Destaques

quinta-feira, junho 18, 2009

Flores na Paulista

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Por Cristiane Toledo e Daniel Soares

"Serra, a culpa é sua! Hoje a aula é na rua!"
(canto proferido pelos manifestantes)


Na quinta-feira, 18, cerca de 5.000 manifestantes, dentre eles estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp foram às ruas protestar contra as medidas políticas do governo Serra e da reitoria da USP, que nos últimos meses têm intensificado a violência e cortado qualquer diálogo com as classes da universidade.

A manifestação começou em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), às 12h. Dezenas de ônibus de várias partes do Estado trouxeram os manifestantes, alguns de outras universidades, para darem apoio aos grevistas. Membros de Centros Acadêmicos da UFRJ, UFMG e Ufscar (universidades federais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Carlos, respectivamente), além de representantes da Apeoesp e do Sindicato dos Previdenciários também compareceram para demonstrar apoio. No começo do percurso, flores e placas foram distribuídas aos manifestantes, que desceram a avenida Brigadeiro Luis Antonio até chegarem ao largo São Francisco.

O objetivo era mostrar à população externa à universidade os motivos pelos quais a greve começou e se estende. Para resumir, existem pautas relacionadas a reajustes salariais, congelados há muito tempo pela reitoria, perseguições políticas a líderes sindicais (a demissão de Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Sintusp), o repúdio à Univesp (a universidade que oferecerá cursos á distância com o intuito principal de formar professores para a rede estadual de ensino), e, claro, a saída da Polícia Militar.

Desde o dia 1º de junho, a força policial ocupa o campus da USP para “proteger” o patrimônio público de piquetes, aapesar de piquetes serem uma forma legítima de manifestação de greve em todo o mundo democrático. No dia 9, os policiais atacaram os estudantes durante uma passeata feita dentro do campus, com bombas de gás pimenta e tiros de borracha, causando ainda mais repúdio e aumentando o movimento da greve. O movimento, por conta destes argumentos, exige eleição direta para reitor e mudanças estruturais na hierarquia das universidades públicas, para que situações antidemocráticas como essas não se repitam.

Uma vez concentrados na Faculdade de Direito, que se encontrava fechada desde às 22h30 de quarta-feira 17, por ordem do diretor Grandino Rodas, os manifestantes ouviram os discursos dos diversos representantes dos grupos que lá se encontravam, aplaudidos calorosamente. Entre estes discursos, houve três proferidos por professores e representantes do Centro Acadêmico XI de Agosto, do largo São Francisco. Estes se declararam envergonhados pela ação de Rodas, tanto de fechar a faculdade no dia anterior, como de ter apoiado publicamente as ações da Reitoria nos últimos dias. Vale ressaltar que Rodas é um dos candidatos a futuro reitor da USP.

O que impressionou, além da enorme quantidade de participantes, foi a organização e a calma com que tudo se procedeu. O único relato de violência foi quando um morador de um dos prédios da avenida atirou uma garrafa e feriu uma estudante. Após o último discurso do dia – proferido por Claudionor Brandão, representante do Sintusp – a manifestação se dispersou e os estudantes voltaram para os ônibus que os aguardavam.

Sem nenhum incidente negativo, o movimento sai se sentindo fortalecido, apostando numa possibilidade de mudanças e já com nova manifestação marcada para segunda-feira, em frente à reitoria da USP. No dia da manifestação mesmo já houve uma vitória: durante os discursos foi anunciado que o projeto da Univesp será adiado para 2010. Até mesmo a pessoa que atirou a garrafa foi encontrada e encaminhada a uma delegacia, para pagar pelos seus atos.

Talvez a reitora Suely Vilela precise, após o dia de hoje, repensar o que foi dito na Folha de São Paulo, ao afirmar que “minorias radicais pretendem manter a universidade refém de suas idéias e métodos de ação política, fazendo uso sistemático da violência para alcançar seus fins". Afinal, a única violência veio de uma pessoa – ou seja, uma minoria – e 5.000 pessoas andando juntas e cantando pacificamente num só coro “Fora Suely!” mostram que deve haver algo de muito errado na administração da universidade.

Cristiane Toledo e Daniel Soares são alunos da USP e participaram da passeata desta quinta-feira.

Melhor nem pedir explicacao...

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Ainda me acostumando com a rigidez burocratica da Irlanda, recordei esses dias, com amigos, alguns absurdos do servico publico brasileiro. Claro que nao e o caso de detonar, dizer que tudo o que e publico na terrinha nao presta, como um seriado da TV Globo tentou fazer um tempo atras, mostrando uma reparticao onde todos faziam questao de nao trabalhar. Mas e inegavel que muita coisa funciona mal e, as vezes, beira as raias do surreal. Me lembrei, por exemplo, do amigo jornalista Joao Paulo, que uma vez foi ao Rio de Janeiro fazer uma reportagem e abordou um policial civil para pedir informacoes. Enquanto ele falava, o guarda, brincanco com um palito de dente na boca e ostentando correntes de ouro e prata no pescoco, observava alguma coisa. De repente, gritou para um rapaz que passava pela outra calcada: "- Ae, vasshhhcainooo, si fudeu, hein!!!". O Joao desistiu da reportagem.

Outro colega, o Artur, que tambem esta aqui em Dublin, conta outra historia estapafurdia. Ele foi tirar um novo passaporte em Juiz de Fora, Minas Gerais, e antes checou o horario de funcionamento do servico: das 9h as 17h. Munido de seus documentos, chegou ao local as 14h. "- Olha, nao vai ser possivel. A gente so faz isso pela manha", observou a atendente. Sem conseguir uma explicacao convincente, ele se resignou e disse que voltaria na manha seguinte. No que a mulher atalhou: "Ah, mas amanha a gente so trabalha a tarde". Artur desistiu de entender. Mas a minha historia e ainda mais inacreditavel.

Em Sobral, no Ceara, me dirigi a uma especie de saude que funcionava como unico local para tirar uma nova carteira de identidade. E o servico funcionava das 7 as 7h30 da manha - tambem nem quis tentar entender. La chegando, um velhinho me informou: "Ah, hoje nao tem. O rapaz nao vai vir". Perguntei, entao, quando seria possivel. "Meu filho, acho que so daqui uns dois meses". Perplexo, perguntei por que raio de motivo. "O rapaz teve que fazer uma operacao, vai ficar de licenca", explicou, candidamente, o velho. E acrescentou, sem a menor necessidade: "Ele operou da hemorroida. E aproveitou pra operar tambem da fimose". Nisso, outra pessoa que passava por ali arrematou: "Eita! Esse ai ta lascado! Nao entra e nao sai nem pela frente e nem por tras!". Nem preciso dizer que nunca mais voltei la...

NÃO vandalize a bóia salva vidas!

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Infelizmente, bêbados nao costumam respeitar advertencias...


...e também não gostam muito de concordar - nem com as estátuas!

Jogaço! Corinthians bate o Inter e fica mais perto de levar a Copa do Brasil

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Corinthians e Internacional fizeram um dos melhores jogos do ano no Pacaembu. Um jogaço mesmo, digno de final (para não fugir do chavão). Claro que ficou bem melhor da minha perspectiva pela vitória alvinegra por 2 a 0, que deu uma bela vantagem para o jogo de volta, no Beira Rio.

Foi um jogo bastante pegado no meio campo, como se poderia imaginar pelas escalações dos dois times. De um lado, Guiñazu, Magrão, Sandro e Andrezinho. Do outro, Christian, Elias e Jorge Henrique, contando com ajuda de Douglas, que correu muito, mas não foi o destaque. Mas a marcação não conseguiu evitar que os dois times tivessem boas chances de gol desde o início do jogo. Quem roubava a bola tentava imediatamente uma jogada de ataque – às vezes até com certa afobação.



O Corinthians começou melhor, o Inter equilibrou, mas quem abriu o placar foi o Timão. Jorge Henrique fez um bom giro na frente da área e viu Marcelo Oliveira chegando na esquerda. O lateral passou pelo zagueiro Danilo e teve tranquilidade para levantar a cabeça e dar um passe certeiro para o mesmo atacante botar pra dentro de primeira. Jogada bem tramada e belo gol.

O Inter pressionou bastante no fim da primeira etapa. Na segunda, o equilíbrio voltou, mas foi o Corinthians que ampliou. Douglas sofre uma falta no meio campo, pela direita. Elias cobrou rápido – e com o bola rolando, é fato – e acertou um belo passe para Ronaldo. Ele recebeu, entrou na área, olhou para o meio pra ver se vinha alguém chegando, cortou o zagueiro Indio com a direita e arrematou no canto de Lauro de canhota. Belo gol, ainda que irregular. José Roberto Wright argumentou que o juiz Heber Roberto Lopez não havia marcado a falta, porque o árbitro não sinaliza com os braços a infração. Mas dá pra ouvir o apito.

A partir de uns 20 minutos, o Inter aplicou um sufoco monstruoso no Timão que durou até a expulsão de Leandrão. Aí, foi a vez de Felipe salvar a pátria. Ele fez pelo menos três defesas brilhantes e mais algumas menos difíceis, mas cruciais. Foi o maior responsável pela vitória, ao lado de Jorge Henrique, que foi muito bem em sua função múltipla de armador, atacante e marcador. Ronaldo melhorou muito em relação aos últimos jogos – o que não chega a ser vantagem – e deixou o seu. De resto, as habituais boas atuações de Christian, Elias e Alessandro, o último mais preso na marcação pela descida constante de Taison e Marcelo Cordeiro por seu lado - e como joga o camisa 7 colorado.

Mas meu destaque especial vai para o garoto Marcelo Oliveira. Ficar dois anos parado, quase perder a perna, voltar ao time titular fora de posição e dar passe para gol não é para qualquer um. Em 2007, aos 20 anos, ele já mostrava personalidade, inteligência, noção de posicionamento e bom passe. Hoje, aos 22, depois de tudo que passou, espero grandes coisas do rapaz.

Outro fato muito positivo foram as entrevistas de Dentinho e Felipe na saída de campo. Os dois foram muito sóbrios ao lembrar a final contra o Sport no ano passado, quando a vitória em São Paulo fez o time jogar recuado e displicente em Pernambuco, levando ao final que todos conhecem. Que todos – e principalmente Mano Menezes – não se esqueçam e façam lá o que fizeram cá: jogar com vontade, concentração e buscando sempre o gol.

O Inter tem um belo time – ainda mais com o retorno de Nilmar e D’Alessandro – e vai vir com tudo em casa. Mas precisa ganhar por três gols de diferença para levar direto e o Corinthians de Mano Menezes nunca perdeu por essa diferença de gols. Se o Timão marcar um, o Colorado passa a precisar de quatro. E o pior é que eles têm condições de fazer. Vai ser outro jogaço e o resultado fica aberto até o fim dele, homenageando o Conselheiro Acácio.

Sem gols no Uruguai, Palmeiras é eliminado

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No topo do Futepoca deveria estar a vitória do Corinthians na primeira partida da Copa do Brasil por 2 a 0 no Pacaembu. Mas esse não foi o único fato lamentável do meu ponto de vista da noite de quarta-feira, 17. Muito mais trágica foi a desclassificação do Palmeiras da Libertadores.

Faltaram gols no estádio Centenário de Montevidéu na partida entre Palmeiras e Nacional. Faltaram para o time brasileiro, que precisava tirar o zero do placar para avançar na Taça Libertadores. O empate em 1 a 1 conquistado pelos uruguaios no Palestra Itália dava vantagem no critério de desempate de gols marcados como visitante.

Se há um motivo para a desclassificação do Palmeiras não foi o pênalti não marcado a seu favor no fim do primeiro tempo. Obviamente, o problema foi o gol sofrido em casa. A vantagem de não precisar marcar desde que não sofresse gols foi bem administrada pelos uruguaios.



Mesmo com esse cenário, esfriar a cabeça é dureza.

Poderia ter baixado o exu forquilha em algum jogador do Verdão aos 45 do segundo tempo para achar um gol milagroso. O fato de ter mandado bolas no travessão e conseguido criar suas chances não resolve.

Para o Parmerista Conrado, Vanderlei Luxemburgo errou duas vezes. Primeiro, ao manter o esquema com três zagueiros por tempo demais precisando vencer. Depois, por tirar Willians para pôr Armero. Tendo que remar no Brasileiro, ele pede a saída do treinador.

Eu tenho trauma da última vez que o treinador esteve no time. Ou melhor, da última vez em que ele deixou o clube, em 2002. Há todo tipo de diferença entre os cenários, mas tendo a considerar que Luxemburgo provocaria mais dano ao deixar o emprego do que permanecendo nele. Talvez se inventasse (errasse) menos na escalação fosse um começo.

É triste.

quarta-feira, junho 17, 2009

Olha o eixo do mal aí, gente

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E o país que mais agitou a geopolítica internacional estará nos holofotes do mundo esportivo em 2010. Na tarde (no horário de Brasília) de hoje, a Coreia do Norte empatou sem gols com a Arábia Saudita fora de casa e garantiu sua classificação para a Copa do Mundo da África do Sul. Austrália, Japão e Coreia do Sul são os outros asiáticos* já garantidos na Copa. Bahrein e Arábia Saudita se enfrentarão em uma repescagem para definir quem pega a Nova Zelândia, campeã da Oceania, na decisão da última vaga desses continentes.

Será a segunda vez em que a Coreia do Norte chega a umMundial. A primeira foi no distante ano de 1966, quando a seleção surpreendeu o mundo ao mandar a Itália para casa. Apesar de tanto tempo de ausência, a classificação dos conterrâneos de Kim Jong-Il (foto) não chega a ser uma verdadeira surpresa, se analisarmos certa evolução que a seleção local tem mostrado de uns tempos pra cá - é só pensarmos que em 2007 o país esteve presente nos Mundiais Sub-20 e Sub-17.

Ainda falando em termos esportivos, já antevejo a pedreira que os jornalistas esportivos terão para falar sobre a seleção da Coreia do Norte nas análises prévias e na Copa propriamente dita. É que o país, um dos mais fechados do mundo, pouco fala sobre si próprio e não há nenhum jogador norte-coreano em ligas famosas (aliás, não há nenhum que atue fora do país, se não me engano). A página da Coreia do Norte no site da Fifa traz poucas informações e, aparentemente, não existe um site oficial da confederação local. Trata-se de uma seleção desconhecida, portanto.

Agora a análise política, que não tem como deixar de ser feita. Em primeiro lugar, é curioso que o retorno da Coreia do Norte aos mundiais tenha se dado justo agora, quando há menos de um mês o país fez testes nucleares e provocou agitações em todo o planeta. É uma ironia dos diabos.


E arrisco a dizer que este talvez seja um dos poucos impactos que a presença norte-coreana na Copa vai gerar - o aumento das discussões, das conversas, do blábláblá e por aí vai. Até porque é isso que os exemplos históricos nos sugerem. Em 1988, a Coreia do Sul sediou as Olimpíadas e a Coreia do Norte - ainda oficialmente em guerra com os vizinhos - esteve presente. Há alguns anos, houve até a formação de uma seleção unificada de futebol que disputou campeonatos da base na Ásia. Ou seja: o esporte já proporcionou algumas aproximações, que infelizmente não se estenderam ao "mundo real".

O que fica agora é a expectativa de qual será o grupo em que os norte-coreanos estarão. Que tal se entre seus adversários na primeira fase estiver a seleção dos EUA? Aí teremos que aguentar aquela lenga-lenga do "jogo da paz", como o que americanos e iranianos fizeram em 1998, que foi bonito, épico, mas não amenixou em nada o quebra-pau que as nações seguem travando do ponto de vista político.

Para relembrar:


* - sim, o Futepoca sabe que a Austrália não fica na Ásia. Mas futebolisticamente falando, os australianos estão filiados à federação asiática desde 2006.

Duas holandesas e uma francesa

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Quem dera fossem loiras de carne e osso, mas o post refere-se, mais uma vez, às cervejas que venho bebendo aqui pela Irlanda. Num sábado chuvoso, preparei um macarrão com sardinha (a mussarela daqui é bem diferente) e abasteci a geladeira com duas latas de 500ml da holandesa Amstel, meia dúzia da compatriota Dutch Gold (fotos à direita) com a mesma medida e mais uma caixa com oito garrafinhas de 250ml de uma cerveja "genérica", francesa, intitulada apenas como Bière Especiale. As duas holandesas quase não tinham muita diferença, apenas a Amstel tem uma cor dourada um pouco mais escura. São boas, um bom investimento por um custo variável de 1,75 a 1,90 euro a lata. Ambas tem 4,2% de teor alcoólico.

Já a Bière Especiale, que estou bebendo na foto ao lado, é uma curiosa seleção do supermercado popular Tesco, que salva a vida dos brasileiros aqui. Essa rede tem bilhões de produtos como marca própria, de comida a vestuário, produtos de limpeza, cosméticos, enfim, todo tipo de coisa - inclusive cerveja. O rótulo da simpática garrafinha (parece um guaraná caçulinha brasileiro) nada diz além da procedencia francesa. Mas a cerveja tem um amarguinho interessante e um gosto muito bom, realmente compensa os 5,49 euros pagos pela caixa com 8 unidades. O teor alcoólico é maior do que o das holandesas: 4,8%. Virei fã de carteirinha...

Voltei a beber a Bière Especiale na despedida do hostel (albergue) Isaac's, quando conheci a tal velhinha Margareth (a direita). Entre as quase três dezenas de músicas de bar que ela cantou, consegui recuperar a letra de uma delas, talvez a mais tradicional, "The wild rover" ("O vagabundo selvagem"): "I've been a wild rover for many a year/ And I spent all my money on whiskey and beer/ And now I'm returning with gold in great store/ And I never will play the wild rover no more/ And it's no, nay, never (4 claps)/ No nay never no more/ Will I play the wild rover/ No never no more" - o que significa, numa tradução aproximada: "Eu fui um vagabundo selvagem por mais de um ano/ E eu gastei todo o meu dinheiro com uísque e cerveja/ E agora estou voltando com ouro em uma grande loja/ E eu nunca vou bancar o vagabundo selvagem de novo/ E não, nem, nunca (4 palmas)/ Nao nem nunca não mais/ Vou bancar o vagabundo selvagem/ Não nunca jamais".

Koogle, o site de buscas do judeu ortodoxo

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Os judeus ortodoxos acharam uma alternativa para acessar a internet e não ferir seus princípios religiosos. Acaba de ser criado o Koogle, uma ferramenta de busca kosher ("pura") idealizada para permitir o acesso à internet, algo não visto com bons olhos por alguns rabinos.

O site tem uma série de restrições para atender aos critérios ortodoxos. Segundo o administrador Yossi Altman, a página eletrônica omite "conteúdo religiosamente questionável" como fotografias de mulheres tidas como indecentes. É bom lembrar que as moças dessa vertente do judaísmo vestem-se com saias e vestidos e nunca usam roupas tidas como masculinas, como calças ou ternos. As casadas cobrem os cabelos com um lenço ou uma peruca. Ou seja, a "indecência" é um conceito bastante abrangente neste caso.

Também são disponibilizados no Koogle links direcionando para sites de notícias israelenses e de compras. No entanto, aí também há restrição. Não é possível fazer compras online durante o sábado judaico, que tem ínicio no pôr-do-sol da sexta-feira e termina depois do pôr-do-sol do sábado. Itens que a maior parte dos israelenses ultra-ortodoxos não pode possuir em suas casas, como aparelhos de televisão, têm seu acesso bloqueado.

Pra quem estranha todas as proibições, saiba que há quem não aceite sequer a existência de computadores. Há dois anos, os "gerrer", seita hassídica (corrente religiosa judaica) lançou uma campanha para proibir o uso de computadores. A justificativa era de que os pobre PCs seriam “o mal disfarçado” e o autêntico “Satã”.

Em Jerusalém, no bairro de Mea Shearim, o ortodoxo Yoel Kreus contava em reportagem receber relatórios de uso ilícito de tecnologia pelos membros da sua comunidade, e confessava: “se nos descobrimos alguém tem um computador em casa, retiramos imediatamente as suas crianças da escola”.

Diante disso, pode-se considerar o Koogle um avanço... Será que o senador Eduardo Azeredo vai tomar a página como inspiração para modular seu AI-5 digital?

terça-feira, junho 16, 2009

Foi nos pênaltis, há dez anos. Palmeiras campeão da Libertadores de 1999

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Foi no dia 16 de junho de 1999, há dez anos.

No tempo regulamentar, foi 2 a 1. O Palmeiras havia saído na frente, com Evair aos 19, mas sofreu o empate cinco minutos depois, com Zapata, que bateria o pênalti decisivo para fora. Oséas marcou o segundo na etapa final, levando a decisão para os pênaltis. Na primeira partida, o Deportivo Cali havia vencido por 1 a 0. Nas cobranças alternadas, brilhou a trave e a sorte de Marcos, o Goleiro, e o Palmeiras conquistou a Taça Libertadores da América.

O treinador era Luís Felipe Scolari. Precisando vencer, o treinador mandou o veterano Evair a campo no lugar do lateral-direito Arce, uma das armas para cruzamentos desde os tempos de Grêmio do mesmo técnico. Evair fez o primeiro gol, mas foi expulso antes do final da partida. O meia Alex, um dos melhores do time e autor de dois dos três gols do jogo de volta nas semifinais contra o River Plate, foi substituído por Euller. Eram quatro atacantes em campo. Incrível lembrar que Zinho permaneceu em campo, tinha a confiança do técnico.

Tanta confiança que era de Zinho a responsabilidade de bater o primeiro pênalti, mas o consagrado atleta mandou no travessão. Depois, a tensão do torcedor só aumentaria a cada cobrança, até as duas últimas do Deportivo Cali: uma na trave e outra para fora. Marcos, que se consagraria definitivamente pela defesa do pênalti de Marcelinho Carioca no ano seguinte pela mesma competição, não teve tanto sucesso.

Mas tudo bem. O herói para a torcida estava no banco. Felipão montou um time menos virtuoso do que outros do período da co-gestão Palmeiras-Parmalat, mas era uma equipe aplicada, cheia de raça e com uma sorte genial.

O elenco era muitíssimo superior ao atual, um padrão fora da realidade brasileira. O risco que ele assumiu com as alterações é inacreditável. O que elas representaram em termos táticos – até o ponto da anulação do esquema tático, porque com quatro atacantes isso quase deixa de existir – explica porque tanto torcedor é saudoso do treinador.

O time
Cabe lembrar que Junior Baiano era o zagueiro central depois da fracassada empreitada brasileira na Copa do Mundo de 1998. César Sampaio e Rogério compunham a parte marcadora do meio de campo. O lateral-esquerdo Júnior despontava como valor e Roque Júnior completava o trio dos que têm o mesmo nome do pai naquele time. Arce pela direita também vivia um bom momento.

O meia Zinho, já veterano, havia deixado há muito o padrão "enceradeira" criticado na Copa de 1994, embora vital para o esquema de então. Sobre Alex, não é preciso escrever muito e, passada uma década, não houve um camisa 10 que lhe fizesse sombra nos domínios de Palestra Itália. Paulo Nunes e Oséas formavam uma dupla de ataque de respeito.

Entre os reservas, além de Evair e Euller, havia Rivarola em fim de carreira. E ilustres desconhecidos. Jackson, Rubens Júnior e Tiago Silva. Entre os consagrados antes e depois com a camisa alviverde, havia os goleiros Velloso e Sérgio, o zagueiro Cléber e o volante Galeano, titular absoluto na empreitada do ano seguinte.

História
Em 2007, o colombiano Fernando Rodríguez Mondragón concedeu uma entrevista em que declarava que o Cartel de Cali havia feito uma tentativa de suborno ao árbitro da partida, Ubaldo Aquino (Paraguai). A tentativa só teria fracassado por resistência de João Havelange. A principal falha na história era que tudo envolvia o América e não o Deportivo Cali. Pequenininha a brecha.

Na vida real, a trajetória do Palmeiras foi sensacional, incluiu vitórias sobre o Vasco, Corinthians (nos pênaltis), River Plate antes da partida final. No vídeo tem a trajetória contada em clima de videoclipe:


Outros vídeos
Palmeiras Campeão
Bastidores
A decisão por pênaltis
A final

Todo leitor palmeirense do Futepoca tem obrigação de brindar àquela conquista. E que ela inspire o Verdão na partida desta quarta-feira, 17, contra o Nacional do Uruguai.

O dia de Leopold Bloom - ou Nora Barnacle...

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Hoje comemora-se o Bloomsday aqui na Irlanda, em homenagem ao personagem literário Leopold Bloom, de James Joyce. É o único feriado em todo o mundo dedicado a um livro, com exceção da Bíblia. No classico "Ulisses", o escritor irlandes relata 16 horas da vida de Bloom no dia 16 de junho de 1904. A escolha de Joyce nao foi nada prosaica: nessa data, ele fez sexo pela primeira vez com sua futura companheira Nora Barnacle (a direita), uma virgem de 20 anos. Em uma carta escrita mais tarde, ele observou que Nora teve medo de chegar ao final e o masturbou "com os olhos de uma santa". Pode-se, portanto, apelidar esse feriado irlandes de Noraday ou Holyfingersday, algo do gênero...

Pelas ruas de Dublin, podemos ver hoje dezenas de pessoas, do mundo inteiro, vestidas com roupas do início do século passado (à esquerda). Varios eventos ocorrem o dia todo pela cidade, enquanto entusiastas, simpatizantes, turistas, desocupados e bêbados relembram os acontecimentos vividos pelos personagens em 19 ruas da capital irlandesa citadas em "Ulisses". Nao se sabe ao certo a origem desse feriado literário. Alguns apontam 1925, três anos após o lançamento do livro, outros dizem que foi na década de 1940, logo após a morte de James Joyce. Mas a hipótese mais aceita indica que foi em 1954, na data do quinquagésimo aniversário do dia retratado no livro.

Como nao poderia deixar de ser, um livro escrito por um irlandês e ambientado em Dublin não poderia excluir a manguaca. O capitulo 12 narra uma visita ao Barney Kiernan's Pub, célebre no início do século XX (foto abaixo). "- Come around to Barney Kiernan's, says Joe. I want to see the citizen." ("- Vamos até o pub Barney Kierna's, disse Joe. Eu quero ver o cidadão."). Se o bar ainda existisse, na rua Little Britain, e alguém me emprestasse 5 euros, bem que eu arriscava uma Guinness por lá...

segunda-feira, junho 15, 2009

Cerveja australiana na jarra e polonesa na garrafa

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Dando sequência a série que o camarada Anselmo batizou amigavelmente de ¨Eu e minhas cervejas¨, fui outro dia com dois amigos a um pub que vende a australiana Foster's em jarras de 2 litros, o que dá um pouco mais de três pints, o copo padrão dos pubs. Sai por 10 euros. Como o companheiro DeMarcelo já observou em um comentário, a Foster's é muito consumida aqui na Grã-Bretanha. Trata-se de uma cerveja clara mas encorpada, com gosto distinto de cereais e malte. Até perguntei mais detalhes para a garçonete piauiense Adriane, mas ela não sabia. No site da cerveja australiana consta que a versão lager possui 5% de teor alcoólico, mas parece que é a envasada em lata - e não sei se há diferença para a que é tirada no balcão do pub para onde nos dirigimos. Mas, enfim, foi uma boa escolha.

Assim como a polonesa Tyskies, que tomei em meu último dia no hostel Isaac´s, com direito a churrasco (barbecue ou BBK, como eles abreviam) de hamburguer, som ao vivo, gente do mundo inteiro e bagunça até mais de meia-noite. Conheci uma velhinha irlandesa bem simpática - e bêbada, como não poderia deixar de ser - chamada Margareth, que cantou pra nós 27 hinos do tradicional cancioneiro de bar de Dublin. Ela pediu segredo sobre seu nome e nos instruiu a chamá-la de Linda, pois, pelo pouco o que entendi, havia um galanteador querendo rastrear sua vida (pelos únicos três dentes que ela tinha na boca, acho mais provável tratar-se de delirium tremens). Mas foi depois que a velhinha sumiu e que nos aproximamos de uma mesa com sete polonesas e dois caras meio manguaçados que provei a tal Tyskie. É amarelo escura, forte (5,6% de teor alcoólico) e bem amarga. Gostei. Antes havia bebido uma cerveja francesa, mas essa já será outra história. Salut!

Nó tático quase tira vitória do Brasil

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Agora é o pós-jogo

Com cinco minutos, o Brasil abriu o placar. Depois de dois minutos, sofreu o empate. Logo, já estava 2 a 1 e o primeiro tempo viraria 3 a 1. Veio a etapa final, o Egito vem avassalador sobre o Brasil. Com gols aos 9 e 10 minutos da etapa final, empatou a partida em 3 a 3. Foi só aos 45 minutos do segundo tempo que, de pênalti, Kaká garantiu a vitória do time de Dunga. E uma defesa de Julio Cesar, aos 49 minutos, ainda salvou o placar de 4 a 3.

Se essa era a barbada do grupo, a Copa das Confederações será uma pedreira para o Brasil.

A reação do Egito foi louvável. O time voltou marcando muito bem no meio de campo e acabando com o poder ofensivo brasileiro. Se algum técnico dos adversários brasileiros assistiu a partida, é melhor Dunga inventar alguma variação tática, porque ninguém vai enfrentar o Brasil de outra forma.

Kaká foi bem, mas parte da plasticidade do primeiro gol se deveu ao nervosismo da zaga. O sangue frio do pênalti e a bola no canto esquerdo do goleiro também são mérito dele. Luís Fabiano e Juan fizeram os outros gols.

Robinho e Kléber estiveram apagados. Tanto que foram substituídos. Ramires vem se consolidando como sombra a Elano, a peça fundamental do esquema de Dunga que quase sempre é sacrificada.

Diferentemente de outras surpresas, especialmente em eliminatórias, a seleção não ficou apática ao sofrer o empate. Continuou tentando, mas pareceu estar anulada taticamente. Se algum time brasileiro quiser trazer um técnico, vale estudar o currículo do Hassan Shebata.

Brasil e Egito na Copa das Confederações, o pré-jogo

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Logo mais, às 11h de Brasília, a seleção brasileira enfrenta o Egito em sua estreia na Copa das Confederações 2009. Jogando em Bloemfontein, cidade da região central da África do Sul, o time de Dunga começa na competição contra o time mais fraco tecnicamente de seu grupo. Estados Unidos e Itália serão, nessa ordem, as próximas partidas.

É o test-drive para o clima de Copa do Mundo.

Foto: Divulgação/CBF

Funcionários do hotel onde a seleção se hospeda fazem festa
para cantar parabéns a você ao aniversariante Elano


A Copa das Confederações só ganhou essa conotação a partir de 2001, quando foi realizada na Coréia e no Japão. Desde que foi criada, em 1992, foram sete edições e cinco países vencedores. Até 2005, o caneco era disputado a cada dois anos. Nas três primeiras edições, a sede foi a Arábia Saudita. Quando o Brasil faturou o título, por duas vezes, em 1997 e 2005, o fez diante da Austrália e da Argentina. A França, hegemônica em 2001 e 2003, conquistou o caneco sobre Japão e Camarões por 1 a 0.

Nesta segunda, o palco é um estádio de rugby, o segundo esporte mais popular do país, atrás do críquete (o primeiro) e na frente do futebol. Bloemfontein é a sede do poder Judiciário do país. Pretória, cidade ao norte de Joanesburgo, é onde o presidente delibera. E a Cidade do Cabo é onde vivem os parlamentares. A divisão republicana dos poderes no país inclui uma separação de dezenas ou até milhares de quilômetros.

Primeiras partidas
No domingo, 14, a seleção da casa empatou com o Iraque em 0 a 0. Foi um jogo difícil de assistir, com poucas oportunidades criadas e a certeza de que Joel Santana vei ter trabalho para não dar vexame em 2010. O Iraque correria riscos de rebaixamento no campeonato brasileiro (exagerei?).

Na segunda partida do grupo, a Nova Zelândia não viu a cor da bola nos primeiros 25 minutos do primeiro tempo, quando o placar marcava 4 a 0. Depois, era melhor ter terminado a partida, porque foi em ritmo de treino.

Brasil
Era mais ou menos isso que o torcedor gostaria que a seleção brasileira fizesse com o Egito. Claro que não é tão simples, mas o treinador brasileiro parece até já ter combinado com os representantes do país das pirâmides. Quer uma escalação dialética na primeira fase da Copa das Confederações. Vai com uma escalação titular na primeira partida, quando abre três pontos. Depois, ainda nos planos do treinador, avança com um mistão com umas quatro substituições para enfrentar os Estados Unidos. Uma síntese emerge para encontrar os campeões do mundo.

Se depender do histórico, tá fácil. O Brasil enfrentou a seleção do país de Hosni Mubarak por quatro vezes, sempre na década de 60, sempre em amistosos, sempre com vitórias verde e amarelas. Em 1960, foram três jogos em uma semana, com placares de 5 a 0, 3 a 1 e 3 a 0. Três anos depois, a vitória simples (gol de Quarentinha no Cairo) foi a última lembrança do confronto.

Vale dizer que terminar a primeira fase em primeiro lugar pode ser importante para adiar até a final o confronto com a seleção espanhola. A Fúria só tem baba pela frente e só não fica com a liderança se o pessoal preferir parar no bar no dia anterior.

Dunga anda bravo com a mídia mundial que só quer saber do futuro de Kaká no Real Madrid e com os brasileiros que nunca estão satisfeitos com o escrete canarinho (chavão) mesmo depois das vitórias sobre Peru, Uruguai e Paraguai pelas eliminatórias.

As oscilações de jogadores-chave também favorecem a posição dos céticos. Que Dunga cale-os todos – desde que não diga que "vocês" serão obrigados a engoli-lo.

domingo, junho 14, 2009

Dois de Keirrison para a terceira posição

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Até os 23 minutos do primeiro tempo, a semana de treinos em Atibaia mostrou fez efeito num começo forte com boas chances de ataque. Mas não impediu o Cruzeiro de abrir o placar no Palestra Itália aos 24. O agravante é que o time azul de Minas Gerais foi a campo com muitos desfalques.

Nove minutos depois, o lance polêmico da partida. Cruzamento da direita para o zagueiro Marcão que se desloca em velocidade para fugir do impedimento. Cabeceia a bola em direção ao travessão e, dali, ao chão. O bandeira vê a bola dentro da meta e o gol é validado. Na imagem de trás, a impressão é que não entrou. Mas em uma tomada lateral, a sensação é inversa. Tem um ângulo que dá para ver uma nuvem de cal subindo, o que indica que a bola pega na linha e, portanto, não entra. Como ainda não vi o tira-teima, a única certeza é que a bola entrou menos do que no lance da última rodada, a favor do Vitória.

Com o placar igual, foi a vez de Keirrison avisar que ainda está vivo e que a torcida precisa reconhecer isso. Marcou dois e assegurou três pontos que colocaram o Palmeiras na terceira colocação do campeonato. Ainda na primeira etapa, acertou um voleio no presente recebido de Léo Fortunato. Golaço. No segundo tempo, aos 13, Cleiton Xavier lançou Wendel, que foi à linha de fundo passar para o centroavante dar números finais ao marcador.



É fato que o Palmeiras jogou bem melhor do que o Cruzeiro. Mas a polêmica da arbitragem vai tirar o foco da evolução do time. Se Vanderlei Luxemburgo faz de tudo para desviar a atenção de seus erros, ninguém pode reclamar quando o inverso ocorre. Eu continuo achando ruim que o treinador tem errado mais do que acertado.

A partida marcou a volta de Willians ao ataque. Obina mostrou raça quando esteve em campo, mas nunca o mesmo tipo de velocidade para o time. Além dos desfalques do Cruzeiro, vale ressaltar que o gol de empate saiu pouco depois de o zagueiro Gustavo sair de campo contundido, antes de o técnico Adilson conseguir rearrumar o time.

Por ter apresentado um futebol melhor do que nas últimas partidas, a vitória aumenta as esperanças alviverdes para a Libertadores no meio da semana. Que os acontecimentos de 10 anos atrás inspirem os alviverdes em Montevidéu.

Atualizado às 9h52 de 15/06/2009

Galo líder, sem comemoração

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Nos últimos tempos, anos mesmo, sempre estive mais preocupado com a parte de baixo da tabela. Cronista de rebaixamento não por opção, mas por paixão ao Galo que não saía da zona do desespero. Hoje, líder, pela primeira vez desde a existência dos pontos corridos, fico com os dois pés atrás.


O que se pode destacar do jogo de hoje, contra o Náutico, no Mineirão, é que mesmo perdendo um jogador aos 9 minutos do primeiro tempo, o time soube se segurar. Com a expulsão de Thiago Feltri, fez um gol aos 13 minutos. Depois aguentou a pressão e segurou o resultado até o final do primeiro tempo.

Mas o lance decisivo da partida foi uma defesa à queima-roupa feita pelo goleiro Aranha aos 5 minutos do segundo tempo. No rebote, o jogador Vítor, do Náutico, entrou por trás em Jonílson e foi expulso, igualando o 10 contra 10. A partir daí o Galo foi para cima, empurrado por mais de 40 mil torcedores. Aos 18, com a expulsão de Derley, o Náutico ficou com um a menos, e o Galo fez os gols e consolidou a vitória, podendo ganhar até de mais.

Mas quando falo que não há a comemorar é porque os jogos mais difíceis, contra os times que vão disputar o título, começam no próximo final de semana, contra o Santos, na Vila.

Sem contar que, da mesma forma em que garantia a todos que este ano o Galo não disputaria rebaixamento, acho que não tem elenco para chegar ao título, vai disputar uma posição entre os dez primeiros, com sorte entre os 5.

Botafogo 2 X 0 Santos - Dessa vez, o ataque não salvou

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Durante esses dez dias sem jogar, muito se falou do ataque e da defesa do Santos. Na frente, o melhor ataque do campeonato, muitas variações de jogada e atletas que pareciam se entender por música. Atrás, falhas individuais e desentrosamento que comprometiam o sucesso dos avantes, que viam seus esforços caírem por terra por conta do sistema defensivo.

Ontem, o Santos entrou em campo parecendo estar mais preocupado em salvar a honra da sua defesa do que consolidar a boa fama do seu ataque. A equipe não ofereceu perigo ao Botafogo durante toda a partida e o adversário, mesmo tecnicamente inferior e sem oferecer grandes riscos, mereceu a vitória simplesmente porque a procurou.

E olha que a torcida, acostumada a culpar Kléber Pereira por gols perdidos, nem disso pode se queixar. O centroavante, mais que isolado, não teve uma chance clara de gol, voltando todo o tempo para receber a bola que não chegava. Madson parecia sentir as dores musculares que o tiraram dos treinos da semana e pouco produziu. Molina não rendeu, o que, aliás é habitual. Ele finaliza bem de fora da área e também é bom cobrador de bolas paradas. Mas é quase só isso. Pode até definir uma partida em um lance desses, mas a experiência mostra que isso não é a regra.

Porém, o que impressionou ontem foi o desempenho de Paulo Henrique Ganso. E aqui não se trata de cornetar, mas sim de cobrar de um atleta que tem muito potencial, já mais do que provado. Uma coisa é quando um atleta tem um dia ruim e não consegue desenvolver uma jogada boa sequer. Acontece. Outra é quando dá passes de lado, para trás, e não tenta um lance incisivo quando se espera justamente isso dele.



A jogada do primeiro gol do Botafogo se inicia justamente quando Ganso tem a bola na ponta esquerda e, ao invés de tentar um cruzamento ou o drible no defensor, toca para Roberto Brum atrás. O volante perde a bola, o Botafogo avança, e sai o tento. Não sei se o meia peixeiro se impressionou com os elogios e o oba-oba recente, com declarações de Pita, do técnico do Milan Leonardo, e o assédio da mídia. Mas ontem parecia um veterano em campo, correndo pouco, marcando idem, e sem ímpeto para ir em direção ao gol, como ficou evidente, aliás, em uma bola que Léo passou aos 17 do primeiro tempo, quando o lateral tocou para o meia que não se deslocou para receber.

É preciso que Mancini fique atento e não deixe que o excelente meia se torne uma versão alvinegra de Keirrison, do Palmeiras. Até porque, com o elenco que tem, o Peixe não pode se dar a esse luxo. Por enquanto, Ganso tem crédito.

A defesa

Não entendi porque Fábio Costa não tentou pular no chute de Batista. Aliás, novamente, nos únicos lances efetivos do adversário, o goleiro não evitou. Alguém, sinceramente, acha que se o arqueiro fosse o mediano Douglas o resultado teria sido pior? Ainda que se diga que FC não tenha tido culpa, o maior salário do elenco mais uma vez não fez diferença. E teve que contar com a ajuda do desafeto Fabiano Eller para não tomar mais um gol por cobertura.

Fabão, no segundo gol, resvalou na bola que foi parar nos pés de Laio. Ainda que não tivesse participado do lance, o lançamento provavelmente deixaria o atacante do Botafogo em condições de marcar. Ou seja, mais culpa do próprio posicionamento da defesa, típico de time desesperado que vai à frente de qualquer jeito, do que do defensor santista.

sábado, junho 13, 2009

Pedalando e bebendo

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Aí vai uma dica para os "futepoquenses europeus" e também para os leitores que estão no Velho Continente. A Holanda, esse país que tanto bem trouxe à civilização ocidental, apresenta uma atividade turística ímpar: a beer bike.



O país é conhecido pelo intenso uso das duas rodas sem motor e também tem boas marcas de cerveja, nada mais justo que juntar as duas coisas. O pacote padrão oferece um passeio turístico de duas horas por Amsterdã para grupos de 20 pessoas em um veículo (mais o motorista que, obviamente, não bebe). A tour dá direito a 30 litros do líquido sagrado, ou seja, 1,5 litro por pessoa. Quantia considerável, mas não sei se o fato do bebedor pedalar não aumenta o consumo da dita cuja.

Até o preço é algo convidativo quando tomado o padrão de entretenimento futebolístico brasileiro, 23,75 euros pelo passeio (pouco mais de 65 reais). Ou seja, mais barato que assistir a um jogo do Corinthians no Pacaembu. E olha que o passeio dura mais e você pode beber, coisa proibida nos estádios daqui.

Quem quiser saber mais sobre esse turismo manguaça, acesse aqui. Apesar da sobriedade do condutor, dois acidentes recentes (sem grandes consequências) estão sendo investigados e a beer bike pode sofrer restrições em breve. Ninguém arrisca fazer um veículo desses aqui no Brasil não?

Tragédia pode ter mudado o rumo da Copa de 58

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Estou lendo Manchester's Finest - How the Munich Air Disaster Broke the Heart of a Great City, de David Hall, sobre o acidente de avião – foto – que matou oito jogadores do time inglês Manchester United em 6 de fevereiro de 1958, na Alemanha. Era a famosa equipe batizada como "Busby Babes", uma geração de jovens craques capitaneados pelo mítico técnico escocês Matt Busby, que venceu o Campeonato Inglês das temporadas 1956-1957 e 1957-1958. Seria como se o time do Santos perdesse numa tragédia, logo após vencer o Brasileirão de 2002, Robinho, Diego, Renato, Elano, Leo, Alex e Alberto, por exemplo.


No dia anterior ao acidente aéreo, o Manchester United empatou por 3 a 3 com o Red Star, em Belgrado, na antiga Iuguslávia, e garantiu presença na semifinal da Liga dos Campeões da Europa, na qual enfrentaria o Real Madrid. Mas, na viagem de volta, o avião parou para reabastecer em Munique e, sob forte nevasca, tentou decolar duas vezes e não conseguiu. Na terceira, saiu da pista, bateu uma das asas em uma casa e pegou fogo, matando 22 das 43 pessoas a bordo. Veja imagens da epoca aqui.

Entre as vítimas fatais estavam os jogadores Geoff Bent, Roger Byrne, Eddie Colman, Duncan Edwards, Mark Jones, David Pegg, Tommy Taylor e Billy Whelan. Morreram ainda três funcionários do clube, oito jornalistas de Manchester, dois membros da tripulação e dois outros passageiros. Entre os jogadores que sobreviveram estava Bobby Charlton, futuro campeão mundial pela Inglaterra em 1966. Outros dois do time, Jackie Blanchflower e John Berry, nunca mais puderam jogar futebol. O técnico Matt Busby passou por diversas cirurgias e esteve entre a vida e a morte, mas sobreviveu para reassumir o time três meses depois.

Mas a perda mais sentida foi a de Duncan Edwards (foto), de 21 anos, uma espécie de Pelé inglês e grande promessa de destaque na Copa da Suécia, que seria disputada dali alguns meses. Como se sabe, a Inglaterra foi a única seleção a quem o Brasil não conseguiu derrotar naquele mundial – e seria uma das favoritas ao título se tivesse contado com os jogadores Edwards, Taylor, Byrne, Pegg e Bent, que morreram no acidente e tinham suas convocações praticamente certas.

Os "Busby Babes" em 1957: a partir da esquerda, Ray Woods, Duncan Edwards, Tommy Taylor, Billy Whelan, Geoff Bent, Bill Foulkes, Jackie Blanchflower, Colin Webster, Dennis Viollet, Eddie Colman e Johnny Berry

Ps.: O legendário técnico Matt Busby (foto à esquerda) foi citado por John Lennon na letra de Dig It, dos Beatles, em 1969, um ano depois de o Manchester City ter vencido o Benfica, de Portugal, na decisão da Liga dos Campeões da Europa. A letra diz: "Like a rolling stone/ Like the FBI and the CIA/ And the BBC...BB King/ And Doris Day/ Matt Busby/ Dig it, dig it, dig it...". A música está no disco Let It Be e pode ser conferida aqui. Busby morreu em 1994, aos 85 anos.

sexta-feira, junho 12, 2009

Som na caixa, manguaça! Volume 39

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CANTOR DE BOLERO
(Fagner e Zeca Baleiro)

Sofrer é da vida, querida
Você não me ama, eu lamento
Só quer gasolina e piscina
Só sente tesão pelo vento
Quatro da madrugada
Só eu e meu pensamento
Você fugiu no meu carro
E me deixou sem cigarro
Na janela do apartamento
Como diria o cantor de bolero
Como diria o cantor de bolero

Ninguém pode destruir
O coração de um homem sincero
Não quero mais sonhar com você

Nem repetir o seu nome
Antes mais uma cerveja
Do que matar sua fome
Deixa eu chorar em silêncio
Ouvindo a brisa do mar
Tudo virou maresia
Você é a mulher
A mulher que não soube me amar
Deus, não me faça cínico
O cinismo é a arma dos infelizes

Carregue suas cruzes
Com elas suas crises
Carregue suas cruzes
Com elas suas crises

Por obséquio não deixe
Mais mensagens no meu celular
Já que você não me ama
Para que me provocar?

(Do CD "Daqui pra lá, de lá pra cá", Universal, 2003)

quinta-feira, junho 11, 2009

Tipos de cerveja 38 - As Malt Liquor

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Esse tipo de cerveja não é muito bem visto pelos apreciadores. Tipicamente estadunidenses, as Malt Liquor são lagers mais fortes e com mais álcool. Têm cor de palha, por vezes âmbar, e sabor aguado - muito por causa da utilização de açúcar, arroz e milho, em vez de malte. O lúpulo raramente é utilizado e, quando é, serve apenas para equilibrar o aroma e sabor da cerveja. "Isso resulta em cervejas extremamente fortes - em termos de álcool, entenda-se - com percentagens que variam entre os 6% e os 9% ABV", observa Bruno Aquino, do site parceiro Cervejas do Mundo. Exemplos de Malt Liquor: Molson XXX (foto), Colt 45 e Olde English 800.

De virada, Brasil assume liderança das eliminatórias para a Copa 2010

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Com gols de Nilmar e Robinho, a seleção brasileira venceu o Paraguai por 2 a 1. Foi de virada, já que Cabañas, sempre ele, abriu o placar aos 25 minutos. De falta, com desvio em Elano, parecia que o pesadelo de Assunción teria replay. Foi a terceira vitória seguida na competição, acumulando os três pontos somados diante do Peru e do Uruguai.

O paraguai foi valente, jogou bola até o final e, não fosse a boa fase da defesa canarinho, o destino da partida teria sido diferente.

Foto: CBF/Divulgação

Parece Gilberto Silva como bobinho no treino

Dunga parece ter caído nas graças da Globo. Pelo menos foi o que me pareceu ao assistir ao segundo tempo da transmissão da emissora. Galvão Bueno exaltou a campanha do treinador xará-de-anão no comando do escreve nacional. Ajuda a liderança nas elinatórias da Copa de 2010, conquistada na rodada desta quarta-feira, 10.

Daniel Alves foi bem, melhor do que Maicon, o que não quer dizer tanta coisa. No segundo tempo, uma bicicleta mal calibrada dentro da grande que quase gerou lance de perigo mostrou mais semelhanças entre o camisa 2 e Roberto Carlos. Além de jogar da Espanha, Daniel Alves também corre para a bola em cobranças de falta com o mesmo padrão de pique que o lateral-esquerdo titular nas copas de 1998 a 2006.

Kaká foi bem, correu o tempo todo. Robinho fez o gol, mas todo mundo sempre vai esperar mais. Nilmar também marcou, justificou a escalação como titular no lugar de Luís Fabiano expulso injustamente contra o Uruguai, mesmo tendo dado lugar a Pato no segundo tempo. Ramires e Kléberson também se mostraram funcionais para quando precisar recuar o time sem perder capacidade de contra-ataque.

Pode ter sido uma combinação favorável, mas o time mostrou maturidade e determinação. Não resolve, mas se, por partida, um dos que sabem da bola decidir jogar, fica mais fácil.

Enquanto isso...
A Argentina de Diego Armando Maradona e Messi perdeu de 2 a 0 para o Equador na altitude de Quito. Com Valdívia como garçom, o Chile mordeu a segunda colocação das eliminatórias do Paraguai ao golear a Bolívia por 4 a 0. Surpreendente Marcelo Bielsa. Uruguai e Venezuela empataram em 2 a 2 nas terras de Hugo Chávez. E a Colômbia venceu pelo placar mínimo o Peru no confronto andino da rodada.

Na próxima partida, em 5 de setembro, a equipe de Dunga vai à Argentina tentar provar que Maradona faria melhor papel dentro de campo que no banco. Ou como ministro de Cristina Kirchner, quem sabe?

Com 27 pontos, o Brasil precisa matematicamente de mais seis pontos para carimbar o passaporte (chavão-vão-vão), já que o quinto colocado Equador tem 20 e pode chegar a 32 se ganhar tudo. Mas cada vez menos gente banca apostas de que o ex-volante não visita o país de Nelson Mandella.

Como inserir o Fora, Dunga! nessa história?

quarta-feira, junho 10, 2009

Estudantes publicam vídeos e fotos sobre presença da PM

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Estudantes e professores divulgam em sites como o YouTube, Picasa e Flickr relatos, fotografias e vídeos da intervenção da Tropa de Choque no campus da zona oeste de São Paulo (SP) da Universidade de São Paulo (USP). O uso de bombas de gás lacrimogêneo e de granadas de borracha é documentada.

O material não mostra muito confronto e mais explosões e a polícia avançando pelo campus. Um dos destaques são restos de granadas de borracha encontrados no campus.

Foto: Daniela Alarcon/Picasa


Mais fotos
Galeria mostra restos de granadas de borracha - Picasa
Imagens do início da ação, estudantes acuados (parte 1) - CMI
Imagens do início da ação, estudantes acuados (parte 2) - CMI

Vídeos
Diversos vídeos amadores e editados foram publicados. Aí vão alguns:

PM no prédio da História



Imagens da intervenção



PM atira contra estudantes


Blogues
Mas o mais divertido é o embate travado no Twitter. Um monte de gente condena a presença da Polícia Militar no campus, a truculência de sua ação. Outro tanto, chama os estudantes de vagabundos, e sobram "vai trabalhar". A turma criou um Twitter da greve.

Foi por ali que acessei o professor Hariovaldo, com seu "foco guerrilheiro na usp". Felizmente o sarcasmo impera.

A manifestação programada para esta quarta-feira foi transferida para terça-feira, 16.

A desproporção da ação policial vai ficando cada vez mais clara. E os "baderneiros" que alguns locutores de rádio viram na USP parecem não ter existido.

A primeira Guinness ninguem esquece

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Buenas!

Finalmente consigo acessar a internet por algum tempo numa biblioteca pública, mas tenho que ser ligeiro. No último fim de semana me mudei para um hostel (o nome e esse mesmo, com "s", poderia ser traduzido para albergue) chamado Isaacs (foto da entrada a direita). Totalmente bizarro. Cada quarto tem oito beliches (foto de um deles a direita, abaixo) e 16 pessoas, que mudam todos os dias.

No domingo havia dez escocesas bêbadas junto comigo, uma verdadeira zona. Me deram uísque (óbvio!) e uma cerveja que estava sem rotulo, mas muito forte. Como elas insistiam em usar o banheiro masculino, que era mais proximo, da para imaginar a putaria.

Na segunda-feira, elas foram embora, mas ficaram duas australianas tão ébrias quanto, mas não muito sociáveis. Tem também um indígena que fica zanzando pelos corredores, de madrugada, vestido com um macacão vermelho e balançando um chocalho (deve ser algum tipo de ritual).

No térreo, há mesas de madeira, como numa taberna, onde se pode conversar, beber e comer. São quatro andares e dez quartos em cada um, o que da mais de 600 pessoas hospedadas pelas minhas contas (!).

O trem suburbano passa num trilho bem em frente a janela de onde estou e, às vezes, os passageiros nos veem de cuecas e dão risada. Minhas coisas ficam trancadas numa gaiola no porão, uma espécie de abrigo antiaéreo da Segunda Guerra com arcadas no corredor. Bizarro. Também posso cozinhar meus miojos de € 0,13 e fazer café ou chá (a cozinha é outra zona). Só tem maluco! Este, com certeza, é um dos lugares mais absurdos que já conheci – e olhem que já vi cada lugar nessas andanças...

Mas o principal: ontem, minha amiga Agnes Saito me convidou para tomar meu primeiro pint de Guinness (à esquerda) em um pub da Saint Georges Street. O primeiro se tornou segundo, terceiro e quarto. Cerveja deliciosa, bem amarga e densa. Quando ela chega na mesa, ainda está passando por um processo em que a cor creme clara vai subindo até a bebida ficar totalmente preta. Por isso, é preciso aguardar (não sei o que acontece se a gente beber antes, mas entendi que isso seria uma completa heresia).

A Agnes me explicou que a Guinness usa, na fermentacão, um tipo de flor que só cresce em dois lugares do mundo e, por precaução, os produtores irlandeses estocam sementes dessa planta. A cerveja tem mesmo um gosto bem original e minha amiga observou que, apesar de eu nunca ter tomado qualquer tipo de Guinness, essa versão tirada da chopeira nos pubs é bem diferente da versão em lata.

Mas o melhor foi o pub escolhido, o JJ's (ou Jay Jay's, foto ao lado), muito antigo e tradicional. Tem um grupo de velhinhos que passa o dia todo – literalmente – bebendo. Quando chegamos, já estavam cantando e rindo bem alto. Cheers!

terça-feira, junho 09, 2009

Olha o "confronto" entre PM e manifestantes da USP

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Imagem de Márcio Fernandes, retirada do blogue do Idelber Avelar. Precisa dizer algo mais?

Acessos importantes em São Paulo

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No final de semana foi disputada a última rodada da fase semifinal da Série A3 do Campeonato Paulista, a popular terceira divisão do futebol bandeirante. Os jogos definiram os quatro clubes que sobem à Série A2, a saber: Votoraty, Grêmio Osasco, Pão de Açúcar e Osvaldo Cruz. Os dois primeiros decidem, em dois jogos, quem leva o troféu pra casa.

Todos os quatro times que conseguiram o acesso são novatos no futebol paulista. Chega a impressionar a baixa idade dos clubes: o Votoraty é de 2005, o Grêmio Osasco é de 2007, o Osvaldo Cruz é de 2004 e o Pão de Açúcar consta no site da Federação Paulista como sendo de 1985, mas sua estreia no futebol profissional se deu em 2007, quando disputou o quarto nível do estadual.

A muitos, incomoda o triunfo de equipes como estas. Por seu pouco tempo de estrada, clubes com o perfil desses quatro são tachados - na maioria dos casos com justiça, diga-se de passagem - como sendo "times de empresários" ou plataformas políticas. A irritação cresce ainda mais quando se leva em conta que times de muito mais tradição, como o clássico XV de Piracicaba, que perdeu o acesso justamente para o Grêmio Osasco, padecem nas divisões menores e ficam de fora dos holofotes da elite.

Apesar de ser chato (no mínimo) ver times tradicionais sofrerem enquanto novatos sem torcida, camisa e tradição fazem a festa, não sei se consigo me juntar ao coro dos que amaldiçoam a elevação dos times como os quatro que triunfaram na A3. Pelo seguinte: se um time está fazendo o trabalho de maneira honesta, se realmente representa uma novidade gerencial ao futebol brasileiro, por que não dar a ele o sucesso?

Acredito que as mazelas administrativas do futebol nacional são mais visíveis nos clubes grandes, mas também estão presentes, e em larga escala, nos pequenos. Rejeito a pecha de "coitadinhos que não se vendem ao capitalismo do futebol moderno" que cai sobre os menores do nosso futebol.

Claro que prefiro que times com torcida e que encham estádios estejam nas maiores divisões, mas não é por isso que vou deixar de elogiar os novatos que fazem as coisas corretas. Parabéns Votoraty, Grêmio Osasco, Pão de Açúcar e Osvaldo Cruz. A não ser que seja descoberta uma grande falcatrua nas suas diretorias, vocês têm todo direito de fazer a festa.

Alguns minutos nas ruas de Salvador

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– Tome esta fitinha do Senhor do Bonfim.
– Obrigado, não quero.
– Mas é um presente!
– Obrigado mesmo, não quero.
– Não paga nada não, pode levar.
– Não.
– Mas veja essa correntinha, tem de berimbau, tem do elevador Lacerda, tem...
– Não, não, obrigado.
– Veja, é baratinho, quase nada.
– Não.
– Então dê uma ajuda a um pai de família, o quanto puder...
– Desculpe, amigo, não tenho nada.
– Qualquer coisa ajuda...

***

– Tome esta fitinha.
– Obrigado, não quero.
– Mas é um presente!
– Obrigado mesmo, não quero.
– Não paga nada não, pode levar.
– Não, amigo, de coração, não quero.
– Mas veja essa correntinha...
– Já gastei meu dinheiro, não quero.
– Mas e esse colar...

***

– Tome esta fitinha.
– Obrigado, minha amiga, não quero.
– É um presente meu para você!
– Não quero mesmo.
– Não paga nada não, pode levar.
– Não.
– Mas veja essa correntinha...
– Não!
– Mas e esse colar...

***

(Enquanto como um acarajé.)
– Tome esta fitinha.
(Apenas aceno com a mão, recusando.)
– Limpe sua boca, seja mais humilde.
(Salve simpatia!)

***

(Chegando próximo a uma roda de capoeira.)
– Chegue aqui, chegue.
– Acabei de chegar, estou só olhando.
– Chegue, não tenha medo.
– Não tenho medo.
(Aponta para um chapéu jogado no chão.)
– Deixe aí uma ajuda para os irmãos...
(Jogo uma moeda de 1 real.)
– Mas o que é isso, meu patrão!

***

– Tome esta fitinha.
– Não.
– É um presente meu para você!
– Não.
– É de graça!
– Não, não, não!!!!
– Então veja esta correntinha, tem de berimbau, do elevador Lacerda, tem...
– Não!!!! Que inferno! NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!

Para diretor do Vitória, mulher tem que apitar jogo de mulher

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“Mulher tem que apitar e bandeirar jogo de mulher. Futebol feminino existe para isso”. A declaração é de Jorge Sampaio, vice-presidente executivo do Vitória, sobre o erro da assistente Márcia Bezerra Lopes Caetano, no jogo de domingo contra o Palmeiras.

No primeiro tempo do jogo, Roger deu uma cabeçada à queima-roupa defendida por Marcos. Sampaio defende que a bola entrou e que a assistente, credenciada pela Fifa, errou.

Porém, não contente, o infeliz diretor cobrou geladeira para a assistente e ainda destilou uma série de preconceitos contra as mulheres."Esta senhora ou senhorita, não sei qual é a situação dela, tem que pegar uma geladeira", cobrou o dirigente, que justificou o erro devido a falta de intimidade das mulheres com o mundo do futebol. "As mulheres não estão prontas para apitar no futebol masculino. É preciso fortalecer o futebol feminino e definir que mulher apita jogo de mulher e homem apita jogo de homem".

Sampaio alega que o Vitória esta sofrendo uma espécie de “perseguição” feminina. Na segunda rodada do Brasileiro, a assistente Ticiana de Lucena Falcão Martins, marcou impedimento e anulou um gol de Neto Baiano no primeiro tempo. No jogo, Vitória ganhou de 1 a 0 sobre o Sport, no Barradão. Para o vice-presidente do Vitória, a CBF já deveria tomar uma atitude barrando as mulheres em 2007, quando a assistente paulista Ana Paula de Oliveira anulou dois gols na vitória por 3 a 1 do Botafogo sobre o Figueirense e teria prejudicado a classificação dos cariocas para a final da Copa do Brasil daquele ano. "Aquela bandeira que saiu pelada fez uma lambança inacreditável contra o Botafogo. E como fica!? Trabalhamos muito, tem muitas famílias e muito dinheiro envolvido para vir uma mulher sem nenhuma competência atrapalhar", alegou.

Jorge Sampaio e a diretoria do Vitória, prometem um protesto formal na manhã desta terça-feira, 9, pedindo uma punição a Márcia Bezerra Lopes Caetano por sua atuação na virada por 2 a 1 do Palmeiras diante do Vitória , no Palestra Itália. Atitude válida e que serátomada também por dirigentes do Cruzeiro, que alegam terem sido prejudicados pela arbitragem, no 1 a 1 deste domingo, contra o Internacional.

O fato é que alguém precisa avisar o Sampaio que os erros de arbitragens estão acontecendo aos montes, a cada rodada do Brasileiro, e quase todos por homens.

Em Avaí e São Paulo, já no final do jogo Denis, o goleiro do São Paulo pegou com as mãos uma bola recuada pela zaga tricolor. Tiro livre indireto, não marcado por Leonardo Gaciba, que faz parte do quadro da Fifa. Mesmo árbitro que prejudicou o Vasco na semi-final da Copa do Brasil ao não marcar um pênalti do zagueiro Chicão no atacante Elton, fato pelo levou o Corinthians para a final da Copa do Brasil contra o Internacional.

No empate entre Santo André e Santos (3 a 3), na última quinta-feira, o lateral Gustavo Nery saiu de campo com uma ruptura no ligamento do joelho direito, depois de uma entrada violenta do goleiro Fábio Costa. O juiz Fábio de Oliveira ignorou o lance e sequer marcou falta. Na segunda rodada do Brasileiro, mais um série de erros grotescos, praticados por homens. Já o técnico Carlos Alberto Parreira esta revoltado com os seguidos erros de arbitragem contra o Fluminense.
Os exemplos se multiplicam com tranquilidade, além da memória estar aí para relembrarmos os erros que estão cada vez mais comum na arbitragem brasileira.

E me parece que o problema não são as mulheres na arbitragem, ao contrário das declaração machistas de Sampaio. Fica a sugestão de banir todos os árbitros e assistentes e colocar o senhor Sampaio para apitar o próximo jogo.
Afinal ele é homem, e conta com a dita intimidade com o mundo do futebol....

Jornalões tremem com blogue da Petrobras

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Os blogues de Idelber Avelar, Luís Nassif e Luiz Carlos Azenha já trataram adequadamente do assunto. Mas como o Futepoca já entrou no assunto, vale persistir, por ser bastante interessante discutir isso na mesa do boteco, já que só com bastante "combusível" será possível analisar a postura dos jornalões, principalmente a Folha de S.Paulo e O Globo.

Os dois, principalmente, mas não só eles, adotaram a tática de publicar "matérias" para esquentar a CPI da Petrobrás. Os textos vão da inviabilidade da mamona na produção de biodiesel a supostas irregularidades em contratos etc. Com a tática de sempre: alguém vaza, o jornal publica sem provas, depois o mesmo jornal é usado como prova por quem vazou, normalmente algum parlamentar da oposição...

Ok. O script é conhecido. A novidade é que a Petrobrás desta vez resolveu responder a todas as acusações num blogue, clique aqui para ver. Inclusive todas as perguntas que são feitas pelos jornalistas e as respostas encaminhadas a eles.

Para quem não conhece como funciona a grande imprensa, cabe uma pequena explicação. Quando existe uma denúncia, qualquer que seja, os jornalistas fazem de conta que ouvem o outro lado. Na realidade, quase sempre já estão com a matéria pronta e enviam perguntas burocráticas, não importando o que o outro lado responda, publica-se a matéria e uma parte das respostas que não contradiga aquilo que já estava escrito.

Daí vem o desespero.

Quando a Petrobrás resolve publicar na íntegra o que foi perguntado e respondido prejudica, e muito, o funcionamento do esquema de lançar a denúncia e depois não dar direito de resposta, alegando liberdade de imprensa.

Não foi à toa que a Associação Nacional de Jornais (ANJ) – dos donos dos meios de comunicação – publicou nota oficial chamando a iniciativa da petroleira de antiética. “É uma falta de ética total porque você está fazendo com que todos os demais concorrentes da imprensa tomem antecipadamente conhecimento de uma determinada reportagem de um determinado órgão de imprensa”, diz o presidente da ANJ, Júlio César Mesquita.

Para quem reparou, o presidente da ANJ apela contra a publicação antecipada que avisaria os concorrentes dos “furos”. Ou seja, o problema é avisar os outros jornais. Sem comentários.

Na mesma linha, a Folha de S.Paulo,, segundo o G1, site das organizações Globo, informou que não considera adequado que questionamentos jornalísticos endereçados à Petrobrás sejam publicados pelo blogue antes que as respostas possam ser avaliadas e utilizadas pelos veículos que enviaram as interpelações.

Para O Globo, as perguntas encaminhadas por escrito são de propriedade do jornalista e do veículo. E, por esse motivo, a iniciativa da Petrobrás desrespeita profissionais e atenta contra a liberdade de imprensa, ao violar o direito da sociedade de ser informada, sem limitações.

Como o post já está longo demais, deixo os comentários para quem quiser fazer.

segunda-feira, junho 08, 2009

Sandro Goiano: quase Pelé por um momento

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Um estrangeiro que nunca tivesse visto o atleta antes, teria a certeza de ver um craque. Sandro Goiano, tantas vezes homenageado por esse blogue, quase concretizou "o gol que Pelé não fez" (olha o chavão aí, Olavo). Vale a pena ver, a obra de fato não parece ter relação com o autor...

Sábado de retornos no Timão: Souza marca, Douglas arma e Marcelo Oliveira joga

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A vitória do Corinthians sobre o Coritiba neste sábado, no Pacaembu, por 2 a 0, foi um acontecimento até normal. O Timão jogava em casa, quase completo, e o time paranaense vem abalado pela desclassificação na Copa do Brasil. Mas um homem tornou essa história mais importante.

O centroavante Souza marcou seu primeiro gol pra valer com a camisa do Corinthians – os outros foram dois de pênalti e um num amistoso. O atacante vinha jogando até bem, segurando a bola no ataque, abrindo espaços para os meias e ajudando a marcar a saída de bola. Mas centroavante precisa marcar. Para os supersticiosos, registre-se a troca do número da camisa do atacante: no começo do ano, Souza pediu para jogar com a 50, em homenagem ao pai, se não me engano. Agora mudou para 43.

Destaque também para uma bela apresentação de Douglas. Fez um gol, participou da jogada do outro e ainda deu passes para boas jogadas. E passes em profundidade, coisa que não vejo o rapaz fazer faz um bom tempo. No mais, Alessandro, Dentinho e Chicão continuam jogando muito bem, assim como Christian e Elias, gigantes. O novato volante Jucilei tem chamado atenção pela habilidade e boa visão de jogo. Tomara que confirme a expectativa.

Chamo atenção, por fim, para o retorno de Marcelo Oliveira aos gramados depois de dois anos afastado por contusão. Formado nas categorias de base do Timão, Marcelo estreou no time principal no início de 2007, junto com o meia William, fazendo boas partidas como volante e armador pela esquerda. Sofreu uma lesão no joelho, ficou meses parado e, quando estava iniciando a recuperação em casa, voltou ao hospital com dores: uma infecção hospitalar quase o faz perder a perna. A difícil recuperação ainda precisou de mais uma cirurgia. Depois de tudo isso, o rapaz retorna. Jogou improvisado na lateral esquerda, onde pode ser boa opção. É um jogador inteligente e de bom passe, de quem espero boas coisas.

Atléticos nas pontas da tabela

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Na partida entre o vice-líder e o lanterna do Brasileirão, deu a lógica, mas engana-se quem acha que foi um jogo fácil, como se supõe pelos 4 a 0 de ontem.


O jogo na Arena da Baixada é sempre difícil. O Galo entrou bem e nos primeiros 5 minutos perdeu duas ou três chances daquelas em que se passa a temer o "não faz, leva", um dos jargões mais antigos do futebol. Mas o gol, em lindo toque-de-letra do Tardelli e conclusão precisa do Júnior, abriu o caminho para a vitória no primeiro tempo. Ajudada, e muito, pela expulsão de Marcinho, depois de entrar com os cravos da chuteira na coxa do Thiago Feltri.

Depois, o Atlético Paranaense ainda perdeu algumas chances de gol, mas a cada minuto que passava ia aumentando o nervosismo. Ao final não acertava nenhum passe e abriu-se para o contra-ataque dos mineiros. Veja os principais lances.


Além da assistência e do gol, Tardelli voltou a jogar bem, o que faz toda a diferença nesse time do Galo. Marcos Rocha, um promissor lateral direito, também entrou bem substituindo Carlos Alberto e fez cruzamentos precisos para os gols de Éder Luís, outro que voltou a jogar.

No domingo, o Galo pega o Náutico no Mineirão, num jogo difícil. Até porque a principal arma do time de Celso Roth é o contra-ataque, que não funciona tão bem assim jogando no Mineirão, com a torcida pressionando.

Mas é na sétima rodada que será possível ver até que ponto esse time do Galo é competitivo, porque vai enfrentar o Santos, na Vila, confronto entre dois times que estão na ponta da tabela nesse início de campeonato.

Do outro lado da tabela, as luzes estão piscando no vermelho para o Atlético Paranaense. Nem tanto pelo último lugar na tabela, porque ainda faltam 33 rodadas. Mas sim pelo nervosismo e pela baixa qualidade dos jogadores mostrados em campo no domingo. O técnico que assumir no lugar do demissionário Geninho terá muito trabalho.

Jogando pior, de virada, Palmeiras passa pelo Vitória

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Os 2 a 1 do Palmeiras sobre o Vitória no Palestra Itália representou o reencontro do time com resultados positivos depois de cinco partidas ou quase um mês. A última vez em que o alviverde havia somado três pontos foi em 9 de maio, contra o Coritiba.



Foi de virada, já que o lateral-direito Apodi abriu o marcardo no primeiro minuto do segundo tempo. Era para o time baiano ter aberto o marcador ainda na primeira etapa, quando Marcos, o Goleiro, tirou uma bola de dentro do gol. Achei curioso que os atacantes do Vitória não reclamaram da arbitragem imediatamente, talvez pela envergadura da defesa do arqueiro adversário. Mesmo insuficiente para evitar que a bola passasse pela meta, foi um salto plástico e impressionante.

Aliás, foi só uma das diversas defesas que o camisa 12 foi obrigado a fazer durante a partida. Sim, porque não fosse a falta de capricho dos homens de frente dos visitantes, o Palmeiras teria perdido o jogo, porque não soube traduzir posse de bola em pressão antes de tomar o gol. Se no segundo tempo o Vitória era só contra-ataques, na primeira etapa os baianos dominaram o jogo, com saídas de bola rápidas.

O gol de empate de Coalhada Ortigoza saiu numa falha do zagueiro Wallace, que não se adiantou e tirou todo o ataque verde do impedimento, e do resto da zaga, que permitiu a facilidade do gol. Nos acréscimos, o zagueiro Maurício marcou de cabeça, garantindo a virada não merecida pelo que apresentou em campo.

Além de contar com ajuda do ataque do Vitória e de um erro do trio de arbitragem, o resultado mostrou um Palmeiras cheio de garra. E muito pouco além disso. É por isso que a torcida aplaude o peso de Obina e reclama de Keirrison. Isso quer dizer que o time depende Pierre, Souza ou Mouzart e Cleiton Xavier para marcar e também para o resto, porque sobra pouca gente para ficar com a bola na hora de ir para frente. E depende de Diego Souza, sozinho, para criar jogadas. Dois laterais competentes e um pouco mais de concentração do camisa 9 fariam desse modo de jogo algo eficiente. Sem alas com liberdade ofensiva, as limitações são maiores. Tudo bem que na partida de domingo estavam em campo os reservas Henrique e Jefferson, mas tampouco tem funcionado com os titulares Fabinho Capixaba e Armero.

Para o torcedor, se é para jogar pior do que o adversário, que pelo menos ganhe. O problema é que a aritmética do futebol tem essa dinâmica como a exceção que dá emoção ao jogo e não a regra.

domingo, junho 07, 2009

Brasil 4 X 0 Uruguai - ¿Cómo Lula, no éramos amigos?

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O leitor pode achar o Futepoca um blogue ranzina, e terá certa razão. É um mau resultado da seleção que pouco tempo depois se estampa nesse espaço um texto clamando Fora Dunga . Mas, quando se conquista uma vitória histórica, nada...

Ontem o 4 a 0 contra o Uruguai, em pleno Centenário , foi a maior derrota sofrida pela Celeste em seu estádio, mas poderia até ter sido pior se fosse marcado um pênalti em Luís Fabiano no primeiro tempo e se o mesmo não tivesse sido expulso de forma injusta. O Brasil teve menos posse de bola, mas não foi dominado pelo Uruguai em qualquer momento, ainda que tenha sofrido certa pressão quando estava com um menos. O time canarinho foi objetivo e mortal na saída rápida de bola e na movimentação na frente. Da partida, algumas notas.



Defesa - Júlio César, de novo, quando exigido, compareceu. A dupla de xaga também passa segurança. O problema começa nas laterais. Daniel Alves apoia bem e defende razoavelmente, mas Kléber Chicletinho, pela esquerda, é uma lástima. Ontem, as chegadas mais perigosas do Uruguai eram pelo seu lado e seu apoio ao ataque foi pífio. Seu reserva, André Santos, também não é exatamente inspirador. Vivemos uma crise de laterais esquerdos brasileiros?

Volantes - alguém com mais mobilidade que Gilberto Silva faria muito, mas muito bem. Felipe Melo fez até bem a saída de bola ontem, e marcou ainda melhor: foi responsável por quase metade das roubadas de bola do time (6 de 14), mas poderia apoiar mais o ataque. Por ora, é uma aposta de Dunga que vem dando certo.

Meias e atacantes - Elano é hoje peça fundamental no esquema de Dunga. Faz a cobertura no lado direito, chega bem ao ataque (ontem deu uma assistência e fez o cruzamento para um gol), dificultando bastante as descidas adversárias por aquele lado. Kaká e Robinho jogaram abaixo do que se espera deles, ainda assim o "abaixo" deles é suficiente.

Já Luís Fabiano marcou, se posicionou muito bem, e mostra que em um esquema armado como o de Dunga, que exige velocidade e movimentação constante na frente, é quase inviável que jogue um atacante mais pesado, do estilo Ronaldo atual ou Adriano. Sem dúvida é sua a vaga de titular.

Em suma: Dunga vai ser o treinador em 2010, algo cada vez mais evidente. Melhorando a saída de bola com um volante menos cascudo que Gilberto Silva, qualificando mais a marcação e a ligação com o ataque, e com uma lateral esquerdo mais confiável, a seleção pode fazer uma boa figura na África do Sul.

*****

Mesmo com o resultado, os uruguaios não perderam o bom humor, ainda que alguns considerem esta a "derrota mais humilhante da sua história". O jornal La Reppública perguntou, abaixo dos dizeres "Tristeza não tem fim: 4 a 0", perguntou: ¿Cómo Lula, no éramos amigos?, em referência a uma declaração recente do presidente brasileiro. Lula, que já foi responsabilizado por derrotas da seleção  e também por vitórias , não comentou a manchete.