Destaques

quarta-feira, abril 01, 2009

F-Mais Umas - O incrível Jason Barrichello

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CHICO SILVA*

Antes de iniciar minha participação na temporada 2009, faço questão de pedir desculpas aos meus poucos, porém fiéis, leitores. Por pura vadiagem, passei os últimos meses ausente deste espaço. E não foi por falta de assunto, não. Pelo contrário. Há muitos anos a Fórmula-1 não produzia tanta notícia e interesse. Regulamento novo, o lançamento do sistema de reaproveitamento de energia, o tal do KERS (foto à direita) e carros absolutamente repaginados deixaram a categoria de rodas para o ar. Se bem que, com essas imensas asas dianteiras e minúsculos aerofólios traseiros, os novos modelos lembram alguns bólidos da "corrida maluca". Todo esse esforço é para diminuir o arrasto aerodinâmico e com isso facilitar as ultrapassagens, produto raro nas prateleiras da categoria.

O casting de pilotos foi o que menos mudou. Teve apenas a entrada do suíço Sébastien Buemi na Toro Rosso, assumindo o lugar do "Schumaquinho" Sebastian Vettel, que migrou para a Red Bull para ocupar a vaga do bon vivant aposentado David Coulthard. Mas a grande novidade deste início de 2009 é o incrível ressurgimento de Rubens Barrichello (à esquerda). O piloto brasileiro mais sacaneado de todos os tempos se tornou um combo de Jason, o serial killer que se recusa a morrer na série Sexta-Feira 13 e Highlander, o imortal guerreiro vivido no cinema pelo canastraço Christopher Lambert. Quando todos imaginavam que a interminável carreira de Rubinho havia chegado ao fim, eis que surge Ross Brawn para salvá-lo da aposentadoria na Fórmula Indy ou então na Stock Car e seus incríveis capôs voadores.

E a saga de Barrichello se confunde com a da sua própria escuderia. Assim como o piloto, ninguém apostaria um dólar pós-crise que os desabrigados da Honda seriam capazes de disputar a temporada 2009. Porém, um fenômeno de difícil explicação transformou o espólio fumegante da equipe japonesa no carro a ser batido. Mérito de Brawn (foto à direita), o engenheiro que foi decisivo no processo de transformação de Michael Schumacher em mito. O técnico concebeu um carro equilibrado, limpo, bem acertado e potente. Tanto sucesso incomoda a concorrência, que faz de tudo para transformar a carruagem de Rubinho em abóbora. Cabe a agora ao Tribunal de Apelações da FIA decidir se o difusor da discórdia é legal ou não.

Mas, mesmo se a peça for considerada irregular, ao que tudo indica o carro da Brawn continuará sendo competitivo. Para desespero dos Cassetas, Pânicos e similares, que correm o risco de perder uma de suas maiores fontes de piadas. Ou quem terá coragem de tirar onda com um campeão do mundo? Mesmo que este atenda pelo nome de Rubens Jason Barrichello.

Filme repetido
Assim como o Botafogo, há coisas que só acontecem com Rubens Barrichello. E nada parece salvá-lo desta sina. Apesar da bela corrida de recuperação em Albert Park, Rubinho mais uma vez viu um companheiro ter a primazia de conquistar a primeira vitória da equipe pela qual compete. Foi assim na Stewart, quando o inexpressivo britânico Johnny Herbert foi o responsável pelo único triunfo da história do time, no GP da Europa 1999, disputado no circuito de Nürburgring - assim mesmo, com trema, pois a regra não matou o sinal em nomes estrangeiros. O fato iria se repetir na finada Honda e com o mesmo Jenson Button (à esquerda) que o bateu na Austrália. O inglês venceu o GP da Hungria de 2006, a única conquista da Honda em sua fase moderna, já que a escuderia havia vencido duas provas nos anos 1960. E o curioso caso de Button se repetiu no domingo. Mas esse remake o Rubinho não gostaria de ter visto...

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

terça-feira, março 31, 2009

Mentira na data e no nome - DITADURA foi mortal

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Na data de hoje, 31 de março, muitos militares, conservadores e simpatizantes vão comemorar os 45 anos da chamada "Revolução de 1964". Mentira - e mentira dupla. O golpe (sim, senhores, esse é o nome verdadeiro!) ocorreu em 1º de abril daquele ano, com tanques na rua, contra a população civil desarmada (foto à direita). Foi no "dia da mentira", algo cruelmente sintomático. Mas, para evitar chacotas "subversivas", a data "festiva" dos milicos acabou sendo substituída pelo dia anterior. Mas a mentira mais deslavada, no caso, foi o carimbo "revolução" que a mais sangrenta, cruel e duradoura quartelada de nosso país recebeu da "história oficial". Ou aliás, quartelada não: DITADURA, com todas as letras - e maiúsculas. Que usurpou o poder, extinguiu direitos, perseguiu, cassou, prendeu, exilou, agrediu, torturou, matou, ocultou cadáveres e aterrorizou a nação por mais de duas décadas. E ainda temos que suportar a "ditabranda" da asquerosa Folha de S.Paulo. Porém, nessa data infeliz, gostaria de reproduzir abaixo, como desabafo, um texto que, apesar de longo para um post, é muito válido nessa ocasião especial:

45 ANOS DO GOLPE DE ABRIL

Caio N. de Toledo*

Há 45 anos – no dia em que o imaginário popular consagra como o “dia da mentira” – era rompida a legalidade democrática vigente no país desde a derrubada da ditadura do Estado Novo (1937-1945). Hoje, no Brasil, poucos serão aqueles que cometerão o despropósito de propor algum tipo de comemoração pública desta infausta data. Felizmente, nestes dias, em instituições acadêmicas e entidades culturais e políticas, em sindicatos de trabalhadores, em alguns jornais e revistas da grande imprensa e em blogs de jornalistas independentes deverão ocorrer debates que examinarão criticamente os significados e os efeitos do movimento de abril de 1964 na história política e cultural recente do país.

Certamente, nenhum veículo da grande mídia nacional ousará afirmar que o pós-1964 no Brasil – comparativamente às ditaduras militares sul-americanas (“mais cruéis”, “mais sanguinárias” etc) – teria sido uma autêntica “ditabranda”. Quem fez isso recentemente, se deu muito mal... Golpe ou revolução? Àqueles que ainda insistem em denominar este movimento com a noção de “Revolução”, deveríamos lembrar as palavras de um eminente protagonista daquele movimento. Em 1981, em celebrado depoimento, Ernesto Geisel declarou: “o que houve em 1964 não foi uma revolução. As revoluções se fazem por uma idéia, em favor de uma doutrina”.

Para o vitorioso de 1964, o movimento se fez “contra Goulart”, “contra a corrupção”, “contra a baderna e a anarquia que destruíam o país”. Estritamente falando, o ex-ditador reconheceu que o movimento liderado pelas Forças Armadas não era a favor da construção de algo novo no país; era, sim, um movimento contra um estado generalizado de coisas que “infelicitavam o povo e a nação brasileira”...Pertinentes, pois rejeitam a noção de Revolução para caracterizar o 1º. de abril de 1964, as formulações do militar golpista, no entanto, podem ser objeto de uma outra leitura.

Assim, é possível – a partir de uma outra perspectiva teórica – ressignificar todos os “contras” presentes no depoimento do militar. Mais apropriado seria então afirmar que 1964 representou: (a) um golpe contra a incipiente democracia política brasileira; (b) um movimento contra as reformas sociais e políticas e (c) uma ação repressiva contra a politização das organizações dos trabalhadores e o extenso e rico debate de idéias que se desenrolava de norte a sul do país.

Em síntese, no pré-1964, as classes dominantes e seus aparelhos ideológicos e repressivos – diante das iniciativas e reivindicações dos trabalhadores no campo e na cidade e de setores das camadas médias – apenas vislumbravam “crise de autoridade”, “subversão da lei e da ordem”, “quebra da disciplina e hierarquia” dentro das Forças Armadas e a “comunização” do país que, no limite, implicariam a “dissolução da família” e o “fim propriedade privada”. Embora, por vezes, expressas numa linguagem “radical” – na “lei ou na marra”, “morte aos gorilas” etc. –, as demandas por reformas sociais e políticas pretendiam, fundamentalmente, o alargamento da democracia política e a realização de mudanças no capitalismo brasileiro.

Não se pode, contudo, deixar de reconhecer que, em toda a história republicana brasileira, o golpe contra as frágeis instituições políticas se constituiu em permanente ameaça. O fantasma do golpe rondou, em especial, os governos democráticos no pós-1946 e, com maior intensidade, a partir dos anos 1960. Pode ser dito que o governo Goulart nasceu, conviveu e morreu sob o espectro do golpe de Estado. Em abril de 1964, o golpe – permanentemente reivindicado por setores privilegiados da sociedade civil – foi, então, definitivamente vitorioso.

O golpe paralisou um rico e amplo debate político, ideológico e cultural que ocorria em órgãos governamentais, partidos políticos, associações e sindicatos de classe, entidades culturais, meios editoriais e de comunicação etc. Nos anos 1960, conservadores, liberais, nacionalistas, socialistas e comunistas formulavam publicamente suas propostas e se mobilizavam politicamente para defender seus projetos sociais e econômicos.

Se o governo Goulart e os setores progressistas tiveram alguma parcela de responsabilidade pelo agravamento da crise política no pré-1964, deve-se, contudo, enfatizar que quem planejou e desencadeou o golpe contra a democracia política foram as classes dominantes – apoiadas por setores médios e incentivadas por órgãos governamentais norte-americanos (Embaixada dos EUA, Departamento de Estado, Pentágono e outras agências de segurança) – e pela alta hierarquia das Forças Armadas brasileiras.

Destruindo as organizações políticas e reprimindo os movimentos sociais de esquerda e progressistas, o golpe foi saudado pelo conjunto do empresariado (industrial, rural, financeiro e investidores estrangeiros), pela alta cúpula da Igreja católica, pela grande imprensa etc. como uma autêntica “Revolução” – com a virtude maior de ter sido ela um movimento “pacífico” e “redentor”. Aliviadas por não terem de se envolver militarmente no país, as autoridades norte-americanas congratularam-se com os militares e civis brasileiros pela “solução” que encontraram na superação da “crise política” enfrentada pelo país. A administração Lyndon Johnson (1963-1969) não pode senão festejar pois uma nova (e grandiosa) Cuba teria sido evitada ao sul do Equador...

Embora tivesse simpática acolhida nos meios populares e sindicais, o governo Goulart ruiu como um castelo de areia. Dois de seus principais pilares de apoio – como apregoavam os setores nacionalistas – mostraram ser autênticas peças de ficção. De um lado, o propalado “dispositivo militar”, comandado pelos chamados “generais do povo”; de outro, o chamado 4º. poder que seria representado pelo Comando Geral dos Trabalhadores. Ambos assistiram – sem qualquer reação significativa – a queda inglória de um governo a quem juravam fidelidade e o compromisso de defender, destemidamente, até com o sacrifício da vida...

Ao contrário do que afirmaram os “vencedores”, as classes populares e trabalhadoras estiveram ausentes das chamadas “marchas em defesa da família e da propriedade” – promovidas por associações de mulheres católicas da alta burguesia e de setores médios – que, em algumas capitais do país, pediam ostensivamente a destituição de João Goulart. No entanto, as classes populares e os trabalhadores nada fizeram para evitar a derrubada de um governo que, a partir de fins de 1963, passou a defender de forma mais estridente as bandeiras do nacionalismo e das reformas sociais.

Por sua vez, as entidades políticas e os movimentos sociais – no campo e na cidade – que afirmavam representar os trabalhadores e os setores populares nenhuma gesto tiveram para se opor ou impedir o golpe que há muito tempo se anunciava no horizonte – nas conversas dos políticos, nas páginas dos jornais e revistas e nas passeatas de ruas. Desarmadas, desorganizadas e fragmentadas, as entidades progressistas e de esquerda – muitas delas caudatárias do governo Goulart – nenhuma resistência ofereceram à ação dos militares. Poucas semanas antes de abril, algumas lideranças de esquerda afirmavam que os golpistas – caso atrevessem quebrar a ordem constitucional – teriam as “cabeças cortadas”. Tratava-se, pois, de uma rompante metáfora... Com a ação dos “vitoriosos de abril”, esta expressão, no entanto, se tornou uma dura e cruel realidade para muitos homens e mulheres durante os longos 20 anos de ditadura militar.

45 anos depois, nada há, pois, a comemorar. Aos setores democráticos e progressistas ainda cabem inadiáveis tarefas na luta pela ampliação e fortalecimento da democracia política no país; passados 45 anos, impõe que se faça justiça às vítimas da ditadura militar e que a verdade sobre os fatos ocorridos no período de 1964 a 1985 seja plenamente conhecida por todo o povo brasileiro.

*Caio N. de Toledo é professor colaborador do IFCH, Unicamp, autor de "O governo Goulart e o golpe de 1964", Editora Brasiliense, e "1964: visões críticas do golpe (org.)", Editora Unicamp.

segunda-feira, março 30, 2009

Re-escrevendo a história de 64

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Fiquei sabendo agora há pouco de um evento que se realizará amanhã, dia 31/03, no CLube Militar. Simplesmente surreal:


Destaque para as “três placas em homenagem às vítimas do terrorismo”, a serem inauguradas como parte das “comemorações”, segundo destacado na parte em laranja do cartaz. O pessoal está determinado a demonstrar sua capacidade de re-escrever a história, como já mostrou a Folha de S. Paulo com sua "ditabranda".



Em tempo – Algumas pessoas estão se mobilizando para uma manifestação em frente ao Clube Militar, amanhã, às 14h30. Quem estiver no Rio e puder dar uma força, é uma boa. A “ditabranda” da Folha levou a essa mobilização interessante, relatada pelo colega blogueiro William Mendes aqui e aqui. Bora atrapalhar a "festa"!



Em tempo 2 - O site do Clube Militar é uma fonte de pérolas reacionárias. Há carta de apoio ao senador Jarbas Vasconcelos e afirmação de que o presidente Lula não tem "compostura moral nem preparo intelectual para presidir sequer um bloco carnavalesco de esquina". Lá, o ato é anunciado por um artigo do 1º vice-presidente da entidade, Gen. Div Clovis Purper Bandeira (íntegra aqui, em PDF). Nele o militar se dirige ao “novo camarada”, que já deve ter ouvido muitas histórias a respeito do 31 de março de 1964 que “infelizmente, não corresponde à verdade histórica e constitui uma releitura distorcida dos fatos, com a finalidade de confirmar, sob um falso manto de pretensa veracidade, as posições e convicções políticas dos derrotados em 1964”.

Bandeira afirma que o ocorrido em tal dia culminou em uma série de eventos que deixavam clara a existência de um movimento comunista para tomar o poder no Brasil. Dado isso, foi lançada a já planejada “contrarrevoução”, como relata o militar: “A sorte estava lançada e o aparentemente sólido castelo da subversão, inflado pela demagogia e pela propaganda, acreditando numa força que era apenas retórica, desmoronou ao primeiro embate. A Nação estava salva.”

Assustador.

Degustação do Futepoca: cervejas Colorado

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Na sexta à noite, antecipando a comemoração pela vitória do meu time no dia seguinte (arrogância sãopaulina), fui até o apartamento do compadre Luciano para degustar as cervejas Colorado, produzidas em Ribeirão Preto (SP). Ele comprou um kit com os quatro tipos (foto acima), numa embalagem prática de papelão, e ganhou um copo com a logomarca. O companheiro Nivaldo estava escalado para o rega-fígado, mas, por problemas telefônicos, não compareceu. Daí, fizemos um molho de tomate bem apimentado, com carne e fatias de pão, e demos início aos trabalhos. Abrimos primeiro a Colorado do tipo Cauim, uma Pilsen. Fermentada com farinha de mandioca, tem um acento estranho no sabor. É como cerveja de trigo, mas diferente.

Ela nos pareceu meio aguada, mesmo com os 4,5% de teor alcoólico. No rótulo, eles informam que o nome Cauim vem do Tupi e se refere a "uma antiga bebida fermentada de cereais e mandioca, fabricada pelos índios brasileiros". E acrescentam que "a Cervejaria Colorado realiza diversas ações de cunho social em parceria com o Cineclube Cauim, uma das mais importantes organizações culturais de Ribeirão Preto". Bom, de zero a 10, numa escala sem o menor padrão ou critério, eu daria 6 para a Cauim. Acho que Don Luciano não concederia mais que 4. Na média, 5. Passa.

A próxima que abrimos foi a Demoiselle, cerveja escura. No primeiro gole, Luciano já adiantou que era a campeã, mesmo antes de experimentar as duas restantes. Trata-se de uma Porter, feita com café e maltes importados. "O nome Demoiselle é uma singela homenagem ao grande brasileiro Alberto Santos Dumont, cuja família era proprietária de fazendas de café na região de Ribeirão Preto", explica o rótulo. O aeroplano Demoiselle foi criado por ele em 1907, depois do pioneiro 14 bis. A Colorado desse tipo ganhou a medalha de ouro, na categoria Porter, do prêmio European Beer Star 2008, um dos mais importantes "testes cegos" de jurados cervejeiros do mundo todo.

Esse episódio encerrou a "briga" entre o dono da Cervejaria Colorado, Marcelo Carneiro da Rocha (foto à esquerda), e o mestre cervejeiro Fergal Murrey (abaixo, à direita), da fábrica irlandesa Guinness, que, numa degustação em São Paulo, desqualificou a Demoiselle como sendo apenas "café, gelo e álcool". "Escrevi uma carta pessoal para ele e uma nota de repúdio em todos os blogs que conheço porque achei uma falta de educação do cara e resolvi reagir", reclama o carioca Rocha, conhecido em Ribeirão Preto como "Marcelo da Colorado", em reportagem publicada, providencialmente, por uma revista chamada Revide. "O prêmio acabou encerrando a polêmica", acrescenta ele, adiantando que, ainda em 2009, deverá lançar no mercado uma cerveja de sabor bem forte, com mais de 11% de álcool.

Bom, voltando à degustação, creio que a Demoiselle mereceu da gente uma média 9, sendo 10 do Luciano e 8 de mim. Logo em seguida, porém, provamos a que seria minha favorita: a Indica, mistura de malte, lúpulo e rapadura. Apesar desse último ingrediente, não tem nada de doce, pelo contrário: é amarga, vermelha e com teor alcoólico de 7%. "Nossa receita é baseada numa antiga receita inglesa de cerveja, que nos tempos do Império Britânico era enviada a Índia", diz o rótulo. "Nossa IPA mereceu do maior crítico inglês de bebidas malteadas Sir Michael Jackson (homônimo do cantor) três estrelas no seu Pocket Beer Guide conhecido como o Guia Michelin das cervejas e atualmente recebemos o prêmio de TOP 50 das cervejas nacionais e importadas mais consumidas no Brasil, pela Revista Prazeres da Mesa, edição 56 – Fevereiro 2008", resume. Eu daria nota 9. Com um 7 do Luciano, que não se entusiasmou tanto, teria média 8.

Por último, experimentamos a Appia, que leva mel na receita. Só que o gosto mais acentuado é o de trigo e, para quem aprecia cerveja feita com esse ingrediente, é realmente muito boa. O rótulo diz que "esta cerveja ligeiramente doce e refrescante revela todas suas qualidades quando degustada bem gelada com uma fatia de limão ou laranja presa à borda do copo. Tem teor alcoólico de 5,5%". Com notas iguais, ela fica com 7 pontos. Pelo meu paladar e o do camarada Luciano, as melhores Colorados seriam, portanto, a Demoiselle (nota 9), Indica (8), Appia (7) e Cauim (5). Cabe ressaltar, novamente, que a absoluta falta de medida ou critério, o grau etílico dos "jurados" (acima, à esquerda) e a preferência de cada um dos manguaças que fazem ou leem este blogue permitem resultados bem diferentes em futuras avaliações. De toda forma, a Colorado está de parabéns pela proposta e pelos produtos finais.

O mal que Parreira nos fez

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O técnico Carlos Alberto Parreira, por mais execrado que hoje seja, marcou o futebol brasileiro dos últimos anos de forma profunda e ainda não conseguimos nos livrar de sua influência. Vejo evidências dessa influência em dois empates, o da Seleção Brasileira de Dunga contra o Equador e o do Corinthians de Mano Menezes contra o Guarani.

Na Copa de 94, Parreira criou um estilo de jogo defensivo, trancado no meio campo, abundante em toques de lado e pouca criatividade. O meio campo com Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho é a prova. O time, convém dizer, era bem armado e funcionava, dentro de sua proposta. A vitória na Copa foi a coroação da chamada Era Dunga, onde meias habilidosos (Raí, Giovani) foram substituídos por volantes fortes e marcadores. A aplicação tática se tornava mais importante do que a técnica e a criatividade, num futebol previsível e chato.

Mais tarde, no Corinthians de 2002, o jogo mudou um pouco, mas manteve o objetivo básico: não tomar gols. Agora, em lugar de uma formação eminentemente defensiva, era o estilo de jogo que se encarregava de evitar os gols – dos dois lados. A idéia era manter a posse de bola no campo de ataque o maior tempo possível, evitando os ataques adversários. Com essa intenção, o numero de passes de lado se multiplicava e as jogadas agudas, verticais, em direção ao gol rareavam. Curioso lembrar que no papel era um 4-3-3, com Deivid, Gil e Leandro no ataque. Na prática, este último voltava constantemente para o meio campo, ajudando na marcação – como fazia também em sua passagem pelo São Paulo. Atrás, Ricardinho e Vampeta cadenciavam o time. O resultado era um time bem armado, funcional, previsível – atributos muito valorizados em repartições públicas.

As duas versões do estilo Parreira contaminaram o futebol brasileiro e vemos ainda hoje os sintomas dessa virose. O defensivismo explícito de 1994 foi a regra por muito anos, levando à febre dos três zagueiros, aos dois volantes brucutus, aos laterais mais presos. Quando essa moda passou, o defensivismo se travestiu de técnica e virou toque de lado, prisão móvel, falta de tesão. Essa filosofia foi levada para a Copa de 2006 e foi – de braços dados com o desempenho horrível de nossos craques – responsável pelo resultado que conhecemos. Um dado aqui é que, em 2006, Parreira falhou no que sempre foi sua (única?) virtude: montar times bem organizados. A biblioteca não funcionou bem.

A derrota traumatizou o Brasil com o “parreirismo” e levou à nova Era Dunga, com o anão dessa vez como comandante da Seleção. O diagnóstico, no entanto, foi errado. Tentando acabar com a herança do técnico-bibliotecário, Dunga acaba com um dos fundamentos do futebol bem jogado: o passe. O time brasileiro não se organiza para passar bem a bola, com ciência e arte, como diria Alberto Helena Júnior. O jogo é todo feito de tentativas de arrancadas e lançamentos para o ataque. No jogo de ontem, foram inúmeros os “passes” longos pra Luiz Fabiano, verdadeiros tijolos para que o centroavante se virasse.

O mesmo parece acontecer com o Corinthians, com agravantes. Não existe vida no meio campo. A dupla de volantes funciona bem, marca, mas há um buraco entre ela e o ataque. “Isso é saudosismo dos meias de antigamente”, bradarão os modernos. Mas o fato é que a bola tem que sair da defesa e chegar ao ataque em boas condições, não em chutões. O time precisa de uma (várias) forma de trabalhar com a bola no pé e criar jogadas de ataque. Se não temos mais Gersons, Rivelinos, Sócrates e Zicos, que inventemos um novo jeito de cumprir a tarefa.

O parreirismo fez mal ao futebol verde-amarelo quando presente e agora o prejudica pelo contraste. A aversão – justa – aos infindáveis toques de lado fez muitos acharem o interessante time da Espanha campeã da última Eurocopa burocrático e cheio de “armandinhos”. Faltava, após a contusão de David Villa, um outro atacante ao lado de Fernando Torres, mas o time visava sempre o gol e saiam tabelas lindas, num jogo coletivo bem legal de ver. Se não tinham craques no time, compensavam com um esforço coletivo. Mas, repito, visando o gol, não a posse de bola como um fim em si mesma.

É preciso acalmar os ânimos e perceber que controlar o ritmo do jogo nem sempre quer dizer embromar, assim como o contra-ataque é uma arma importante, só não pode ser a única de um time. Sócrates, contam os corintianos mais velhos, fez isso com a Fiel: ensinou a ter calma e a esperar o melhor momento para atacar. Se falta um Sócrates hoje, cabe aos treinadores criarem formas de organizar o time para cumprir essa função.

Adendo alheio sobre Muricy Ramalho - por Marcão
No Lance! de domingo, o colunista Marcelo Damato denuncia que "está crescendo uma mentalidade em que nada mais importa do que ganhar". E detona: "O símbolo desse futebol que tem o curioso rótulo de 'pragmático' é Muricy Ramalho, que não se importa que seu time jogue de maneira previsível. As vitórias, segundo ele, justificam tudo". Para Damato, o efeito daninho, com os sucessos do São Paulo, é que a maioria dos torcedores já pensa do mesmo jeito. "Como ganhar campeonato passou a ser obsessão, não pela alegria que dá, mas pelo alívio de não ter de suportar gozações, os torcedores aceitam tudo e o jogo está mudando para pior, muito pior", prossegue o colunista. E cita, como exemplo, os dois últimos clássicos do Paulistão (Corinthians 1 x 0 Santos e São Paulo 1 x 0 Palmeiras), que foram decididos com gols antes dos 20 minutos e depois se arrastaram de forma ruim e modorrenta. Será que Marcelo Damato tem alguma razão?

Belluzzo, o caçador de títulos perdidos

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O economista e presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo (à direita), já entrevistado por este blogue, continua sua "cruzada" pela legitimidade de títulos conquistados pelo seu time em tempos "de antanho". Como diretor de Planejamento do clube, junto com o ex-presidente Affonso Della Monica, ele conseguiu que a Fifa homologasse a polêmica Taça Rio de 1951, vencida pelo alviverde, como um "mundial". Agora, os alvos são os torneios nacionais existentes antes do primeiro Campeonato Brasileiro, que começou a ser disputado, oficialmente, em 1971. Com o apoio dos presidentes de Cruzeiro, Santos, Bahia, Botafogo-RJ e Fluminense, Belluzzo apresentou publicamente, na semana passada, um novo "dossiê", a ser encaminhado para a CBF, que pede o reconhecimento e a contagem dos títulos da Taça Brasil (disputda entre 1959 e 1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (que existiu entre 1967 e 1970) como legítimos Brasileirões.

Nós, do Futepoca, já antecipamos essa discussão muitas vezes, como aqui, aqui e aqui. A questão tem gerado muita polêmica. Ademir da Guia (à direita), no Lance! de domingo, defende o reconhecimento dos dois torneios: "Jornais e revistas da época classificavam os vencedores da Taça Brasil e Roberto Gomes Pedrosa como verdadeiros campeões brasileiros. Os clubes vencedores daquelas competições têm o direito de brigar pela oficialização de suas conquistas". No mesmo jornal, outro palmeirense, o comentarista Mauro Beting, pondera que o Robertão até poderia ser considerado um Brasileiro, mas a Taça Brasil não. "Taça Brasil é a mãe da Copa do Brasil - torneio eliminatório, com representantes de quase todo o país; Robertão é o pai do Brasileirão - um campeonato de fato, com os melhores do país, na época de ouro do futebol brasileiro", argumenta o jornalista. "O vencedor do Robertão é tão campeão brasileiro quanto qualquer outro a partir de 1971. O vencedor da taça Brasil é tão campeão como qualquer campeão da Copa do Brasil a partir de 1989", acrescenta.

Já o treinador e ex-jogador Paulo César Carpegiani (à esquerda) tem opinião inversa à de Beting: "O Roberto Gomes Pedrosa era um torneio disputado por grandes equipes do nosso futebol, mas se caracterizou principalmente pela briga entre clubes do eixo Rio e São Paulo. (...) A Taça do Brasil, que tinha uma forma de disputa semelhante à da Copa do Brasil, é mais coerente para que seja considerada um torneio nacional por envolver equipes de todo o país desde o início". Por sua vez, Luiz Fernando Gomes, colunista dominical do Lance!, resolveu esculhambar a questão na raiz. Com o título de "Festival de Besteira que Assola o País" (plagiado intencionalmente do finado Stanislaw Ponte Preta), o colunista afirma que "cartolas que não dão conta de cuidar do presente e de planejar o futuro agora querem mudar o passado". E ridiculariza argumentos pró e contra a avalização dos torneios pela CBF, como o do santista Adilson Durante, que defende a questão simplesmente para que Pelé seja "campeão de todos os títulos", ou do sãopaulino Marco Aurélio Cunha, que é contra porque tais campeonatos significam "o fim de uma época e de uma cultura" e, por isso, "não faz sentido associar os títulos".

Gomes satiriza: "A partir de agora ele (Marco Aurélio - foto à esquerda) vai ter de dizer que o São Paulo não é mais tri, mas tem apenas um título mundial - o de 2005, no Mundial da Fifa no Japão. Os outros dois, daquela taça intercontinental de um jogo só, são de 'uma outra época, outra cultura'. Não se pode associar os títulos...". Mas o colunista não defende ou rechaça o reconhecimento dos torneios proto-nacionais. Ele prefere dizer que "é coisa de quem não tem o que fazer". Isso tudo ainda vai dar muito pano pra manga, mas, em minha opinião, acho que a CBF vai acabar capitulando aos desejos de Belluzzo e dos outros clubes envolvidos - visto o reconhecimento precedente (e até mais improvável) da Taça Rio como "mundial" pela Fifa. Por mim, já cheguei a pensar como Mauro Beting, na associação do Robertão com o Brasileiro e da Taça Brasil com a Copa do Brasil. Mas hoje, pensando melhor, acho que seria contrasenso reconhecer um e não outro.

Como diz o companheiro Glauco, a Taça Brasil era o único torneio nacional existente entre 1959 e 1966 e indicava os times que disputariam (e que disputaram) a Copa Libertadores. Porém, se a disputa for reconhecida e contabilizada como Campeonato Brasileiro, o que acontecerá com a Copa do Brasil? Afinal, ela também classifica times para o torneio continental. Tenho quase certeza de que todos os que venceram a Copa também vão reivindicar o reconhecimento dessa competição como Brasileirão. Daí, no "vale tudo", ou seja, na soma da Taça Brasil, Robertão e Copa do Brasil como títulos brasileiros, o novo ranking colocaria o Palmeiras como campeão absoluto, para alegria do "garimpeiro de títulos" Luiz Gonzaga Belluzzo:

1º - Palmeiras (9 títulos) - 1960, 1967 (Taça Brasil), 1967 (Robertão), 1969, 1972, 1973, 1993, 1994, 1998

2º - Santos (8 títulos) - 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968, 2002, 2004

3º - Flamengo (7 títulos) - 1980, 1982, 1983, 1987, 1990, 1992, 2006

4º - Corinthians (6 títulos) - 1990, 1995, 1998, 1999, 2002, 2005

- Cruzeiro (6 títulos) - 1966, 1993, 1996, 2000, 2003 (Copa do Brasil), 2003 (Brasileiro)

- Grêmio (6 títulos) - 1981, 1989, 1994, 1996, 1997, 2001

- São Paulo (6 títulos) - 1977, 1986, 1991, 2006, 2007, 2008

8º - Internacional-RS (4 títulos) - 1975, 1976, 1979, 1992

- Vasco (4 títulos) - 1974, 1989, 1997, 2000

9º - Fluminense (3 títulos) - 1970, 1984, 2007

10º - Bahia (2 títulos) - 1959, 1988

- Botafogo-RJ (2 títulos) - 1968, 1995

- Sport (2 títulos) - 1987, 2008

13º - Atlético-MG (1 título) - 1971

- Atlético-PR (1 título) - 2001

- Coritiba (1 título) - 1985

- Criciúma (1 título) - 1991

- Guarani (1 título) - 1978

- Juventude (1 título) - 1999

- Paulista de Jundiaí (1 título) - 2005

- Santo André (1 título) - 2004


E então, alguém concorda com ou discorda dessa nova "configuração"?

domingo, março 29, 2009

Seleção à altura de seu técnico

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Podem falar de altitude, podem falar de dia ruim, podem falar de qualquer coisa. Mas nunca em 30 anos acompanhando a seleção brasileira (minúsculas mesmo) vi um time ser tão acuado por um adversário. 


E qua adversário era esse? A Holanda de 1974? A Argentina de Maradona? A França de Zidane? Não, era o Equador de Valencia.

Obra e criador merecem um prêmio por este ponto conquistado por uma das maiores atuações de um goleiro que vi nesse mesmo tempo de futebol.  Júlio César foi um bravo, fez milagres enquanto pôde.

O problema é ter o técnico brasileiro reduzido o futebol brasileiro à sua altura. A selecinha do anão depende de seu goleiro para não tomar de 10 do Equador. De dez, sim. Porque foram mais de vinte finalizações do time de amarelo, com quanse metade defendida pelo goleiro da Internazionale.

Tanto que o Equador, até pela cor, parecia ele sim aqueles times do Brasil que até perdiam, mas jogavam futebol. Este...

Depender de um gol de sorte, em contra-ataque de Julio Baptista, para empatar com o Equador dá a medida de onde chegamos... Fora, Dunga... Fica, Júlio César...

Esse é de placa

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Este post é só pra registrar o golaço do Nilmar pelo Internacional contra o Juventude, pelo Gaúcho. Que jogador! Será que ainda veremos a dupla Nilmar e Neymar na seleção? E pensar que o Corinthians o perdeu tão bestamente...

Derrota para a eficiência do time do Muricy

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O Palmeiras teve 88 minutos para empatar o jogo com o São Paulo. É que o atacante Washington, autor do único gol do clássico do Morumbi, marcou logo aos 2 do primeiro tempo. Claro que a conta não considera os acréscimos.

A falta de padrão de jogo do alviverde e a eficiência do time de Muricy Ramalho foram as marcas do jogo. Tem palmeirense pedindo a volta de Felipão.

A fase atual do time de Vanderlei Luxemburgo lembra a reta final do brasileiro de 2008. Quando o time atingiu a melhor fase naquela competição, despencou de produção.

No sábado, sem Diego Souza, Keirrison não conseguiu fazer a diferença, mesmo tendo uma oportunidade aos 41 do segundo tempo cara a cara com Rogério Ceni. Pra mim, nesse lance, foi mais falha do atacante do que mérito do arqueiro, porque a bola foi chutada fraca e em cima dele.

O São Paulo assumiu a segunda colocação, deixando o Corinthians para trás. A dois jogos do fim da primeira fase, a terceira derrota na temporada mostra uma dificuldade do time para lidar com partidas importantes. Neste caso, mesmo sem ser decisiva, era um clássico. E todo clássico tem peso. Muito triste mesmo ver o time nesse pé.

No gol de Washington, o são-paulino tem méritos na movimentação, mas a zaga ficou só olhando. Um problema crônico que se agrava quando a capacidade de fazer gols fica menor do que a incapacidade de contê-los, como ensinaria Conselheiro Acácio.

A culpa é do Lula

Não demorou para sobrar a culpa para o presidente da República. Ou melhor, para o neto dele.

Barrichello: a volta de quem não foi

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Invado aqui o espaço do Chico Silva, que irá dissertar melhor sobre o assunto, mas é impossível não falar sobre o GP da Austrália de F-1, talvez o grande evento esportivo do final de semana. A estreia da temporada mostrou uma competição diferente da previsibilidade modorrenta dos últimos anos e até, porque não, mais democrática. E um quase aposentado, Rubens Barrichello, mostrou que seu fim de carreira pode ser muito melhor do que se esperava.

A largada do brasileiro foi péssima e o carro quase morreu. A queda para o sétimo lugar e um toque que danificou sua asa dianteira esquerda parecia trazer à memória um filme que o torcedor brasileiro cansou de ver: a mistura de vacilo com falta de sorte que fizeram do piloto uma caricatura para muitos no Brasil. Mas ele se recuperou. Ultrapassou a Ferrari de Kimi Haikkonen, mesmo com o carro avariado. Seu companheiro Jenson Button se distanciava na frente e várias voltas se seguiram até a troca do bico da Brawn GP.

Mesmo com o trabalho do box tendo tirado um quarto lugar que era seu, Barrichello ganhou na pista a posição de direito. Àquela altura era o único brasileiro na pista e foi incrivelmente bafejado pela sorte com o acidente envolvendo os novos e rápidos Sebastian Vettel e Robert Kubika.

Terminou em segundo em uma corrida histórica, sendo a primeira dobradinha de uma equipe estreante em 45 anos de F-1. O término da prova foi promissor e talvez esse seja um ano absolutamente diferente na categoria. Ou, pelo menos até Barcelona, quando novos pacotes das equipes devem estrear e outros devem contar com os difusores que são parte importante do sucesso da Brawn GP. Por enquanto, a festa é de Button e Barrichello. E do estrategista Ross Brawn.

sexta-feira, março 27, 2009

Depois é o pessoal do Futepoca que bebe...

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Da coluna Zapping, da FolhaOnLine:

Xuxa falou, em entrevista ao "Altas Horas", ontem, em SP, que tem orgasmos múltiplos e dorme sem calcinha. Ela também reafirmou que viu um duende. E contou detalhes. Disse que uma vez tinha um debaixo de sua cama, puxando o edredom.

Algum comentário?

quinta-feira, março 26, 2009

Um erro fatal

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Disse o dramaturgo alemão Heiner Müller que o grande problema de Hitler é que ele não sabia geografia. De onde ele tirou a ideia de fazer genocídio na Europa? Virou um anticristo. Se tivesse escolhido a África, a Ásia ou a América, como de praxe, hoje seria um grande herói da humanidade.


Primeira fase com Galo e Cruzeiro na frente

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Acabou ontem a primeira fase do campeonato mineiro, aquele com doze times em que oito foram classificados. E pelo menos nas primeiras posições deu o óbvio: Galo em primeiro e Cruzeiro em segundo.

Veja a tabelas dos próximos confrontos, em mata-mata, a começar no próximo sábado por conta do jogo da seleção no domingo. 

Uberaba (8º) x Atlético-MG (1º)
Cruzeiro (2º) x Tupi (7º)
Democrata-GV (6º) x Ituiutaba (3º)
América-MG (5º) x Rio Branco (7º)

Mas o inusitado da rodada foi a virada do Galo. Com o Cruzeiro goleando o Democrata de Giovernador Valadares, o Atlético para manter a primeira posição tinha de ganhar de qualquer jeito do terceiro colocado, o Ituiutaba, na casa do time do Triângulo Mineiro.

O BOA (como é conhecido, sei lá por que) saiu na frente no começo do primeiro tempo numa falha da defesa do Galo e assim se manteve até os 46 do segundo tempo, quando Júnior empatou, para  Kléber (outro menino vindo dos juniores) virar aos 49. 

Sorte de campeão para uma partida ruim num campo medíocre e com iluminação horrorosa (nem as câmeras de TV conseguiam compensar).

Com isso a vitória do Cruzeiro (foto) por 7 a 0 foi inútil. O suficiente para seu presidente, Zezé Perrela, sair gritando que a "arbitragem está pressionada para não errar contra o Atlético". Isso porque o jogo no Triângulo teve 5 minutos de acréscimo. 

Juro que não entendi... Quer dizer que antes estava pressionada a errar?

Briga boa na artilharia do Paulistão

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Mais uma vez, Ronaldo Nazário (à direita) mostrou que não está para brincadeira e marcou mais dois com a camisa do Corinthians, chegando à excelente marca de um gol por partida disputada pelo clube até o momento. Apesar de estar oito tentos distante de Keirrison, do Palmeiras (à direita, abaixo), que lidera a artilharia da competição com 12 gols, ainda não é possível dizer que o "Gordo" não tem chances de superá-lo. Se fizer, como ontem, mais dois gols nas duas próximas partidas, por exemplo, entra no páreo. Porém, a saúde, a juventude e a fase de Keirrison dão poucas esperanças à concorrência. Para se ter uma ideia da superioridade do ex-atacante do Coritiba, o segundo artilheiro palmeirense no campeonato, Lenny, tem apenas seis gols marcados - exatamente a metade do artilheiro do Paulistão. E Chicão, o maior goleador do Corinthians, também marcou seis vezes. Como o Palmeiras já garantiu a classificação antecipada para as semifinais, Keirrison assegurou a oportunidade de ampliar a diferença. Mas tudo é possível no futebol...

Afinal, o Grêmio Barueri, do técnico Estevam Soares, ainda tem chances (remotas) de classificação entre os quatro primeiros. E seu principal atacante, Pedrão (à esquerda) é um dos três vice-artilheiros do Paulistão, com dez gols. Aliás, o Barueri tem outro "matador" em seu elenco, Thiago Humberto, que já marcou oito vezes. Juntos, Pedrão e Thiago marcaram quase 70% dos 26 gols que seu clube conseguiu fazer até o momento na competição. E, mesmo que não alcance as semifinais, a dupla ainda tem mais duas rodadas para disparar na artilharia. O mesmo vale para outro bom atacante, Zé Carlos, do Paulista de Jundiaí (à esquerda, abaixo), outro dos vice-artilheiros, com dez gols. É mais um exemplo de como alguns times do interior dependem fundamentalmente de um único atacante, pois os colegas de equipe que mais se aproximam dele são Alex Oliveira, Felipe e Léo, com apenas dois gols cada um. Ídolo pelo Jeonbuk Hyundai, da Coréia do Sul, pelo qual conquistou a Copa da Ásia, Zé Carlos participou do Mundial de Clubes no Japão, em 2007. Com o bom desempenho apresentado neste Paulistão, poderá reforçar algum time "grande" no Campeonato Brasileiro.

O terceiro vice-artilheiro do estadual é Washington, do São Paulo (à direita), que ontem marcou mais um, em Bauru, e também soma dez gols. Caso o Tricolor confirme a classificação às semifinais, poderá ameaçar a liderança de Keirrison. Desde o início do ano, Washington já fez 12 gols pelo São Paulo - quase os 14 que Dagoberto e Jorge Wagner fizeram desde 2007 no clube. E o chamado "coração valente" supera a soma dos outros artilheiros do Tricolor no campeonato, Borges e Hernanes, que fizeram quatro gols cada um. Sua única desvantagem é a hipótese de o técnico Muricy Ramalho decidir poupá-lo nas próximas rodadas, para priorizar a Copa Libertadores. Na terceira posição entre os artilheiros, Edno, da Portuguesa (à direita, abaixo), aparece com nove gols. O São Paulo tentou contratá-lo no final de 2007 e, com mais essa boa campanha, é outro que deve partir para um dos "grandes" no campeonato nacional. Na Lusa, o segundo artilheiro é o surpreendente lateral Athirson, que já marcou quatro gols. Depois de uma passagem apagada pelo Brasiliense, o jogador ressurge em grande fase, aos 32 anos.

Por último, destaco Danilo Neco, da Ponte Preta (à esquerda), que divide a quarta posição entre os artilheiros com o já citado Thiago Humberto, do Barueri, com oito gols. Trata-se de outra referência de ataque em times do interior, pois o segundo artilheiro da Macaca, Leandrinho (que fez um golaço ontem contra o Corinthians, por cobertura), só marcou três vezes. E termino o post falando sobre outro possível semifinalista, o Santos, que, ao contrário de seguidas competições passadas, em que sempre tinha atacantes brigando pela artilharia, dessa vez tem um ataque mais modesto. Kléber Pereira e Roni (à esquerda, abaixo) são seus principais matadores no Paulistão, com quatro gols cada um. Mas o garoto Neymar já começa a ganhar espaço entre os titulares e, ao que tudo indica, se o clube passar para a próxima fase, poderá multiplicar os dois gols que fez. Fabão, Molina, Paulo Henrique, Róbson e Rodrigo Souto também marcaram duas vezes pelo alvinegro praiano neste campeonato. Ah, e vale registrar, ainda, os que estão na quinta posição da artilharia do estadual, com sete gols: Alex Afonso, do Ituano, e Pablo Escobar, do Santo André - o segundo ainda sonhando com a semifinal.

Com a escalação correta, jogo fácil para o Santos

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Como faz diferença quando se entra em campo com a melhor escalação possível... Ao contrário de domingo, Vágner Mancini colocou Madson e o jovem Paulo Henrique como titulares, deixando fora Roni e Lúcio Flávio. Assim, o Santos foi ao mesmo tempo consistente no meio de campo – ora Neymar, ora Madson recuavam para buscar a bola – e leve, com triangulações e passes rápidos.

E foi a segunda vez na Era Mancini que o time jogou bem no primeiro tempo. Em que pese o Santo André ter tido a primeira chance de gol - e única dele na etapa inicial -, o Alvinegro dominou e foi em uma jogada de Neymar, pela esquerda, que o placar foi aberto. Madson conseguiu um chute improvável, pela pequena distância entre o pé de apoio e a bola.

O segundo saiu de quem menos se esperava. Triguinho, que vem atuando mal, estava posicionado para atuar quase como um terceiro zagueiro, função que exerceu em outras partidas muito por conta do pífio desempenho à frente. Mas Kléber Pereira fez o trabalho de pivô e deu de bandeja o tento para o lateral.

É claro que o Santo André tentou pressionar na segunda etapa. O treinador Sérgio Guedes pedia para seus laterais avançarem. Mas como, se Neymar estava nas costas de um ou de outro? E um drible da vaca aplicado em Elvis dentro da área, que resultou depois em uma chance de gol de Rodrigo Souto, mostrou aos andreenses que com aquele moleque em campo, chamando jogo, o empate era impossível. De novo, apanhou, foi intimidado, mas de nada adiantou.



Por justiça, o terceiro seria dele. Bela jogada de Madson pela direita e o garoto recebeu na área. Três jogadores na frente, mas Neymar não se enervou. Olhou, chutou de forma sutil, fora do alcance do zagueiro e do goleiro. O jogo acabava ali. E daí que ainda tinham mais dois terços do segundo tempo? O rival desmoronou, sem moral, sem esperança. E logo depois, quando o meniono saiu, sentindo dores no pé esquerdo por conta de uma pancada ocorrida na partida contra o Rio Branco, o interesse da peleja caía a quase zero. E depois da substituição de Paulo Henrique, que ainda dava à partida algo de imponderado, era mais importante secar a Portuguesa, que ontem só conseguiu permanecer no G-4 graças a um erro de arbitragem. Quem diria, hein...

Com o empate luso em casa, contra o Mirassol, o Santos fica a um ponto da zona de classificação. Tem mais duas “finais” contra Barueri, no sábado, e Lusa, no meio de semana. E é nesse clima de decisão, uma atrás da outra, que o santista poderá saber o que esperar da equipe no Brasileirão. Que mais andorinhas façam companhia a Neymar.

*****

Luisinho na direita e Triguinho na esquerda ainda causam arrepios ao torcedor. Roberto Brum, pelo jeito, perdeu mesmo a posição para Germano, que não atuou em função de ter tomado o terceiro cartão amarelo. Parece óbvio que o Santos vai precisar de reforços. Se e quando eles virão é que angustia...

Antes do clássico, São Paulo vence fora de casa

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Jogando em Bauru, o São Paulo derrotou o Noroeste por 2 a 1 ontem, com gols de Washington e Jorge Wagner (foto, de Rubens Chiri/SPFC). Marcelinho descontou para os donos da casa, em lance que os sãopaulinos contestaram que a bola tivesse entrado (mas, pelo que parece, entrou). Com o resultado, o Tricolor permanece em 3º lugar, com 33 pontos, só que agora a apenas um ponto do Corinthians, que empatou com a Ponte Preta no Pacaembu. De novidade, Muricy Ramalho escalou o time com apenas dois zagueiros. Arouca atuou como volante, junto com Jean, e a dupla Hernanes e Jorge Wagner armou as jogadas pelo meio. No segundo tempo, Hugo entrou no ataque, substituindo Borges. Mas, depois do gol do Noroeste, a equipe resolveu "cozinhar o galo", para desespero de Muricy. Como o Palmeiras também venceu nesta rodada, fica a expectativa para um bom clássico no sábado. Depois do alviverde, o Tricolor encerrará a primeira fase do Paulistão enfrentando Guaratinguetá (em casa) e São Caetano (fora). Do jeito que a coisa vai, é bem provável que São Paulo e Corinthians façam uma das semifinais. O Palmeiras espera o resultado da briga pela quarta vaga entre Portuguesa, Santos, Santo André e Grêmio Barueri. Façam suas apostas.

Frutos do bar - Gato 'sianês'

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Depois daquela bebedeira que termina às 8 da manhã, nada como comer um espetinho "honesto", que não nega a procedência e "qualifica" o produto:

quarta-feira, março 25, 2009

Sobre futebol, velórios, saudade e cachaça

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Na segunda-feira (23), morreu Odair Guerra, mais conhecido como meu Tio Guerra. Não era tio por parte sanguínea - era casado com Glória, irmã da minha mãe - mas isso não tem peso algum. Era um familiar, no melhor sentido que essa palavra pode ter: amigo, companheiro, brincalhão. Um sujeito ponta firme, sem dúvida nenhuma.

E palmeirense dos mais fanáticos. Tanto que seu caixão desceu para a cremação sob os acordes do hino do clube do Parque Antarctica. Aliás, seu fanatismo pelo Palmeiras só tem um ponto de contestação: ele dividia seu amor futebolístico com o Nacional, clube de quem era vizinho. O amor ao Naça, inclusive, era recíproco. Apesar de jamais ter ocupado qualquer cargo e nem sequer ser sócio do clube, Guerra era figura que transitava pelo Nacional com mais autoridade do que muito dirigente dali.

Uma história, contada pelo meu primo Guto, seu filho, confirma a popularidade de Guerra: durante a celebração de um acesso do Nacional, ao invadir o campo para comemorar, meu tio se viu cercado de um monte de jogadores, que fizeram questão de compartilhar com ele a alegria. O presidente do clube, que também invadira o campo, observava a cena, festejando sozinho.
Guerra também era chegado numa boa cachaça. Cabe dizer que ele fazia o melhor uso possível que se espera do álcool: longe de ser um viciado ou de ter problemas decorrentes da bebida, a cerveja e outros itens eram para ele um meio de socialização. Nos bares da região da Água Branca, Guerra era figurinha carimbada. E um cidadão dos mais queridos entre os frequentadores.

Curioso é pensar que toda essa admiração que Guerra despertava não se construiu com palavras doces... muito pelo contrário! Guerra era daqueles sujeitos que, de cada 10 palavras que falava, cinco (no mínimo) eram palavrões. Muitos dos "nomes feios" que sei aprendi com ele, a despeito do protesto de minha mãe e das tias que reprovavam o ensinamento.

Acontece que Guerra, apesar das intermináveis sequências de palavrões - "fala, Cabeça, seu filho duma puta" era a maneira habitual com a qual eu era saudado por ele - era uma pessoa tremendamente doce. Sim, doce, mas de sua forma. Afinal, doce é quem é sincero, quem trata bem, quem é cordial. Ano passado, eu e minha namorada estivemos na casa de Guerra. Era a primeira vez que ela iria ali. Chegamos lá por volta de umas 15 horas - tarde para o almoço, apesar da nossa fome. Guerra perguntou se ela queria comer, e a resposta seguiu o protocolo tradicional da primeira visita: "ai, eu não queria dar trabalho...". Sem titubear, Guerra mandou na lata: "ah, para de frescura, porra, você tá na casa do Guerra!".

E nos serviu um ótimo prato de macarrão, frango, salada e com direito a sorvete de sobremesa.

É ou não um sujeito pra se sentir saudade?

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Pra fechar o post gigante, um causo ocorrido no velório do meu tio. Aliás, é o tipo de causo que, se ele estivesse aqui, certamente contaria em meio a muitas risadas. Havia um manguaça durante a cerimônia. Achei que fosse um daqueles que invadem velórios, mas depois verifiquei que era amigo do meu tio - como falei, ele era frequentador dos botecos da vida.

Eu não tava no momento, mas quem viu disse que foi muito engraçado. Eis que uma hora, com todos em volta do caixão, o cidadão pede a palavra. E questiona aos presentes:

- Vocês sabem qual a letra mais importante do alfabeto?

O pessoal, desanimado, falou do A, do B, do C, por aí vai. O manguaça negou todas e em seguida esclareceu a situação.

- A letra mais importante é o I. Porque é o seguinte: o cara nasce, cresce, estuda, trabalha, cria uma família, fica velho... IIIII... I morre!

Gênio.

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Valeu, Guerra!

101 anos hoje. Acabou a maldição do centenário

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Hoje, 25 de março de 2009, acaba oficialmente a maldição do centenário do Galo. Aniversário que foi importante, apesar dos pesares, para o time encontrar um rumo.
Nem é preciso lembrar que no ano passado muita festa foi feita, mas o time só colecionou vexames, sem ganhar nenhum título, o que redundou na renúncia do presidente Ziza Valadares.

A partir daí, as coisas tomaram novo rumo. Foi eleito presidente Alexandre Kalil, que pode exagerar na emoção, falar um pouco de mais às vezes, mas demonstra paixão sem limite pelo clube e, espero, competência para administrar. 

As medidas adotadas até agora foram corretas, mandar embora um monte de jogadores desconhecidos ou em fim de carreira, cortar despesas, contratar Bebeto de Freitas como diretor administrativo, um técnico (Leão) controverso, mas competente, trazer poucos jogadores, mas de qualidade, valorizar as categorias de base etc.

Como no futebol, e na vida, os resultados do que se faz só aparecem depois, é esperar para ver o que será o ano do pós-centenário.

De qualquer forma, espero que a maldição tenha ido embora de vez. 

Para começar com  sorte o primeiro ano depois dos 100, fica a lembrança da primeira partida, descrita no site oficial (foto), e que foi disputada no dia 21 de março de 1909, quando o Galo venceu o Sport Club Futebol por 3 a 0, no campo do adversário. O primeiro gol foi marcado por Aníbal Machado, que se tornaria um importante escritor brasileiro.

Virada sem brilho, mas à moda do Coalhada

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Não é culinária nem Valtinho Coalhada. O paraguaio Ortigoza marcou dois gols na vitória do Palmeiras sobre o Bragantino de virada no Palestra Itália. Conhecido como Coalhada por sua ascendência não reconhecida do personagem do humorista Chico Anísio, o atacante ficou no banco, mas foi a campo ainda no primeiro tempo, no lugar de Jeci, autor do gol contra para os visitantes.

O problema do Ortigoza são todos os trocadalhos que emanam quase naturalmente de sua alcunha. Por isso prefiro o bordão: "Mas hein, mas hein? Que o coalhada é isso, que o coalhada é aquilo."

Foi dos pés de Diego Souza que saíram os dois gols, um no último minuto do primeiro tempo e outro aos oito do segundo. Os lances teriam feito todo mundo nem notar que a atuação do atleta havia sido apagada, afinal quem decide vai bem. Mas o puxão na camisa do volante Moradei do Bragantino garantiu-lhe o segundo amarelo. Nada do camisa 7 no clássico contra o São Paulo.

Cleiton Xavier confirma que parou de jogar bem. E é dúvida para o próximo jogo. As bolas paradas vem deixando de ser uma arma sem a participação do 10 com o brilho do início da temporada. Keirrison tampouco resolveu.



Na volta de Marcos, a opção de Vanderlei Luxemburgo na retaguarda foi uma formação bem estranha. O 4-4-2 tinha três zagueiros atrás mais o lateral-esquerdo Jefferson. Tudo para tapar o tradicional buraco do lado direito criado pela presença (ou ausência) de Fabinho Capixaba na posição. Com um gol de desvantagem, o mesmo treinador sacou o autor do gol contra para colocar aquele que resolveria a partida para o líder.

O fato de o Palmeiras não apresentar grande futebol no Paulista vem se tornando regra desde o clássico contra o Corinthians. Espera-se que, mesmo sem o cara que andou resolvendo as partidas para o lado alviverde, a turma da Turiassu acorde para o jogo do fim de semana.

Som na caixa, manguaça! - Volume 36

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MELÔ DO BÊBADO
(Composição: DJ Marlboro)

Mc Batata

1, 2, 3
você foi na minha casa me chamando de safado
dizendo pra minha família que só ando embriagado
embriagado é minha sina, eu nasci pra ser bebum
vô te dá uma boa ideia se pagar 51

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

na barriga da mamãe planejaram sem dinheiro
que eu seria um grande homem invés (sic) de um cachaceiro
mas meus pais se embriagavam, gravidez, que desespero!
os desejos só passavam tomando Velho Barreiro
no dia do nascimento levei meu primeiro tapa
e chorei o tempo todo com a cara de babaca
minha mãe não aguentava, disse: "-Que coisinha chata!"
descobriram, era dengo pra brincar com uma garrafa

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

na hora do batizado não usaram água benta
me jogaram uma bebida que ardia igual pimenta
e o padre assustado disse: "-Que coisa nojenta!"
vendo eu passar a língua lambendo licor de menta
as chupetas só viviam mergulhadas num potinho
dentro, um Rabo de Galo - só para pegar um gostinho
Rabo de Galo para pegar um gostinho
de Pitu, Fogo Paulista ou então de Tatuzinho!

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

e o tempo foi passando, fui deixando de pirraça
"gente boa" me chamavam, fui ficando um boa praça
mas a turma só dizia: "-Dos vinte, você não passa!"
nesse ritmo o seu fim é afogado na cachaça
já fizeram é de tudo pra tentar me convencer
que a cachaça é uma desgraça, pouco tempo vou viver
na sarjeta me encontraram, não lembro fazendo o quê
eu só lembro de um cachorro a minha cara lamber

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

você diz pra todo mundo que o de "bêbo" não tem dono
adormecido com a bebida, eu não sei se eu vou ou "fomo"
te garanto, eu não reclamo, desse jeito eu também como
eu só bebo, bebo, bebo, mas às vezes também como
a primeira namorada só andava do meu lado
dizendo que eu era lindo mas um pouco acanhado
ela era muito quente, tinha um fogo danado
para encarar a fera, só tomando um traçado...

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

profissão copo na mão, provador de caninha
isso é um dom e não fique de gracinha
quando pego a Praianinha só confiro se é purinha
se for de primeira linha bebo até com a tampinha
agora vou pra casa desfazer essa quizumba
você, pra fazer fofoca, é pior do que o Bussunda
se você ficar me olhando com essa cara de bunda
vou mandar você tomar...Pirassununga!

Óóóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça
Óóóóóó, a-a-á, bebo (ic!) cachaça

e se você tivesse no meu lugar, o que você faria?
você ia beber ou não ia?
tem que me dar um pouquinho de razão, eu não bebo demais
eu bebo só um pouquinho!

(Do LP "Funk Brasil", Polydor, 1989)

terça-feira, março 24, 2009

Apostas de outros tempos

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Fuçando no blog da corintianíssima Yule encontrei, em um post sobre o Casagrande, um vídeo falando de um 5 a 1 em cima do Palmeiras em 1982, com três gols do centroavante. Assisti o vídeo, fiquei impressionado com os passes do Sócrates e do Zenon e com o oportunismo do Casão nos gols.

Mas o que me deixou abismado de verdade foi a atitude do zagueiro palmeirense Luiz Pereira. Após o final da partida, ele voltou ao gramado para pagar uma aposta que havia feito com o lateral-esquerdo alvinegro Wladimir: se o Palmeiras perdesse o clássico, ele botava uma camisa do Corinthians.

Pois botou mesmo, e deu uma volta olímpica com ela, batendo palmas para a Fiel torcida. Fiquei abismado: alguém aí consegue imaginar um gesto desse tipo no futebol de hoje, ainda mais depois de um chocolate de 5 a 1?

Aliás, pergunto: o que o leitor acharia se um ídolo de seu time desfilasse em campo com a camisa do rival após uma goleada?

'Sem a cachaça, ninguém segura esse rojão'

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A frase que dá título ao post é um fragmento da canção "Meu caro amigo", que Chico Buarque e Francis Hime endereçaram ao diretor de teatro Augusto Boal em 1976. O trecho completo diz: "Muita mutreta pra levar a situação/ Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça/ E a gente vai tomando, que também, sem a cachaça/ Ninguém segura esse rojão". Pois então, desde que tive a feliz (ou infeliz) ideia de me enfiar no jornalismo, uma dúvida cruel, no estilo Tostines, passou a rondar meu cérebro: será que virei jornalista por ser um bêbado ou virei um bêbado por ser jornalista? Perguntas difíceis, mas acho que foi um pouco de cada coisa. Eu já era um bêbado, só que, uma vez no exercício da maldita profissão, meu consumo de álcool subiu à estratosfera (aliás, "maldita" é sinônimo de pinga). Porque, como diz a música, "sem a cachaça ninguém segura esse rojão" - ou "esse patrão" ou "esse cliente" ou "essa pauta entrolhada" ou "esse salário mixo" ou "essa jornada de trabalho 24 horas" ou "essa enganação de leitores" etc etc. Haja mutreta pra levar a situação!

Mas há um outro sentido nisso. Porque o próprio vício de escrever acaba sendo uma espécie de "cachaça". Veja só o exemplo do coletivo de jornalistas aqui do Futepoca: todos se matam de escrever nos seus empregos ou freelances e, na hora de relaxar e descontrair, o que fazem? Escrevem mais ainda, aqui no blogue! Não é coisa de viciado? Ou antes: não é coisa de bêbado? No blogue "Invasão bárbara", Amanda Luz escreve justamente: "Jornalismo é uma cachaça". E descreve: "O jornalista, em geral, não tem horários certos de trabalho, quase não tem férias, vive com a cara no computador". Em outro blogue, "Os olhos da lua", Luana Dias completa: "Confesso que às vezes a rotina é desgastante e eu tenho vontade de mandar tudo às favas, porém, quando percebo, já me embebedei de outra história e estou com vontade de saber qual será a próxima. Um amigo me disse que esta profissão 'é uma cachaça'. Concordo. Eu já estou viciada". E eu também viciei: na escrita e na bebida.

Luana utiliza ainda, como epígrafe, uma frase da genial escritora Clarice Lispector: "Escrever é abençoar uma vida que não foi abençoada". Gostei, tem a ver comigo. Mas acrescento, em relação ao meu trabalho de cada dia (cara de pau para entrevistar qualquer pessoa ou escrever qualquer porcaria, por exemplo), a máxima do médico Willian Osler: "O álcool não faz as pessoas fazerem melhores as coisas; ele faz com que elas fiquem menos envergonhadas de fazê-las mal". É exato. E tá na hora de ir ao buteco tomar mais uma "branquinha" e brindar aos pobres dos (meus) leitores!

Gol de Dentinho dá vitória ao time mais aguerrido em clássico no Pacaembu (visão corintiana)

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JÚNIOR BARRETO*

Clássico não é jogo para testes? O time santista deveria ter iniciado com o Madson e não com o Lúcio Flávio? Enfim, a escalação da equipe da baixada realmente surpreendeu a todos, até mesmo ao Mano Menezes, que havia afirmado na semana que duvidava encontrar o adversário jogando o clássico com três atacantes. Contudo, o fato é que o Corinthians teve mais pegada e marcou forte, deixando poucos espaços aos atacantes santistas, em especial ao garoto Neymar.

Para infelicidade dupla dos santistas, além da má escalação do time, alguns jogadores do Corinthians fizeram suas melhores partidas no ano. Foi o caso do volante Christian, que marcou muito o jogo todo, e de quebra ainda deixou a torcida feliz logo de cara quando chegou junto do Neymar, que estava irritando com aquelas chuteiras verdes. Outros destaques foram o Dentinho e o Elias. O primeiro, autor do gol, fez a melhor partida do ano desde que voltou da Seleção Brasileira sub-vinte. O segundo, eficiente como na maioria dos jogos, vibrou muito quando ganhava alguma bola disputada.

Confesso que o Neymar com aquela camisa sete me fez lembrar repentinamente do até então desconhecido Robinho da final de 2002. Mas, foi um temor que passou rápido, que se desfez com o decorrer do jogo e com a contribuição de outra lembrança, reavivada provavelmente para suprir esta. É claro que estou falando do jogo dos setes gols sacramentados contra o time da baixada neste mesmo Pacaembu. Depois deste jogo a relação dos torcedores corintianos com o time da Vila quando joga no Pacaembu nunca mais foi à mesma. Sempre ficamos na expectativa de um placar elástico.

O gol logo no início do Dentinho, com passe magistral de Douglas, ainda deixou acesa a esperança de uma goleada. Mas que parou logo por aí. O placar magro, com a cara de Corinthians, trouxe a realidade de um time que pode render muito mais do que apresentou, principalmente do que se espera de seu meia de ligação.

Há tempos que o Douglas vem errando muitos passes e perdendo gols feitos. Ontem, teve uma chance cara-a-cara com o Fábio Costa e conseguiu errar. Diga-se de passagem, ambos os goleiros tiveram boa atuação no clássico.

As boas atuações do meia em 2008 ainda convencem o técnico corintiano a apostar nele, mas que já passou da hora para perceber onde o Ronaldo deve receber as bolas, ah já. A mesma imagem de Ronaldo voltou a se repetir neste jogo: as duas mãos abertas apontando a direção correta para receber o passe e a bola teimou em não chegar. Em uma das más bolas enfiadas pelo meia, o atacante corintiano se deslocou e recebeu a bendita no calcanhar. Assim não dá.

E ainda tem que ouvir da torcida os gritos de “gordo”. Vai gordo, se mexe, chuta, marca. A verdade é que hoje o Ronaldo, como está, é melhor do que a maioria dos atacantes em atividade no país, e com um pouco menos de peso, certamente será o melhor. Bola, inteligência e faro de gol ele não perdeu, só precisa mesmo é de um pouco menos de peso.

No segundo tempo, algumas chances desperdiçadas de ambos os lados. Mas, nenhum dos dois times com o domínio da partida. A melhor jogada do lado santista foi com o jovem Neymar, que desperdiçou. A entrada do pequeno notável Madson ainda deu novo alento a equipe, e deixou claro que o time renderia muito mais com outra formação. Ao final, uma inusitada cobrança de lateral, que foi invertida, mesmo sem ter sido cobrada, e rapidamente desfeita pelo juiz. O lance resultou na expulsão do Mano por reclamação e em um quase gol corintiano no contra ataque.

Depois do encerramento da partida, ocorreu a lamentável briga da torcida santista com os policiais. No início do jogo a torcida ainda ensaiou um “olê lê, olá lá, o Neymar vem aí e o bicho vai pegar”. Bicho que na verdade “pegou” a eles próprios. Sobraram socos e pontapés no confronto com os policiais. Até mesmo o presidente santista, acusado pelos corintianos de jogar objetos na torcida que estava na área vip, foi até o local do confronto e logo foi cobrado para que seja enérgico e que tome medidas quando receber o rival na Vila.

*Júnior Barreto é jornalista, corintiano e acompanhou a vitória corintiana no Pacaembu.

No butiquim da Política - Novos rumos. É esperar.

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CLÓVIS MESSIAS*

O buteco, no domingo, 15 de março, teve um dia sui generis. Um olho no jogo que rolava na TV e outro na Assembléia Legislativa. A Mesa Diretora do Palácio 9 de Julho estava sendo eleita. O contencioso da administração está pesado. O esqueleto do prédio anexo, 500 ou mais vetos, ausência de CPIs. Enfim, nada acontece no Legislativo, mais parece uma extensão do Executivo do que um poder. Sobre a obra inacabada, ninguém quer falar. Já consumiu R$ 24 milhões - e nada. Os corredores estão cheios de móveis novos estragando. Aliás, nenhum partido fala do "dinheiro consumido até agora". E é o nosso "troco", é dinheiro público. Não se sabe porque, nenhuma nota de bancada fez referência a este amontoado de concreto e ferro.

O plenário continua sendo utilizado, com consentimento geral, para explicações pontuais, mas sem solução. Tipo: "entro, marco posição, mas permaneço para ser derrotado na votação". Infelizmente, é comum. Entre as bancadas, deputados se justificam para seus eleitores. E está todo mundo satisfeito. É comportamento cartorial, agrada os parlamentares, mas transforma o Legislativo em apêndice e não em poder. O Legislativo é o pulmão da democracia. Fraco ou cartorial, transforma a democracia nisto que aí está. Todos reclamam. o povo não tem a assistência que deveria e os políticos viram democratas de plantão.

Nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de São Paulo: Carlinhos Almeida (PT), Barros Munhoz (PSDB) e Aldo Demarchi (DEM)

Surge a quantificação democrática. Eu sou (ou não) mais democrata que você. É uma das formas de se desviar da regra geral. Aí a porta fica aberta para o Executivo ser truculento e legislador, escondido no oportunismo. É o status quo. Bom, o deputado Barros Munhoz (foto acima) foi eleito o presidente da Assembleia Legislativa, num grande acordão: 92 dos 94 deputados participaram do processo aleitoral. Apenas dos dois deputados do PSol se rebelaram. Esperamos que o "grande acordão" por escrito seja cumprido. Estamos observando, há uma semana, o comportamento geral. A nova Mesa Diretora ainda está se acomodando. Nós, povo, agradecemos a futura democracia legislativa. Sem desvios.

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

segunda-feira, março 23, 2009

Terceiro uniforme são-paulino já existiu

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Até onde pesquisei, o São Paulo não possui um terceiro uniforme porque seu estatuto não permite (leia mais detalhes nesta página). Porém, apesar de os rivais tirarem sarro da questão, o clube já fez algumas tentativas. Em 1984, por exemplo, o time chegou a jogar com uma camisa totalmente branca, com o distintivo no alto, à esquerda. Em janeiro deste ano, na apresentação dos uniformes da atual temporada, o recém-contratado Washington apareceu com uma opção que está à disposição apenas da torcida (foto à direita). Esse figurino, porém, lembra muito uma das primeiras alternativas de terceiro uniforme, desenvolvida na década de 1960 pelo jornalista Paulo Planet Buarque, à época, conselheiro do clube. Veja, abaixo, a equipe do São Paulo que bateu o Comercial por 3 a 0, em 4 setembro de 1966 - foto do site de Milton Neves:

Em pé: Osvaldo Cunha, Tenente, Bellini, Carlos Alberto Rodrigues, Fábio e Nenê. Agachados: Paraná, Prado, Babá, Fefeu e Adíber

Ps.: Os gols no estádio Palma Travassos, em Ribeirão Preto, foram marcados por Paraná e Prado (2). O primeiro disputou a Copa da Inglaterra naquele ano e Prado é o 9º maior artilheiro da história do São Paulo, com 122 gols. Também jogou pelo Corinthians. Hoje, tem uma lotérica na capital paulista.

Galo na liderança em seu pior jogo

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A Atlético chegou à liderança do campeonato mineiro na décima (e penúltima) rodada da primeira fase no domingo muito mais porque os adversários deram mole que por mérito.

Embora o time de Leão esteja acertado e venha de uma série de 6 vitórias seguidas (uma pela Copa do Brasil), ontem foi seu pior jogo no Mineiro. Os gols saíram mais por sorte. No primeiro, Júnior (o lateral penta) foi cruzar e a bola encobriu o goleiro e entrou. No segundo, Chiquinho (meia da base) cobrou falta, cruzando bola na área, que bateu na cabeça do zagueiro adversário e entrou. E a defesa falhou feio no gol do Villa. Aliás, para quem não sabe, os dois são os clubes mais antigos de Minas, que completaram 100 anos em 2008.

O Cruzeiro, que havia liderado por nove rodadas, parou depois de feitas as denúncias contra a arbitragem mineira. Sem jogar sempre com adversário com jogadores expulsos empatou quatro vezes.

Depois de parar de ser "bem-visto" pela arbitragem, o presidente do Cruzeiro soltou nota no final de semana pedindo a renúncia do chefe da arbitragem, Lincoln Afonso Bicalho, por não ter respondido "à altura" as acusações feitas por Alexandre Kalil, presidente do Galo. 
Ah, então tá, seu Perrela. 

Na estreia, Eduardo Costa salva o São Paulo

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Finalmente o volante Eduardo Costa, ex-Grêmio e Espanyol-ESP, entre outros, estreou com a camisa do São Paulo (foto). E teve participação decisiva: aos 36 minutos do segundo tempo, quando o Tricolor segurava o empate em 1 a 1 com o Paulista, em Jundiaí (que seria o placar final), o lateral direito Marcelo Toscano recebeu atrás da zaga e tocou na saída de Rogério Ceni, mas Eduardo Costa salvou na hora H. Naquele momento, o São Paulo, que havia dominado amplamente no primeiro tempo (tendo, inclusive, um gol anulado de forma polêmica), tomava um senhor sufoco do time de Jundiaí. Por esse equilíbrio, cada equipe comandando uma das etapas, o empate pareceu um resultado justo. Rodrigo abriu o placar no início da segunda etapa (o 10º gol dele com a camisa tricolor) e o atacante Zé Carlos igualou na sequência. Mesmo com o empate, o São Paulo manteve a terceira posição, atrás de Palmeiras e Corinthians. Na quarta-feira, encara o Noroeste, em Bauru. Será que Eduardo Costa começa o jogo como titular?

domingo, março 22, 2009

Vagner Mancini, o nome do jogo (visão santista)

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O técnico Vágner Mancini teve méritos inquestionáveis na vitória contra o São Paulo. Mas ontem, foi ridículo, pra ser bastante sincero a respeito da forma como armou a equipe. Ao tirar Neymar aos 13 minutos do segundo tempo, ele simplesmente acabou com o jogo. Depois disso, o Santos teve posse de bola, mas não teve chances claras de marcar.

Por que substituir Neymar? As duas oportunidades mais agudas da equipe foram justamente do moleque. Lúcio Flávio deve ser uma pessoa ótima, educado, agradável, pois só isso justificaria a permanência dele no gramado. Se Madson tivesse entrado em seu lugar, e não do menino, o baixinho e o garoto poderiam ter tabelado e arranjado, no mínimo, uma expulsão no rival, apesar do árbitro ser Rodrigo Cintra. E foi jogando próximos que os dois atuaram bem nas últimas pelejas.

Mas Mancini quis ser mais realista que o rei. E se deu mal. Quando colocou Pará contra o Rio Branco, até tive esperança que o mesmo entraria no lugar de Luisinho, que foi uma triste e pálida figura na quarta-feira, e igualmente inócuo hoje. Se a vitória naquele clássico da Vila foi mais sua que de qualquer outro, caro comandante, neste domingo foi a derrota é quase toda sua.




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Neymar tomou três cotoveladas no jogo do meio de semana. Ontem, levou um soco e um puxão pela camisa no mesmo lance com o volante Cristian. Nem cartão amarelo o rival tomou. Na quarta, só um encontrão motivou a punição devida ao atleta adversário. Depois dizem que é necessário privilegiar o futebol bonito, que é preciso punir a violência, mas a imprensa esportiva não dá um piu sobre isso.

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O Santos emprestou o lateral-esquerdo Anderson Planta para a Portuguesa Santista. Alguém que o tenha visto jogar tem dúvida de que Triguinho, que falhou no primeiro gol e em tantos outros lances, está atuando pior do que ele?

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Mais cenas de violência no Pacaembu. A segurança da partida, quem deve assegurar, é o MANDANTE. Ponto. É por isso que a Vila Belmiro foi interditada muitas vezes, por conta de um chinelo em uma ocasião. Acontecerá alguma coisa com o Corinthians?


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Fábio Costa disse que o árbitro lhe deu um cartão amarelo porque o arqueiro fez um gesto contra ele. Quantos cartões por gestos e simulações mereceria Dentinho?

Jogando só no segundo tempo, empate também teve ajuda da sorte

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Mais um empate que saiu barato. Só que desta vez eram os titulares. E contra o Guaratinguetá, fora de casa, time que vinha de três derrotas consecutivas. Diego Souza fez o gol de pênalti, no início do segundo tempo, já que o artilheiro Keirrison estava suspenso. A confirmação matemática da classificação pode vir contra o Bragantino.

Muito distante da equipe que liderou a primeira fase da competição em 2008, o time de Márcio Araújo não é muita coisa. Com mais ousadia, poderia ter quebrado a invencibilidade. Mas também poderia ter quebrado a cara em algum contra-ataque, claro.



O resultado de 1 a 1 só se garantiu pela baixa eficiência do ataque do time da casa nas oportunidades criadas em cima das bobeadas da defesa. E porque o time tomou vergonha no segundo tempo. A novidade nessa partida foi o número de passes errados no meio, um prato cheio pros chutões do Guaratinguetá para os atacantes se virar.

O Palmeiras foi novamente no 4-4-2, sem Edmilson nem Marcão. O fato do último ter ficado no banco mostra que o treinador Vandelrlei Luxemburgo ou não tem gostado do que o lateral-zagueiro tem mostrado, ou acha que ele só serve para a Libertadores. Parece mais a primeira. Se a zaga vai mal e o reforço que se mandou trazer fica no banco, alguma coisa não funcionou nos planos. Fabinho Capixaba ficou no banco. Um buraco a menos.

No ataque, Lenny foi mal, Ortigoza melhor, sofreu o pênalti, mas nada de gols. Ainda bem que o quase acidentado Keirrison volte logo. Aliás, a polícia de Curitiba dá conta de que um motorista embriagado foi o responsável pela batida no carro do irmão do nove palmeirense (o Kimarrisson).