gols) - 0 que demonstra equilíbrio, no geral. O mesmo não acontece, no entanto, em duas competições distintas.

No Campeonato Brasileiro, o Palmeiras reina absoluto: 42 jogos, 16 vitórias, 20 empates e só 6 derrotas. Fez 57 gols e levou 44. Já no Campeonato Paulista, a situação é inversa: em 148 partidas, o São Paulo venceu 63, com 42 empates e 43 derrotas. Marcou 224 gols, contra 179 dos palmeirenses.

Pelo Rio-São Paulo, também dá Palmeiras: 24 jogos, 10 vitórias, 7 empates e 7 derrotas (45 gols pro, 34 contra). Já pela Libertadores da América, dá São Paulo: 8 confrontos, 6 vitórias, 2 empates e nenhuma derrota (12 gols pro e 4 contra). Em torneios nacionais, os dois clubes se enfrentaram 28 vezes, com 12 vitórias para o Palmeiras (37 gols), 12 empates e 4 vitórias do São Paulo (20 gols).

O verdão também foi melhor nos amistosos: 12 partidas, 6 vitórias, 1 empate e 5 derrotas (fez 19 gols e levou 20). Em torneios internacionais, venceu os únicos dois jogos, fazendo 4 gols e levando só 1. Pelo Roberto Gomes Pedrosa, em 4 jogos, foram uma vitória para cada lado e dois empates (5 gols do Palmeiras e 4 do São Paulo).

O tricolor dá o troco na Copa do Brasil, onde venceu os dois únicos confrontos, fez 5 gols e levou 3. Por fim, no portentoso Supercampeonato Paulista, um empate e uma vitória são paulina, com 2 gols dos palmeirenses e 4 do adversário.

Quanto aos dois estádios onde mais se enfrentaram, o Palmeiras leva vantagem no Pacaembu: 120 jogos, 43 vitórias, 39 empates e 38 derrotas (180 gols pro e 168 contra). E o São Paulo é superior no Morumbi: 105 partidas, 42 vitórias, 38 empates e 25 derrotas (151 gols pro e 115 contra).

Em finais, também há equilíbrio. O Palmeiras levou a melhor nas decisões dos Paulistas de 1942, 1950 e 1972 e do Brasileiro de 1973, enquanto são-paulinos venceram os Paulistas de 1946, 1971 e 1992.

Figuras do Bar do Vavá (e do 666)

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Já há alguns anos que alguns futepoquenses conhecem o "cidadão da foto" (como pergunta o texto que reproduzo abaixo) lá do Bar do Vavá e também do 666, buteco para onde costumamos nos dirigir quando o primeiro fecha. Sem saber seu nome, e assustados com seus habituais rompantes e gritos solitários, apelidamos de "são-paulino maluco" - sintomaticamente, o texto abaixo também usa os termos "lunático" e "maluco beleza". Só depois descobrimos que ele se chama Cidão.
Domingo, dia de São Paulo x Inter, eu o encontrei perto de casa, quase na esquina do 666. Devidamente uniformizado, queria me vender um chaveiro do clube. Me contou que o João (irmão do Vavá) o expulsou do bar, dizendo que estava bêbado, e por isso ele quer que "aquela porcaria feche de uma vez!". Bom, eles que se entendam...
Mas Cidão é famoso: no DVD "Tetra", lançado pelo São Paulo após a conquista do Brasileirão de 2006, ele aparece três vezes respondendo sobre seu fanatismo pelo clube. E no blog "Torcedor São Paulo" descobri, além dessa foto e de um pequeno perfil, a informação de que sua imagem está "eternizada até no Memorial do São Paulo". Vejam o texto que copiei do blog:

LENDAS DO MORUMBI: CIDÃO
Você conhece o cidadão da foto? Para alguns, Aparecido. Para outros, simplesmente Cidão. Para muitos apenas um lunático, para outros uma verdadeira lenda das arquibancadas. Esse é o maluco beleza Aparecido, o "Cidão"! Cidão, torcedor sexagenário, foi um dos fundadores da Dragões da Real. Figura lendária no meio da multidão "vermelha" da DDR desde os anos 80, participava com afinco de programas extintos como a disputa de torcidas organizadas na TV Gazeta, na época que ainda se podia juntar duas torcidas para um programa de auditório. Após muitos percalços da vida, Cidão perdeu sua majestade e atualmente vive de sua fama e carisma vendendo bonés, chaveiros e gorros do tricolor nas imediações do estádio. Lógico, sempre antes ou depois dos jogos. Cidão, atualmente, também tem momentos de glória em participações especiais no programa Estádio 97 FM quando, segundo algumas testemunhas, costuma até babar de emoção no microfone, lembrando de seu tricolor querido! Cidão, para quem não sabe, tem sua imagem eternizada até no Memorial do São Paulo: Basta entrar no computador do Museu e procurar por "torcedor símbolo"... Dá-lhe Cidão!

Obrigado aos colegas do blog "Torcedor São Paulo", espero que não se incomodem pela reprodução de texto e imagem. O post tem data de 11/07/2007. Um abraço - e outro ao popular Cidão!

Nossa, Ermírio de Moraes elogia economia brasileira sob Lula!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Um dos mais contumazes críticos do governo Lula e um dos mais conservadores representantes do chamado “setor produtivo” da economia, o empresário Antonio Ermírio de Moraes, presidente do conselho de administração do Grupo Votorantim, deu uma entrevista surpreendente ao Estado de S. Paulo de hoje.

Ao responder a primeira pergunta da entrevista assinada por Milton F. da Rocha Filho (“O sr. disse que esta seria uma entrevista diferente. Por quê?”), Ermírio de Moraes afirmou: “há um sentimento diferente em relação às outras vezes, quando eu dava entrevista e tinha que reclamar de muitas coisas erradas na economia. Hoje, as coisas andam bem, com mais equilíbrio e mais possibilidades de desenvolvimento do que de surgimento de problemas”.

Disse mais, sobre seu estado de ânimo: “Esta entrevista talvez seja a mais calma dos últimos 15 anos. Não há o que reclamar agora (...) Não há perigo de inflação de demanda por aqui. A indústria está atenta e há muitos investimentos em andamento”, analisou o empresário, que também falou de câmbio: “está indo bem. Acho que está em uma marcha bem razoável”, disse. “Nem a turbulência do mercado externo conseguiu perturbar a economia nacional”.

Acesse a entrevista.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Cachaça do Pai Nilson salva o Timão?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Para tentar sair da zona nebulosa onde hoje se encontra e superar as óbvias dificuldades dentro das quatro linhas, nos escritórios da Polícia Federal e no Judiciário brasileiro, matéria do Terra diz que o Timão conta agora com "prestador de serviços espirituais".

A matéria “Pai Nilson usa cachaça e velas para salvar Corinthians” não deixa claro se há algum dirigente do clube na empreitada, mas para a Fiel surge mais uma esperança.

Leia aqui.

Nova campanha: FICA, NELSINHO!!!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Considerando o sucesso da campanha VOLTA, NELSINHO!, saboreando o primeiro resultado obtido em sua reestréia no Curíntia (2 a 1 para o Sport, no Pacaembu), antegozando o calvário que serão as últimas dez partidas do time no Brasileirão e já prevendo um possível pedido de demissão por parte desse nobre treinador, lançamos aqui a campanha FICA, NELSINHO!!! Com hino e tudo:


Fica, Nelsinho!
Que você é da Gaviões
Eternamente
És a pior das opções

Fica, Nelsinho!
De vexame e derrotas mil
Foi quem levou
Mais goleadas no Brasil

Tua defesa é uma peneira
Teu ataque, negação
Vai cair com esse timinho
Pra segunda divisão

Nelsinho, fica!
Não tem mais jeito!
És do Curíntia
O treinador mais que perfeito!

Governador demite "gerúndio"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), emitiu um decreto que entra pra lista dos mais bizarros da pátria amada, idolatrada. Ele demitiu o "gerúndio" dos órgãos do DF. Isso mesmo, deveras preocupado com o gerundismo (eu vou estar providenciando ou vou ver se vou poder estar providenciando), o governador resolveu acabar com a farra.

Óbvio que não são poucos os que se incomodam com essa moda tão praticada nos telemarketings e que se espalhou por todo o país. Pegou certa vez até mesmo o então ministro da Saúde José Serra, hoje governador de São Paulo, que falou em rede nacional de "outra vacina que vamos estar aplicando amanhã". Sua assessoria nega que ele seja marqueteiro ou telemarqueteiro.

Arruda diz, por meio da assessoria de imprensa, que "o ato é uma provocação e que a idéia é acabar com a típica burocracia dos governos". Não entendi a relação de uma coisa com a outra. Quem souber, que explique.

Segue abaixo a íntegra do decreto:

DECRETO Nº 28.314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007.

Demite o Gerúndio do Distrito Federal, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:

Art. 1° - Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal.
Art. 2° - Fica proibido a partir desta data o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA. Art. 3° - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de setembro de 2007. 119º da República e 48º de Brasília JOSÉ ROBERTO ARRUDA

Sobre rebaixamento

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Como nesse Futepoca eu e Anselmo somos os especialistas no tema, por torcermos para dois ex-segundona, da minha parte aqui vão os palpites:

Até a semana passada tinha certeza que desta vez meu Galo escaparia. Hoje, nem tanto. Apesar de ainda achar que o time do Atlético é melhor que os que estão na disputa (nada demais, é a história de ser mais alto que Nelson Ned). O alento é que o Galo joga ainda com Améria (RN), fora, mas esse é o time bônus do campeonato. Pega ainda Sport, Paraná, Juventude e Goiás em casa. Tem de ganhar de qq jeito essas partidas e conseguir mais alguns empates nas outras. Dá para escapar, mas hoje não aposto nada.

Sobre o Curinthia, desta vez parece que a vaca vai para o brejo. Além de estar em 18 tem pela frente neste mês de outubro Fluminense (RIO), em que pode até ganhar, São Paulo (xiiiii), Internacional, Náutico (em Recife), Figueirense em casa, Flamengo (fora). Se nesses cinco jogos não fizer pelo menos 8 pontos a coisa fica brava.
E nada parece que vai mudar. A não ser que o centroavante de pebolim, o Finazzi, dispare a fazer gols.

Sobre os outros times não vou escrever longamente, mas Paraná, Atlético (PR), Goiás, Náutico e até o Inter ainda correm sérios riscos na definição dessas duas últimas vagas classificatórias para o título da série B em 2008.

Não é praga, mas se o Botafogo não reagir logo, daqui a pouco estará perto da zona também. Perder para o Goiás de 3 a 0 no Maracanã é extremamente preocupante... Acho que não correrá esse risco, mas não sei não...

Prefeitura, bicicleta, “filhos”, “netos”...

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Gerardo Lazzari (esq.)/ Joice Oliveira (dir.)
Pelo que se lê na coluna da Mônica Bergamo de hoje, a amizade da vereadora Soninha (ex-PT, ingressando no PPS de Roberto Freire) com o governador José Serra (PSDB) vai de vento em popa.

Diz a nota da Mônica: O governador José Serra está preocupado com a candidatura de Soninha à Prefeitura de SP pelo PPS. "Ele me ligou e disse: ‘Tem certeza de que você agüenta? Você acha que vai fazer sua campanha de bicicleta e que vai ter tempo de ver sua filha?'". Soninha diz que já ouviu "todo tipo de tese" sobre sua candidatura -entre elas, a de que se lançaria para dividir a esquerda (NR: como já se observou neste blog) e ajudar a reeleição de Kassab, candidato de Serra. "Isso é bizarro. Serra é um amigo com quem converso sobre futebol, filhos e netos, religião e cinema. Outra coisa são as divergências políticas. Ele vetou vários projetos meus quando era prefeito."

Alguém quer apostar uma caixinha de cerveja em lata que a vereadora será secretária do governo Serra, em alguma pasta que lhe dê visibilidade e mais cacife para sair candidata em 2008?

domingo, setembro 30, 2007

Sobre contratações de técnicos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

"Belas" estréias tiveram os técnicos Nelsinho Baptista, no Corinthians (derrota de 2 a 1 para o Sport em pleno Pacaembu) e Mário Sérgio, no Botafogo-RJ (lambada de 3 a 0 do claudicante Goiás em pleno Maracanã). Agora vai!

Pé de cana

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Sexta-feira, 28 de setembro, fui cobrir a visita do presidente Lula a Santo André, quando ele vistoriou as obras do campus definitivo da UFABC (Universidade Federal do ABC) no município, adiantou em um ano o prazo para entrega da instituição, anunciou a compra do terreno para instalar um campus em São Bernardo e prometeu mais uma unidade da UFABC ou da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em Mauá. Sem perder a oportunidade, lembrou que, entre 2003 e 2007, o número de vagas nas universidades estaduais de São Paulo aumentaram apenas 16%, enquanto que as vagas federais, no Estado, aumentaram 76%. Para completar, falou sobre nossa imunidade econômica frente a crise nos Estados Unidos e também sobre a importância do investimento em biodiesel. Nesse momento, Lula disse:


- Qualquer analfabeto pode fazer um buraquinho e plantar um pé de mamona, um pé de girassol, um pé de dendê...

Daí, alguém na multidão que acompanhava o discurso gritou:

- Pé de cana!

E o Lula, impávido:

- Pé de cana principalmente, companheiro!

Esse é o meu presidente. (Foto: Luciano Vicioni/ ABCD Maior)

sábado, setembro 29, 2007

O jogo em que um pênalti foi batido quatro vezes

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Êta semana inusitada para quem gosta de futebol. Os dribles e gols de Marta lembrando a juventude do futebol, em que o inusitado habitava os campos. O tango encenado pelo Botafogo e, agora, o incrível pênalti batido quatro vezes.

Para quem não viu o jogo, Coritiba e Ipatinga empatavam até os 44 do segundo tempo em 0 a 0. No último minuto, o juiz marca pênalti (sei lá se foi, mas não é o que importa).

Na hora de bater, vai Ânderson Lima, lateral direito veterano. Bate a primeira, o goleiro Fred defende, mas se adianta, o bandeirinha marca e manda voltar. Segunda batida, mesmo canto, mesmo enredo. Terceiro, Ânderson bate mais no meio, o goleiro defende de novo e dá rebote, o lateral chuta de novo e marca, mas mandam voltar. Quarta vez, o goleiro acerta o canto, mas a bola entra.

A comemoração do Coritiba e de Ânderson é intensa. Do time porque abre vantagem de seis pontos para o Ipatinga, até então segundo colocado, consolidando o caminho de volta do Coxa para a primeirona. Do jogador, para não ter dois pontos em débito em seu fim de carreira.

Quem viu esta semana viu, o resto é história...

Observação: escrevo antes de começar a rodada do final de semana... Então, seja qual for o resultado de Atlético e Flamengo, não sei nem quero saber.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Sobre demissões de técnicos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Oficialmente, Cuca (foto) não é mais o técnico do Botafogo. As informações davam conta que o técnico havia pedido o boné imediatamente após o vexame de ontem, no que fora demovido pela diretoria alvinegra; mas, após insistir e muito, Cuca finalmente teve sua demissão aceita e agora ingressa a lista dos desempregados do país.

Sem entrar na questão da culpa do técnico ou não pela eliminação do Botafogo, proponho um debate sobre a demissão dos técnicos - porque acho que, no Brasil, esse assunto é discutido de maneira muito precipitada.

Sabemos que por aqui não há técnicos com emprego "fixo" como os europeus, que passam, via de regra, no mínimo dois anos no cargo. Aqui, o cara que vira uma temporada no comando do mesmo clube já pode ser considerado um herói.

E essa postura imediatista na demissão dos técnicos é atacada de maneira feroz pela imprensa. "Tem que dar tempo pro cara trabalhar!", é o que mais se diz. O ruim é que a frase, que não é errada, virou um mantra infalível. De uma hora pra outra a imprensa se tornou uma opositora incorruptível de toda e qualquer demissão de técnico; trocar treinador é errado. "Tem que dar tempo pro cara trabalhar".

Eu contesto essa "verdade absoluta". E até apresento dados para embasar minha opinião. Os dois clubes brasileiros que faturaram o duo Libertadores-Mundial, o Inter/06 e o São Paulo/07, não tinham técnicos "de longo prazo" quando obtiveram a conquista. Abel Braga havia assumido o Colorado a cerca de seis meses e, no caso do Tricolor, a mudança foi ainda maior, com a troca de Émerson Leão por Paulo Autuori.

(E não venham, pelo amor de deus, me falar que o time do São Paulo foi fruto de um "planejamento a longo prazo, que teve início com o Cuca". Mentira. Se fosse isso, o Cuca não teria pedido pra sair após a eliminação para o Once Caldas, nem o São Paulo teria mudado significativamente seu time, com as contratações das peças-chave Mineiro, Josué, Luizão e Amoroso.)

Na contramão, temos os exemplos de Santos e Grêmio, que têm o mesmo técnico há quase dois anos e o máximo que conseguiram foram títulos estaduais - tá, OK, o Grêmio foi vice da Libertadores, mas a chegada à decisão foi mais circunstancial do que resultado de um projeto a longo prazo, e os próprios gremistas sabem disso.

É claro que não defendo a demissão prematura de técnicos. Acho que o Palmeiras, por exemplo, foi muito infeliz ao criar as condições para que Tite pedisse o boné no ano passado. Assim como o Flamengo não lucrou rigorosamente nada ao dispensar Ney Franco para trazer o eterno Joel Santana.

Mas minha receita para avaliar esse tipo de situação é muito mais simples: "cada caso é um caso". E pronto. Sem fórmulas prontas, nem pra um lado, nem pro outro.

CBF promete campeonato feminino

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Como sói acontecer quando a seleção brasileira feminina de futebol consegue alguma proeza, a CBF anunciou a criação de um campeonato nacional, nos moldes da Copa do Brasil. De acordo com o comunicado oficial da Confederação, há meses Ricardo Teixeira ordenou o início de um estudo para levantar os clubes que mantêm equipes femininas em atividade. O início da I Copa do Brasil Feminino deve acontecer no final de outubro, assim que o levantamento acabar.

Para apoiar a iniciativa, a CBF conta com o apoio do Ministério dos Esportes. Ricardo Teixeira, inclusive, faz questão de mostrar que, sem ajuda estatal, nada feito: "Estamos trabalhando firme e com seriedade para que a Copa do Brasil de Futebol Feminino se torne realidade. Para tanto, está sendo fundamental o apoio do Ministério do Esporte e o empenho pessoal do ministro Orlando Silva."

De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério dos Esportes, o tipo de apoio à CBF ainda não está definido. Uma reunião na próxima semana deve oficializar o acordo entre as partes.

O papelão do Botafogo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Aos 28 minutos do segundo tempo, o River Plate tem um jogador expulso. São 9 contra 10, os botafoguenses podem até tomar dois gols que se classificam para a fase seguinte da Sul-americana. Tomam um no minuto seguinte. Tomam outro cinco minutos depois. A crueldade é tomar o gol da desclassificação no último minuto de jogo. O sonho internacional do time carioca desaba de um forma vexatória.

O site Canal do Botafogo publica um texto de um autor intitulado Xiita do Fogão. Vale ler o desabafo:

Do alto dos meus quase 50 anos, a maior parte deles acompanhando o Botafogo, tive várias tristezas, mas igual a de hoje jamais.Sofri com o título roubado pelo Flu em 1971, com a Era Borer e o desmanche do Glorioso, com as goleadas de 6X0 e 6X1 para o "Império do Mal", com a perda do título estadual desse ano, com o Campeonato Brasileiro roubado pelo São Paulo no Morumbi durante os anos 80, com tantos outros dissabores, mas hoje teve um componente especial na minha tristeza. Estou triste porque entramos em campo predestinados a perder. Não porque algum atleta seja venal ou esteja vendido, mas, pela ausência de sangue, de atitude e pela repetição de erros antigos. Não perdemos a classificação no último segundo comos diz o noticiário, nós perdemos assim que entramos em campo. Se o River precisasse de 80 gols, 80 gols eles fariam sob o olhar atônito dessa defesa de autistas.

Acabo de saber que a delegação continuará em Buenos Aires treinando, faz sentido...

Esse time é trágico e melancólico, feito um tango.

"Eu mesmo sou carente", admite Jucá

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O mundo da pós-modernidade, da falência ideológica, da extinção da escatologia e do desamparo total e infinito é muito cético. Frio, distante, resulta em um mal-estar perene para quem nele vive.

Assim, logo que vemos um ato de pseudo-rebeldia, como o realizado pelo PMDB ao derrubar a criação da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo e de 660 cargos de confiança, já pensamos o pior. Os maldosos de plantão tiveram a ousadia de dizer que o partido queria mais algumas benesses do governo federal, como um ou outro carguinho, uma diretoria de estatal ou coisa parecida.

Nada disso. A seca Brasília precisa de amor. E o líder do governo Romero Jucá, do partido rebelde, matou a charada:

“É preciso um pouco mais de cuidado do governo com o Senado. Aqui se nota um pouco de carência. Todo mundo busca sentimento. Eu mesmo sou carente.”

Como diria uma antiga publicidade da Placar, todo animal precisa de carinho.

quinta-feira, setembro 27, 2007

É com Fernando e Afonso que a gente vai

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Saiu hoje a convocação do Dunga para a estréia do Brasil nas eliminatórias para a Copa de 2010. Nenhuma surpresa nos nomes. Infelizmente, o atacante Afonso e o volante Fernando (a pergunta continua: quem?) estão na lista. Seguem os nomes:

Goleiros:

Doni (Roma/ITA)

Júlio César (Inter de Milão/ITA)

Defensores:

Alex Costa (Chelsea/ING)

Alex Silva (São Paulo)

Daniel Alves (Sevilla/ESP)

Gilberto (Hertha Berlim/ALE)

Juan (Roma/ITA)

Kléber (Santos)

Lúcio (Bayern de Munique/ALE)

Maicon (Inter de Milão/ITA)

Meio-campistas:

Diego (Werder Bremen/ALE)

Elano (Manchester City/ING)

Fernando (Bordeaux/FRA)

Gilberto Silva (Arsenal/ING)

Josué (Wolfsburg/ALE)

Júlio Baptista (Real Madrid/ESP)

Kaká (Milan/ITA)

Mineiro (Hertha Berlim/ALE)

Ronaldinho Gaúcho (Barcelona/ESP)

Atacantes:

Afonso (Heereveen/HOL)

Robinho (Real Madrid/ESP)

Vágner Love (CSKA/RUS)


Quem poderia ter sido lembrado e não foi? Alexandre Pato? Ceni e Diego Cavallieri? Qualquer volante melhorzinho? Qualquer atacante que exista?

E com essa lista? Dá para garantir a vaga sem sustos?

Beber para esquecer não funciona, sugere pesquisa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Beber para esquecer não é uma boa estratégia. Segundo a Agência EFE, o estudo é de pesquisadores da Universidade de Auckland, e foi divulgado pelo jornal neozelandês New Zealand Herald. O excesso de bebidas alcóolicas, apesar de impedir o desenvolvimento de células cerebrais, reforça a lembrança de estímulos altamente emotivos e memórias negativas.

A constatação de que há um reforço na memória sob efeitos excessivos de álcool, leva a pesquisadora Maggie Kalev a pensar "que é pouco provável que a idéia de beber para esquecer esteja certa".

Pior: o consumo moderado de vinho, o equivalente a um ou dois copos ao dia, pode melhorar a memória.

A partir da pesquisa, se começa a entender por que se discute tanto aquela partida de 1976 do campeonato paulista, ou ainda a política de comunicação do governo Lula, ou a mídia golpista em geral.

Tudo isso até agora só vale para ratos, as cobaias do estudo. A pesquisadora acrescentou que novos estudos poderiam servir no desenvolvimento do tratamento de problemas da memória, como os causados pelo mal de Alzheimer.

Cinco anos de um clássico inesquecível

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Amanhã faz 5 anos de um jogo inesquecível. Era a 15ª rodada do Brasileiro (turno único) e o Santos de Diego e Robinho, que começara o campeonato desacreditado e “candidato” à segunda divisão (mas terminou campeão), fazia um jogo emocionante, como são quase todos os Santos x Palmeiras.

Àquela altura do campeonato o Santos já era favorito. Mas, apesar do início que até prometia uma goleada, com um golaço de Robinho aos 21 do primeiro tempo, o Palmeiras regiu no segundo tempo, pressionou, teve um gol de falta de Zinho que bateu no travessão, entrou e o juiz não deu e, finalmente, o Alviverde empatou aos 42 minutos de segundo tempo, em falta batida por Arce.

Vale lembrar que, naquele jogo, o goleiro Marcos fez uma partida espetacular, como sempre fazia contra o grande Santos de 2002/2003. Resultado: 1 a 1.

Dias: o mais são-paulino que atuou pelo S.Paulo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Os jogadores do São Paulo enfrentaram o Boca Juniors com faixas pretas no braço, numa justíssima homenagem àquele que foi, talvez, o jogador mais são-paulino que já atuou pelo seu time de coração: o ex-zagueiro/volante/meia/lateral Roberto Dias, que sofreu uma parada cardíaca quando treinava as categorias de base do clube, no domingo, e faleceu ontem, aos 64 anos. Na foto (amostra da Gazeta Press), ele aparece recebendo de uma checrete o troféu Velho Guerreiro, no programa do Chacrinha, da TV Record, em março de 1976
A causa mortis não surpreende, pois Dias foi um dos primeiros jogadores brasileiros a encerrar a carreira precocemente por problemas no coração. Depois de perder um filho pequeno, em 1969, ele passou mal em um treino e ficou um ano e meio parado, com risco real de morte. Porém, o destino resolveu fazer justiça com o único jogador de nível do fraco São Paulo da década de 1960 e ele conseguiu voltar ao campo para levantar seu primeiro título como profissional, o Campeonato Paulista de 1970. Ainda jogaria no México e no Nacional (SP) antes de pendurar as chuteiras aos 28 anos.

"Nasci perto do Canindé, quando era estádio do São Paulo, e um amigo me levou para jogar no clube. Eu já era são-paulino e estreei no time principal aos 16 anos, em 1959. No ano seguinte, disputei as Olimpíadas de Roma", contou Roberto Dias, recentemente, durante um encontro de ex-jogadores do Tricolor. Dias era tão refinado que está entre os poucos zagueiros que o próprio Pelé destaca como os melhores que enfrentou. E também era artilheiro: é o 24º maior goleador do São Paulo, com 76 gols, ao lado de Rogério Ceni. Pena, porém, que a maior parte de sua carreira no clube foi carregando piano ao lado de cabeças-de-bagre. Ao ser questionado sobre quando o time estaria pronto para ganhar um título, um técnico da época fez um trocadilho fantástico: "-Dêem-me dez Dias...".
Cresci ouvindo histórias sobre suas façanhas, Dias sempre foi um herói mitológico para mim. Talvez por ter livrado o São Paulo de muitos vexames na época mais precária do clube. Porém, por ter jogado numa época em que o futebol não dava dinheiro e o Tricolor priorizava a construção do Morumbi (além de ter encerrado a carreira antes da hora), Dias sofreu dificuldades financeiras. Por isso, nos anos 1980, o clube o chamou para treinar a molecada. "Tudo o que sou e o que tenho devo ao São Paulo", confessou, certa vez. Para todos os verdadeiros são-paulinos, Roberto Dias significará, eternamente, o próprio distitinvo do clube. O símbolo máximo do que é torcer pelo São Paulo. Valeu, Dias! Que esteja em paz.

Cena insólita

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Futebol também vive de maniqueísmo e generalizações e, aqui no Brasil, os são-paulinos convivem com o rótulo de "time de elite" (estou esperando minha riqueza há anos...) e os curintianos, "time do povão". Pois então: ontem, por volta das 8 da noite, peguei um busão em São Bernardo e desci na inóspita e escura praça que dá acesso à estação Pedro II do metrô. Meio ressabiado (porque, repito, o lugar é meio barra pesada), tratei de apressar o passo quando, de longe, notei que um grupo discutia aos berros ao lado de uma banca de revista. Em pé, um "burguês" de meia idade, careca, de óculos, roupa fina, casaco de couro, celular último tipo, limpo e perfumado, discutia apoplético com quatro mendigos que estavam sentados em uma mureta, no canteiro do gramado elevado. Que, como a maioria dos mendigos, estavam sujos, rasgados, mal-cheirosos e alegremente bêbados. Pensei: "-Isso vai dar merda, a polícia vai aparecer daqui a pouco pra proteger o 'cidadão de bem' - o careca". Mas não podia evitar de passar pela confusão, pois eles estavam parados em frente a única entrada do metrô a que eu tinha acesso. Quando fui me aproximando, percebi que a inusitada "briga de classes" era por causa de futebol. E, para meu espanto, um dos mendigos se levantou e enxotou o careca, gritando: "-Vai embora, curintiano! Cai fora! Aqui você tá na ala são-paulina!". E os quatro mendigos ficaram gritando "-É tricolor!" enquanto o "burguês" entrou na banca de revistas resmungando alguma coisa parecida com "bambis". E eu segui meu caminho, ruminando essa cena digna de Buñuel...

Soninha, a ambiciosa, do PT rumo ao PPS

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Soninha é uma figura alegre, espontânea, talentosa. E, no trato pessoal, adorável. Votei nela em 2004 para a vereança paulistana. Mas as indicações – dadas por ela mesma durante seu mandato na Câmara Municipal – de que é uma personalidade política mais ambiciosa do que o recomendado a quem se diz interessado em causas sociais, se confirmaram com a sua mudança de partido, do PT pro PPS. "Passei a vida colecionando idéias de roteiro. Passei vários anos, especialmente os últimos, pensando o que eu faria se fosse prefeita", disse ela, segundo a Folha On Line de hoje.

A proximidade com Serra há tempos é comentada nas rodas políticas, assim como a demonstração, dada por ela mesma, de que sua ambição é ser do Executivo. Duas coisas que se encaixam.

Ela deve ser candidata à prefeitura em 2008. Não vai levar, mas vai servir de instrumento dos candidatos direitistas de São Paulo para dividir a esquerda, apesar do falso discurso que já ensaia, de que não “concordo com o consenso paulistano de que Alckmin foi um bom governador” e blablablá. Porque, obviamente, fará um discurso de esquerda. Talvez como o velho Fernando Henrique Cardoso nos anos 70 e 80.

Soninha vai dar uma refrigerada nas catacumbas da direita de São Paulo.

Brasil faz história

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A seleção brasileira feminina fez história. Pela primeira vez chega à final de um Mundial, e com um futebol de encher os olhos. As jogadas e a atuação de Marta, com somente 21 anos e a melhor do mundo, é de deixar muito marmanjo embasbacado. Hoje, no quarto gol contra a poderosa seleção norte-americana (com todas as titulares, ao contrário do Pan, cuja vitória brasileira foi tratada com desdém pelos céticos de plantão), ela simplesmente inventou um novo drible.


A bola chega, ela toca do pé direito pro esquerdo sem deixar a bola cair, e, com o calcanhar, dá um "drible da vaca no ar". Mais um drible que deixa uma segunda gringa no chão e o chute fulminante para o gol. Inacreditável. Não é à toa que no caminho pro trabalho, todos os botecos sintonizavam a partida e a freguesia não tirava os olhos do televisor.

Vi outro dia os melhores momentos de Santos e Corinthians, um 3 a 3 no Paulista de 1957. Foi o jogo em que o Timão ganhou a Taça dos Invictos. Cláudio, Baltazar e Gilmar dos Santos Neves (que teve atuação sensacional) de um lado; Zito, Pagão e um menino chamado Pelé, que marcou os três tentos do Peixe. Um jogo com grandes lances, belos gols, lançamentos, passes inesperados. E assistir às partidas do futebol feminino lembram um pouco essa época do futebol.

Lembram simplesmente porque naquela época a força física era um fator que não contava tanto para se fazer parte de uma equipe. Por isso os volantes habilidosos, os atacantes que sabiam matar a bola, os zagueiros que saíam com desenvoltura de trás. Hoje, o atleta precisa ser aplicado, correr muito, chegar junto, dividir todas as bolas, obedecer ao "professor". Tem que ser "exemplo", mas é preciso também ser macho. De preferência, não pode fazer firula, porque isso é coisa de gente irresponsável. E futebol, ele precisa realmente saber jogar?

Esse é o motivo, acredito, que muitos homens ainda resistam ao futebol feminino. De fato, às vezes ele parece uma mera brincadeira, como nos parecem igualmente falsos os teipes das décadas de 50 e 60.

Prefiro, sem sombra de dúvidas, a brincadeira.

Noite gloriosa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


Dane-se que a Copa Sul-americana vale só para encher os cofres dos clubes. O jogo entre São Paulo e Boca Juniors ontem à noite me fez vibrar como na época em que eu comecei a torcer pelo Tricolor. Terminei o jogo tremendo, com o coração acelerado e a alma lavada. Nem a vitória em cima do Atlético Paranaense na final da Libertadores de 2005 se compara com esse jogo. Talvez o jogo contra o Liverpool, na final do Mundial. Como me arrependi de não ter ido ao Morumbi!

O jogo começou quente. O Boca quase marcou aos 30 segundos. No contra-ataque, foi a vez do São Paulo desperdiçar uma boa chance. Mas nessa altura eu ainda estava no ônibus, tentando voltar para casa. Pelo que ouvi, o primeiro tempo foi praticamente dominado pelo São Paulo, que criou algumas chances, mas ficou no zero. Já o Boca catimbava e tornava o jogo lento.

No início do segundo tempo (já estava em casa), Aloísio - que acabara de substituir Borges - ganha da zaga na força e faz o gol tricolor. Ouvi mais tarde que ele levou a bola no braço, mas não vi isso não. A partir daí o Boca parou de demorar 20 segundos para cobrar um lateral e teve que sair para o jogo. Foi só emoção. 40 minutos - contando os acréscimos - de nervosismo e tensão. Teve bate-boca na área do são Paulo, pelo menos 5 escanteios seguidos para o Boca entre os 35 e 40 minutos, 3 jogadores do São Paulo contundidos ao mesmo tempo (Souza, Aloísio e Leandro contribuiram para que o jogo ficasse parado uns 5 minutos). Aloísio aguentou até o fim com um problema muscular, e mesmo assim deu arrancadas, marcou e foi fundamental para prender a bola quando o jogo apertou.

Aos 49 minutos e 20 segundos, o juiz apitou e o Morumbi - e eu também - soltou o grito que estava entalado contra o Boca fazia tempo. As imagens de torcedores do São Paulo chorando na arquibancada estão aí para provar que eu não estou exagerando.

Eliminar o Boca: eu recomendo!

Por conta da "batalha", Souza e Aloísio preocupam para o jogo contra o Inter no Brasileiro, o campeonato que importa. Mesmo assim, a confiança está em níveis estratosféricos hoje. A minha, pelo menos. Alguns membros desse blog conhecem a minha teoria, de que se o São Paulo eliminasse o Boca, ninguém mais segurava no Brasileiro. Eliminou. Agora é contar as rodadas para ser campeão.

Posso até queimar a língua, mas hoje tá difícil de segurar!

30 anos de um título histórico

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Juntar as expressões "quebra de jejum" e "1977" na mesma frase é algo que, para nós, paulistas, traz de imediato à mente nomes como Basílio, Corinthians, Ponte Preta, Rui Rei e outros. Mas em outro lugar do país 1977 também é sinônimo de quebra de fila. Trata-se do Rio Grande do Sul, quando, em 25 de setembro daquele ano - 30 anos, portanto - o Grêmio levantou o título estadual após oito anos de jejum.

"Mas oito anos nem é tanto assim", dirão os amigos leitores, em especial os palmeirenses, cuja fila chega a exatos oito anos nesse 2007. Oito anos podem não parecer tanto para nós, mas para os gremistas, que viram cada um dos títulos estaduais parar na mão do rival Internacional, esses oito pareceram uma eternidade.

Que foi rompida com o gol de André Catimba, cuja comemoração está na foto (e também no vídeo aqui). Aliás, essa comemoração merecia um post à parte. Catimba pulou para dar uma cambalhota, o que era sua marca registrada; mas no meio do salto percebeu que não conseguiria executar o movimento e se estatelou com tudo no chão. Tanto "com tudo" que ele precisou deixar a partida. Imaginem se o Grêmio perde o título?

Mas não perdeu. Pelo contrário, venceu, interrompeu a série de oito títulos seguidos do rival e iniciou um momento tido pelos gremistas como um dos melhores de sua história. É só pensarmos que quatro anos depois dessa taça o Grêmio seria campeão brasileiro; e seis depois, da Libertadores e do Mundial. Sem contar o bi-gaúcho de 79/80 e a assombrosa sequência de seis títulos entre 1985 e 1990.

A façanha tricolor ganha ainda mais peso se levarmos em conta que o rival Inter tinha, para repetir a frase feita, também um dos maiores (senão O) times da sua história, a base bicampeã nacional em 1975/6.

Ficha técnica da peleja:

Grêmio 1x0 Internacional
Final do Campeonato Gaúcho de 1977
25 de setembro de 1977
Gol: André Catimba, aos 42 do primeiro tempo

GRÊMIO
Corbo, Eurico, Cassiá, Oberdan, Ladinho, Vitor Hugo, Tadeu Ricci, Iura (Vilson), Tarciso, Andre (Alcindo), Éder.
Técnico: Telê Santana

INTERNACIONAL
Benitez, Bereta (Batista), Marinho, Gardel, Vacaria, Caçapava, Escurinho, Batista (Jair), Valdomiro, Luizinho, Santos (Dario)
Técnico: Gainete

quarta-feira, setembro 26, 2007

Dualib, sobre o título de 2005: "- Roubado!"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Tá, tudo bem, o assunto já foi tratado aqui. Mas merece um post exclusivo e, por isso, cumpre-me o árduo dever de registrar, com o devido destaque, o diálogo de Alberto Dualib (foto), ex-presidente do Curíntia, admitindo para o empresário Renato Duprat que o título de 2005 foi garfado. Segue a transcrição do grampo da Polícia Federal (o grifo é meu):

Dualib: Eles vão falar: 'Mas como é que ganhou ano passado?'. Ganhou porque, se não fosse aquela p... de anulação de 11 jogos, nós estávamos fora. Porque campeão de fato e de direito seria o Internacional. Porque nos últimos cinco jogos nós tínhamos 14 pontos na frente e chegamos, entendeu, um ponto só. Roubado!

Essa fica para a posteridade.

Embaixadora da ONU, tenista e mais o quê?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Sharapova e LeBron James
A tenista russa Maria Sharapova, por quem muitos amantes do tênis e de todos os outros esportes em geral suspiram, não é só rica, famosa e bela.

Tem sido também requisitada para boas causas. Embaixadora da Boa Vontade na Organização das Nações Unidas (ONU), a tenista acaba de posar ao lado do astro da NBA LeBron James (do Cleveland Cavaliers) para uma sessão de fotos (acima) que teria (ou tem, sei lá) o objetivo de usar a imagem dos atletas para arrecadar fundos ao Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas contra a pobreza, a exploração infantil e as doenças.

Sharapova é atualmente quarta colocada no ranking da WTA. Ela tem 3.235 pontos, atrás de Justine Henin (5.200), Svetlana Kuznetsova (3.609) e Jelena Jankovic 3.445).

Ao contrário da ex-musa do tênis Anna Kournikova, que sempre foi bela e nunca ganhou quase nada (mas somou prêmios de, no total, U$ 3,5 milhões), Sharapova já conseguiu três títulos top: Wimbledon (2004), o Mundial (2004) e o US Open (2006). Ela já embolsou a quantia de U$ 9,7 milhões.
Na carreira de simples, como profissional, Sharapova tem um retrospecto de 269 vitórias e 64 derrotas. Este ano, a tenista não foi bem em Grand Slams. Mesmo assim, chegou à final do Aberto da Austrália, mas perdeu para a norte-americana Serena Willliams. Em Roland Garros (Paris), caiu na semifinal, derrotada pela sérvia Ana Ivanovic.
Ainda nesta quarta-feira, ficou confirmado que Sharapova vai mudar seu calendário de 2008 para jogar pela Rússia na Federation Cup, condição para as tenistas ganharem condições de disputar as Olimpíadas.

Os amantes do tênis, esse esporte que impulsiona multidões, podem obter mais informações no site da WTA ou mesmo no de Maria Sharapova.

Mais uma má notícia para o Curinthia

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Não vai dar em nada, provavelmente, até porque parece que esse procurador quer dar uma de Zveiter e só aparecer, mas Paulo Schmitt prometeu pedir a abertura de inquérito para investigar a parceira Corinthians/MSI.

E o principal alvo será a declaração do ex-presidente corintiano Alberto Dualib de que o título daquela temporada foi roubado dos colorados.

"...porque campeão de fato e de direito seria o Internacional...", diz Dualib a Duprat.

Como se vê, essa parceiria pode render muito ainda. Se comprovada a fraude, dificilmente o time do Parque São Jorge perderá o título, mas há risco de punição (mais que merecida) aos dirigentes e até mesmo de rebaixamento do time, o que ainda pode ser conseguido no campo...

terça-feira, setembro 25, 2007

Portuguesa bate Vitória em jogo de viradas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Torcida do Vitória deixa o Barradão
Sou obrigado a atualizar a notícia. A proeza de que falei abaixo aconteceu e a Portuguesa conseguiu uma excelente vitória contra o Vitória, dentro do Barradão.

O jogo foi tecnicamente fraco, mas o que faltou em técnica sobrou em luta e emoção. O jogo começou 1 a 0 para a Lusa (em falta cobrada por Preto), mas o time de Vágner Benazzi levou o empate ainda no primeiro tempo. No segundo, virada do Vitória. Parecia ser a confirmação da lógica (o time da casa tinha o apoio da torcida que lotou o estádio), mas Diogo empatou para a Lusa num cruzamento, contando com a falha da zaga adversária.

Pressionada, a Portuguesa dava a impressão de que não resistiria à pressão dos baianos. Mas o domínio do Vitória era desorganizado. Numa roubada de bola na defesa, Vaguinho recebeu no melhor estilo de seu homônimo corintiano dos anos 1970, mas pela esquerda, conduziu até a área e, quase sem ângulo, de canhota, chutou no canto oposto (foto). Nova virada, 3 a 2, e o time do Canindé deu importante salto rumo à volta à elite, principalmente por vencer fora de casa um adversário que disputa com ela uma das vagas. Precisa saber se a famosa instabilidade não volta.
No outro jogo, em Campinas, a Ponte Preta levou 2 a 1 do Marília.
A classificação passa a ser a seginte (até o 10°):

Classificação

1 - Coritiba - 49
2 - Ipatinga/MG -46
3 - Portuguesa -44 (um jogo a mais)
4 - Vitória – 41 (um jogo a mais)
5 - Criciúma - 41
6 - Marília – 40 (um jogo a mais)
7 - Brasiliense/DF - 40
8 - Ponte Preta – 38 (um jogo a mais)
9 - Grêmio Barueri -38
10- Gama - 37

Lusa: agora vai ou agora não vai?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No Brasileiro da Série B, a Portuguesa está tão próxima da zona de acesso (onde estava antes da rodada passada) que seus torcedores mais ferrenhos têm motivos para ficar com um pé atrás. Como a Lusa gosta de fazê-los sofrer.

Antes da 27ª rodada (hoje e sexta-feira), o time do Canindé está em quinto lugar, com o mesmo número de pontos (41) de Vitória e Criciúma. Poderia estar em terceiro, se tivesse conseguido os três pontos contra o São Caetano na sexta-feira, 21, mas ficou no 0 a 0.

Daqui a duas horas, a Portuguesa tem um adversário indigesto: o Vitória, na Bahia, no chamado duelo de seis pontos. O empate é um bom resultado, mas com ele a Lusa pode terminar a rodada em 7° lugar, se o Brasiliense ganhar do Fortaleza em Brasília (na sexta) e a Ponte Preta bater o Marília em Campinas por 2 a 0 ou mais (hoje). Mesmo se perder logo mais, apenas a Ponte e o time da capital federal podem superar a Lusa na rodada. Se ela vencer (o que seria uma proeza), supera o Vitória e entra no G-4 de novo.

Depois, outro jogo fora, dessa vez contra o Paulista em Jundiaí, na terça, 2. Vai ou não vai, Lusa?

Série B
Classificação antes da 27ª rodada

1 - Coritiba - 49
2 - Ipatinga/MG -46
3 - Vitória - 41
4 - Criciúma - 41
5 - Portuguesa -41
6 - Brasiliense/DF - 40
7 - Ponte Preta - 38
8 - Grêmio Barueri -38
9 - Marília - 37
10-Gama - 37

Agora, vai...

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Como os corinthianos futepoquenses não se manifestam, uma notícia da busca da tão almejada série B, o projeto campeão dos aflitos 2008. Assume hoje Nelsinho Batista, que acabou de ser dispensado da Ponte Preta.

Isso não é nada, nada mesmo. Nelsinho é um técnico B que um dia se perdeu no caminho.

Pareceu que se tornaria grande técnico, dirigiu os maiores times brasileiros, agora não serve nem para o Ponte, mas vai para o ex-timão. Melhor retrato do momento atual do Parque São Jorge é difícil.

Por falar no santo, até ele deve estar envergonhado da confissão do ex-presidente Dualib, aqui reproduzido em diálogo publicado pelo portal G1, da Rede Globo.

“- Nos últimos cinco jogos nós tínhamos 14 pontos na frente (do Inter) e chegamos (N.R.: faltando cinco rodadas a vantagem era de seis pontos e não de 14), entendeu, um ponto só... roubado - diz Dualib, durante conversa com Renato Duprat, empresário ligado ao grupo MSI, ocorrida no ano passado.”

“- Olha se não tivesse aquela m... daquela anulação de 11 jogos, nós estaríamos fora... porque o campeão de fato e de direito seria o Internacional - completa Dualib.”

São Jorge que se explique...

Argentinos mostram força no Mundial Gay

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Começou ontem o Mundial de Futebol Gay, promovido pela Associação Internacional de Futebol Gay e Lésbico (IGLFA) em Buenos Aires, na Argentina. Essa é a oitava edição da competição, iniciada em 1997 e 28 equipes disputam o título.

Os selecionados que representam o país-sede já mostraram toda sua força na primeira rodada. Diante de três adversários norte-americanos os argentinos levaram a melhor. Os Dogos SN venceram por 7 a 0 o Atlanta Hot, já os Dogos RN ganharam por 5 a 2 dos DC Feds. Outro representante portenho, o Amerika, venceu por 2 a 0 o SF Spikes.

Na cerimônia de abertura, estiveram presentes o subsecretário de Esportes de Buenos Aires, Claudio Andrilli, o presidente da Comunidade Homossexual, César Cigliutti, e o representante da Associação de Futebol Argentina (AFA) Daniel Pellegrino. A Argentina é o primeiro país da América Latina cuja federação de futebol reconhece de forma oficial uma seleção homossexual.

Ainda durante a abertura foi feito um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da Aids e todos os membros das 28 equipes se reuniram em torno da bandeira do arco-íris, símbolo dos movimentos homossexuais.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Com a voz da experiência

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, o apresentador Flávio Prado perguntava aos presentes se o São Paulo já é campeão brasileiro. Como se desse um recado aos dirigentes do Cruzeiro, o conselheiro curintiano Romeu Tuma Júnior (foto) respondeu: "- Só perde se houver uma reviravolta muito grande. Precisava aparecer outro juiz igual aquele de 2005 (referindo-se a Edílson Pereira de Carvalho), daí mudava tudo". Juro: ele usou a expressão "precisava", mesmo. E falou isso sério, pensativo. Ninguém deu risada ou entendeu a coisa como brincadeira. Preferiram fingir que não ouviram e mudaram de assunto.

Empate de erros

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nada a comemorar no jogo do Galo contra o Inter no Mineirão.

O alvinegro fez bom primeiro tempo, perdeu uns cinco gols claros, inclusive um pênalti. A tragédia começou no segundo, em que em duas bobeiras da defesa o time gaúcho fez dois gols de cabeça, num deles com todo mundo olhando o Fernandão subir sozinho de cabeça.

Quando tudo parecia perdido, com mais de 40 minutos do segundo tempo, a torcida em casa gritando olé para o adversário e o Inter pedendo várias chances de fazer o terceiro, eis que numa cobrança de falta o zagueiro sobe, a bola chora, o goleiro tira de dentro da linha, mas o juiz felizmente marca corretamente o gol.

Saída, aos 44, o lateral do galo invade a área pela direita, cruza e Vanderlei, que entrara há pouco tempo, empata. Nova saída e, aos 47, o Galo tem a chance de fazer o terceiro e ganhar o jogo. O goleiro Renan, que falhara antes, se redime e defende.

No festival de erros que foi o jogo, acabou sendo um empate justo.

Mas alguns destaques. Primeiro, nenhum time que queira algo no campeonato pode perder tantos pênaltis. Lembrem-se do perdido contra o São Paulo aos 45 do segundo tempo.

Segundo, nunca vi dar certo, mas ontem, no desespero, o Leão chegou a botar quatro atacantes, três deles centroavantes. Teve de corrigir porque um dos atacantes, Éder Luiz, o melhor até então no jogo e o único de velociodade, se machucou, e ele pôs um meia, o Tchô. Mas ficou com três atacantes e só um volante.

Terceiro, nada disso teria dado certo se a defesa do Inter não errasse tanto. Parece muito maltreinada. E entrega no final do jogo.

Conclusão com uma historinha. Quando o Galo caiu, em 2005, eu vi que a coisa daria errado no dia em que estava ganhando de 2 a 0 do Fortleza, em casa, aos 20 minutos do segundo tempo e tomou uma virada para 3 a 2.

Ontem, pela situação, fiquei com a sensação que este ano não cai. É daqueles empates, que mesmo proporcionado por erros do próprio time, dão moral.

Outro dado interessante deste campeonato. Existem nove times entre os 33 e os 36 pontos. Com uma vitória é possível chegar ao 12, 13 lugar. Com duas derrotas, o Inter, o nono, pode ir para o G4 fatal.

Se na parte de cima da tabela os Bambis já são campeões, o título da segundona em 2008 ainda será muito disputado.

Carros como armas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Reprodução
Não tenho nada a ver com a vida do ótimo ex-centroavante Casagrande (na foto, socorrido pelos bombeiros), mas a cobertura de seu acidente na chamada mídia televisiva é “blindada” por um corporativismo ridículo. Até a concorrência fez uma cobertura lamentavelmente acrítica: no programa Bate Bola de domingo, o estridente pretenso narrador Paulo Andrade, da ESPN Brasil, deu vivas às boas notícias da noite, segundo as quais o acidentado já estava bem melhor. Não que eu quisesse que o cara tivesse se dado mais mal ainda, mas não tem questionamento nenhum, não?

Quem conhece a região onde se deu o acidente de sábado à noite há de se perguntar: como ele pode ter capotado um Jeep Cherokee ali daquele jeito? A rua Tito – paralela à rua Coriolano, próximo às ruas Camilo, Aurélia e Catão –, é tranqüila, estreita e tem pouco movimento à noite. É difícil imaginar como alguém pode ter batido e arrastado quatro automóveis, sendo que dois ficaram “completamente destruídos”, e ainda ter capotado naquele local da Vila Romana, entre a Lapa e a Vila Pompéia, na zona Oeste da capital.

Já que ninguém pergunta, pergunto eu: como?

O próprio ex-atleta, segundo as reportagens que li, disse aos policiais que toma tranqüilizantes e havia ingerido pequena quantidade de vinho. Ah, tá.

A sorte é que, justamente por ser um local tranqüilo, o acidente não feriu nem matou ninguém. Sorte de quem, por fatalidade, não estava ali.

Se não tenho nada a ver com a vida do Casão, como cidadão acho terrível que celebridades usem seus carrões nas ruas como se usassem armas. E ninguém fala nada.

Duro de assistir...

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Gostaria de discordar do tom do post do Anselmo sobre o Derby de ontem, mas não posso. O Corinthians praticamente não jogou. O Palmeiras, que também fez muito pouco, foi mais alto que o Nelson Ned, numa comparação politicamente incorreta. O jogo foi duro de assistir, óbvio que ainda pior para os corintianos.

É uma tristeza ver o meu time tão desorganizado, tão sem pé nem cabeça. Ficou todo mundo lá atrás quase o jogo todo e mesmo assim não conseguia se defender de forma segura, estourava tudo em Felipe. Os contra-ataques morriam numa enxurrada poucas vezes vista de passes errados.

Meu pai disse que falta atitude para os jogadores do Corinthians. Talvez, mas eu acho que o problema é de limitação técnica e tática mesmo.

Sobre tática, levanto uma questão. Depois do gol alvi-verde, o Timão resolveu ir para a frente e passou a sofrer menos. Não teve nenhuma chance claríssima, mas tomou menos sufoco. É praticamente consenso que, quando seu time é ruim, monte uma retranca. Será que isso sempre se aplica?

Bêbado em ladeira

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A vitória de 1 a 0 do Palmeiras sobre o Corinthians no Morumbi, no domingo, 23, teve resultados extremados na tabela. Enquanto o alviverde foi parar entre os quatro primeiros, o alvinegro de crises mil, foi para o G4 que ninguém quer estar: o do rebaixamento.

Vitória foi magra, mas foram quatro as defesas de Felipe, o arqueiro instável. Apenas uma de jogada individual de Caio. O restante, embora em importantes jogadas, saíram de escanteios e quetais. O próprio tento verde-limão-siciliano saiu em cruzamento a partir lance de bola parada.

A questão é que, se o Palmeiras não foi brilhante, fez o suficiente para criar a impressão de que foi bem superior ao adversário sem-estádio, sem-técnico, sem-presidente. É a comparação com um time bêbado em ladeira, devidamente empurrado.

Mesmo assim, é bom ganhar do Corinthians. Vida longa à ladeira e à embriaguez alvinegras.