Destaques

sábado, outubro 31, 2009

Flamengo 1 X 0 Santos - Não cobrem o garoto, cobrem o “gênio”.

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Quando um time perde uma partida com dois pênaltis desperdiçados é de se pensar. Muitos podem dizer que isso “acontece no futebol”, mas se não olharmos esse ponto como uma síntese de tudo que aconteceu com o Santos no segundo semestre, perderemos uma chance preciosa de avaliar o que vem sendo feito no clube. Uma combinação desastrosa de uma diretoria incompetente que terceiriza seu futebol para um técnico decadente, egocêntrico, que se preocupa mais consigo mesmo do que com o time, gasta mal os poucos recursos de que o clube dispõe e queima os jovens talentos que poderiam dar alegria ao torcedor.

Exigir mais dos jogadores em um cenário assim é simplesmente desumano. Curioso é ver que a torcida cobra muito de Kléber Pereira (que deve sim ser cobrado), mas esquece o “comandante”. Luxemburgo. Mesmo demitido do Palmeiras por um misto de ingerência indevida e “deficiência técnica”, foi premiado pela diretoria santista com carta branca e o maior salário de um treinador no Brasil. O resultado? O Santos não evoluiu nada, tem aproveitamento pior que o da era Mancini, o futebol da reta final do Paulistão não foi reproduzido sequer uma vez com o “gênio” Luxa e, de “time da virada”, tornou-se o “time que torna virada”. Aliás, tudo previsível.

Da promessa feita de levar o time à Libertadores - pra quem esqueceu, a afirmação textual ao assumir a equipe foi: "o objetivo é colocar o Santos na Libertadores, que é a elite do futebol Sul-Americano; é claro que os adversários estão bem preparados e acima de nós na tabela, mas com trabalho e sacrifício vamos recolocar o Santos onde ele deve estar, que é no grupo da frente" - , vemos hoje um técnico cheio de desculpas e que não assume as responsabilidades nem pelos esquemas táticos errático nem pelos reforços que trouxe, com um elenco mais numeroso e, em tese, com mais qualidade do que dispunha seu antecessor. Parece que não tem nada a ver com a situação da equipe, que ele é uma vítima que somente espera ou a viabilização da sua candidatura ao senado ou um empreguinho no Internacional.

Muitos diziam que a vinda do ex-palmeirense teria como objetivo, além da promessa não cumprida da Libertadores, valorizar as jovens jóias Neymar e Paulo Henrique. A sua forma de “valorizar” os meninos foi colocá-los na reserva logo na sua primeira partida contra o Atlético-PR na Vila. Depois, Neymar, decisivo para que o Peixe chegasse à final do Paulistão, virou reserva (assim como Madson, outro atleta decisivo naquela ocasião) e vale bem menos do que quando o atual comandante assumiu.

Já Paulo Henrique perdeu dois pênaltis hoje. Se havia perdido um no primeiro tempo, por que cobrar o segundo? Porque o “gênio” quer que seja desta forma ou porque ele simplesmente se omitiu. Na coletiva, ainda justifica dizendo que foi uma forma de “dar confiança” ao garoto, desviando o foco da própria culpa. E assim ele não só compromete o resultado da equipe como joga a auto-estima de Paulo Henrique lá pra baixo. Ainda vai dar lições de moral, auto-ajuda e psicologismo barato em entrevistas justificando sua atitude para os crédulos que ainda o acham um profissional das quatro linhas. Não é. Quando era, era bom, talvez não fosse o melhor, embora muitos acreditassem que fosse, mas hoje é uma sombra e já era antes de vir para o Santos.

É capaz de que, ao fim do Brasileirão, Luxemburgo e MT venham a público dizer que a campanha foi vitoriosa porque o Santos, em nenhum momento, foi ameaçado pelo rebaixamento. E tem gente que vai acreditar e aplaudir.

*****

Ver Jean como titular do Santos – praticamente uma mistura de Lenny com Kléber Pereira (no quesito gols perdidos) – é o tipo de desprazer que só o “gênio” pode proporcionar ao torcedor santista. Assim como a despedida de Antônio Carlos vestindo a 10 de Pelé e indo para o Corinthians na mesma semana.

Mais derrotas que empates

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Em sua quarta passagem pelo clube, o técnico Vanderlei Luxemburgo completa hoje 300 jogos pelo Santos, contra o Flamengo. Nas 299 partidas que comandou até aqui, obteve 159 vitórias, 67 empates e 73 derrotas (aproveitamento de 60,65%). Para efeito de comparação (sem o menor cabimento, a não ser pela provocação entre os dois técnicos), Muricy Ramalho, em sua terceira passagem pelo São Paulo, tinha 162 vitórias, 82 empates e 55 derrotas em 299 partidas (aproveitamento de 63,3%), antes de completar 300 jogos com uma vitória por 3 a 1 sobre a Portuguesa, em julho de 2008. Em termos de vitórias e aproveitamento, portanto, os dois mostram empate técnico. A diferença fica por conta dos empates e derrotas, o que pode significar que: 1) Luxemburgo prefere arriscar mais e acaba sofrendo mais derrotas; 2) Muricy é retranqueiro e prefere a segurança dos empates; 3) Luxemburgo perde mais porque erra mais; 4) Muricy empata mais pelo mesmo motivo; 5) Todas as anteriores; 6) Nenhuma das anteriores. E aí?

Botafogo carioca liberou LSD paraguaio em 1968

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Em meio as deliciosas histórias de "Dez! Nota dez!", a biografia (à direita) do mitológico Carlos Imperial escrita por Denilson Monteiro (Editora Matrix, 2008), separei uma das que falam sobre futebol. Em 1968, Juan Zenón Rolón era um cantor paraguaio que defendia uns trocados na noite paulistana, sob a alcunha de Juancito. Contratado por Imperial para aparecer no programa "Barra Limpa", da TV Tupi, o rapaz foi rebatizado simplesmente como Fábio - a partir de Fábio Marcelo, nome usado anteriormente por um cantor amigo dele, que depois trocou para Herondy (aquele de "Não se vá", da futura dupla com Jane). Porém, apesar de agradar na televisão, o paraguaio não tinha contrato com gravadoras e não via a hora de entrar no estúdio. Quando abordava Imperial, este se limitava a dizer que ainda não havia chegado a hora. Foi aí que o futebol entrou como fator decisivo. Segue o trecho do livro que conta essa historinha:
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Na final do campeonato estadual [do Rio de Janeiro], em 9 de junho de 1968, Imperial levou Fábio para conhecer o Maracanã. A decisão era entre o seu querido Botafogo e o Vasco da Gama. O Glorioso jogava pelo empate e tentava o bicampeonato. Imperial comentou com sua descoberta:
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- Vamos ver se você é pé-quente.
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Fábio demonstrou ser um verdadeiro talismã, pois logo aos 15 minutos Roberto marcou para o Botafogo, e aos 33 foi a vez de Rogério balançar a rede vascaína. Carlos vibrava e abraçava seu pupilo. Aos 15 do segundo tempo, Jairzinho marcou o terceiro, e Gérson liquidou a fatura cobrando falta aos 22. Botafogo 4 x Vasco 0. (...) Quando voltaram para a Miguel Lemos [rua onde ficava o apartamento do produtor/compositor], Imperial, ainda eufórico com a conquista do seu time, falou para Fábio:
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- Você é realmente um pé-quente, amanhã vou chamar o pessoal da RCA Victor e falar para eles te contratarem.
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Na segunda-feira, Imperial ligou para a gravadora e os executivos foram até a Miguel Lemos, onde o contrato foi assinado. Agora restava ao cantor providenciar duas músicas para um compacto simples. Fã dos Beatles, Fábio ouvia direto a polêmica "Lucy in the sky with diamonds", canção de duplo sentido, que alguns diziam se uma ode de John Lennon ao LSD. O paraguaio sabia que Imperial tinha ojeriza a qualquer tipo de droga, mas não dispensava uma boa polêmica. Resolveu arriscar.
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- Imperial, os Beatles estão fazendo o maior agito com aquela música deles. A gente podia fazer a nossa aqui no Brasil. Eu já tenho os primeiros versos: "Lindo sonho delirante, hoje quero viajar".
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A possibilidade de ganhar as páginas dos jornais falou mais alto, e Carlos resolveu embarcar no chamado som psicodélico. Ele e Fábio trabalharam a canção e fizeram uma segunda, "O Reloginho". As duas foram gravadas no estúdio Havaí, com a participação dos sempre eficientes Fevers.

Maracanã, 1970 - Leno, Tony Tornado, Guilherme Lamounier, Clara Nunes, Carlos Imperial, Antonio Adolfo e Tibério Gaspar



Árbitro imparcial

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Por Mouzar Benedito


A inauguração de um campo novo no Córrego Cavalo, bairro rural entre Nova Resende e Barro Preto, foi muito festiva. Chamaram até um time da cidade pra jogar lá. Quem ia “bater o piu”, quer dizer, apitar o jogo, era o Ernesto, que fez um longo discurso antes, dizendo ser imparcial, o que não convenceu ninguém.

Estava difícil fazer o time da casa ganhar, o adversário jogava muito melhor. A certa altura, o baixinho Parafuso pegou a bola na ponta direita, driblou dois zagueiros do Córrego Cavalo e centrou. O ponta esquerda Luizinho do Lica entrou de cabeça pelo meio e marcou um gol para o time da cidade, quer dizer, o adversário do Córrego Cavalo. Gol anulado, claro.

— Nóis é da roça mas sabe as regras. Ponta esquerda tem que jogar na ponta esquerda, na extrema. O que é que ocê tava fazendo no lugar do centroavante? — bronqueou o juiz, que ainda deu falta contra o time da cidade.

Pouco depois, sobrou uma bola pingando para o centroavante Zé do Gato, que deu um chutaço a gol. O goleiro do Córrego Cavalo nem viu a cor da bola. Só que o gol não tinha rede e a bola, a meia altura, bateu de cheio na cara do Zé Soldado, da gloriosa Polícia Militar, que assistia ao jogo atrás do gol, derrubando-o de costas. Ernesto, Logicamente, anulou, apitando falta do atacante:

— Desacato a autoridade — gritou bravo, ameaçando Zé do Gato de expulsão, se ele fizesse isso de novo.

Faltando uns dez minutos para terminar o jogo, mantido zero a zero até então com muita dificuldade, finalmente o ataque do Córrego Cavalo chegou à área adversária, mas o meia Zaqueu tropeçou e caiu na hora de chutar. Pronto! Pênalti, apitou o Ernesto. Quem foi bater? O próprio Zaqueu? Não!

— Eu apitei pra mim batê, uai — disse o Ernesto.

Já vestindo a camisa cedida por um atacante substituído por ele, Ernesto entregou o apito ao seu compadre Orlando:

— Cumpadre, bate o piu nesse restinho de jogo que agora eu sô jogador.

Bateu o pênalti e marcou. Um a zero para o time do Córrego Cavalo, invencível jogando em casa.



Mouzar Benedito é amigo dos integrantes do Futepoca e, tal como eles, é apreciador de cachaça boa e já foi jurado do festival da cachaça de Sabará. Saciólogo, geólogo e jornalista, é autor dos livros João Rio, 45; 1968, por aí, entre outros.

sexta-feira, outubro 30, 2009

Sacanagem

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Um amigo me conta que, depois da eliminação do Corinthians pelo Palmeiras na Libertadores de 2000, um grupo de palestrinos da universidade onde ele estudava grudou pelas paredes centenas de cópias do manual que o Marcelinho Carioca usava em sua escolinha de futebol. Numa página, ele explicava como bater um pênalti, com um desenho do jogador e a seguinte instrução: "Bata sempre no canto, um pouco abaixo da meia altura, que o goleiro nunca pega". Depois da teoria, vamos à prática:

Obina faz 3 e comanda o Palmeiras contra o Goiás

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Ufa!

Foi por 4 a 0 o reencontro do Palmeiras com a vitória no campeonato brasileiro depois de quatro partidas sem vencer, das quais três foram derrotas. Obina marcou três vezes pela segunda vez na temporada e deu o passe para o quarto, conferido por Deyvid Sacconi. O time de Muricy Ramalho voltou a marcar gols e o campeonato tem um velho líder.

Ou, usando o recurso do Chiqueiro, "meio à là treinador de boxeador: 'Quem é o líder?! Quem é o líder?!'"

Talvez tenha sido a exorcizada feita pela torcida. Ou talvez a presença de 18 mil representantes alviverdes no Palestra Itália. Pode ter sido também algum efeito reverso dos são-paulinos tentando, assumidamente, secar o Palmeiras. O fato é que Obina e Ortigoza mandaram avisar que Vagner Love, ausente por suspensão, vai precisar suar para garantir sua vaga.



Parecia que o vento soprava contra o Palmeiras no campeonato. Mesmo com a liderança após resultados diante do Avaí, Náutico, Flamengo e Santo André, o time chegou a ficar atrás na classificação por 24 horas, após o São Paulo passar pelo Inter no Morumbi. Um campeonato por pontos corridos não tolera muito vacilo na reta final.

E o vento realmente soprou contra o time no Palestra Itália no primeiro tempo. Nesse caso, sem metáforas, segundo Marcos, o Goleiro. Ele disse, no intervalo, que a segunda etapa permitiria mais domínio do time da casa porque jogaria a favor do deslocamento de ar. O fenômeno climático (ou seria metereológico) não foi tão decisivo quanto o desmantelamento do esquema tático de Hélio dos Anjos, o homofóbico (ou quase tão homofóbico quanto parte da torcida).

Mesmo assim, foi logo aos 5 minutos que o mundo começou a voltar a ser bom para o alviverde. Há nove rodadas não saia um gol tão cedo para o Palmeiras. Depois vieram outros aos 28, aos 38 do segundo tempo e aos 41.

Aliás, nos últimos 10 jogos, o Palmeiras saiu perdendo em 6. Além das derrotas para Santo André, Flamengo, Náutico e Vitória, houve o empate com o Avaí e a virada sobre o Santos.

O resultado foi excelente por mostrar que acertou o torcedor que acreditou na vitória sobre o Goiás. Espero que, no próximo jogo, contra o Corinthians em Presidente Prudente, o time repita a boa atuação e aponte que acertou também o palmeirense que botou fé na recuperação.

quinta-feira, outubro 29, 2009

Parabéns ao juiz

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O não sei quem goiano que apitou Fluminense e Atlético já tem emprego garantido. Virará comentarista da Globo, como todos aqueles que prejudicaram o Atlético na história, vide Arnaldo César Coelho e Wright.


Marcou um pênalti em que a bola bateu no peito do Jorge Luiz, num lance decisivo da partida. Está certo que ajudou a expulsar o próprio Jorge e reforçar o Galo para o próxima jogo.

Estranho também o comentário do Lédio Carmona no SporTV. É um comentarista que respeito, mas o argumento para justificar o pênalti é que o zagueiro estava de braços abertos. Acho que nem tocou na bola, mas a regra não fala em intenção? Que argumento é esse que estava com os braços abertos?

Creio que o juiz atrapalhou o Galo, mas não ajudou o time de seu Estado, que perdeu para o Palmeiras. E que o Flu está dando seus últimos suspiros antes do rebaixamento. Mesmo com a vitória continua na lanterna.

O Palmeiras fez sua parte e se ganhar o título foi por merecimento. O Galo se conquistar uma vaga na Libertadores já está bom. Isso se jogar mais bola e a arbitragem também deixar. Engraçado como determinados times sempre são recebem uma mãozinha, como o Cruzeiro contra o Santo André.

Ah, bendita mala de todas as cores, até branca.

Líder e secador

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Por Moriti Neto



Nesta quinta, o São Paulo acordou líder do Campeonato Brasileiro e, para dormir na primeira posição da tabela, resta assumir declaradamente a função de secador de Palmeiras e Atlético Mineiro. Que a zica do Verdão continue frente ao Goiás e que o Fluminense, com a motivação de continuar respirando os ares da Série A, apronte com o Galo.

É duro secar. Depois de sofrer pelo próprio time, o secador tem que torcer por outras equipes em benefício do clube que ama. É sofrimento em dobro, triplo ou mais se a competição for tão disputada quanto esta. Mas quem disse que era fácil?

São Paulo x Inter

Ontem, no Morumbi, em partida que começou com muita marcação, o São Paulo pressionava a saída de bola do Internacional, que, por sua vez, buscava os contra-golpes. O primeiro tempo foi uma correria só e não houve superioridade. E quando a coisa dava pinta de que as equipes desceriam para os vestiários com o 0 x 0, eis que, no último lance da etapa inicial, Hernanes bateu mal um escanteio, a zaga do Colorado foi pior ainda, e Washington fez o que mais sabe fazer, ou seja, empurrar a bola até as redes. O centro-avante, criticado por muitos, foi comemorar no símbolo do Tricolor, próximo da lateral do campo, levando à loucura os mais de 34 mil torcedores que compareceram ao Cícero Pompeu de Toledo.

Nos 45 finais, os paulistas esboçaram alguns ataques logo após o retorno ao gramado, mas os gaúchos partiram para a ofensiva e mantiveram a bola rondando a área são-paulina. Foi uma chuva de cruzamentos colorados e, ainda bem, Miranda, André Dias e até Renato Silva estiveram inspirados, ganhando quase todas pelo alto.

Não há dúvida de que o Tricolor recuou no segundo tempo, mas ao menos não faltou aplicação. O time foi compacto, aguerrido, e todos contribuíram na marcação. Considerados os confrontos contra Santos e Inter, parece que o espírito letárgico mostrado nas partidas com Coritiba. Flamengo e Atlético está exorcizado.

Os salvadores

No final da partida, Washington deixou claro que deseja ficar no elenco e que podem, sim, cobrar dele, mas com o entendimento de seu papel no time, jogando dentro da área. Aliás, o homem é o artilheiro são-paulino no ano com 26 gols em 51 jogos. Simplificando: a cada duas partidas, ele anota um tento. Nada mal para quem viveu quase a temporada inteira na briga pela posição com Borges.

Certos acontecimentos justificam o velho ditado: “há males que vem para o bem”. Bosco foi decisivo ontem. Fez três defesas importantíssimas para garantir a vitória. Com todo respeito ao Capitão, Simon, no jogo passado, talvez tenha feito um favor ao expulsá-lo. Vai saber se Rogério seria, ontem, o “homem certo no lugar certo”, assim como seu reserva.

Bicho matreiro

Fazendo jus ao apelido que carrega, o Cruzeiro vai chegando devagarzinho. Recuperou-se da derrota na decisão da Libertadores, das desavenças internas, principalmente com Kleber Cotovelo, e já tem a melhor campanha do segundo turno.Além disso, o elenco é bom e pode aprontar uma das grandes como fez o próprio São Paulo em 2008. Enfim, deixar Raposa tomando conta de galinheiro...

Será que foi mesmo tão diferente?

O comentário geral indica que esta edição do campeonato é a mais equilibrada da era de pontos corridos. Muitas teorias defendem que a competição deste ano é diferente por causa do nivelamento. Fiz uma pesquisa e descobri algo que vale reflexão. Exatamente na 32ª rodada, o torneio do ano passado tinha a seguinte classificação: Grêmio com 59 pontos, São Paulo com 59, Palmeiras e Cruzeiro com 58, e Flamengo com 56 estavam entre os cinco primeiros. Há realmente tanta diferença assim?


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Triste fim

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Ainda surpreso com a contratação do mítico Vieri pelo Botafogo de Ribeirão Preto (que promete outra aquisição bombástica), estava pesquisando o destino de alguns ex-artilheiros do São Paulo e, nisso, me deparei com informações não menos surpreendentes (ou melancólicas):

Dodô - Aos 35 anos e suspenso pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) até o início do próximo mês, por doping, Dodô mantém a forma física por conta própria e negocia seu retorno ao Botafogo carioca. Será que joga a Série B?

Cafu - Parado há quase um ano e meio, o lateral direito chegou a ser cogitado pelo Santos, mas deve mesmo tomar o rumo do Barueri. "Interminável", como diria Milton Neves, o jogador completou 39 anos em julho.

Denilson - Depois de uma passagem relâmpago no Xi Măng Hải Phòng, do Vietnã, onde jogou apenas uma partida, o ex-bailarino não decidiu se continua jogando, se vira comentarista, se casa ou compra uma bicicleta. Tem apenas 32 anos.

Macedo - Essa foi a que mais me espantou, pois, aos 40 anos, o cabra jogou este ano pelo União de Mogi das Cruzes, que conseguiu a proeza de terminar em último lugar no Campeonato Paulista da Série A-3. Isso é o que entendo por ostracismo...

Amoroso - Rebaixado com o Guarani no Paulistão, poderá jogar no Ituano, que é dirigido por Juninho Paulista. Nada grave, mas curioso se lembrarmos que, há menos de quatro anos, Amoroso foi campeão mundial pelo São Paulo, como titular incontestável, e se tranferiu para o Milan de Ronaldo Gordo e Kaká. Está com 35 anos.

O Raloín contra o Saci e os seus amigos

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Pra quem for de São Paulo, fica aqui a dica: hoje (29), às 19 horas, no Bar Canto Madalena (ver endereço aqui), o lançamento do Anuário do Saci e seus Amigos. A obra é de Mouzar Benedito, com ilustrações de Ohi, projeto gráfico da eminência parda Carmem Machado e a meticulosa revisão do futepoquense Mauricio Ayer.

Às vésperas do anglo-saxônico Halloween, nada mais oportuno que lembrar o Saci, nosso candidato a mascote da Copa de 2014, e outros ilustres companheiros dele na mitologia brasileira. Aliás, no mesmo dia da festa gringa, comemora-se o Dia do Saci. Na obra de Mouzar, a cada mês, uma ou mais lendas têm suas histórias contadas e todos os dias acontecimentos históricos que lembram a importância da data são retratados. Sempre com o característico bom humor deste colaborador do Futepoca. Abaixo, um dos textos que fazem parte do anuário e que conta a história de duas figuras mitológicas das bandas de cá:

Mitos ligados ao Sol, Caipora e Anhanga são protetores dos animais de caça. Anhanga (ou Anhangá) protege os de grande porte e Caipora os menores.

O Caipora é confundido com o Curupira em alguns lugares. Em outros, principalmente no Nordeste, não é “o” Caipora, mas “a” Caipora, que por sinal até topa um namoro com humanos, mas é ciumenta pra chuchu. Se o namorado casa com outra, pode saber que vai levar dela
uma surra inesquecível.

A palavra Caipora, ou Caapora, nome dado em algumas partes do Brasil, tem a mesma origem de caipira, do tupi, e o mesmo significado: morador do mato. Em alguns lugares da Bahia, o chamam de Caiçara. Na Paraíba, existe a Flor-do-Mato, que nada mais é do que “a” Caipora.

Ele é pequeno, forte, peludo, e anda montado num cateto (também chamado de caititu e de porco-do-mato). Ele toca todo o bando de catetos para lugar protegido dos caçadores. Se um animal é morto por caçadores sem necessidade, basta o cateto montado pelo Caipora – o maior do bando – encostar o focinho nele que ele ressuscita.

Nas sextas-feiras, principalmente de lua cheia, mesmo havendo necessidade, os caçadores descansam: esse é o dia da caça, não é do caçador, dizem. Se forem caçar, serão punidos pelo Caipora. Ou, no mínimo, ele espanta as aves e os animais. Ele pune também caçador que mata fêmeas prenhas ou amamentando e filhotes. E também aves que estão chocando ou criando filhotes.

Ver o Caipora dá azar. Por isso, surgiu o termo “caiporismo” para pessoas que estão com muito azar. No Sertão do Nordeste é muito comum ouvir dizer que alguém está com “o Caipora”, quer dizer, está infeliz, nada lhe dá certo.

O Caipora, ou a Caipora, aprecia uma boa cachaça e fumo de corda. Os caçadores costumam colocar um pouco das duas coisas na entrada da mata para dar como oferenda a ele/ela e não serem incomodados.

93 milhões em ação, pra frente Goiás!

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Considerando a pesquisa mais recente, de 2007, e o levantamento populacional deste ano do IBGE, podemos afirmar, com margem de erro razoavelmente baixa, que o Goiás terá uma torcida adicional de 92,4 milhões de torcedores hoje para, pelo menos, arrancar um empate contra o vice-líder Palmeiras pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Isso levando em conta que os maiores secadores do alviverde paulistano serão, pela ordem:

1 - 15,1 milhões de sãopaulinos (que também vão azarar o galo mineiro);

2 - 3,7 milhões de atleticanos, cujo time pode alcançar a liderança e, desde já, torcem pela caveira de Palmeiras e São Paulo;

3 - 5,6 milhões de colorados, pois o Inter de Porto Alegre não quer ver um líder a mais de três pontos de distância e torce para que todos a sua frente percam;

4 - 5,6 milhões de cruzeirenses, pelo mesmo motivo (e que, como os sãopaulinos, vão secar o Galo);

5 - 32,2 milhões de flamenguistas, que, como atleticanos e colorados, não querem ver um líder tão distante (e ainda tem a identificação histórica entre palmeirenses e vascaínos);

6 - 7,5 milhões de gremistas, que comemoram a vitória de ontem - mais a derrota do maior rival - e acreditam que ainda é possível, desde que o líder não esteja tão distante;

7 - 22,7 milhões de corintianos, que, lógico, estão secando com maior raiva o hexacampeão do Morumbi, mas que também não querem o pentacampeonato do inimigo Palmeiras, que superaria seus quatro títulos.

Por isso, se considerarmos um mínimo de 600 mil torcedores do Goiás, chegamos a 93 milhões de pessoas zicando uma vitória palestrina. Metade do Brasil! E assim, mesmo que a ideia e a imagem nem sejam inéditas (pior, partiram do palmeirense De Massad no fim do ano passado), vale o repeteco:


Ps.: Concordo que o São Paulo precisa secar o Atlético-MG, não consigo torcer pelo Fluminense depois da sacanagem da Copa João Havelange, que o trouxe de volta para a elite na mão grande. Cai, Flu! O Galo tropeça depois.

quarta-feira, outubro 28, 2009

Com estratégias diferentes, palmeirenses clamam por reação

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Blogues de palmeirenses apostam em estratégias diferentes para exorcizar e afirmar que ainda acreditam no combalido time alviverde que entra na 32ª rodada do Brasileirão como líder. Combalido pela sequência de quatro jogos sem vencer, algo imperdoável para quem quer faturar um título em pontos corridos.

Só os jogos desta quarta e quinta-feira é que mostram se a equipe comandada por Muricy Ramalho seguirá ou não na ponta da tabela. Nesta quarta-feira, 28, São Paulo enfrenta o Inter no Morumbi. Quem vencer assume a liderança. O Atlético-MG também pode morder a posição de primeirão se passar pelo Fluminense. Ao time de Palestra Itália cabe vencer o Goiás para dizer que ainda quer ganhar a taça.

Desanimado com a série de desgraças, recorro aos colegas de torcida e autores de blogues alviverdes para exorcizar a fase trágica e reunir esperanças..

O Coração Palmeirense faz uma referência ao "Outubro negro" de 1929, quando eclodiu a crise econômica que se arrastaria pela década seguinte e uma das causas da Segunda Guerra Mundial. É que este mês, tirando a vitória sobre o Santos, foi lamentável. "Penso que a razão para os seguidos fracassos do Palmeiras de Muricy é ... sobrenatural", escreve Affonso Júnior. "Trata-se de decisão dos deuses do futebol", completa.

Para ele, o mês de outubro reconduziu o Brasileirão ao zero, emparelhando os candidatos ao título. O que vem a seguir? "A resposta está com Muricy Ramalho".

O À Luz da Catedral recorre a outra metáfora. A Flecha de Akbar e a história do guerreiro medieval islâmico que não desistia. Se é que eu entendi bem.

"Desfalcado da torcida o Palmeiras não pode ir a campo", avalia Tânia "Clorofila" Dainesi. Para isso, ela se agarra à história de reações dos times palmeirenses que viu em campo e no brio do elenco atual.

O Cruz de Savoia pede que Diego Souza seja preservado das críticas de torcedores que o colocaram na posição de "boi de piranha", para-raio de críticas e motivo para a queda de rendimento.

Ele acha que tem mais coisa errada com seu posicionamento do que com sua postura em campo. "E, se não for isso, será que não dá para arrumar outra teoria do fracasso? Porque o Palmeiras precisará de tudo nesta quinta – menos de um torcedor hostil com nosso Maestro", conclama.

Mas o Parmerista aposta em arquibancadas vazias pelo valor do ingresso praticado. Um erro tático num momento estratégico. Ele elenca cinco fatos, começando pela contusão de Pierre e Maurício Ramos, passando pela perda no meio de campo com Vagner Love como titular e Diego mais distante, seguida por erros individuais e fragilidade emocional. Tudo que acumulou contra o Santo André.

A mística do post 100 é a esperança do Palestra Imortal para uma arrancada final. O Chiqueiro quer que o "G", do escudo do Goiás, seja transformado na inicial de "ganhamos", verbo devidamente conjugado pelos porcos. O Terceira Via Verdão quer acreditar que os confrontos diretos entre adversários ao título os fará, mais rodada, menos rodada, com que alguém perca pontos.

Que os torcedores tenham razão. Vai, Palmeiras!

terça-feira, outubro 27, 2009

33ª Mostra de Cinema tem futebol e transmissão online

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Até o dia 05 de novembro, São Paulo abriga a 33ª Mostra Internacional de Cinema e seus 424 filmes.
Além da overdose cinematográfica (já tradicional), a inovação deste ano fica para o primeiro Festival Online do mundo. A ideia é disponibilizar na internet 25 filmes, que integram a programação da Mostra, para o público assistir gratuitamente.
Entre os títulos que procurava para assistir, fica a recomendação dos filmes “Futebol Brasileiro”, longa produzido por uma japonesa, “Á Margem do Lixo”, a terceira parte de uma tetralogia do Evaldo Mocarzel, "Momentos de Jerusalém", que são sete documentários feitos por sete jovens diretores palestinos e israelitas e “Nós que ainda estamos vivas”, que narra o julgamento realizado em 15 de março de 2007 contra os militares argentinos responsáveis pelo genocídio durante os anos 1970. A lista completa dos filmes que estão disponíveis para ver gratuitamente está aqui.
Link
O tema boleiro também pode ser conferido nas seguintes películas: À Procura de Eric, do Ken Loach, e que foi produzido e protagonizado pelo jogador de futebol francês Eric Cantona, conhecido por suas jogadas brilhantes e pavio curto. Além do documentário "Maradona". Então para os ébrios da vez, fica a dica!

Mês que vem, o jogo do ano

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A terra vai tremer no dia 5 de novembro. Pela primeira vez (salvo engano) na história, a fechada Coreia do Norte receberá uma equipe brasileira de futebol em seu território. Será a chance dos brasileiros encantarem os norte-coreanos com o futebol pentacampeão do mundo e, de quebra, ajudar a seleção local a se preparar para a Copa de 2010, para a qual está classificada.

O time em questão é o Atlético Sorocaba, da segunda divisão paulista, que enfrentará a seleção da Coreia do Norte. Isso mesmo, caros amigos: no mês que vem, teremos o duelo Coreia do Norte x Atlético Sorocaba.

A notícia foi dada hoje pela Trivela, que repercutiu informação da agência sul-coreana Yonhap. Segundo o texto, a novidade foi dada à agência na segunda-feira por um "homem de negócios que ajudou a organizar a partida". A fonte, informa a Yonhap, é presidente da companhia automobilística Pyeonghwa. Tanto Pyeonghwa quanto Atlético Sorocaba têm o mesmo proprietário - Sun Myung Moon (foto), mais conhecido como "Reverendo Moon", o criador-líder-máximo da Igreja da Unificação.

A única ressalva ainda em relação à existência do confronto vem do próprio Atlético Sorocaba. O site do clube não menciona a partida - diz que a equipe faz uma excursão para a Ásia e enfrentará FC Tokyo, em duelo a ser travado no mítico Ajinomoto Stadium (é sério), "uma equipe da China" e o Il Hwa Chunma, da Coreia (o texto não especifica qual das duas). Há uma menção a um quarto jogo "que será definido durante a viagem", mas não se cita a possível partida contra o selecionado norte-coreano.

A torcida do Futepoca e dos amantes do futebol nacional é que o choque entre Coreia do Norte e Atlético Sorocaba se faça real. Será um duelo único entre ocidente e oriente, transformador tal qual, na ficção, foram as disputas entre Ivan Drago e Rocky Balboa e Forrest Gump e os meso-tenistas chineses. E, caso queiramos encarar de outra maneira, podemos ver a peleja como um "jogo da paz", aos moldes que fizeram Irã e EUA na Copa de 1998.

Nas transmissões futebolísticas de competições internacionais, volta e meia os narradores despejam frases como "o Grêmio (por exemplo) é o Brasil na Libertadores!". A sentença é rejeitada por quase que a integridade dos brasileiros. Mas agora, acho que dá pra afirmar sem erro: o Atlético Sorocaba é o Brasil na Coreia do Norte! Vai, Atlético!

segunda-feira, outubro 26, 2009

Clássico na Vila: para este campeonato, jogo acima da média

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Por Moriti Neto



Antes de começar o texto, estava pensando nas falhas cometidas pelos times de São Paulo e Santos, no clássico de ontem, disputado na Vila Belmiro. Mas, considerada a média de atuações que tem sido oferecida ao publico nesta edição do Campeonato Brasileiro, creio que seria injusta uma análise baseada em erros. Afinal, no jogo, que terminou com o placar de 4x3, há pontos positivos a ressaltar.

O confronto foi emocionante e imprevisível, o que já é para ser comemorado no cenário modorrento que se abateu sobre o futebol nacional. Alternativas não faltaram. O placar foi mexido várias vezes e o resultado ficou em suspense até o fim. Também não faltou garra por parte das duas equipes. E, ainda, embora não se possa dizer que foi uma aula de futebol, alguns lances bonitos marcaram a partida.

Por que desmerecer as boas antecipações de Rodrigo Souto no primeiro e segundo gols santistas – um do próprio volante e outro do garoto André, que dá pinta de ser bom atacante? Por que não enaltecer a belíssima falta batida por Hernanes no tento inaugural do Tricolor (nossa, tem gente que disse que a bola era defensável!)? Sem contar o bate-pronto de Jorge Wagner, que nem foi com a perna forte, após ótimo cruzamento do lateral argentino Gonzáles, fazendo o terceiro para os são-paulinos e, no quarto, anotado por Rogério Ceni, que não marcava há um ano, sempre se pode levar em conta o quão é diferente um goleiro decidir uma partida naquelas condições (aliás, como é legal ver o Capitão marcar!). Nessa descrição em desordem, resta destacar o oportunismo de Washington, no segundo do São Paulo, num típico lance de centroavante, e o terceiro do Peixe, deixado por Róbson, que acabara de adentrar o campo.

Enfim, por todas essas variantes, o clássico foi interessante, espantando a monotonia de domingo e da própria competição. Se alguém lembrar de jogo melhor no campeonato, que faça o favor de apontar. Pode até ser que tenha ocorrido, mas sem um bom esforço de memória...

Arbitragem

Simom realmente foi mal na arbitragem, o que não é novidade. Há muitos lances discutíveis como a falta que originou o gol de Rogério, a expulsão do Capitão, um pênalti não marcado de Léo em Dagoberto e os poucos minutos de descontos dados na etapa final. Se o árbitro é mal intencionado não tenho subsídios para afirmar, mas existem elementos de sobra para concluir que é muito fraco. E se o sujeito é referência entre os juízes brasileiros, inclusive homem de Copa do Mundo, isso só mostra que o nível geral é baixo demais.

Bola de cristal em risco

É obviedade dizer que não há chances de previsão para indicar o campeão ou quem vai se classificar para a Libertadores e, apesar da vitória do Tricolor, não ouso mudar uma linha em relação ao meu post anterior, pois a possibilidade de jogar a Copa do Brasil em 2010 é bem plausível. A inconstância das equipes é tamanha que até o Cruzeiro está no páreo. Tremei analistas de plantão! Pois neste campeonato não são só os cargos de técnicos que estão na berlinda.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Veludo, o goleiro manguaça

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Há 40 anos, em 26 de outubro de 1969, morria, na mais completa miséria, Caetano Silva, o popular goleiro Veludo (foto), reserva da seleção brasileira na Copa da Suiça. Com apenas 39 anos e parcos 48 quilos, aparentava o dobro da idade. Curtia as últimas cachaças, um vício que aniquilou sua carreira profissional. Depois da Copa de 1954, Veludo revezava como goleiro titular do Fluminense com Castilho (que seria campeão do mundo em 1958, como reserva de Gilmar). Porém, num fatídico clássico contra o Flamengo, em dezembro de 1956, o Fluminense levou uma sonora goleada de 6 a 1 e, segundo a maioria dos testemunhos, Veludo estava bêbado e poderia ter evitado facilmente quatro dos gols. Ele desceu chorando para o vestiário e foi banido das Laranjeiras. Despencou de timinho em timinho, no interior de Minas Gerais e São Paulo, até pendurar as chuteiras, vencido completamente pelo álcool. Bebia tudo o que ganhava. Mas dizia que não exagerava: "Gostava de tomar minhas cervejas, gostava demais. Fora dos treinos, fora do clube, eu aceitava qualquer convite para tomar um copinho. Minha fama se alastrou", comentou certa vez, em uma reportagem da revista Manchete Esportiva. Menos famoso que Garrincha, o mais célebre dos jogadores bebuns, ninguém soube quando Veludo morreu. Fica aqui, com quatro décadas de atraso, nossa homenagem.

Luxemburgo: o novo quadro do novo PT

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O treinador do Santos e recém ingresso no time dos boleiros-políticos, Vanderlei Luxemburgo, em entrevista à Folha de São Paulo deste domingo, falou que sai do Santos se Marcelo Teixeira não for reconduzido à presidência, deixou em suspenso sua ida para o Internacional, destilou seu ódio, raiva e rancor sobre o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, que o demitiu e comentou sobre .... sua ida para o PT.


Segue um pequeno trecho, com alguns necessários negritos.


FOLHA - E a ida para a política?
LUXEMBURGO - É outra possibilidade que pode existir na minha vida, de ir para o outro lado. Nunca me filiei a partido. Filiei-me ao PT agora, no Tocantins, porque acho que é um Estado que promete, tem só 20 anos e muita coisa a ser feita.

FOLHA - Por que o PT?
LUXEMBURGO - Sempre me identifiquei com coisas que o PT fazia, mas achava o partido radical. Passou a ser mais moderado e se encaixa mais com a minha cabeça, com o meu pensamento político-ideológico.

FOLHA - É amigo do Lula? O Lulinha [filho do presidente e auxiliar no Santos] já é seu companheiro...
LUXEMBURGO - Tenho amizade com o Lula, que foi o petista que mais evoluiu. Se você pegar o Lula de anos atrás e pegar o de hoje, verá que evoluiu na ideologia política, algumas coisas que tomava com radicalismo no partido foram mudando. Isso mostra que o PT evoluiu.

FOLHA - Por que o Tocantins? Está preparado para as críticas por não ter identificação com esse Estado?
LUXEMBURGO - O mundo está globalizado, qual é o problema? Por que você não pode trabalhar no Rio se for convidado? É anormal? Vocês têm tendência à crítica. Como se fosse proibido eu entender que o Tocantins possa ter uma situação em que seja possível desenvolver um trabalho melhor do que em São Paulo. Num mundo globalizado, com possibilidades, alternativas de trabalho, você fala inglês fluente e o convidam para um jornal em Nova York. Vai deixar de ir porque é brasileiro? É crescimento. No Norte, é onde precisam de um projeto de esporte, pois não tem.

Os acréscimos

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Antes de mais nada: o São Paulo tem bem, bem mais time que o Santos. Mereceu ganhar o jogo de ontem. E não é à toa que briga pelo título, enquanto o Santos patina no campeonato. OK? Então simbora falar o que precisa ser falado.


Meu maior momento de perplexidade na Vila Belmiro nesse domingo não foi no precoce gol santista, nem na virada tricolor no início do segundo tempo, tampouco no gol de Rogério Ceni. Foi quando vi, nas mãos do árbitro reserva, a placa digital que indicava "3". Em um primeiro momento achei que fosse uma indicação ao jogador do São Paulo que deixaria o campo (havia um atleta em aquecimento). Mas não, o "3" era uma referência ao tempo que seria acrescentado ao final da partida.


Três minutos. Carlos Eugênio Simon decidiu dar três minutos de acréscimo.

Isso em uma etapa que teve seis substituições, atendimentos médicos e, o mais importante, um lance que demorou mais de cinco minutos para sua conclusão (refiro-me, obviamente, à expulsão de Rogério Ceni).

Imagino que a vida de um juiz de futebol não seja das mais fáceis. Afinal, trata-se de decidir, em frações de segundo, lances rápidos e que gerarão impactos infindáveis. Por isso costumo ter certa paciência com os erros de arbitragem.

Mas o que aconteceu na Vila nesse domingo não foi um "erro". Carlos Eugênio Simon não "errou" ao dar apenas esse acréscimo. Ele conhece a regra do jogo, sabe a quantidade de substituições que foram dadas, e tem ciência do tempo perdido com as confusões de uma partida.

Simon optou por dar apenas três minutos de acréscimo. O fez de maneira intencional. Acredito que não caiba a menor discussão quanto a isso (a não ser que alguém me fale, amanhã, que o cronômetro dele estava quebrado).

A dúvida que fica é qual foi o interesse de Simon com a atitude.

domingo, outubro 25, 2009

Som na caixa, manguaça - Volume 45

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OS PILARES DA CULTURA

A Barca do Sol

Não puxe a arma, não faça drama,
Procure manter a calma, nã, não voa!

Não cuspa fora, não perca o sono,
Prefira sempre a balada, uma gelada!

Não force a barra, não gaste a grana,
Evite cair no gôto do esgoto!!

Não abra o frasco, não perca sangue,
Refresque seus temores numa Brahma!

Não abra o verbo, não queime a cama,
Quero que você me esqueça neste inferno!

(Do LP "Durante o verão", Continental, 1976)

O primeiro à esquerda é o flautista Ritchie, futuro "Menina veneno"

sexta-feira, outubro 23, 2009

A CPI do Judas na grande mídia

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Escândalo da crucificação


Jesus Cristo é convocado para depor em CPI

Parlamentares da oposição investigam relação entre episódio bíblico e mensalão

Começaram ontem na Câmara os trabalhos da comissão parlamentar mista de inquérito que vai investigar as relações entre o líder hebreu Jesus Cristo e seu apóstolo Judas Iscariotis, no que vem sendo chamado de “escândalo da crucificação”. A ideia da oposição é buscar elementos que comprovem as conexões entre o episódio histórico e as irregularidades cometidas no governo Lula, evidenciadas pela declaração do presidente que afirmou que “se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”.

A bancada evangélica, junto com a católica, tentou obstruir a abertura dos trabalhos, sem sucesso. Com base nas declarações do ex-deputado-federal e atual conselheiro profissional Roberto Freire, que disse que o presidente Lula chegou ao "cúmulo de justificar suas alianças escusas colocando Jesus e Judas em conluio”, parlamentares fizeram um requerimento para convocar Jesus Cristo como testemunha. O líder religioso teria armado a própria crucificação, ao saber das criminosas intenções de Judas em trai-lo e, mesmo assim, não ter feito qualquer denúncia. A oposição quer saber se há conexão entre a atitude de Cristo e de Lula, que teria tido postura semelhante no que diz respeito ao chamado mensalão.

Já a facção mais radical da oposição pediu que seja juntado ao relatório o chamado Evangelho de Judas que provaria não só que Jesus sabia da disposição do apóstolo como mostraria que ele mesmo teria incentivado a delação que culminou na crucificação, a exemplo de Lula, que seria o verdadeiro chefe de quadrilha do valerioduto.

Judasduto

Parlamentares investigam também a possibilidade de haver alguma relação entre o esquema de Marcos Valério e o papel exercido por Judas Iscariotes, que exercia a função de tesoureiro no grupo de Jesus (segundo João 13:29). O referido apóstolo foi acusado inclusive por um outro companheiro de Cristo de desvio de recursos.

Nesse caso, a oposição também quer saber o papel de Jesus no esquema. A acusação é de que ele sabia dos desvios de recursos praticados por Iscariotis. Um parlamentar do PSDB revelou, em off, que essa pode ser a linha da investigação. “Levando em conta que ele tinha conhecimento de que o apóstolo iria vendê-lo, é de se presumir que ele sabia dos desvios praticados pelo traidor e nada fez, assim como Lula no episódio do mensalão”.

Os trabalhos da CPI continuam na próxima semana. Até o fechamento dessa edição, Jesus Cristo não havia respondido ao requerimento da comissão. O presidente Lula descansa no Guarujá.

Isso é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com personagens da vida real é mera coincidência. Inspirado por Luís Nassif.