Destaques

sexta-feira, julho 24, 2009

Noite dos goleiros no Mineirão

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Quando a fase é boa, a cada partida um jogador se destaca. Ontem, no Galo versus Flu, foi a vez do Aranha. O público de quase 56 mil pessoas viu um goleiro que não é tecnicamente perfeito, mas que estava numa noite inspirada e evitou pelo menos três gols do adversário.

Mérito também para Fernando Henrique, com defesas precisas em praticamente toda a partida, mesmo que muitas vezes com o pé, o que dificulta entender por que Parreira e seu substituto, o tal do Eutrópio, O Breve, insistiam no Ricardo Berna. Aquele que tomou três gols de fora da área do Goiás em pleno Maracanã.

Foi um grande jogo, com chances para os dois lados, mas resolvido em lances confusos no segundo tempo. No primeiro gol do Atlético a bola foi cruzada pelo lateral Thiago Feltri, bateu num zagueiro, bateu na cabeça do volante Serginho, bateu no chão, pegou efeito e entrou. Ressalva que é a segunda partida inteira do volante depois de ter ficado mais de um semestre parado por conta de operação no joelho. A primeira foi contra o São Paulo, em que fez um golaço.

No segundo gol contra o Flu, de novo cruzamento do Feltri, goleiro e zagueiro tentam cortar, não conseguem e a bola sobra para Tardelli, cuja maior dificuldade foi tirar o braço para que a bola não batesse.

No gol do Flu, Aranha soltou uma bola esquisita para o lado, ela foi cruzada e numa dividida entre o volante Renan e o atacante tricolor Kiesa acabou indo para o fundo das redes. O juiz Seneme, se quisesse, poderia ter assinalado gol contra, mas premiou de maneira correta o atacante.

E assim vai, partida a partida, uma liderança sofrida, conquistada em detalhes durante as partidas, agora que se ultrapassa 1/3 do campeonato. O Galo não está tendo nenhum jogo fácil, talvez até por suas debilidades, mas vem conquistando pontos importantes, muitas vezes pelo bom preparo físico.

Com a contratação do atacante colombiano Rentería, faltam ainda, pelo menos, um bom zagueiro e um armador que saiba bater faltas. Daí, se não perder ninguém, as chances de Libertadores passam a ser reais.

O tombo de Ronaldo: o lance da rodada

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Aos 15 minutos do primeiro tempo do jogo do Corinthians contra o Vitória, os deuses do futebol avisaram: até os grandes têm seu momento patético, ainda mais em um gramado molhado. Poucas vezes vi uma escorregada assim...

E não é que dessa vez deu?

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Felipe; Diogo, Chicão, Jean e Diego; Jucilei, Elias, Douglas (Moradei), Morais (Jorge Henrique) e Dentinho (Marcinho); Ronaldo. Foi com esse time que o Corinthians venceu o Vitória, no Pacaembu, por 2 a 1. Gols de Dentinho (um golaço, em passe açucarado de Ronaldo) e, pasmem, Jean, após passe perfeito de Douglas.



Do jogo, o padrão corintiano nas últimas rodadas. Pressiona no começo do jogo e marca. Duas vezes, nesse caso. Depois, dá uma recuada e leva gol (bela enfiada de William para o gol de Apodi). No segundo tempo, deu uma pressionadinha no começo e tomou calor no resto.

Percebam que o time inicial descrito lá em cima, sem considerar André Santos e Christian, tem três reservas. Foi com essa formação que o time fez dois a zero. No segundo tempo, Jorge Henrique entrou no lugar de Morais, mas o placar permaneceu o mesmo. Isso mostra que tem algum elenco ali e dá esperança pós-desmanche.

Por outro lado, o gol de Jean (?!?) foi 80% por conta do passe açucarado de Douglas. E nos dois tempos Felipe fez mais uma vez defesas monstruosas e garantiu o resultado. Vamos sentir falta dos demissionários.

A vitória sobre o Vitória – lembremos que, considerando o time titular da final da Copa do Brasil, sem cinco titulares – colocou o Corinthians na quarta colocação, 1 ponto atrás do Inter, 2 atrás do Palmeiras e 5 atrás do Atlético. Se ganhar o clássico do Palmeiras no domingão, ganha pelo menos mais uma. É difícil, vai ficar ainda mais, mas estamos aí.

quinta-feira, julho 23, 2009

Corinthians luta pra mostrar que ainda dá

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O Corinthians joga daqui a pouco contra o Vitória, em São Paulo, numa chance importante para chegar mais perto de ocupar um lugar no G4. Além disso, tenta acalmar os ânimos da torcida, que está bastante preocupada com o desmanche do time campeão Paulista e da Copa do Brasil.

A zaga que provavelmente entrará em campo preocupa: Diogo, Chicão, Jean e Diego. Apenas um titular e um lateral-esquerdo improvisado. Jogam com a proteção de Jucilei e Elias, que não estão entre os melhores marcadores que eu já vi. A esperança fica no ataque, que deve ser o titular. Se bem que Jorge Henrique é dúvida – em seu lugar jogaria Morais.

Será a primeira partida sem Christian e André Santos e, talvez, a última de Douglas (que pode ir para um time árabe) e Felipe, que teria proposta do CSKA. Além dele, Elias pode estar de saída para um “time médio” da Itália. Segundo Benjamin Back, do Lance!, o jogador quer ficar, mas pediu uma compensação financeira: R$ 1,5 milhão de luvas e R$ 150 mil mensais de salário. Se for isso mesmo, acho que vale pagar - só não sei de onde tirar dinheiro.

A coisa está ficando feia mesmo, mas ainda não estou desesperado. Já vi corintianos falando que o time vai acabar rebaixado. Não creio que chegue a tanto.

A resposta para essa dúvida da torcida começa a ser dada hoje. Depois desse jogo, vem o clássico contra o Palmeiras, que vem querendo mostrar serviço para o novo técnico, Muricy Ramalho. Duas pedreiras. Vamos ver o que Mano Menezes consegue com as peças que vão sobrando.

Outra saída - Essa deve deixar mais animada parte da torcida alvinegra: o Corinthians conseguiu arranjar um time para quem emprestar o meia Lulinha. Trata-se do Estoril, de Portugal, que contará com o atleta por dez meses. Não pagar o salário do garoto-prodígio pode ser um alívio para bancar outros jogadores - quem sabe Elias?.

Uma curiosidade a respeito do Estoril: cinco vezes campeão da segunda divisão portuguesa, segundo matéria do Uol, o clube enfreta crise financeira e ficou na quarta posição no ano passado. A solução encontrada foi claramente inspirada em casos tupiniquins: vender par a Traffic. "O Estoril é o time que a Traffic comprou em Portugal. Queremos que o Lulinha jogue. Entre jogador e Estoril já está tudo certo" explicou ao UOL Esporte o empresário de Lulinha Wágner Dinheiro, opa, Ribeiro. Quem disse que o futebol brasileiro não tem dinheiro?

A reestreia do "gênio"

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Quando vi a escalação do Santos, com três volantes (Paulo Henrique Ganso no banco) e somente um atacante nato com um meia improvisado na frente, em plena Vila Belmiro, contra um rival que era o primeiro depois da zona do rebaixamento, pensei: o que e isso? Mas aí lembrei que o novo técnico santista é “gênio”, claro que, embora os incautos torcedores alvinegros não saibam, ele nos proverá com sapiência e resultados frutíferos.

Mas no momento que vi os relacionados para a partida, virei para a editora de arte e eminência parda deste blogue, também é santista, e falei: esse time não vai dar certo, ele vai desfazer o esquema depois do intervalo e ainda vão dizer “puxa, como o Luxemburgo mexe bem no segundo tempo”. Não precisou nem esperar o começo da etapa final para um comentarista de rádio falar que “o Vanderlei enxergou muito bem o jogo” ao colocar Neymar e Ganso no intervalo. Como é bom contar com a mídia do lado...

A segunda etapa, que consegui ver pela TV, foi medíocre. Mas Neymar, em um lampejo daqueles que salvam o desempenho de um time, de uma torcida, de um “gênio”, deu a vitória ao Peixe. Merecida do ponto de vista da justiça ideal que não existe no futebol, já que o Alvinegro teve algumas pseudo-chances de marcar e o Atlético-PR, no auge da sua mediocridade e candidatíssimo à Série B, nem isso teve.

Vai ser essa a toada. Virão alguns reforços, talvez veteranos ganhando alto como Emerson e que não renderão nada ao clube quando saírem. Assim como Luxemburgo, que pode sair no fim do ano para ser candidato a senador pelo PT de Tocantins. Como já brincamos por aqui, nem ele conseguirá piorar o nível do Senado...

Enquanto isso, em Campos do Jordão...

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Acabei de coordenar a edição de um livro sobre o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, o mais importante evento de formação e difusão de música clássica da América Latina. Por conta disso, me convidaram a passar uns dias lá.

E para lá eu fui, na terça-feira. Estava então tomando uma sensacional Red Ale no bar da cervejaria Baden Baden (ao lado, na foto de Gonçalo Lopes). Na mesa ao lado, meia-dúzia de playboyzinhos com seus vastos óculos escuros comiam salsichões, quando uma loirona montada em botas de couro apareceu vendendo bilhetes da Mega Sena. "Só R$ 20", dizia, acho que por um bilhete com seis jogos, "está acumulada em R$ 45 milhões", e sorria. Os meninos estavam totalmente desinteressados. A moça insistiu e um deles resolveu explicar as suas razões, apontando um dos colegas: "É que ele já tem tanto dinheiro, mas tanto..."

Diante de um argumento desses, a moça apelou a um jargão mais adequado: "Comprem, vai, pra me ajudar". Sem dúvida, manter a escova progressiva e as luzes no cabelo não deve ser fácil, era justa a esmola. Mas antes que seus amigos se abalassem, o garoto finalizou com toda classe, sem chance de réplica: "Mas é só R$ 45 milhões... Meu pai é acusado de ter desviado mais que isso". Gente fina é outra coisa.

Adeus ao Brasileirão 2009, pelo menos

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Parece mesmo que o Corinthians vai passar por um desmanche completo. Que o clube precise abrir mão de um ou dois de seus destaques, tudo bem, ainda mais considerando que o histórico do Corinthians é de má administração, o que significa que sobram dívidas eternas pra pagar. (Não quero dizer com isso que as contas agoras estejam em boas mãos, não sei nada sobre as atuais finanças.) Mas vender três ou quatro jogadores do "núcleo duro" do time já é demais. Em particular, lamento muito a saída de Cristian. E se negociarem Felipe, como o Andrés Sanches vem anunciando, será também uma perda irreparável em curto prazo.

Não vejo mais chances para este ano, frustrando todas as esperanças que eu começava a alimentar. E, apesar dos bons resultados até aqui, minha confiança nesta administração é bem frágil. Espero que haja um bom plano de reposição, pois senão vai aumentar demais o roll dos que designo carinhosamente como "filhos da puta". Isso, claro, pensando no ano que vem. A menos que Mano Menezes surpreenda... mas acho bem difícil.

quarta-feira, julho 22, 2009

Aula prática de coronelismo

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Em um post a respeito da situação da governadora Yeda Crusius no Rio Grande do Sul, o jornalista Leandro Fortes comparou as imagens da tucana chamando professores de "torturadores de crianças" com outra situação, vivida em 1986 pelo ex-governador da Bahia Antonio Carlos Magalhães, o popular e falecido ACM.

Naquela eleição, o candidato do então Ministro das Comunicações do governo Sarney, Josaphat Marinho, viria a ser derrotado por Waldir Pires, do PMDB. A cena abaixo, que foi publicada por num comentário do leitor DKRC no post de Fortes, mostra o quanto a moral de ACM estava baixa naquele momento em seu estado/feudo.



Mas mais que isso, mostra a forma de um coronel lidar com críticas. O repórter em questão é Antonio Fraga, 19 anos, repórter-estagiário da TV Itapoan e colega de classe de Fortes no primeiro ano de jornalismo da Universidade Federal da Bahia. Na ocasião, como descreve Fortes, "com a audácia tão típica da juventude, ele furou o séquito de bajuladores carlistas e perguntou, à queima-roupa, na cara de ACM, o que ele achava de estar sendo vaiado. (...) Na aurora da redemocratização do Brasil, o garoto Fraga conseguiu mostrar para o país quem era, de fato, aquela triste e grotesca figura política que ainda iria reinar soberana nas colunas políticas da imprensa brasileira, por muitos anos, impune e cheia de prestígio."

Grandes tragédias e pequenas vitórias em um Brasil de absurdos cotidianos.

terça-feira, julho 21, 2009

Muricy Ramalho é o novo técnico do Palmeiras

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Confirmado: após ficar sem emprego por um mês (ou estaria de férias?), Muricy Ramalho será apresentado amanhã como novo treinador do Palmeiras. Desde já cravo o time alviverde como maior favorito ao título do Brasileirão de 2009. Será também uma oportunidade do ex-sãopaulino fazer um trabalho melhor que o antecessor, que quase conseguiu a façanha de deixar o forte time do Verdão fora da Libertadores na última rodada do Brasileiro de 2008.

A estreia deve ocorrer no domingo, contra o Corinthians. Parabéns ao Belluzzo, mas nada como concorrer em uma negociação com Marcelo Teixeira. Isso deve ter facilitado bastante a volta atrás de Muricy...

Serviço de inutilidade pública informa:

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Complementando o post anterior, o Real Madrid venceu o Shamrock Rovers por 1 a 0 ontem, com gol de Benzema aos 42 do segundo tempo. Cristiano Ronaldo (foto) não fez praticamente nada em sua primeira partida pelo clube espanhol. Ao chutar uma falta quase pra fora do acanhado campinho de Tallaght, a torcida irlandesa não perdoou e comecou a tripudiar: "Who are yah? - Who are yah?" ("Quem e voce? - Quem e voce?"). A derrota pelo placar mínimo soou como vitória para os 10 mil beberrões que viram o sonolento embate.

Uma cena, vários sentimentos...

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...no meu caso, nenhum deles é bom.

Clubes são barrigas de aluguel

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A venda de André Santos e Christian, pelo Corinthians, mostra mais uma vez a realidade em que os clubes tornaram-se verdadeiras barrigas de aluguel. Sem dinheiro, recorrem a "empresários" para contratarem os jogadores. Os que fazem sucesso são vendidos depois da "gestação" e o clube fica com uma pequena parte pela valorização que proporciona.


É fácil ver isso. Pelo que foi divulgado, os jogadores do Corinthians foram vendidos por cerca de 14 milhões de euros. Pela cotação atual, pouco menos de R$ 38 milhões. Foi divulgado que o clube receberá R$ 13 milhões, pouco mais de 35% do valor total. Para que a torcida não xingue, uma parte dos números vai em euro, outra em reais e ainda se dá a promessa de que o time ainda terá uma participação numa futura valorização.

Até hoje não vi ninguém ganhar com essas porcentagens para o futuro. Isso é escrito no contrato, mas quando o time estrangeiro vai vender dá um jeito de "trocar" um jogador por outro sem dinheiro envolvido, divulgar um valor menor ou simplesmente o atleta vai para lá e não tem sucesso.

Outra questão importante é que esse condomínio de "empresários" dividindo jogadores abre a possibilidade que entre os "investidores" esteja algum presidente, diretor ou mesmo técnico do clube. Como essas participações nunca são divulgadas, não é nada difícil que, na melhor das hipóteses, um desses entre com parte do dinheiro para trazer um jogador promissor e depois fique com parte da "valorização". Tendo mais interesse na venda do que em ver seu time campeão.

Mas o exemplo do Corinthians foi apenas um entre muitos. Até o final da janela de transferências, muitas equipes entrarão em negócios mil. Só depois disso é que se poderá ver quem realmente é candidato ao título do Brasileirão. O que se sabe até agora é que pelo menos o Corinthians estará menos forte sem dois titulares.

segunda-feira, julho 20, 2009

Em dia de Vitória, empate

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E o pior é que até foi bom resultado. No domingo o Atlético-MG fez uma de suas piores partidas neste ano ou, vendo pelo outro lado, o Vitória fez no Barradão um grande jogo.

No primeiro tempo os dois times tiveram chances, o Galo perdeu pelo menos duas na frente do goleiro e o Vitória deixou de marcar até em mais oportunidades. No segundo, foi verdadeiro massacre, com o time baiano perdendo gols incríveis. Num deles, o atacante Roger, sozinho, mandou na trave. Se Aranha não é o melhor goleiro do mundo, pelo menos tem sorte.

O que fica de bom é que num dia sem Tardelli e que se joga mal, mesmo assim consegue-se um empate e mantém-se a liderança, agora dividida com o Palmeiras. E que o Galo foi o primeiro time a tirar pontos do Vitória em casa nesta edição do Brasileirão. Enfrentando um gramado ruim e pesado e um time muito bem armado. Creio que tanto Atlético quanto o Vitória de Carpegiani ainda darão trabalho a muito time dito favorito.

Na quinta, contra o Fluminense, volta o Tardelli, que fez falta danada ontem. Em tese, um jogo mais fácil por ser em casa e contra um time na zona do rebaixamento, mas já perdemos pontos assim contra o Botafogo e é necessário deixar a barba de molho.

Agora, vi parte do jogo do Fluminense contra o Goiás no sábado. O time carioca até estava bem no primeiro tempo e saiu na frente. Quando tomou o empate, simplesmente deu um apagão geral. Antes de jogadores e técnico, está faltando confiança. Se continuar assim...

domingo, julho 19, 2009

A primeira fora de casa do Corinthians

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Um belo lançamento de Ronaldo e corte perfeito de Jorge Henrique, que deixou o goleiro pra trás e completou, deixaram o Corinthians na frente no Mineirão contra o Cruzeiro. Logo em seguida, em ataque rápido, Morais deixou Ronaldo na cara do gol, ele chutou e o Leonardo Silva deu uma de goleiro. Pênalti e expulsão. Ronaldo foi caminhando em passo de gordo, bem lentamente, e ainda quis dar paradinha – quer dizer, parar o devagar-quase-parando. Não deu certo, o goleiro Fábio esperou, e pegou bem fácil o chute fraquinho do Gordo. Depois disso, o Corinthians se segurou. Continuou atacando, chegando próximo, mas sem muito volume. O Cruzeiro com dez chegou muito mais, teve lances de perigo e, pela razão mesma de estar jogando em casa e atrás no placar, foi muito mais atrás do empate.

No contra-ataque, Ronaldo marcou, lá pelos 30 min do segundo tempo, aproveitando a assistência de Jucilei. No vídeo a seguir, o gol do Gordo:



Aos 38, Chicão fez pênalti em Kléber. Um pênalti bem tosquinho, por sinal. Ele foi no corpo, numa bola que bastaria se esforçar para fechar o caminho do gol. Nem pegou, mas o Kléber valorizou, com direito a pirueta, e a marcação foi, afinal, justa. O próprio Kléber completou. Para se redimir, aos 47 minutos, Chicão tirou uma bola na linha do gol, e depois Felipe prensou “no peito” com o Kléber, que já estava ali de novo pra completar. Resultado final é Cruzeiro 1 x Corinthians 2, na primeira vitória fora de casa do Timão no Brasileirão 2009, sobre o vice-campeão da Libertadores. Com a vitória do Barueri sobre o Náutico e os demais resultados, mantém-se na 6ª posição na tabela.

O Corinthians jogou com dois atacantes posicionados em linha, e em muitos momentos Morais fucionou como um terceiro atacante. Em três oportunidades, aliás, os três ficaram impedidos juntos, mostrando que estão unidos até nisso. Nesta partida, assim como na anterior, o setor que funcionou melhor é o meio-campo. Isso é importante, pois mostra que o time pode ser mais criativo que destrutivo, se quiser, sem o foco principal na defesa, como acontecia no início da temporada. Cristian e Elias são as duas principais figuras de articulação.

Os reservas que entraram também não fizeram feio não, o que é muito importante num campeonato de pontos corridos. Jucilei entrou muito bem, deu várias enfiadas de bola, tem qualidade este menino. Diogo pela lateral fez alguma coisa, embora ainda não substitua a garra e a “presença constante” de Alessandro, e Diego também não esteve mal no lugar do capitão William. Morais não parte tanto pra cima quanto Dentinho, mas deu alguns bons passes.

No estilo Mano Menezes, miudinho, o Timão está consolidando um bom elenco, inclusive com reservas. O time ainda precisa segurar o jogo mais na frente, por uma parte maior do tempo de jogo e tem condições de fazer isso. Quando faz isso, consegue chegar ao gol, não necessariamente no contra-ataque. Quer dizer, hoje o time tem condições de jogar pra frente, sobretudo porque o time inteiro (exceto o Gordo) marca também, então o apoio pode ser mais dinâmico. Com a bola no pé, é um time que cadencia o jogo e acerta mais do que erra os passes. Com a volta da zaga titular completa, Dentinho e Douglas, o time fica bala. Cabe à diretoria garantir a estabilidade do elenco e trazer alguns reforços para a próxima temporada, mas que não cheguem como “a salvação”, como costuma acontecer, mas sim peças para dar um talento extra a um esquema que está funcionando.

sábado, julho 18, 2009

Vitória simples para dormir na liderança

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Depois do Atlético-MG, a manhã de domingo encontra um novo líder do brasileirão. O Palmeiras venceu o Santo André por 1 a 0, placar construído no primeiro tempo, por Diego Souza. Foi a quarta vitória seguida de Jorginho em cinco partidas, sem conhecer o que é derrota.

Se Internacional ou Atlético-MG vencerem, podem passar o alviverde paulista. Assim como os mineiros, o desempenho das últimas temporadas mina um pouco a credibilidade de que a equipe terá capacidade de manter essa regularidade. Como não há um time mostrando um futebol regular nem um de campeão, a liderança e posições próximas a ela devem ser comemoradas.



Cleiton Xavier foi bem, assim como o autor do gol. Wendel e Armero parecem ter resolvido os problemas do time pelas laterais. Edmilson, atuando como volante garante mais qualidade ao meio campo do quase efetivado no cargo Jorginho.

É curioso constatar que os jogadores mostram disposição a toda prova. Pierre continua a ser Wendel sempre foi esforçado, mas também limitado. Agora, ofensivamente, é uma alternativa e tanto, além de tapar o outrora esburacado lado direito. O camisa 7 Diego Souza e o 10 Cleiton Xavier estão acordadíssimos do começo ao fim. Obina e Ortigoza, titulares do ataque com a sombra de Willians, também. Pierre é o segundo maior ladrão de bolas do campeonato e Maurício mostra uma estabilidade que a zaga verde não conhecia desde Henrique.

Por isso, quando o Marcos, o Goleiro, pede definição da diretoria, parece que o plano do elenco é continuar a ajudar o treinador.

Então, fica, Jorginho, ué?!

Participações inusitadas
Do lado do Santo André, dois jogadores merecem destaque por motivos inusuais. Marcelinho Carioca foi decisivo por fazer uma falta forte em Diego Souza na primeira etapa. Cobrada por Cleiton Xavier para Obina, para a bola sobrar para o mesmo Diego fazer o gol. Para quem costumava decidir a favor do seu time, é divertido que tenha permitido a criação do lance mais importante para a partida do time adversário.

O outro foi Pablo Escobar, boliviano homônimo do comandante do Cartel de Medelín morto em 1993 e dono dos hipopótamos agora mortos. Apesar da aparente vitalidade que garantiu ao time de Sérgio Guedes no início do segundo tempo, ele não chegou a chamar mais atenção pelo futebol do que pela alcunha.

Luxemburgo de volta: o torcedor não merecia mais do mesmo

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O Santos prometeu anunciar seu novo técnico, em primeira mão, pelo Twitter oficial do clube. De fato, o anúncio veio pelo microblog, mas o time foi “furado”, não apenas pela imprensa. O próprio Vanderlei Luxemburgo disse no seu Twitter que era o novo comandante santista, antes do clube fazê-lo.

O fato pode parecer insignificante, mas é simbólico: Luxa chega já estragando uma novidade do marketing alvinegro. O “gênio” atropelar decisões e diretrizes tomadas pelo clube que ele abandonou por três vezes para trabalhar no Corinthians, Real Madri e Palmeiras, respectivamente, sempre foi algo corriqueiro, principalmente em suas passagens com Marcelo Teixeira na presidência. Afinal,o proprietário do Santos Futebol Clube, vulgo chácara Santa Cecília, deixa o amigão sempre à vontade para passear pela propriedade, abrir a geladeira e pegar sua cerveja e dar ordens nos seus empregados. Nada indica que isso vá mudar.

Pra quem falou tanto em contratar o melhor técnico do Brasil, campeão brasileiro nos últimos três anos, e fechou com um treinador caro e que não tinha mercado em nenhum outro clube do Brasil (talvez somente no Fluminense, que tem dinheiro de patrocinador e diretoria igualmente incapaz como a do Santos). A impressão que dá é que Luxemburgo era a escolha feita desde antes da queda de Mancini e esse lenga-lenga de Muricy era tão-somente para ludibriar o pobre torcedor, enquanto se tramava e se acertava o retorno do técnico rejeitado pelo Palmeiras.

Mas há também outra questão, levantada pelo Alex em seu blog: o acerto com Muricy teria pegado porque ele havia exigido uma “limpa” no clube. Muricy não queria trabalhar, por exemplo, com o irregular goleiro Fábio Costa, conhecido desagregador destemperado. Para quem não lembra, no São Paulo o treinador também teve dificuldades para lidar com Rogério Ceni, chegando depois a uma “coexistência pacífica”. Com o santista, o relacionamento prometia ser pior, até porque o arqueiro é um dos principais responsáveis pelo clima ruim no elenco, tendo brigado com jogadores e até com seu chapa preparador de goleiros.

Contudo, Fábio Costa é amigo do dono da chácara. Ele, assim como o técnico que volta agora, já deixou o Santos e enquanto esteve fora menosprezou o clube com comentários pra lá de desrespeitosos. Mas há sempre perdão para os amigos. Eles podem voltar, arranjar confusão, ficar acima do peso, atuar mal e com duas batidinhas no peito depois de uma defesa difícil os torcedores se derretem e o dono da chácara se emociona com tanta prova de amor. Prova de amor próprio, não ao Santos, já que o “apaixonado” é incapaz de vibrar com gols de “seu” (em mais de um sentido) time quando está de fora. E dirigentes e torcedores se portam como uma típica “mulher de malandro”,correspondendo ao aceno do “ídolo”. Quanta carência...

E é assim que o dono do Santos e seus asseclas se reencontram. Podem, quem sabe, trazer alguma alegria para o torcedor? Claro, até pelo baixo nível da concorrência e pela carência do santista que, depois de flertar com o rebaixamento em 2008, vai ficar feliz com qualquer desempenho meia-boca que lhe for apresentado. “Chegamos em quinto lugar, como previsto no nosso planejamento”, bradará ao fim do ano o “gênio”. Mas a que preço virá um título paulista ou uma classificação na Libertadores? Já esquecemos das passagens recentes de Luxemburgo? Será que algum título de Dualib compensou o rebaixamento do Corinthians? Precisaremos chegar lá para acordar?

Espero estar menos ácido das próximas vezes, mas hoje sinto um desgosto profundo de torcer para o Santos, que não é meu nem dos torcedores com os quais me irmano em nome do manto sagrado. Ainda que muitos não percebam, tomaram o Santos de nós.

O Real Madrid joga em Dublin segunda-feira. E daí?

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Opa! Aproveitando 5 minutinhos de internet, comento aqui o "fenomenal" "amistoso" (jogo-treino já é muito esforço de boa vontade) entre o todo-poderoso Real Madrid e o Shamrock Rovers (quem?!??) aqui em Dublin, na segunda-feira. O jogo será em Tallaght, a 5 minutos de onde moro - mas os ingressos sumiram há muito tempo. Tem gente que diz que começou pelo preço módico de 10 euros (cerca de R$ 30), mas chegou a 200 euros. Não duvido que tenha começado com um preço tão baixo, pois o futebol não empolga muita gente aqui na Irlanda. Prova disso é que o tal Shamrock é um dos dois clubes mais populares, ao lado do Bohemians, e ninguém nunca ouviu falar deles. O esporte aqui é o rugby. Questionado pela imprensa, o neo-galático Cristiano Ronaldo foi sincero: "Honestamente, nao conheço nada do futebol irlandês". E, durante coletiva na cidade de Co Kildare, onde o time vem treinando desde o dia 14, nem deu certeza de que estará no tal "amistoso". Tudo bem. Tirando um bando de crianças, mais motivadas pelo superstar português do que pelo time do Real Madri, quase ninguém foi até lá para tietar. E em Dublin, ninguém fala sobre o jogo de segunda. Acho que os espanhóis vieram aqui mais pra tomar umas Guinness...

sexta-feira, julho 17, 2009

Festival Mundial da Cachaça reúne 44 alambiques em Salinas

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Salinas (MG) se proclama a capital mundial da cachaça. Assim como mais três dúzias de municípios, a cidade a 600 quilômetros de Belo Horizonte, se considera local privilegiado para produzir a marvada. Para divulgar ainda mais a grife da cidade, a VIII Feira Mundial da Cachaça acontece de ontem, 16, a domingo, 19. A história começou com palestras, prossegue com estandes e degustação de 44 expositores – 34 anos do que em 2007 – e shows.

Foto: Blogue do governo de Minas Gerais

Rótulos de cachaças de várias cidades mineiras

É a terra da legendária Havana, atualmente Anísio Santiago, e de mais 50 marcas registradas junto à Associação de Produtores de Cachaça de Salinas (Apacs). São 2 milhões de litros daquela que matou o guarda para uma população de 37,3 mil, o que equivale a 53,6 litros de branquinhas e amarelinhas por habitante. A principal produtora é a Fazenda Olaria, responsável pela Seleta, Saliboa e pela Boazinha, que respondem por 1 milhão de garrafas (de 600 mL, 700 mL e 1L) anuais.

Assim como fez Anísio Santiago, a imagem da cidade aproveita para reforçar o mito. "Pesquisas mostram que algumas leveduras [fungos responsáveis pela fermentação] diferenciam nosso produto", jura o presidente da Apacs, Nivaldo Gonçalves, à Agência Brasil. "Também tem a questão do Sol, devido à altitude das nossas terras, onde estão os canaviais, e até mesmo a composição do solo”, avalia.

Aliás, o atual dono da Havana, Oswaldo, adota a técnica aparentemente inversa à do fundador, ao resumir o segredo como "asseio, asseio, asseio, cuidado com os depósitos, com o canavial, com o envasamento e o armazenamento, de mais de dez anos". Depois, diz que a qualidade do solo e da cana java influem. "Na verdade, tudo aqui influi", desdiz.

As exportações da cachaça mineira somaram R$ 16 milhões em 2008, crescimento de 18% em relação ao ano anterior. O problema, segundo o Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac), é que a maior parte disso vira caipirinha. Imaginar garrafas e garrafas de Havana e Andorinha sendo despejadas em copos de limão espremido com açúcar provoca arrepios.

O cinema de Marguerite Duras, agora em São Paulo

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Depois do imenso sucesso no Rio de Janeiro, depois de passar por Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte, a mostra de cinema "Marguerite Duras: escrever imagens", com minha curadoria, chega finalmente a São Paulo. Começa hoje, 17 de julho, e vai até a quinta que vem, dia 23, no CineSesc, que fica na rua Augusta nº 2.075.

É um cinema raro, de uma mulher que soube transgredir todas as regras que a limitavam sua investigação dos sentidos e desrazões do estar no mundo. Aliás, Marguerite se aproveitou dessas transgressões para aguçar sua caneta e potencializar sua escrita. Mas isso vale não só para a sua obra, suas invenções provocadoras ultrapassam em muita as questões de linguagem e vão fundo na sua vida pessoal. Ela foi uma provocadora nos costumes (com sua vida sexual "numerosa", como ela diz), na política (com sua crítica feroz tanto ao stalinismo amordaçador do PCF quanto aos reacionários de todas as estirpes), e por onde mais passou.

Marguerite Duras, entretanto, sempre foi mais conhecida pela sua obra literária. Pouco se sabe sobre os 19 filmes que ela dirigiu. Nesta mostra, teremos nove destes filmes e mais o clássico Hiroxima meu amor, de Alain Resnais com roteiro de Marguerite Duras, que completa o seu cinquentenário neste ano. Não é um cinema fácil, pois rompe com todas as referências do que estamos habituados a chamar de cinema. Marguerite, aliás, nunca quis fazer carreira no cinema, quis sim investigar com os recursos audiovisuais regiões inexploradas de seu trabalho. E quem for, aberto à novidade que este cinema ainda é, poderá se maravilhar com a belíssima fotografia de seus filmes e com as narrativas veiculadas por vozes trabalhadas até nas mais ínfimas sutilezas sonoras.

Na próxima quarta-feira, dia 22, às 19h30, eu e o Jorge Lescano, grande especialista em Duras e em teatro, promoveremos um "colóquio" sobre os diálogos entre cinema e teatro na obra de Marguerite Duras.

Abaixo, segue a programação do CineSesc.


Marguerite Duras: escrever imagens




CINESESC
Rua Augusta, 2075 - Cerqueira César - São Paulo - SP
cep 01413-000 • telefone: 11 3087-0500 • fax: 11 3087-0501
e-mail: email@cinesesc.sescsp.org.br
www.sescsp.org.br • 0800 11 82 20


PROGRAMAÇÃO


Dia 17
19h20 Aurélia Steiner (Melbourne)
Aurélia Steiner (Vancouver)
Cesária
21h30 Índia Song

Dia 18
19h20 Destruir, disse ela
21h30 Hiroxima, meu amor

Dia 19
19h20 Agatha ou as leituras ilimitadas
21h30 O homem Atlântico
As mãos negativas

Dia 20
19h20 As crianças
21h30 Destruir, disse ela

Dia 21
19h20 Agatha ou as leituras ilimitadas
21h30 Aurélia Steiner (Melbourne)
Aurélia Steiner (Vancouver)
Cesária

Dia 22
19h20 O homem Atlântico
As mãos negativas
21h30 Hiroxima, meu amor

Dia 23
19h20 Índia Song
21h30 As crianças


Colóquio
Diálogos entre o cinema e o teatro em Marguerite Duras
Dia 22 de junho - 19h30
Hall do Café - Cinesesc

Maurício Ayer, pesquisador da obra cinematográfica de Duras e
curador da mostra, e o escritor e dramaturgo Jorge Lescano se
encontram com o público para discutir as duas faces menos
conhecidas da obra de Marguerite – o teatro e o cinema. Agatha
– obra que condensa o valor da palavra e da voz, e elementos do
Teatro No – será o fio condutor do debate.

Eu estava lá no título do Estudiantes

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Como o parceiro Blá Blá Gol ainda não publicou a versão do cruzeirense que estava no Mineirão, aqui vai a visão de nosso amigo e colaborador Gerardo Lazzari, torcedor do Estudiantes que estava trabalhando e (torcendo) no estádio.

Texto e fotos por Gerardo Lazzari

Trinta e oito anos se passaram desde a final de Libertadores contra Nacional de Montevidéu, em Lima (Peru), em 1971.

Como tantos outros garotos, fui inscrito como “sócio ao minuto de nascer” no clube, antes mesmo de ser registrado em cartório. Cresci ouvindo histórias das “Copas”, da viagem de torcedores a São Paulo para assistir à final de 1968 contra o Palmeiras, no Pacaembu, ou as três vezes em que a torcida do Estudiantes cruzou o Rio de La Plata, num barco, para lotar o Centenário, uma vez contra Peñarol e duas com o Nacional.

Menção especial sempre teve a Copa Intercontinental ganha sobre o Manchester, em
1968. Esse foi um evento diferente por que era a primeira vez que um time argentino vencia um time inglês na Inglaterra. O poderoso Manchester era a base da seleção campeã em 1966, e o Estudiantes era um pequeno time de 11 operários, sem ninguém da seleção nacional. Depois de ganhar o primeiro jogo na Bombonera lotada, o Estudiantes empatou por 1x1, em Manchester, com gol de la Bruja Veron. Esse time chamado pela imprensa inglesa de “os índios” deu a volta olímpica em Old Traford e todos foram recebidos na argentina como heróis.
Meu pai me levou ao velho campo de Madeira de calle 1 e 57 aos 4 anos de idade pela primeira vez. De lá para cá, vi times muito ruins e times que foram campeões.

Nos anos 90 vi o Estudiantes cair para segunda e voltar no ano seguinte com um time com Verón, Palermo, Capria, Calderon, que jogava barbaridades e encheu estádios por todo o país.

Quarta, dia 15, era o dia mais importante em 38 anos, e eu estava lá, junto com praticamente 5 mil torcedores que vieram na sua maioria de La Plata, mas também de Brasília, Buzios, Santos, São Paulo, Califo
rnia etc.

Em todos nós corria o mesmo espírito da época das “Copas”, “podemos perder, mas vamos morrer em campo pelas cores da camisa”.

Estava trabalhando para dois jornais de La Plata, com a obrigação de ter boas imagens e conseguir transmiti-las rapidamente para ir fechando as páginas. Quando o Cruzeiro marcou o gol parecia que o estádio ia explodir, mas interiormente não me abalei, pois percebi nos jogadores muita confiança. Imediatamente o Estudiantes empatou o jogo, a torcida celeste emudeceu e a “hinchada pincharrata” tomou conta com um grito constante.

Fiquei parado no mesmo lugar que estava quando ocorreu o gol para não mudar a sorte, aí veio o segundo. Nem a pau ia sair do lugar até que acabasse o jogo, “vai que me mexo e o Cruzeiro empata”. Eu me virava a cada 5 minutos e perguntava para o preparador físico do Estudiantes, que estava próximo, quanto faltava
para terminar. Não queria pensar em nada até acabar.

Achar-se campeão antes de o árbitro apitar o final dá azar (pelo menos nós, pincharratas, pensamos assim). Os cruzeirenses achavam que já tinham vencido antes de começar o jogo, andavam com faixas de tricampeão, os jornais locais titularam manifestações do tipo já é Tri, os torcedores tiraram fotos com a taça que estava em exposição no estádio, e nós pensávamos, “xiii, vai dar azar para eles...”.

Quando o árbitro apitou, me perguntei o que estaria sentindo meu pai, ao ver nosso clube Campeão de América novamente depois de 38 anos. Eu não acreditava, pensei que nunca ia ver, mas eu estava lá
.