Destaques

terça-feira, junho 02, 2009

Sem mercado e de filme queimado

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O mês de junho não será como de costume para os clubes de futebol. A profecia está na revista Exame desta semana, em uma matéria sobre os negócios do futebol em meio à crise econômica. O desaquecimento generalizado nas negociações deve reduzir, diz o texto, a rotina de desmonte de elencos no meio do campeonato brasileiro.

Mas isso não é nada bom.

Pelo menos para os clubes, que dependem desse momento para equilibrar as contas. É que para a principal janela de transferências da Europa, o período de intertemporada, falta crédito e cascalho no bolso dos clubes.

Juliz Mariz, presidente da Traffic, conta na nota que tinha 23 negociações esperadas para 2009. Pelo menos oito vão dar água e o restante deve render até 20% menos do que o "preço-alvo". O Grupo Sondas, sempre segundo a matéria, foi alvo de especulações sobre um suposto abandono do mercado, já que corria riscos de perder parte dos R$ 60 milhões investidos em 30 jogadores. Mas Roberto Moreno, presidente da empresa de varejo, calcula em R$ 400 milhões os ativos acumulados.

Para completar o cenário, Ivandro Sanchez, advogado especializado na questão, vê os jogadores brasileiros de filme queimado no exterior, principalmente no caso Adriano na Inter de Milão. Mas também com Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Robinho. Os pesos dos escândalos são relativos em um cenário em que a CBF aponta surreais 1.176 negociações de brasileiros com o exterior em 2008, escalada de 60 a 100 transferências a mais por ano há dez anos.

Mina de ouro
Alguns fatos realmente indicam que esse mercado futebolístico era só mais uma frente das minas de ouro sem fim que o último período de crescimento econômico parecia ter criado. Um deles é a entrada de uma empresa de supermercados aplicar uma pequena fortuna nesse segmento que pouco tem a ver com varejo para donas e donos de casa. Ou um bilionário russo que resolve comprar um clube inglês – e depois fica em dúvida sobre o que deve pôr nos cobres, se o time na bolsa de valores ou o iate.

A reportagem assinada por Denise Carvalho reorganiza bem algumas ideias e ouve alguns envolvidos – o que também é fundamental. O que eu não tinha lido era a expectativa de que é necessário haver uma meganegociação de um atleta de ponta, como um Kaká ou um Cristiano Ronaldo, para movimentar o mercado, já que o clube vendedor teria recursos para ir às compras. Aproveitaria a baixa do mercado para fazer a feira e arrematar jogadores brasileiros a preço de banana.

Alguém tem R$ 10 para um vaquinha? De repente o Futepoca entra nesse mercado.

Cervejas da Irlanda e da Inglaterra

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Opa! Sigo aqui em Dublin, desenrolando a burocracia e tentando me sentir menos perdido do que realmente estou. Mas with a little help of my friends vou me virando e já estive na escola onde estudarei inglês, abri minha conta num banco local e pedi o PPS, registro que me permitirá trabalhar. Enfim, o que não falta é papelada oficial. Só tomando uma(s) e, a pedido do colega Anselmo, registro aqui mais um capítulo de "Eu e minhas cervejas".

No sábado a noite, depois de postar um texto aqui, encontrar meus amigos e bater um rango num xepão grego, voltei para o abrigo e conheci o colega Fabio Grandizoli, que, como eu, á um caipira do interior de São Paulo (nasceu em Lupércio e morou em Garça e Americana). Ele se mudou para outra casa ontem mas, antes, tivemos tempo de comprar cerveja em mercados destinados a "pobraiada" - Tesco e Centra. No sábado, foi a vez das irish beers.

Por questão de preço, optamos pelas Beamish, cervejas escuras. A melhor delas é a Beamish Draught Irish Stout (a direita), com 4,3% de teor alcoólico, lata de 500ml (a 1,78 euro). Assim como a Guinness, ela vem com uma bolinha de plástico dentro. Tem cheiro e gosto de café, bem densa e cremosa. A outra, Beamish Genuine Irish Stout, com as mesmas características, mas 10 centavos mais barata, é uma cerveja preta comum, sem nada de especial.

Já no domingo, partimos para a ignorância: por precos módicos de 1,45 e 1,55 euro, respectivamente, compramos as inglesas Druids Celtic Cider (a esquerda) e Stonehouse Strong Dry Cider. Melhor que o preço, o grande chamariz foram os 6% de teor alcoólico das duas. Mas demos com os burros n'água: como o nome (cider) diz, elas são uma (bizarra) mistura de cidra com cerveja. A primeira é mais vermelha e a segunda (dry), mais clara e leve. Se querem uma avaliação precisa, fujam delas!

Pois é isso. Estamos às vesperas de eleições, dia 5 de junho, e, como o lugar onde moro abriga também jogadores da Football Association of Ireland Schools, tentarei postar, em breve, um apropriado texto sobre Futebol, Política & (mais) Cerveja. See you soon, drunk brazilian people!

Com atraso, a prova: cervejada na host family house, em Navan Road

segunda-feira, junho 01, 2009

Santos 3 X 1 Corinthians - com titulares ou reservas, clássico é clássico

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Pergunte a qualquer torcedor se ele gosta de pegar seu rival com time reserva. Se alguns  acham que a parada fica mais fácil, certamente outros dirão que é sempre um risco, porque  perder um clássico é algo que acontece, mas ser derrotado pelos suplentes do adversário é de  amargar...

Por isso o Santos entrou com a obrigação da vitória ontem, na Vila. Mas Mano Menezes tentou  evitar a pressão santista no início do jogo, que poderia fazer seu time sucumbir de pronto. Marcou no campo do adversário, contando com a rapidez de Morais, Lulinha e Boquita para tentar assustar os donos da casa. Teve uma chance, aos 13 minutos, e só.

Três minutos depois, Paulo Henrique marcou e consolidou o domínio santista que já se insinuava. O mesmo Ganso, em um primeiro tempo pra lá de inspirado, marcou de novo aos 29. O time corintiano, com muitos garotos, não aguentou a pressão e começou a ceder espaço.

A fatura aparentemente liquidada só foi ameaçada quando Fábio Costa tentou agarrar e soltou uma bola chutada por Morais nos pés de Renato, aos 4 do segundo tempo. Ainda assim, o gol não abalou o Santos, que passou a tocar mais a bola no campo do adversário.

O que aconteceu a partir daí foi uma sucessão de faltas cometidas pelo Corinthians, resultando em  cartões amarelos seguidos e na expulsão de Lulinha, que fez falta por trás em Léo. Antes disso, o zagueiro Jean, que mostrou a mesma elegância e técnica dos tempos de São Paulo, fez falta criminosa em Madson, mas só foi advertido com o amarelo.

Com um a menos, o goleiro Julio César começou a se destacar e se tornou o grande nome corintiano, evitando uma goleada. Mas não conseguiu evitar o gol de Madson, de novo um dos melhores santistas em  campo, aos 44. E ele corre... correr... corre...




Times reservas

O Santos cumpriu sua obrigação ao vencer os reservas do Corinthians. Poderia ter sido por uma diferença maior? Sim, mas é bom lembrar que times reservas às vezes complicam a vida dos  rivais.

O próprio Peixe fez isso em 2004, na Copa Sul-Americana. Priorizando o Brasileiro, o time usou reservas, com a entrada de titulares apenas no segundo tempo. Nas duas partidas, seu adversário, o São Paulo, usou sua força máxima. Mesmo assim, o clube alvinegro desclassificou o Tricolor com uma vitória de 1 a 0 e um empate em 1 a 1.

É preciso ter cuidado contra reservas... O Inter, que com suplentes superou o Palmeiras e o Avaí, é uma boa mostra disso.

Santos 3 x 1 Corinthians - nada de anormal na derrota (visão corintiana)

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Não há nada de anormal na derrota do time reserva do Corinthians por 3 a 1 frente ao Santos, na Vila Belmiro. O alvinegro da capital até engrossou o jogo no começo, mas falhas individuais foram bem aproveitadas pelo melhor elenco peixeiro, que levou os previsíveis três pontos para a sacola.

O Corinthians tentou pressionar no início, usando um esquema parecido com o do time titular, com Morais, Lulinha e Boquita no meio e Souza no ataque. Jucilei fazia a função de Elias e Moradei a de Christian. A marcação adiantada funcionou até o primeiro gol. Depois, o Peixe assumiu o manche da partida. O Timão ainda teve uma ou duas chances com Morais, o segundo corintiano em campo, depois do goleiro Júlio César, que evitou a devolução dos históricos 7 a 1.

Analisando os jogadores, Júlio César foi muito bem, mostrou que tem bola para ser titular se Felipe deixar o time, como se especula. Morais criou boas chances, jogando quase sozinho na criação, já que Boquita desapareceu. E Lulinha? Bom, esse além de não ajudar, atrapalhou: deu o “passe” para o contra-ataque que resultou no segundo gol do Santos e foi expulso por duas faltas seguidas em Leo no segundo tempo.

O garoto Renato não foi mal e pode se tornar um zagueiro um dia. Jean, por outro lado, não aprendeu muito em sua não curta carreira, e merecia ter sido expulso pela pernada bizarra em Madson.

Souza fez mais uma boa partida fazendo parede para os meias, segurando a bola, e foi prejudicado pelo isolamento a que foi submetido por Lulinha. Mas, para um centroavante, tem muito pouca presença de área – finalizou apenas uma vez em gol, segundo o Lance.

O destaque negativo fica para os dois laterais. Diogo e Saci não ajudaram no ataque, descendo muito pouco. Na defesa, o lateral direito foi envolvido por Leo e Madson, mas comprometeu menos que Saci, que falhou bisonhamente no primeiro gol do Santos. Depois disso, entrou inúmeras vezes dribles infrutíferos na defesa, armando belas jogadas para o adversário. Jornada para esquecer.

Assim sendo, o Corinthians precisa contratar reservas para as duas laterais, um zagueiro (lembrando que o reserva imediato de Chicão e William é Diego, que também foi poupado) e uns atacantes. Na frente, eu gostaria de um jogador mais goleador que Dentinho para disputar a vaga de titular.

Por fim, resta saber o que fazer com Lulinha. O cabra não é o pior jogador do universo, é rápido, dribla bem e tem só 19 anos, talvez ainda possa evoluir. Se estivesse na condição de Marcelinho, outro dos juniores, que vem ficando no banco, tudo bem. Mas seu salário, segundo matéria da Folha, beira os R$ 100 mil, um dos mais altos do elenco, fruto do bom desempenho do garoto na base e (muito) de notícias plantadas e pressão de seu empresário, Vagner Ribeiro. Não dá pra saber se Lulinha não aguenta a pressão ou se é limitado mesmo. Eu acho que ele não vai render mais nada no Corinthians, onde já conta com a antipatia da torcida. Por outro lado, quem é que topa pagar essa grana pelo futebol dele?

Livres de dois jejuns, mas com outro entalado

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– Obina! Hahahaha!

Foi como um vizinho palmeirense comemorou o primeiro gol do Palmeiras contra o Barueri. Meio incrédulo, depois de um primeiro tempo modorrento (falta de treino?). Precisou esperar até os 11 do segundo tempo, mas fazia seis meses que o atacante recém-chegado não balançava as redes. E logo depois, aos 15, Keirrison terminava seus modestos quatro jogos sem marcar. Parecia que a paz voltaria fagueira ao Palestra Itália, pelo menos no campeonato brasileiro.

Mas o time da região oeste da Grande São Paulo tem Pedrão, que empatou o jogo, com direito a falha de Marcos, o Goleiro. Primeiro, aos 17, depois aos 28. E quanto Wendel foi expulso, o time da casa poderia ter mandado castigo ainda maior sobre o Palmeiras na Arena Barueri.



Tá difícil. O empate de domingo é a quarta partida concecutiva sem vitórias, incluindo o do meio da semana, com o Nacional. A 11ª posição é bem desconfortável de qualquer perspectiva.

domingo, maio 31, 2009

Vitória do SP no segundo round contra Cruzeiro

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Num jogo bem mais feio do que o do meio da semana, o São Paulo ganhou de 3 a 0 Cruzeiro principalmente pelas mudanças feitas por Muricy Ramalho, que ninguém esperava. Tirou Jorge Vagner, Hernanes e Dagoberto para pôr no lugar mais um zagueiro, Marlos (ex-Coritiba) e Borges.

Marlos, principalmente, jogou muito para uma estreia e fez a diferença atuando aberto pela direita, mudando a característica do São Paulo de fazer chuveirinho o tempo todo.

No Cruzeiro, Ramires foi bem marcado e não fez praticamente nada. Kleber, para variar, bateu e apanhou o jogo inteiro. Mas merecia pelo menos um amarelo no lance que deixou o cotovelo na cara de Marlos.

Dos três gols, um foi de oportunismo de Washington, outro começou com bela jogada de Marlos pela direita para passe de Zé Luís e conclusão de Borges e outro foi graças a Dagoberto, que saiu do banco para enterrar as esperanças azuis.

Fica o tira-teima para a terceira partida, a decisão de quem passa para a próxima fase da Libertadores, o que só acontece em 17 de junho, no Morumbi. Se repetir o mal futebol de hoje vai ficar difícil para os mineiros.

Cidades da Copa 2014, sem surpresas

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Acabou de sair a lista de cidade da Copa 2014, anunciadas em Congresso da Fifa em Nassau, Bahamas. São elas:


Belo Horizonte
Brasília
Cuiabá
Curitiba
Fortaleza
Manaus
Natal
Porto Alegre
Rio de Janeiro
Recife
Salvador
São Paulo

Ficaram fora Belém, Campo Grande, Goiânia, Florianópolis, Rio Branco.

As outras definições, como abertura e final, serão tomadas em outros congressos, o primeiro deles agora em 8 junho no Rio de Janeiro.

Do que conheço bem, o Mineirão, em BH, praticamente vão ter de fazer outro estádio, tanto que ficará 2 anos fechado. No Morumbi, não sei onde farão estacionamento.

Agora, duvido bastante dessa história de que ficará uma "nova" cidade depois dos investimentos para a Copa, como praticamente todos prefeitos e governadores estão dizendo. Se há recursos, por que as mudanças e investimentos não são feitos antes? Dizer que a iniciativa privada vai pagar... duvido muito. Provavelmente o poder público terá de investir pesadamente.

Não quero ser chato, quero muito ver uma Copa aqui, mas é necessário ficar de olho para ver quais espertalhões ganharão muito dinheiro com isso.

sábado, maio 30, 2009

Cervejas da Alemanha

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Buenas, companheiros: são duas da tarde do sábado mais ensolarado do ano aqui na Irlanda (segundo me dizem) e eu ainda nao descobri a forma de telefonar para meus amigos. Ja perdi 1 euro no orelhão e não quero desperdiçar outro - aliás, também não consigo encontrar os acentos ortográficos no teclado do computador e, por isso, peco aos camaradas do Futepoca que os distribuam pelo texto. Estou há mais ou menos 20 horas em Dublin e ainda não deu tempo de muita coisa além de encontrar o meu abrigo provisório, comer, dormir, tomar banho e andar a esmo pelas ruas, completamente perdido. So consegui chegar à região central, onde estou, numa lan house, depois de pedir ajuda na rua. O engraçado foi que abordei uma estadunidense de Indianapolis, Sarah, que tinha desembarcado três horas antes e estava tão perdida quanto eu. Mas fala inglês - e tem uma mapa.

Enfim, sou um alien latioamericano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo de onde ninguém faz ideia do que seja. Mas posso contar algumas histórias do caminho até aqui, em voos da mais conhecida empresa aérea alemã. De Guarulhos até Frankfurt, foram 11 horas aboletado na cadeira de avião mais apertada e incomoda que já enfrentei. Impossível se mexer sem incomodar os outros e só consegui dormir depois de cinco taças de vinho (muito bom, aliás, só que não consegui ver a marca). Até pensei em tomar cerveja, mas seria impossível ir ao banheiro com a devida frequência. Foi só no aeroporto de Frankfurt, onde tive de esperar quatro horas pelo voo de conexão, que pude, enfim, matar minha lombriga. E foi no simpático Goethe Bar, com uma Paulaner Weissbier, de 5,8% de teor alcoolico, servida num pint (foto) de 500 ml.

Ela tem gosto forte e meio azedo, aspecto bem denso e valeu cada centavo dos 5,80 euros que paguei. Havia outra, chamada Licher, mas era muito clarinha e resolvi dispensá-la. O bar era estilo balcão, aberto e com uma babel de estrangeiros como funcionários, como haitianos, angolanos e árabes. As pessoas chegam e pedem pelo tipo de cerveja, nao pela marca: "-Me dá uma weiss" ou "-Uma draft, por favor". Tinha um grupo de brasileiros que tentava pedir em português e nunca conseguia receber o que havia pedido, mas bebia o que viesse. Decidi nao gastar mais dinheiro ali e me encaminhei para a sala de espera do voo para a Irlanda. Havia muito búlgaros e, depois de tentar alguma conversa, o que nos rendeu muitas gargalhadas (eles falam inglês tao mal ou pior do que eu), encostei a cabeca na parede e dormi. Quando entramos no avião, veio a notícia de que havia um defeito - nao entendi onde (melhor assim!) - e tivemos que aguardar uma hora até decolar.

Foi então que pude provar a cerveja que a companhia aérea serve, a long neck da Wacfteiner Premium Verum (foto), bem amarga e cheirosa, com 4,8% de teor alcoolico. Eu estava na janela, eram cinco da tarde no horário local e foi com essa deliciosa bebida que vi toda a cidade de Frankfurt lá de cima, os campos verdes da Alemanha até a fronteira, o litoral holandês, o mar até as praias britânicas, uma extensa faixa do territorio inglês, novamente o mar e, ja descendo, a Irlanda. Indescritível. Cheguei em Dublin, apropriadamente, com uma cerveja na mão. E foi bom para me preparar, pois os oficiais que me esperavam me interrogaram bem rispidamente e escarafuncharam minha mala. Cheguei a pensar que seria mandado de volta, mas me liberaram. Foi então que conheci pessoalmente o colega Arthur, que me aguardava no aeroporto a pedido da também amiga Agnes. Fomos para o Centro e depois fui para o bairro Dublin 7. Volto outra hora pra contar mais. Abraços!

sexta-feira, maio 29, 2009

Guimarães Rosa e o cavalo que bebia cerveja

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No livro "Primeiras estórias", do obrigatório escritor João Guimarães Rosa, um conto me chamou a atenção: "O cavalo que bebia cerveja". Conta a história de um menino que observa um italiano estranho, recém chegado à uma cidadezinha da caatinga nordestina. O homem cercou sua chácara de árvores e mantinha a casa sempre fechada. E só gastava dinheiro com cerveja, que mandava o menino buscar. "-Irivalini, bisonha outra garrafa, é para o cavalo...", pedia. A polícia desconfia do gringo e faz diversas batidas na casa, muitas vezes tento o menino, que se chamava Reivalino, como informante. Numa dessas, questionado sobre o mistério das cervejas, desafiou o delegado: "-Lei, quer ver?".

Segue o Guimarães: "Saiu, para surgir com um cesto com as garrafas cheias, e uma gamela, nela despejou tudo, às espumas. Me mandou buscar o cavalo: o alazão canela-clara, bela face. O qual - era de se dar a fé? - já avançou, avispado, de atreitas orelhas, arredondando as ventas, se lambendo: e grosso bebeu o rumor daquilo, gostado, até o fundo; a gente vendo que ele já era manhudo, cevado naquilo! Quando era que tinha sido ensinado, possível? Pois, o cavalo ainda queria mais e mais cerveja". Mais tarde, descobre-se que a maior parte da bebida ia, na verdade, para o irmão do italiano, que ficava trancado em um quarto. Ferido de guerra, esse irmão "não tinha cara", ou, no dizer de Guimarães Rosa, só tinha "um buracão, enorme, cicatrizado antigo, medonho, sem nariz, sem faces". Desnorteado pela morte desse irmão, o italiano convida Reivalino para acabar com as cervejas, antes de partir do local para sempre. "-Irivalini...que esta vida...bisonha. Caspité?". "Aos copos, aos vites e trintas, eu ia por aquela cerveja, toda. Sereno, ele me pediu para levar comigo, no ir-m'embora, o cavalo - alazão bebedor". Para saber o final, recomendo a leitura. É bonito que dói.

Empate com o Nacional azeda a vida do Palmeiras

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O placar de 1 a 1 no Palestra Itália frustrou os torcedores do Palmeiras. Apesar de ter saído na frente diante do nacional com gol de Diego Souza, o time sofreu o empate do Nacional do Uruguai, e precisa vencer ou empatar por mais de dois gols para não se despedir da Libertadores da América.

A classificação dramática na fase de grupos e nas oitavas parece ter dado confiança excessiva ao elenco, que demorou a conseguir criar boas chances. Outra forma de ver é repetir o discurso de que o esquema tático estava errado, o que poderia ser reforçado com o fato de duas substituições terem sido feitas ainda na primeira etapa.

Foi aí que aconteceu a estreia do atacante Obina que se mostrou solícito. A produção pode ser considerado surpreendente para quem participou de dois treinos e – assumida e notoriamente – está acima do peso. Só não é mais surpreendente do que ele já ter jogado. O atacante chegou como contratação "interessante", na definição do presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, que ainda tentou blindar o atleta, assumindo a responsabilidade por sua chegada. Marquinhos veio no começo da temporada como quem ia arrebentar e nem tanta disposição ele mostra.

Os dois atacantes foram a campo nos lugares de Fabinho Capixaba e Souza, ainda na etapa inicial. Realmente melhoraram o time, que havia entrado em um 3-5-2. Obina correu, deu carrinho e tomou amarelo. Para alguns, foi dos melhores do time, o que é assustador e ajuda a entender o resultado. Marquinhos caiu pela ponta, correu, mas segue em má fase.

Diego Souza fez o gol, aos 10 do segundo tempo. É quem pode resolver as coisas em campo, já que o camisa 9 Keirrison anda desligado demais. Cleiton Xavier continua a ter, aparentemente, mais importância de marcação do que de criação. Não necessariamente por uma questão tática, mas nem sempre ele produz jogadas ofensivas decisivas – e muito menos chutes de longa distância na forquilha – ao passo que se mostra um terceiro volante bem mais regular.

Eis aí o erro da escalação do início de jogo, deixar o camisa 10 como único responsável pela criação, já que o meia com a camisa 7 estava improvisado no ataque, como explica o Parmerista.

Vanderlei Luxemburgo desistiu de pressionar depois que o técnico do Nacional, Geraldo Pelusso, ensaiou ampliar a retranca, tirando um atacante e colocando um volante. O treinador do time da casa arrancou o apagado Keirrison para entrada do volante Jumar. Será que o 1 a 0 era tão bom para ser mantido?

O gol foi uma punição dura. Aos 35, parecia que o Palmeiras já ouvia o eco do apito final, como se achasse que tudo tinha se cumprido e bastava fazer jogo de cena. Depois, foi atacar de qualquer jeito, mas já sem resultado.

No vestiário, após o jogo, os uruguaios eram só folia. Um oxo resolve a vida deles. A dificuldade para marcar, superada apenas aos 10 da etapa final, aliada ao vacilo da defesa mostram que as coisas azedaram para o lado alviverde. As partidas contra o Colo Colo e contra o Sport foram fichinha comparado ao que ainda vem pela frente.

quinta-feira, maio 28, 2009

F-mais umas: Kimi, se dirigir, beba

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Chico Silva*

Fotos: Divulgação/Brawn


Uma cena emblemática foi vista no pódio do GP de Mônaco. Enquanto o super Jenson Button e Rubinho segundinho promoviam o tradicional banho de champagne, o nosso bom e velho Kimi Raikkonen sorvia cada gota da bebida como se fosse o último gole de sua vida. A cena passou despercebida de muita gente, mas não deste atento e, naquela manhã sóbrio, colunista. E pode explicar muita coisa.

No início do ano amigos do finlandês garantiram que o Iceman com Vodka havia abandonado os copos e as noitadas. Diziam que a manguaça estava atrapalhando o seu desempenho nas pistas. Mas a cana cobra caro de quem a abandona. A ressaca pode ter sumido. Mas os resultados também. Até Mônaco, Kimi tinha conseguido apenas um sexto lugar nas areias do Bahrein. Nas outras provas ou quebrou ou então ficou fora da zona de pontuação, caso dos GPS da Austrália, onde terminou num vexatório 16 lugar, ou na Malásia, quando cruzou a linha em um nada honroso 14 posto. O ano tem sido um dos piores desde a sua estréia na categoria, no GP da Austrália de 2001.

A falta de resultados atiçou a imprensa espanhola, que sonha ver o compatriota Fernando Alonso no cockpit hoje ocupado por Raikkonen. E rendeu também críticas de seu chefe na Ferrari, Stefano Domenicali. Incomodado com as atuações do seu funcionário, o capo ferrarista disse “que ele vivia em outro mundo”.

O fogo amigo parece ter mexido com Kimi. Em Mônaco fez um boa corrida. Só falhou na largada, quando perdeu o segundo lugar para Rubinho. A coluna torce para que ele volte aos bons tempos. E espera em breve fazer um brinde pela sua primeira vitória no ano. Ele merece.

Fotos: Divulgação/Kimi Raikkonen
Ao contrário da maioria dos colegas, Kimi veio de família pobre. Tudo bem que ser pobre na gélida Finlândia não é como ser pobre no Brasil. Não sei se sabem, mas a casa onde a família dele morava não tinha nem banheiro interno. Quando juntou dinheiro para construir um, seu pai mudou de idéia e resolveu dar um kart de presente para o filho, que já era louco por carros e corridas. É essa bela história que a abstinência ameaça. Por isso beba, Kimi, beba. Só evite quando for pilotar.

Papai não passou açúcar em mim
Quem ainda não foi ver não sabe o que está perdendo. O bom documentário Simonal, vocês não sabem o duro que eu dei, de Cláudio Manoel, Calvito Leal e Micael Langer, traz à tona uma verdade incontestável. Quando o assunto é qualidade musical, o velho Simona está a léguas de distância das crias da Trama Max de Castro e Wilson Simoninha. Parece que os dois não aprenderam nada com o pai. E para não dizer que não falei de espinhos, o filme visita o nebuloso episódio em que o cantor conta com a ajuda de agentes do Dops para espancar o contador que supostamente o tinha roubado. Tenho opinião sobre o assunto. Mas prefiro que os leitores tirem suas próprias ao ver o filme. Mas como não resisto, acho que ele foi menos cagueta do regime e mais um pilantra que se achava acima do bem e do mal. O típico malandro que acabou mané.

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

Um bom Cruzeiro e São Paulo

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Foto UAI/Estado de Minas











Na falta dos sampaulinos do Futepoca, que estão todos se exilando para beber na Europa, cabe a um secador do Cruzeiro escrever sobre o jogo de ontem.

Foi uma das melhores partidas do ano, com muita correria, jogadas, defesas dos goleiros e um resultado relativamente justo, porque goleiro também joga e Fábio ontem fez duas ou três defesas memoráveis. Aliás, junto com Ramires, Kléber e Jonathas, é um dos jogadores essenciais desse time. A boa notícia, para um atleticano como eu, é que pelo menos o Ramires já vai embora.

Venho acompanhando menos o time do São Paulo, mas ontem chamou a atenção o fato de o Hernanes não estar jogando nada. Não aparece, erra passes inacreditáveis, não marca etc. Jorge Vagner também fez uma partida muito ruim. Com os dois mal, mais a ausência de Rogério, explica-se boa parte do mau início de ano dos tricolores.

Para a partida de volta, basta ao São Paulo ganhar de 1 a 0 por conta do gol feito fora, mas o problema é não tomar nenhum gol do rápido ataque do time azul.

quarta-feira, maio 27, 2009

Três anos de futebol, política e cachaça

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Hoje, 27 de maio, faz três anos que este blogue estreou no espaço internético tentando unir três temas que fazem parte da cultura do brasileiro, como já enunciava o primeiro post. Era época da Copa do Mundo de 2006, o que motivou que as ideias discutidas no fórum adequado e regadas a cerveja em doses moderadas – ou nem tanto – saíssem do papel (ou do guardanapo) e fossem para a rede.

Claro que, como em todo balcão de bar, agregamos muitos amigos nesse meio do caminho. São colaboradores como Chico Silva, Marcos Xinef, Clóvis Messias, Diego Sartorato, blogues parceiros e leitores que contribuem pra fazer o blogue e deixam os futepoquenses um pouco mais felizes.

Fazer um resumo de links contando um pouco da história do Futepoca é uma tarefa inglória, mas certamente muitos se lembram das campanhas algo cívicas, como a Pés Fora do Coletivo e a Um Minuto de Barulho, em contraponto ao silêncio proposto por meia dúzia de “cansados”. Já o post sobre o Marketing Viral e a Nike não foi uma campanha, mas mobilizou uma discussão sobre venda de conteúdo bastante interessante na internet.

Falando em mobilização, da tríade de temas que mobiliza o Futepoca, obviamente o futebol se tornou o foco principal dos autores. E também de quem lê. A quantidade de comentários no post sobre o pior campeão brasileiro da História mostra bem isso. Assim como empreitadas que resultaram em muitas orelhas quentes dos membros do blogue, como o Fica Dualib e o Fica Nelsinho, que causaram certo incômodo aos corintianos. Já os gremistas resolveram soltar o verbo no post Sete motivos para torcer para o Boca, uma ode dos secadores contra a equipe dos Pampas na Libertadores de 2007.

Claro que a aridez de temas como política e, às vezes, futebol, fez com que o ingrediente estético por vezes influenciasse no tratamento da notícia. Foi assim na eleição das musas da política e também nos épicos posts sobre Ana Paula Oliveira, verdadeiros libelos contra a discriminação da mulher no meio futebolístico. Tratamos também de esclarecer o desconsolo de Cristiano Ronaldo e discutimos um polêmico ensaio fotográfico em pleno Couto Pereira. Como este é um blogue plural, houve até quem falasse de homens desnudos desfilando em modalidades altamente populares como o críquete.

Histórias e copos

Como todo bom boêmio, o Futepoca gosta de histórias. Assim, a trajetória do Atlético-MG foi contada aqui, assim como todas as partidas do Brasil na Copa de 1958 foram resgatadas. Nem Lamartine Babo escapou aos olhos e ouvidos atentos e ébrios de quem faz o blogue. Mesmo não sendo um site sobre cinema, aqui pode-se acompanhar a história do ator que contracenou bêbado o tempo todo em um filme ou a vida imitando a arte entre as prostitutas da Paraíba. Mas em que outro lugar você, caro leitor, iria ver um estádio que foi construído graças a 3 mil litros de pinga?

E quando o assunto é cachaça ou similares, há desde os testes cegos de cerveja que ajudam os manguaças a direcionarem melhor seu apetite etílico até dicas preciosas de branquinhas artesanais. Também é emocionante ver o comovente esforço de uma pessoa para preservar a posse de suas diletas garrafas...

Enfim, aqui vibramos com vitórias de nossos times, lamentamos as derrotas e até nos abalamos e choramos. Mas sem dúvida, mesmo que esse blogue tome parte do nosso tempo livre e não dê retorno financeiro (não perdemos as esperanças, claro...), é sem dúvida motivo de alegria para todos que o fazem e esperamos que seja para quem lê também. Um brinde e ao bar!

Barcelona campeão da Europa

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A blitz inglesa do começo do jogo não foi suficiente. Apesar de dominar amplamente e pressionar o Barcelona pode 10 minutos, nos quais deu cinco chutes a gol - três deles bastante perigosos - e não levou nenhum, o Manchester não marcou. Aos 10, exatos, no primeiro ataque, Eto'o recebeu um passe precioso, cortou Vidic e venceu Van der Sar. A partir de então o poderoso Manchester fraquejou e o Barcelona dominou a final da Champions League.

Numa final de Champions League, no entanto, domínio e fraqueza não são absolutos. O Manchester teve chances importantes. Mas não tantas quanto o Barcelona. E quem marcou de novo, já no segundo tempo, foi o Barça, com Messi, num cabeceio perfeito, sem chances para Van der Sar. É até engraçado ver um baixinho daqueles - 1,69 de altura - vencer a zaga e cabecear com tanto estilo. Não que Messi lembre Romário, mas naquele momento a relação foi imediata.

Se (ah, o se...) o Manchester tivesse marcado um golzinho ao menos, talvez o jogo tivesse sido mais emocionante - como a super final de 2005, 3 para o Milan no primeiro tempo, três para o Liverpool no segundo. Infelizmente não foi assim. O Barcelona tocou a bola e não deu sopa para o azar.

Em campo, os dois melhores jogadores do mundo no ano passado - e desse ano também, provavelmente - não foram grandes destaques. Cristiano Ronaldo começou detonando, mas depois apareceu mais pela briguinha pessoal com Puyol. Messi fez um gol, é verdade, mas o melhor em campo, de acordo com a Uefa, foi Xavi. E ainda teve o Iniesta, eficientíssimo. Mas não serei tão injusta com o argentino. O artilheiro do campeonato (9 gols) tentou muitas jogadas, mas foi sempre parado com falta, aí ficou difícil.

O único brasileiro a entrar em campo pelo Barcelona, o lateral Sylvinho, se destacou pela eficiência em passes para trás. Tá, ele fez um cruzamento perigoso também. Anderson, titular do Manchester, foi substituído no intervalo por Tevez. Justo, para um time que precisava marcar.

Soberano

A conquista do Barcelona coroou um ano que não foi pouca coisa para o clube. O time se tornou o primeiro a conquistar o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei e a Champions League. Só na Champions foram 32 gols, quase 2,5 gols por jogo. Joan Laporta, o presidente do Barça, declarou que essa foi a melhor temporada da história do clube. O cara está claramente puxando a sardinha pra sua brasa, mas... dá pra discordar?

Abençoado

O destaque negativo da decisão foi o show de breguice que precedeu a partida. Um carnaval totalmente sem sentido, com uma música ruim de doer. O no final ainda apareceram uns bonecos de posto de gasolina gigantes. Péssimo.

Mas o melhor mesmo aconteceu pela manhã: o árbitro da partida, o suíço Massimo Busacca, com medo de cometer os mesmos erros que seu colega norueguês Tom Henning Ovrebo conseguiu colecionar na semifinal entre Barcelona e Chelsea, teve um encontro com o papa - ele mesmo, nosso festejado Bento XVI - em busca de uma bênção e de inspiração. Juro, taí a foto que não me deixa mentir. E parece que fez efeito. O árbitro e seus auxiliares tiveram uma atuação muito boa.

terça-feira, maio 26, 2009

Profissionais de mídia são os que mais bebem na Inglaterra

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Jornalistas e outros profissionais de empresas de comunicação são os que mais bebem. A informação está no jornal inglês The Guardian, que destaca pesquisa YouGov, do ministério de saúde do país sobre os hábitos etílicos. O The BlueBus deu antes.

A recomendação é que homens bebam entre 21 e 28 unidades de álcool por semana, três ou quatro por dia. Para as moças, 14 a 21 por semana, duas ou três por dia. Para a turma das redações inglesas, são 44 unidades, em média, o que equivale a mais de quatro garrafas de vinho ou 19 copos de cerveja por semana.

Cada unidade equivale a 10g de álcool. Uma lata de cerveja tem 1,5 unidade. Uma dose de cachaça, umas 2,5. Uma taça pequena de vinho, uma. E assim por diante.

Isso coloca os jornalistas a 10 pontos semanais de vantagem sobre o segundo colocado, os profissionais de tecnologia da informação. Serviços e o mercado financeiro vêm depois. Os reis da moderação trabalham em educação, transporte e turismo. Entre os líderes, 29% se sentem pressionados por colegas a beber.

Na prática, o pessoal da comunicação também está no topo do consumo de vinho e destilados. Do fermentado de uva, a média é de uma garrafa e meia por semana. De outros gorós, são 3,2 doses por dia.

Brasil
Por aqui, não encontrei pesquisas que relacionam o álcool ao trabalho. Pesquisa do Ministério da Saúde apontou aumento em 2009, mas a informação aparece regionalizada.

O Futepoca noticiou o desempenho dos adolescentes brasileiros, dos homens, e da influência dos pais sobre crianças.

Será que no Brasil os jornalistas também lideram esse ranking não tão honroso?

Tipos de cerveja 37 - As Landbier/ Zwickel/ Keller

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Três estilos bastante relacionados, raros, antigos, únicos e típicos da Alemanha. As Kellerbiers são cervejas não filtradas e não pasteurizadas, utilizando técnicas de produção que se mantêm desde a Idade Média. O produto final é suave, naturalmente opaco e com alto teor de vitaminas, fruto dos fermentos utilizados na sua elaboração. O sabor amargo transmitido pelo lúpulo pode ser elevado, sendo talvez essa a grande diferença para as Zwickel Bier, que são mais suaves e têm um sabor menos pronunciado. Quanto às Landbier, a sua maior qualidade é um sabor de malte mais profundo, apesar de também sofrer da falta de gás característica dos outros dois tipos. Vale ressaltar que o gás destas cervejas é natural, surgindo durante o processo de fermentação. "Finalmente", prossegue o amigo Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo, "acrescente-se que as Landbier podem ser filtradas. Note-se também que nesses três estilos o teor alcoólico não é muito elevado, variando entre os 4% e os 7% ABV". Para experimentar: Griess Kellerbier, Fursten Zwickel e Echt Veldensteiner Landbier (foto).

Monte Azul e Rio Claro, novidades do Paulista 2009

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Aconteceu no fim de semana a quinta rodada dos quadrangulares semifinais da Série A2 Paulista. E com definições: dois times, Monte Azul e Rio Claro, podem comemorar seu acesso à elite do futebol bandeirante na próxima temporada.

Para o Monte Azul, a conquista é ainda especial, por representar a estreia do clube na primeirona do estado. Vale ressaltar que não se trata de um "time novo de empresários", como muitos clubes que têm proliferado nas primeiras divisões por aí. É um time fundado em 1920, ou seja, com muita história para contar. Já o Rio Claro disputou há poucos anos a Série A1.

Monte Azul e Rio Claro estavam na mesma chave do quadrangular, e despacharam os simpáticos Flamengo de Guarulhos e Taquaritinga.

No outro grupo, emoção garantida até a última rodada. O Rio Branco lidera com nove pontos, seguido por Sertãozinho, com sete, São José, com seis e União São João, com cinco. A rodada derradeira terá os duelos Rio Branco x São José e União São João x Sertãozinho. Ou seja: todos podem se classificar.

Após o término da fase inicial, os campeões de cada chave se enfrentam para decidir quem fica com a taça maior da A2. No ano passado, o campeão foi o Santo André, que acabaria, na mesma temporada, subindo à Série A do Campeonato Brasileiro.

Série A3
Na terceira divisão, o clima também é de definições. O campeonato também está na fase semifinal e tem regulamento similar ao da A2, com dois grupos de quatro equipes nos quais os dois primeiros de cada chave sobem de divisão. Osvaldo Cruz e Votoraty dominam o grupo 2 e tendem a subir; no grupo 3, a disputa está equilibradíssima, com Pão de Açúcar, Penapolense, XV de Piracicaba e Grêmio Osasco se mantendo praticamente iguais após quatro rodadas disputadas.

segunda-feira, maio 25, 2009

Embebede-se!

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Bernardo Soares é um dos heterônimos do escritor português Fernando Pessoa (os outros são Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Miguel Campos). Porém, o próprio autor o considerava um "semi-heterónimo", ao explicar que "não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afetividade". Como Soares, Pessoa escreveu o "Livro do Desassossego", considerado uma das maiores obras da ficção portuguesa no século passado. Bernardo Soares é, dentro da ficção de seu próprio livro, um simples ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. E recomenda:

"Se um homem escreve bem só quando está bêbado, dir-lhe-ei: embebede-se. E se ele me disser que seu fígado sofre com isso, respondo: o que é o seu fígado? é uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto".

O escritor (ou "os escritores") bebendo vinho em Lisboa, na década de 1920; no verso, por também gostar de um belo trocadalho, ele escreveu a seguinte dedicatória à amada Ofélia Queiroz: "Fernando Pessoa em flagrante deLitro"

Pé redondo na cozinha - Caldo de mocotó do Chaleira

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MARCOS XINEF*

Meados de 1993, rua Major Sertório, Centro, SP, Bar do Chaleira. O tal citado é o cearense mais feio, engraçado e gente fina que já conheci. Todo sábado, no almoço, fazia o famoso Mocotó do Chaleira, cujo tempero especial era a batata cozinda no gim e na água - o que servia para engrossar o caldo. Mas o apelido do Chaleira surgiu porque o maluco, além de ter um nariz torto (tipo de bruxa) e a cabeça quadrada, quando ele tomava umas e outras - ou seja, muitas - ele conversava com uma voz fininha, ficava vermelho e cuspia em todos que estavam a sua volta, igualzinho uma chaleira fervendo.

Mas a batata cozida no gim e na água procede, uma vez que o álcool vai deixar a mesma bem sequinha e com um ótimo sabor, devido à sua evaporação, sendo também que ela fica muito mais saborosa e saudavél sendo engrossada dessa forma, evitando os amidos de milho e ou farinhas. E o Mocotó do Chaleira era famoso, a burguesia do bairro de Higianopolis descia todo sábado para a Major Sertório para degustar a iguaria. Segue a receita:

MOCOTÓ COM GIM DO CHALEIRA

Ingredientes
2 kg de mocotó
1 cebola picada
1 pimentão picado
2 dentes de alho picados
4 batatas
2 xícaras de chá de gim
2 xícaras de chá de água
2 colheres de sopa de coentro picado
sal a gosto

Preparo
Cozinhe o mocotó com água e os temperos na porção por mais ou menos 1 hora, até soltar do osso. Separe a carne do osso e reserve, junto com o caldo. Cozinhe as batatas com a água e o gim até ficar macia, depois esmague bem a batata e junte tudo na outra panela do caldo, deixando cozinhar por mais 1 hora, até engrossar. Sirva com coentro picado.


É isso aí, bom apetite! E cuidado pra não cuspir nos que estarão em volta!

*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

domingo, maio 24, 2009

Um 0 a 0 para os goleiros. E para se preocupar

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Em um jogo em que os goleiros se destacaram mais do que os jogadores de linha, Palmeiras e São Paulo empataram no Palestra Itália. O resultado não agrada a ambas as equipes, mas especialmente o Palmeiras por jogar em casa. Desde o campeonato paulista de 2008 o Palmeiras não vence o rival.

O 0 a 0 foi construído essencialmente pelos goleiros, por isso o título. Isso indica que o jogo foi bom, mas com gols seria melhor.

Esquemas
Muricy Ramalho ameaçou jogar com um mistão, mas entrou com os titulares disponíveis, Rycharlison se consolidando na zaga e Zé Luiz na lateral-direita. O Palmeiras não tinha Pierre e voltou a entrar em campo com um monte de gente atrás: três zagueiros, três volantes (sendo Wendel improvisado na lateral-direta) e um lateral-esquerdo. Cleiton Xavier, Diego Souza e Keirrison eram os responsáveis por atacar. Nas minhas contas, um 5-4-1. Na prática, com Diego Souza mais avançado, 3-5-2.

Vanderlei Luxemburgo anda demasiadamente convencido de que a estratégia de não tomar gols no primeiro tempo é a chave para todos os jogos, mesmo quando atua em casa. O problema é que os visitantes começaram melhor e faltava ao Palmeiras capacidade de prender a bola e criar jogadas, porque é praticamente inevitável que o time fique muito recuado. Eis aí a preocupação: em todas as três partidas no Brasileirão, o alviverde vai a campo com escalações erradas, sofre alterações e melhora (na estreia eram os reservas, que conste). Será que não funcionaria escalar os times do segundo tempo logo de cara?

Quase um tempo para cada
O Tricolor começou melhor, criando boas oportunidades e só Diego Souza arriscava puxar o time da casa para frente. Ao rumar para a segunda etapa, Lenny foi a campo no lugar de Danilo, levando o esquema para um 4-4-2, o que permitiu algum domínio do jogo, até os 30, quando Maurício tomou o vermelho em falta sobre Dagoberto. A vantagem numérica melhorou o jogo do São Paulo.

Passes no meio durante a segunda etapa reduziram os ataques e aumentaram os lances estranhos e mais violentos, que tiraram Hugo de campo, por exemplo. O Palmeiras até criou mais chances de gol, mas a mais feita da partida foi desperdiçada por Washington aos 47 do segundo tempo, quando driblou um zagueiro na entrada da área e bateu rasteiro para Marcos defender. Dois minutos depois, Diego Souza cabeceou e obrigou Dênis a trabalhar bem.

O novato goleiro tricolor foi bem também em um voleio de Keirrison na primeira etapa. O consagrado Marcos, o Goleiro, trabalhou bastante no começo da partida, mas esteve concentrado para salvar o alviverde nos minutos finais.

Os dois treinadores reclamaram da arbitragem. Aos 8 do segundo tempo, Diego Souza foi derrubado por Miranda. Ou teria sido travado? Aos 10, Jumar caiu na área. Aos 16, Lenny não enganou nem a seu próprio treinador com o salto ornamental praticado ao receber bola de Cleiton Xavier. No primeiro tempo, Dagoberto reclamou muito das faltas que sofria. A dureza das entradas é sempre polêmica.

Melhor pensar em outra coisa
O Palmeiras recebe o Nacional do Uruguai pelas quartas-de-final da Libertadores, e o São Paulo vai ao Mineirão enfrentar o Cruzeiro. Melhor fazer de conta que a preocupação com o jogo do meio de semana é maior do que a com as insuficiências dentro de campo.

sábado, maio 23, 2009

O “Bombonerazzo”

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Por compromisso de trabalho estava em Montevidéu, mas não pude acompanhar a partida entre Boca Junior e Defensor pela TV. Após saber do resultado, saí para jantar e provocava a conversa com os motoristas de táxi, com os garçons e ouvia as conversas nas mesas ao lado.

Em todos, mesmo os que torcem para Peñarol ou Nacional (que fazem clássico no  domingo no estádio Centenário), a alegria estava estampada nos rostos porque a rivalidade com os argentinos é maior que as querelas clubísticas.

Houve quem disse que se havia feito história ao ganhar de 1 a 0 e desclassificar o Boca em plena Bombonera. Exageradamente, a comparação era com o Maracanazzo, a vitórias dos uruguaios sobre o Brasil em 1950, em pleno Maracanã, na final da Copa do Mundo. Aliás, em breve escreverei post aqui no Futepoca sobre como esse jogo é cultuado até hoje no Uruguai, considerada “a partida do século”.

Voltando ao “Bombonerrazzo” desta semana, o diário El País uruguaio (www.elpais.com.uy) lembra que o feito do Defensor foi a primeira derrota do Boca na Libertadores deste ano e a primeira vez que uma equipe uruguaia ganhou na Bombonera pela taça continental.
 
Sobre a crise que se abateu sobre o time argentino, vale a capa do Olé, que teve o título "No hay Defensores", em que afirma ter acabado um ciclo, do treinador Carlos Ischia e de alguns heróis de "ontem", de uma equipe que fez história. No mesmo texto fala-se, também com o exagero de uma letra de tango, que a eliminação foi o maior fracasso do time na era moderna.

Agora, é o Estudiantes de La Plata que está no caminho do Defensor. Quem faz sua aposta?

sexta-feira, maio 22, 2009

Uma casa, muita política e cachaça e a Tragédia do Sarriá

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Mouzar Benedito já teve livros resenhados no Futepoca por mais de uma vez. Ele mantém, em 90% das histórias que conta, algum elemento relacionado a dois dos temas centrais daqui, a política e a cachaça. O militante de esquerda e cachaceiro profissional – além de saciólogo e jornalista – lançou mais um livro, João do Rio, 45 pela Lumiar.

Contemplado pelo Programa de Ação Cultural (Proac) do governo do estado de São Paulo, o livro é, segundo o autor, "quase uma continuação do Pobres porém perversos", outro livro assinado por ele. O lançamento atual narra as desventuras político-etílicas-sexuais dos moradores e agregados de uma casa da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, no fim da década de 70 até meados dos 80.

Em um levantamento preliminar, feito ainda na mesa do bar onde Mouzar autografava o livro, constatei que, em média, cada página contém aproximadamente cinco referências a nomes de bebidas alcoólicas. Como as aventuras de Valadares, Fernando, Perobão, amigos e amigas giram em torno da casa e as reuniões são sempre abastecidas com destilados e fermentados, tudo se explica.


As discussões do final da ditadura militar, o início do PT – e dos problemas do partido – são descritos de uma visão não tão comum, a mesa do bar. Curioso a obra ser bancada por uma política pública de um governo do PSDB.

Futebol
A única menção ao esporte bretão que encontrei diz respeito à Copa do Mundo de 1982.
O primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo realizada na Espanha foi contra a União Soviética. Apenas umas dez pessoas estavam aqui e se maravilhavam com o futebol bonito de jogadores com Sócrates e Falcão, dirigido pelo técnico Telê Santana. (...)
Serginho Chulapa era praticamente uma unanimidade. Ninguém gostava dele. Outra unanimidade era o goleiro Valdir Perez: ninguém confiava nele. Cada bola atrasada provocava medo e suspiros, gritos de gozação, todo mundo achando que ele poderia engolir um frango. Ninguém entendia como Telê Santana, um técnico tão bom, podia ter levado para a seleção esses dois jogadores.
Norberto era fanático pelo Toninho Cerezzo, que o Virgilio odiava. Valadares gostava do Falcão, que não era vítima de grandes ódios de ninguém, e do zagueiro Luizinho, um negro craque, que não dava chutão, não fazia uma falta, não chutava ninguém. O atacante Éder dividia opiniões. A maioria achava que ele tinha apenas um chute forte e certeiro, não servia para mais nada. Mas jogou bem, marcou um gol no segundo tempo e se redimiu. Sócrates foi o autor do outro gol, na vitória brasileira por 2 x 1. Zico não tinha inimigos, mas também não tinha nenhum fã exacerbado aqui.
Depois do jogo, cachaça e cerveja até a noite.
Finalmente chegou o jogo pelas oitavas-de-final com a Itália. Eram 40 pessoas e um panelão de feijoada foi preparado, um monte de goró à disposição, só esperando a festa.
Marcelo, italiano, brincou:
– Não quero estragar a festa, mas aposto que a Itália vai ganhar esse jogo.
Todos riram, mas o Mariozinho resolveu levar a proposta a sério. Acabaram apostando uma caixa de cerveja. Mariozinho já considerava a aposta ganha, pois a Itália vinha jogando muito mal.
Ao final da Tragédia do Sarriá, o pagamento:
O Mariozinho foi até a padaria, xingando, levando uma caixa de garrafas vazias e voltou com outras cheias, para pagar a aposta feita com o Marcelo. Colocou todas na geladeira, pôs uma cadeira ao lado e ficou bebendo, sentando.
Ninguém tocou a feijoada. Ficou aquele clima de velório, todo mundo foi embora e o Mariozinho continuou ao lado da geladeira. De manhã, no dia seguinte, ele dormiu um pouco, enfim. Havia pagado a caixa de cerveja que perdeu na aposta com o Marcelo, mas o Marcelo mesmo não ganhou nada: o próprio Mariorinho havia bebido a caixa de cerveja inteira.
É justo.

quinta-feira, maio 21, 2009

Dunga divulga convocação da seleção para eliminatórias e Copa das Confederações

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O técnico que nove entre dez brasileiros detestam divulgou hoje a lista de convocados da Seleção Brasileira para os dois próximos jogos das Eliminatórias para a de Copa 2010 e também a Copa das Confederações. O Brasil pega o Uruguai no daí 6 de junho, no estádio Centenário, em Montevidéu, e o líder Paraguai, no estádio do Arruda, em Recife.

Veja a lista:

Goleiros
Julio Cesar – Internazionale
Gomes – Tottenham
Victor – Grêmio

Zagueiros
Alex – Chelsea
Juan – Roma
Lúcio – Bayern de Munique
Luisão – Benfica

Laterais
Maicon – Internazionale
Daniel Alves – Barcelona
Kleber – Internacional
André Santos – Corinthians

Meio-campistas
Anderson – Manchester United
Gilberto Silva – Panathinaikos
Josué – Wolfsburg
Ramires – Cruzeiro
Elano – Manchester City
Felipe Melo – Fiorentina
Júlio Baptista – Roma
Kaká – Milan

Atacantes
Alexandre Pato – Milan
Luís Fabiano – Sevilla
Nilmar – Internacional
Robinho – Manchester City


A lista de Dunga, como tudo o mais sob o sol, tem virtudes e defeitos. As novidades (Victor, André Santos, Ramires e Nilmar) são muito positivas, especialmente os jogadores de Inter e Cruzeiro. Não sei se André Santos é jogador de seleção, mas é preciso experimentar na posição. E se Kleber “Chicletinho”, que não joga bem há uns dois anos, pode, porque não o corintiano? Fora isso, se o moço já é dado a uma máscara, agora agüenta...

De negativo, vejo a presença de Gilberto Silva, volante já ultrapassado, e a falta de inovações para essa vaga mais defensiva do meio-campo. Felipe Mello e Josué fizeram alguns bons jogos, mas não empolgam. Minha outra preocupação também fica no meio campo: tirando Kaká, os outros possíveis candidatos a meias de criação são bons, mas nada de geniais. Ramires e Anderson jogam mais de segundo-volante, enquanto os ótimos Elano e Júlio Baptista, que eu queria muito no meu time, não são meus titulares dos sonhos na seleção. Porém, entendo a opção de Dunga pela segurança de jogadores que já vêm de outras convocações. Para futuros testes, talvez o Alex, que era do Inter.

Para fugir dessa falta de meias, o blogueiro parceiro Carlos Pizzato sugere um ofensivo time no 4-2-3-1 tão na moda em nosso futebol, com Kaká pelo meio, Robinho na esquerda e Nilmar na direita na linha de criação. Eu gosto da idéia, mas duvido que Dunga vá por aí.

Desfalques

O outro lado da convocação é o efeito sobre os clubes nacionais, todos disputando fases decisivas de campeonatos importantes no período dos jogos da seleção. Corinthians e Inter ficarão sem seus atletas pelo menos no segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil, marcado para 3 de junho. Se passarem, também ficam desfalcados no primeiro jogo da final (17/6), mas poderiam contar com os jogadores no segundo, dia 3 de julho – se ninguém se machucar. Os colorados lamentam mais, pela ausência dupla (Kleber e Nilmar), enquanto o Corinthians só perde André Santos.

Grêmio e Cruzeiro ficam sem Victor e Ramires no jogo de volta das quartas da Libertadores contra Caracas e São Paulo, respectivamente (17/6). A Conmebol não divulgou as datas previstas para as semifinais e a final. O pessoal da conspiração clamou por isonomia: porque Miranda e Hernanes ficaram fora da lista justo agora?

Dia da Cachaça: obra de Itamar

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Se ninguém dá o justo crédito ao ex-presidente Itamar Franco por conta do Plano Real, o Futepoca faz justiça lembrando que ele participou da criação de algo muito mais relevante: o Dia da Cachaça, instituído quando era governador de Minas Gerais. Valeu, Itamar!

Confira aqui post sobre essa nobre data.

quarta-feira, maio 20, 2009

Brasil levará goleiro de time carioca em 2010?

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Com as ótimas atuações de Fernando Henrique, do Fluminense (à esquerda), e de Bruno, do Flamengo (abaixo, à direita), os torcedores brasileiros começam a se perguntar: a seleção brasileira voltará a levar um goleiro de time carioca para a Copa do Mundo? A última vez que isso aconteceu foi em 1998, com Carlos Germano, que na época pertencia ao Vasco da Gama. O carioca Júlio César, convocado para a última Copa como terceiro goleiro e que deverá ser o titular em 2010, não conta - afinal, pertence à Internazionale de Milão. Outra vaga para a Copa da África do Sul deve ser de Doni, do Roma, que vem sendo convocado frequentemente. Resta, portanto, uma vaga. Os palpites são muitos: lá fora, Gomes, do inglês Tottenham, sempre é cotado. Por aqui, Filipe, do Corinthians, Lauro, do Internacional-RS, Fábio, do Cruzeiro, o veterano Marcos, do Palmeiras, e os já citados Fernando Henrique e Bruno, entre outros, estão entre os destaques. Se dependesse de uma antiga tradição, a vaga ficaria com o titular de um time carioca. Porque, até o Brasil vencer sua primeira Copa, em 1958, com o goleiro Gilmar (do Corinthians) como titular, a seleção SÓ levava goleiros cariocas. E pelo menos um deles foi levado até 1974, escrita retomada entre 1982 e 1998. Ou seja: o Brasil, único país que participou dos 18 mundiais, levou pelo menos um goleiro de time carioca em 15 delas (83,33% das vezes) E o curioso é que, em nosso último título, os três goleiros eram de times paulistas, como em 1978. Confira os convocados (dois até 1966):

2006 - ALEMANHA
Dida (Milan), Rogério Ceni (São Paulo), Júlio César (Inter-Itália)

2002 - CORÉIA E JAPÃO
Marcos (Palmeiras), Dida (Corinthians), Rogério Ceni (São Paulo)

1998 - FRANÇA
Taffarel (Atlético-MG), Carlos Germano (Vasco), Dida (Cruzeiro)

1994 - ESTADOS UNIDOS
Taffarel (Reggina-Itália), Zetti (São Paulo), Gilmar (Flamengo)

1990 - ITÁLIA
Taffarel (Internacional-RS), Acácio (Vasco), Zé Carlos (Flamengo)

1986 - MÉXICO
Carlos (Corinthians), Leão (Palmeiras), Paulo Victor (Fluminense)

1982 - ESPANHA
Waldir Peres (São Paulo), Paulo Sérgio (Botafogo-RJ), Carlos (Ponte Preta)

1978 - ARGENTINA
Leão (Palmeiras), Carlos (Ponte Preta), Waldir Peres (São Paulo)

1974 - ALEMANHA
Leão (Palmeiras), Waldir Peres (São Paulo), Renato (Flamengo)

1970 - MÉXICO
Félix (Fluminense), Ado (Corinthians), Leão (Palmeiras)

1966 - INGLATERRA
Gilmar (Santos), Manga (Botafogo)

1962 - CHILE
Gilmar (Santos), Castilho (Fluminense)

1958 - SUÉCIA
Gilmar (Corinthians), Castilho (Fluminense)

1954 - SUIÇA
Castilho (Fluminense), Veludo(Fluminense)

1950 - BRASIL
Barbosa (Vasco), Castilho (Fluminense)

1938 - FRANÇA
Batatais (Fluminense), Walter (Flamengo)

1934 - ITÁLIA
Pedrosa (Botafogo), Germano (Botafogo)

1930 - URUGUAI
Joel (América), Velloso (Fluminense)

terça-feira, maio 19, 2009

Ofensas homofóbicas deixam torcedores para fora do estádio na Inglaterra

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O fato, lamentável, aconteceu na Inglaterra durante o campeonato inglês do ano passado.

Durante a partida entre o Portsmouth e o Tottenham, o zagueiro Sol Campbell, do Portsmouth (foto), foi agredido verbalmente com ofensas homofóbicas por torcedores do time adversário. Acredita-se que as ofensas tenham como origem a saída do zagueiro do Tottenham, em 2001 e a sua ida à época para o rival Arsenal.

A notícia boa é que, levado o caso das injúrias homofóbicas aos tribunais, a Justiça, em decisão inédita, está identificando e condenando os torcedores pelo ato. Dezesseis homens estão sendo investigados e, destes, onze foram presos e quatro condenados a não assistirem jogos em estádios por três anos.

Mas, o assunto voltou nesta segunda-feira, 18, quando a justiça inglesa confirmou nova sentença para mais dois torcedores que participaram do ato. Ian Trow, de 42 anos, e um garoto de 14 anos, também foram proibidos por três anos de estarem presentes em jogos de futebol. A juíza do caso, Georgette Holbrook, disse, ao anunciar a sentença: "Achamos que as palavras usadas foram de extremo mau gosto, além de inapropriadas, chocantes e indecentes."

Em carta lida ao júri, o jogador afirmou: "Senti-me vitimado pelo abuso que recebi. Fiquei absolutamente desgostoso com isso, e não reagi porque temi que isso poderia deixar a situação ainda pior, causando problemas. Isso teve efeito pessoal em mim e não quero que isso continue." Além da proibição de irem a estádios, Trow terá de pagar uma multa de 560 euros, enquanto o adolescente recebeu punição condicional de um ano. O custo dos honorários advocatícios, em torno de 880 euros, também ficará a cargo de ambos, que pretendem recorrer da sentença.

A notícia me lembrou o caso Richarlyson, que teve sua queixa-crime contra o diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Jr, arquivada. Cyrillo insinuou em programa de TV que o jogador seria homossexual.
O autor do arquivamento da queixa-crime é o juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, que por sua vez o fez justificando que “Futebol é viril, varonil e não homossexual”.

“Punido” pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, por meio da não-promoção por merecimento pelo prazo de um ano, o juiz  teve em abril deste ano sua punição mantida.

Corinthians 0 x 0 Botafogo: ataques não resolvem e Mano ganha problemas de ego para administrar

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Atrasado, escrevo sobre o jogo mais ou menos entre Corinthians e Botafogo, terminado no domingo num opaco 0 x 0. O Timão entrou com seu time titular – com exceção de Jorge Henrique, substituído por um apagado Morais – e conseguiu controlar as ações no primeiro tempo, criando boas chances. Ronaldo teve duas, mas não aproveitou.



A melhor oportunidade do time, no entanto, foi de André Santos, que após bom passe de Dentinho, penetrou (opa!) a área em diagonal pela esquerda, driblou dois zagueiros e finalizou de esquerda (o pé errado para a posição em que estava), já com o goleiro Renan em cima dele. Logo a sua frente, absolutamente livre, estava Ronaldo, que teria pouco trabalho para empurrar para dentro. O lance seria apenas um gol perdido, mas três jogadores do Corinthians foram para o intervalo reclamando, de forma mais ou menos direta (só Christian citou nomes), da esfomeada do lateral.

André piorou sua situação em uma jogada no segundo tempo quando, do bico esquerdo da área, podendo optar por um passe mais difícil para o meio e outro mais fácil para a ponta, decidiu pelo primeiro. Até aí, novamente, tudo bem, mas André quis enfeitar o lance tocando para um lado e olhando para o outro e acabou errando. Tomou um esporro instantâneo de Mano Menezes pelo preciosismo.

O técnico tem agora um problema de egos para administrar até o jogo de quarta com o Fluminense. O risco é que a situação prejudique a união do grupo, uma vê que o jogo coletivo é a maior arma desse time.

Voltando ao jogo, no segundo tempo, o Botafogo voltou melhor e pressionou o Corinthians, mas seu ataque também não disse a que veio. Vitor Simões conseguiu a façanha de estar impedido oito vezes durante a partida, demonstrando uma falta de noção muito ruim para um centroavante. Quando chegaram ao gol, Felipe, em grande fase, salvou os paulistas. Para os corintianos, uma leve decepção: se empate fora de casa é até que bom resultado, dava pra ter levado essa.

Elenco

Voltando ao Corinthians, o jogo evidenciou a falta de peças do time, especialmente no ataque. Morais, Dentinho e Ronaldo não estavam em jornada muito feliz, mas o técnico tinha poucas opções para tornar o time mais agudo. Jorge Henrique, que veio para o jogo, é um jogador que vem mais de trás, não um atacante pelos lados como Dentinho. No lugar de Morais, entrou o meia Boquita, que não sabe nem disfarçar no ataque. E Souza no lugar de Ronaldo é brincadeira. A opção poderia ser Otacílio Neto, que apesar de ser mais agudo, é um destrambelhado que muitas vezes passa perto da expulsão. Além dele, apenas o garoto Marcelinho, destaque do time campeão da Copa São Paulo esse ano, mas que não empolgou nas poucas vezes em que entrou no time principal.

Especulações mil

A mais nova especulação sobre contratações no Corinthians é do diário Lance!, que conversou com Zé Roberto, do Bayern. O meia disse que foi procurado pela equipe e se animou com o projeto do time para 2010, ano do centenário. Já o Corinthians divulgou nota negando o contato, o que tem sido prática corrente da atual diretoria .

Quem não gostou da notícia foi o Santos. O presidente do clube Marcelo Teixeira disse acreditar que o jogador manterá sua palavra: Zé Roberto, quando deixou o time da Baixada, disse que daria prioridade para o time ao fim do contrato com o time alemão. Como prioridade não é garantia, tudo pode acontecer - inclusive, nada.

O contrato de Zé Roberto com o time alemão acaba agora em junho e o jogador, segundo o Uol, agendou um pronunciamento oficial logo após a útlima rodada do Campenato Alemão, que ermina neste fim de semana. O Bayern é o atual vice. Se chegar, jogando algo próximo da bola que tinha no Santos, é daqueles reforços que muda o time de nível.

Outras disputas - Santos e Corinthians já disputaram jogadores em outros momentos. O Uol recupera briga entre os clubes por Rincón (vencida pelos peixeiros em 2000), Deivid (que na ocasião foi para a capital) e pelo brilhante meia Fumagalli, em 2003, quando ele foi para o Timão. Espero que o Corinthians leve essa.

Os conceitos atemporais de Gramsci

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Recentemente, terminei de ler Americanismo e Fordismo, de Antonio Gramsci. Foi minha primeira experiência com o célebre escritor marxista italiano.

Na obra, Gramsci discute as relações sociais que fizeram com que esses dois sistemas de produção acabassem por triunfar em termos globais no início do século passado. O livro foi escrito durante 1926 e 1937, período em que Gramsci esteve na cadeia, onde foi parar justamente por ter ideias "subversivas".

Talvez a maior das "subversões" que Gramsci comete na obra é falar o quanto a classe dominante europeia é composta por "preguiçosos" - gente que ainda tenta ostentar caducos títulos de nobreza para justificar uma suposta superioridade sobre outros extratos sociais. E enquanto os europeus se deslumbram com essa condição, os americanos, segundo Gramsci, trabalham duro e espalham pelo mundo os tentáculos de seu bom modo de produzir.

De certo modo, as previsões de Gramsci se confirmaram. Após a Segunda Guerra Mundial, os EUA iniciaram um período de hegemonia econômica avassaladora, cujo auge foi vivenciado na década de 1990, após o fim da União Soviética - quando a superioridade econômica foi endossada por uma hegemonia também política.

Além das boas análises sociais, o que me chamou a atenção na obra foi um termo que Gramsci cita logo nas páginas iniciais do livro. Ao falar sobre o preconceito que os italianos do norte nutriam em relação ao seus compatriotas do sul, Gramsci diz que repousava sobre os sulistas o mito do lazzaronismo. Tal termo tem como origem a história de Lázaro, contada na Bíblia. O Lázaro em questão era um mendigo leproso que, após sua morte, foi ressucitado por Jesus. Pela dádiva recebida pelo Filho de Deus, Lázaro tornou-se uma espécie de estereótipo de quem fica no aguardo de providências divinas.

Acredito que não tenha sido a intenção de Gramsci, mas o uso por ele da palavra lazzaronismo me fez pensar em um universo completamente diferente. E não só a mim, aposto. Ou tem como não ler a palavra lazzaronismo e pensar em Sebastião Lazaroni, o técnico da seleção brasileira na Copa de 1990? Enquanto lia as ideias de Gramsci, fiquei pensando como seria o lazzaronismo brasileiro. Um sistema marcado pela insistência no uso do líbero? Por uma seleção desunida e que tapava o logotipo do patrocinador em sua foto oficial? Talvez um sistema caracterizado por não aproveitar jovens e ágeis jogadores que se consagravam à época? Ou, em mão completamente oposta, um sistema marcado pelo triunfo em continentes distantes, como o que Sebastião Lazzaroni recentemente conseguiu, sendo eleito o melhor técnico do Qatar?

Deixo a resposta para os leitores. E, para ilustrar o post, nada melhor do que uma peça publicitária que, como nenhuma outra, uniu lazzaronismo (à brasileira), italianismo e indústria automobilística, até com um quê de crítica à ostentação das instituições católicas.


segunda-feira, maio 18, 2009

Associação Comercial apela para vincular Lula à Petrobras

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Está na capa do Diário do Comércio um recorte da foto de Alexandre Brum com a marca da mão do presidente Lula em um macacão da Petrobras. Ao lado da manchete "Lula da Arábia ataca a CPI: coisa de quem não tem o que fazer", a foto também abre o site do jornal.


Desnecessário.

Provavelmente a imagem foi colhida em 2 de setembro de 2008, quando foram extraídos os primeiros litros de petróleo do Pré-Sal.

Foto: Ricardo Stuckert/Pr










Durante a campanha eleitoral de 2006, circularam carros com adesivos que faziam alusão semelhante. Um desenho de uma mão esquerda sem o dedo mínimo era apresentado dentro de um sinal de trânsito que indica proibição, quer dizer, um círculo com uma faixa diagonal vermelho. A distribuição do material levou a pelo menos uma prisão e a um pedido de apuração pela Justiça Eleitoral.

Por mais argumentos que se possa usar para defender a CPI para investigar as práticas da Petrobras, definitivamente a tentativa de vincular as irregularidades ao governo Lula pela marca de sua mão esquerda é bem apelativo.

Ou estou exagerando?

Santos 3 X 3 Goiás - o urubu da sorte peixeira

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Às vezes um mau resultado – e um bom também – acontece por conta de fatores imponderáveis, próprios ao esporte mais popular do planeta. Para se explicar algo, recorre-se até ao misticismo, ao sobrenatural, ao espiritualismo e quetais. Nada surpreendente, afinal, como diria Nelson Rodrigues, “o mistério pertence ao futebol”.

Não é exagero dizer que confrontos do Santos com o Goiás têm alguma coisa de místico mesmo. E o time esmeraldino, em geral, se sai bem contra o Alvinegro mesmo em situações adversas. Como foi o caso na Copa do Brasil de 1999, em que o Santos foi derrotado por 4 a 3 em plena Vila Belmiro. Também são de triste memória para os peixeiros as duas goleadas sofridas no ano passado.

Mas ontem, o empate em 3 a 3 nada teve de sobrenatural. Relembrando algumas partidas recentes do Santos, pode-se perceber aquilo que certamente vai comprometer pretensões mais altas da equipe no Brasileirão: as carências do elenco em algumas posições.

Sem o contundido Triguinho (que não é lá uma Brastemp) e Léo, em recuperação (ainda uma incógnita por mais que seja um ídolo alvinegro), a improvisação de Pará fez do lado esquerdo do Santos um caminho fácil para o veloz time goiano. Ajudou também a saída de Roberto Brum por contusão, ainda no primeiro tempo, que fez a partida que parecia fácil, com dois a zero aos 11 minutos, se tornar dramática. O Goiás conseguia finalizar com relativa tranqüilidade à frente da área santista, muito porque o substituto de Brum, Germano, é um segundo volante que tem dificuldades para trabalhar na cabeça de área. O Santos, incrivelmente, não tem outro jogador específico para a função.

Ainda assim era possível ter assegurado e até ampliado a vantagem de dois gols, mas de novo a suplência não correspondeu. Com a saída de Neymar e Kleber Pereira, o ataque foi praticamente inoperante, e o Santos mal conseguia manter a bola na frente. Aí, depender só do Madson para definir é pedir pra tomar o empate mesmo.



De bom para o santista, a volta de Rodrigo Souto, ausência mais que sentida nas finais do Paulistão. O meia marcou dois gols, mas não conseguiu carregar o piano sozinho. Sem completar as posições carentes do elenco, esse time é pra ficar entre os oito mesmo e olhe lá.

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Madson foi ontem chamado de “corintiano”, por ter recebido uma camisa de Ronaldo, e saiu chorando ainda no gramado após a partida. Errada está a torcida, que pega no pé do atleta que não é brilhante, mas tem sido decisivo para o Santos. A Vila tem que ser o caldeirão de sempre para o rival, não para o próprio time. Mas um atleta ter esse tipo de reação por causa de provocação de torcedor mostra que há algo errado com o tal do “emocional” dos jogadores peixeiros...

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Fábio Costa deu uma bronca no menino Paulo Henrique no meio do jogo. Depois da partida, o arqueiro correu para o vestiário, Rodrigo Souto e Roberto Brum tiveram que "escoltar" o garoto para não haver "confronto". Depois da confusão com Fabiano Eller no início do ano - mais recente de muitas - há que se fazer as contas e ver se a relação custo-benefício do goleiro no grupo é de fato favorável ao clube.   

Frases célebres do futebol brasileiro

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"Chegarei de surpresa dia 15, duas da tarde, vôo 619 da VARIG."
(Mengálvio, ex-meia do Santos, em telegrama à família)

"Tanto na minha vida futebolística quanto com a minha vida ser humana."
(Nunes, ex-atacante do Flamengo, antes do jogo de despedida de Zico)

"Que interessante, aqui no Japão só tem carro importado!"
(Jardel, ex-atacante do Grêmio, ao desembarcar no país oriental)

"Eu, o Paulo Nunes e o Dinho vamos fazer uma dupla sertaneja."
(outra do Jardel, sobre as preferências musicais no Tricolor gaúcho)

"As pessoas querem que o Brasil vença e ganhe."
(Dunga, em didática entrevista ao programa Terceiro Tempo)

"A partir de agora, o meu coração só tem uma cor: vermelho e preto."
(Do zagueiro baiano Fabão, ao assinar contrato com o Flamengo)

"O novo apelido do Aloísio é CB, Sangue Bom."
(Souza, ex-meia do São Paulo, em entrevista ao programa Jogo Duro)

"Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu."
(Claudiomiro, ex-meia do Internacional-RS, em Belém do Pará)

"Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola."
(Bradock, amigo de Romário, durante uma pelada)

"No México que é bom. Lá a gente recebe semanalmente, de 15 em 15 dias."
(Ferreira, ex-ponta esquerda do Santos, entusiasmado com os gringos)

"Na Bahia é todo mundo muito simpático. É um povo muito hospitalar."
(Zanata, ex-lateral do Fluminense, sobre a hospitalidade baiana)

"Jogador tem que ser completo como o pato, que é um bicho aquático e gramático."
(uma das pérolas de Vicente Matheus, ex-presidente do Corinthians)

S.Paulo: ladeira abaixo em campanha espelhada

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A duras penas e com ajuda do juiz, o São Paulo conseguiu arrancar um empate em 2 a 2 com o Atlético-PR, em pleno Morumbi, depois de sair duas vezes atrás do placar. O zagueiro Rafael Santos fez os dois do Furacão, enquanto Borges e André Lima (foto), aos 43 do segundo tempo e impedido, liquidiram a fatura. Com apenas uma vitória nos últimos seis jogos (frente o América de Cali, contra três derrotas, uma para o Fluminense e duas para o Corinthians, mais o empate de ontem), o time de Muricy Ramalho segue ladeira abaixo, aliando a péssima fase de jogadores cruciais como Washington e Hernanes com uma série surpreendente de contusões e desfalques. No duelo com o Atlético-PR, mais dois para o Departamento Médico: Borges, que levou uma pancada na cabeça e foi parar no hospital, e o goleiro Bosco, que sofreu, provavelmente, um entorse no joelho esquerdo - em lance com o mesmo Rafael Santos que fez os gols paranaenses. Outros contundidos que seguem de fora são André Dias, Jean, Dagoberto, Rodrigo, Aislan e Rogério Ceni (este, até agosto). A bruxa, definitivamente, tá solta.

"Não vi o lance do Bosco, mas dizem que a bola estava saindo e o cara caiu em cima do joelho dele. Parece ser um negócio sério, mas tomara que não", comentou Muricy, diante da desesperadora situação de recorrer ao terceiro goleiro, Fabiano, que não atua desde outubro de 2007, quando pegou um pênalti no 1 a 1 com o Fluminense, no Maracanã. Pra completar o cenário sombrio, os próximos compromissos do São Paulo são o clássico com o Palmeiras, pelo Brasileirão, no domingo, e os jogos de vida ou morte contra o forte Cruzeiro, pelas quartas de final da Libertadores da América. Na competição nacional, um empate com o alviverde poderá confirmar a campanha espelhada com a de 2008, quando o Tricolor iniciou com derrota por 1 a 0 para Grêmio, no Morumbi, empatou com o Atlético-PR por 1 a 1, fora de casa, e repetiu o 1 a 1 contra o Coritiba, em São Paulo (ainda empataria sem gols contra o Santos, na quarta rodada, antes de conquistar a primeira vitória, diante do Atlético-MG, por 5 a 1). Este ano, perdeu a primeira por 1 a 0, contra o Fluminense, e empatou novamente com o Atlético-PR. Os próximos jogos, depois do Palmeiras, serão contra o Cruzeiro (em casa) e Avaí (fora). Já pela Libertadores, o São Paulo fará o segundo jogo no Morumbi. Mas, se continuar jogando como está, não será páreo para o embalado Cruzeiro. A não ser que a gripe suína assole Minas Gerais...

domingo, maio 17, 2009

Reservas do Inter passam pelo Palmeiras

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Ao entrar em campo, no Beira Rio, o Inter de Porto Alegre deixou sete de seus titulares de fora, de olho no Flamengo pela Copa do Brasil. O Palmeiras foi com um esquema defensivo. Era um 4-4-2 com o zagueiro Maurício improvisado na lateral-direita e dois volantes de contenção. Marquinhos, no ataque, voltou a não corresponder na função de ponta. Diego Souza foi bem ao puxar ataques, Keirrison teria sido melhor se colocasse alguma bola para dentro.

A partida não foi fácil para os Colorados, tanto que os titulares Guiñazu, D'Alessandro e Nilmar foram a campo durante o segundo tempo, quando os visitantes pareciam ameaçar mais. E fizeram diferença. O primeiro reduziu a capacidade do meio campo dos adversários, o segundo fez o gol que deu números finais ao jogo e o último sofreu falta que levou à expulsão de Pierre – o que duplicou o prejuízo, já que o camisa 5 não enfrenta o São Paulo na próxima rodada. O Palmeiras poderia se sair melhor com mais sorte ou menos efetividade da defesa do Inter.

O esquema escalado por Vanderlei Luxemburgo para iniciar a partida funcionou mal, e as coisas melhoraram com mudanças que deixaram o time menos recuado: Fabinho Capixaba na lateral e Mouzar no lugar de Souza como segundo volante.



Todo palmeirense agora repete: o Inter é favorito ao título, tem elenco e mesmo os reservas são um time forte. É verdade. Mas em um jogo que permitiu aos alviverdes vislumbrarem um empate, o consolo acaba sendo pouco.