Destaques

segunda-feira, agosto 09, 2010

Domínio com poucos gols e Elias volta a ser meia

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O Corinthians fez o dever de casa e venceu o Flamengo por 1 a 0, no Pacaembu. Como se trata de um grande time, vale comemoração maior. Mas convenhamos que o time que jogou contra o Timão com aquela terrível camisa azul e amarela não figura na galeria das grandes equipes do rubro-negro.

Com a volta de Dentinho, Adilson Batista montou a equipe no 4-2-3-1 (4-3-3?) do ano passado. No ataque, Dentinho na direita, Jorge Henrique na esquerda e Iarley no meio – o que não é a dele. No meio-campo, Jucilei e Ralph de volantes e Elias como armador central.

Quando ouvi falar da formação no meio da semana, não gostei. O camisa 7 já foi testado aí por Mano Menezes uma penca de vezes depois da saída de Douglas e nunca foi bem. Sempre entendi que era sacrificar o cara, que é um baita segundo volante e um meia não tão qualificado. Pois não é que dessa vez funcionou? Elias se mexeu bastante e apareceu diversas vezes livre na área, sendo o melhor jogador em campo. Foi ajudado pela boa exibição de Jucilei, que vem subindo muito de produção. O gol foi do camisa 7, em belo chute da entrada da área.

Dentinho se machucou ainda no primeiro e Adilson fez uma substituição discutível, colocando Paulinho. O time deu uma recuada, mas manteve o domínio sobre o fraco time auri-celeste. O Flamengo teve poucas chances, numa atuação segura da defesa – como é bom ter Roberto Carlos de volta! A melhor chance aconteceu em bola rebatida por Julio César e mal afastada pela zaga que sobrou nos pés de Vinicius Pacheco. O goleirão se redimiu do erro e defendeu.

O susto só foi tão grande porque o Corinthians insiste em perder gols. Criou várias chances, foi superior, mas não consegue botar a bola pra dentro. Um centroavante faz falta. Dizem que Ronaldo pode voltar contra o Avaí, domingo, na Ressacada, mas não sei se isso ainda me anima.



O que achei interessante foi o desempenho de Elias com mais liberdade no meio campo. Imaginei um 4-4-2 com Bruno César e Elias nas meias. Acho que os dois têm características complementares, o canhoto com mais visão de jogo e passes longos, o destro com qualidade de infiltração e drible. Além disso, os dois finalizam bem. Com Dentinho e, bem, mais alguém no ataque, e Jucilei de segundo volante, pode dar samba.

Sobre o campeonato, mantemos a segunda colocação, após a decepcionante derrota do Grêmio em casa para o Fluminense. De positivo, vai ficando maior a distância entre os dois líderes e o resto da galera: hoje o Timão está em 7 pontos à frente do Ceará, terceiro colocado (pelo menos até a realização de Santos x Inter, que foi adiado).

A sequência de jogos é perigosa. Depois do Avaí fora, tem o São Paulo no Pacaembu. Que Adilson ache logo seu time pra gente seguir na briga pelo campeonato.

Santos 2010 x Palmeiras 1996

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Comparar times de épocas diferentes - ou, mais precisamente, tentar descobrir quem é o melhor entre eles - é um exercício por definição impreciso e, em termos históricos, equivocado. Mas é dos mais divertidos, e rende conversas de boa qualidade.

Então, inspirado pelo amigo Fabrício, leitor frequente deste espaço, comparo dois times que fizeram história nos primeiros semestres dos anos em que atuaram: o Santos de 2010 e o Palmeiras de 1996, para chegar a um veredicto sobre qual das duas equipes é (foi?) a melhor.

O desafio de comparar esses dois times surge quase que naturalmente entre os apaixonados por futebol. Afinal, são equipes similares em suas características: ambas têm como principal qualidade o jogar para a frente, o fazer muitos gols. Aquele Palmeiras, pelo Paulistão, fez 102 gols em 30 jogos; o Santos atual, no mesmo campeonato, balançou a rede 72 vezes em 23 partidas.

10x0, 8x0, 8x1, 9x1... os placares com muitos gols são marcas registradas desses dois times. Eles não foram os melhores times das duas últimas décadas; mas foram os únicos em que placares como aqueles se tornaram algo corriqueiro, rotineiro.

Introdução feita, vou ao meu veredicto: entre os dois, fico com o Santos atual.

A essa altura, o leitor que viu o Palmeiras de 1996 está acessando a caixa de comentários para me xingar; ou, se mais comedido for, está afirmando que o fato de eu ser torcedor do Santos é a única explicação para tal afirmação.

Mas vamos à argumentação.

A primeira é que os espetáculos que o Palmeiras de 1996 dava se neutralizam com os desempenhados pelo Santos atual. Os dois times foram (são, no caso do Santos) únicos nos shows que protagonizam. Como dito há pouco, esperar placares surrealmente elásticos nos jogos dos dois times é o comum. Na comparação, então, segue 0x0.

O segundo ponto pró-Santos é "matemático", mas não apenas - o Santos faturou dois títulos (Paulista e Copa do Brasil), enquanto o Palmeiras levantou apenas a taça do estadual. Resumir a qualidade da equipe aos troféus conquistados seria uma injustiça, e não é apenas a isso que me baseio. O principal problema está em como o título alviverde foi perdido. O Palmeiras deixou a Copa do Brasil de 1996 escapar ao perder em casa para um Cruzeiro que, embora fosse um bom time, era inferior tecnicamente ao grupo de Vanderlei Luxemburgo - ou seja, no português claro, o time pipocou. Tremeu na principal decisão que encarou. Falhou em algo que até hoje se fala que esse time do Santos faz (ou você nunca ouviu ninguém falar que esse time do Santos é só showzinho, mas na hora da decisão, foge?).

E o terceiro ponto é que um dos argumentos que mais se usa para valorizar o Palmeiras de 1996 é o gabarito individual de seus atletas. De fato, aquele time tinha jogadores que fizeram história no futebol nacional - os pentacampeões Cafu, Rivaldo, Júnior e Luizão (e de quebra Marcos, como reserva), os incontestavelmente craques Djalminha e Muller, e os bons Velloso, Flávio Conceição e Amaral. Uma reunião eficaz de estrelas como poucas vezes se viu. Acontece que a comparação com os jogadores do Santos é injusta, por conta da juventude dos atletas peixeiros. Hoje, Neymar, Ganso, André, Wesley e cia. ainda não entraram em definitivo no Panteão dos heróis da bola, como aqueles palmeirenses o fizeram. Mas será que não chegarão lá? Será que, por exemplo, uma seleção campeã do mundo em 2014 não terá nomes desse time santista em seu plantel? É difícil comparar hoje nome a nome, porque o currículo dos santistas - por causa da idade - é menor. Pode ser que seja maior no futuro, pode também não ser. Não se sabe.

Aguardo comentários discordantes (a começar o do próprio Fabrício, que sugeriu o post). Mas a princípio mantenho minha opinião. Vamos lá!

Palmeiras empata e Felipão já põe o bode na sala

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Foi 1 a 1 em Goiânia. Em confronto de alviverdes, o empate foi um castigo para o time visitante que abandonou pretensões ofensivas na segunda etapa. Sem Lincoln para armar, o time já teve ainda mais dificuldades de criação, mas quando pensou que poderia assegurar a primeira vitória da era Luiz Felipe Scolari, no último minuto do tempo regulamentar, o marcador foi igualado.

Felipão achou ruim que os jornalistas perguntassem sobre o jejum de vitórias, já que desde que o treinador chegou, há cinco partidas, não vieram três pontos de uma só vez. O técnico já fala em dar mais importância à Sul-Americana.

Pior foi a frase inteira do técnico: "Do jeito que estamos no Brasileiro, somando um ponto por jogo, vamos somar uns 30 e poucos no final, que é uma situação de brigar para não cair". A sequência da fala dele era justamente explicando que pelo Brasileirão dificilmente a vaga da Libertadores vem.

O que ele fez foi pôr o bode na sala (numa versão relâmpago e despida de qualquer graça: aquela história do manguaça que vivia cheio de problemas em casa, com a mulher e os filhos. No bar, o dono do boteco cansou-se das lamúrias e sugeriu a instalação de um caprino no meio da sala por uma semana. Passado o período, e superada a tentativa de homicídio ao dono do bar pelo manguaça, o sábio proprietário da cultura etílica autorizou o cliente a retirar o bode de sua residência, o que representou o fim das queixas da mulher e dos filhos).

Jogou lá no chão as expectativas do torcedor. Se o time render mais do que isso, já pode soar como lucro. Alinhou seu diagnóstico ao dos pessimistas e, agora, pode capitalizar melhor as boas notícias.



O Palmeiras voltou a apresentar melhoras, só no primeiro tempo. Voltou também a mostrar limitações. O gol de Ewerthon aos 12 minutos, depois de Kléber roubar a bola do zagueiro Amaral, encheu a nação verde-limão siciliano de esperanças. O camisa 30 quase quebrou seu jejum de gols cinco minutos depois, mas mandou errado. Harlei, arqueiro goiano, ainda defendeu um chute de Patric no primeiro tempo.

Depois, o time recuou. O Goiás perdeu dois gols na cara, um no fim da primeira etapa, outro no segundo tempo. Antes dos 20 da etapa final, o Palmeiras já recuava bastante. As alterações promovidas por Émerson Leão surtiram efeito. As de Felipão, só geraram recuos. Marcos Assunção no lugar do lateral-direito Vitor e o estreante Luan (atacante) na vaga de Ewerthon foram as substituições à espera de um contra-ataque que não veio.

O empate veio aos 45 minutos, em gol contra de Marcos Assunção. Acidente.

Quando Valdívia entrar em campo novamente, haverá mais uma opção de criação de jogadas. Quando Lincoln se recuperar de contusão, também. Em teoria, a formação com Marcos Assunção como volante e Márcio Araújo improvisado na lateral, é boa, mas precisa passar por mais testes.

sexta-feira, agosto 06, 2010

Fim imerecido e desgosto em projeção

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Por Moriti Neto


Não foi justo o final da participação do São Paulo na Copa Libertadores deste ano. Na verdade, o time estava “de bônus” nas semifinais da competição. Certo seria que o Cruzeiro tivesse passado das quartas e enfrentasse o Internacional. Ao menos, teríamos um confronto técnico mais interessante. Concluí-se, pois, que não houve mesmo “justiça” na participação do Tricolor no torneio continental. Aliás, caso houvesse “justiça” no futebol, o time deveria parar nas oitavas, naquelas atuações ridículas contra o peruano e fraquíssimo Universitário. Ontem, como acabou o bônus, deu no que deu diante do Colorado, mais time tecnicamente.

Covardia, enganação e indolência
Se há uma coisa de que não preciso é pudor em “falar mal” do São Paulo 2010. Desde os primeiros posts do ano, já imaginava o destino da equipe nesta temporada, ou seja, nada de títulos A explicação vem em três palavras: covardia, enganação e indolência.

Covardia, primeiro, da direção do clube, que não resolve carências que estão se tornando eternas no elenco, como a falta de um lateral direito em boas condições e de um homem de criação. Aquisições, só jogadores em fim de contrato, que estejam se recuperando no Reffis, refugos ou nomes de baixo custo apenas para compor elenco (nos “reforços”, entra a parte da enganação). E, nas raras ocasiões em que busca nomes de peso, a diretoria são-paulina o faz sempre na bacia das almas, em cima da hora, acreditando que o “efeito Amoroso”, de 2005, vai se repetir – vide Fernandão e Ricardo Oliveira, ótimos, mas que chegaram tarde demais. Nada de ousadia. Sim, Juvenal, no futebol, é preciso!

A comissão técnica, comandada por Ricardo Gomes, que hoje foi demitido, não conseguiu emplacar um time titular. Tentou implantar um “sistema diferente” em 2009, sem sucesso. No início, parecia que a equipe jogaria mais com a bola no chão, mas, em momentos fatídicos, sempre voltava ao esquema dos chuveirinhos, ao jeitão Muricy Ramalho. A diferença é que o atual técnico do Fluminense sabe fazer funcionar o estilo, pois treina exaustivamente esse tipo de jogada. RG também cantou aos quatro ventos que jogaria no 4-4 -2, mas nunca fixou essa alternativa, invariavelmente, retomando o 3-5-2. A covardia mostrada em Porto Alegre foi de lascar para um time com a tradição do São Paulo e, ontem, apesar da vitória, o time continuou “correndo errado”, torto e fez dois gols somente em falhas grotescas da defesa adversária. De resto, criou o quê? Talvez, tenha se instalado estado de espírito semelhante ao que afundou a seleção pré- olímpica, em 2004.

Sobre a indolência, vagabundice até, fica por conta de alguns jogadores. Dagoberto é um exemplo bem acabado disso. Pensa que é craque e não tem inteligência para dar um passe de 5 metros. Dificilmente sabe o que fazer no momento de definir as jogadas e, crendo ter um enorme talento, não procura aperfeiçoar-se. Como ele, há outros. Cicinho, que foi um fiasco, Cléber Santana, idem, e mais. Enfim, jogadores que se encheram de ganhar dinheiro e estão acomodados e preguiçosos.

Resultado? Além da eliminação em si, quinta seguida em Libertadores, viramos saco de pancadas de rivais compatriotas, pois todas as derrotas foram para times brasileiros, Inter, Grêmio, Fluminense, Cruzeiro e Inter de novo. De algozes, até 2005, passamos a fregueses. E, em concordância plena com a Thalita – sobre a atitude do Rogério também concordo – com a história de Copa do Mundo e Morumbi, podemos esperar muito desgosto em campo.

PS: onde está a tão propalada base do Tricolor, com a parafernália do CT de Cotia? Até agora, parece um elefante branco, pois mesmo que de lá tenha saído o time campeão da última Copa São Paulo – que não tem a relevância de outros tempos, é bom seja dito – não conseguiu produzir um nome de destaque desde a revelação de Breno.

Equilíbrio no primeiro debate

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POR LUISINHO BASSOLI*

O primeiro encontro entre os presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, transmitido ontem pela Band, foi marcado pelo equilíbrio. Dilma Rousseff demonstrou certo nervosismo, compreensível por ser seu primeiro debate e por estar no foco das atenções, ainda sob o impacto da pesquisa CNT/Sensus, divulgada horas antes, na qual aparece dez pontos à frente de Serra. Saiu-se bem, respondeu às perguntas, evitou usar o palavreado excessivamente técnico que a caracteriza – e que era a principal preocupação dos seus assessores –, sem deixar de apresentar dados e estatísticas. Buscou colar sua imagem à de Lula ao resumir que seu projeto é dar sequência ao atual governo.

"Modesto", Plínio de Arruda Sampaio afirmou se tratar de um dos grandes nomes da política brasileira. É, pessoalmente, uma reserva moral, detentor de sabedoria ímpar. Seu ponto fraco é seu partido, o pequeno PSol, cuja postura isolacionista inviabiliza qualquer prática de governo. Plínio prega o sonho, o ideal socialista, é impossível discordar de sua teoria. Porém, a responsabilidade nos obriga a lutar pelo possível, ainda mais quando vemos que as mudanças estão em curso. Cabe lembrar que Plínio tem a mesma origem de Dilma, foi candidato ao governo de São Paulo e deputado federal pelo PT até se juntar a outros dissidentes para fundar o PSol.

José Serra aparentou ser a pessoa certa na hora errada. O grupo político que lhe dá sustentação é por demais conservador, reacionário, e impõe uma agenda atrasada tanto em relação à economia quanto às políticas sociais. O tucano abordou temas de gestão pública, mas falta-lhe, contudo, uma marca definitiva, um projeto que o identifique. Serra não conseguiu sair da encruzilhada em que se meteu: poupou o presidente Lula sem assumir que seu governo é bom – se escolhesse por se opor ao presidente, iria desagradar à esmagadora maioria dos eleitores que o aprova; se optasse por elogiá-lo, acabaria credenciando sua rival Dilma. Na mesma esteira, tentou manter equidistância do ex-presidente FHC, nem defendeu nem criticou seu governo, e essa dubiedade não passou despercebida, refletiu a notória indecisão tucana.

Marina Silva foi previsível, não decepcionou, é certo, só que não conseguiu empolgar os espectadores. Confirmou que tem boa vontade, explorou bem o assunto meio ambiente, lema principal de sua campanha, e abordou com lucidez os espinhosos temas econômicos e administrativos. Seu bom desempenho, todavia, não foi suficiente para consolidá-la como a melhor candidata, na medida em que não tem uma base política forte o bastante para garantir que consiga governar. Assim como Plínio de Arruda Sampaio, Marina Silva construiu sua carreira no PT. Agora, sozinha em seu PV – partido que fará uma bancada ínfima de deputados e nenhum senador –, a ecologista não passou a sensação de segurança necessária para ocupar o mais alto cargo da nação. Teve o mérito de incluir a questão ambiental na pauta, como nunca havia sido feito.

Entre alguns momentos de tensão, prevaleceu a cordialidade. Um exercício de democracia, todos tiveram a oportunidade de expor suas candidaturas. Nada que pudesse alterar o quadro que vem se desenhando, nenhuma novidade sobre o que já está sendo discutido publicamente há tempos, em entrevistas, encontros, plenárias, comícios. A eleição segue com seu caráter plebiscitário, isto é, quem aprova o governo Lula e quer sua continuação, votará em Dilma.

*Luís José Bassoli é advogado, faz pós-graduação em Globalização e Cultura, dá aulas de Geopolítica no Colégio Objetivo e é presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB em Taquaritinga (SP); na política, foi presidente do Diretório do PT naquele simpático município; no futebol, é sãopaulino roxo e cateano (sofredor pelo Clube Atlético Taquaritinga). Bebe muito uísque, "of course".

Uma tal defesa da "cultura paulista"...

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(Preparem o estômago, que o prato é indigesto)

Cidades grandes e ricas atraem mão-de-obra de todos os níveis. Isso acontece em Londres, Tóquio, Nova Iorque, Dubai, Mumbai, Joanesburgo e, claro, São Paulo. A mão-de-obra precisa da cidade e a cidade precisa desses trabalhadores. Esse é um movimento tão óbvio e tão auto-explicativo que às vezes parece que não precisa mais explicar. Quem passou pela escola e aprendeu alguma coisa sabe que é assim. Quem vive uma vida de trabalho duro também sabe.

Mas parece que isso não é tão fácil de entender, pelo menos de acordo com um grupo de jovens paulistas - são cerca de 600 no Estado, 100 na capital. Para eles, migrante, aqui, não deveria ter vez. O manifesto "São Paulo para os paulistas" (eu já falei sobre preparar o estômago? É sério) aborda a migração de pessoas de outras partes do país para cá, defendendo a ideia de que a 'cultura' paulista estaria se perdendo num mar de, digamos assim, nordestinidade. Aqui, entrevista que o Terra Magazine fez com um dos integrantes do movimento.

O manifesto se esquece que, para que uma economia cresça, é preciso de gente para trabalhar e para consumir, e desce a lenha nos migrantes. Apesar da tentativa que o movimento faz em convencer (aos leitores? a eles próprios?) que eles se dirigem a todos os migrantes, o foco nos nordestinos é claro. Para esses jovens, os migrantes, se quiserem vir, devem entrar mudos e sair (sair, principalmente sair!) calados, como demonstra este trecho: "Fique esclarecido que os migrantes são os visitantes. E os paulistas são os “donos-da-casa”. E não o inverso, como pensam e agem. Assim ambos devem portar-se como tal".

Os autores deixam de fora tanto conceito básico que dá até preguiça. Um deles é o fato de que São Paulo não existe enquanto povo único. Somos uma mistura de várias regiões do país e de várias nacionalidades. Eu, que se quisesse passaria com louvor em algum tipo de "matrícula" no movimento, branca que sou, tenho família que está aqui há 3 gerações, pelo lado da minha mãe, e apenas uma geração, pelo lado do meu pai. Essas famílias trouxeram sua cultura, seu modo de ser, sua comida e tudo o mais para cá no século XX mesmo, nem faz tanto tempo. Durante todo esse século, o estado de São Paulo foi sendo moldado por pessoas que vieram de fora. Em 1872, a cidade de São Paulo contava com apenas 30 mil habitantes. Tudo isso para dizer: não existe uma "cultura paulista" eugênica como querem os "manifestantes".

Mas suponhamos que São Paulo fosse mesmo uma entidade una, que tivéssemos todos uma cultura muito específica e homogênea. E daí? Fazemos parte de um país que tem entre seus princípios fundamentais a liberdade de ir e vir. E esse princípio não está aí de graça, ele tem fundamentos que o justificam. Não é essa, porém, a visão do movimento. Eles reivindicam que "torne-se crime no Estado de São Paulo, a invasão e loteamento de terrenos ou prédios - públicos ou privados". A justificativa? "São Paulo não foi buscá-los em sua origem. Portanto, não tem obrigação de sofrer suas práticas".

E, apesar de os autores afirmarem que estão apenas (!) preocupados com a dita "cultura paulista", não falta reclamação sobre o fato de que São Paulo contribui com mais impostos para o Brasil, sem que haja retorno desse dinheiro, como neste trecho: "Com os valores tomados de S Paulo pelo Brasil, daria para construir 9 rodoaneis por ano. S Paulo paga menos a seus policiais e professores do que os estados que tomam os recursos de SP". Mais uma vez, do começo. Imposto é (deveria ser) uma forma de distribuição de renda. Quem ganha mais paga mais, para que quem ganha menos tenha acesso a serviços básicos. Simples assim. Que existam distorções, não duvido. No Brasil, pobres pagam proporcionalmente mais que ricos, como explica o mestre em Finanças Públicas Amir Khair, em matéria da Revista Fórum: "Quem ganha menos de 2 salários mínimos paga 49% de seus rendimentos em tributos, enquanto o percentual não passa de 26% para quem ganha mais de 20 salários mínimos". Isso sim é distorção. O estado com mais atividade econômica do Brasil contribuir mais é apenas o óbvio.

O documento contém mais e mais barbaridades, mas que seria inútil considerar aqui. Discutir contra o preconceito é algo sério...

São Paulo vence com justiça, mas classificação não vem

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Não foi traumático como em 2008, mas também não foi fácil. O São Paulo venceu o Internacional por 2 a 1 ontem, no Morumbi, mas não levou a vaga na final - e, por tabela, no Mundial - por conta do gol sofrido em casa. Isso, claro, quem diz é a matemática. Quem assistiu aos jogos sabe que o São Paulo perdeu a classificação no jogo covarde que fez no Beira-Rio. A postura extremamente defensiva não deu apenas a vitória ao Inter, afinal, o time poderia ter perdido se tivesse se lançado ao ataque também; deu a moral que os qualquer adversário precisa pra se achar favorito.

Mas o que dá mais raiva não é a desclassificação em si. Eu não tinha muitas esperanças nesse time. Depois do jogo no Sul, então, as chances pareciam nulas. O futebol que o São Paulo mostrou depois da Copa foi tão desalentador que eu achava mesmo que merecia perder, afinal, o time parecia ruim!

Só que o time não é ruim. O problema do São Paulo é de outra ordem, que só me resta especular. Mas a equipe tem qualidade para jogar muito melhor do que vem fazendo. O jogo de ontem foi só uma amostra. A começar pela escalação, ofensiva e corajosa. Dois zagueiros apenas, dois volantes - sendo que um deles é o Hernanes - e três homens de frente, com o Fernandão voltando pra buscar jogo. Dessa forma, o time reteu a posse de bola sem muito sofrimento, de uma maneira completamente diferente da que eu vi na semana passada. Dessa vez, não sofremos ataque de pequenice. O problema é que o Internacional - óbvio - não fez o mesmo papelão que o São Paulo protagonizou por lá, e a coragem da noite passada não foi o suficiente para reverter a covardia do jogo de ida.

A nota irritante do jogo foi o papelão que o Rogério Ceni fez nos dois últimos minutos de jogo. Numa cobrança de escanteio - que poderia sera última - o goleiro foi para área tentar alguma coisa. Até aí normal. O vergonhoso foi a acintosa tentativa de impedir o goleiro Renan de se mover. O juiz o advertiu antes da bola sair, e o capitão continuou atrapalhando o adversário. Essa brincadeira tomou os últimos minutos de ataque do São Paulo. O escanteio foi cobrado, o árbitro marcou falta do RC no Renan e o jogo acabou. Não quero dizer que ia sair gol no lance, mas o time podia ter saído sem o papelão.



Eu não sei se engrosso o coro Fora RG. Não sei se o problema do time é realmente o técnico. Acho que o buraco é mais embaixo e trocar o Ricardo Gomes por qualquer outro não mudaria muita coisa. A diretoria do São Paulo está muito mais preocupada com o Morumbi na Copa do que com o time. Nós, são-paulinos, já vimos esse filme antes, e ele trouxe 10 anos de amargura. Por esse ângulo, chegar na semifinal da Libertadores não está tão mal.

quinta-feira, agosto 05, 2010

A manchete é a que convém

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Saiu a última pesquisa CNT/Sensus. Pelos manuais de jornalismo, a notícia é que Dilma abriu dez pontos de vantagem sobre Serra: 41,6% e contra 31,6% do tucano e 8,5% de Marina Silva (PV). Poderia ser destaque ainda o fato de que a eleição estaria perto de ser decidida no primeiro turno com esses números. Mas a Folha achou por bem tascar a manchete abaixo em sua seção Eleições 2010.



Santos, um campeão para a História

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E o Santos ontem conseguiu um feito até então inédito na sua mais que vitoriosa trajetória, ganhando o primeiro título da Copa do Brasil. Na soma das duas partidas finais da competição, o melhor time do país do primeiro semestre mostrou superioridade diante do rival baiano e só houve alguma emoção na segunda partida pela enorme quantidade de gols perdidos no duelo da Vila Belmiro. Mesmo na derrota de ontem, a equipe perdeu oportunidades, assim como o Vitória, e o goleiro Viáfara fez uma das mais impressionantes defesas do ano em finalização de Paulo Henrique Ganso.

Amados e odiados, os meninos da Vila serão lembrados. Não é daqueles times que são campeões e, depois de algum tempo, o torcedor tem dificuldades para lembrar dois ou três titulares. Uns vão dizer no futuro que já viam, naquela época, que "fulano era craque"; outros dirão que desde então sabiam que "beltrano era mascarado".

Não importa. Este o time que mais gols fez em uma edição da Copa do Brasil. São 39 tentos em 11 jogos, que emplacou goleadas humilhantes com o 10 a 0 no Naviraiense e um 8 a 1 no Guarani, que em duas partidas fez cinco gols no Galo do pouco saudoso "profexô" e seis no "copeiro" Grêmio.

É ainda a equipe campeã com menor média de idade, 22,8 anos, o que explica um pouco as oscilações, as dancinhas e as brincadeiras amplificadas pela mídia esportiva sem notícia, mas que também pode justificar a olúpia ofensiva que encantou muitos ao longo do ano. Quando foi preciso, havia um Robinho muito mais maduro do que a imprensa pintava e do que os adversários desejavam, além de um Ganso forjado nas batalhas do campo, consciente como um veterano.

Por tudo isso, esse Santos é um campeão histórico. E ao longo de seus mais de 98 anos o Peixe tem sido assim. Hoje, junto com o Palmeiras, é o clube que ganhou todos os títulos (de primeira divisão) de competições nacionais já disputadas pelas bandas de cá: Taça Brasil, Roberto Gomes Pedrosa, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil.

O único time de bairro do mundo que é campeão mundial, como brinca José Roberto Torero. Não nasceu em uma capital, mas em uma cidade que hoje nem tem 500 mil habitantes, o que já demonstrava a uma quase impossibilidade de se tornar grande. Mas o que são impossibilidades para quem contou com jogadores verdadeiramente mágicos ao longo do tempo? Que encantavam e amealhavam fãs mesmo quando não ganhavam títulos, como o primeiro ataque dos cem gols do futebol brasileiro nos anos 20 que embasbacavam os rivais nos anos 60 ou que faziam sonhar como algumas formações do século 21?

É hora de comemorar, santistas! Mais um capítulo da nossa história foi escrito, com gols, grandes lances e encantamento. Sempre foi assim.






Atualização (12:30) - Vejam no vídeo abaixo o assistente (Altemir Hausmann ou Érico Bandeira, alguém pode ajudar?) indo falar qualquer coisa pouco abonadora para jogadores do Santos que estão comemorando. Por sinal, é o mesmo que marcou um impedimento inexistente de Robinho em um lance de perigo do Santos. Fica a pergunta: um jogador, por desequilíbrio semelhante, pode tomar vermelho mesmo depois de a partida ter terminado, e esse cidadão? Aliás, pode-se confiar na imparcialidade de alguém que age assim? Com a palavra, os "donos" da arbitragem tupiniquim...

quarta-feira, agosto 04, 2010

Bar manguaça busca igualdade na Inglaterra

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Por Moriti Neto


É sabido que a resistência peculiar de cada manguaça permite aos vários organismos reações diferentes no ato de experimentos etílicos. Contudo, na Inglaterra, um bar busca o equilíbrio de forças, tentando proporcionar sensações semelhantes para bebuns com mais ou menos capacidade de absorção e retenção alcoólica (entenda-se por ou mais ou menos esponjas).

No Crooked House (Casa Torta) clientes que entornem quantidades consideravelmente diferentes podem sentir, pelo menos quanto a ficar “pensos”, por efeitos parecidos. Como sugere o nome, o bar possui arquitetura que desnorteia a todos, independentemente do “grau” dos ébrios.
  
Construído em 1785, o boteco fica na cidade de Staffordshire, na região central da Inglaterra. Alguns anos depois, a exploração de minério fez com que o terreno afundasse, pendendo a construção para o lado, mais ou menos como na Torre de Pisa. Uma ponta do casarão é mais alta que a outra em 1,2 metro. Já tentaram consertar, mas os manguaças locais não gostaram e, carinhosamente, apelidaram de o “pub mais bêbado do Reino Unido”. Por lá, os copos vivem caindo pelas mesas e os bebuns no chão. Quando não há “deslizes”, os pinguços chamam os garçons para avisar sobre “fenômenos estranhos que ocorrem no interior do lugar”.

De acordo com o proprietário, Sonny Mann, o bar é seguro e não corre risco de cair. Segundo ele, há algumas rachaduras nas paredes, mas técnicos analisaram e concluíram que não existe perigo. Ainda assim, os fregueses mais experientes aconselham a não tentar fazer manobras ousadas para testar a sobriedade por lá. E, mesmo que o façam do lado de fora, é prudente não olhar para a fachada, pois os reflexos orgânicos podem não ser dos melhores.

Enfim, seria uma tentativa para buscar a igualdade de sensações entre os pinguços? Caberia a iniciativa como proposta do Manguaça Cidadão?    

Animais empalhados e teor alcoólico polemizam cerveja escocesa

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Por Moriti Neto



Esta vem da Europa e deve mexer com os manguaças, principalmente os mais engajados em causas ambientais ou os chegados em experiências etílicas exóticas e, literalmente, de alto grau. Na Escócia, uma cerveja servida em garrafas feitas com animais empalhados gerou tremenda celeuma nos últimos dias. Isso mesmo: os receptáculos que engarrafam a gelada são corpos de bichos, entre eles, são usados sete mustelídeos, quatro esquilos e uma lebre.

Outra curiosidade é que a "The End of History" (o Francis Fukuyama tá nessa?) nome da dita cuja, produzida na cidade de Fraserburgh pela cervejaria BrewDog, possui teor alcoólico de 55% - uma cerveja comum tem de 4% a 7% . A bebida chega ser mais forte do que um uísque e custa cerca de 500 libras (R$1.350) por unidade.

Para enfrentar as críticas sobre o uso dos animais como "embalagens", os proprietários da cervejaria alegam que todos morreram de "causas naturais" e “não foram caçados”. No entanto, duas entidades escocesas já se manifestaram contra a BrewDog: uma de proteção de animais e outra contra o alcoolismo.

Em entrevistas recentes, um dos fundadores da BrewDog, James Watt, diz que o objetivo é criar uma bebida alternativa às cervejas tradicionais de grandes corporações, o que elevaria o status da cerveja na cultura do país.

Independentemente da causa mortis dos animaizinhos: alguém encara?       

Chivas na final

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Ziquei a Universidad do Chile. Foi só eu falar que a La U saía na frente, que não seria dessa vez que um time brasileiro seria beneficiado com a classificação prévia para o Mundial de Clubes que o Chivas Guadalajara resolveu jogar muita bola, desbancou os chilenos em plena Santiago e assim deixou Inter ou São Paulo matematicamente classificados para o torneio intercontinental.

O Chivas fez 2x0 na Universidad, em um jogo interessante e bem movimentado. O primeiro tempo registrou de tudo - um frangaço do goleiro Miguel Pinto (que, a despeito do lance bizarro, teve uma boa atuação ontem), duas bolas na trave por parte da equipe chilena, uma atuação monumental de Montillo (que acabou com o Flamengo nas quartas, e em breve desfilará seu talento aqui, jogando pelo Cruzeiro), e uma pressão da Universidad que acabou não resultando em gols. Os times desceram para o vestiário com o 1x0 favorecendo os mexicanos.


Veio a segunda etapa. Quando o clima estava tenso, os nervos à flor da pele, toda aquela tensão no ar, eis que nada menos do que um simpático cachorro invade o campo. O "simpático" não é só figura de linguagem: o vira-lata preto e branco era bonzinho mesmo, a ponto de ser facilmente capturado e ainda receber alguns carinhos dos atletas que dele estavam próximos. O cachorro de ontem fez lembrar uma façanha que um animal de sua espécie fez 48 anos atrás, quando invadiu o campo no Brasil x Inglaterra da Copa de 1962 - disputada também no Chile. Coincidência?

Passada a euforia canina, o Chivas mostrou mais qualidade e neutralizou a pressão que a Universidad impôs na primeira etapa. E aos nove minutos ampliou o marcador, com Magallón. A partir daí, soube cadenciar bem o jogo, freou os ímpetos chilenos e garantiu sua vaga na decisão da Libertadores - de quebra, colocando um brasileiro no Mundial de Clubes.

É a segunda vez que um time do México chega na final da maior competição sul-americana. A primeira foi em 2001, quando o Cruz Azul decidiu (e perdeu) o título com o Boca Juniors.




Atualizando
Só agora me dei conta de uma coisa: o Chivas, que está próximo do título da Libertadores e que indiretamente já colocou um brasileiro no Mundial de Clubes, só está jogando a edição atual do torneio por causa da confusão da gripe H1N1 no ano passado. Lembram da história?

Relembrando, o que aconteceu foi o seguinte: quando o mundo estava assustado com a questão da gripe suína, e o México se mostrava como o principal local da doença, ficou uma dúvida no ar sobre como se daria a continuidade da Libertadores, já que Chivas e San Luis, ambos da terra de Ramón Valdez, disputariam as oitavas-de-final.

Algumas equipes de outros países se recusavam a jogar no México, por temerem o contágio. Então o que foi decidido foi o seguinte: Chivas e San Luis deixariam a Libertadores 2009 e se classificariam, automaticamente, para as oitavas-de-final da edição 2010.

Decisão estranha, muito contestada, e que agora mostra seus efeitos práticos.

terça-feira, agosto 03, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 57

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VIVA O CHOPP ESCURO
(Ronnie Von)

Ronnie Von

Eu não quero saber quem sou
Enquanto o mundo gira eu vou
Não me importa saber da dor
Por onde ando vejo amor

Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey

Viva o sol e o mar, eu digo
Viva o azul e o verde, eu penso
Viva o chopp escuro no calor!

Vamos todos viver a vida
Pois ela acaba na avenida
A verdade está no céu aberto
E a felicidade tão perto

Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey

Viva o sol e o mar, eu digo
Viva o azul e o verde, eu penso
Viva o chopp escuro no calor!

Eu não quero saber quem sou
Enquanto o mundo gira eu vou
Não me importa saber da dor
Por onde ando vejo amor

(Do LP "A máquina voadora", Polydor, 1970)

'Gravo bebendo cerveja, pra voz ficar rouca'

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Zeca Pagodinho acaba de finalizar "Vida da Minha Vida", seu próximo disco. E revela: "Eu gravo bebendo cerveja, pra voz ficar rouca. Se a voz sair muito certinha, ninguém vai acreditar que é o Zeca Pagodinho cantando". Uma das faixas do novo CD é "Orgulho do Vovô", única assinada por Pagodinho (em parceria com Arlindo Cruz), e dedicada ao seu neto, recém-nascido. "Meu compadre Arlindo foi ver o meu neto. Nós nos embriagamos mais uma vez, fizemos essa música e nem o menino ele viu. Esqueceu. Depois disso, me ligou: 'Zeca, precisamos marcar outra cerveja pra eu conhecer a criança'."

segunda-feira, agosto 02, 2010

No São Paulo, é hora de espantar a preguiça

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Por Moriti Neto


O Tricolor paulista deu um sopro de esperança à torcida após a vitória sobre o Ceará, por 2 x 1, sábado, no Morumbi. Não tanto pelo resultado, primeira vitória desde a Copa do Mundo, mas por jogar mais ofensivamente, ao contrário da contida e “humilde” atuação diante do Internacional, pela Copa Libertadores, na quarta-feira passada, mas porque o time jogou mais solto, com melhor saída de bola. Isso, a partir da formação de meio campo com Cléber Santana e Hernanes, o que contribuiu na melhoria do passe e, consequentemente, na transição da defesa ao ataque.



A etapa inicial não foi um primor – o que não é novidade, já que a equipe só fez dois grandes jogos no ano, contra o Cruzeiro, nas quartas de finais da Libertadores – mas mostrou o time trabalhando a bola, tomando as rédeas da partida. Gols, no entanto, só saíram na segunda etapa, apenas depois que Ricardo Gomes colocou os poupados Fernandão e Dagoberto em campo e desfez o esquema com três zagueiros (forçado por uma contusão de Xandão, é fato).  Coincidência ou não, vieram duas bolas na rede em dois minutos.
Fernandão, aos 21, de cabeça, e Ricardo Oliveira, em boa arrancada concluída com toque de classe para encobrir o goleiro, após lançamento de Dagoberto, abriram 2 x 0. E o São Paulo poderia ter ampliado, não fossem as chances perdidas e o recuo, no fim, logo que o Ceará, aos 39, com Eric Flores, diminuiu.

Esquema ideal?

Não haverá nenhuma revolução tática no Tricolor Paulista até o jogo decisivo desta quinta, de novo contra o Inter, que decidirá, além do destino do clube na Libertadores, também o futuro da comissão técnica e de muitos jogadores pelos lados do Morumbi. O que fica evidente é o já antes tão óbvio: o São Paulo só vence se mudar de atitude, de postura.

A estas alturas, depois de uma temporada ruim, com atuações de medianas para baixo, sofríveis no Paulista e até as oitavas de final da Copa Libertadores, com dois jogos de exceção nas quartas, não é possível falar de um sistema de jogo sólido no São Paulo. Não chegamos, em agosto, sequer a um time titular. O “esquema”, agora, é escalar os jogadores com mais recursos técnicos e que tenham personalidade para encarar responsabilidades. Desde que eles apresentem, claro, alguma liga. E, nesse sentido, parece que os acontecimentos deram uma mãozinha.

Fora a chegada de Ricardo Oliveira, que se titular ao lado de Dagoberto obrigará a escalação de Fernandão na meia, onde já jogou muito, o canhoto Richarlysson está fora por contusão. Isso acaba com a história de mudar o posicionamento de Alex Silva e Miranda. Mesmo com a fórmula de três zagueiros, Xandão joga na sobra e permite que os dois atuem pelos lados em que rendem melhor, direito e esquerdo, respectivamente. De resto, os problemas crônicos continuarão, como a falta de um especialista na lateral direita.

Faltam três dias. E o que não foi feito em oito meses, pela comissão técnica, sim, mas, principalmente por um monte de jogadores preguiçosos, poderá somente ser resolvido na individualidade e com a abolição da indolência.

Visão Corintiana: Timão empata em jogo amarrado

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O Corinthians empatou com o Palmeiras num jogo com alguns bons momentos, mas em que as duas equipes pecaram pela falta de ousadia. Como o lado palmeirense foi debatido com mais detalhes pelo companheiro Anselmo, foco no Timão.

Adilson Batista, em sua estreia, mudou um pouco e esquema de jogo do time. Utilizou o meio de campo em losango que usou no Cruzeiro. Lá, eram Fabrício mais recuado, Marquinhos Paraná mais pela direita, Ramires mais pela esquerda. Aqui, foram Ralph na proteção da zaga, Elias pela direita, Jucilei do outro lado. Bruno César ficou mais livre e centralizado para armar os ataques.

Funcionou no começo, e o time dominou as ações e acuou o Palmeiras. Isso culminou com a bela jogada do gol de Jorge Henrique. Começou com toque de calcanhar de Bruno César e terminou com gol de letra. Sim, estava impedido, isso não questiono. Mas que foi bonito, foi.

Aqui creio que terminam minhas concordâncias com o Anselmo em termos de arbitragem. Paulo César foi mal na partida, com vários erros dos dois lados. Mas acho que o pênalti de Jucilei pedido pelo nobre parmerista (como dizia meu avô) foi mais um desses agarra-agarra de área. Ou pelo menos acho que o juiz poderia interpretar assim, como de fato interpretou.

E se á pra falar de pênaltis não marcados, os alvinegros podem reclamar de dois, ambos do lateral Armero. O moço entrou em campo com vontade de jogar vôlei e botou a mão da bola em duas oportunidades. Uma num cruzamento, em que subiu tal qual o Ken de Street Fighter num legítimo “roiuguen” (era assim que a gente chamava). Na outra, cortou um passe de Elias.

Voltando para o que realmente interessa, depois do gol, o Corinthians cometeu mais uma vez seu pecado mais comum: recuou demais. Meu tio Benedito, o Ditão, com quem vi a partida, disse que é assim mesmo, que o adversário pressiona e que não tem jeito de não recuar. Como ele fala com a autoridade de jogador e técnico de times de bairro lá em Mauá, diminuo o tom de minhas críticas.

Mas nessa, Ralph vacilou numa linha de impedimento e saiu o gol do Palmeiras. Júlio César, diga-se, fez bela defesa na cabeçada.

Diga-se também que a jogada foi pela direita do ataque de verde, onde o treinador mosqueteiro escalou o zagueiro Leandro Castan, por conta da suspensão de Roberto Carlos. Ficamos sem saída de bola por ali e com marcação falha, já que Castan é muito lento para a função. Seria melhor ter colocado o garoto Dodô, especialista na função.

Outro erro de Adilson ocorrei nas trocas no segundo tempo. O Palmeiras havia encontrado um jeito de marcar Bruno César e o camisa 10 não conseguia se desvencilhar. Adilson, então, colocou Defederico no aquecimento. Achei que ia mexer em dois problemas, sacando Leandro Castan, deslocando Ralph ou Jucilei para a lateral e colocando o argentino para ajudar a criação. Mas o professor (chamado “Pardal” em sua passagem pr Minas) tirou Bruno César. O baixinho Matias ficou ainda mais espremido pelos volantes e pouco fez.

Ainda bem que Felipão decidiu colaborar com o empate e sacou Lincon, cabeça pensante do time palmeirense. O Corinthians ainda melhorou e pressionou no fim, muito por conta da boa atuação de Jucilei, que passou a jogar meio que como um ala pela esquerda. O problema aí é que a maioria das jogadas terminava em cruzamentos para a área – com Jorge Henrique, Defederico e Iarley no ataque. Souza só entrou aos 40 minutos, mas aí já tínhamos um empate meia boca.

Ficou claro que Roberto Carlos faz muita falta ao time. Dentinho também teria ajudado bastante. O ataque sente muita falta de um centroavante, alguém para incomodar permanentemente a zaga. Imaginem o time do Palmeiras sem Kleber para ver do que estou falando. Com Ronaldo eternamente quebrado, temos Souza – e isso é um problema. Mas acho que não tem jeito, tem que ser ele.

Não gostei muito da estreia de Adilson. Errou na escalação de Leandro Castan, mas muito por carência do elenco. Mas gostaria muito de uma explicação sobre a substituição de Bruno César. Claro que com o tempo ele vai colocar sua cara no time, coisa e tal, e ainda tenho esperança de que é possível sair um bom trabalho. Espero não perder muitos pontos até lá.

Sorte? Azar? Não, futebol.

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O Galo foi melhor na maior parte do tempo do jogo ontem contra o Cruzeiro. Com menos de 5 minutos Diego Souza já tinha tropeçado nas pernas sozinho na frente do gol.


Tardelli perde pelo menos três chances que não costuma errar.

Fábio fez a diferença com inúmeras defesas.

Wellington Paulista acerta um chute maravilhoso da intermediária, a bola vai no ângulo, bate na trave e entra.

Zagueiro do Cruzeiro é expulso faltando 1o

Reclamar de azar do Galo, não adianta nada. Faltou competência para fazer o gol e o Atlético ficará mais alguns meses com essa derrota para o maior rival nas estatísticas.

Pior ainda porque havia apenas uma torcida no estádio, a do próprio Galo sofrendo.

E para "ajudar", jogadores do Galo discutindo entre si no meio da partida. Tardelli, como capitão e depois de ter perdido três gols. Foi culpar a defesa depois do gol e tomou um cala-boca dos zagueiros. Prova de que os nervos estão à flor da pele.

domingo, agosto 01, 2010

Com gol impedido, Corinthians empata com Palmeiras

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Foi 1 a 1 o jogo entre Palmeiras e Corinthians neste domingo, 1º, no Pacaembu. A maioria de palmeirenses que ocupava as arquibancadas viu chances razoáveis de gol e contra-ataques aos montes. O tento corintiano foi marcado em posição de impedimento e um pênalti para o Palmeiras, cometido pelo recém-convocado Jucilei não foi assinalado. O empate alviverde aconteceu em um lance difícil, em que Kléber e Edinho estavam na mesma linha da zaga adversária e da bola em dois lances seguidos, o que deu trabalho para o auxiliar.

Os comentários corintianos sobre o jogo estão aqui.

Na lista de lances polêmicos, ainda teve uma cortada de Armero dentro da área defensiva, em cobrança de escanteio, quando o placar ainda estava inalterado. Apesar das broncas, os times poderiam ter feito mais pela vitória. Para ser direto: faltou pontaria (ou outro atacante que não o Ewerthon) e um pouco mais de poder criativo para vencer. Mas levar os três pontos foi uma possibilidade que não esteve tão distante assim.

O Palmeiras foi melhor por boa parte do jogo. Na maior parte, aparentemente. Mas no começo do jogo, quem dominava era o alvinegro. E estava bem melhor. Na estreia de Adilson Batista como técnico, a troca de passes ensaiada nos tempos de Mano Menezes funcionou bem.



Aos 21, Jorge Henrique recebeu de Bruno, em contra-ataque rápido puxado por Iarley, e fez o gol. Quando o atacante corintiano recebeu a bola, ele estava à frente da zaga, em posição ilegal. Um lance rápido e difícil em que o auxiliar estava dois passos atrás da jogada. Erro que acontece, mas prejudicou o time.

A equipe de Luiz Felipe Scolari melhorou pouco, porque precisava reagir. Conseguiu criar chances de algum perigo em cruzamentos e escanteios. Em um lance assim, aos 26 minutos, Jucilei segurou Ewerthon de forma acintosa. A arbitragem não viu, passou batido. Outro lance difícil e até raro de ser marcado.

Foi só aos 33 que veio o empate. Em dois lances difíceis mas em posição legal, Kléber cabeceou em cruzamento do zagueiro Danilo, em jogada de lateral-direito. O goleiro Julio Cesar defendeu e Edinho, que estava na mesma linha que o 30 alviverde, igualou o marcador.

A partir daí, o time de verde passou a dominar o jogo. O cenário manteve-se na volta do intervalo. Lincoln ia bem, mas se cansou. Aparentemente esse foi o motivo por que Felipão trocou o 99 por Tinga. O time piorou, deu mais espaços para o Corinthians. E passou a depender de arrancadas de Kléber, Vitor, Márcio Araújo...

As melhores chances pararam em Ewerthon, duas vezes mal posicionado (em impedimento) e uma em que nem tocou, nem chutou até ser desarmado.

Com o resultado, o Corinthians volta a ser segundo, deixando para o Fluminense a ponta. O Palmeiras subiu um postinho, ficando em 11º, lá embaixo.

A chegada de Valdívia deve demorar um pouco e ser mais útil no ataque do que no meio de campo. Talvez Felipão tenha de tirar um dos laterais para escalar Tinga, deslocando Márcio Araújo para a posição. Porque falta capacidade de criação e um meia só acaba sobrecarregado, mas Pierre e Edinho tem funções de marcação que dificilmente a zaga vai poder viver sem tanta proteção.

O time melhora. Mas podia e não venceu o Corinthians, o que poderia ser melhor.

sábado, julho 31, 2010

Humilhação de norte-coreanos foi noticiada por rádio de contrapropaganda dos EUA

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Toda a mídia brasileira e internacional deu certo destaque para a notícia de punição aos jogadores e ao técnico da seleção da Coreia do Norte de futebol. Passados 20 dias do fim da Copa do Mundo, quando o time ficou em último lugar, espalhou-se rapidamente a informação. A origem da notícia, porém, é uma emissora de rádio mantida pelo governo dos Estados Unidos para fazer contrapropaganda em regimes autoritários da Ásia. No conselho da agência que produz o conteúdo, está a própria secretária do Departamento de Estado da Casa Branda, Hillary Clinton.

Em tempo: ninguém aqui defende o regime da Coreia do Norte.

O caso

A notícia saiu na sexta-feira, 30, e se espalhou pelo planeta. No Brasil, Globoesporte, O Globo, UOL e todos os sites esportivos ou não deram alguma variação das seguintes manchetes:

Seleção norte-coreana é humilhada após Copa

Coreia do Norte pune técnico da seleção com trabalho forçado


O técnico Kim Jung-hun teria sido condenado a trabalhos forçados na construção civil, um destino "ainda pior" do que a humilhação pela qual os jogadores teriam passado. Os 23 jogadores teriam ido ao palácio do governo onde, segundo as matérias, passaram de quatro a seis horas de constrangimentos e repreensão pública. Além disso, seguem os textos, foram encorajados a criticar Jung-hun por ter traído a pátria.

Pelo mundo, os britânicos The Guardian e The Telegraph, os americanos Huffingtonpost e Newsweek e agências, como a AFP trouxeram a informação, devidamente traduzida para o idioma de Camões.

Diferentemente dos veículos brasileiros, as notícias produzidas em inglês citadas acima traziam uma informação crucial: a fonte.

"A Rádio Free Asia citou uma fonte que disse ter ouvido que Kim Jung-hun havia sido enviado para trabalhos forçados em uma construção e que havia temores por sua segurança", escreveu o The Guardian.

Toda a matéria era baseada nas informações da Radio Free Asia. No site da emissora, consta a matéria, de dois dias antes, 28 de julho. A sessão de humulhação por terem falhado na "batalha ideológica" é datada de 2 de julho, no retorno a Pyongyang, capital do país, os jogadores de origem japonesa Jung Tae Se e An Yong Hak teriam sido poupados. A fonte da rádio: um empresário chinês. Tudo certo, né?

Radio Free Asia
Criada em 1996, a Radio Free Asia é uma emissora mantida por uma fundação privada e sem fins lucrativos ligada ao governo dos Estados Unidos. O aporte de recursos e a devisão estratégica de criá-la ocorreu dois anos antes, na aprovação do Ato de Transmissão Internacional (tradução livre e da promoção para International Broadcasting Act).

Foto: Divulgação BBG
A emissora é administrada por uma diretoria chamada Broadcasting Board of Governors (BBG), a mesma que produz a Voz da América e outros programas de contrapropaganda internacionais (dados do Wikipedia, confirmados no site da emissora e da agência). No caso da RFA, o conteúdo é produzido para seis países em nove idiomas, incluindo o mandarim (na foto), para veicular notícias que, em função das restrições de liberdade de imprensa e de expressão, não seriam levadas aos meios de comunicação de massa. São países comunistas ou ex-comunistas, incluindo China, Vietnã, Coreia do Norte etc.

A Voz da América (Voice of America) e suas variantes foram iniciadas na Segunda Guerra Mundial, para mandar o recado do Tio Sam – de liberdade e antitotalitarismo – a lugares ocupados ou sob ameaças nazistas. Depois, foi usado em países comunistas durante a Guerra Fria, incluindo Cuba. Tudo dentro da estratégia de tentar influenciar o cenário interno, abalar o moral dos apoiadores de regimes autoritários.

Mas isso envolve, eventualmente, censurar informações e publicar notícias não tão verdadeiras. Por exemplo, a Voz da América pagou, segundo algumas das mesmas agências que divulgaram a informação sobre a Coreia do Norte, a jornalistas de Miami para produzir notícias contra Fidel Castro. Documentos oficiais divulgados pelo Miami Herald em 2006 davam conta da informação. A publicação fez o diretor de redação do veículo, Jesus Dias Jr. se demitisse do cargo.

Estratégias semelhantes são noticiadas em relação a países como o Irã e Afeganistão, contra os quais os Estados Unidos promovem investidas políticas ou militares.

Um indicador do grau de ingerência sobre as emissoras e o quanto elas são estratégicas é dado pela composição dos conselheiros da BBG, a agência que mantém o sistema de transmissão. Comandado pelo ex-embaixador da Polônia Victor H. Ashe, o conselho tem a própria secretária do Departamento de Estado dos EUA, Hillary Clinton.

Tornou-se uma agência independente em 1999, até quando era um órgão submetido à Agência de Informação dos Estados Unidos. Mesmo assim, oito membros do conselho são nomeados pelo presidente, enquanto o nono integrante é sempre o secretério de Estado.

Sem mocinhos
A contrapropaganda dos Estados Unidos busca enfraquecer regimes autoritários e que promovem censura. A Coreia do Norte é um deles. Muito antes de ser enquadrada no Eixo do Mal por George W. Bush, o regime comunista de Kim Jong Il é combatido. Entre as acusações, dependendo do período histórico, estão violações de direitos civis, direitos humanos e liberdades de expressão, de imprensa e de organização.

Tudo verdade.

Tanto que é verossímil que o líder político de uma nação assim seja capaz de promover uma humilhação aos jogadores e ao técnico. Mas nenhuma evidência e uma fonte citada off the record por uma emissora mantida pelo governo dos Estados Unidos – com objetivos estratégicos sabidamente voltados à desestabilização do governo – tornam-se fonte de reportagens e mais reportagens. A repetição vai ocultando a fonte, até que a fonte nem é mais citada, como ocorre na maioria das matérias publicadas no Brasil.

O fato de não haver como desmentir a informação não a torna confirmada. Quem pode fazê-lo é o próprio governo, que não mereceria qualquer credibilidade, ainda mais diante do temor de pressão internacional. Tampouco existem meios de se confirmar o dado. As fontes são frágeis e pouco confiáveis, mas todo mundo publicou.

Penúltima
Desde a Copa de 1966, uma história folclórica do universo do ludopédio era a suposta condenação a castigos e humilhações por parte dos jogadores norte-coreanos. Apenas em 2010, a SporTV transmitiu um documentário que entrevista integrantes da delegação (1966 - A Copa dos norte-coreanos, mas não achei link para o vídeo, só esta resenha). Todos os atletas relatam – e há fotos da época – grande orgulho nacional pelo desempenho, com direito a desfile em carro aberto.

Nada garante que a fórmula se repetiu. Mas é um indício de que informações historicamente correntes – e carregadas ideologicamente – nem sempre são confiáveis.

Hipótese
No ato que instalou a Radio Free Asia, consta previsão de investimentos na emissora. E, após 30 de setembro de 2010, dois meses depois da veiculação da notícia, a diretoria da rádio não pode fazer novos investimentos sem o aval do governo dos Estados Unidos. A informação consta no sistema da Universidade de Cornell. Com notícias como essas e repercussão da monta vista, o apelo por mais verba se fortalece.

sexta-feira, julho 30, 2010

Orgulho celeste

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Não tem desculpa a demora, apenas a viagem do autor. Mas vale como registro a volta da seleção uruguaia, a Celeste Olímpica a Montevidéu.


Numa terça-feira fria, cerca de 4 graus Celsius, a população saiu à rua.

Na TV não se comentava outra coisa, apenas o orgulho de um país tão pequeno, com cerca de 3 milhões de habitantes, ser o melhor das Américas na Copa do Mundo da África do Sul.

A volta teve direito a medalhas, desfile pelas ruas, recepção pelo presidente Mujica.

Imagine se fosse campeão.

O Palestra levou na testa!

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Corinthians e Palmeiras se enfrentam neste domingo. Como nenhum dos torcedores das equipes se manifesta, a contribuição de um são-paulino é mais do que bem aceita.

Vítor Nuzzi

Dizem os sites que os parmerenses desdenharam dos demais rivais e apontaram o Curíntia como seu grande rival. Enquanto o cartola-economista Luiz Gonzaga Belluzzo endossou o clássico-mor, Andrés Sanches, quem diria, pôs panos quentes, destacando que a dupla San-São também é grande.

Como tricolor, nada contra. Afinal, Corinthians (1910) e Palmeiras (1914) são os times grandes mais antigos da capital paulista. Então, nada mais justo que o Dérbi seja visto como o clássico mais tradicional. Sem rancores. Como co-irmão caçula (1935), cito até um dos mais famosos contos de Antônio de Alcântara Machado, escritor e membro da aristocracia paulista. Como ele morreu em 1935, não teve tempo de testemunhar os feitos do esquadrão tricolor.

CORINTHIANS (2) vs. PALESTRA (1)

Prrrrii!
- Aí, Heitor!
A bola foi parar na extrema esquerda. Melle desembestou com ela.
A arquibancada pôs-se em pé. Conteve a respiração. Suspirou:
- Aaaah!
Miquelina cravava as unhas no braço gordo da Iolanda. Em torno do trapézio verde a ânsia de vinte mi1 pessoas. De olhos ávidos. De nervos elétricos. De preto. De branco. De azul. De vermelho.
Delírio futebolístico no Parque Antártica.
Camisas verdes e calções negros corriam, pulavam, chocavam-se, embaralhavam-se, caíam, contorcionavam-se, esfalfavam-se, brigavam. Por causa da bola de couro amarelo que não parava, que não parava um minuto, um segundo. Não parava.
- Neco! Neco!
Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.
- Gooool! Gooool!
Miquelina ficou abobada com o olhar parado. Arquejando. Achando aquilo um desaforo, um absurdo.
Aleguá-guá-guá! Aleguá-guá-guá! Hurra! Hurra! Corinthians!
Palhetas subiram no ar. Com os gritos. Entusiasmos rugiam. Pulavam. Dançavam. E as mãos batendo nas bocas:
- Go-o-o-o-o-o-ol!
Miquelina fechou os olhos de ódio.
- Corinthians! Corinthians!
Tapou os ouvidos.
- Já me estou deixando ficar com raiva!
A exaltação decresceu como um trovão.
- O Rocco é que está garantindo o Palestra. Aí, Rocco! Quebra eles sem dó!
A Iolanda achou graça. Deu risada.
- Você está ficando maluca, Miquelina. Puxa! Que bruta paixão!
Era mesmo. Gostava do Rocco, pronto. Deu o fora no Biagio (o jovem e esperançoso esportista Biagio Panaiocchi, diligente auxiliar da firma desta praça G. Gasparoni & Filhos e denodado meia-direita do S. C. Corinthians Paulista, campeão do Centenário) só por causa dele.
- Juiz ladrão, indecente! Larga o apito. gatuno!
Na Sociedade Beneficente e Recreativa do Bexiga toda a gente sabia de sua história com o Biagio. Só porque ele era freqüentador dos bailes dominicais da Sociedade não pôs mais os pés lá. E passou a torcer para O Palestra. E começou a namorar o Rocco.
- O Palestra não dá pro pulo!
- Fecha essa latrina, seu burro!
Miquelina ergueu-se na ponta dos pés. Ergueu os braços. Ergueu a voz:
- Centra, Matias! Centra, Matias!
Matias centrou. A assistência silenciou. Imparato emendou. A assistência berrou.
- Palestra! Palestra! Aleguá-guá! Palestra Aleguá! Aleguá!
O italianinho sem dentes com um soco furou a palheta Ramenzoni de contentamento. Miquelina nem podia falar. E o menino de ligas saiu de seu lugar. todo ofegante, todo vermelho, todo triunfante, e foi dizer para os primos corinthianos na última fileira da arquibancada:
- Conheceram, seus canjas?
O campo ficou vazio.
- Ó... lh'a gasosa!
Moças comiam amendoim torrado sentadas nas capotas dos automóveis. A sombra avançava
no gramado maltratado. Mulatas de vestidos azuis ganham beliscões. E riam. Torcedores discutiam com gestos.
- Ó... lh'a gasosa!
Um aeroplano passeou sobre o campo.
Miquelina mandou pelo irmão um recado ao Rocco.
- Diga pra ele quebrar o Biagio que é o perigo do Corinthians.
Filipino mergulhou na multidão.
Palmas saudaram os jogadores de cabelos molhados.
Prrrrii!
- O Rocco disse pra você ficar sossegada.
Amilcar deu uma cabeçada. A bola foi bater em Tedesco que saiu correndo com ela. E a linha
toda avançou.
- Costura, macacada
Mas o juiz marcou um impedimento.
- Vendido! Bandido! Assassino!
Turumbamba na arquibancada. O refle do sargento subiu a escada.
- Não pode! Põe pra fora! Não pode!
Turumbamba na geral. A cavalaria movimentou-se.
Miquelina teve medo. O sargento prendeu o palestrino. Miquelina protestou baixinho:
- Nem torcer a gente pode mais! Nunca vi!
- Quantos minutos ainda?
- Oito.
Biagio alcançou a bola. Aí, Biagio! Foi levando, foi levando. Assim, Biagio! Driblou um. Isso!
Fugiu de outro. Isso! Avançava para a vitória. Salame nele, Biagio! Arremeteu. Chute agora!
Parou. Disparou. Parou. Aí! Reparou. Hesitou. Biagio Biagio! Calculou. Agora! Preparou-se.
Olha o Rocco! É agora. Aí! Olha o Rocco! Caiu.
- CA-VA-LO!
Prrrrii!
- Pênalti!
Miquelina pôs a mão no coração. Depois fechou os olhos. Depois perguntou:
- Quem é que vai bater, Iolanda?
- O Biagio mesmo.
- Desgraçado.
O medo fez silêncio.
Prrrrii!
Pan!
- Go-o-o-o-ol! Corinthians!
- Quantos minutos ainda?
Pri-pri-pri!
- Acabou, Nossa Senhora!
Acabou.
As árvores da geral derrubaram gente.
- Abr'a porteira! Rá! Fech'a porteira! Prá!
O entusiasmo invadiu o campo e levantou o Biagio nos braços.
- Solt'o rojão! Fiu! Rebent'a bomba! Pum! CORINTHIANS!
O ruído dos automóveis festejava a vitória. O campo foi-se esvaziando como um tanque.
Miquelina murchou dentro de sua tristeza.
- Que é - que é? É jacaré? Não é!
Miquelina nem sentia os empurrões.
- Que é - que é? É tubarão? Não é!
Miquelina não sentia nada.
- Então que é? CORINTHIANS!
Miquelina não vivia.
Na Avenida Água Branca os bondes formando cordão esperavam campainhando o zé-pereira.
- Aqui, Miquelina.
Os três espremeram-se no banco onde já havia três. E gente no estribo. E gente na coberta. E gente nas plataformas. E gente do lado da entrevia.
A alegria dos vitoriosos demandou a cidade. Berrando, assobiando e cantando. O mulato com a mão no guindaste é quem puxava a ladainha:
- O Palestra levou na testa!
E o pessoal entoava:
- Ora pro nobis!
Ao lado de Miquelina o gordo de lenço no pescoço desabafou:
- Tudo culpa daquela besta do Rocco!
Ouviu, não é Miquelina? Você ouviu?
- Não liga pra esses trouxas, Miquelina.
Como não liga?
- O Palestra levou na testa!
Cretinos.
- Ora pro nobis!
Só a tiro.
- Diga uma cousa, Iolanda. Você vai hoje na Sociedade?
- Vou com o meu irmão.
- Então passa por casa que eu também vou.
- Não!
- Que bruta admiração! Por que não?
- E o Biagio?
- Não é de sua conta.
Os pingentes mexiam com as moças de braço dado nas calçadas.

* Vitor Nuzzi gosta de futebol em qualquer época. Pôs os pés num estádio pela primeira vez aos 10 anos (tem 45) e não pretende tirá-los tão cedo, façam o que fizerem com a pobre bola. A sua seleção do São Paulo que viu jogar é Rogério; Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereyra e Serginho; Chicão, Cafu, Raí e Pedro Rocha; Careca e Serginho Chulapa.

O que resta é a fé. Muita fé!

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Que o Inter ia ganhar, me parecia certeza. Mas podia ter sido por 2 a 1 ou 3 a 2, que fosse. Fazer gols na casa do adversário é crucial na Libertadores. Porém, o São Paulo jogou 90 minutos acuado no Beira Rio, quarta-feira, e tem que dar graças a Deus (e ao Rogério Ceni) por ter levado só um golzinho - em mais uma das milhares de bobeiras da defesa nesta temporada. Quem observa só o placar considera perfeitamente possível reverter a situação no Morumbi, semana que vem. Mas quem viu o jogo sabe que o Inter de Celso Roth, embalado por cinco vitóras consecutivas no período pós-Copa do Mundo, é franco favorito. Jogando no contra-ataque, ainda por cima, deve ser até mais eficiente.

Não tenho muito o que falar sobre meu time. Culpar Ricardo Gomes é chover no molhado. Não existe um time titular, mas ele não me parece o principal responsável pelo futebol horroroso. Os jogadores do São Paulo estão mais apáticos nesta reta final da Libertadores do que já estavam acostumados a ser no Paulistão e nas primeiras rodadas do Brasileiro. O time não tem jogadas pelas laterais, o meio de campo é confuso, não marca e nem municia o ataque. Rodrigo Souto está mal, Cleber Santana é pouco efetivo. A defesa bate cabeça toda hora. Dagoberto e Marlos são anulados com muita facilidade. E Fernandão simplesmente parou de jogar. Talvez o Ricardo Oliveira (foto: Rubens Chiri/SPFC) movimente alguma coisa, o futebol tem dessas surpresas. Mas o raio não costuma cair duas vezes - e já temos que agradecer muito pelos "milagres" de Fernandão contra o Cruzeiro. Pois é, tá difícil. Dizem que o São Paulo é o "clube da fé". Talvez seja. Vou ver se tomo alguma fé lá no bar da esquina...

quinta-feira, julho 29, 2010

Tá bom, mas nem tanto

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Aos 38 minutos do segundo tempo, Marquinhos cobrou com perfeição uma falta na meta defendida por Lee, do Vitória. O gol, mais do que deixar o Santos em belíssima vantagem na decisão da Copa do Brasil contra o rubro-negro baiano, mudou totalmente o astral que imperaria na Vila caso o duelo terminasse com vitória santista por 1x0.

Por dois motivos. O primeiro é que se trata de um confronto em ida e volta. E aí é aquela história que todos já sabemos - quanto melhor o desempenho no jogo inicial, maior a possibilidade de faturar a disputa. Então a torcida santista exigia mais e mais gols do time, e mesmo o 2x0 acabou não sendo um resultado digno de tanta festa.

E o segundo é que 10 minutos antes de Marquinhos fazer o gol, Neymar perdera um pênalti de maneira risível, bisonha. O garoto quis fazer uma cobrança com cavadinha, a la Zidane ou Loco Abreu, e acabou sendo parado por um Lee que permaneceu imóvel no gol e, fosse o jogo de ontem uma pelada entre amigos, certamente faria uma dancinha ou outro escárnio qualquer para sacanear o atacante.

Se Neymar tivesse perdido o pênalti de uma maneira regular, certamente poderíamos dizer que seria umas injustiça crucificá-lo por isso. Pênaltis se perdem ou se convertem, acontece com todo mundo. E Neymar vinha fazendo uma ótima partida ontem, até o momento derradeiro. Mas Neymar perdeu porque - e não há como não falar isso - quis fazer graça. Quis esbanjar talento onde não era a hora. Seu estilo tornou-se conhecido demais, e esperar que ele bata um pênalti de maneira diferente é algo bem lógico. Foi isso que Lee fez. Que Neymar arque com a consequência de sua escolha.



Cavadinhas à parte, o fato é que o Santos fez uma boa partida ontem. Sufocou o Vitória de maneira impressionante. Rafael, o arqueiro santista, foi nada mais do que um telespectador privilegiado. O time de Ricardo Silva não foi à frente e, não fosse a atuação de Lee e dos zagueiros rubro-negros, a vitória santista teria sido muito mais larga.

Sou tradicionalmente cauteloso e jamais diria que o Santos "está com a mão na taça", "já é campeão" ou coisa que o valha. Mas não dá para negar que o favoritismo santista, que já existia antes da bola rolar, se amplificou e muito com os 2x0. Parece inimaginável ver esse time do Vitória fazendo mais de dois gols no Santos. Mas que as euforias passem perto da Vila, e que essa semana seja de treinamento duro e que, lá em Salvador, o time jogue com o dobro da determinação que mostrou ontem.

quarta-feira, julho 28, 2010

La U sai na frente

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Ao que tudo indica, não será dessa vez que um clube brasileiro se classificará de maneira antecipada para o Mundial de Clubes, ainda que não conquiste a Libertadores da América. Ontem, Universidad do Chile e Chivas Guadalajara empataram por 1x1, no México, o que faz com que a equipe de Santiago precise apenas de uma vitória simples - ou de um 0x0 em seus domínios para chegar à finalíssima do principal torneio do continente.

E olha que a situação poderia ser ainda melhor para os chilenos. O gol do Chivas - uma testada que lembrou o tento de Puyol na semifinal da Copa do Mundo, contra a Alemanha - nasceu em um escanteio que apenas o bandeirinha viu, ele e mais ninguém.



O jogo de volta é na semana que vem, na terça-feira, em Santiago.

Ah, e só pra esclarecer, se porventura alguém não saiba como funciona o regulamento da Libertadores: os times mexicanos, apesar de disputarem normalmente o torneio, não podem ir ao Mundial de Clubes como campeões da Liberta. Portanto, se chegarem na decisão, a vaga ao Mundial vai automaticamente ao outro finalista, aconteça o que acontecer nas partidas derradeiras. São Paulo e Internacional, que começam a decidir uma vaga na final da Libertadores hoje, poderiam (e ainda podem, a disputa não acabou) sair ganhando em caso de triunfo do Chivas.

Maquiagem para moças que gostam de álcool

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O vídeo acima é da humorista Carol Zoccoli e é deveras didático para as moçoilas que gostam de tomar umas a mais de vem em quando (ou quase sempre). Exemplo de educação etílica...

(Sugestão de Vinicius Souza)

'Não, graças a Deus eu não tava dormindo'

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Ê, cachaça: no distrito de Rubião Júnior, região de Botucatu (SP), uma carroça invadiu a Rodovia Alcides Soares e foi conduzida por mais de um quilômetro, sem rumo definido, uma ameaça aos motoristas. Sobre ela, um manguaça desmaiado (foto acima). Um homem acordou o carroceiro, mas ele mal conseguia se equilibrar sobre o veículo e voltou a dormir. Duas pessoas que perceberam o risco de acidente pararam a carroça, até a chegada da Guarda Civil Municipal. O condutor, Reginaldo Rosa, confessou ter bebido. Mas garantiu:

- Não. Graças a Deus, não tava dormindo. Eu sei a caminhada que eu faço - afirmou o bebum, digo, carroceiro.

E voltou a dormir.

terça-feira, julho 27, 2010

Veja especula sobre o Morumbi

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Na coluna Radar on Line de hoje, no site da Veja, Lauro Jarim questiona: "O que Lula quer com Juvenal?". "Hoje, no final do evento em que sancionou a lei que modificou o Estatuto do Torcedor, Lula chamou o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, num canto e fez uma convocação ao pé do ouvido: - Juvenal, passa lá no meu gabinete para conversarmos ainda hoje", garante o colunista. E emenda: "Lula e Juvenal estão neste momento reunidos. O assunto é, naturalmente, o Morumbi e o imbróglio da abertura da Copa. Lula, como se sabe, apóia o Morumbi para sediar o jogo de abertura, algo que a FIFA e Ricardo Teixeira dizem que está fora de cogitação". Para encerrar, Jardim deixa as seguintes questões no ar: "Mas o que será que Lula quer dizer a Juvenal? Que vai peitar a FIFA e Teixeira? Ou teria ele uma solução para a encrenca?". Querem a minha opinião? Lula com Juvenal Juvêncio só pode ser encontro pra tomar pinga, com certeza! E o que a cachaça não remedia, remediado está.

Valorização do real faz Valdívia render R$ 4 mi ao Palmeiras

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O Palmeiras anunciou a contratação do meia chileno Valdívia. A volta ocorre dois anos depois da saída do atleta rumo ao Al-Ain, El Mago está de volta. A aquisição dos tais direitos federativos do jogador é, segundo a informação corrente na imprensa, custou R$ 18 milhões, ou € 8 milhões de euros. Em 2008, a venda ocorreu R$ 22 milhões à época, equivalente a € 8 milhões.

Como se Valdívia fosse sacas de açúcar – ou, daqui uns anos, litros de etanol – ele teria rendido R$ 4 milhões aos cofres do Palmeiras na operação financeira. Em euros, a transação saiu elas por elas, mas a variação cambial no período, de apreciação do real, fez a operação ser vantajosa.

Pensar jogadores de futebol como mercadoria é desagradável, por mais mercantilizado que seja o esporte atualmente. Como commodity, é até incorreto economicamente falando. Não é necessário ter um presidente economista, como é Luiz Gonzaga Belluzzo, para isso ocorrer. Todos os clubes fazem operações assim todos os anos para fechar o balanço anual com menos prejuízo. É apenas uma envolve uma transação de direitos federativos de jogador de futebol, mas nesta até eu pude fazer as contas.

Se os dados forem confirmados, o fato é pra lá de curioso. E positivo para os cofres do clube.

Som na caixa, manguaça! - Volume 56

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LEVE DESESPERO
(Fê Lemos, Flávio Lemos, Dinho, Loro Jones)

Capital Inicial

Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
É importante, todos me dizem
Mas nada me acontece como eu queria

Estou perdido, sei que estou
Cego para assuntos banais
Problemas do cotidiano
Eu já não sei como resolver

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

Então é outra noite num bar
Um copo atrás do outro
Procuro trocados no meu bolso
Dá pra me arrumar um cigarro?

Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
Já estou vendo TV como companhia

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

Talvez se você entendesse
O que está acontecendo
Poderia me explicar
Eu não saio do meu canto
As paredes me impedem
Eu só queria me divertir

As paredes me impedem
Eu já estou vendo TV como companhia

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

(Do CD "Acústico MTV", Abril Music, 2000)

segunda-feira, julho 26, 2010

Mano Menezes convoca Ganso e Neymar

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Mano Menezes foi apresentado oficialmente como técnico da seleção brasileiro. E ganhou o agasalho oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ao lado de Ricardo Teixeira, o plano B agradeceu a confiança e já anunciou a convocação para o amistoso contra os Estados Unidos, programado para 10 de agosto, em Nova Jersey.

Quem esperava uma lista só de jogadores que atuam no Brasil foi surpreendido com a inclusão de atletas que atuam em times europeus. Thiago Silva, Daniel Alves e Ramires, reservas de Dunga, estão entre os relacionados, assim como Robinho, o único titular do xará-de-anão a ser mantido. A lista tem gente nova, de fato, mesmo entre os que jogam fora do Brasil, como Rafael, Carlos Eduardo e Ederson.

O mais incrível foi a inclusão de Jucilei, reserva no Corinthians até domingo (25), mas convocado para a seleção. Para quem está falando em "renovação lenta", o jogador representa uma mudança bem abrupta. Mas no geral, são 11 jogadores chamados pela primeira vez – menos da metade. Sete dos atletas têm idade olímpica. No geral, o climão é de muita gente nova – e muitas buscas no Google para saber de quem mesmo se está falando.

A lista:

Goleiros
Vitor (Grêmio)
Jefferson (Botafogo)
Renan (Avaí)

Lateral-direito
Rafael (Manchester United)
Daniel Alves (Barcelona)

Lateral-esquerdo
Marcelo (Real Madrid)
André Santos (Fenerbahçe)

Zagueiro
Réver (Atlético-MG)
Thiago Silva (Milan)
David Luiz (Benfica)
Ederson (Lyon)
Henrique (Racing Santander)

Meio-campo
Jucilei (Corinthians)
Lucas (Liverpool)
Hernanes (São Paulo)
Ganso (Santos)
Ramires (Benfica)
Carlos Eduardo (Hoffenheim)
Sandro (Internacional)

Atacante
Alexandre Pato (Milan)
André (Santos)
Robinho (Santos)
Neymar (Santos)
Diego Tardelli (Atlético-MG)

domingo, julho 25, 2010

Santos 1 X 0 São Paulo - aquecimento para afastar o pé-frio

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Se o São Paulo entrou com um time quase todo reserva, o Santos também iniciou o jogo bem modificado em relação aos jogos do primeiro semestre por diversos motivos: contusão, opção tática, preservação de jogadores. Não atuaram Léo, Pará, Arouca, Wesley, Robinho e André no clássico disputado na Vila.

O Alvinegro começou melhor, marcando mais no meio de campo e conseguindo vez ou outra uma saída rápida para o ataque, algo que vem acontecendo pouco nas partidas pós-Copa. Com Ganso na armação, revezando na função com Marquinhos, Rodriguinho como volante e o ala direito Danilo improvisado como meia defensivo, o time ganhou consistência no desarme, mas as trocas de passes perderam aquele ímpeto ofensivo que tanto agrada quem gosta de futebol.

Ainda assim, a maior posse de bola santista – 55% a 45% no tempo inicial - permitiu que a equipe pressionasse mais e chegasse com certo perigo. Contudo, a pontaria estava ruim mais uma vez. Foram 6 finalizações, somente uma a gol, em falta cobrada por Paulo Henrique Ganso. O Tricolor finalizou 3 vezes, sendo duas finalizações de longe que foram no rumo certo, exigindo o goleiro Rafael.

O segundo tempo começou com o São Paulo apertando, mas sem sair da postura defensiva que era a proposta de Ricardo Gomes. Marcando o Peixe no seu próprio campo, o Alvinegro tinha dificuldades para sair jogando. Ainda assim, foi por meio de uma jogada rápida que Maranhão foi derrubado no lado direito do ataque. E, aos 15, por conta dessa falta saiu o gol peixeiro. Como a maré do ataque não é boa, o tento acabou sendo contra. O autor foi Renato Silva, justamente ele que quase saiu do jogo na primeira etapa por conta de um choque em que machucou a cabeça.

O São Paulo foi em busca do empate, Washington, Hernanes e Marlos entraram e o empate quase aconteceu aos 32, quando o Tricolor acertou o travessão com Washington. Mesmo com alguma pressão, graças a faltas tolas feitas próximas à área - principalmente por Rodriguinho, o mais faltoso do Alvinegro -, o Santos teve oportunidades de matar a partida, mas preferiu a “emoção”. Mesmo jogando pior do que na derrota do Fluminense, a vitória é ótima para animar o torcedor. Além de ser o quarto triunfo sobre o Tricolor em quatro pelejas no ano, vitória em clássico sempre vale e afasta de leve as nuvens cinzentas que pairavam sobre a Vila Belmiro. O céu agora se abriu mais um pouco.



Do jogo, é possível tirar algumas lições. Marquinhos, mesmo sem estar na plenitude física, dá outra cadência ao meio de campo santista, ocupa bem os espaços sem a bola e pode ser útil contra o Vitória. Danilo também foi razoavelmente bem improvisado como volante e pode ocupar o lugar que é seu de ofício, o do esforçado Maranhão, que desce bem ao ataque mas finaliza mal quando tem oportunidade. Alex Sandro ainda não convence na esquerda, embora tenha potencial.

Mas essa não é a equipe que vai jogar contra o Vitória na quarta. As características e o estilo também vão ser diferentes. O time que atuou no clássico fez muitos desarmes, 34 contra 23 dos rivais, mas driblou pouco, 6 certos contra 11 tricolores. Com a volta de Arouca, Wesley e Robinho, certamente esse índice de jogadas individuais vai aumentar, ainda mais levando-se em conta que os baianos devem jogar fechados na Vila Belmiro. Mas é preciso dosar o toque com o drible, que era o que o Alvinegro vinha fazendo no primeiro semestre. E resguardar as laterais para evitar surpresas. Que o azar tenha ido embora.

Palmeiras segura empate contra Ceará, mas poderia ter ganho

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No Castelão, o Ceará empatou sem gols com o Palmeiras. Como os visitantes, de camisas verde limão siciliano, terminaram com dez e como as melhores chances de gol foram da representação do estado de Cid Gomes, o resultado pode ser considerado razoável para o Verdão. Mas um pouco mais de qualidade no meio de campo, nos contra-ataques e nas finalizações, e Luiz Felipe Scolari conseguiria sua primeira vitória no comando da equipe desde a volta.

A partida oscilou entre momentos extremamente chatos, em que ninguém conseguia superar a intermediária adversária sem errar passes, com outros de ataques e contragolpes francos, com defesas fragilidades.

Deola, substituto de Marcos, o Goleiro, salvou os visitantes em pelo menos dois lances. O Palmeiras perdeu três chances incríveis nas poucas vezes em que o time conseguiu ser eficiente em descidas rápidas. Na maior parte do jogo, Lincoln não resolvia na função de meia.

Patric, que contra o Botafogo foi muito bem, teve atuação discreta. Recuado, não ajudou decisivamente a criação de jogadas. Tampouco foi um terceiro atacante. Só não foi mais discreto do que Ewerthon, o atacante que precisa de incentivos para chutar em gol.

Kléber novamente mostrou-se esforçado – e com cotovelos comportados. Perdeu duas chances na cara do goleiro, com direito a uma na trave.

No primeiro tempo, Armero era a figura mais lúcida do time na saída de bola. Isso dá dimensão da falta de qualidade na armação. Já na retaguarda, o time mostrou-se o rei do desarme incompleto, o que faz o jogo ficar chato de doer. Léo, expulso com justiça por uma falta desnecessária, só mostrou um exemplo dessa deficiência.

O Ceará sentiu falta de Washington no ataque. O jogador não pôde jogar por conta daquelas cláusulas no contrato que barram atletas emprestados a outros times de enfrentar seus clubes de origem. Optou por três volantes, ou seja, por não agredir tanto. Mesmo assim, começou o jogo bem melhor.

Depois dos 30 do primeiro tempo, o Palmeiras equilibrou. Não por criar mais oportunidades, mas por organizar a marcação para impedir a facilidade do time cearense. No segundo tempo, os visitantes melhoraram, imprimiram alguns contra-ataques... mas nada de gol.



Sem converter as melhores chances do jogo em gols, o Ceará mantém-se na terceira posição. A décima posição do Palmeiras indica que o time ainda precisa de uns dois meias ofensivos, laterais e um zagueiro.

Bora seguir com calma o trabalho de Felipão. Quem sabe com reforços, o torcedor ainda fomenta esperanças de uma vaga na Libertadores? Sem isso, a disputa é pela Sul-americana. E olhe lá.