Destaques

quinta-feira, setembro 04, 2008

Mais que nunca, temos que beber o morto!

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Bares, cabarés, mafuás e puteiros de Norte a Sul desse país estão de luto hoje: morreu, no Rio de Janeiro, o célebre Waldick Soriano (acima), o ex-garimpeiro que tornou-se autor e intérprete dos melhores e mais importantes clássicos do cancioneiro de dor-de-cotovelo e dor-de-corno universais. O maior exemplo de sua verve, lógico, é "Eu não sou cachorro, não", um verdadeiro hino lançado no mítico LP - sigla de long playng, o popular bolachão de vinil, crianças - "Ele também precisa de carinho", da RCA, em 1972 (foto à direita). Outras pérolas de sua autoria são "Torturas de amor", "Paixão de um homem" e "Eu também sou gente", entre muitos outros bolerões que fazem o cidadão roer suas misérias até o último gole de pinga disponível.

E Waldick também tem a ver com política: "Eu não sou cachorro, não" virou jargão no país, quase que como um desabafo dos excluídos e marginalizados contra seus opressores (o patrão, a polícia, a elite etc), como conta o pesquisador Paulo César de Araújo num ótimo livro que foi batizado, por sinal, como "Eu não sou cachorro, não - Música popular cafona e ditadura militar" (Editora Record, 2002). Pelo título pouco apropriado para os tempos de chumbo da política brasileira, "Tortura de amor" chegou a ser censurada e proibida. Mas "Eu não sou cachorro, não" é mesmo a top de linha. Para Araújo, a canção está cravada "na memória coletiva nacional como 'Asa Branca', 'Mamãe eu quero' e 'Luar do sertão', entre outras ". Na década de 1990, o cearense Falcão, cantor/compositor de uma nova geração brega, fez uma versão bem-humorada para "Eu não sou cachorro, não", intitulando-a "I'm not dog no". Por falar no Ceará, aliás, Waldick morou em Fortaleza justamente na época em que eu morava lá. Infelizmente, porém, não pude ver nenhum show do cabra. Na foto à esquerda, ele aparece tomando seu uisquinho numa churrascaria da capital cearense.

Pois então, manguaçada: vamos beber o ilustre morto porque, quem nunca chorou as mágoas com um bolero dele, que aproveite a ocasião! Ao bar! E avoé, Waldick! A música de zona nunca mais será a mesma sem você.

Homenagens retiradas do YouTube:

O Bem Amado: O Dia em que Waldick Soriano foi à Sucupira


Waldick Soriano no Caravele

Me esquerda que eu gosto! – Tiro no pé no ABC

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DIEGO SARTORATO*

Repercutiu na Folha, no Estado e no portal de notícias da Globo, entre outros: o lançamento do plano de governo do ex-ministro e atual candidato a prefeito Luiz Marinho, do PT (à esquerda), em São Bernardo, terminou com briga entre militantes e estudantes da Universidade Metodista. O evento ocorria no salão nobre da instituição, onde estavam presentes também a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o senador Aloizio Mercadante, ambos do PT.

A baixaria começou quando Mercadante falava sobre o desenvolvimento do país durante o governo Lula. Um grupo de estudantes de Filosofia – cerca de dez deles, capitaneados por Glauber Leite, 20 anos – resolveu interromper o discurso com gritos insistentes de "ladrão" e "mentiroso". Não precisa de muita criatividade para imaginar como a militância petista reagiu (havia mais de 500 pessoas para o ato): os alunos, em especial Leite, foram expulsos a empurrões e pontapés pela escadaria curva do salão de gala. No calor do momento, especulou-se que o aluno seria um infiltrado a mando de Orlando Morando, candidato tucano à Prefeitura de São Bernardo.

Embora o candidato da direita seja citado por rivais como adepto da prática de usar apoiadores para tumultuar reuniões alheias, não foi o caso. Leite já é apontado por três fontes do movimento sindical do ABC Paulista ouvidas por este jornalista como "cavalo de tróia" do PSTU, partido que está coligado com o PSol nas eleições de São Bernardo. Não seria, segundo essas fontes, sequer a primeira vez que ele provoca "os instintos mais primitivos" dos militantes do PT: há cerca de quatro anos, durante uma visita do então ministro da Fazenda Antônio Palocci ao Sindicato dos Metalúrgicos, o estudante teria protagonizado a mesma cena – e recebido o mesmo tratamento.

Nos comentários do artigo, Glauber Leite nega de forma veemente os fatos, alegando não pertencer a agremiações políticas e contestando o episódio de 2003.

Para completar, o tumulto envolvendo estudantes e militantes do PT "coincidiu" com o tiroteio envolvendo o candidato a vice de Morando em São Bernardo, Edinho Montemor (acima, à direita), do PSB.

Os episódios, com certeza, não vão puxar o gatilho da vitória de Aldo Santos (à esquerda), candidato da coligação PSol-PSTU, que tem apresentado resultados entre 0% e 2% nas pesquisas eleitorais da região. Talvez – e apenas talvez – propulsionem a candidatura do PSDB, que já comanda a cidade há quase 20 anos. A candidatura de Marinho é a primeira desde 1988 com condições reais de tirar a cidade das mãos da direita. A esquerda radical diz não ver diferença entre PT e PSDB, mas quem viveu neste país (e partircularment no ABC, como eu) nos últimos seis anos sabe que não é bem assim. E quem conhece o perfil de Morando sabe melhor ainda.

Pergunta que não quer - e não deve - calar: se for pra servir de bucha de canhão de um dos dois na disputa eleitoral (que o PSTU diz sequer reconhecer como legítima, aliás), a escolha natural não seria pelo outro lado?


*Diego Sartorato é jornalista, corintiano e bebe Zvonka. Filiou-se ao PCdoB, trabalha para o PT e simpatiza com o PCO. Às vezes, desconfia que não foi boa coisa "ser gauche na vida". "Mas é melhor que ser de direita", resume.

Galo não acerta o pé e S.Paulo se livra de derrota

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Finalmente, consegui parar em casa para ver um jogo do meu time numa quarta-feira à noite (a dor de garganta favoreceu). Sinceramente, preferia ter ido para o bar. Fora o gol no primeiro tempo, fruto de falha da zaga atleticana, o São Paulo não fez NADA no jogo. Borges esforçado, mas apagado. Dagoberto improdutivo. Hugo sumido. Éder Luís idem. Richarlyson, sem comentários. Júnior fora de forma. Jorge Wagner só entrou pra provar que Muricy está certo ao colocá-lo no banco. A sorte foi que os mineiros, que criaram um pouco mais (qualquer coisa é melhor que NADA), não conseguiram acertar o pé. Lenílson, ex-tricolor, foi o caso mais gritante de desperdício de gols feitos. Mas tiveram outros com Jael e Serginho - que parece ser um atleta promissor. Na primeira bola que o São Paulo rebateu na altura da pequena área, deu o óbvio: 1 a 1, aos 30 e tantos do segundo tempo. Na seqüência, achei que o Galo ia virar. Mas as péssimas finalizações, de lado a lado, contribuíram para mais um modorrento empate, péssimo resultado para ambos. E principalmente para o São Paulo. Pois é, seu Juvenal, acho que não estaremos na próxima Libertadores, não.

quarta-feira, setembro 03, 2008

Faroeste bernardense

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Minha cidade está realmente especialista em registrar ocorrências inusitadas. 

O candidato a vice-prefeito Edinho Montemor, que integra chapa encabeçada por Orlando Morando (PSDB), foi baleado na noite dessa segunda-feira. Segundo o site Clique ABC, a bala que atingiu Edinho teve origem em uma discussão entre militantes de diferentes candidatos a vereador - mas todos apoiadores de Morando - após evento realizado no Espaço Lux, na região central de São Bernardo do Campo.

Edinho passa bem. A bala apenas o atingiu de raspão na coxa. Retomará, em breve, as atividades de campanha.

Momentos soturnos não são novidade em São Bernardo - no início do ano, em janeiro, Adelmo Campanholo se jogou do alto do Paço Municipal, um dos edifícios mais altos da cidade. Relatos de então indicaram que Campanholo decidiu acabar com a própria vida após conversar com Raimundo Salles, à época secretário de Comunicação de São Bernardo e hoje candidato a prefeito da vizinha Santo André pelo DEM.

A chapa de Orlando Morando e Edinho Montemor disputa palmo-a-palmo a preferência do bernardense com a dupla Luiz Marinho-Frank Aguiar. Correndo por fora, vem Alex Manente (PPS).

Em Santo André, Salles é o "primeiro dos últimos", numa eleição que deve terminar com a vitória, talvez em primeiro turno, de Vanderlei Siraque (PT).

Lei seca nele!

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O meia–atacante Rossini (à direita), que foi revelado pelo Santos e chegou a ser considerado um possível sucessor de Robinho, está dando vexame no Acre, onde joga pelo Rio Branco. No último domingo, embarcou totalmente embriagado no vôo que levaria seu time para enfrentar o Luverdense, em Mato Grosso, pela Série C do Campeonato Brasileiro. Segundo testemunhas, Rossini começou a ofender os passageiros antes mesmo de o avião decolar, o que motivou sua expulsão da aeronave. O jogador já pediu desculpas à diretoria do clube e será multado em 40% de seu salário.

Um estrogonofe manguaça contra a padronização dos gostos

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Em pleno fim de semana, me vi convocado a produzir um stronoff caseiro. E de camarão. Tudo por esses motivos que podem ser resumidos como "porque bateu a vontade". Mal sabia eu que aquele corriqueiro almoço de sabadão transformar-se-ia em uma verdadeira batalha pela desconstrução dos insumos industriais e por sua reconfecção caseira. Praticamente uma batalha gastronômico-política contra a padronização alimentar.

Por isso, peço licença a Marcos Xinef, para narrar minha empreitada.

Foto: Edgardo Balduccio/Flickr


É que fui à geladeira e não encontrei catchup (nem ketchup), a arma mais baixa para a confecção do referido prato, já que contém todos os temperos que poderiam funcionar.

Puxei de memória, então, os ingredientes do referido preparado: molho de tomate, açúcar (ou algum xarope de milho), vinagre e molho inglês. Vai também alho e cebola em pó e outros condimentos.

Foto: Jonathan Chard/Flickr
Tomate, eu tinha. Molho inglês não. Então a lista agora era a dos itens necessários para produzir o condimento britânico. Tudo de memória: molho de soja (shoyo), vinagre, sal, pimenta do reino, noz moscada, cravo, sal e mais um monte de temperos.

Joguei cebola e alho picados na frigideira. Depois de dourados, uns tomates. Devidamente murchos, foi a vez de incluir mais ou menos meio copo de molho de soja e um pouco menos de vinagre balsâmico. Deixei apurar e juntei tudo quanto foi tempero. Sal, pimenta do reino branca, jamaicana, noz moscada, páprica e não lembro mais o quê.

Quando tudo já estava mais seco, lembrei que o camarão estava congelado num caldo de tempero caseiro que eu mesmo tinha juntado na semana anterior. Resolvi incluir o gelo que envolvia os crustáceos semi-cozidos e deixar secar mais. Apelei para uma mostarda escura e uma caixa de creme de leite. Depois vieram os camarões.

Essa apelação era uma forma de esconder o que estava na cara. A insegurança era grande. Era muita invencionice junta, muita aventura gastronômica. Alguma coisa ia acabar errada. Como eu poderia, sem sequer recorrer ao Google ou à receita de molhos industriais vendidos prontos para reconstituir um prato tão comum e de nome tão afrescalhado? Definitivamente eu precisava de ajuda.

Lancei 300 ml de cachaça na frigideira. Depois de incorporado, direto ao prato.

Ficou bom.

Nunca mais coloco ketchup no estrogonofe. Nem compro molho inglês.

terça-feira, setembro 02, 2008

No butiquim da Política - Mugabe, um 'democrata' à disposição

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CLÓVIS MESSIAS*

Nada passa despercebido dos filósofos de butiquim, mesmo sendo este local a Assembléia Legislativa, onde - infelizmente - é proibida a loira gelada e o goró. Havia solto na Casa um radinho ligado e a notícia internacional corria dando o resultado das eleições fraudulentas no Zimbábue. Vitória do candidato único, Robert Mugabe (foto). O concorrente oposicionista desistiu do pleito, com a justificativa de que assim terminariam as perseguições e torturas aos seus correligionários.

Segundo o comentarista da rádio, o presidente Mugabe, um "democrata de plantão", comemorava a vitória eleitoral. Ele está no poder há apenas 28 anos. Um distraído freqüentador do butiquim, digo, da Assembléia, concluiu: "-Isto é que é gostar de democracia, está 'sofrendo' no poder há quase três décadas, à disposição da população!". Pois é, que mentalidade! Deve ter sido um dos que ajudaram os tucanos a "sofrer" desse jeito aqui em São Paulo, ficando "à disposição" do Estado há dez anos...

*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

segunda-feira, setembro 01, 2008

98 anos de Corinthians

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O Corinthians completou hoje, dia 1º de setembro, 98 anos de história. São, segundo o parceiro Retrospecto Corintiano, 5.043 jogos, com 2.683 vitórios, 1.229 empates e 1.161 derrotas, resultados determinados por 9.814 gols pró e 5.961 gols contra. Mas, masi que isso, é a incalculá, imponderável união da paixão de milhões de torcedores em todo o país e fora dele. Entre eles, eu, meu pai, meus tios, meu falecido avô. Aos trabalhadores que se reuniram no número 34 da Avenida dos Imigrantes, atual Rua José Paulino, no Bom Retiro, para fundar o maior time de futebol da Terra, meus cumprimentos.

Estatuto

No final de semana, a Assembléia Geral dos sócios do Corinthians aprovou o novo estatuto do clube. Trata-se de inegável avanço em relação ao deixado pelos 14 anos de Dualib. Prevê eleição de presidentes por meio dos votos dos associados, proíbe a reeleição, diminui pela metade o número de conselheiros vitalícios (agora serão 100 vitalícios e 200 eleitos em pleito trienal) e obrigatoriedade de separar a contabilidade do departamento de futebol do clube social. Boa notícia.

Xerife

Personagem ilustre da história do Corinthians, o zagueiro Moisés não chegou a ver os 98 anos do clube. Ele faleceu na última terça, dia 26, aos 60 anos, vítima de um câncer pulmonar. Moisés estava no mítico time que encerrou o jejum de títulos do Corinthians, em 77. É autor da frase: "Zagueiro que é zagueiro não ganha Belfort Duarte", sob re o prêmio para o jogador que ficasse 10 anos sem receber qualquer punição da Justiça Desportiva. A pelada lá no céu vai ficou mais séria.

Som na caixa, manguaça! - Volume 23

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TERCEIRO WHISKY
(Frejat/ Guto Goffi/ Cachimbo)

Blues Etílicos

Parei no terceiro whisky
Não lamento a minha desgraça
Porque agora estou partindo
Pra minha quinta cachaça

Eu sou um bom perderdor
Meu lema na vida é o amor

Se alguém pensa que me engana
Antes já se enganou
Meu caráter, bom caráter
É obra do Criador
É obra do Criador

Gosto de toda essa gente
Só porque sou diferente
Não sou bom nem ruim
Não tenho princípio ou fim

Nasço toda manhã
Quando eu saio do meu botequim

(Do CD "Águas barrentas-Ao Vivo", Eldorado, 2001)

Diego Souza resolveu ontem, mas o Grêmio continua longe

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Kléber tomar cartão amarelo e Vanderlei Luxemburgo reclamar da arbitragem não são novidades. O Palmeiras com três volantes e aproveitando apenas os contrataques tampouco.

Ganhar como visitante, já foi a terceira. O pênalti para o Atlético-PR foi mandraque. Mas Diego Souza fazer a diferença é que foi novidade. Incensaram o cara antes e depois da partida. No durante, ele resolveu. Esperamos ver esse filme de novo em partidas futuras.

Viva!



Grêmio

Depois da vitória sobre o Vasco no Olímpico por 2 a 1, Celso Roth disse que o momento é perigoso para o Grêmio, que vai ter que vencer como visitante no Rio de Janeiro o Fluminense (15º) para manter os cinco pontos de diferença que possui hoje sobre o segundo colocado. Cinco. Enquanto isso, o Verdão vai ter que superar o Sport (9º), em casa.

Peraí: cinco pontos é licença para perder fora de casa e até para empatar como mandante no jogo seguinte. A responsabilidade é toda verde e branco na perseguição.

Mas comecei a analisar os próximos rivais de cada time. Só na 34ª rodada é que tem o confronto direto, daqui 11 rodadas. Sabe-se lá se ambos continuarão na disputa – meu palpite é de que sim. Antes disso, as chances de tropeço são grandes para todo lado.

Nas próximas rodadas, o maior problema, por questões de classificação na tabela, é do Palmeiras no Mineirão, contra o Cruzeiro (3º), dia 13 de setembro. Depois, por questões de tradição, do Grêmio com o Inter (11º), no clássico regional, no fim do mês.

Como tropeços vão acontecer dos dois lados (e por parte dos outros times na briga pelo G4 e pelo título), o Grêmio não perde a primeira posição muito cedo, a não ser que inesperadamente entregue dois jogos. Pouco provável.

E é melhor o time de Luxemburgo se manter esperto no Brasileiro, porque o Cruzeiro está mais perto do que o Grêmio. Evidentemente o time com nome de constalação também precisa se cuidar com a Estrela Solitária, a um pontinho, mesmo depois de dois empates consecutivos que interromperam a sequência de cinco vitórias alvinegras.

Folclórico, Aloísio descola uma graninha no Qatar

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Visivelmente desinteressado do São Paulo neste ano, Aloísio (foto) deu um alô ao treinador Paulo Autuori (que pediu sua compra para o tricolor paulista no final de 2005) e conseguiu descolar um contrato de 11 meses com o Al-Rayyan, time do Qatar, por U$ 1 milhão (cerca de R$ 1,6 milhão). É justo: o cara está com 33 anos, quer fazer um belo pé de meia antes de pendurar as chuteiras e, afinal de contas, já tinha perdido vaga no time há muito tempo. Ser jogado para escanteio por Borges, Dagoberto, Adriano, Éder Luís e, por último, André Lima, não é mesmo uma situação muito favorável. Sua última partida marcante pelo São Paulo ocorreu há quase um ano, quando marcou o gol que despachou o Boca Juniors da Copa Sul-Americana. Pouco antes, aliás, pude ver uma estupenda atuação do alagoano, com dois golaços, nos 6 x 0 contra o Paraná, no Morumbi. Mas, após o tetracampeonato brasileiro, Aloísio se acomodou. E perdeu espaço.

No ano passado, cheguei a reclamar da improdutividade do atacante no São Paulo. Tudo bem que o tricolor terá um débito eterno com Aloísio, pela assistência magistral que deu para o volante Mineiro marcar o gol do título mundial contra o Liverpool, em dezembro de 2005. Mas não é possível que um time de centroavantes matadores como Serginho Chulapa (243 gols), Gino Orlando (239), França (182), Luís Fabiano (119) e Careca (115) tenha no ataque alguém que faça míseros 23 gols em 124 jogos, média de 0,18 por partida. Para se ter uma idéia, Kléber Pereira (acima) já fez 50 gols em 74 jogos pelo Santos, média de 0,67. É uma diferença abissal. Borges e Hugo, contratados em 2007, já fizeram 30 e 20 gols, respectivamente, pelo São Paulo. Claro, se formos falar em termos de títulos, Aloísio saiu-se muito bem nos quase três anos que defendeu o São Paulo: venceu um mundial e dois brasileiros. Mas o time perdeu vários jogos decisivos no período, alguns deles por inexplicáveis "apagões" - e falta de gols - do camisa 14.

Bom, mas que Aloísio seja feliz no Qatar. O que ficará para os são-paulinos, além do passe para Mineiro e dos muitos gols que deu puxando a marcação, fazendo o pivô ou sofrendo faltas para as cobranças de Rogério Ceni, é sua figura folclórica. O estilo trombador e a sinceridade do centroavante alagoano eram hilários. Em entrevista ao Leandro Canônico, do site Pelé.Net, por exemplo, Aloísio revelou uma história absurda de quando foi contratado pelo Rubin Kazan, da Rússia, em 2004: "Quando cheguei, os dirigentes me buscaram no aeroporto. Entrei na caminhonete e eles disseram que eu ficaria num hotel e depois procuraria apartamento. No local, vi um monte de gente de branco. Achei estranho, mas dormi lá e acordei no meio da noite escutando um monte de gritos. No dia seguinte, eu perguntei para a pessoa que estava responsável por mim o que tinha acontecido, porque parecia que alguém batia numa mulher. Daí que ele me explicou que, por falta de vaga nos hotéis, haviam me colocado num hospício. Aí eu disse que ia embora se não me tirassem de lá". Imaginem a situação do cabra...

Ps.: Me recuso a comentar qualquer coisa sobre o clássico de ontem, no Morumbi. Seria como teorizar sobre o vácuo, o vazio, o nada (igualzinho ao jogo do primeiro turno). Continuarei torcendo para que o Santos escape do rebaixamento. E para que o São Paulo consiga beliscar, ao menos, uma vaguinha na Libertadores. Mas até isso parece cada vez mais improvável.

F-Mais Umas - O carcará de US$ 1 milhão

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CHICO SILVA*

Não é todo dia que se vê um piloto de corridas, esporte proibitivo para tipos como eu, admitir que usará o prêmio de uma competição para saldar as prestações da sonhada casa própria. E nunca se viu um piloto vindo das latitudes nordestinas obter um resultado tão significativo, e lucrativo, quanto o do "paraíba" Valdeno Brito (acima) na "Corrida do Milhão" da Stock Car, prova disputada ontem no autódromo de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. É óbvio que o resultado do Valdeno nada tem a ver com a recente melhora dos índices sociais do Nordeste. O Bolsa Família não foi o combustível que levou o "carcará" de Campina Grande a faturar o prêmio de US$ 1 milhão pela vitória na maior prova do automobilismo nacional.

Mas não deixa de ser curioso ver um filho da empobrecida terra de Ariano Suassuna e Jackson do Pandeiro deixar na poeira adversários famosos e queridinhos da mídia como o "primeiro-filho" Cacá Bueno (à direita) e Luciano Burti, um dos comentaristas de F-1 da TV Globo - a principal parceira da organização da Stock. Quem sabe a vitória de Valdeno chame a atenção de patrocinadores e promotores de provas automobilísticas para a região? O Nordeste sempre produziu pilotos, mas em escala muito inferior a São Paulo, Rio, Rio Grande do Sul e Paraná. Porém, os poucos nordestinos do automobilismo acabaram padecendo por falta de apoio e recurso.

Isso me intriga: com tanto filho de usineiro e político corrupto por lá, como ainda não vimos um Senna ou um Piquet emergindo da caatinga? Deixo aqui meus parabéns ao carcará e faço um brinde com uma boa dose de Serra Limpa (à esquerda), uma das melhores cachaças da terra. Com o dinheiro que ganhou, o Valdeno bem que poderia comprar até a fábrica da cachaça!

Maureen? Cielo? De novo, não!
Estava tirando um inocente cochilo quando de repente surgiram Maureen Maggi, Cesar Cielo, Fofão e Leandro Guilheiro. Num primeiro momento, achei que era um sonho. Mas fiquei na dúvida, pois, assim que acordei, lá estavam eles de novo, na TV bem à minha frente. Nos últimos dias, foi praticamente impossível fugir dos nossos heróis olímpicos. Num único final de semana, os vi no Altas Horas, na Stock Car, no Esporte Espetacular e em um outro programa que me foge o nome.

Confesso que essa super-exposição de ocasião me incomoda um pouco. De que adianta aparecer zilhões de horas em uma semana e passar os o quatro anos seguintes mendigando patrocínio e implorando um minutinho de atenção que seja? O Brasil precisa de um projeto esportivo. E já passou da hora de isso acontecer.

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

EXCLUSIVO: "Carrasca" da seleção feminina de futebol em Pequim, Carli Lloyd fala ao Futepoca

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Aos seis minutos da prorrogação, ela adiou novamente o sonho brasileiro de conquistar o ouro no futebol feminino. Uma finalização inapelável, que ainda chegou a tocar o gramado antes de entrar no gol de Bárbara. Carli Lloyd, 26 anos, a autora da façanha, conta que a derrota para o Brasil no Mundial foi um fator a mais de motivação para a equipe que superou o time de Marta, Cristiane e companhia.

A entrevista a seguir, concedida por e-mail, ao que parece é a única até agora na mídia internética de cá. Nela, Lloyd desconversa a respeito do suposto episódio em que jogadoras do Brasil teriam filmado as atletas estadunidenses chorando por causa da derrota no Mundial, no saguão do hotel em que ambas as equipes estavam hospedadas. Mas, de forma indireta, não deixa de cutucar a seleção brasileira, com jogadoras badaladas como Marta e Cristiane. “Essa vitória nos Jogos Olímpicos de 2008 vai ficar na História e mostrará ao mundo que não é preciso ter estrelas para se vencer eventos mundiais. Você precisa somente de um time, um time que trabalha duro e onde uma acredita na outra.” Por aqui, parece que muita gente ainda não entendeu essa receita básica. Abaixo, as respostas (sintéticas) da “carrasca” da seleção em Pequim.

Futepoca - Que impacto a conquista da medalha de ouro da seleção feminina teve em seu país?
Carli Lloyd - Sempre que alguém ganha uma medalha de ouro, isso é um grande acontecimento para o nosso país. Foi um sentimento inacreditável.

Futepoca - Você lembra de detalhes do seu gol contra o Brasil?
Lloyd - O gol aconteceu tão rapidamente que eu só lembro de receber a bola e passar por trás da minha perna pra nossa atacante. Ela tocou de volta para mim, ajeitei com o pé direito e chutei com o esquerdo. Revi meu gol e observei que o meu pé de apoio estava muito bem colocado perto da bola e isso garantiu uma boa finalização, que, ainda bem, entrou no gol.

Futepoca - Qual a orientação da treinadora da seleção [Pia Sundhage, no cargo desde novembro de 2007] antes da partida final em Pequim?
Lloyd - Pia é maravilhosa. Não se estressa e sempre diz para acreditarmos em nós mesmas. Ela agiu da mesma forma que age antes de qualquer jogo. Não foi diferente antes da partida contra o Brasil.

Futepoca - Havia um clima de revanche contra o Brasil? A imprensa daqui disse que a seleção brasileira havia desrespeitado jogadoras do seu time após a partida no Mundial. Isso é verdade?
Lloyd - Toda vez que você perde para um time você quer vencê-lo da próxima vez. O Brasil é uma grande equipe, nos bateu de uma forma terrível na Copa do Mundo e nós respondemos com uma vitória nas Olimpíadas. Essas coisas acontecem no esporte.


Futepoca - Quando você começou a jogar futebol? Como conheceu o esporte?
Lloyd - Comecei a jogar futebol aos cinco anos. Meus pais me iniciaram e me ensinaram quando eu era mais nova.

Futepoca - Você acredita que a medalha de ouro pode ajudar o futebol a se tornar mais popular nos EUA?
Lloyd - Sim, acredito que essa vitória nos Jogos Olímpicos de 2008 vai ficar na História e mostrará ao mundo que não é preciso ter estrelas para vencer eventos mundiais. Você precisa somente de um time, um time que trabalha duro, onde uma acredita na outra. Nós tivemos sete jogadoras diferentes marcando gols nessas Olimpíadas. Foi um grande avanço para o futebol nos Estados Unidos.

Futepoca - Aqui, a estrutura do futebol masculino é muito melhor do que a do feminino. Isso acontece nos EUA?
Lloyd - Sim, é claro que o futebol masculino é mais popular que o feminino e acredito que a razão para isso é que há mais homens dominando todas as modalidades nos Estados Unidos. Mas acho e espero que, com a volta da nossa Liga profissional, isso vai mudar e vai aumentar a popularidade do futebol feminino.

PS: A última resposta enseja uma observação de quem diz que nos EUA o futebol feminino tem estrutura e aqui não. Houve uma liga profissional da modalidade (WUSA) entre 2001e 2003, que resultou em um estrondoso prejuízo, o que causou sua extinção. Desde então, não existe futebol feminino profissional no país, ou seja, a modalidade é disputada apenas em escolas e universidades e a seleção de futebol é permanente. Em 2009,o campeonato renascerá no mês de abril, como Women's Professional Soccer (WPS).

sexta-feira, agosto 29, 2008

Integrar para beber, beber para integrar

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Camaradas futepoquenses (leitores, autores e colaboradores),

um espírito ronda a sociedade brasileira, é o espírito manguaça.

Um acaso me colocou, em Brasília, na mesma mesa de um boteco com um figuraça, o Emerson Luis, autor do blogue Nas Retinas e um dos idealizadores do programa Bebe Brasil, irmão do Manguaça Cidadão no Planalto Central. Conforme as garrafas se esvaziavam (há mais de 120 dias não chove por lá...), foi ficando cada vez mais clara a identidade entre os programas e a necessidade de somar forças. Então, camaradas, vamos fazer a nossa parte: beber e pensar!

As conversas apenas se iniciam, mas já dão novo fôlego às duas propostas, que retomam suas articulações e buscam agora a construção de uma agenda comum de promoção do direito à canjibrina em todo o país. E um futuro promissor se abre à cachaça nossa de cada dia. Tudo pelo interesse público, que é o que prevalece em qualquer mesa de autênticos manguaças.

Manguaças de todo o Brasil, uni-vos!

E aguardem pela continuidade do debate nos fóruns adequados, por enquanto em São Paulo e Brasília, mas esperamos que a nossa luta ganhe espaço em todo o país!

Semana agitada no Corinthians

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Essa está sendo uma semana agitada para o Corinthians. Contratações, goleada e novo fim do projeto de construção de um estádio próprio marcaram o noticiário. Vão notinhas com palpites:

Corinthians 5 x 0 Gama
O Timão não tomou conhecimento do time do Distrito Federal e sapecou uma sonora goleada. Poderia ter sido mais, levando em conta as chances perdidas. Morais entrou jogando e deu passe para o gol de Herrera. O experiente novato Bebeto, centroavante de 30 anos que jogou com Mano no glorioso XV de Novembro de Campo Bom, entrou durante a partida e fez o seu, em bela cabeçada. A saber o que vai dar. Alberto Helena Jr. chamou a atenção para a linha de meio-campo que parece estar se formando no Timão: Fabinho, Elias, Douglas e Morais. Se for por aí, o time se força a jogar mais a frente, adiantando a marcação e pressionando. Eu gosto.

Contratações
Além de Morais e Bebeto, chegou o volante Almeida, de 24 anos, para período de testes durante a Série B. O atleta veio do glorioso Iraty, que tantas alegrias deu ao Santos, durante o reinado de Wanderley Luxemburgo na Vila Belmiro (MT foi elevado a imperador nesse período). Almeida afirmou que não é só o penteado afro que o assemelha aos selecionáveis brasileiros Anderson e Zé Roberto, mas também o estilo de jogo. Reservo minha desconfiança para o rapaz.

Fetiche?
A contratação de Almeida demonstra uma predileção de Mano Menezes por volantes. O rapaz é o oitavo jogador do elenco para a posição, segundo a divisão do site oficial do clube, que coloca Eduardo Ramos e Elias entre os meias. Ou seja, na prática, são dez opções diferentes de volantes.

Olímpica
Mas a grande contratação do Timão foi para a equipe feminina: a atacante Cristiane, craque da Seleção Brasileira. O reforço chega para a disputa do Campeonato Paulista, no qual o Timão está em segundo lugar do Grupo 2, com 35 pontos, atrás do Santos, que tem 38. Quatro equipes classificam-se para a segunda fase, que é quando Cristiane deverá estrear. Um dado é que o Corinthians já conta com a artilheira do campeonato até agora, Nilda, que tem 20 gols, seis a frente das segundas colocadas. Segundo o site da FPF, alguns jogos têm transmissão pela Rede Vida, como é o caso da próxima partida do Timão, contra o São José, no dia 30, às 10h30. O jogo será no CT de Itaquera.

Estádio...
Por fim, e como meus pessimistas botões já imaginavam, mais um projeto de construção do estádio próprio corintiano fez água nessa semana. Andrés Sanches cancelou o contrato com o consórcio Egesa/Seebla, que havia feito proposta para a obra (veja nota oficial do clube). O estádio deveria ter capacidade para 52 mil torcedores e 200 camarotes, no bairro da Vila Maria, na marginal Tietê, a 2 km do Parque São Jorge. Enquanto isso, Walter Feldman, secretário de Esportes da prefeitura de São Paulo, afirmou a intenção do governo em “vender” o Pacaembu para o Corinthians. A idéia é fazer uma concessão onerosa, com o Timão assumindo o compromisso de reformar o estádio. O custo da operação ficaria em R$ 200 milhões. Enfim, nada de novo.

Raul Seixas enfiou o AI-5 na Jovem Guarda

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Outro dia eu tava assistindo o programa "Letras brasileiras", comandado pelos músicos Roberto Menescal e Oswaldo Montenegro no Canal Brasil, e o tema era Jovem Guarda. Convidaram o Jerry Adriani (foto à direita) e, ao som de três violões, relembraram sucessos do iê-iê-iê brasileiro dos anos 1960. Lá pelas tantas, o papo entre eles enveredou pela mítica alienação das letras da Jovem Guarda, que nada falavam de política. Foi aí que Adriani contou um causo fantástico envolvendo ele e o Raul Seixas. Mas vamos começar do começo: na metade daquela década, a polêmica cantora Nara Leão, que já havia desagradado o pessoal da Bossa Nova ao abraçar o samba de morro, resolveu chatear mais ainda ao engatar um namoro com o galã suburbano Jerry Adriani.

Para completar a salada, ela fez uma viagem à Bahia e descobriu a anônima Maria Bethânia (e não hesitou em indicá-la como sua substituta no show "Opinião", dando o pontapé inicial na carreira da menina). Mas, ainda em Salvador, outro desconhecido interessante chamou a atenção de Nara: Raul Santos Seixas, 20 anos. Na volta ao Rio, ela falou tão bem do rapaz para o namorado Jerry que este, numa excursão à Bahia, contratou Raulzito e sua banda Os Panteras (foto acima) para ser seu conjunto de palco. Mais tarde, Raul começou a compor e oferecer músicas para Jerry, como "Tarde demais" e "Tudo que é bom dura pouco". Mas o grande sucesso dos dois seria "Doce, doce amor", parceria de Raul Seixas com Mauro Motta. É uma das musiquinhas melosas mais emblemáticas da Jovem Guarda, com o refrão "Doce, doce amor/ Onde tens andado?/ Diga, por favor/ Doce, doce amor".

Seria um exemplo perfeito do nível de alienação do iê-iê-iê do qual Menescal e Montenegro falavam, mas Adriani decidiu contestar. Segundo ele, Raul, já interessado em política, ficou prostrado com o AI-5 (Ato Instititucional nº 5), decretado em 13 de dezembro de 1968 (à direita), que extinguiu garantias dos brasileiros. Naquela semana, ele estava tentando botar letra numa melodia que havia feito - e que viria a ser "Doce, doce amor". E, sem entender muito bem o pretexto que os militares haviam usado para endurecer o jogo político, Raul lamentou a perda da nossa liberdade logo nos primeiros versos da canção: "Está fazendo uma semana/ Que sem mais nem menos eu perdi você/ Mas não sei determinar ao certo/ Qual foi a razão, meu bem vem me dizer". Pois é, o "doce amor" perdido era, na verdade, a democracia.

Ps.: O livro "Eu não sou cachorro, não", de Paulo César Araújo, fala exatamente dos protestos políticos escondidos nas músicas "bregas" da década de 1970 - supostamente, para os críticos, o nicho principal do som alienado (e alienante) nacional. Um exemplo é a canção "O divórcio", de Luiz Ayrão, lançada em 1977: "Treze anos eu te aturo e não agüento mais / Não há Cristo que suporte e eu não suporto mais". Não por acaso, naquele ano o golpe militar de 1964 completava exatamente treze anos...

A Arena Palestra Itália é boa para o torcedor?

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Quando comecei a escrever, na quarta-feira a noite, me deparei com esta notícia: Corinthians anuncia fim de acordo com consórcio de estádio, aquele que prometia em fevereiro que haveria um projeto pronto em dois meses. O quarto estádio de fumaça. Se a diretoria do Corinthians é boa de factóide, não significa que a do Palmeiras esteja imune a isso. O que eu quero saber é:

Afinal, a Arena Palestra Itália é boa para o torcedor?

Todos os parceiros palmeirenses do Futepoca que se manifestaram a respeito estão a favor.

Fotos: Divulgação Palmeiras

Simulação gráfica da bendita Arena


Nas perguntas frequentes da página do clube na internet, a Arena é explicada com laranjas.

As principais vantagens na visão da diretoria são:
a) Investimentos na deficitária área social do clube (vestiários, quadras e escritórios) além de ampliar o Palestra Itália.
b) Redução dos custos de manutenção, especialmente os que o estádio despende, entre R$ 8 milhões e R$ 9 milhões anuais.
c) Gerar uma fonte de receita com o aluguel para shows e eventos. O clube deve gastar R$ 1 milhão anual com aluguel e receber 5% da receita nos primeiros cinco anos com aumento gradativo até os 30 anos. Não é informado o percentual do clube no fim do período.

O cronograma prevê que o estádio seja interditado a partir do início do Brasileirão 2009 e dure 16 meses, quer dizer, só no meio do campeonato nacional de 2010 é que o time vai voltar a mandar jogos na Turiassu. De junho para cá, o trâmite interno do clube foi adiado em relação à previsão inicial, mas o início das obras permanece o mesmo.

Investimento
As cifras são elevadas: R$ 300 milhões para serem recuperados em 30 anos. Recuperados pela WTorre, bem entendido. A reforma da Arena da Baixada, apontada como estádio mais moderno do país, saiu a R$ 30 milhões, sendo que não constam melhorias sociais (que aos torcedores pouco importam) e uma parte continua incompleta – as obras de olho na Copa de 2014 devem começar no início do próximo ano, na área de um terreno vizinho recém-adiquirido.

A WTorre foi uma das quatro parceiras com quem o alvinegro paulistano divulgou que construiria seu estádio. Segundo a construtora, de sua parte, o projeto que deu água pelo enrosco entre Kia e Dualib.

Mas é bom?
Perder dinheiro a WTorre não vai. Exemplo disso é que os bancos Santander e Votorantim se tornaram sócios da construtora há dois meses. É uma turma que não costuma jogar grana no ventilador.

Se a assembléia dos sócios do Palmeiras não aprovar o acordo, a empresa vai construir estádio para outro clube. E vai jogar pesado para ser uma das sedes da Copa (o Morumbi que faça seu contra-lobby).

Buscar parceiros profissionais pode ser uma forma de lidar com o amadorismo das diretorias. Mas é o histórico de amadorismos que deixa o torcedor com um mínimo de pé atrás. Mesmo na Inglaterra, um dos locais onde o futebol é mais rentável (para os donos dos clubes), muitos torcedores reclamam.

Mas há alternativas para reformar um estádio? Se há, os clubes ainda não encontraram. E para mexer na parte social, a que sempre dá prejuízo em todos os clubes do Brasil segundo dirigentes entrevistados pelo Futepoca? Putz, menos ainda.

Então, com as informações disponíveis e com o quilate dos opositores, a minha resposta é:

Parece bom.

Se eu fosse sócio, votaria a favor. Mas quereria ver todos os dados do contrato antes de ele ser assinado para não ser surpreendido.

E se a oposição de Mustafá Contoursi barrar a iniciativa, é capaz de levar um projeto prontinho para o rival sem estádio. Vai fazer por merecer uma estátua nos domínios de Parque São Jorge. Será que ele já pensou nisso?

Esporte é saúde!

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Exame de próstata - sem próstata.
Depois dizem que futebol é que é esporte perigoso...

quinta-feira, agosto 28, 2008

Satã incentiva masturbação com meninas do vôlei

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Minha avó tem razão: esse mundo está perdido! Depois de comprar a alma da Xuxa, Satanás voltou a atormentar almas indefesas. Segundo o site da Igreja Batista de Landover, dos Estados Unidos, o Cramunhão resolveu manipular a modalidade feminina do vôlei de praia, nas Olimpíadas de Pequim, para que os jovens se masturbassem. E eles ilustram o texto com uma foto de brasileiras!

Trata-se, na verdade, de uma paródia feita acerca dos fundamentalistas religiosos e a igreja não existe de verdade. Conta o "pastor" Fred Smith que uma mãe chegou para ele e disse que seu filho Timothy tinha convidado vários amigos para fazerem suas preces e reverenciar as escrituras sagradas. Porém, segue o "religioso", "quando a Sra.Huxton colocou seu ouvido na porta, não ouviu os sons das leituras sagradas acompanhado por suaves sussurros ao nosso Pai Celestial, mas sim uma TV sintonizada num jogo de voleibol olímpico, que vomitava o idioma chinês. Quando ela ouviu mais de perto, notou sons golpeantes de carne-contra-carne junto com grunhidos e gemidos dos pequenos meninos cristãos!" (a tradução é aproximada, meu inglês é ruim pra diabo!).

"Desde esse dia, se qualquer membro da nossa congregação for flagrado assistindo o voleibol olímpico (...) será solicitado a embalar seus pertences e encontrar outro lugar para morar, onde seu imundo, pecador, revoltante e depravado estilo de vida de masturbação é aceito!", ameaçou Smith. "Satanás está em nosso meio, meus amigos! O diabo está usando voleibol nas Olimpíadas para atrair, com suas poucas roupas, os homens jovens. (...) Lúcifer está a transformar inocentes tardes de reunião para oração em frenéticos Clubes de Garotos Batistas Masturbadores!", vociferou.

Atualizado às 17h41

Álcool, doping e Olimpíadas

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Lendo o Almanaque Olímpico Sportv, que o Futepoca está dando ao leitor na Promoção Mico Olímpico, tem-se algumas informações curiosas da relação entre álcool e esporte.

A primeira delas ser refere aos Jogos Olímpicos de 1932, em Los Angeles. Aliás, quem acha que usar as Olimpíadas para enaltecer a grandeza de um país é algo inventado por chineses, não conhece a história dessa edição norte-americana. Depois do fracasso da organização em Saint Louis, em 1904, os EUA não só usaram a competição para dizer ao mundo que podiam realizar um evento desse porte (pela primeira vez condensado em 16 dias) como também ansiavam por passar uma imagem de recuperação, após o crash da bolsa em 1929. E dá-lhe uso político!

Mas, voltando à manguaça, a Lei Seca estadunidense, que propiciou o surgimento de mafiosos, livros, filmes e seriados por todo o mundo (além de cenas como essa ao lado, de puro desperdício), vigorava àquela altura. No entanto, o esporte deu uma boa desculpa para que alguns pudessem burlá-la. As delegações francesa e italiana conseguiram autorização para consumir vinho durante os jogos, alegando que a bebida fazia parte da dieta alimentar de seus atletas. Talvez não seja mera coincidência que, em meio aos sentimentos ébrios e alegres proporcionados por Baco, a Itália tenha terminado em segundo e a França em terceiro no quadro de medalhas, atrás apenas dos donos da casa. Na edição anterior, em Amsterdã, italianos e franceses foram quintos e sétimos colocados respectivamente.

Álcool é doping?

Mas o que leitor deve estar se perguntado, já que agora, motivado pelas Olimpíadas, vai passar a praticar esportes, é se álcool é considerado doping. Conta o Almanaque que nos jogos do México, em 1968, foi feito pela primeira vez o controle anti-doping. O primeiro resultado positivo foi do sueco Hans-Gunnar Liljenwall, do pentatlo moderno. O motivo: excesso de álcool.

O fato é que a boa e velha cachaça não é vetada em todas as modalidades. De acordo com a Agência Mundial Anti-Doping, somente duas modalidades olímpicas, o pentatlo moderno - na prova de tiro desportivo -, e o arco e flecha, consideram o álcool como substância proibida.

Aliás, não totalmente proibida. O álcool é permitido até o limite de 0,1 grama por litro de sangue. Isso equivale à metade da quantidade máxima permitida pela nova Lei Seca brasileira, 0,2. A propósito, os mesmos 0,1 grama são o limite estabelecido para as categorias do automobilismo nas competições da FIA, como a Fórmula-1. Já a Lei seca tupiniquim serve como quantidade máxima permitida às modalidades reguladas pela Federação Internacional de Aeronáutica, como paraglide, balonismo e similares.

Me esquerda que eu gosto! - Dois pra lá, dois pra cá...

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DIEGO SARTORATO*

Sempre foi difícil saber o que pensam exatamente nossos representantes políticos sobre a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), mecanismo de segurança criado pelo então presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (à esquerda) em 2000/2001 para, na prática, criar um meio legal para impedir o calote à dívida externa e interna com os banqueiros, mesmo que isso nos custasse menos investimento em saúde, educação e programas sociais. À época da criação da lei, o PT (onde ainda estavam futuros dissidentes do PSol), PSB, PSTU e PCdoB votaram contra e tentaram, mais de uma vez, derrubar a medida por meio das Adin (Ações Diretas de Inconstitucionalidade). Depois que assumiram o governo, porém, PT e PCdoB mudaram completamente o discurso, chegando até a gabar-se do cumprimento à risca da LRF em suas administrações estaduais e municipais - bem verdade que depois de terem fechado a conta do Brasil com o FMI.

O bloquinho PSTU-PSol manteve-se contra, mas nem por isso pode ser considerado mais coerente. Basta ver que nesta segunda-feira, 25 de agosto, o presidente Lula decidiu liberar a autorização para empréstimos de pelo menos mais R$ 9,5 bilhões para financiamento de projetos dos governos estaduais, independentemente de suas dívidas públicas. A direita deu início às críticas na base do "Estado inchado não funciona" e os esquerdistas foram atrás, na sanha de atingir a imagem de Lula. "Essa liberação para os empréstimos não adianta nada. As liberações de verba do governo Lula para os estados e municípios são um processo muito pouco transparente, em que a gente fica sabendo do montante final mas não acompanha o investimento", afirmou Fernando Gamelho, secretário de organização do PSol de São Paulo, em entrevista exclusiva ao Futepoca.

Assim, na disputa para saber quem é dono de qual bandeira e por quê, não é de espantar que os partidos tenham cada vez menos credibilidade no papel de organizar o debate com a população. Como já dizia o ex-candidato a governador pelo PSol, Plínio de Arruda Sampaio (à direita), "no começo, eu era considerado da direita dentro do PT. Aí, o partido foi indo mais pra lá, mais pra lá, mais pra lá, e acabaram me taxando de esquerda radical. Mas eu nunca saí do lugar". Do jeito que vai, daqui a pouco ele perde o lugar no partido da Heloísa Helena também...

*Diego Sartorato é jornalista, corintiano e bebe Zvonka. Filiou-se ao PCdoB, trabalha para o PT e simpatiza com o PCO. Às vezes, desconfia que não foi boa coisa "ser gauche na vida". "Mas é melhor que ser de direita", resume.

Manguaça compra pedaço de bolo de 27 anos

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Fazendo um link com os comentários do post abaixo, sobre cervejas envelhecidas, a BBC noticia que um manguaça comprou, por mil libras (cerca de R$ 2,98 mil), uma fatia de um bolo (foto) preparado para o casamento de lady Diana Spencer com o príncipe Charles, na Inglaterra, em 1981. Chris Albury, da Casa de Leilões Dominic Winter, teve a delicadeza de observar que "o comprador provavelmente não adquiriu o bolo para comer". Ainda bem!

quarta-feira, agosto 27, 2008

Tipos de cerveja 14 - As Kölsch

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A designação Kölsch está protegida por lei e é exclusiva de pouco mais de 20 cervejeiras da cidade alemã de Colônia (Köln). Servidas num copo esguio chamado de Stange (foto), esse tipo de cerveja tem como curiosidade o fato de não ser bom para passarem por um armazenamento muito longo. "O sabor delicado e frutado tende a oxidar com facilidade, pelo que se recomenda um consumo rápido após a compra", observa Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. As regras que definem esse estilo são muito precisas e existem várias marcas que se auto-designam kölschbiers quando na realidade não são. Bastante efervescentes e frescas, as Kölsch são feitas a partir do melhor lúpulo alemão (dos gêneros Hallertau, Tettnang, Spalt ou Hersbrucker) e de água da melhor qualidade. Para quem tiver a sorte de encontrar, vale experimentar a Paffgen Kölsch, a Pyramid Curve Ball Kölsch ou a Muhlen Kölsch.

Os heróis sem medalha

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Após a conquista da primeira medalha de ouro do Brasil no Pan do Rio, o lutador de Tae Kwon Do Diogo Silva virou celebridade instantânea. Foi complicado, mas consegui entrevistá-lo para a revista Fórum ainda em meio à competição que rolava na cidade, aproveitando a brecha de uma reunião com possíveis patrocinadores. Na conversa de pouco mais de uma hora, Diogo contou algo que nunca esqueci. Depois do quarto lugar em sua categoria nos Jogos de Atenas, um resultado de histórico, ninguém reconheceu a importância de seu desempenho. Ao voltar ao Brasil, no aeroporto, não havia uma só pessoa para esperá-lo. Pegou um ônibus e seguiu para casa.

Essa falta de reconhecimento é comum para o atleta que não alcança o pódio. Às vezes, consegue ter um desempenho fantástico, mas não atrai holofotes de pessoas que só sabem contabilizar medalhas, e não atitudes. Por isso, seguem abaixo alguns exemplos de esportistas que estiveram em Pequim e merecem não somente reconhecimento, mas também apoio, principalmente da iniciativa privada, pra lá de ausente nas modalidades olímpicas. A eles, os parabéns e a gratidão por representar um país que lhes dá as costas.

Rosângela Conceição – aos 35 anos, ela foi a primeira atleta brasileira da prova de luta a participar de uma edição dos Jogos Olímpicos. Antes, já havia feito história no Pan de 2007, ao garantir a primeira medalha do país, de bronze, na modalidade.

Inicialmente praticante de judô por influência do irmã, Rosângela foi reserva de Edinanci Silva em 1996. A luta olímpica apareceu para ela em 2003, por meio de uma sugestão do treinador cubano Alejo Morales. A troca foi vantajosa e em maio ela conseguiu a vaga para Pequim no Pré-Olímpico, superando lutadoras de países com muito mais tradição no esporte. Passou pela romena Elena Diana Mudrag, pela egípcia Doaa Ahmed Maher e bateu a francesa Audrey Prieto Bokhashvili.

Em Pequim, na sua primeira luta superou simplesmente a terceira colocada no último Mundial na categoria até 72 quilos, a cazaque Olga Zhanibekova. Na luta seguinte veio a pentacampeã mundial Kyoko Hamaguchi. A japonesa venceu Rosângela, e terminou em terceiro lugar na disputa. Caso chegasse à final, a brasileira poderia tentar o bronze na repescagem. Mesmo assim, ficar entre as oito melhores do planeta é um desempenho admirável. A Caixa Econômica Federal é a patrocinadora oficial da Confederação Brasileira de Lutas Associadas. “Zanza”, como é chamada pelos amigos, recebe apoio do governo federal por meio do Bolsa Atleta.

Paulo Carvalho – em Atenas, o boxe brasileiro teve apenas uma vitória. Agora, em Pequim, foram cinco vitórias de pugilistas nacionais, com dois lutadores chegando às quartas-de-final e ficando a apenas uma vitória do bronze. Os autores da façanha foram Washington Silva, de 30 anos e que não disputará mais Olimpíada, e Paulo Carvalho, que aos 22 anos ainda sonha com uma nova chance em Londres.

Carvalho conta que começou a lutar por admirar o Acelino Popó Freitas. Participante da categoria Mosca-Ligeiro, esses soteropolitano de 1,61 m e 48 quilos penou para chegar às Olimpíadas. No primeiro Pré-Olímpico em Trinidad & Tobago foi derrotado pelo argentino Junior Zarate, mas teve sua revanche na edição da Guatemala, sua última oportunidade, quando derrotou o mesmo rival por 18 a 7. Depois, superou John Nelson Azama, de El Salvador, e o colombiano Oscar Negrete Padilla, garantindo a vaga olímpica.

Em Pequim, derrotou Redouane Bouchtouk, do Marrocos, por 13 a 7, e Manyo Plange, de Gana, por 21 a 12. Nas quartas, topou com o cubano Yampier Hernández, e foi derrotado por 21 a 6. O confronto era entre um país que tinha ganho uma única medalha olímpica, o bronze de Servílio de Oliveira em 1968, contra outro que ganhou 32 ouros, mais do que o total obtido pelo Brasil (20) em todas as modalidades na história. Como tantos outros pugilistas do país, a falta de apoio em uma das modalidades mais marginalizadas do país possa empurrá-lo para o profissionalismo.

Ana Ma
rcela Cunha – esta foi a primeira vez que a maratona aquática foi disputada nas Olimpíadas. Na versão feminina, são dez quilômetros onde 24 atletas competem pelo ouro. Dentre elas, duas brasileiras: Poliana Okimoto, sétima colocada, e a impressionante Ana Marcela Cunha, com apenas 16 anos de idade e quinta na prova.

Baiana residente em Santos, a menina apareceu no cenário da nova modalidade após uma vitória na etapa de Setúbal (Portugal) da Copa do Mundo, disputada neste ano. Mas antes já havia se destacado no Brasil, quando se tornou a vencedora mais nova da Travessia dos Fortes (RJ), feito realizado aos 14 anos.

Ana é nadadora da Universidade Santa Cecília (Unisanta) e tem o patrocínio dos Correios, que concede uma ajuda mensal e custeia despesas com viagens internacionais.

Nivalter Santos - migrante sergipano, saiu de Aracaju, sua terra natal, aos 14 anos. Depois de morar em Santos, mudou-se para a vizinha São Vicente e foi morar junto com a mãe na favela México 70, que já foi a maior do Brasil. Ali, conheceu um projeto social, o Navega São Paulo, e começou a treinar canoagem. Tinha 17 anos.

No entanto, a mensalidade de R$ 20 era muito para quem tinha que ajudar a pagar R$ 300 pelo aluguel de um barraco. Abandonou depois do primeiro mês e só voltou por insistência do treinador Pedro Sena, técnico da seleção brasileira e coordenador pelo programa, que bancou suas remadas.

Bastaram três anos para chegar a seleção do país. Na carreira, já tem oito ouros e duas pratas no Campeonato Brasileiro, um ouro, duas pratas e um bronze no Sul-Americano de canoagem e um nono lugar do Mundial. Esta, uma conquista inédita na história do esporte no Brasil, já que nunca um canoísta da categoria canoa havia chegado a uma final A do torneio.

Ganhou também a medalha de bronze no C-1 500 m da canoagem no Pan, mas parou nas semifinais da mesma categoria e também no C1-1000 em Pequim. Mesmo assim, com somente 20 anos de idade, é uma das maiores promessas da modalidade. O atleta ainda está à procura de patrocínio e a Confederação Brasileira de Canoagem tem o apoio do Ministério dos Esportes.

terça-feira, agosto 26, 2008

Assino embaixo

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Escreveu Alberto Helena jr. sobre a derrota do Brasil para a Argentina nas Olimpíadas e o estilo defensivo adotado por Dunga em toda sua passagem na seleção (o grifo é meu):

"É um jeito de ver o futebol: ou pra trás, ou pra frente, em todos os sentidos. Não foi à toa que Dunga condenou a goleada por 5 a 0 sobre o vento: “Prefiro uma vitória por 1 a 0, pra não chamar a atenção sobre nós”.

Tomou de 3 a 0, na esquina seguinte, fora o baile, com todos os seus esmeros em deixar a cozinha reluzente. A cozinha tem de estar limpa, por uma questão de higiene básica, mas a festa é na sala, meu!"

No butiquim da Política - Esqueleto legislativo

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CLÓVIS MESSIAS*

A CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços) tem que justificar a necessidade de R$ 2,8 milhões extras para terminar o anexo da Assembléia Legislativa de São Paulo (à esquerda). Hoje, a obra é apenas um esqueleto que consumiu muito dinheiro público. O custo inicial, assinado em 2005, era de R$ 10,4 milhões. Vale lembrar que esta obra teve início antes das eleições para deputados estaduais, em 2006. Nada aconteceu, apesar de ter consumido dinheiro adicional. O TCE (Tribunal de Contas de Estado) rejeitou três aditamentos, já feitos ao primeiro contrato. Um dos aditivos previa a retirada do contrato dos serviços de esquadrias metálicas, madeiramento, instalações hidráulicas, elétricas, de incêndio e revestimento.

Os valores pedidos correspondem a 54% da soma dos contratos, o que ultrapassa os limites da lei de licitações, que é de 25%. O prédio está lá, parado. Nada acontece. Mas, como se comenta no butiquim, eles querem falar em término da obra, porque, como aconteceu no inicio, estamos às portas de mais uma eleição. Sobrou um esqueleto e o dinheiro acabou. O pessoal divaga, com fundamento. Afinal, se o TCE rejeita e o MP (Ministério Público) investiga, é porque deve existir fogo nesta fumaça.

Prova disso é que o presidente da CPOS, Mansueto Lunardi (foto acima), se demitiu. Os serviços foram contratados novamente, com a Sistema e a Empreendimentos Guimarães, por R$ 7,3 milhões. Não dá para entender, são muitos números e nenhum resultado. É dinheiro público. A pergunta, na mesa do butiquim, é: será que já existe dívida de campanha, de algum candidato? Mas aí alguém lembra, no meio do papo, um texto de Leonardo Boff, para colocar um ponto final: "Ética, do grego ethos, designa a moradia humana, portanto ético significa tudo aquilo que ajuda a tornar o ambiente melhor. Para que seja uma moradia saudável, materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda".

*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

Por Cidade Limpa, metrô vai deixar de arrecadar 18 mi

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A prefeitura de São Paulo anunciou ontem que o Metrô não terá mais publicidade em suas estações. Segundo a administração municipal, a propaganda violaria os princípios da Lei Cidade Limpa, que vem provocando uma verdadeira guerra contra a publicidade exterior na capital desde o início do ano passado.

Tomei conhecimento dessa recente proibição hoje pela manhã, ao ouvir a coluna do publicitário Antoninho Rossini na Rádio Bandeirantes. De acordo com Rossini, a medida gerará uma perda de arrecadação de 18 milhões anuais para o Metrô paulista.

Eu já tenho bronca dessa lei faz tempo. Agora, a coisa já caminha para o ódio. Vejo a Cidade Limpa como uma medida populista, ineficaz e economicamente danosa a São Paulo. É populista porque tem a premissa de "melhorar o visual da cidade", bem na linha do "para inglês ver"; é ineficaz, porque São Paulo não teve nenhuma evolução significativa em termos estéticos (em alguns casos a situação ficou até pior, já que a publicidade ocultava paredes de alguns prédios pra lá de mal conservados); e é economicamente danosa porque prejudica um segmento considerável da economia para se tentar buscar uma "beleza" inalcançável.

Estão aí os números: o metrô vai deixar de arrecadar 18 milhões de reais em nome de uma "estética" que certamente não será notada pelos usuários (e falo como um deles).

Em tempo, deixo claro que essa não é uma crítica de um "eleitor do PT a uma lei do DEM". Sim, já votei no PT muitas vezes e, sim, a lei é do DEM; mas a aprovação que a Cidade Limpa teve aqui na capital transpassa as fronteiras partidárias e é vista em muitos anti-tucanos e anti-pefelê de carteirinha. E, da minha parte, tal medida seria rejeitada sendo quem fosse seu criador.

O complicado é que nenhum dos candidatos à prefeitura paulistana se opõe à lei, já que eles estão cientes da popularidade da medida...

segunda-feira, agosto 25, 2008

F-Mais Umas - Nuzman, um profissional sem metas

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CHICO SILVA*



Fui convidado para escrever sobre Fórmula-1 neste site. Mas peço licença a vocês e ao Felipe Massa, que venceu sem contestação o GP da Europa (prova chatíssima disputada no belo circuito de rua de Valência), para falar um pouco sobre a campanha olímpica do Brasil em Pequim. Como alguns de vocês sabem, no último ano, por questões profissionais, mergulhei nas entranhas da estrutura que administra o esporte olímpico brasileiro. E dessa imersão tirei algumas conclusões que talvez ajudem a explicar o nosso desempenho apenas razoável na China (aliás, em todos os jogos anteriores), como bem definiu o presidente Lula (acima) no "Café com o presidente" de hoje.

Vamos a elas: nunca o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) recebeu tantos recursos e investimentos, sejam eles privados ou estatais, num ciclo olímpico. No total, passaram pelas mãos de Carlos Arthur Nuzman (à direita), presidente do COB, & companhia (leia-se: presidentes de confederações), cerca de R$ 1,2 bilhão. A maior parte desse dinheiro veio da Lei Piva, que destina 2% da arrecadação das loterias para COB, para as confederações de cada modalidade esportiva e para o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) - se bem que este último leva apenas 15% do bolo.

Como se nota, o problema deixou de ser a falta crônica de recursos e passou a ser a gestão deles. O COB, que tem como fonte própria apenas as verbas dos seus patrocinadores, administra esse dinheiro alheio como bem entende. O resultado disso é que esportes sem muita expressão e visibilidade acabam recebendo migalhas. São modalidades como tiro esportivo (à esquerda), lutas, levantamento de peso e tênis de mesa, só para citar algumas, que, para outros países, são verdadeiras usinas de medalhas. Por isso, se quiser ser uma potência olímpica, o Brasil terá que olhar mais para os esportes nanicos.

Apesar da autonomia quase irrestrita para administrar o dinheiro alheio, o COB treme quando ouve falar em metas. Nuzman se gaba de dirigir uma instituição que, segundo ele, é qualificada e profissionalizada. Então, qual é o problema de se estabelecer metas de desempenho por modalidade? E se as metas não forem atingidas, é preciso investigar as causas do insucesso e não simplesmente pedir mais dinheiro, como o presidente do COB fez na coletiva do balanço do desempenho brasileiro na China. Essas Olimpíadas revelaram um descompasso entre investimento e resultado. Isso precisa ser corrigido.

Como maior financiador do esporte de alto rendimento no país, o governo federal não pode se omitir da tarefa de fiscalizar e acompanhar o uso dos seus recursos, sejam eles diretos ou indiretos. Mas peralá: longe de mim defender uma intervenção federal na atividade. O que sugiro é a participação de todos os segmentos envolvidos, governo, COB, confederações e atletas, na decisão de como e onde aplicar esse dinheiro. O que não dá para aceitar é alguém administrando os bônus e repassando os ônus. Aí a vara quebra, o cavalo refuga, o uniforme encolhe e o país anda para trás na conquista de medalhas olímpicas (acima, à direita).

Para terminar, vou chover no molhado ao falar na necessidade premente de investimento no esporte de base e educacional. Mas, para isso, o governo precisa tirar recursos do alto rendimento e destiná-los para a criação e melhoria de equipamentos esportivos e formação de professores e especialistas. Aí é que entra, ou deveria entrar, a iniciativa privada no papel da grande patrocinadora das Daianes, Scheidts, Jades e Maurrens do Brasil. Porém, os empresários também têm que mudar sua visão. Hoje, a grande maioria só investe no esporte em momentos de grande exposição, como nos anos de Pan e Olimpíada. Contam-se nos dedos aqueles que desenvolvem trabalhos longos e sem a contrapartida imediata do resultado. Para o bem do esporte brasileiro isso precisa mudar.

Até a próxima, quando volto a falar do que me trouxe a esse espaço: a F-1.




*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

Promoção Mico Olímpico

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A Olimpíada de Pequim 2008 acabou. Para tentar lidar melhor com a síndrome de abstinência de esportes durante as madrugadas, o Futepoca lança a promoção Mico Olímpico.

A gente quer saber:

Qual foi o maior mico brasileiro ou internacional da Olimpíada de Pequim 2008?


O simpático mico está no blogue de Roni Chittoni

A melhor resposta com as devidas justificativas será publicada no Futepoca e vai ganhar um exemplar do Almanaque Olímpico SporTV, dos jornalistas Marcelo Barreto e Armando Freitas. O vencedor leva ainda um par de ingressos assistir Viagem ao Centro da Terra – o Filme. Todo o material será enviado pelo correio.

O par de ingressos válidos de segunda a quinta-feira para qualquer cinema do país em que o filme estiver passando, exceto o Cinemark Iguatemi (São Paulo), Grupo Araújo (confira as salas aqui), Grupo Estação (Rio de Janeiro) e salas vips do Cinemark Cidade Jardim (São Paulo).

Os bilhetes são uma cortesia do parceiro Guia da Semana. O livro é cortesia da SporTV.

Para se inspirar, leia a cobertura dos Jogos Olímpicos.

Para participar, clique aqui.

Por falhas ingênuas, mais uma rodada fora do G4

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O São Paulo foi ao Couto Pereira enfrentar o Coritiba precisando vencer para ter uma chance de voltar ao pouco freqüentado G4. Pois começou levando um gol num lance risível. Richarlyson faz uma falta na altura do meio de campo. O juiz marcou e ele virou de costas para reclamar, atitude que lhe é peculiar. A zaga tricolor, por sua vez, ficou esperando o posicionamento do ataque, numa boa. Nisso, alguém muito esperto do Coritiba - não vi quem foi - bateu a falta rapidinho. Rodrigo Heffner foi lançado, cruzou na área e Ricardinho completou. André Dias ainda tentou tirar, mas só ajudou a empurrar pra dentro. Gol para deixar o torcedor bem irritado. Mas eu até vi o lado bom da coisa: quem sabe o Richarlyson não pára de reclamar de qualquer coisa e presta mais atenção ao jogo?

Depois desse lance, o São Paulo praticamente dominou as ações e foi pouco ameaçado. O empate veio ainda no primeiro tempo, em cruzamento do bom Jean para o zagueiro Rodrigo, que foi bem ontem. Do jeito que o São Paulo jogava deu até um certo otimismo para o segundo tempo.

Mas, no início de etapa complementar, a bobeira da zaga se repetiu. Rodrigo Heffner cobrou um lateral que parecia um lançamento para Keirrison, que aproveitou a saída estabanada de Rogério do gol para mais uma vez colocar o Coxa à frente. Os sãopaulinos reclamaram de que o lateral foi cobrado fora do lugar. Haja paciência... Deviam reclamar dos cochilos da defesa. Alguém imagina isso acontecendo no ano passado?

Logo em seguida o Tricolor reempatou o jogo, mais um cruzamento, dessa vez de Rodrigo para Hugo. E, apesar de seguir dominando, o São Paulo não foi capaz de vencer. Tudo bem que só o Grêmio venceu o Coritiba em casa nessa campeonato. Mas se o time quer algum sucesso no Brasileiro não pode se dar ao luxo de tomar gols bobos como esses. E, por mais uma rodada, o São Paulo fica fora da zona para a Libertadores. Numa rodada tão boa para o Palmeiras, nenhuma notícia boa.

Alex Silva

Nenhuma notícia boa mesmo. Alex Silva está perto de acertar sua transferência para o Hamburgo, por 7 milhões de euros. É possível que ele nem volte a vestir a camisa tricolor. A verdade é que estava demorando, e vou ficar feliz se só ele for embora.

Série C não terá pontos corridos

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A CBF divulgou hoje o calendário do futebol brasileiro para 2009.

(Antes de mais nada, um parêntese: estamos em agosto e o calendário do ano que vem já está divulgado. Quem imaginaria, hein? Tá certo que o futebol brasileiro ainda precisa se organizar muito, mas quem negar que houve muitos, muitos avanços é cego.)

Para as Séries A e B, nada muda. A elite começa em 3 de maio e se encerra em 6 de dezembro. A segundona tem início em 1º de maio e acaba em 29 de novembro. Ambos seguirão no sistema de pontos corridos, que vigora na Série A desde 2003 e na B desde 2006. A Copa do Brasil vai de 18 de fevereiro a 1º de julho.

Mudança significativa acontece daí pra baixo. Em abril, a CBF confirmou que criaria a quarta divisão nacional, a Série D. Mais do que delimitar mais um nível para o futebol brasileiro, a medida era interessante porque acarretaria numa "moralização" da Série C que, apesar de também ter passado por importantes ajustes, ainda é um samba do crioulo doido com seus grupos regionalizados e times que podem disputar de dois a 32 jogos. Segundo o falado no primeiro semestre, a Série C também passaria a ser disputada em pontos corridos. Já a D herdaria da terceirona atual o sistema regionalizado e também a composição dos times derivada dos campeonatos estaduais.

Pois bem: no anúncio que fez no dia de hoje, a CBF manteve o Brasileirão repartido em quatro divisões. Mas ao invés de confirmar a Série C em pontos corridos, comunicou que o campeonato terá "formato de disputa diferente das Séries A e B, a ser anunciado oportunamente".

Muito, muito curioso isso. O que a CBF define como "oportunamente"? Que momento é mais oportuno que o atual, em que a idéia é antecipar o calendário e dar oportunidade a todos os times de desenvolverem seus planejamentos? E o mais importante: qual será a fórmula de disputa da Série C do ano que vem? Não sou daqueles que acha que pontos corridos é sinônimo de organização e todo e qualquer regulamento diferente desse é a personificação da balbúrdia. Mas, por outro lado, os grupinhos regionais e eliminações prévias só desvalorizam o certame. Então, o que esperar?

A imagem que ilustra o post é o distintivo do Águia de Marabá, time de Marabá-PA que está prestes a se classificar à terceira fase da Série C. Se realmente avançar, o time confirma presença na Terceirona de 2009. O escudo foi retirado do distintivos.com.br, site do saudoso Luiz Fernando Bindi.

Finalmente, o Santos quase como deveria ser

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O Santos ontem na Vila Belmiro não fez propriamente uma exibição de gala, mas mostrou que poderia estar muito mais bem posicionado na tabela não fossem as sucessivas trapalhadas da diretoria peixeira. Diante do Cruzeiro, um adversário respeitável que está no G-4 e goleou o Alvinegro no primeiro turno, dominou a partida e poucas chances deu ao rival.

Um meio-campo marcador com Roberto Brum, Bida, Rodrigo Souto e Michael deram consistência à marcação santista, anulando a principal arma do Cruzeiro no Brasileirão: o contra-ataque. Os números evidenciam isso: foram 19 desarmes santistas contra 11 da equipe mineira, e os azuis erraram 49 passes contra 32 dos donos da casa.

Dois fatores auxiliaram o treinador Márcio Fernandes na empreitada de ontem. Primeiro, o leque de opções foi maior. Ele contou com a volta de Rodrigo Souto, Michael (que cumpriu suspensão contra o Ipatinga), Molina e com Wendell, que pela direita - lado cronicamente caótico do Santos há anos -, não comprometeu; e Bida mais adaptados ao time.

O outro fator que ajudou o técnico foi a sorte. Kléber se contundiu contra o Ipatinga e deu possibilidade para que Fernandes colocasse Carleto na esquerda e Michael no meio. O lateral santista chegou a acertar um cruzamento na medida para Kléber Pereira. Mesmo sabendo que o menino tem muito a evoluir, me perguntei: quanto tempo o titular, convocado pra seleção brasileira, não faz isso? Não consegui lembrar. Além disso, o Peixe também levou mais perigo nas bolas paradas, já que, com Kléber, isso simplesmente não acontece.

Agora, contra o São Paulo, no domingo, o treinador e seu time tem uma prova de fogo. Chegou a hora de diferenciar os homens dos meninos e o Santos vai dizer se vai penar até as últimas rodadas com a presença na zona do rebaixamento ou se conseguirá ficar a uma distância segura da região perigosa. Perder é admissível e é do jogo, mas a atitude será fundamental pra convencer o torcedor de que vale a pena sofrer por esse time.

Santos ajuda, e Palmeiras é segundo

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O empate do Grêmio contra o Náutico no quarto minuto de acréscimo nos Aflitos e a vitória santista sobre o Cruzeiro deixaram o Palmeiras em segundo lugar, com um ponto de vantagem sobre os azuis de Minas Gerais e cinco atrás do time de Celso Roth, líder há oito rodadas.

Palmeiras
Ao que me interessa.



Diante da Lusa no Pacaembu, o primeiro tempo foi mais fácil com ajuda do goleiro André Luis no terceiro gol. Mas a partida terminou 4 a 2, e Valdir Espinoza caiu para dar lugar a Estevam Soares.

O rendimento cair depois de chegar ao intervalo com quatro tentos de vantagem é normal. Tomar dois gols de Jonas com isso é que soa estranho. Curioso que o segundo tempo daquele empate de 25 de maio, quando a Portuguesa era comandada por Vagner Benazzi, o segundo tempo também foi da representação do Canindé.

Os 4 a 2 reduzem a pressão da goleada diante do Inter e dão esperança de um 1 a 0 suado na Arena da Baixada no domingo diante do Atlético-PR goleado pelo xará mineiro ontem. Isso por causa do retrospecto verde fora de casa nesta edição do Brasileiro.

E eu que reclamei das mexidas do Luxemburgo por motivos táticos não andavam dando certo, tenho que comentar a substituição por causa da contusão do Fabinho Capixaba. A entrada de Gustavo em seu lugar logo aos 7 do primeiro tempo deixou o time com três zagueiros e Sandro Silva e Evandro caindo pela direita no ataque. Interessante, mas nenhum dos gols saiu pela direita nem a favor nem contra.

Mídia luxemburguista?
"Mesmo que seja convidado pela CBF, Luxa permanece no Verdão até dezembro"

Seleção Brasileira pode mudar de técnico após Olimpíada

Ou será que o Dunga se convenceu sozinho de que deve ter medo? Dunga se diz tranquilo e provoca Luxemburgo em desembarque

domingo, agosto 24, 2008

Sangue falso não pode OU resquícios da ditadura

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Na tarde deste domingo fui à delegacia do bairro Paraíso, em São Paulo, onde ocorreu um ato (foto) em memória das vítimas do extinto Doi-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), órgão de repressão e violência da ditadura militar brasileira (1964-1985). Uma das sedes do serviço funcionou no prédio da delegacia, na Rua Tutóia nº 1.000, e foi o local de suplício e morte de centenas de pessoas. A manifestação (foto) também aproveitou para reforçar o pedido de punição para os torturadores e mandantes, debate que repercute no país.

"A punição é fundamental, faz parte dos novos passos para a retomada da democracia no Brasil, que ainda não é completa", observou o jornalista e escritor Alípio Freire (à esquerda), um dos torturados pela ditadura que compareceu à manifestação. "A Lei de Anistia, de 1979, diz que não haverá punição para os crimes políticos e conexos, ou seja, que tenham conexão com eles, cometidos nos tempos da ditadura tanto pelos militares quanto pelas suas vítimas. Só que tortura e assassinato não são crimes políticos e nem conexos. São crimes de lesa-humanidade, imprescritíveis", acrescenta Freire, que foi preso em agosto de 1969 e torturado na Oban (Operação Bandeirante) e no Dops (Departamento de Ordem Política e Social) até dezembro daquele ano, ficando preso, depois, até outubro de 1974.

E ele tem razão ao dizer que a retomada da democracia ainda não se consolidou. Quando a manifestação pacífica em frente à delegacia já ia terminando, uma lata de tinta vermelha foi despejada no local (à direita) para marcar as violências e os assassinatos praticados ali. Ato contínuo, um policial (delegado ou investigador, não ficou claro) saiu aos berros da delegacia e mandou que limpassem o chão. Vaiado, o homem voltou para o prédio, mas ameaçava gritando que alguém ficaria detido pelo derramamento da tinta. Depois, saiu com uma máquina digital e fez fotos dos manifestantes, que se dirigiram para um espaço a um quarteirão dali. Mas, óbvio, não deu nem cinco minutos e baixou polícia no local.

Por sorte, todos conseguiram ir embora bem rápido, sem confusões. Mas a truculência serviu para deixar claro que o comportamento da polícia brasileira é mais uma herança maldita daqueles anos de chumbo.