Destaques

segunda-feira, julho 27, 2009

E o Sport, hein?

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A notícia tem um quê de previsibilidade: Émerson Leão foi demitido, hoje pela manhã, do comando do Sport. A princípio, são duas as causas do bilhete azul dado ao técnico. A primeira é o mau desempenho do treinador - foram 10 jogos no comando do time, com cinco derrotas e apenas duas vitórias. A outra é uma suposta "insubordinação" de Leão, que teria recusado a contratação do veterano Marcelo Ramos, já definida pela diretoria do clube (isso te lembra algo?).

Agora o Sport correrá atrás do seu terceiro técnico do ano. O time começou 2009 com Nelsinho Baptista à frente da equipe. Após a eliminação da Libertadores e uma briga com atletas, Nelsinho caiu e Leão assumiu. O ex-goleiro tinha como background boas passagens anteriores pelo time pernambucano - vale lembrar que ele era técnico do Sport quando foi chamado para comandar a seleção brasileira, em 2000.

Curioso é ver que agora, correndo atrás de técnicos, o Sport volta a ser um time "normal". Trocando treinadores a cada resultado ruim, tentando achar um jeito para jogar uma boa bola, e, até segunda ordem, se esforçando para escapar do rebaixamento. Difícil imaginar que o rubro-negro faça coisa melhor nesse Brasileirão.

Tal condição é bem diferente do que o Sport sugeria no começo do ano. Recapitulando: o time iniciava 2009 com o cartaz de ser o campeão da Copa do Brasil, com uma Libertadores pela frente, com um técnico mantido no cargo há mais de um ano... já falava de se consolidar como "a força do futebol do Nordeste", "oposição ao eixo Rio-São Paulo" e por aí vai...


Eu sempre digo que encher muito a bola de "planejamento e profissionalismo" no futebol é algo que não me desce. Afinal, o senso comum chama de "planejado e profissionalizado" o time que mostra resultados em campo. O julgamento recebe a mão inversa - olha-se os resultados e aí se atribui o rótulo de "organizado". A imprensa daqui do Sudeste - que não acompanha o dia-a-dia do Sport - cansou de encher a bola dos pernambucanos em 2008, tratando o clube justamente como "planejado", principalmente pela manutenção de um novo técnico. Agora, que o Sport muito provavelmente passará o resto do Brasileirão lutando contra o rebaixamento, atacará a "falta de planejamento" do clube.

Será que não é mais negócio ver o dia-a-dia de uma equipe antes de fazer esse tipo de análise?

Roth prova de seu próprio veneno

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Iarley o autor do gol em foto do Estado de Minas/Uai

O Galo ontem no Mineirão provou mais uma vez que é time de um esquema só. Bloqueia bem o meio de campo com 3 ou 4 volantes e sai rapidamente no contra-ataque. Quando o adversário não vai para o ataque, o caldo entorna... Foi o que aconteceu contra o Goiás, no Mineirão.

Hélio dos Anjos, à la Roth, armou uma retrancona, com três zagueiros, seis no meio de campo e apenas o Iarley no ataque. Das duas chances que teve em toda a partida, o time verde marcou uma, o que foi suficiente para levar os três pontos.

O Atlético ficou com a bola quase o tempo todo, mas não teve inspiração. Tardelli e Éder estavam bem marcados, daí faltou a aproximação de um meia criativo, que o time não tem. A armação sobrava para os volantes, que erravam passes na hora decisiva ou davam chutes da entrada da área que iam fora do Mineirão.

Júnior também estava mal no papel de tentar municiar os atacantes, mas a entrada de Evandro mostrou que estamos de mal a pior nessa posição. O ex-palmeirense não fez absolutamente nada que não fosse um burocrático passe para o lado, o que explica por que o Palmeiras o deixou sair de graça.

Ainda quando estava 0 a 0, Roth fez outras substituições equivocadas. Tirou Éder Luís e pôs Alessandro, depois entrou o atacante Kléber no lugar do volante Serginho. Não adiantou nada ficar com três atacantes na área porque o problema estava no domínio do meio de campo. A partir daí o Goiás, que tinha seis jogadores contra três no setor, mandou no jogo e fez o seu gol.

Roth tem crédito, mas precisa armar alternativas para quando o adversário se fecha todo. Foi assim que perdeu pontos para Santo André, Botafogo e Goiás. E precisa testar um dos armadores talentosos que existem no elenco. Não dá para entender por que Renan Oliveira e Tchô não ficam nem no banco. Se os dois não prestam, que se contrate um jogador para armar jogadas e bater faltas e escanteios. Dá até raiva quando o juiz marca algo a favor do Galo, antes de bater já se sabe que não vai dar em nada.

E volta a realidade mascarada pela liderança, o Galo não tem time para ser campeão. Tem jogadores esforçados, mas se quiser pegar pelo menos a Libertadores tem de trazer pelo menos um meia e um zagueiro para serem titulares.

domingo, julho 26, 2009

Um 3 a 0 para Obina sobre o Corinthians

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O Palmeiras venceu o Corinthians por 3 a 0 em Presidente Prudente. Voltou a se igualar em pontos ganhos com o Atlético-MG, na liderança. Enquanto o Goiás aplicava a segunda zebra seguida contra os da ponta superior da tabela, o Palmeiras via o fim da era Jorginho com a sexta partida seguida contra os alvinegros paulistanos sem conhecer derrotas. Recuperou também o Verdão do tropeço do meio de semana em Goiânia.

O primeiro gol foi de peixinho, em um cruzamento perfeito de Pierre. O segundo de pênalti, cometido abestadamente por Chicão. O terceiro foi em um contra-ataque em que Obina dividiu no alto com Moradei, deixando a bola para Cleiton Xavier esperar e deixar o centroavante livre para completar o escore.



Ele não é melhor do que o Eto'o. Nem é melhor do que o Keirrison do começo do ano. Mas decidiu o jogo e tem marcado gols. E está mais magro do que o Ronaldo.

Aliás, foi a saída do gordo que mudou a cara do jogo. O primeiro tempo foi mais disputado até a contusão de Ronaldo que, ao sofrer falta de Souza, caiu de novo, desta vez sobre a mão direita, produzindo suspeita de fratura. A partir daí, o Corinthians murchou e o Palmeiras cresceu. Depois do segundo e do terceiro gols, a partida foi administrada pelo alviverde, com períodos de tensão sem sentido.

De presente para Muricy Ramalho, o interino que quase se efetivou deixa o artilheiro Obina e a equipe mais faltosa do campeonato. O time marca muito com dois zagueiros, dois ou quatro volantes (no caso de Cleiton Xavier se dedicar mais às funções defensivas), e também bate. Embora as pancadas mais sem noção da tarde em Prudente tenham ficado para Alessandro, expulso, e Jorge Henrique, que saiu ileso.

Depois de cinco dias sem sinal de celular nem acesso à internet (fui derrubando cada conexão por onde eu passava), eu ia escrever impropérios contra Vanderlei Luxemburgo, que já entregou o time como campeão das faltas e sem artilheiro, mas depois do post do Glauco, a cota "pau-no-Luxemburgo" pode ficar para os comentários.

Santos 1 X Flamengo 2 - Nem Robério de Ogum salvou...

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E o recordista de títulos brasileiros e dono de sensacional aproveitamento de pontos pelo Santos na Vila Belmiro conseguiu outro feito: participou da primeira derrota santista para o Flamengo no estádio desde 1976.

O histórico da atuação de Luxemburgo na partida foi mais fundamental na segunda etapa. A primeira mudança de Luxemburgo foi substituir Roberto Brum por Róbson. E aí, a evidência de como andam as coisas no Santos e a mostra que a habilidade do treinador em lidar com o elenco é algo questionável. O volante tomou o amarelo, foi cumprimentar Luxa, que se recusou a fazê-lo. Parece que o pastor-atleta não vai jogar mais no time, como ficou claro na coletiva do técnico. Difícil saber se a avaliação do médium Robério de Ogum, que disse que o jogador atraía “energias negativas”, influenciou na postura de Luxemburgo.

Se foi isso, a mística deu certo em um primeiro momento. Róbson, que entrou e salvou o time em outras oportunidades, fez o mesmo ontem. Parece ser o amuleto da vez, depois da saída de Molina. Mas nem só de sorte se faz uma equipe. O goleiro Felipe, bancado por Luxa, chegou a ter seu nome gritado na Vila Belmiro em uma defesa feita contra em finalização de Adriano dentro da área. Contudo, em outro chute do mesmo Adriano, de fora da área, jogada típica dele e nem por isso marcada pelos alvinegros, Felipe sofreu o gol de empate.

E, de novo, parece que os espíritos da bola não conspiraram a favor do “iluminado” Vanderlei. A maldição da lateral-direita santista se manifestou no gol contra de Pará, o ocupante da posição da vez.

O que esperar agora do time contra o Náutico, lanterna do campeonato brasileiro? Até quarta, nosso técnico achará alguns bodes expiatórios, rifará jogadores, e fará mudanças cosméticas que aparentarão ser radicais só para iludir a torcida. Certamente, desviará o foco da imprensa e dos torcedores, preservando-se.

Enquanto o Flamengo derrotava o Peixe, Jorginho, autor do gol 10 mil da história do Santos, comandou o espólio do time que Luxemburgo deixou desarrumado no Parque Antarctica para um belo 3 a 0 sobre o Corinthians. O balanço do Peixe pós- Mancini: um empate, duas derrotas e uma vitória. Será que o problema era o técnico anterior mesmo? Vale o investimento no atual? Ou seria melhor investir em um comandante menos custoso e aplicar em reforços?

*****

O Palmeiras anunciou Muricy Ramalho como técnico. Muitos dirigentes e assemelhados do Santos tentaram fazer disso um episódio que exemplificaria um menosprezo do ex-sãopaulino pelo Peixe. Balela. Antes de Mancini cair, Muricy já havia declarado que havia gostado muito da conversa com Luiz Gonzaga Belluzzo e outros dois diretores palmeirenses. A diferença entre a proposta da Vila – melhor financeiramente – e a do Santos é fundamentalmente uma: a qualidade da administração de um e de outro clube, e não a tradição ou coisa que o valha. Muitas vezes o torcedor confunde a diretoria com a instituição, e cai nessa lenga-lenga dessas pessoas que se adonaram do Santos. Muricy fez o que qualquer um faria, foi para o lugar onde existe gente mais séria para poder desenvolver seu trabalho.

sexta-feira, julho 24, 2009

Noite dos goleiros no Mineirão

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Quando a fase é boa, a cada partida um jogador se destaca. Ontem, no Galo versus Flu, foi a vez do Aranha. O público de quase 56 mil pessoas viu um goleiro que não é tecnicamente perfeito, mas que estava numa noite inspirada e evitou pelo menos três gols do adversário.

Mérito também para Fernando Henrique, com defesas precisas em praticamente toda a partida, mesmo que muitas vezes com o pé, o que dificulta entender por que Parreira e seu substituto, o tal do Eutrópio, O Breve, insistiam no Ricardo Berna. Aquele que tomou três gols de fora da área do Goiás em pleno Maracanã.

Foi um grande jogo, com chances para os dois lados, mas resolvido em lances confusos no segundo tempo. No primeiro gol do Atlético a bola foi cruzada pelo lateral Thiago Feltri, bateu num zagueiro, bateu na cabeça do volante Serginho, bateu no chão, pegou efeito e entrou. Ressalva que é a segunda partida inteira do volante depois de ter ficado mais de um semestre parado por conta de operação no joelho. A primeira foi contra o São Paulo, em que fez um golaço.

No segundo gol contra o Flu, de novo cruzamento do Feltri, goleiro e zagueiro tentam cortar, não conseguem e a bola sobra para Tardelli, cuja maior dificuldade foi tirar o braço para que a bola não batesse.

No gol do Flu, Aranha soltou uma bola esquisita para o lado, ela foi cruzada e numa dividida entre o volante Renan e o atacante tricolor Kiesa acabou indo para o fundo das redes. O juiz Seneme, se quisesse, poderia ter assinalado gol contra, mas premiou de maneira correta o atacante.

E assim vai, partida a partida, uma liderança sofrida, conquistada em detalhes durante as partidas, agora que se ultrapassa 1/3 do campeonato. O Galo não está tendo nenhum jogo fácil, talvez até por suas debilidades, mas vem conquistando pontos importantes, muitas vezes pelo bom preparo físico.

Com a contratação do atacante colombiano Rentería, faltam ainda, pelo menos, um bom zagueiro e um armador que saiba bater faltas. Daí, se não perder ninguém, as chances de Libertadores passam a ser reais.

O tombo de Ronaldo: o lance da rodada

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Aos 15 minutos do primeiro tempo do jogo do Corinthians contra o Vitória, os deuses do futebol avisaram: até os grandes têm seu momento patético, ainda mais em um gramado molhado. Poucas vezes vi uma escorregada assim...

E não é que dessa vez deu?

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Felipe; Diogo, Chicão, Jean e Diego; Jucilei, Elias, Douglas (Moradei), Morais (Jorge Henrique) e Dentinho (Marcinho); Ronaldo. Foi com esse time que o Corinthians venceu o Vitória, no Pacaembu, por 2 a 1. Gols de Dentinho (um golaço, em passe açucarado de Ronaldo) e, pasmem, Jean, após passe perfeito de Douglas.



Do jogo, o padrão corintiano nas últimas rodadas. Pressiona no começo do jogo e marca. Duas vezes, nesse caso. Depois, dá uma recuada e leva gol (bela enfiada de William para o gol de Apodi). No segundo tempo, deu uma pressionadinha no começo e tomou calor no resto.

Percebam que o time inicial descrito lá em cima, sem considerar André Santos e Christian, tem três reservas. Foi com essa formação que o time fez dois a zero. No segundo tempo, Jorge Henrique entrou no lugar de Morais, mas o placar permaneceu o mesmo. Isso mostra que tem algum elenco ali e dá esperança pós-desmanche.

Por outro lado, o gol de Jean (?!?) foi 80% por conta do passe açucarado de Douglas. E nos dois tempos Felipe fez mais uma vez defesas monstruosas e garantiu o resultado. Vamos sentir falta dos demissionários.

A vitória sobre o Vitória – lembremos que, considerando o time titular da final da Copa do Brasil, sem cinco titulares – colocou o Corinthians na quarta colocação, 1 ponto atrás do Inter, 2 atrás do Palmeiras e 5 atrás do Atlético. Se ganhar o clássico do Palmeiras no domingão, ganha pelo menos mais uma. É difícil, vai ficar ainda mais, mas estamos aí.

quinta-feira, julho 23, 2009

Corinthians luta pra mostrar que ainda dá

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O Corinthians joga daqui a pouco contra o Vitória, em São Paulo, numa chance importante para chegar mais perto de ocupar um lugar no G4. Além disso, tenta acalmar os ânimos da torcida, que está bastante preocupada com o desmanche do time campeão Paulista e da Copa do Brasil.

A zaga que provavelmente entrará em campo preocupa: Diogo, Chicão, Jean e Diego. Apenas um titular e um lateral-esquerdo improvisado. Jogam com a proteção de Jucilei e Elias, que não estão entre os melhores marcadores que eu já vi. A esperança fica no ataque, que deve ser o titular. Se bem que Jorge Henrique é dúvida – em seu lugar jogaria Morais.

Será a primeira partida sem Christian e André Santos e, talvez, a última de Douglas (que pode ir para um time árabe) e Felipe, que teria proposta do CSKA. Além dele, Elias pode estar de saída para um “time médio” da Itália. Segundo Benjamin Back, do Lance!, o jogador quer ficar, mas pediu uma compensação financeira: R$ 1,5 milhão de luvas e R$ 150 mil mensais de salário. Se for isso mesmo, acho que vale pagar - só não sei de onde tirar dinheiro.

A coisa está ficando feia mesmo, mas ainda não estou desesperado. Já vi corintianos falando que o time vai acabar rebaixado. Não creio que chegue a tanto.

A resposta para essa dúvida da torcida começa a ser dada hoje. Depois desse jogo, vem o clássico contra o Palmeiras, que vem querendo mostrar serviço para o novo técnico, Muricy Ramalho. Duas pedreiras. Vamos ver o que Mano Menezes consegue com as peças que vão sobrando.

Outra saída - Essa deve deixar mais animada parte da torcida alvinegra: o Corinthians conseguiu arranjar um time para quem emprestar o meia Lulinha. Trata-se do Estoril, de Portugal, que contará com o atleta por dez meses. Não pagar o salário do garoto-prodígio pode ser um alívio para bancar outros jogadores - quem sabe Elias?.

Uma curiosidade a respeito do Estoril: cinco vezes campeão da segunda divisão portuguesa, segundo matéria do Uol, o clube enfreta crise financeira e ficou na quarta posição no ano passado. A solução encontrada foi claramente inspirada em casos tupiniquins: vender par a Traffic. "O Estoril é o time que a Traffic comprou em Portugal. Queremos que o Lulinha jogue. Entre jogador e Estoril já está tudo certo" explicou ao UOL Esporte o empresário de Lulinha Wágner Dinheiro, opa, Ribeiro. Quem disse que o futebol brasileiro não tem dinheiro?

A reestreia do "gênio"

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Quando vi a escalação do Santos, com três volantes (Paulo Henrique Ganso no banco) e somente um atacante nato com um meia improvisado na frente, em plena Vila Belmiro, contra um rival que era o primeiro depois da zona do rebaixamento, pensei: o que e isso? Mas aí lembrei que o novo técnico santista é “gênio”, claro que, embora os incautos torcedores alvinegros não saibam, ele nos proverá com sapiência e resultados frutíferos.

Mas no momento que vi os relacionados para a partida, virei para a editora de arte e eminência parda deste blogue, também é santista, e falei: esse time não vai dar certo, ele vai desfazer o esquema depois do intervalo e ainda vão dizer “puxa, como o Luxemburgo mexe bem no segundo tempo”. Não precisou nem esperar o começo da etapa final para um comentarista de rádio falar que “o Vanderlei enxergou muito bem o jogo” ao colocar Neymar e Ganso no intervalo. Como é bom contar com a mídia do lado...

A segunda etapa, que consegui ver pela TV, foi medíocre. Mas Neymar, em um lampejo daqueles que salvam o desempenho de um time, de uma torcida, de um “gênio”, deu a vitória ao Peixe. Merecida do ponto de vista da justiça ideal que não existe no futebol, já que o Alvinegro teve algumas pseudo-chances de marcar e o Atlético-PR, no auge da sua mediocridade e candidatíssimo à Série B, nem isso teve.

Vai ser essa a toada. Virão alguns reforços, talvez veteranos ganhando alto como Emerson e que não renderão nada ao clube quando saírem. Assim como Luxemburgo, que pode sair no fim do ano para ser candidato a senador pelo PT de Tocantins. Como já brincamos por aqui, nem ele conseguirá piorar o nível do Senado...

Enquanto isso, em Campos do Jordão...

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Acabei de coordenar a edição de um livro sobre o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, o mais importante evento de formação e difusão de música clássica da América Latina. Por conta disso, me convidaram a passar uns dias lá.

E para lá eu fui, na terça-feira. Estava então tomando uma sensacional Red Ale no bar da cervejaria Baden Baden (ao lado, na foto de Gonçalo Lopes). Na mesa ao lado, meia-dúzia de playboyzinhos com seus vastos óculos escuros comiam salsichões, quando uma loirona montada em botas de couro apareceu vendendo bilhetes da Mega Sena. "Só R$ 20", dizia, acho que por um bilhete com seis jogos, "está acumulada em R$ 45 milhões", e sorria. Os meninos estavam totalmente desinteressados. A moça insistiu e um deles resolveu explicar as suas razões, apontando um dos colegas: "É que ele já tem tanto dinheiro, mas tanto..."

Diante de um argumento desses, a moça apelou a um jargão mais adequado: "Comprem, vai, pra me ajudar". Sem dúvida, manter a escova progressiva e as luzes no cabelo não deve ser fácil, era justa a esmola. Mas antes que seus amigos se abalassem, o garoto finalizou com toda classe, sem chance de réplica: "Mas é só R$ 45 milhões... Meu pai é acusado de ter desviado mais que isso". Gente fina é outra coisa.

Adeus ao Brasileirão 2009, pelo menos

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Parece mesmo que o Corinthians vai passar por um desmanche completo. Que o clube precise abrir mão de um ou dois de seus destaques, tudo bem, ainda mais considerando que o histórico do Corinthians é de má administração, o que significa que sobram dívidas eternas pra pagar. (Não quero dizer com isso que as contas agoras estejam em boas mãos, não sei nada sobre as atuais finanças.) Mas vender três ou quatro jogadores do "núcleo duro" do time já é demais. Em particular, lamento muito a saída de Cristian. E se negociarem Felipe, como o Andrés Sanches vem anunciando, será também uma perda irreparável em curto prazo.

Não vejo mais chances para este ano, frustrando todas as esperanças que eu começava a alimentar. E, apesar dos bons resultados até aqui, minha confiança nesta administração é bem frágil. Espero que haja um bom plano de reposição, pois senão vai aumentar demais o roll dos que designo carinhosamente como "filhos da puta". Isso, claro, pensando no ano que vem. A menos que Mano Menezes surpreenda... mas acho bem difícil.

quarta-feira, julho 22, 2009

Aula prática de coronelismo

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Em um post a respeito da situação da governadora Yeda Crusius no Rio Grande do Sul, o jornalista Leandro Fortes comparou as imagens da tucana chamando professores de "torturadores de crianças" com outra situação, vivida em 1986 pelo ex-governador da Bahia Antonio Carlos Magalhães, o popular e falecido ACM.

Naquela eleição, o candidato do então Ministro das Comunicações do governo Sarney, Josaphat Marinho, viria a ser derrotado por Waldir Pires, do PMDB. A cena abaixo, que foi publicada por num comentário do leitor DKRC no post de Fortes, mostra o quanto a moral de ACM estava baixa naquele momento em seu estado/feudo.



Mas mais que isso, mostra a forma de um coronel lidar com críticas. O repórter em questão é Antonio Fraga, 19 anos, repórter-estagiário da TV Itapoan e colega de classe de Fortes no primeiro ano de jornalismo da Universidade Federal da Bahia. Na ocasião, como descreve Fortes, "com a audácia tão típica da juventude, ele furou o séquito de bajuladores carlistas e perguntou, à queima-roupa, na cara de ACM, o que ele achava de estar sendo vaiado. (...) Na aurora da redemocratização do Brasil, o garoto Fraga conseguiu mostrar para o país quem era, de fato, aquela triste e grotesca figura política que ainda iria reinar soberana nas colunas políticas da imprensa brasileira, por muitos anos, impune e cheia de prestígio."

Grandes tragédias e pequenas vitórias em um Brasil de absurdos cotidianos.

terça-feira, julho 21, 2009

Muricy Ramalho é o novo técnico do Palmeiras

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Confirmado: após ficar sem emprego por um mês (ou estaria de férias?), Muricy Ramalho será apresentado amanhã como novo treinador do Palmeiras. Desde já cravo o time alviverde como maior favorito ao título do Brasileirão de 2009. Será também uma oportunidade do ex-sãopaulino fazer um trabalho melhor que o antecessor, que quase conseguiu a façanha de deixar o forte time do Verdão fora da Libertadores na última rodada do Brasileiro de 2008.

A estreia deve ocorrer no domingo, contra o Corinthians. Parabéns ao Belluzzo, mas nada como concorrer em uma negociação com Marcelo Teixeira. Isso deve ter facilitado bastante a volta atrás de Muricy...

Serviço de inutilidade pública informa:

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Complementando o post anterior, o Real Madrid venceu o Shamrock Rovers por 1 a 0 ontem, com gol de Benzema aos 42 do segundo tempo. Cristiano Ronaldo (foto) não fez praticamente nada em sua primeira partida pelo clube espanhol. Ao chutar uma falta quase pra fora do acanhado campinho de Tallaght, a torcida irlandesa não perdoou e comecou a tripudiar: "Who are yah? - Who are yah?" ("Quem e voce? - Quem e voce?"). A derrota pelo placar mínimo soou como vitória para os 10 mil beberrões que viram o sonolento embate.

Uma cena, vários sentimentos...

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...no meu caso, nenhum deles é bom.

Clubes são barrigas de aluguel

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A venda de André Santos e Christian, pelo Corinthians, mostra mais uma vez a realidade em que os clubes tornaram-se verdadeiras barrigas de aluguel. Sem dinheiro, recorrem a "empresários" para contratarem os jogadores. Os que fazem sucesso são vendidos depois da "gestação" e o clube fica com uma pequena parte pela valorização que proporciona.


É fácil ver isso. Pelo que foi divulgado, os jogadores do Corinthians foram vendidos por cerca de 14 milhões de euros. Pela cotação atual, pouco menos de R$ 38 milhões. Foi divulgado que o clube receberá R$ 13 milhões, pouco mais de 35% do valor total. Para que a torcida não xingue, uma parte dos números vai em euro, outra em reais e ainda se dá a promessa de que o time ainda terá uma participação numa futura valorização.

Até hoje não vi ninguém ganhar com essas porcentagens para o futuro. Isso é escrito no contrato, mas quando o time estrangeiro vai vender dá um jeito de "trocar" um jogador por outro sem dinheiro envolvido, divulgar um valor menor ou simplesmente o atleta vai para lá e não tem sucesso.

Outra questão importante é que esse condomínio de "empresários" dividindo jogadores abre a possibilidade que entre os "investidores" esteja algum presidente, diretor ou mesmo técnico do clube. Como essas participações nunca são divulgadas, não é nada difícil que, na melhor das hipóteses, um desses entre com parte do dinheiro para trazer um jogador promissor e depois fique com parte da "valorização". Tendo mais interesse na venda do que em ver seu time campeão.

Mas o exemplo do Corinthians foi apenas um entre muitos. Até o final da janela de transferências, muitas equipes entrarão em negócios mil. Só depois disso é que se poderá ver quem realmente é candidato ao título do Brasileirão. O que se sabe até agora é que pelo menos o Corinthians estará menos forte sem dois titulares.

segunda-feira, julho 20, 2009

Em dia de Vitória, empate

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E o pior é que até foi bom resultado. No domingo o Atlético-MG fez uma de suas piores partidas neste ano ou, vendo pelo outro lado, o Vitória fez no Barradão um grande jogo.

No primeiro tempo os dois times tiveram chances, o Galo perdeu pelo menos duas na frente do goleiro e o Vitória deixou de marcar até em mais oportunidades. No segundo, foi verdadeiro massacre, com o time baiano perdendo gols incríveis. Num deles, o atacante Roger, sozinho, mandou na trave. Se Aranha não é o melhor goleiro do mundo, pelo menos tem sorte.

O que fica de bom é que num dia sem Tardelli e que se joga mal, mesmo assim consegue-se um empate e mantém-se a liderança, agora dividida com o Palmeiras. E que o Galo foi o primeiro time a tirar pontos do Vitória em casa nesta edição do Brasileirão. Enfrentando um gramado ruim e pesado e um time muito bem armado. Creio que tanto Atlético quanto o Vitória de Carpegiani ainda darão trabalho a muito time dito favorito.

Na quinta, contra o Fluminense, volta o Tardelli, que fez falta danada ontem. Em tese, um jogo mais fácil por ser em casa e contra um time na zona do rebaixamento, mas já perdemos pontos assim contra o Botafogo e é necessário deixar a barba de molho.

Agora, vi parte do jogo do Fluminense contra o Goiás no sábado. O time carioca até estava bem no primeiro tempo e saiu na frente. Quando tomou o empate, simplesmente deu um apagão geral. Antes de jogadores e técnico, está faltando confiança. Se continuar assim...

domingo, julho 19, 2009

A primeira fora de casa do Corinthians

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Um belo lançamento de Ronaldo e corte perfeito de Jorge Henrique, que deixou o goleiro pra trás e completou, deixaram o Corinthians na frente no Mineirão contra o Cruzeiro. Logo em seguida, em ataque rápido, Morais deixou Ronaldo na cara do gol, ele chutou e o Leonardo Silva deu uma de goleiro. Pênalti e expulsão. Ronaldo foi caminhando em passo de gordo, bem lentamente, e ainda quis dar paradinha – quer dizer, parar o devagar-quase-parando. Não deu certo, o goleiro Fábio esperou, e pegou bem fácil o chute fraquinho do Gordo. Depois disso, o Corinthians se segurou. Continuou atacando, chegando próximo, mas sem muito volume. O Cruzeiro com dez chegou muito mais, teve lances de perigo e, pela razão mesma de estar jogando em casa e atrás no placar, foi muito mais atrás do empate.

No contra-ataque, Ronaldo marcou, lá pelos 30 min do segundo tempo, aproveitando a assistência de Jucilei. No vídeo a seguir, o gol do Gordo:



Aos 38, Chicão fez pênalti em Kléber. Um pênalti bem tosquinho, por sinal. Ele foi no corpo, numa bola que bastaria se esforçar para fechar o caminho do gol. Nem pegou, mas o Kléber valorizou, com direito a pirueta, e a marcação foi, afinal, justa. O próprio Kléber completou. Para se redimir, aos 47 minutos, Chicão tirou uma bola na linha do gol, e depois Felipe prensou “no peito” com o Kléber, que já estava ali de novo pra completar. Resultado final é Cruzeiro 1 x Corinthians 2, na primeira vitória fora de casa do Timão no Brasileirão 2009, sobre o vice-campeão da Libertadores. Com a vitória do Barueri sobre o Náutico e os demais resultados, mantém-se na 6ª posição na tabela.

O Corinthians jogou com dois atacantes posicionados em linha, e em muitos momentos Morais fucionou como um terceiro atacante. Em três oportunidades, aliás, os três ficaram impedidos juntos, mostrando que estão unidos até nisso. Nesta partida, assim como na anterior, o setor que funcionou melhor é o meio-campo. Isso é importante, pois mostra que o time pode ser mais criativo que destrutivo, se quiser, sem o foco principal na defesa, como acontecia no início da temporada. Cristian e Elias são as duas principais figuras de articulação.

Os reservas que entraram também não fizeram feio não, o que é muito importante num campeonato de pontos corridos. Jucilei entrou muito bem, deu várias enfiadas de bola, tem qualidade este menino. Diogo pela lateral fez alguma coisa, embora ainda não substitua a garra e a “presença constante” de Alessandro, e Diego também não esteve mal no lugar do capitão William. Morais não parte tanto pra cima quanto Dentinho, mas deu alguns bons passes.

No estilo Mano Menezes, miudinho, o Timão está consolidando um bom elenco, inclusive com reservas. O time ainda precisa segurar o jogo mais na frente, por uma parte maior do tempo de jogo e tem condições de fazer isso. Quando faz isso, consegue chegar ao gol, não necessariamente no contra-ataque. Quer dizer, hoje o time tem condições de jogar pra frente, sobretudo porque o time inteiro (exceto o Gordo) marca também, então o apoio pode ser mais dinâmico. Com a bola no pé, é um time que cadencia o jogo e acerta mais do que erra os passes. Com a volta da zaga titular completa, Dentinho e Douglas, o time fica bala. Cabe à diretoria garantir a estabilidade do elenco e trazer alguns reforços para a próxima temporada, mas que não cheguem como “a salvação”, como costuma acontecer, mas sim peças para dar um talento extra a um esquema que está funcionando.

sábado, julho 18, 2009

Vitória simples para dormir na liderança

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Depois do Atlético-MG, a manhã de domingo encontra um novo líder do brasileirão. O Palmeiras venceu o Santo André por 1 a 0, placar construído no primeiro tempo, por Diego Souza. Foi a quarta vitória seguida de Jorginho em cinco partidas, sem conhecer o que é derrota.

Se Internacional ou Atlético-MG vencerem, podem passar o alviverde paulista. Assim como os mineiros, o desempenho das últimas temporadas mina um pouco a credibilidade de que a equipe terá capacidade de manter essa regularidade. Como não há um time mostrando um futebol regular nem um de campeão, a liderança e posições próximas a ela devem ser comemoradas.



Cleiton Xavier foi bem, assim como o autor do gol. Wendel e Armero parecem ter resolvido os problemas do time pelas laterais. Edmilson, atuando como volante garante mais qualidade ao meio campo do quase efetivado no cargo Jorginho.

É curioso constatar que os jogadores mostram disposição a toda prova. Pierre continua a ser Wendel sempre foi esforçado, mas também limitado. Agora, ofensivamente, é uma alternativa e tanto, além de tapar o outrora esburacado lado direito. O camisa 7 Diego Souza e o 10 Cleiton Xavier estão acordadíssimos do começo ao fim. Obina e Ortigoza, titulares do ataque com a sombra de Willians, também. Pierre é o segundo maior ladrão de bolas do campeonato e Maurício mostra uma estabilidade que a zaga verde não conhecia desde Henrique.

Por isso, quando o Marcos, o Goleiro, pede definição da diretoria, parece que o plano do elenco é continuar a ajudar o treinador.

Então, fica, Jorginho, ué?!

Participações inusitadas
Do lado do Santo André, dois jogadores merecem destaque por motivos inusuais. Marcelinho Carioca foi decisivo por fazer uma falta forte em Diego Souza na primeira etapa. Cobrada por Cleiton Xavier para Obina, para a bola sobrar para o mesmo Diego fazer o gol. Para quem costumava decidir a favor do seu time, é divertido que tenha permitido a criação do lance mais importante para a partida do time adversário.

O outro foi Pablo Escobar, boliviano homônimo do comandante do Cartel de Medelín morto em 1993 e dono dos hipopótamos agora mortos. Apesar da aparente vitalidade que garantiu ao time de Sérgio Guedes no início do segundo tempo, ele não chegou a chamar mais atenção pelo futebol do que pela alcunha.

Luxemburgo de volta: o torcedor não merecia mais do mesmo

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O Santos prometeu anunciar seu novo técnico, em primeira mão, pelo Twitter oficial do clube. De fato, o anúncio veio pelo microblog, mas o time foi “furado”, não apenas pela imprensa. O próprio Vanderlei Luxemburgo disse no seu Twitter que era o novo comandante santista, antes do clube fazê-lo.

O fato pode parecer insignificante, mas é simbólico: Luxa chega já estragando uma novidade do marketing alvinegro. O “gênio” atropelar decisões e diretrizes tomadas pelo clube que ele abandonou por três vezes para trabalhar no Corinthians, Real Madri e Palmeiras, respectivamente, sempre foi algo corriqueiro, principalmente em suas passagens com Marcelo Teixeira na presidência. Afinal,o proprietário do Santos Futebol Clube, vulgo chácara Santa Cecília, deixa o amigão sempre à vontade para passear pela propriedade, abrir a geladeira e pegar sua cerveja e dar ordens nos seus empregados. Nada indica que isso vá mudar.

Pra quem falou tanto em contratar o melhor técnico do Brasil, campeão brasileiro nos últimos três anos, e fechou com um treinador caro e que não tinha mercado em nenhum outro clube do Brasil (talvez somente no Fluminense, que tem dinheiro de patrocinador e diretoria igualmente incapaz como a do Santos). A impressão que dá é que Luxemburgo era a escolha feita desde antes da queda de Mancini e esse lenga-lenga de Muricy era tão-somente para ludibriar o pobre torcedor, enquanto se tramava e se acertava o retorno do técnico rejeitado pelo Palmeiras.

Mas há também outra questão, levantada pelo Alex em seu blog: o acerto com Muricy teria pegado porque ele havia exigido uma “limpa” no clube. Muricy não queria trabalhar, por exemplo, com o irregular goleiro Fábio Costa, conhecido desagregador destemperado. Para quem não lembra, no São Paulo o treinador também teve dificuldades para lidar com Rogério Ceni, chegando depois a uma “coexistência pacífica”. Com o santista, o relacionamento prometia ser pior, até porque o arqueiro é um dos principais responsáveis pelo clima ruim no elenco, tendo brigado com jogadores e até com seu chapa preparador de goleiros.

Contudo, Fábio Costa é amigo do dono da chácara. Ele, assim como o técnico que volta agora, já deixou o Santos e enquanto esteve fora menosprezou o clube com comentários pra lá de desrespeitosos. Mas há sempre perdão para os amigos. Eles podem voltar, arranjar confusão, ficar acima do peso, atuar mal e com duas batidinhas no peito depois de uma defesa difícil os torcedores se derretem e o dono da chácara se emociona com tanta prova de amor. Prova de amor próprio, não ao Santos, já que o “apaixonado” é incapaz de vibrar com gols de “seu” (em mais de um sentido) time quando está de fora. E dirigentes e torcedores se portam como uma típica “mulher de malandro”,correspondendo ao aceno do “ídolo”. Quanta carência...

E é assim que o dono do Santos e seus asseclas se reencontram. Podem, quem sabe, trazer alguma alegria para o torcedor? Claro, até pelo baixo nível da concorrência e pela carência do santista que, depois de flertar com o rebaixamento em 2008, vai ficar feliz com qualquer desempenho meia-boca que lhe for apresentado. “Chegamos em quinto lugar, como previsto no nosso planejamento”, bradará ao fim do ano o “gênio”. Mas a que preço virá um título paulista ou uma classificação na Libertadores? Já esquecemos das passagens recentes de Luxemburgo? Será que algum título de Dualib compensou o rebaixamento do Corinthians? Precisaremos chegar lá para acordar?

Espero estar menos ácido das próximas vezes, mas hoje sinto um desgosto profundo de torcer para o Santos, que não é meu nem dos torcedores com os quais me irmano em nome do manto sagrado. Ainda que muitos não percebam, tomaram o Santos de nós.

O Real Madrid joga em Dublin segunda-feira. E daí?

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Opa! Aproveitando 5 minutinhos de internet, comento aqui o "fenomenal" "amistoso" (jogo-treino já é muito esforço de boa vontade) entre o todo-poderoso Real Madrid e o Shamrock Rovers (quem?!??) aqui em Dublin, na segunda-feira. O jogo será em Tallaght, a 5 minutos de onde moro - mas os ingressos sumiram há muito tempo. Tem gente que diz que começou pelo preço módico de 10 euros (cerca de R$ 30), mas chegou a 200 euros. Não duvido que tenha começado com um preço tão baixo, pois o futebol não empolga muita gente aqui na Irlanda. Prova disso é que o tal Shamrock é um dos dois clubes mais populares, ao lado do Bohemians, e ninguém nunca ouviu falar deles. O esporte aqui é o rugby. Questionado pela imprensa, o neo-galático Cristiano Ronaldo foi sincero: "Honestamente, nao conheço nada do futebol irlandês". E, durante coletiva na cidade de Co Kildare, onde o time vem treinando desde o dia 14, nem deu certeza de que estará no tal "amistoso". Tudo bem. Tirando um bando de crianças, mais motivadas pelo superstar português do que pelo time do Real Madri, quase ninguém foi até lá para tietar. E em Dublin, ninguém fala sobre o jogo de segunda. Acho que os espanhóis vieram aqui mais pra tomar umas Guinness...

sexta-feira, julho 17, 2009

Festival Mundial da Cachaça reúne 44 alambiques em Salinas

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Salinas (MG) se proclama a capital mundial da cachaça. Assim como mais três dúzias de municípios, a cidade a 600 quilômetros de Belo Horizonte, se considera local privilegiado para produzir a marvada. Para divulgar ainda mais a grife da cidade, a VIII Feira Mundial da Cachaça acontece de ontem, 16, a domingo, 19. A história começou com palestras, prossegue com estandes e degustação de 44 expositores – 34 anos do que em 2007 – e shows.

Foto: Blogue do governo de Minas Gerais

Rótulos de cachaças de várias cidades mineiras

É a terra da legendária Havana, atualmente Anísio Santiago, e de mais 50 marcas registradas junto à Associação de Produtores de Cachaça de Salinas (Apacs). São 2 milhões de litros daquela que matou o guarda para uma população de 37,3 mil, o que equivale a 53,6 litros de branquinhas e amarelinhas por habitante. A principal produtora é a Fazenda Olaria, responsável pela Seleta, Saliboa e pela Boazinha, que respondem por 1 milhão de garrafas (de 600 mL, 700 mL e 1L) anuais.

Assim como fez Anísio Santiago, a imagem da cidade aproveita para reforçar o mito. "Pesquisas mostram que algumas leveduras [fungos responsáveis pela fermentação] diferenciam nosso produto", jura o presidente da Apacs, Nivaldo Gonçalves, à Agência Brasil. "Também tem a questão do Sol, devido à altitude das nossas terras, onde estão os canaviais, e até mesmo a composição do solo”, avalia.

Aliás, o atual dono da Havana, Oswaldo, adota a técnica aparentemente inversa à do fundador, ao resumir o segredo como "asseio, asseio, asseio, cuidado com os depósitos, com o canavial, com o envasamento e o armazenamento, de mais de dez anos". Depois, diz que a qualidade do solo e da cana java influem. "Na verdade, tudo aqui influi", desdiz.

As exportações da cachaça mineira somaram R$ 16 milhões em 2008, crescimento de 18% em relação ao ano anterior. O problema, segundo o Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac), é que a maior parte disso vira caipirinha. Imaginar garrafas e garrafas de Havana e Andorinha sendo despejadas em copos de limão espremido com açúcar provoca arrepios.

O cinema de Marguerite Duras, agora em São Paulo

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Depois do imenso sucesso no Rio de Janeiro, depois de passar por Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte, a mostra de cinema "Marguerite Duras: escrever imagens", com minha curadoria, chega finalmente a São Paulo. Começa hoje, 17 de julho, e vai até a quinta que vem, dia 23, no CineSesc, que fica na rua Augusta nº 2.075.

É um cinema raro, de uma mulher que soube transgredir todas as regras que a limitavam sua investigação dos sentidos e desrazões do estar no mundo. Aliás, Marguerite se aproveitou dessas transgressões para aguçar sua caneta e potencializar sua escrita. Mas isso vale não só para a sua obra, suas invenções provocadoras ultrapassam em muita as questões de linguagem e vão fundo na sua vida pessoal. Ela foi uma provocadora nos costumes (com sua vida sexual "numerosa", como ela diz), na política (com sua crítica feroz tanto ao stalinismo amordaçador do PCF quanto aos reacionários de todas as estirpes), e por onde mais passou.

Marguerite Duras, entretanto, sempre foi mais conhecida pela sua obra literária. Pouco se sabe sobre os 19 filmes que ela dirigiu. Nesta mostra, teremos nove destes filmes e mais o clássico Hiroxima meu amor, de Alain Resnais com roteiro de Marguerite Duras, que completa o seu cinquentenário neste ano. Não é um cinema fácil, pois rompe com todas as referências do que estamos habituados a chamar de cinema. Marguerite, aliás, nunca quis fazer carreira no cinema, quis sim investigar com os recursos audiovisuais regiões inexploradas de seu trabalho. E quem for, aberto à novidade que este cinema ainda é, poderá se maravilhar com a belíssima fotografia de seus filmes e com as narrativas veiculadas por vozes trabalhadas até nas mais ínfimas sutilezas sonoras.

Na próxima quarta-feira, dia 22, às 19h30, eu e o Jorge Lescano, grande especialista em Duras e em teatro, promoveremos um "colóquio" sobre os diálogos entre cinema e teatro na obra de Marguerite Duras.

Abaixo, segue a programação do CineSesc.


Marguerite Duras: escrever imagens




CINESESC
Rua Augusta, 2075 - Cerqueira César - São Paulo - SP
cep 01413-000 • telefone: 11 3087-0500 • fax: 11 3087-0501
e-mail: email@cinesesc.sescsp.org.br
www.sescsp.org.br • 0800 11 82 20


PROGRAMAÇÃO


Dia 17
19h20 Aurélia Steiner (Melbourne)
Aurélia Steiner (Vancouver)
Cesária
21h30 Índia Song

Dia 18
19h20 Destruir, disse ela
21h30 Hiroxima, meu amor

Dia 19
19h20 Agatha ou as leituras ilimitadas
21h30 O homem Atlântico
As mãos negativas

Dia 20
19h20 As crianças
21h30 Destruir, disse ela

Dia 21
19h20 Agatha ou as leituras ilimitadas
21h30 Aurélia Steiner (Melbourne)
Aurélia Steiner (Vancouver)
Cesária

Dia 22
19h20 O homem Atlântico
As mãos negativas
21h30 Hiroxima, meu amor

Dia 23
19h20 Índia Song
21h30 As crianças


Colóquio
Diálogos entre o cinema e o teatro em Marguerite Duras
Dia 22 de junho - 19h30
Hall do Café - Cinesesc

Maurício Ayer, pesquisador da obra cinematográfica de Duras e
curador da mostra, e o escritor e dramaturgo Jorge Lescano se
encontram com o público para discutir as duas faces menos
conhecidas da obra de Marguerite – o teatro e o cinema. Agatha
– obra que condensa o valor da palavra e da voz, e elementos do
Teatro No – será o fio condutor do debate.

Eu estava lá no título do Estudiantes

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Como o parceiro Blá Blá Gol ainda não publicou a versão do cruzeirense que estava no Mineirão, aqui vai a visão de nosso amigo e colaborador Gerardo Lazzari, torcedor do Estudiantes que estava trabalhando e (torcendo) no estádio.

Texto e fotos por Gerardo Lazzari

Trinta e oito anos se passaram desde a final de Libertadores contra Nacional de Montevidéu, em Lima (Peru), em 1971.

Como tantos outros garotos, fui inscrito como “sócio ao minuto de nascer” no clube, antes mesmo de ser registrado em cartório. Cresci ouvindo histórias das “Copas”, da viagem de torcedores a São Paulo para assistir à final de 1968 contra o Palmeiras, no Pacaembu, ou as três vezes em que a torcida do Estudiantes cruzou o Rio de La Plata, num barco, para lotar o Centenário, uma vez contra Peñarol e duas com o Nacional.

Menção especial sempre teve a Copa Intercontinental ganha sobre o Manchester, em
1968. Esse foi um evento diferente por que era a primeira vez que um time argentino vencia um time inglês na Inglaterra. O poderoso Manchester era a base da seleção campeã em 1966, e o Estudiantes era um pequeno time de 11 operários, sem ninguém da seleção nacional. Depois de ganhar o primeiro jogo na Bombonera lotada, o Estudiantes empatou por 1x1, em Manchester, com gol de la Bruja Veron. Esse time chamado pela imprensa inglesa de “os índios” deu a volta olímpica em Old Traford e todos foram recebidos na argentina como heróis.
Meu pai me levou ao velho campo de Madeira de calle 1 e 57 aos 4 anos de idade pela primeira vez. De lá para cá, vi times muito ruins e times que foram campeões.

Nos anos 90 vi o Estudiantes cair para segunda e voltar no ano seguinte com um time com Verón, Palermo, Capria, Calderon, que jogava barbaridades e encheu estádios por todo o país.

Quarta, dia 15, era o dia mais importante em 38 anos, e eu estava lá, junto com praticamente 5 mil torcedores que vieram na sua maioria de La Plata, mas também de Brasília, Buzios, Santos, São Paulo, Califo
rnia etc.

Em todos nós corria o mesmo espírito da época das “Copas”, “podemos perder, mas vamos morrer em campo pelas cores da camisa”.

Estava trabalhando para dois jornais de La Plata, com a obrigação de ter boas imagens e conseguir transmiti-las rapidamente para ir fechando as páginas. Quando o Cruzeiro marcou o gol parecia que o estádio ia explodir, mas interiormente não me abalei, pois percebi nos jogadores muita confiança. Imediatamente o Estudiantes empatou o jogo, a torcida celeste emudeceu e a “hinchada pincharrata” tomou conta com um grito constante.

Fiquei parado no mesmo lugar que estava quando ocorreu o gol para não mudar a sorte, aí veio o segundo. Nem a pau ia sair do lugar até que acabasse o jogo, “vai que me mexo e o Cruzeiro empata”. Eu me virava a cada 5 minutos e perguntava para o preparador físico do Estudiantes, que estava próximo, quanto faltava
para terminar. Não queria pensar em nada até acabar.

Achar-se campeão antes de o árbitro apitar o final dá azar (pelo menos nós, pincharratas, pensamos assim). Os cruzeirenses achavam que já tinham vencido antes de começar o jogo, andavam com faixas de tricampeão, os jornais locais titularam manifestações do tipo já é Tri, os torcedores tiraram fotos com a taça que estava em exposição no estádio, e nós pensávamos, “xiii, vai dar azar para eles...”.

Quando o árbitro apitou, me perguntei o que estaria sentindo meu pai, ao ver nosso clube Campeão de América novamente depois de 38 anos. Eu não acreditava, pensei que nunca ia ver, mas eu estava lá
.

A cada dia, sua vitória

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Antes de acharem salto alto, é ao contrário. O grande segredo do Galo até agora neste campeonato é encarar, a cada dia, sua agonia. Joga-se com muita vontade, contra um adversário de cada vez, receita que é essencial no Brasileirão. Podem dar cartão também, porque o próximo jogo é contra o Vitória, daí não dá para escapar do trocadilho (rs).


Mas ontem contra o São Paulo juro que estava temeroso. Pela primeira vez, desde a estreia, o Roth mudou o esquema de jogo do 4-4-2 para o 3-5-2. A explicação é que estava sem dois dos três volantes titulares (Renan e Márcio Araújo), suspensos pelo terceiro amarelo. Na primeira partida, contra o Avaí o esquema não funcionou, o Galo tomou dois a zero e com a volta ao sistema tradicional conseguiu o empate.

Mas ontem, surpreendentemente, temor infundado. Creio que o time fez sua melhor partida no campeonato, ajudado e muito pela falha do Miranda logo no começo da partida, que foi sair jogando e perdeu a bola para o Tardelli fazer o primeiro logo no comecinho.

Depois, foram perdidas várias chances, para eu voltar a temer o "não faz, toma". Mais uma vez estava errado. Numa arrancada da intermediária, uma tabelinha e uma conclusão digna de centroavante, Serginho fez os 2 a 0 e praticamente encerrou a partida. Destaque por ser o primeiro jogo que o volante entrou como titular depois de uma cirurgia no joelho que o deixou fora por oito meses.

Aqui vale uma ressalva, o Galo começou bem o campeonato, deu uma caída, começou a ser bem conhecido e marcado pelos adversário, daí o Roth já mexeu no time. Está certo que quando a fase é boa, tudo dá certo, mas é bom ver que não se está dormindo sobre glórias, até porque não se ganhou nada ainda.

E o Atlético precisa acumular mais uns pontinhos à frente do segundo, porque nos oito jogos que faltam para encerrar o turno tem pela frente Vitória, Palmeiras e Inter, todos que estão disputando a ponta... E ainda o Flamengo, que nunca se sabe o que vai fazer.

Só peço uma coisa, aqueles que estão dizendo até agora que o Galo é cavalo paraguaio, continuem assim, por favor...

Time de Mano bate o do Leão

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Não deu para o Leão do Norte, que bem que deu trabalho no Pacaembu, e o Corinthians garantiu mais três pontos no Brasileirão. Mas diferente da campanha do Paulista e da Copa do Brasil, em que o Corinthians conquistou uma regularidade marcante – que lhe valeu a pecha de "frieza" –, o campeonato está mostrando que vai acontecer na modalidade "com emoção".

Mais ou menos aos dez minutos de jogo, eu estava no carro a caminho da casa de um amigo que acionou o Pay Per View, quando chega a mensagem no meu celular: "cadê você? o Sport já fez 1x0". 20 minutos depois, enquanto eu me perdia nas ruelas da Praça da Árvore, toca o telefone: "E aí, desisitiu? O Gordo já fez dois de cabeça! E o goleiro do Sport ainda fez um milagre".

Cheguei no intervalo, a tempo de assistir os melhores momentos. O gol do Sport foi um belo cruzamento, mas uma marcação totalmente falha no meio da área, e o atacante colocou de cabeça, no canto esquerdo do gol (esquerdo de quem entra, que fique claro), com perfeição. O primeiro gol do Ronaldo foi de um cruzamento perfeito de André Santos para o Gordo que estava no segundo pau (sem qualquer insinuação, hein). Aliás, posso queimar a língua, mas aposto que ainda vou ver futepoquenses elogiarem nosso lateral esquerdo, ele está evoluindo muito, a olhos vistos – e talvez seja o mais forte candidato a ser vendido ao final da temporada. O segundo gol foi um cruzamento da direita; o mais impressionante do gol foi a maneira como o Gordo se desmarcou, como bem apontou meu camarada Macari: um movimento e se colocou atrás do zagueiro, totalmente livre para concluir o lance.

O segundo tempo, que começou com pressão e muitas jogadas perigosas do Timão. Quem fez o terceiro foi Cristian, com um torpedaço de meia distância, daqueles que ele costuma engavetar, mas desta vez desviou na zaga e matou o goleiro no lance.

Com 3x1 e o Corinthians sobrando em campo, e empolgados pelas performances de meu filho Chico – aquele que viveu o episódio com o palmeirense no ônibus –, que dançava e pulava alucinadamente ao som de "Aqui tem um bando de loucos, loucos por ti Corinthians", entoado por nós mesmo, velhos amigos que há muitos anos não se juntavam para um jogo, subimos nos saltos da arrogância. Nosso papo era "vai ser 8 a 2", "eu aposto 7 a 2", "só não vai ser 8 a 2 porque o Felipe não vai deixar passar o segundo" e por aí fomos. E o Chico pulando e pulando, e correndo de um lado pro outro.

Sentindo o clima que emanava da Praça da Árvore, Mano Menezes decidiu pôr reservas pra jogar – coisa que ele vai ter mesmo que fazer, para esse pessoal sentir a aspereza do gramado. Entrou, por exemplo, o Moradei, para os protestos dos manguaças, que unanimemente o consideram uma negação. O fato é que não éramos os únicos a perder o foco em nosso delírio. O time em campo também dispersou. E em duas falhas da marcação o Sport empatou (CORREÇÃO SÓBRIO: NO SEGUNDO GOL, FELIPE BATEU ROUPA FEIO, NÃO FOI TANTO FALHA DA MARCAÇÃO).

Puta merda, começamos a tomar pressão, num jogo que parecia fácil, fácil. Um jogador do Sport foi expulso por um segundo amarelo, uma "braçada" na cara do Marcelinho, outro reserva que entrou. (Olha gente, posso estar enganado com um nome ou outro, mas ver jogo, apostar e cuidar de um molequinho pilhado ao mesmo tempo dá nisso. CORREÇÃO SÓBRIO: QUEM LEVOU A BRAÇADA FOI MORADEI, QUEM FOI EXPULSO FOI O GUTO) O sportista tinha tomado o primeiro amarelo no início da partida.

Pouco depois, lá pelos 35 minutos, foi a vez de Moradei fazer o seu "gol cala-a-boca". Num perigoso ataque do Corinthians, sobrou uma bola na meia direita. Moradei ajeitou e bateu com muita curva, e a bola foi perfeita para o canto esquerdo do goleiro. Chico pulando de novo, nós gritando e agora apostando no "9 a 3". Faz parte, torcida brasileira...




A defesa desfalcada

Tanto neste jogo quanto no outro contra o Grêmio, o Corinthians mostrou como depende da segurança de sua defesa. É na defesa que o Timão impõe a sua "frieza" e mostra que o osso é duro. Dominando as jogadas por ali, tira a virilidade do ataque adversário, e aí começa as séries de bons passes que também caracterizaram esse time em outras partidas. No jogo anterior, faltaram os dois titulares da zaga, neste, estava Chicão, mas não William.

O bom deste jogo é que o Corinthians mostrou que pode ser um time que faz mais gols do que leva. Ou seja, mesmo com maior fragilidade na defesa, é capaz de criar e concluir lances de gol. Contra o Grêmio, aconteceu que nem Douglas, nem André Santos, nem Elias, nem Dentinho fizeram uma boa partida. O Timão não criou e Ronaldo ficou isolado. Mas os 3x0 em Porto Alegre foram, a meu ver, uma ensacada perdoável, pois não deixou de seu um jogo pra viver a ressaca após o título da Copa do Brasil, que havia sido passado adiante depois da grande apresentação diante do Fluminense.

Mas, não adianta, o Corinthians tem que fortalecer sua zaga reserva, para que possa substituir com dignidiade a titular e não abalar o esquema de Mano Menezes. Mas não é fácil repor a destreza da dupla Chicão e William – muito bem apoiados por Alessandro, André Santos e Cristian. Todos esses atletas estão jogando muita bola.

Fofoca

No final da partida, Leão saiu reclamando da arbitragem e espalhando uma história de que o Mano Menezes teria dito a ele que o juiz segurou o jogo, o que para o Leão seria quase uma confissão de que houve favorecimento. Mano desmentiu a versão e disse que isso de ficar passando adiante conversa é "coisa de lavadeira".

OBS.:
Como viram, fiz algumas correções agora de manhã, digo, no início da tarde, em pleno estado de sobriedade, mas mantive o texto original pra não desdizer quem tenha lido antes.

quinta-feira, julho 16, 2009

Só três a mais...

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Ontem, dia 15, é dia de pagar meu aluguel. Mas também era quarta-feira, então fui ao Roxão comer uma feijuca com os irmãos. Após algumas cervejas, tomei o rumo do banco.

Peguei o cartão da conta da minha empresa, que acabou de ser aberta, e a senha não funcionou. O manguaça é sempre alguém que duvida primeiro de si mesmo. Tentei de novo, nada, e antes que meu cartão fosse bloqueado fui até o caixa. Digitei a senha, uma senha de 8 dígitos que meu sócio que abriu a conta me passou, e não deu certo. Foi quando a menina me informou: "Aqui só tem senha de 6 dígitos, não de 8". Eu só tinha uma senha de 4 dígitos – para operações por telefone – e uma de 8. Diante do impasse kafkiano, ela me sugeriu que tentasse ir ao caixa eletrônico e usasse os 6 primeiros dígitos da senha de 8, para ver o que acontecia. Se não desse certo, que eu voltasse para falar com ela.

Foi o que eu fiz. Saí, tentei, não deu certo. Nesse ínterim, deu 16h e a agência fechou. Quer dizer, o segurança encostou a porta e ficou esperando os últimos clientes saírem. Chamei o tipo e expliquei a situação. Esses profissionais são todos muito bem treinados para o atendimento ao cliente, então ele me tranquilizou com um "Espera ali, ó, atrás daquela faixa! Vou ver se ainda dá pra fazer alguma coisa". Simpatia sempre me comove, então fiquei ali. Nisso chegaram umas três pessoas, provavelmente conhecidas do vigia, ele abriu e elas entraram. Fui entrando junto, entendendo que já havia permissão. Mas o amigo apertou as sobrancelhas, fez bico de sargento e grasnou: "Eu falei pra ficar atrás da linha".

Aí quem levantou a voz fui eu: "Escuta aqui, eu sou um cliente, uma das poucas coisas que ainda tem direitos nesta joça de mundo, o que o senhor está pensando pra falar desse jeito?". Bertolt Brecht estudou muito esses intermediários do poder em sua dramaturgia. O preposto é um tipo sempre pronto a assumir a máscara da pirâmide que se ergue por trás dele, mas também que precisa como ninguém que o seu frágil poder seja legitimado pela obediência. Quer dizer, basta falar um pouco mais alto que ele ouve nas entrepausas da voz a interpelação implícita: "você sabe com quem está falando?!". No caso, estava falando comigo, um ninguém, ou melhor, um homem com o mesmo valor e os mesmos direitos que ele e que queria apenas que ele não interrompesse um diálogo que acontecia entre mim e uma funcionária que se encontrava do outro lado do portal do qual ele era guardião.

O vigia se assustou um pouco, ficou meio sem reação, sem saber muito como proceder. Nessas horas, sobe-se rapidamente a ladeira das hierarquias. O gerente se interpôs, atravessou a porta rotatória e virou o rosto oferecendo a orelha para que eu lhe contasse minha história. Ele me ouviu e chamou pra si a responsabilidade. Aí ligou pra minha agência, falou com não sei quem e não sei quem mais, tudo para se chegar a um acordo sobre o procedimento mais simples para efetuar o meu pagamento. Teria que copiar minha carteira de motorista, eu escreveria um requerimento de próprio punho e eles tratariam dos demais trâmites.

Essas tratativas custaram uns bons 40 minutos de todos nós. Liga daqui, faz cópia de cá, o gerente ficou analisando minha habilitação. Olhou pra mim com atenção e avaliou: "Você mudou hein...". De fato, é uma foto meio antiga. "Pois é, a barba, o cabelo comprido e uns 15 quilos a mais fazem alguma diferença", expliquei. Ele olhou de novo o documento, e resolveu ser um pouco mais claro: "Olha que eu tenho três anos a mais que você..."

Mirei a cara daquele tipo todo bombado, enfiado num terninho e com um topete minuciosamente esculpido em gel que reproduzia à perfeição a curva superior da logotipo do Bradesco no cartaz acima de sua cabeça e pensei comigo que alguma razão ele tinha, eu devo parecer uns 15 anos mais velho que ele. Aí vem outra virtude do manguaça, que evitou que eu desse uma resposta atravessada a esse gerente tão dedicado em resolver o meu problema bancário. Amistoso, acrescentei: "É que eu bebo demais e penso um pouco". Ele sorriu, satisfeito com a explicação.

Freud também explica o Santos. Ou não.

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É difícil escrever sobre o Santos sem ser repetitivo. Mais de uma vez usei esse espaço pra dizer que o Santos não tem um elenco forte (diretoria idem) , possui um problema crônico na lateral-direita, só três volantes no grupo e poucas opções no banco. Isso forçou o interino Chulapa a tentar fazer algo diferente do que Manini vinha fazendo: colocar Roni no time titular e jogar com dois atacantes de área.

Talvez Freud explique a opção do treinador, ex-centroavante de sucesso. Quando era o treinador que conseguiu o acesso da Portuguesa Santista para a primeira divisão do estadual em 1996, ele manteve como titular um atacante de área, Carlinhos, mesmo este ficando, se não me engano, 28 jogos seguidos sem marcar gols. Não havia uma vez sequer que não fosse vaiado no Ulrico Mursa. "Ele prende os zagueiros, sei como é isso", justificava Chulapa à época. Talvez Roni tenha ganho a posição por conta disso, pela predileção do interino por alguém que "prenda os zagueiros". Uma opção "freudiana", motivada também pela hoje natural falta de alternativas no elenco. Não deu certo. Tirar um meia que cai pelas pontas acabou isolando algumas jogadas feitas pelas beiradas e a equipe perdeu potencial ofensivo.

O pai da psicanálise talvez explique também a atuação desastrosa de Wagner Diniz. Vindo do São Paulo, onde foi encostado, vive a expectativa de reencontrar o algoz que o encostou no Tricolor, o técnico Muricy Ramalho. Foi sacado aos 31 minutos, substituído por Luisinho, após ter falhado nos três gols do Barueri. Claro que, se não tem estrutura para suportar uma pressão dessas, Diniz não tem condições de jogar em um clube grande. E a necessidade de se buscar um jogador da posição volta à baila.



O 3 a 1 ao fim do primeiro tempo era mais que preocupante. Mas a partir da segunda etapa, com um jogador a mais logo no início, o Santos mostrou brio. Uma bola na trave de Rodrigo Souto e uma sequência de finalizações ao gol do Barueri, que foi recuando gradativamente com as mudanças de Estevam Soares. Chulapa colocou Robson e tirou Roni, desfazendo o erro original da escalação. O time chegou mais pelos lados e ganhou ainda mais ofensividade com a entrada de Neymar no lugar do zagueiro Fabão. Aliás, substituição semelhante àquela feita por Mancini na partida contra o Sport, em contexto semelhante.

Contudo, como daquela vez, esse não foi o fator determinante para a reação peixeira. Foi sim a raça, a garra, o que é extremamente positivo por demonstrar um fator sem o qual não se faz um escrete vencedor, a vontade dos jogadores. Mas também deixa claro que a equipe tem um esquema deficiente e carece de jogadores. Se Muricy vier, será excelente, mas ele apenas não é suficiente para fazer do Santos um candidato ao título. É preciso reforçar o elenco, com qualidade, algo que, pelo que se viu nos últimos dois anos e meio, parece cada vez mais difícil na Vila...

O astro


Xodó dos torcedores do Santos, Chulapa não teve qualquer pudor em tirar Wagner Diniz antes do fim do primeiro tempo. Deve ter dado uma sacudida terrível no time no intervalo, que voltou bem mais aceso. Escalou errado, mas conseguiu mudar bem dentro das possibilidades que tinha. Ao fim da partida, "jurou" Estevam Soares, empurrou um repórter da Sportv, mas depois pediu desculpas. Um show à parte, mas com o mesmo destempero que o tirou do comando da equipe em 2004, mesmo tendo feito um bom trabalho. Esse, nem um divã dá jeito...

No quarto jogo de Jorginho, a terceira vitória

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Desta vez foi no Maracanã e diante do Flamengo, o oitavo do campeonato. O Palmeiras venceu a terceira seguida no Brasileiro por 2 a 1, com uma atuação convincente que aproveitou a boa atuação de Diego Souza e as falhas do rubronegro no primeiro tempo.

Nas duas partidas anteriores, contra o Náutico em casa e o Avaí em Floripa, o Palmeiras havia levado a melhor contra equipes que frequentam a zona de rebaixamento. No clássico contra o Santos, Jorginho estreiou com empate em casa, em meio a muitas dúvidas. Já são onze jogos sem derrotas.

Na partida entre os times que mais desarmam no campeonato, a marcação pressão e a rapidez dos contra-ataques puxados por Diego Souza foram a marca do primeiro tempo. O primeiro gol foi dele, em trombada de Ortigoza com a zaga. O segundo foi do peruano camisa 30, que recebeu de Deyvid Sacconi.

Na etapa final, o Flamengo voltou mais acordado, mas ficou distante de estabelecer pressão. Diminuiu com um gol de pênalti cometido por Danilo. Curioso é que o zagueiro do Palmeiras agarrava com vontade a camisa de Adriano. Tanta era a força que, quando o grandalhão empurrou o zagueiro, também com força, quase que Danilo levou a vestimenta do rival. Apesar do empurrão, que coloco na conta da malandragem do atacante para fazer o árbitro ver a infração, considero o pênalti correto.

Mesmo assim, nos contragolpes, o Palmeiras levou mais perigo para o gol de Bruno do que o time da casa para o de Marcos, o Goleiro, que só trabalhou com mais afinco em três lances. E não foram tantas outras finalizações dos cariocas.

Jorginho conquista ainda mais tempo de tranquilidade para enfrentar o Santo André, o Goiás e o Corinthians. Isso porque vai havendo menos motivos para gastar fortunas com um treinador de grife. Mas tem ainda 11 dias para saber se o clima se mantém.

Pelo 3º ano seguido, brasileiros perdem na final da Libertadores

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O Estudiantes de La Plata venceu o Cruzeiro em pleno Mineirão nesta quarta-feira, 15. Os 2 a 1 repetiram o que parece ser uma sina para equipes brasileiras desde 2005. Em todas as finais de Libertadores nesse período havia a presença de brasileiros.

Títulos para equipes nacionais só vieram nas duas vezes em que ambos os competidores eram do país (em 2005 e 2006, quando São Paulo e Atlético-PR e Inter e e São Paulo disputaram a decisão).

Já que estamos no momento das contas, nos últimos 10 anos, havia brasucas em oito. Se esticar para duas décadas, em 15 havia brasileiros. A capacidade dos times conseguirem se aproximar do caneco não tem se concretizado em título.

Foto: VipComm/Divulgação

O jogo

O Estudiantes saiu perdendo aos doze minutos do segundo tempo, com um chutaço do volante Henrique que desviou em Desábato. Quinze minutos depois, o empate. Mesmo sem partir para o tudo ou nada, os argentinos conseguiram igualar com Gáston Fernándes aos 27. Segundo a Bodega Cultural, isso se dava quando o locutor da Globo, Galvão Bueno, anunciava as presenças dos governadores e pré-candidatos tucanos à presidência José futebol e política não se misturam Serra e Aécio Neves. Mais quinze se passaram e Mauro Boseli aproveita a bobeada da defesa azul para colocar os visitantes em vantagem. E dá-lhe retranca.

Sem o título, o treinador do Cruzeiro merece aplausos por levar a equipe até as finais. Mas permanece como promessa de treinador consagrado. Dias depois da última leva de demissões de treinadores de times da série A do Brasileiro, talvez não baste a promessa.

Alterado às 8h30

quarta-feira, julho 15, 2009

Iraque goleia Palestina nas primeiras partidas internacionais em seis anos

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O Iraque goleou a seleção da Palestina por 3 a 0 e 4 a 0. Foram as duas primeiras partidas internacional disputada em casa pela seleção da terra de Jalal Talabani (sucessor de Saddam Hussein).

O primeiro jogo correu na sexta-feira, 10, em Ebil (ou Irbil), ao norte do país, onde vive uma maioria curda. O segundo foi na segunda-feira, 14, no estádio Chaab, em Bagdá, que recebeu umas 45 mil pessoas para a partida.

Uma tempestade de areia quase ameaçou a chegada da seleção palestina à capital, mas funcionou.

A Fifa proíbe a realização de partidas oficiais no país desde a ocupação da coalizão dos Estados Unidos e Inglaterra. Apesar de aprovar ambos os jogos, a entidade comandada por Joseph Blatter não suspendeu proibição.

Segundo consta, os iraquianos gostam mais de futebol do que de quebab de carneiro. Em 2007, o escrete do país venceu a Copa da Ásia, sob o comando do técnico brasileiro Jorvan Vieira. O Terra garante que a conquista produziu um momento de união nacional entre xiitas, sunitas e curdos nas ruas para celebrar a vitória de 1 a 0 sobre a Arábia Saudita.

terça-feira, julho 14, 2009

Sarney, CPI da Petrobras e o recesso

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Nesta terça-feira, 14, o Senado instalou a CPI da Petrobras quase dois meses depois de começar as buscas por 27 assinaturas necessárias, em 15 de maio. Muita água rolou. Foram arrecadadas cinco firmas a mais do que o mínimo necessário, a estatal criou um blogue para responder às acusações da comissão e da mídia, Lina Vieira, a superintendente da Fazenda – de onde veio o gancho para a criação da comissão – foi demitida e José Sarney (PMDB-AP) encontra-se em meio a um furacão de denúncias de atos secretos, nepotismo e desvio de recursos de convênios com a própria Petrobras.

Instado a comentar a questão pela anônima cobrança de um leitor, resta lembrar alguns pontos, já que a ação acontece na capital federal.

Eleições 2010
Como grande parte das ações praticadas por figuras públicas eleitas, tanto a CPI quanto as denúncias contra Sarney passam pela eleição do próximo ano. Seja como palanque da oposição, seja para tentar colar a pecha de corrupto nos candidatos alinhados ao governo federal, a comissão tem tudo para reeditar momentos da trilogias do primeiro mandato de Lula – Mensalão, Correios e Bingos – a do fim do mundo. Não se pode esquecer ainda que a CPI das ONGs corre firme e forte, a ponto de ter se tornado moeda de troca depois da trapalhada de Inácio Arruda (PCdoB-CE) que, ao deixar a relatoria, viu seu posto ocupado pelo tucaníssimo Arthur Virgílio (PSDB-AM), o ilibado. Tudo bem que, ao que consta, o acordo do que é ONG objeto de investigação parece ter sido bem costurado para não desagradar demais nem a petistas nem a tucanos.

Diferenças entre 2009 e 2005
Numa comparação meio bruta, pode-se dizer que governo e oposição devem ter posições mais elaboradas do que nos escândalos de 2005. De um lado, o blogue da Petrobras mostra que a estatal está mais preparada para lidar com uma crise do que estava o PT e os demais partidos. Havia rumores até de que o Fatos e Dados traria um calhamaço de documentos que talvez fossem requisitados como forma de se antecipar. Até agora nada.
Mas some-se a confirmação da promessa de Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, de assegurar a presidência e a relatoria. Ele próprio assumiu a relatoria e João Pedro (PT-AM) ficou com o comando dos trabalhos. O plano de trabalho sai só em agosto, depois do recesso.
Alguém pode lembrar que Delcídio Amaral (PT-MS) era presidente da CMPI dos Correios, mas Osmar Serraglio, Amir Lando, Ibrahim Abi-Ackel, Efraim Moraes e Garibaldi Alves tinham nada de governistas. Se Romero Jucá conseguir o que quer, o plano de trabalho só sai depois do recesso, em agosto.
Tudo bem que, no frigir dos ovos, tudo é negociado e disputado, mas está claro que a base aliada consegue até aqui aparente controle das coisas.
Do outro lado, a engrenagem entre os jornais que levantam denúncias seguidas de parlamentares que exigem, em plenário, o esclarecimento do caso, vem funcionando de modo bastante azeitado. O presidente da Petrobras descreveu esse ciclo com clareza em entrevista à IstoÉ Dinheiro. Na reeleição de Lula, a tentativa de reedição do Mar de Lama passou longe de funcionar em um panorama de crescimento econômico com distribuição de renda. Será que a estratégia vai ser apostar numa crise econômica com profusão de denúncias e alvos ou com mais pressão sobre menos pontos?

Foto: Montagem com fotos de Geraldo Magela e Moreira Mariz/Agência Senado

Jucá, líder do governo e relator, Sarney, presidente do Seando,
e João Pedro, no comando da CPI



Governabilidade
A análise corrente aponta que o Planalto se preocupa tanto com José Sarney porque depende dele para manter a capacidade de aprovação das medidas de seu interesse. Se o presidente do Senado cair ou se licenciar – o que pode ser a mesma coisa segundo o teorema Renan Calheiros – entra em seu lugar Marconi Perillo (PSDB-GO).
Enquanto o PSOL organizava um Fora Sarney com máscaras de papelão com proeminentes bigodes desenhados contra a "Máfia do Senado", o PT capitulava entre pedir o licenciamento e apoiar o cidadão. Se há o temor da ingovernabilidade, que se assumam as consequências de aparecer na foto escudeando Sarney, com todas as consequências disso. Mas a dubiedade enquadrada foi mais fácil.

Vida de bêbado não é fácil

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Sem comentários, a matéria é tão ruim quanto a situação do manguaça, quem quiser saber do que se trata, clique aqui

Anvisa ao lado do Manguaça-Cidadão?

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Dois títulos de matérias da Agência Brasil sobre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) me colocaram a dúvida:

Anvisa aprova uso de nova droga para tratamento do câncer de fígado

O novo medicamento pode prolongar em até quatro meses a sobrevida de portadores desse tipo de câncer – o que em muitos casos pode significar o tempo necessário para o aparecimento de um órgão compatível ao paciente para a realização do transplante que lhe poderia salvar a vida.


Anvisa determina apreensão de lotes de água mineral natural
O produto vinha sendo comercializado com registro falso e teve a apreensão determinada em portaria publicada no Diário Oficial da União de hoje (14).

Quem apreende lotes de água mineral e libera medicamento para o tratamento de males hepáticos está a serviço do Manguaça-Cidadão?

Xico Sá e a Chave de Ouro

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Um amigo aqui do trampo me passou essa excelente entrevista concedida pelo jornalista, escritor e cachaceiro convicto Xico Sá (blog dele aqui), um dos cronistas esportivos mais admirados pela turma aqui do Futepoca, à revista literária virtual Germina. O entrevistador é o também poeta Jovino Machado (blog com poemas novos aqui, biografia e alguns trabalhos mais antigos aqui, que manda muito bem.

Machado pergunta e Sá responde sobre cachaça, amizade, poesia, música, mulheres, a proverbial posse das cavidades anais dos indivíduos altamente alcoolizados, sobre a vida, enfim. Veja os trechos que eu mais gostei abaixo (destaque os seus) e a entrevista completa aqui:

Jovino Machado – Só os bêbados suportam os bêbados? Só os sóbrios suportam os sóbrios?
Xico Sá – “Os bêbados são anjos que vagam lindamente, é tanto que as crianças adoram os seus passos trôpegos e outras vadiagens. Dos sóbrios, não entendo patavinas, faz muito tempo que não sei o que seja essa forma chata de encarar o inferno terreno.”

Deus inventou o lar e o diabo, o bar?
Concordo, mas o filho de Deus, o cabeludo que aprontou em Cafarnaum e região, não era nada besta: tudo que era pote de água virava vinho dos bons nas suas mãos. Tô com ele e não abro.

O vício é um luxo da natureza?
Aém de uma bela vingança contra a chatice do mundo. Eu pelo menos não agüento sóbrios e quem agüenta é só por vaidade: querendo se mostrar superior, o que se torna mais babaca ainda.

Cu de bêbado não tem dono?
Eu sigo o slogan de uma cachaça cearense chamada Chave de Ouro: “Com essa, você já cai de cu trancado”. Mas para quem ainda não descobriu essa pinga, realmente o ditado está certo. Culus bebedorum dominus non habet, como rezaria o padre das antigas no seu bom latim.

segunda-feira, julho 13, 2009

Parreira demitido, Luxa e Nelsinho no mercado, Mancini por um fio... Xi...

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O torcedor ficaria chateado, mas até poderia entender a derrota por 6 a 2 para o Vitória ontem como um simples “acidente de percurso”, conforme justificou o ainda técnico peixeiro Vágner Mancini. Mas vendo uma sequência terrível de partidas onde o time joga mal e/ou deixa escapar vitórias fáceis, não dá mais para o santista assistir de forma passiva à derrocada da sua equipe sem achar a quem culpar de forma imediata.

O Santos parecia até um time bem arrumado no Paulista. Mas, como as experiências repetidas a cada ano demonstram, nem sempre os estaduais são um parâmetro confiável para um campeonato ranhido e longo com o Brasileirão. Um dos pontos fortes do Santos no Paulistão era a participação ativa dos meio-campistas e dos atacantes na marcação. Neymar e Madson voltavam para a intermediária, assim como Paulo Henrique Ganso, que acompanhava as descidas dos volantes adversários. Triguinho, na lateral, se não era nenhum gênio no apoio, muitas vezes fazia o papel de terceiro zagueiro, liberando um ou dois volantes para atacar de acordo com a necessidade da equipe.

Mas, aos poucos, o esquema de Mancini foi desabando. Se uma ou duas peças não funcionam bem na equipe, pode-se trocar ou adequar alguém para a posição; se outros dois atletas se contundem, também dá-se um jeito; caso um atleta esteja em más condições físicas, é só promover um reserva... É assim que deveria funcionar em um clube minimamente estruturado ou “planejado” como gostam de dizer alguns doutores da bola travestidos de cartolas. Não é o caso do Santos.

Assim, o técnico tentou algumas vezes substituir Neymar por Maikon Leite, para exercer a mesma função já que ambos tem características parecidas. Como o atacante ainda sofria com sua adaptação pós-cirurgia, Molina virou a solução. Ou seja, o esquema teve que ser mudado. Na lateral-esquerda, com a contusão de Triguinho, Léo voltou mas, fora de forma, não conseguiu exercer a mesma função de seu antecessor. Naquela posição, Pará faz o santista entristecer pois comparar este “coringa” com outros históricos como Lima nos anos 60 e recentemente Elano, é pra fazer qualquer um desistir de torcer.

A última tentativa de inovação da parte de Mancini aconteceu ontem. Um esquema com três zagueiros de ofício, mas que, na prática, são três volantes, já que Paulo Henrique Rodrigues atuou mais à frente. Carpegiani foi esperto e, no lugar de um atacante, colocou um meia para dominar o setor, marcando a saída de bola do Peixe. E dominou. Os zagueiros ficaram distantes dos meias, expostos ao ataque do Vitória e aos avanços de Apodi (aquele) e, no mano a mano, a zaga santista sofreu como sofreria qualquer outra no planeta, ainda que fosse excelente (o que não é o caso). Pra completar, o goleiro Douglas achou por bem falhar bisonhamente no primeiro gol baiano e Domingos fez uma das piores apresentações de um zagueiro com a camisa do Santos, lembrando atuações pouco saudosas de Camilo, Pedro Paulo, Marcelo Fernandes, Marconato etc.

Assim, Mancini bambeia, mas não cai. Não achava que o presidente santista fosse demiti-lo logo depois do jogo, até porque ele finge ser cartola europeu, daqueles que dão “crédito” ao técnico por conta de seu trabalho. Se nem Nelsinho Baptista foi demitido imediatamente após o 7 a 1 para o Corinthians (precisou ser goleado por 4 a 0 para o Internacional em seguida), não seria Mancini vitimado assim.

O problema agora é saber quanto tempo durará o atual treinador santista e quem vem substitui-lo. As especulações acerca de Nelsinho e o perdulário Luxemburgo são de arrepiar. Junte-se a isso o fato de Parreira ter sido demitido do Fluminense e temos um pesadelo se desenhando. Como já disse, só Muricy pode salvar o Santos de mais uma campanha pífia no Brasileirão, já que a salvação imediata – a queda da diretoria do clube – só virá por milagre. Oremos.

Ô, Ô, Ô, O freguês voltou...

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O canto da torcida do Galo no segundo tempo, quando estava 2 a 0, pode até ser considerado exagerado por conta de o Cruzeiro ter entrado com o time reserva e estar com um jogador a menos em praticamente toda a partida.


Mas como o Galo não tem nada a ver com isso, fez a sua parte, ganhando de 3 a 0, que poderiam ser pelo menos 6 se os bandeirinhas não errassem em pelo menos 3 impedimentos com os jogadores do Galo saindo sozinhos à frente do goleiro cruzeirense.

Mas o que importou foram os três pontos, que reconduziram o Galo à liderança e impediram a quebra de um tabu. O Galo continua com a maior série invicta, de 13 partidas sem derrota para os azuis, conquistada na década de 1980.

Quanto ao jogo, a destacar que o Cruzeiro, embora com reservas, tinha pelo menos seis jogadores que já foram titulares ou veem entrando sempre, como Jancarlos, Athirson, Fabinho, Fabrício, Elicarlos, Thiago Ribeiro e Zé Carlos. Claro que Fábio, Ramires e Kléber fazem uma falta danada, mas quem decidiu não escalá-los foi o técnico do Cruzeiro, então o Galo tem mais é que comemorar a vitória.

Porque até os 30 minutos do primeiro tempo o jogo estava igual, com o Galo nervoso, perdendo gols e tomando contra-ataques. Depois da furada do Tardelli e do gol do Júnior, dominou inteiramente a partida e poderia ter ganhado de 5 ou 6 a zero.

Méritos para o Roth que desta vez mexeu bem (diferentemente dos jogos contra Barueri e Botafogo, em que errou nas substituições), tirando um lateral que estava com cartão amarelo e trocando pelo terceiro atacante.

Com isso abriu o Tardelli e o Éder Luís, um em cada ponta, e colocou o Alessandro no meio da área, com o Júnior, na meia, chegando de trás, acabando com a cobertura dos 3 volantes do Cruzeiro.

Valeu a comemoração feita em casa com os mosqueteiros que foram comigo à derrota contra o Barueri. Esquentamos o pé frio justamente contra o maior rival.

Na quarta, vou fazer de conta que não estou secando para ver se o Estudiantes ganha de meio a zero para calar o Mineirão. Dá-lhes, Pincharratas.