Destaques

sexta-feira, setembro 10, 2010

Bate no peito, goleirão! Comemora!

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Sumemo, falamemo!

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Durante encontro da cúpula executiva da ONU em um resort austríaco, o manguaça chinês Sha Zukang (foto), subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e Sociais da instituição, pegou o microfone lavou a alma contra seu chefe (ah, os chefes!), o coreano Ban Ki Moon, e os estadunidenses (ah, os EUA!):

- O vinho me afetou um pouco, mas eu quero dizer algumas coisas que estão na minha cabeça. Eu sei que você nunca gostou de mim, sr. secretário-geral... Bom, eu também nunca gostei de você. Eu não queria vir para Nova York. Era a última coisa que eu queria fazer. Mas eu comecei a amar a ONU e estou começando a admirar algumas coisas sobre você. Você tem tentado se livrar de mim. Você pode me mandar embora a qualquer hora, pode me demitir hoje. 

Não satisfeito, resolveu falar de outro alto diplomata da ONU, o estadunidense Bob Orr. "Eu realmente não gosto dele: ele é americano e eu realmente não gosto de americanos."

Pronto, virou meu herói!

Uma derrota chata para impedir a arrancada

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Santos, Botafogo, Pacaembu. A junção das três palavras traz, há 15 anos, más lembranças ao torcedor peixeiro, e ontem não foi diferente. Num jogo em que as duas equipes erraram muito, o Botafogo acabou sendo mais eficiente e fez com Loco Abreu o 1x0, que levou a equipe do Rio ao terceiro lugar do Brasileirão. Já o Santos interrompeu uma sequência de seis jogos sem derrota e ficou distante dos líderes do torneio.

Seria possível dizer que o jogo de ontem seguiu o preceito do "quem não faz, toma" - principalmente se levarmos em conta que o Botafogo marcou seu gol aos 45 do segundo tempo. Mas, apesar de adequada, tal determinação seria injusta. O Santos até criou mais do que o adversário, mas não atuou de maneira encantadora o suficiente para dizermos que o resultado de ontem foi injusto.

O time foi a campo no 4-4-2. Arouca e Danilo como volantes, Marquinhos e Zezinho na armação e Neymar e Keirrison na frente. Não foi uma boa opção, principalmente por causa dos meio-campistas. Zezinho até se movimentou e criou uma ou outra chance; mas Marquinhos foi péssimo, sofrível. Está nitidamente fora de forma. Não consegue criar jogadas, dar bons passes, tentar o gol.

O resultado foi um Santos opaco no primeiro tempo. Neymar tentava suas jogadas, mas não podia fazer milagre com o resto do time desorientado.

Aí, no intervalo, Dorival Júnior acabou sucumbindo às pressões da torcida e sacou Keirrison e Marquinhos, para colocar Madson e Zé Eduardo. Bobagem: o ex-Coritiba e Palmeiras até que não estava tão mal assim e Zé Eduardo foi péssimo. Além de colocar um jogador que não rendeu (e tirar um que precisa do tal "ritmo de jogo" para render), Dorival acabou queimando uma alteração e descartando o fator-surpresa.

Com isso, em todo o segundo tempo o Santos foi um time demasiadamente desordenado. Parecia que havia uma distância de 15 quilômetros entre meio-campo e ataque. Neymar não jogou mal, mas posicionou-se de maneira errada - ficou na ponta esquerda, isolado, pedindo bola o tempo todo. Madson só corria, sem produzir, e Zé Eduardo estava nulo.

No final, o castigo. Loco Abreu acabou marcando um belo gol e fazendo a festa dos poucos botafoguenses que estavam no Pacaembu ontem.



Ganso
Ao ler que o Santos fica distante dos líderes e que o principal motivo da derrota de ontem foi a desarticulação em campo, é meio inevitável lembrar da contusão de Paulo Henrique Ganso e decretá-la como a principal responsável pela "saída" do Santos da briga pelo título.

Além do Santos ainda não estar fora da disputa (claro que a situação está complicadíssima, mas o Flamengo do ano passado tinha pontuação semelhante à do Santos a essa altura do campeonato), é preciso mentalizar que o Ganso não faz mais parte do elenco do Santos para 2010 e que o time tem bons jogadores, que podem suprir - claro que não com a mesma eficácia - a sua ausência.

O que menos contribuirá para o Santos agora é adotar a postura de lamentar a lesão do camisa 10 e passar o restante da temporada chorando o leite derramado. É possível fazer mais, as vitórias sobre Avaí e Goiás vieram sem Paulo Henrique, o Santos segue vivo.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Rogério 20 anos, São Paulo 28 pontos

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Mais do que o alívio pela vitória, a partida de ontem no Morumbi valeu para marcar duas homenagens da diretoria do São Paulo, pela carreira de 20 anos no clube de Rogério Ceni e pelos 200 jogos de Jorge Wagner. Num elenco em que Washingtons, Léos Limas, Andres Luíses e companhia indesejada vêm e vão, são marcas que merecem destaque. No grupo tricolor, o segundo mais longevo é Richarlyson, com cinco anos e mais de 230 partidas - bem longe dos 925 jogos do goleiro capitão. Porém, faço uma ressalva aqui: dizem que ele tem 90 gols quando, na verdade, fez 92. É que a Fifa não computa dois gols de falta em partidas não-oficiais contra um combinado Santos-Flamengo, em 1998, e contra o time russo Uralan Elista, em 2000. Até aí, tudo bem, é um critério. Mas, se esses dois jogos estão incluídos no total de 925 completos ontem, torna-se um contrasenso. Ou retiram todos os jogos não-oficiais da soma e consideram 90 gols, ou os incluem e elevam a artilharia de Ceni para 92 tentos. De acordo?

Quanto ao São Paulo no Campeonato Brasileiro, mantenho minha opinião de que ainda é muito cedo para soltar fogos e dizer que o time vai brigar pela Libertadores ou que afastou completamente o fantasma do rebaixamento. Volto a dizer que os Atléticos de Goiás e de Minas estão na zona dos rebaixados, vivendo profundo momento de crise, e que o Flamengo caminha para a mesma situação, com o pior ataque do torneio e sem oferecer qualquer perigo para seus adversários. Por isso, é perigoso achar que vitórias sobre times tão combalidos e perdidos sejam "a volta do campeão". Os próximos compromissos do São Paulo são contra o ótimo Botafogo, no Rio de Janeiro, e o excelente Internacional-RS, que segue no embalo total que pegou após o recesso para a Copa do Mundo e que não diminuiu nem um pouco após a conquista da Libertadores.

Só depois desses jogos mais difíceis, para emprestar uma expressão utilizada outro dia pelo camarada Nicolau (referindo-se ao Corinthians), é que nós vamos ver se o tricolor do Morumbi tem mesmo garrafa pra vender. Mas, que o Marcelinho é boleiro, isso é! Casemiro promete e ontem tivemos a estreia de outro garoto, Zé Vítor. Graças a Deus! O caminho é a molecada, coisa que o Santos mostrou há muito tempo.

Vitória e Palmeiras fazem 1 a 1 de doer

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Depois de sair perdendo no Barradão, o Palmeiras conseguiu empatar o jogo contra o Vitória na abertura do segundo turno. O futebol exibido foi ruim de doer, com lances especialmente toscos a partir dos 40 minutos do segundo tempo, quando os visitantes de camisa cada vez mais verde-limão-siciliano só estavam preocupados em dar chutões para longe.


Foi muito diferente tanto do jogo de ida quanto de volta da Sul-Americana. Foram realmente poucos os momentos de inspiração. Do lado do Vitória, isso ocorreu na quarta-feira, 8, com Ramón em chutes de fora e cobranças de falta. No Palmeiras, ficou só em um lance ou outro nas laterais ou no meio de campo, nada muito produtivo.

Luiz Felipe Scolari escalou mal o Palmeiras. Novamente com cinco volantes no meio de campo, com Rivaldo pela esquerda e Marcio Araújo pela direita, o time era pouca coisa. Dependia apenas de Kléber para trombar e tentar a sorte. Não aconteceu, de fato. Com exceção de um pênalti em Luan e um chute do camisa 11 Rivaldo, o time não criou nada.

O Vitória foi melhor na etapa inicial. Além do gol de Elkeson em uma bobeada da zaga, estava melhor em campo. Ramon e Evandro deram dor de cabeça para a defesa adversária. É que o meio de campo palmeirense era só marcador, defensivo mesmo.

No segundo tempo, Valvívia e Tadeu foram a campo nas vagas de Pierre e de Luan. O time passou a jogar com um meia após muito tempo. Melhorou, mas não chegou a ser um marco de virtuosidade. Com o camisa 30 menos preso na frente, abriram-se outras opções para se jogar. É bastante óbvio, mas contrastante o suficiente para ser digno de nota.

O empate ocorreu no segundo chute em direção ao gol tentado pelo Palmeiras. Ou melhor, no rebote dessa tentativa. Edinho arriscou de fora da área, quando a defesa do Vitória deu brecha. Viáfara bateu roupa e Tadeu marcou no rebote. Depois disso, o alviverde poderia ter rendido mais, criado mais, chutado mais. Como não o fez, não conseguiu virar. Passados os 35 minutos, o time desistiu e recuou, na base de chutões para espantar o perigo de revés.

Além da falta de capacidade ofensiva e do excesso de dependência de Kléber, preocupam os exageros de faltas dos volantes. Assustou ainda Deola em duas falhas, uma de comunicação com Maurício Ramos que quase rendeu o segundo do rubro-negro e outra em um recuo de bola em que o goleiro por pouco não se embananou.

Valdívia foi melhor jogando apenas nos últimos 45 minutos. Mas não se acertou plenamente no time, em meio a tanta limitação. Felipão consertou a equipe depois de ter começado com uma escalação ruim. Arriscou um pouquinho mais ao manter menos volantes em campo, mas nada que produza tantas esperanças de apresentações melhores. Amarga 12ª posição.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Banheiro suspeito

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Das duas, uma: engenharia Tabajara ou sacanagem pura e simples.

Som na caixa, manguaça! - Volume 60

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HINO NACIONAL DOS CACHACEIROS DO BRASIL
(Composição: Elton Saldanha)

Cairon e Gustavo

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

Amigo me dá licença, mas preciso me benzer
Arado não lavra sem boi e eu não canto sem beber
Atraca uma talagada, me dá um trago de água benta
Um lisão de pinga pura pra nós regular a lenta

Certa vez eu fiz promessa de deixar a pinga em paz
Mas esqueci da palavra e cada vez eu bebo mais
Eu sei os dez mandamentos, eu rezo e tiro o chapéu
O corpo se vai pro chão e alma se vai pro céu

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

Amigo sou biriteiro, me serve sem cerimônia
Diz que a cachaça dá sono e eu to sofrendo de insônia
No concurso de pinguço sou eu que escrevo o exame
Eu vou ficar muito rico se vender meu vasilhame

Minha mulher pra me agradar toma banhos de licor
Mulher com cheiro de pinga dá mais tesão pro amor
Fui batizado com mé na festa dos bodegueiros
Eu canto de quatro pé, o hino dos cachaceiros

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

(Do CD "Sertanejo Universitário Ao Vivo", Independente, 2009)



Sugestão de Moriti Neto

terça-feira, setembro 07, 2010

O lado dos entorpecentes OU maconha é de esquerda, cocaína é de direita

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A teoria do cartunista Angeli é simples. "Maconha é socializante, todo mundo fuma no mesmo baseado e dá risada depois. Cocaína, não. É de quem tem, e você se submete a esse poder pra cheirar uma fileirinha no cantinho do mármore do banheiro." Por isso, em entrevista à revista Trip de agosto, ele disse que "cocaína é de direita e maconha é de esquerda".

Autorretrato/Grafar

A fórmula foi empregada por ele para conseguir se livrar do vício mantido por 10 anos de inalação do pó sintetizado a partir de folhas de coca. Aparentemente funcionou, mas para alguém que considera – e demonstra isso em seu trabalho – seu ideário anarquista e punk, a década de "convívio" com o psicotrópico reacionário pode colocar a teoria em xeque.

Mês passado, o ator José de Abreu, em entrevista ao Futepoca, ofereceu a teoria de que "toda cachaça é de esquerda". Segundo ele, a chave para a compreensão está no fato de que a "relação da política com o prazer vem da esquerda".

Do ponto de vista do cartunista Angeli, a cervejinha consumida no boteco seria de esquerda. A caipirinha no churrasco, o vinho num jantar e a cachaça numa prosa, idem. Ao passo que o uísque tomado solitariamente em casa, estaria à direita. Pela análise de Zé de Abreu, seria preciso garantir prazer a qualquer desses processos para o vínculo se estabelecer.

Foto: Louise Joly/Wikipedia
O fato é que pensar nos entorpecentes com lado e posição no espectro político é curioso. Os opióides seriam de direita? A crítica de Karl Marx à religião, classificando-a de "ópio do povo" – numa das frases mais citadas e parafraseadas de sua bibliografia – por seu efeito analgésico, de euforia e posterior sonolência conferiria esse caráter? E isso seria ruim?

Renderia melhor em um simpósio realizado no fórum adequado (a mesa do bar). Mas quem sabe os comentaristas do Futepoca ajudam a elucidar tão inquietante questão.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Corinthians centenário atropela Goiás para festa da torcida

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Em semana de festa, o Corinthians naõ decepcionou os 34 mil torcedores que lotaram o Pacaembu no sábado (inclusive este que vos fala) e sacolou de virada o lanterna Goiás por impiedosos 5 a 1. De quebra, a semana mais corintiana do século trouxe a derrota do Fluminense par ao Guarani, por 2 a 1, deixando o Corinthians apenas 1 ponto atrás do tricolor e com um jogo a menos.

O Timão, como parece ter se tornado praxe da equipe nos últimos jogos, entrou meio devagar na partida. E novamente pagou o preço. Aos 7 minutos, Alessandro e Ralph não conseguiram marcar o veterano Júnior que um chute no ângulo oposto de Júlio César.

O 0 a 1 não desanimou a Fiel, que recomeçou imediatamente a cantoria. E o time respondeu, pressionando o visitante, que só parava as jogadas com faltas. Em três delas, Bruno César exigiu defesas difíceis do goleiro Harlei – que levou cinco e ainda recebeu nota 7 do Lance pra se ter uma idéia do massacre. Jorge Henrique e Iarley, este em sua melhor apresentação com a camisa alvinegra, ainda meteram uma bola na trave cada um.

Tudo isso antes dos 37 minutos da primeira etapa, quando o excesso de faltas dos goianos levou à expulsão de Amaral, pelo segundo amarelo. De onde eu estava, merecido. Se o Timão já dominava, daí pra frente virou atropelo.

Adilson Batista demonstrou mais uma vez uma diferença em relação ao antecessor ao trocar Paulinho por Defederico logo após a expulsão. Mano, aposto, esperaria mais. O empate saiu aos 43 minutos, quando JH aproveitou belo passe de Jucilei e colocou na cabeça do artilheiro do campeonato Bruno César, que mais uma vez jogou muito.

Mas a chuva de gols estava guardada para a segunda etapa. O que foi muito bom, já que vi os quatro gols na meta que estava bem na minha frente. Aos 10 minutos, Iarley recebeu passe de Bruno César, driblou o ex-colega Harley e tocou para as redes. Aos 15, Jorge Henrique marcou o dele aproveitando rebote de cabeçada de Ralph.

A vitória já estava garantida, mas a torcida queria mais. E o time acompanhava o ritmo do bando de loucos, que começou a gritar “olé” antes da metade da primeira etapa. Numa dessas sequencias, o Timão tocou a bola por mais de dois minutos com a torcida acompanhando. Até que a bola acabou nos pés de Bruno César, que invadiu a área pela linha de fundo e sairia na cara do goleiro, não fosse derrubado por Romerito (em lance considerado polêmico, mas que de onde eu vi, foi claro). Pênalti batido por Iarley aos 29 minutos, tornando a vitória em goleada.

Ela ainda viraria chocolate com o gol contra de Marcão, que desviou chute de Boquita de fora da área (“Ele é meu vizinho!”, comemorou um corintiano perto de mim e de meu pai). 5 a 1, fora o baile. A torcida comemorou com um “parabéns pra você” o presente dos jogadores na semana do centenário.

O segundo turno começa com uma sequência das mais difíceis. Primeiro, Atlético PR fora de casa. Depois, Grêmio no Pacaembu. E ainda tem Santos, Inter e o duelo dos líderes com o Flu, todos fora. Hora de, diria o sábio, ver quem tem garrafa vazia pra vender.

A derrota verde, de virada, no encontro de ex-Palestras Itálias

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O Palmeiras perdeu do Cruzeiro de virada em pleno Pacaembu. No primeiro tempo, fez 2 a 0 de pênalti e em cobrança de escanteio. No segundo, tomou três, todos dos pés de Roger Chinelinho. Pior do que perder no encontro de Palestras Itálias, é o revés com mando de campo. Ainda mais trágico é ter como algoz o atleta ex-Corinthians, ex-Grêmio, ex-Adriane Galisteu... Resultado: 3 a 2 para os mineiros.

A etapa inicial foi boa, com vontade e chances produzidas. O segundo tempo foi ruim, com quase nenhuma capacidade criativa. E, mais uma vez, a torcida palmeirense apoiou o time, mesmo depois da virada. A compreensão com Luiz Felipe Scolari continua a mil, o que é bom. Seria melhor se o time correspondesse mais.

Valdívia ainda precisa jogar de verdade. Ele até ficou bravo ao ser substituído, chutou a sombra e tudo. Kléber mostrou a determinação habitual, mas acaba exigido demais em função da pouca criatividade dos volantes que compõem o meio campo.

Uma notícia até que boa foi a atuação de Pierre na marcação de Montillo. Como ele vinha mostrando falta de ritmo em partidas anteriores, a disposição é positiva, embora ainda esteja distante do marcador e ladrão de bolas do campeonato de 2008. A parte ainda mais trágica é a contusão de Marcos, o Goleiro, que sofreu pancada no joelho.

E assim, acabou o primeiro turno para o time verde. Em 19º lugar, no limite da classificação para a Sul-Americana de 2011. Para o Palmeiras, é muito pouco. Para o que tem sido mostrado em campo, o esperado. Considerando-se algumas das peças à disposição, deveria ter mais pontos.

domingo, setembro 05, 2010

Tipos de Cerveja 52 - As Berliner Weisse

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Bastante amargas e com forte sabor de trigo, as Berliners não têm muito álcool, mas a acidez costuma ser tão alta que é frequente os produtores utilizarem xaropes de fruta e outros adoçantes para torná-las mais suaves. "É claro que os mais puristas preferem beber este estilo ao natural, isto é, sem adição de açucar ou de qualquer outro produto. Asim tomada, torna-se uma cerveja complexa, multi-facetada e extremamente refrescante", observa Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. Para quem tiver curiosidade, ele recomenda a Dieu du Ciel Solstice d'Été aux Framboises, a Schultheiss Berliner Weisse Original e a Berliner Kindl Weisse (foto).

sexta-feira, setembro 03, 2010

Cai ou não cai?

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Se tem uma coisa que me espanta, no São Paulo, é o sossego da diretoria em relação ao Campeonato Brasileiro. Eles parecem ter uma certeza inabalável de que o time é imune a rebaixamento. E não é! Ontem, conseguiu segurar uma vitória suada contra o combalido Atlético Goianiense, em casa, num jogo em que o placar mais justo seria o empate. Está claro para todo mundo que Sérgio Baresi não será mais nada além de um esforçado interino, com resultados pífios. Já disse aqui e repito: não há time titular, nem esquema tático, nem lateral direito, nem meio campo e nem linha de ataque definida. E faltam só três meses para a competição terminar! O que estão esperando para trazer um técnico de verdade? Se o cidadão vier quando faltar apenas um mês e meio para o fim, não conseguirá fazer nada, por conta da pressão, e será tarde demais. Grêmio e Atlético Mineiro não vão ficar vendo a banda passar, vão reagir desesperadamente. O São Paulo não tem time para vencer duelos decisivos, clássicos ou qualquer partida contra qualquer um dos dez primeiros colocados. Na sorte, segura um empate, como no domingo, contra o relaxado Fluminense. Isso é muito perigoso, muito mesmo. E, para a diretoria tricolor, parece que nada acontece. Não sou a Regina Duarte, mas tenho medo. Muito medo de que meu time dê para os corintianos o melhor presente do centenário deles...

Uma vitória cascuda

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Sem encantar, o Santos venceu o Avaí ontem por 2x1, na Vila Belmiro. Assim, o Peixe registra uma boa sequência de cinco vitórias consecutivas - quatro pelo Brasileirão e uma "vitória-derrota" contra o mesmo Avaí, pela Sul-Americana.

Neymar foi o principal jogador em campo. Pelo que mostrou de futebol propriamente dito - fez um gol aos 55 segundos, quando certamente muitos santistas ainda tomavam a última dose nos bares que circundam a Vila - e por mais uma vez ser tema de "polêmicas".


As aspas são necessárias porque, cá entre nós, as polêmicas envolvendo o Neymar estão cada vez mais chatas. A situação está virando cotidiana. Neymar faz algumas fintas e é caçado por todo o time adversário. O santista acusa os oponentes de violência, os rivais dizem que o santista é desrespeitoso e "precisa crescer". Cá entre nós, até acho que precisa - tomar o terceiro cartão por conta de uma simulação besta é algo criticável, tal qual dar um chapéu com o jogo parado também - mas, se é para condenar um dos lados, prefiro condenar o lado da violência dentro de campo.

À parte disso, o Santos mostrou sentir a falta de Paulo Henrique Ganso. Não só pela imensa qualidade do meia, mas também pela falta dela no seu substituto: Marquinhos, mais uma vez, fez uma partida apática. Sabe aquele jogador que tem pinta de "bom reserva", mas quando é efetivado não corresponde? Talvez seja o caso dele. O garoto Alan Patrick, então, se credencia para ser o titular da 10 quando Ganso estiver fora - mas aí a CBF o convoca para um torneio sub-19 na China (!) e o Santos se vê prejudicado...



Keirrison
Sim, foram só três partidas. Longe de mim querer crucificar um jogador que vestiu a camisa do Santos por menos de 270 minutos. Mas avalio apenas o que ele desempenhou até agora. Keirrison foi mal, muito mal, em todos os seus instantes pelo Santos. Está se escondendo do jogo de maneira assombrosa. Atentem para o seguinte: não é que ele está chutando mal, está perdendo gols, errando passes. Não, ele simplesmente não aparece no jogo. Isso é ruim. Talvez o duelo contra o Flamengo, no final de semana, seja seu último como "titular absoluto" - até porque seu reserva imediato, Marcel, fez um bom gol ontem.

quinta-feira, setembro 02, 2010

Empate do Palmeiras contra o Fluminense quase vale por vitória

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O Palmeiras empatou com o Fluminense com gol aos 48 minutos do segundo tempo para selar a igualdade. Um suadouro, final emocionante até, mas verdadeiro castigo para o líder do campeonato, que apostou tudo no contra-ataque mas criou menos do que poderia.

No dia do aniversário de 100 anos do Corinthians, o empate ao mesmo tempo em que não deixa os arquirrivais alviverdes tão felizes e ainda tira pontos do Tricolor Carioca. Mesmo mantendo a liderança nesta rodada, a diferença em relação ao segundo colocado deixou de se expandir.

O mais impressionante é que o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari mostrou determinação admirável. Novamente pecou por falta de meias, apostava tudo em ligações diretas entre os volantes e o atacante Kleber ou em arrancadas de Rivaldo e depois de Luan. Mesmo com tanta previsibilidade, a equipe de Muricy Ramalho não conseguiu oferecer uma despedida do Maracanã mais merecedora de orgulho para a torcida.

As chances criadas foram poucas por todo o jogo, principalmente depois que o time da casa abriu o placar, com Emerson a 15 minutos de jogo. Mas após a desistência do Fluminense de marcar a saída de bola, as trocas de passes palmeirenses renderam pouco em termos de finalizações.

Com faltas nas proximidades da área, Marcos Assunção era a esperança. Kleber correu muito, mas Valdívia continuou apagado. Ele precisa de mais jogadores com quem tabelar ou ter espaço para puxar contra-ataques. Na trombada, ele não se compara ao que é capaz o camisa 30 – que, na versão pós-Copa de 2010, reitere-se, vem sem cotovelos.

As opções do banco Tinga, Luan e Ewerthon, que entraram nas vagas de Pierre, Fabrício e Valdívia, ofereceram possibilidades de variação tática. Não era a variação que eu gostaria – uma que teria meias de criação, peças indisponíveis no elenco – mas permitiu ao time disputar até o fim.

O autor do gol, Ewerthon, marcou novamente depois de inicar a partida no banco. Parece que ele rende melhor assim, quantro entra. O gol saiu na raça, na trombada, sem técnica, brilho e muito menos habilidade. O zagueiro Leandro havia sido expulso minutos antes, o que ajudou a abrir um espacinho para o balão de desespero estilo "último minuto" encontrar Edinho, que escorou para o atacante empurrar para o fundo das redes.

Foi pior do que ter vencido o time de Vanderlei Luxemburgo do fim de semana. Claro, no domingo o alviverde trouxe três pontos, enquanto hoje veio o empate. Mas foi muito bom ver o Palmeiras dominar o jogo contra a equipe de Muricy Ramalho.

quarta-feira, setembro 01, 2010

Mais de 100 mil fiéis saúdam o centésimo ano do Corinthians

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Às 19h30 desta terça-feira, eu estava trabalhando. Enquanto eu, com a atenção brutalmente desconfigurada, fazia o bastante para manter meu ganha-pão, milhares de corintianos já estavam no Vale do Anhangabaú – 110 mil segundo sites de notícias. Há quem diga que o vale não recebeu tantas pessoas desde o histórico comício das Diretas Já, em 1984.

A comparação é absurda (é?), sem dúvida. E antes mesmo de chegar ao histórico Vale, ouço do escritório na Libero Badaró os primeiros ruídos da festa alvinegra. Da sacada dói prédio, se ouve a dicotomia da existência corintiana: da direita, vem o som de Ronaldo e os Impedidos, banda roqueira que animou o princípio da festa; da esquerda, o que se ouve é a Fiel Torcida Corintiana, ignorando a atração e gritando hinos em honra de sua maior paixão, que é também sua propriedade.

O Corinthians não é um clube com uma torcida, mas uma torcida que tem um clube. A maioria deve achar graça disso, dessa impossibilidade, ainda mais em tempos de economicismo, de falta de humanismo, de não assumido elitismo, de direitismo, enfim. Mas Corinthians, de nascença, é coisa de esquerda. De revolucionário anarquista espanhol. De comunista italiano. De operário de todas cores e tamanhos que decidiu montar um time para jogar futebol em 1910. Ano em que nasceu meu avô, José Benício dos Santos, alagoano que se radicou em São Paulo e na República Popular do Corinthians, para onde levou seus filhos. E onde minha mãe, Maria Neusa, fiel não praticante, encontrou meu pai, Manoel Ribeiro, mineiro, comunista de linha chinesa, poeta e corintiano.

Todos trabalhadores, como os que primeiro se reuniram na rua Cônego Martins, esquina com a José Paulino, onde hoje está o marco de fundação do clube. Foram no Bom Retiro e enfiaram goela baixo de São Paulo que um time de operários podia disputar e ganhar os torneios da época. Foram para a Zona Leste e mostraram que um bando de piões poderia construir um estádio (o companheiro Miguel conta que seu bisavô jogou no Corinthians nos anos 1920 e doou tijolos para a construção do Parque São Jorge) e brigar como gente grande (como se dinheiro fosse condicionante para amadurecer e crescer). Foram para o mundo todo nas costas dessa Fiel Torcida que é sua alma.

Os outros, ora, são os outros, rivais com maior ou menor graça. Acreditem, não precisamos de vocês para existir, talvez, quem sabe, da dissidência que habita a rua Turiasssu, já que as dualidades resumem melhor os detalhes da vida humana e dão melhores enredos de faroeste, como deixaram claro Sérgio Leone e John Ford.

O santista Xico Sá em crônica da Folha de S. Paulo resumiu bem, e aqui abro espaço para alguns parágrafos do mestre:

“No meio do espetáculo que é a juventude roqueira, um cavaleiro solitário, rosto só vincos como um Samuel Beckett dos pobres, ajeitou os poucos cabelos, pediu uma cerveja, grudou o nariz na TV que parecia uma caixa de fósforo, de tão pequena, e dali por diante não conseguia enxergar nem mesmo a Karine com suas pernas de oncinha.
Foi neste momento solene que o cronista que ronda a cidade pensou mais uma vez: como SP precisa do Corinthians em campo. O tio ficou hipnotizado por 90 minutos diante da volta do seu time.
E não se tratava de um torcedor barulhento. É um daqueles fundamentalistas silenciosos. Sabe aquele cara que celebra ou morre por dentro sem alterar as feições?
No máximo, ele mexia um pouco com a perna esquerda, como se ajudasse a bola a correr mais depressa para o gol. Coisa de quem manja da arte da sinuca.
Um sábio. Essa história do centenário sem Libertadores, vê-se pelos seus gestos, não significa nada. Não trabalha com obsessões nem morte a crédito. Só um pouco de dinheiro vivo.
O cavaleiro solitário me confessaria depois da partida: "Essa molecada não sabe o que é o Corinthians. Ser Corinthians não significa ganhar. Basta existir. Pronto"."

Coisa linda de se sentir e se ler. Mais linda ainda de se ver, às 21h e pouco, depois de uma cerveja e um sanduíche no bar da esquina. Eram milhares, milhões os alvinegros presentes à festa do Anhangabaú. Da janela do trampo já havia ouvido Ronaldo e seus Impedidos, que ora contavam com Badauí e Japinha (do CPM 22), Paulão (da gloriosa Banda das Velhas Virgens) e o auxílio do rapper X, todos corintianos da mais pura lavra. Passearam também pelo centro Paula Lima, Xis, Rappin Hood, Negra Li e Nuwance.

Mas o verdadeiro mestre de cerimônias foi outro, um que com a camisa 10 e uma canhota precisa trouxe o primeiro Campeonato Brasileiro, em 1990. José Ferreira Neto, seguidas cervejas na cabeça, resumiu no palco a grandeza dos pequenos corintianos. Para deixar claro o que só a vivência pode declamar, em certo momento uma galera conseguiu subir em cima de um dos telões instalados no Pacaembu, quer dizer, Anhangabaú (perdoe a falha nossa). Um cabra pede pra descer, um outro diz que vai atrapalhar. Neto não perde tempo: “Desce daí, porra!!”, grita o ídolo. Não sobra um em cima da bendita TV. Quer dizer, tem mais um. “Pega esse cara, tira ele daí! Sai, porra!”

À parte os ousados manguaças, pouco incidentes podem comprometer os mais de 100 mil corintianos. Uma briga começa perto de mim, mas não se alastra. O que amigos indicam ser membro do grupo da Rua São Jorge se desentendem com um cabra da Gaviões. A tensão passa rápido, já que os brigões pulam todos a cerca e se resolvem fora da aglomeração.

A noite passa e os cantores são Maria Cecília & Rodolfo, que ficam mais do que o esperado. Na maioria das músicas, a Fiel faz questão de mostrar quem é que manda puxando gritos corintianos. A comemoração conta ainda com Ronaldo, Roberto Carlos, Dentinho, Andrés Sanches. Todos foram saudados com gritos de “Timão eo!” e assemelhados. Neto até puxou o nome de Andrés Sanches, chamando-o de “maior presidente da história corintiana”. Silêncio na galera. Agora chame por Biro Biro, Casagrande, Ataliba, Marcelinho Carioca , e ouça a Fiel entrar no clima.

A brincadeira acabou com a apresentação da e Bateria Unificada das Torcidas corintianas. À meia-noite, Neto chama os jogadores do atual elenco que estão no palco para frente. “Vem pra cá, hoje a torcida não vai xingar ninguém, não! Vem Souza – ta precisando melhorar, hein Souza!”. Contagem regressiva para a meia-noite. O Corinthians começa a viver seu centésimo ano.

Música, política e cachaça

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Em certo trecho do livro "Elisete Cardoso - Uma vida" (Lazuli Editora, 2010), o autor Sérgio Cabral recupera um episódio de 1970:

A presença de Elisete Cardoso em São Paulo levou o produtor Abelardo Figueiredo a convidá-la a cantar na mansão - também conhecida como Palácio de Mármore - do empresário Jorgito Chammas, acompanhada de grande orquestra, numa festa que o prefeito Paulo Maluf oferecia a numeroso grupo de empresários árabes. Lá pelas tantas, o prefeito, empolgado com o uísque que bebera, saiu da plateia e sentou-se ao piano para acompanhar a cantora. Acompanhou, de fato, uma música. Quando ensaiava acompanhar a segunda, Elisete fez-lhe o pedido que, com toda certeza, era o de todo o público presente:
- Prefeito, prefiro o senhor sentadinho na plateia.

terça-feira, agosto 31, 2010

Utópico

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Então parece que agora é oficial: o Corinthians finalmente terá seu estádio - que, de quebra, será também a arena que abrigará os jogos paulistanos da Copa de 2014.

A história mostra que temos que ter certo ceticismo ao falar de "estádio do Corinthians" (Sócrates que o diga) mas nunca a situação foi tão sólida quanto a atual. Há a necessidade de se resolver a questão de São Paulo e a Copa do Mundo, e o projeto tem o apoio das três esferas da administração.

Tenho visto por aí uma série de críticas em relação aos valores gastos (que enfatizam que, no fim da história, a conta será paga pelos cidadãos), e também pela politicagem que acabou fazendo com que o São Paulo Futebol Clube, dono do melhor estádio da cidade até então, fosse bizarramente preterido na hora de uma decisão tão importante.

Endosso a maioria das críticas. E, cá entre nós, não queria que o Futepoca fosse mais um depositário de todas elas - que, apesar de sábias e precisas, são bem repetitivas às vezes.

Gostaria de destacar outro ponto. É que, sendo utópico (daí o título do post), acredito que o tal estádio em Itaquera pode representar um bem danado para a cidade.


A Zona Leste, onde fica Itaquera, é a região mais carente de São Paulo. É distante geográfica e politicamente dos locais mais privilegiados da cidade. Lá falta uma série de coisas - ou melhor, falta uma política governamental mais ampla, coisa que nenhuma administração conseguiu resolver de maneira definitiva.

E, como até mesmo quem nunca botou os pés em São Paulo sabe, o trânsito da capital paulista é caótico. Mais ruas e (muito) mais transporte coletivo seriam um belo auxílio para reduzir o problema; mas outra alternativa, talvez tão precisa quanto, é desenvolver os bairros mais afastados da cidade para fazer com que o município tenha polos de emprego mais distribuídos, minimizando assim a necessidade de deslocamento entre seus moradores.

Ao fazer com que Itaquera sedie a Copa do Mundo, o governo - e aí estou falando, mais uma vez, das três esferas governamentais, de feitos de PT, PSDB e DEM, o negócio é suprapartidário, pro bem e pro mal - dá uma mão à Zona Leste e faz com que a região, tradicionalmente marginalizada, se beneficie com um evento de magnitude mundial.

Muito se tem falado por aí: "como que vão fazer uma Copa do Mundo em Itaquera!? Lá não tem nada!". Pois é, "não tem nada" mesmo. E, voltando à utopia, quem sabe esse "não ter nada" seja a maior virtude da região, e São Paulo venha, futuramente, agradecer à mãozinha que o extremo leste recebeu neste 2010.

sábado, agosto 28, 2010

O desespero machucando o coração

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Saindo do hipermercado, decidi dar uma passada na banca de jornais para conferir com os próprios olhos a tal pesquisa do Ibope, divulgada pelo Estadão, mostrando que Dilma Rousseff tem 51% das intenções de voto para as eleições presidenciais, contra 27% de José Serra, o segundo colocado. Pelo burburinho a minha volta, deu pra perceber que aqueles que iam - ou em algum momento consideraram a hipótese de - votar no candidato do PSDB, agora negam, disfarçam ou simplesmente se calam. Satisfeito com a informação, desisti de comprar jornal mas, antes de deixar a banca, notei um CD do Chico Buarque (foto) na prateleira, por R$ 7,90. Um CD que já tenho, mas, além do preço convidativo, era uma nova edição, com um encarte especial. Comprei.

Trata-se de uma coleção da Editora Abril, que trará a discografia quase completa do Chico (se não me engano, vai ficar faltando só o "Chico Canta", de 1974). Buenas, cheguei em casa, abri o pacote e dei uma olhada por cima no livreto do CD. E, surpreso, me deparei com uma foto enorme do José Serra na página 11, página ímpar, de maior destaque. Assim, do nada, totalmente gratuita. Procurei no texto alguma coisa que justificasse, e a menção é tão gratuita quanto a imagem (o grifo é nosso) : "Embora a anistia só viesse a ser promulgada no ano seguinte, parte dos exilados políticos, entre eles José Serra, já havia retornado ao Brasil".

À direita (opa!), José Serra esboça um quase sorriso. Escaneamento torto faz jus à publicação. (Reprodução)

Por que "entre eles José Serra"? Ou se menciona dois ou três, todos ou nenhum. E por que lançar essa coleção exatamente neste momento? Por que escolher um disco de 1978 para iniciar a publicação de uma obra que começa em 1966? E por que diabos botar uma foto do Serra, como um "herói exilado", numa página ímpar, praticamente na abertura do texto? É, o desespero anda machucando o coração dos Civita. A ponto de fazer uma coisa dessas justo com o Chico Buarque, um histórico simpatizante e defensor do PT, partido que seu pai, Sérgio, ajudou a fundar. Feio. Feio demais.

quinta-feira, agosto 26, 2010

Palmeiras leva surra em pleno Pacaembu

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Goleada em casa é triste. No dia do aniversário, pior. Foi por 3 a 0 a derrota do Palmeiras para o Atlético-GO. Ou melhor, para Elias, autor de todos os tentos goianos.

O time parece sofrer apagões em algumas partidas. Depois do 0 a 0 contra o Guarani no fim de semana, nesta quinta-feira, nem a defesa funcionou.

O Palmeiras só jogou nos primeiros cinco minutos, parecendo que ia impôr um ritmo ótimo para a partida. Mas parece que gastou todo o futebol que tinha separado. Os visitantes crescera, Diguinho que estreiava mostrou serviço e criou boas chances para Elias resolver.

Valdívia criou jogadas, mas foi andorinha solitária, daquelas que não fazem verão. O trabalho pela esquerda fez Rivaldo aparecer mais, mas não a ponto de resolver. A melhor jogada foi justamente em um passe do chileno para o volante que vem jogando na ala esquerda, aos 11 minutos do segundo tempo.

O jogo foi mesmo de Elias, que abriu o placar de pênalti cometido por Gabriel Silva. Ampliou dez minutos depois, aos 37, em chute cruzado. Depois, na etapa final, o camisa 10 marcou de novo quando o relógio marcava 38. E o Atlético-GO ainda perdeu chances com Marcão.

A torcida, que pediu raça e empenho, terminou a partida cantando o hino do Palmeiras, sonhando com a defesa que ninguém passa e a linha, atacante de raça.

Série D terá duelo "sul-americano"

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O Campeonato Brasileiro da Série D - a popular quarta divisão - terá o início de sua fase de mata-matas no dia 5. Agora, são 20 times na busca das quatro vagas de acesso à Série C e, claro, também na luta por um título nacional - para repetir a façanha que o São Raimundo do Pará conseguiu no ano passado.

São dois os times de mais tradição envolvidos na disputa: Remo, do Pará, que encara o Vila Aurora-MT, e o Santa Cruz, de Pernambuco, que pega o Guarany-CE. Há um duelo entre duas equipes mineiras - Uberlândia e Tupi, de Juiz de Fora - e nenhum paulista segue vivo na disputa da competição. Botafogo de Ribeirão Preto e Oeste de Itápolis eram os representantes bandeirantes no certame.

Um confronto, em especial, chama a atenção. Principalmente por evocar lembranças da saudosa Copa Conmebol, disputada no continente entre 1992 e 1999. Falo de Sampaio Corrêa-MA e CSA-AL - respectivamente, semi-finalista (1998) e vice-campeão (1999) da competição sul-americana.

Tanto CSA e Sampaio jogaram a Conmebol por algo que acabaria por se tornar a desmoralização derradeira do torneio. À história: a Conmebol nasceu em 1992 para ser uma equivalente sul-americana da Copa da UEFA. Em tempos de Libertadores restrita (com apenas dois representantes por país), a copa reuniria os melhores colocados nos campeonatos nacionais, com a exceção óbvia dos classificados para a Libertadores.

O Brasil acabou imprimindo um domínio no torneio que jamais mostrou em nenhuma outra competição internacional. Nas três primeiras edições, três títulos - com Atlético-MG, Botafogo e com o time reserva do São Paulo. Viriam depois outro título (1997) e um vice-campeonato (1995), ambos também com o Galo.

Acontece que a Conmebol não pegava no tranco. Aqui, no Brasil, ninguém (talvez com exceção dos atleticanos) se importava com o campeonato. Sabe o desprezo que os times dão atualmente à Copa Sul-Americana? Multiplique isso por mil e você terá o que acontecia com a Conmebol na metade da década passada.

A CBF percebeu o desinteresse dos clubes do Brasileirão e viu aí uma oportunidade de fazer moral com seus filiados. Que tal distribuir as vagas na Conmebol aos melhores colocados em torneios à época disputados, como a Copa do Nordeste e a Copa Norte?

Foi assim que, em 1997, o Rio Branco-AC jogou a Conmebol, classificado por ter vencido a Copa Norte no ano anterior; em 1998, foi a vez do Sampaio Corrêa chegar ao certame internacional pela mesma via (sim, sabemos que o Maranhão fica no Nordeste, mas os times de lá jogavam a Copa Norte). E em 1999, uma prova do "prestígio" de que dispunha a Conmebol: campeão, vice e terceiro colocado da Copa do Nordeste (Vitória, Bahia e Sport, respectivamente) abriram mão da vaga no torneio, fazendo com que o CSA a herdasse.

Bizarrices à parte, o fato é que por conta disso Sampaio e CSA podem se orgulhar de terem feito bonito em um campeonato continental. O Sampaio foi semifinalista após derrotar América de Natal e o glorioso Deportes Quindío, da Colômbia. Já o CSA chegou à decisão em 1999 superando Vila Nova de Goiás, Estudiantes da Venezuela e São Raimundo do Amazonas. É, não eram realmente times de maior expressividade, precisamos reconhecer.

Agora Sampaio e CSA se enfrentam pela Série D nacional. Algo menos midiático do que um mata-mata sul-americano. Mas, cá entre nós, acredito que o nível do futebol não deve ser tão diferente assim. Que vença o melhor!

Pra fechar o post, um vídeo com o gol do título do Talleres, o algoz dos alagoanos na disputa de 1999. Estádio cheio, belas imagens.



Confrontos da Série D

Vila Aurora-MT x Remo-PA

América-AM x Mixto-MT
Santa Cruz-PE x Guarany-CE
Sampaio Corrêa-MA x CSA-AL
Araguaína-TO x Treze-PB
Fluminense-BA x Brasília-DF
Tupi-MG x Uberaba-MG
Rio Branco-ES x Madureira-RJ
Iraty-PR x Joinville-SC
Operário-PR x Metropolitano-SC