Destaques

domingo, dezembro 06, 2009

Ranking sobre uma década de Brasileirão

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Hoje, além da última rodada do Brasileirão atual, encerrou-se uma década de futebol brasileiro. A década em que, seguramente - e falo sem ironia - o futebol nacional mais se mostrou sério. Afinal, depois da pataquada da João Havelange em 2000, chegamos a 10 Campeonatos Brasileiros consecutivos sem uma virada de mesa sequer. Quem caiu, foi rebaixado e jogou à Segunda Divisão, voltando para a elite (ou não) dentro de campo. E tudo isso é muito bom.

Com 10 anos também se pode fazer análises mais precisas sobre o desempenho dos clubes. Ver quem foi bem, quem foi "fogo de palha" e quem se sustentou como referência no futebol.

O Futepoca fez um levantamento com o "pódio" dos Campeonatos Brasileiros de 2000 pra cá. Com a listagem dos primeiros, segundos e terceiros colocados de cada edição elaboramos dois rankings, com os seguintes critérios: o primeiro, para continuar o espírito levantado pela palavra pódio, é o Olímpico - nele, uma única medalha de ouro vale mais que milhares de medalhas de prata, a mesma coisa valendo para a combinação de pratas e bronzes. E outro critério tem como inspiração uma referência cultural aos jovens da minha geração, o jogo Jogos de Verão, do Master System. Nele, para se definir a classificação final dos competidores após o término das provas, se adotava o seguinte critério: o primeiro lugar em cada prova rendia cinco pontos, o segundo três, e o terceiro apenas um. Aí se fazia a somatória dos pontos para se chegar à tabela definitiva.

Antes dos rankings, só a citação rápida de todos os pódios. Respectivamente, primeiro, segundo e terceiro colocados. 2000: Vasco, São Caetano, Cruzeiro; 2001: Atlético-PR, São Caetano, Fluminense; 2002: Santos, Corinthians, Grêmio; 2003: Cruzeiro, Santos, São Paulo; 2004: Santos, Atlético-PR, São Paulo; 2005: Corinthians, Internacional, Goiás; 2006: São Paulo, Internacional, Grêmio; 2007: São Paulo, Santos, Flamengo; 2008: São Paulo, Grêmio, Cruzeiro; 2009: Flamengo, Internacional, São Paulo.

Critério Olímpico:


Critério "Jogos de Verão":


Agora, um pouco de reflexão sobre os números encontrados.

Natural a ponta do São Paulo em ambos os critérios. Por pouco que o Tricolor não dispara ainda mais nestre 2009, já que passou perto de levantar a taça mais uma vez. E o segundo lugar é do Santos - confirmando que a relação "boa administração" e "bom desempenho em pontos corridos" não é tão precisa quanto se fala.

Mais relevantes são as ausências. Do grupo dos 12 times mais geralmente considerados grandes, não figuram na lista Atlético-MG, Botafogo e o Palmeiras. Também não há nenhum nordestino - o "bronze" solitário do Goiás é a única consagração de um time de fora do eixo Sul-Sudeste.

E quais as reflexões de vocês a respeito?

O Flamengo campeão e as mudanças (ou não) do futebol brasileiro

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Foi emocionante, ora o Flamengo era campeão, ora o Internacional. Mas a vitória – mais do que esperada – do rubro-negro (sem o Grêmio entregar, apesar do time reserva que jogou com mais vontade do que jogaria o titular), traz algumas novidades para um futebol brasileiro que vinha se acostumando a uma certa mesmice nesse era de pontos corridos. Não só quebra a hegemonia DO São Paulo no campeonato, como também a DE São Paulo. Isso porque desde 2004 o título sempre ficava nas mãos de um paulista, o que não aconteceu agora.

Além disso, desta feita ocorreu algo inédito desde 1992. É a primeira vez que um time paulista não fica entre os dois primeiros. A última oportunidade em que isso tinha ocorrido foi justamente na final entre Flamengo e Botafogo, há 17 anos.

Isso significa o fim da tal hegemonia paulista? Não, até porque no Brasileirão de 2010 teremos um time sem tradição como o Barueri, e outro paulista, por enquanto o Guarani (pode ser que seja a Portuguesa conforme a Justiça Desportiva), na dita elite do futebol. Uma sobre-representação que faz mal ao futebol, mas também deixa evidente o tamanho das desigualdades regionais que parecem mais pétreas no mundo da bola do que no resto da sociedade. Isso por conta, em grande parte, da distribuição grotesca de direitos televisivos que pune os pequenos, médios e até mesmo alguns grandes.

Já que o modelo de pontos corridos foi feito para se adequar ao estilo europeu, justo seria que a distribuição de recursos vindos dos direitos de televisão também o seguisse, certo? Errado, por conta do monopólio de uma rede de TV e de alguns clubes que não querem abrir mão de seus privilégios.

Assim, em um campeonato de pontos corridos, os pequenos vão sendo mais afetados, sujeitos a malas brancas e de outras cores e não tendo chances de competir nem sequer perto de qualquer igualdade com os grandes. Claro que no futebol sempre haverá quem tenha mais valor de marca e quem tenha menos, e isso se reflete no valor dos patrocínios individuais e mesmo na negociação de jogadores para fora, mas já que os pontos corridos são um modelo europeu, olhem para a Europa no quesito direitos de transmissão e vejam como é lá. Ou vamos continuar com nossa fórmula jabuticaba e conviver com a força da grana sendo preponderante. E torcer para que a incompetência de quem tem mais recursos equilibre o campeonato, como ocorreu em 2009.

*****

Outro ponto interessante desse Brasileirão foi uma revisão no que diz respeito à importância dos treinadores para levar uma equipe à glória. Andrade, além do que já falou o Olavo aqui, é humilde, um interino que deu certo, que soube motivar o grupo. Aliás, semelhante em trajetória ao Carlinhos, treinador campeão brasileiro de 1992, como bem lembrou o Moriti outro dia.

Muricy Ramalho, comandante badalado – de forma justa, diga-se – sentiu como é ter um elenco com poucas opções de suplentes, como é o Palmeiras. Conseguiu abrir cinco pontos de vantagem mas, quando se viu às voltas com as contusões de Cleiton Xavier, Pierre, Maurício, e as convocações de Diego Souza, sentiu como é lidar com um elenco mal montado (pelo seu antecessor). A não-classificação para a Libertadores coroou o processo.

Já Ricardo Gomes, com aquele que talvez seja o melhor elenco em número de opções do campeonato, até pareceu que ia vingar, mas não segurou a instabilidade emocional de um grupo que corria, brigava... Mas brigava demais. Acabou na mão e não soube lidar com a pressão na hora H. Pode ser que melhore no ano que vem, mas os planos B da diretoria tricolor já devem estar sendo traçados.

E o “gênio” Luxemburgo? Esse demorou meses para achar a formação ideal do Santos, que se assemelhava muito à de Mancini no primeiro semestre. Pastou, ficou chorando pelos cantos, ressentido com a demissão do Palmeiras, e acabou no olho da rua mais uma vez com a mais que bendita eleição da nova diretoria do Santos. Sombra do bom técnico que já foi, simulacro do gênio que nunca será.

E o Santos ganhou

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As eleições do Santos, ontem, foram diferentes. Diferentes do que se via nos pleitos anteriores na Vila, diferentes do que, acho, acontece nas eleições de clubes no Brasil.

Foram mais de 3 mil votos. Um recorde - historicamente, esse patamar gira em torno dos 2.500, 2.400. Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, da oposição, teve 1.882 votos; Marcelo Teixeira, que tentava emplacar 11 anos consecutivos na presidência, teve 1.129.

A derrota de Teixeira, que soava como impossível há poucos meses, começou a se mostrar viável com a mobilização que se fazia em torno da Vila antes da eleição. Muitas faixas e cartazes pediam a reeleição de Teixeira - incluindo termos como "vote Teixeira para que o Santos continue sendo dirigido de Santos". Mas a mobilização viva, das pessoas, estava a favor de Luís Álvaro.


O que gerou uma inevitável tensão. A Torcida Jovem estava ao lado de Marcelo Teixeira e, com instrumentos, batucadas e uma bela dose de provocações, colaborou para que as brincadeiras entre os militantes dos dois lados ganhassem um clima mais sério do que o esperado. Ao longo de todo o período de votação o cenário foi esse - os torcedores dos dois lados agitavam, se provocavam e volta e meia alguns empurra-empurras e discussões mais acaloradas se faziam.

Mas o momento mais tenso do pré-apuração não se deu com o protagonismo da TJ. Aconteceu quando seguranças do Santos resolveram tirar associados que estavam fazendo boca de urna no lugar reservado para os votantes. O problema é que eles iniciaram o processo excluindo apenas os oposicionistas, e não havia o menor indício que a ação também seria feita com a turma pró-Marcelo... então houve resistência e, após um certo entrevero, um torcedor caiu e teve fratura exposta no braço. Vi a cena de perto. Coisa feia. Sangue no chão. Não é o que o processo eleitoral - ou melhor, que o Santos - merecia.

E quando acabaram os votos e a apuração se iniciou é que a coisa complicou de vez. Os anúncios da vitória da oposição, com larga margem, nas quatro primeiras urnas, deixaram claro que apenas uma reviravolta estatisticamente impossível daria a vitória a Marcelo Teixeira (faltavam mais seis urnas a serem apuradas). Então a tensão explodiu em pancadaria entre membros da Torcida Jovem e integrantes da chapa de oposição. A coisa ficou bem feia, com direito a cadeiradas e gás de pimenta.

Não vou, aqui, apontar acusados e nem colocar o dedo na cara de ninguém como sendo responsável pela briga. O que posso dizer com segurança é que não houve um controle bem feito de quem entraria no local destinado para a apuração. Onde deveriam estar apenas sócios, estava um monte de gente (das duas chapas), o que certamente colaborou para que a confusão se instalasse. Vi funcionários do clube - na minha frente, a dois metros de mim, se muito - falando abertamente que apenas gente da chapa 2 (a chapa de Marcelo Teixeira) que deveria entrar no local. Sendo sócios ou não.

Passada a confusão, a vitória de Luís Álvaro se confirmou e Marcelo Teixeira teve a nobreza de subir no palco, desejar boa sorte ao novo presidente e cantar o hino do Santos, entoado com muita força por todos os presentes.

Luís Álvaro e Odílio Rodrigues (o vice) foram simbolicamente empossados ontem mesmo. A data da posse real dos dois - e dos conselheiros eleitos com a chapa - será ainda marcada pelo Conselho Deliberativo do clube, e deve ocorrer ainda esse ano.

A nova diretoria terá a dura missão de reerguer um Santos em frangalhos, dentro e fora do campo. O biênio 2008/2009 foi de péssimo desempenho futebolístico - flerte com o rebaixamento em 2008, eliminação para o CSA em 2009, entre tantas outras coisas - e, no que se refere à administração, aumento de uma dívida de padrões estratosféricos.

Acredito que Luís Álvaro tem tudo para fazer um bom trabalho, a despeito das dificuldades que encontrará. O Santos conseguiu, sem cair para a segunda divisão, espantar o continuísmo que atingiu outros grandes como Palmeiras, Vasco e Corinthians - todos campeões e, depois, rebaixados por dirigentes que se entronizaram no poder.

Por isso o título do post. Mais do que Luís Álvaro, ontem foi o Santos que ganhou.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

Brasil se livra da França e terá Portugal na primeira fase

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Acabou agora o sorteio dos Grupos da Copa 2010.

O Brasil enfrenta a Coreia do Norte, depois Costa do Marfim e, finalmente, Portugal. Tá fácil? Costa do Marfim deve ser difícil. Contra Portugal, que se repita o último confronto, 6 a 2.

Foto: Alexander Joe/AFP-Fifa
A Argentina tem belas retrancas pela frente, mas nada de grupo fatal. Nigéria, para começar, Coreia do Sul para não correr o risco de zerar na copa, e Grécia, para testar a paciência dos hermanos. Se segure, Maradona.

Na minha análise, ficamos sem grupo da morte, porque a França, preterida das cabeças-de-chave, ficou com os anfitriões sul-africanos, com México e Uruguai. As outras seleções europeias não chegam a ser moleza, mas não fazem de nenhuma das chaves uma pedreira.

Será que a seleção de Dunga é que está no grupo da morte e eu é que não percebi?

A atriz Charlize Theron (foto) tampouco sabe responder.

aqui:

Grupo A
África do Sul
México
Uruguai
França
(Meu palpite nonsense: França e África do Sul, com apito amigo pros anfitriões)

Grupo B
Argentina
Nigéria
Coreia do Sul
Grécia
(Meu palpite nonsense: Grécia e Argentina, nessa ordem)

Grupo C
Inglaterra
Estados Unidos
Argélia
Eslovênia
(Meu palpite nonsense: Inglaterra e Argélia, a zebra e sem violência)

Grupo D
Alemanha
Austrália
Sérvia
Gana
(Meu palpite nonsense: Alemanha e Sérvia)

Grupo E
Holanda
Dinamarca
Japão
Camarões
(Meu palpite nonsense: Camarões e Holanda, nessa ordem)

Grupo F
Itália
Paraguai
Nova Zelândia
Eslováquia
(Meu palpite nonsense: Paraguai e Eslováquia, porque eu quero a Itália fora)

Grupo G
Brasil
Coreia do Norte
Costa do Marfim
Portugal
(Meu palpite nonsense: Brasil e Costa do Marfim, com a licença do Liédson e do Deco)

Grupo H
Espanha
Suíça
Honduras
Chile
(Meu palpite nonsense: Espanha e Espanha, porque esse grupo não merecia um segundo classificado. Como precisa, vamos de Chile. E abaixo a seleção golpista de Honduras!)

São Paulo corre riscos: Gilmar Mendes vai domingo ao Morumbi

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O risco não é o de ter o Cícero Pompeu de Toledo invadido por agricultores sem-terra. Porque se isso acontecer, a sentença de reintegração de posse seria imediata.

O risco que o São Paulo corre é com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) no jogo entre o time da casa e o Sport de Recife, pela última rodada do Brasileirão. Se ele funcionar como José Serra para o Palmeiras e para Rubens Barrichello, as notícias serão ruins para os lados tricolores.

Como acumula a função de presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ele vai dar o pontapé inicial programa Começar de Novo, que prevê a reinserção social de presos e egressos do sistema carcerário, por meio da capacitação e da abertura de oportunidades de trabalho.

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Gilmar Mendes, presidente do STF e do CNJ, copia a
coreografia dos atletas de Cristo


É uma parceria entre o CNJ e o Clube dos 13, que deve ser assinada na terça-feira, 8. A iniciativa faz parte do mesmo esforço que motivou os mutirões carcerários por todo país

Mas há uma esperança. No Maracanã, para ver Flamengo e Grêmio, conselheiro Nelson Tomaz Braga – presença mais inofensiva – faz papel semelhante.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Vereador tucano quer proibir filme de Lula em Curitiba

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O vereador professor Galdino (PSDB) é categórico: "Se fosse contra o candidato do Lula, nem Barack Obama, com a atuação que ele fez nos Estados Unidos, ganharia". O cenário hipotético inclui um ano de 2010 que começaria com a exibição do filme Lula, o filho do Brasil em 500 salas de cinema de todo país.

Para garantir que a disputa presidencial não seja "desleal" e que haja igualdade de oportunidades para os candidatos – quer dizer, para dar chances à oposição – seria necessário barrar a exibição do longa-metragem de Fábio Barreto.

Mas calma, gente! Não é censura, porque seria só até outubro, depois da eleição. "É desleal passar no decorrer deste ano, porque encrustra na cabeça das pessoas desinformadas porque vão pegar através da emoção esse filme", explica.

Foto: Divulgação


Segundo os assessores do mandato, os advogados que analisam o caso acreditam que a ação judicial é possível, desde que sejam apontados os trechos e cenas em que o caráter eleitoreiro fique explícito. A reunião com os juristas deve ocorrer nesta sexta-feira (4).

Ele acredita que Curitiba se tornaria um exemplo para o país, que seguiria a ideia de barrar o filme até depois das eleições.

O vereador parece acreditar firmemente na visão da Veja sobre a maior produção – em termos de recursos captados – do cinema nacional.

Falando em Veja

Deu no blogue do Nassif. O músico Toninho Cruz relata que foi gravar um especial acústico com Zeze di Camargo e Luciano para a Veja Online. Para a surpresa geral, a trilha sonora do filme, "Meu primeiro amor", foi vetada. O diretor do programa disse – sabe-se lá se com ironia, vontade de agradar o patrão ou medo mesmo – disse que poderia perder o emprego.

Será que estão dando importância demais ao filme?

Sobre "raça" e "empenho"

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Aos 44 minutos do jogo de ontem entre Fluminense e LDU, o comentarista Neto, da Band, disse: "a torcida do Fluminense tem que aplaudir de pé esse time! Mostrou raça, dedicação, lutou até o final, por pouco não conseguiu e...".

Neto tem razão quanto ao empenho dos tricolores - tanto jogadores quanto torcedores - na noite de ontem. Os últimos, apesar de alguns incompreensíveis espaços vazios no Maracanã, deram um belíssimo show, lançando mão, entre outras coisas, de um grande mosaico que felizmente tem se tornado tradição nas torcidas brasileiras (aí, Jovem, que tal fazer na Vila?).


Mas o que acho que cabe discutir é o quanto os atletas merecem o elogio. Lutaram ontem? Sem dúvida. Mas lutaram para reverter uma situação que eles mesmos causaram. Se um time faz 3x0 e ainda assim não consegue reverter a vantagem do adversário, é porque fez lambança e da grande no jogo de ida, certo?

Chavões à parte, o mata-mata é mesmo o tal "jogo de 180 minutos" de que tanto falam Galvão Bueno e outros narradores. E, portanto, o desempenho tem que ser medido de acordo com tudo o que foi apresentado ao longo da trajetória. O Fluminense foi bem ontem, realmente jogou um bom futebol, mas nada que apague a paulada que levou no Equador. Tanto que a LDU acabou com o título.



quarta-feira, dezembro 02, 2009

Escolha o grupo da morte para a Argentina

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A sorte quase está lançada. A Fifa anunciou hoje os cabeças-de-chave e os potes que farão parte do sorteio da Copa do Mundo de 2010. Os sete primeiros colocados no ranking da Fifa (entenda melhor como funciona o ranking aqui) no mês de outubro são os mandantes de grupo, mais a anfitriã África do Sul. Assim os quatro potes ficaram distribuídos dessa forma:

Pote 1 - cabeças-de-chave: Brasil, Espanha, Itália, Alemanha, Argentina, Inglaterra, Holanda, África do Sul (país-sede).
Pote 2 - (Ásia, Oceania e Concacaf): Austrália, Japão, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Honduras, México, Estados Unidos, Nova Zelândia.
Pote 3 - (África e América do Sul): Chile, Paraguai, Uruguai, Nigéria, Camarões, Costa do Marfim, Gana, Argélia.
Pote 4 - (Europa): Dinamarca, França, Grécia, Sérvia, Portugal, Eslovênia, Eslováquia, Suíça.

De cada pote sai um participante para formar cada um dos oito grupos da Copa. Nessa primeira fase, seleções do mesmo continente não podem ficar no mesmo grupo, à óbvia exceção dos europeus. O sorteio  será na sexta-feira, às 15h de Brasília.

Mas desde já podemos especular qual seria o grupo da morte para a Argentina, que teve a sorte de cair, nas últimas duas edições do Mundial, na chave mais difícil. Pra quem não lembra, em 2002, o grupo dos hermanos tinha Inglaterra, Suécia (as duas classificadas para as oitavas) e Nigéria. Já em 2006 os argentinos se saíram melhor e avançaram mesmo tendo caído no mesmo grupo de Holanda, Costa do Marfim e da decepcionante Sérvia e Montenegro.

Mas, nessa edição, qual seria um grupo da morte para os nosso vizinhos? No pote 2, apesar de ter passado dificuldades nas eliminatórias, o México é sempre um time de tradição e costuma complicar a vida dos vizinhos. Na última Copa, por exemplo, só foram eliminados pela Argentina na prorrogação. Ou será que um futebol mais veloz, como o da Coreia do Sul, seria pior para os portenhos?

Já no pote 3, eliminem-se os sulamericanos. A disputa seria com um dos africanos e aí temos seleções fortes como Camarões, vice da Copa Africana e que tem o astro Samuel Eto'o (foto). O time também traz boas lembranças aos amantes do futebol, que não se esquecem da participação da equipe em 1990, com a "arma secreta" Roger Milla. Já Costa do Marfim tem jogadores que brilham em grandes times europeus como Drogba e Kalou (Chelsea),  Kolo Touré e Eboué (Arsenal) e Yaya Touré (Barcelona). Não avançaram no grupo da morte em 2006, mas, mais experientes, podem ter destino melhor em 2010.

O pote 4 tem pelo menos duas seleções que fariam jogos fantásticos contra a Argentina. Portugal, de Cristiano Ronaldo, seleção que quase chegou lá em 2006, seria sem dúvida uma pedreira. E o embate teria um gostinho especial para os naturalizados Liédson, Deco e Pepe. Já a polêmica França, finalista em 2006, é um adversário pra lá de respeitável mesmo sem Zidane. E imaginem só se os deuses da bola fizessem com que a Argentina fosse desclassificada com um golzinho de mão dos companheiros franceses...

E aí, qual o seu grupo da morte ideal para a Argentina?

Em tempo 1: apesar da troça, torço por sulamericanos em Copa do Mundo. Até mesmo para a Argentina (nesse caso específico, não com tanto gosto...).

Em tempo 2: se esses times caírem com o Brasil e a seleção fizer parte do grupo da morte, não culpem esse escriba secador.

terça-feira, dezembro 01, 2009

Acesso delirante de um "gênio"

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"Com todo respeito ao Muricy (Ramalho, atual técnico do Palmeiras), mas eu teria sido campeão com duas ou três rodadas de vantagem"

"O Muricy era fortíssimo no São Paulo porque conhecia e dominava o clube, assim como eu dominava o Palmeiras. Se eu tivesse colocado a vantagem que o Palmeiras colocou, teria ganhado o campeonato, pois a minha história mostra isso"

(Vanderlei Luxemburgo, em entrevista à Sportv. Ainda ressentido com sua demissão.)

segunda-feira, novembro 30, 2009

Reta final do campeonato brasileiro, a paranoia e a mistificação

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O Futepoca é bom de mesa de bar e melhor ainda de ouvir histórias sem sentido. Conheça as melhores histórias sobre por que o Brasileirão 2009 tem mais sobe e desce que vida de ascensorista às 18h de sexta-feira.

São Paulo, DEM e o foco
Para tirar holofotes do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, cujas denúncias contra si são claras e fortes, e sugerem um esquema de corrupção amplo, antigo e complexo, o São Paulo Futebol Clube teve que bagunçar o coreto (como já diriam nossas avós). São conhecidos os elos entre a diretoria tricolor e o DEM, além de ser o partido de Marco Aurélio Cunha, vereador da capital, o prefeito Gilberto Kassab foi homenageado pela diretoria em evento que constrangeu são-paulinos de esquerda.
Por isso, diante dos supostos apelos da executiva do partido, teria sido necessário entregar o jogo para tirar os holofotes do escândalo de corrupção. É o futebol se submetendo à política.
Quase plausível, né?

Muricy é agente infiltrado
Segundo um palmeirense manguaça me garantiu, a demissão de Muricy Ramalho pelo São Paulo e sua posterior contratação pelo Palmeiras nada teve a ver com o até então fraco desempenho Tricolor e com a desgovernada ação de Vanderlei Luxemburgo. Tudo não passou de uma estratégia armada nos domínios do Cícero Pompeu de Toledo para minar as forças alviverdes no Brasileirão.
Muricy receberia, ainda segunda a ébria e nada confiável fonte, do ex-clube para tumultuar as coisas no Palestra Itália e deu no que deu. Claro, faz todo sentido.

Os cariocas sempre conspiram
Do tradicional bairrismo paulista de ver tudo no futebol contra o estado de São Paulo, vem a teoria da conspiração eterna pró-Rio de Janeiro. Tudo começou com a escalada do Flamengo pelo título, do Fluminense contra a degola, incluindo a volta do Vasco. Tem a partida entre rubro-negros e o Corinthians com supostos erros de arbitragem e o apito do Carlos Eugênio Simon pró-Fluminense e contra o Obina. Há ainda o interesse da Globo em prejudicar o Palmeiras e o São Paulo com arbitragens e decisões da Justiça Desportiva. Porque, segundo corintianos, tanto o STJD quanto a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) têm interesse em fazer do Flamengo o campeão. Os indícios passam por suspensões de jogadores do São Paulo e pela retirada da partida entre Corinthians e o agora líder do Pacaembu.
As variações da teoria só não explicam como o Botafogo pode estar também na zona do agrião. Mas conspiração não precisa explicar tudo.

Tirar o brilho do Vasco
Essa está num Fórum de Vale Tudo (o esporte ou luta). O São Paulo só perdeu para o Flamengo para tirar o brilho da volta do Vasco à Série A. Com o rubro-negro na liderança a uma rodada de ser campeão, toda mídia seria ganha pelo carioca que desfruta da taça da elite. Será que o Eurico Miranda estaria envolvido nessa ou é muito coisa de antivascaínos?

E tem a sua
Qual é a sua teoria para explicar porque o futebol brasileiro vem oferecendo tantas emoções?

Andrade, perto de quebrar um tabu

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Caso o Flamengo vença o Campeonato Brasileiro no domingo, além de finalizar uma hegemonia paulista de cinco anos e derrubar um jejum que os rubro-negros ostentam desde 1992, terá fim mais um tabu relacionado ao Nacional (ao menos desde 1971, a "era moderna" do certame): Andrade, comandante flamenguista, será o primeiro técnico negro campeão brasileiro.

flamengo.com.br
A relação dos treinadores campeões brasileiros pode ser consultada na sempre necessária RSSSF. A página traz todos os nomes e uma simples passada de olho deixa claro que não há nenhum negro entre os vencedores. Com "boa vontade" poderíamos incluir alguns mestiços, como Carlos Alberto Torres, Carlinhos e até mesmo o maior dos campeões brasileiros, Vanderlei Luxemburgo. Mas negro autêntico, inconteste, Andrade seria o primeiro.

É interessante ver como há pouquíssimos negros como técnicos no futebol nacional. Além de Andrade - que só foi virar técnico pra valer nesse ano, já que vivia na condição de "interino fixo" no Fla - só me lembro, de cabeça, de Lula Pereira, ex-América-MG, Botafogo-SP e que teve uma passagem fraca pelo próprio Flamengo.

Num meio em que, entre os atletas, os negros são maioria ou quase maioria, é inquietante constatar como poucos entre eles seguem o rumo que é natural para tantos outros da profissão. Racismo? Sei lá, acho que seria simplista colocar todo o peso disso nesse fato. Não tenho opinião formada. E vocês?

domingo, novembro 29, 2009

Agora sim: Flamengo campeão

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Semana passada eu até fiz um post semelhante, mas refuguei, animado com o empate arrancado no Maracanã pelo mesmo Goiás que, hoje, decidiu o Campeonato Brasileiro de 2009 no Serra Dourada, com a maiúscula goleada de 4 a 2 sobre o ex-líder São Paulo. Como eu tinha previsto há três semanas, o Flamengo, que venceu tranquilamente o Corinthians em Campinas, pintou como campeão. Quanto a decisão de hoje, em Goiânia, o time de Hélio dos Anjos foi irretocável, tanto na defesa quanto no ataque, matando o jogo quando virou o placar para 2 a 1, após 15 minutos de (eficiente) sufoco, o que possibilitou se trancar atrás para construir o elástico resultado em dois perfeitos contra-ataques. Palmas para Fernando, ex-São Paulo, Tolói, Iarley, Vítor, Rithely e Fernandão. E para o goleiro Harlei. Mas o mais louco é que o São Paulo, novamente, jogou muito bem. Talvez, se tivesse Dagoberto ou Borges, até teria conseguido um empate (não acredito que o Goiás pudesse perder jogando o que jogou). Esse foi o castigo para o tricolor paulistano nessa edição do Brasileiro: o time venceu partidas em que jogou pior que o adversário - como, por exemplo, contra os rebaixados Sport e Náutico - e perdeu contra Botafogo e Goiás fazendo ótimas partidas. Coisas do futebol. Por isso mesmo, nada a reclamar de Ricardo Gomes, que fez o que tinha que fazer. Parabéns ao Flamengo, Andrade, Petkovic, Adriano & Cia., que domingo que vem vão fazer a festa contra os gremistas no Maracanã.

Palmeiras joga bola e vence o Atlético-MG quando já é muito tarde para pensar em título

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Na penúltima rodada, quando a hipótese de título havia sido perdida por sucessivas derrotas na reta final, o Palmeiras voltou a vencer. Contra o Atlético-MG, no Palestra Itália, fez 3 a 1, com direito a um golaço de Diego Souza do meio de campo, de primeira, em uma rebatida de dividida.

Para a última rodada, o Palmeiras precisa pelo menos empatar para se classificar para a Libertadores. Mas o Botafogo precisaria vencer para se livrar do rebaixamento, além de torcer para que o Coritiba ou o Fluminense tropecem. É que o Atlético-PR venceu a Estrela Solitária, se livrou do risco de queda e deixou o rival em situação complicada.



O jogo
Com Diego Souza de volta ao ataque, agora ao lado de Vagner Love, a situação foi melhor. O time conseguiu superar as ausências de Maurício e Obina, demitidos, e Pierre e Armero (suspensos). Cleiton Xavier, de volta, ajudou.

Aliás, foi do camisa 10 o primeiro gol, a um minuto de jogo. O empate veio com Diego Tardelli, aos 12. Apenas quatro minutos depois, Vagner Love dividiu com o goleiro Carini na entrada da área. A bola foi isolada para o alto e caiu no meio do campo, nos pés de Diego Souza que emendou de primeira. O esférico viajou, viajou, viajou e foi dormir nas redes. Um lance que não acontece todos os dias. Vagner Love daria números finais ao jogo ainda no primeiro tempo.

O Galo criou chances, deu trabalho a Marcos. A segunda etapa foi mais morna e as atenções estavam no jogo entre São Paulo e Goiás.

Se tivesse tido esse tipo de sorte em rodadas anteriores, o Palmeiras não estaria apenas sonhando com improváveis combinações de resultado e temendo até encontrar problemas para se classificar para a Libertadores. Também facilitaria se tivesse apresentado a vontade e a qualidade que teve hoje.

Bora para a última rodada ver o que vai sair.

E acabou a Série B de 2009

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Acabou neste sábado a Série B de 2009. Na prática, a última rodada definia somente o último dos quatro rebaixados, já que os classificados para a Série A e três dos que foram para a Série C já eram conhecidos. O Juventude, rebaixado para segunda divisão em 2007, perdeu para o Guarani em Campinas por 2 a 1 e vai disputar a Terceirona em 2010 junto com ABC (o lanterna), Campinense e Fortaleza.

O Vasco, campeão da Segundona, mandou quase o time todo reserva para Ipatinga e perdeu para a equipe da casa, que lutava para fugir do rebaixamento. O Guarani ultrapassou o Ceará e ficou com o vice, com o Atlético-GO na quarta posição. Os goianos vão disputar a primeira divisão 23 anos depois de sua última participação na Série A.

A política do cerrado e o "time de aluguel" de Campinas


O Atlético-GO é um desses casos curiosos de ascensão meteórica. Depois de quase ter seu estádio demolido para a construção de um shopping em 2001, conseguiu vencer a segunda divisão estadual em 2005 e no ano seguinte já disputava a final do campeonato goiano, ficando com o título em 2007. Em 2008, foi campeão da Série C e agora chega à elite do futebol brasileiro.

A turbulência para o Dragão do cerrado se manter na Série A pode vir de fora das quatro linhas. O presidente do clube, Valdivino de Oliveira, é também secretário de Fazenda do governo do Distrito Federal, que está lidando com um rotundo escândalo que pode resultar no impeachment de José Roberto Arruda. O cenário pode complicar ainda mais nos próximos dias e Juca Kfouri já cantou a bola.

Outro clube que conseguiu um acesso duplo foi o Guarani. Curioso que, no meio dos acessos para a Série B e a A, o Bugre caiu para a segunda divisão do Paulista. Nada mais exemplar do cenário caótico do futebol daqui. Do time que caiu na partida contra o Bragantino, apenas um jogador, o reserva Dairo, participou também do jogo contra o Bahia, que decretou a volta do Guarani à Série A. Uma equipe totalmente reformulada, com a batuta do técnico Vadão, que recomendou a contratação de muitos atletas que disputaram o Paulista em equipes que disputariam a Série C e D no segundo semestre.

Como vai disputar a segunda divisão do Paulista, as chances de manter os atletas é quase zero. Segundo as palavras do próprio Vadão, "atualmente o Guarani é um time de aluguel. Contratamos para esta temporada cerca de 27 atletas que, na sua maioria, pertencem a empresários ou empresas, interessados em lucrar no final do ano. Então, com a bela campanha nesta Série B, dificilmente eles ficarão aqui em 2010", afirmou à ESPN Brasil. Ou seja, o Bugre vai montar uma equipe para o primeiro semestre do ano que vem e outra, substancialmente distinta, para o segundo semestre. E pobre do treinador que tem que lidar com isso...

A volta de PC Gusmão


Já o Ceará, o popular Vozão ou Vovô, comemora o acesso e também o rebaixamento do rival. E se tem alguém com crédito na campanha é PC Gusmão. Ele assumiu a equipe na quarta rodada, no lugar de Zé Teodoro, com a equipe na zona do rebaixamento. Ficou três partidas sem vencer, chegou à lanterna e daí começou a reação que levou o Ceará ao G-4 ainda no primeiro turno. Agora, o treinador já é cotado como provável substituto de Dorival Junior em São Januário.

Quanto ao Vasco, a campanha foi razoavelmente tranqüila. Embora o time tenha terminado com nove pontos a menos que o Corinthians, campeão do ano passado, pode-se dizer que o campeonato de 2009 foi mais equilibrado, já que não tinha uma “baba” como o CRB, que terminou na lanterna com 24 pontos, 11 a menos que o ABC, lanterna dessa edição. O Barueri, com a pontuação de 2008 também não se garantiria no G-4 de 2009.

Como já é hábito entre os times grandes que caem, a torcida foi um diferencial na trajetória vascaína. A média foi de 25.730 por partida, maior que a do Timão do ano passado, mas menor que a do Santa Cruz em 2007 e que a do Atlético-MG em 2006. A média de público desse ano, sem contar o da última rodada, foi maior que a de 2008: 6.571 contra 6.291.

O público vexatório do Duque de Caxias


A média poderia até ter sido maior se não fossem Bragantino (725 pagantes por mando de jogo), Ipatinga (1.024), São Caetano (1.310) e do Duque de Caxias (1.683). No caso do time carioca, dois fatos a destacar: a média só não é a pior da Série B por conta do jogo contra o Vasco, realizado no Maracanã. No resto do campeonato, pelo estádio onde costuma mandar as partidas não ter a capacidade mínima exigida pela CBF, foi mandante em Mesquita e em Volta Redonda. Todos os jogos com públicos pífios.

Na sexta-feira, entretanto, uma verdadeira façanha do Duque em Volta Redonda, na vitória por 4 a 1 contra a Ponte Preta: cinco pagantes assistiram à partida. Isso mesmo, cinco testemunhas, o pior público da história da Série B. Se o regulamento permitisse alguma flexibilidade na questão da capacidade mínima, a equipe poderia ter jogado em casa e ter uma média um pouco melhor do que teve. Mas pedir racionalidade pra cartola às vezes é difícil...

Leia mais sobre a Série B no Série Brasil.

sábado, novembro 28, 2009

Nojo

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Imagine alguém assinar um artigo, texto, seja que nome isso tem, dizendo que ouviu Otávio Frias Filho, o dono da Folha de S.Paulo, numa mesa de bar dizer que teve relações homossexuais na USP quando estudante ou que gostasse de cheirar cocaína em fechamento do jornal...

Alguém publicaria uma escrotice dessas? A Folha publicaria? Seria ouvido o personagem para que se defendesse?

Agora imagine receber um "artigo" de alguém que diz ter ouvido que o presidente da República, quando preso pela ditadura, tentou estuprar um companheiro de cela. Você publicaria sem consultar o acusado? Você publicaria sem checar isso com pessoas que estavam na mesma cela? Com pessoas que participaram do almoço em que o presidente teria dito isso?

Pois a Folha de S.Paulo, jornal que tenho vergonha de um dia ter assinado e lido por mais de uma década, publicou texto de César Benjamim dizendo isso, sem checar com ninguém.

Aqui não vale a desculpa de que o texto é de responsabilidade de quem escreveu. Como jornalista, já tive a oportunidade de mandar textos para a seção de debates do jornal. Eles leem cada linha e, quando não concordam com algo escrito, pedem para mudar.

Não tenha dúvida de que uma decisão dessas, de publicar algo pessoal em relação ao presidente da República, é tomada pelo próprio dono.

Torpe, sei lá que adjetivo usar. O que ficou claro é que caiu de vez a máscara da Folha e de seu diretor, se é que alguém ainda tivesse dúvida sobre seu caráter.

Piora muito o ato de pôr uma informação dessas na assinatura de um colaborador. É covardia, publica e diz que não tem nada a ver com aquilo. E bota isso de contrabando em três páginas de texto sobre o filme recém-lançado com a biografia do presidente.

Não sei mais o que escrever. Só sinto nojo.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Forte pra cachorro

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Agora ouvi conversa: a cervejaria escocesa BrewDog criou o que considera ser "a cerveja mais forte do mundo", a Tactical Nuclear Penguin, com 32% de teor alcoólico - resultado de um processo de produção de 16 meses. No blog da cervejaria, o diretor James Watt alerta que a bebida deve ser consumida em pequenas quantidades, como o uísque. O anúncio de lançamento indica que apenas 500 garrafas de 330 ml foram produzidas (metade será vendida por 35 libras e as demais custarão 250 libras, com direito a uma participação na empresa). Curioso é que, em julho, quando a BrewDog lançou no mercado britânico a Tokyo*, com 18,2% de teor alcoólico, e foi duramente criticada por instituições de combate ao alcoolismo, justificou dizendo que essas cervejas mais fortes vão ajudar a combater a cultura do consumo rápido de grandes quantidades de bebida. Definitivamente, eles subestimam a sede e o fígado dos futepoquenses...

Ps.: Aliás, falando em cervejas britânicas, escrevi esse post degustando uma garrafa da inglesa Christmas Ale, da cervejaria Shepherd Neame, a mesma produtora de outras duas marcas já comentadas por mim neste espaço. Não chega ao exagero de álcool da nova bebida escocesa, mas tem 7%, bem mais que as brasileiras. O que posso dizer é que nunca bebi uma cerveja tão amarga. Tem gosto muito forte de chope e coloração de caramelo. O engraçado é que faz tanto frio aqui em Dublin que tirei a cerveja da prateleira, no supermercado, e, quando cheguei em casa, não precisei botar na geladeira. Tava no ponto. Um brinde!

quinta-feira, novembro 26, 2009

Esse é bambi mesmo!

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Depois da polêmica que causou ao provocar os sãopaulinos, o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, gravou uma entrevista para o Arena SporTV, pra botar panos quentes. E comentou, bem humorado:

- Um amigo disse que o filho dele estava triste porque havia sido chamado de bambi na escola. Ué, ele não sabe que o filho dele é bambi? O meu é porco.

Realmente, tem toda razão. O menino ter ficado "tristinho" com provocações dos colegas é um verdadeiro atestado de bambi. Toma vergonha, moleque!

Esqueletos no armário

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O Ministério Público Federal ofereceu hoje denúncia contra o deputado federal Paulo Maluf, do PP (abaixo), e o senador Romeu Tuma, do PTB (ao lado), por ocultação de cadáveres durante a ditadura militar. Além dos dois, foram denunciados o ex-prefeito de São Paulo Miguel Colasuonno, o médico legista e ex-chefe do necrotério do Instituto Médico Legal (IML) local Harry Shibata, e o ex-diretor do Serviço Funerário Municipal Fábio Pereira Bueno. O MPF afirma que desaparecidos políticos foram sepultados nos cemitérios de Perus e Vila Formosa, na capital, de forma "ilegal" e "clandestina", com a participação do IML e da Prefeitura. Segundo a procuradora Eugênia Fávero, Maluf e Tuma contribuíram para que as ossadas permanecessem sem identificação em valas comuns e atestaram falsos motivos de morte a vítimas de tortura. O MPF requer perda de funções públicas e do direito à aposentadoria, além de reparar danos morais coletivos, com indenização de, no mínimo, 10% do patrimônio pessoal de cada um. Por se tratar de ações civis públicas, a iniciativa não ameaça os mandatos dos dois parlamentares, protegidos pela Constituição. A procuradora propôs, então, que as indenizações sejam revertidas em medidas que preservem a memória das vítimas da ditadura (de que forma, não ficou claro). O que acham? Mais um caso pra acabar em pizza?

Glúteos e pés podem gerar eletricidade em estádios

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Deu no Portal Copa 2014. A tal vibração das torcidas em estádios de futebol pode se transformar de fato em energia elétrica. Pelo menos é essa a proposta do escritório de arquitetura londrino Populous, que está desenvolvendo uma alternativa para aproveitar os movimentos dos torcedores para gerar eletricidade nas arenas esportivas.  

O milagre se daria por meio da chamada piezoeletricidade, aproveitando-se cristais que, quando submetidos a uma determinada pressão mecânica, são capazes de gerar correntes elétricas, como esses utilizados em isqueiros e acendedores de fogão. Nos estádios, seriam espalhados em pisos, degraus, assentos e outras áreas milhares dos chamados Piezoelectric Wafer Active Sensors, ou sensores piezoelétricos, em bom português. Assim, a pressão dos passos, pulos, saltos, joelhaços, tombos e também dos glúteos nas cadeiras gerariam eletricidade. 

Para os incrédulos, já há atualmente experiências de locais que utilizam essa forma de energia. O inglês Club4Climate tem hoje 60% da sua energia gerada por uma pista de dança piezoeléctrica, aproveitando os passos de dança de seus alegres e saltitantes frequentadores. Já uma uma estrada na cidade de Haifa, norte de Israel, possui geradores que transformam em eletricidade a força mecânica exercida pela pressão dos pneus dos veículos. Uma faixa de um quilômetro já está fornecendo aos israelenses, segundo testes, 0,5 megawatt por hora, suficiente para iluminar 600 casas durante um mês. Se na estrada passarem mais caminhões ou ônibus, melhor ainda.

A ideia é boa, ecologicamente correta, mas fica a questão: se o jogo for modorrento demais, aquele 0 a 0 de times retrancados e pouco técnicos que não animam ninguém e só produzem bocejos, o estádio vai ficar às escuras?

quarta-feira, novembro 25, 2009

Belluzzo: 'Vamos matar os bambi!'

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Antes mesmo de ter ameaçado dar uns tapas no juiz Carlos Eugênio Simon e ser suspenso pelo STJD, o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzo, já havia demonstrado seu "instinto selvagem". Um vídeo que circula pela internet mostra o dirigente numa festa de uma das torcidas organizadas do alviverde paulistano, em 17 de outubro, gritando ofensas contra o São Paulo:

- Vamos matar os bambi (sic)! Eles já morreram hoje! (veja o vídeo aqui)

Na época, o Palmeiras era líder, com 54 pontos, e o time do Morumbi estava cinco atrás. No dia seguinte, porém, o time de Belluzzo perdeu para o Flamengo por 2 a 0 em pleno Palestra Itália e, depois disso, degringolou. Hoje, ocupa o quarto lugar, três pontos atrás do líder...São Paulo.

Sou contra esse tipo de policiamento, mas que ele morreu pela boca, morreu. Talvez tenha sido empolgação de cachaça, que sempre rola forte nessas festas de torcidas organizadas. Ele até justificou, mas nem precisava. Deixa o homem, pô! Mas curiosa foi a reação parcimoniosa do superintendente de futebol sãopaulino, Marco Aurélio Cunha:

- Se fosse qualquer outra pessoa, todo mundo estaria descendo a lenha, mas o Belluzzo tem crédito. Cometeu este deslize, mas com o tempo vai aprender e não fará mais isso. Comentei com um amigo: é como vinho, para ficar bom tem de envelhecer. No futebol é assim, a experiência vem com o tempo.

Como se Marco Aurélio, com mais de uma década de cartolagem, não dissesse ou fizesse besteiras similares com vexaminosa frequência...