Destaques

sábado, setembro 25, 2010

Santos 4 X 1 Cruzeiro - goleada de gente grande

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Para o santista, a expectativa em relação à partida contra o forte Cruzeiro, há nove partidas sem derrota, era muito grande. Era a hora de mostrar se a equipe ia desperdiçar o resto do ano e entrar em uma crise ou se daria sinais de que todo o clima ruim que imperou na Vila Belmiro nas últimas duas semanas ia acabar.

O Santos veio para a partida modificado em relação ao esquema tático que vinha sendo utilizado e também aos titulares da primeira partida do interino Marcelo Martelotte no comando do time. O Peixe voltou a utilizar três atacantes, com Zé Eduardo pela esquerda, Marcel centralizado e Neymar atuando mais pela direita. Danilo passou a jogar na sua função original, lateral direito, enquanto Roberto Brum voltou à cabeça de área, revezando com Arouca na função.

Tomando mais a iniciativa, como era de se esperar, o Alvinegro pressionou o Cruzeiro até metade do primeiro tempo, quando o clube mineiro equilibrou as ações e passou a levar perigo para o gol de Rafael. Com Marquinhos apagado na armação e Neymar bem marcado ora por Caçapa, ora por Fabinho, o destaque peixeiro foi Roberto Brum. O volante, que chegava bem ao ataque e quase sempre sem marcação, deu três assistências na primeira etapa: uma desperdiçada por Marcel, que bateu em cima de Fábio; outra por Neymar e uma que Zé Eduardo finalizou sem força. O volante também conseguiu, na maior parte do tempo, anular o ótimo meia argentino Montillo, destaque azul no Brasileirão.

O mais efetivo cruzeirense era o inteligente Thiago Ribeiro. Jogando nas costas de Léo, ele quase repetiu o gol feito contra o Avaí, quando chutou uma bola na trave, que depois bateu nas costas do goleiro Renan e foi para o gol. Mas desta vez Rafael conseguiu tirar com o cotovelo e evitou o tento. O atacante Farias ainda mandou a bola para as redes depois de um lance que já estava paralisado por conta de um impedimento. Erroneamente marcado, diga-se, mas mais difícil de marcar do que, por exemplo, o gol corintiano contra o Santos no meio de semana.

Na segunda etapa, tudo indicava que o zero a zero não iria continuar. Com mais volume de jogo, aos 9 o Peixe abriu o placar. A jogada novamente se iniciou com Roberto Brum, Neymar acionou Zé Eduardo que finalizou para a defesa de Fábio. No rebote, Marcel marcou e fez seu sétimo gol na competição.
Aos 14, o Santos chegou com muito perigo de novo. Zé Eduardo fez bom lance na direita do ataque e Danilo chutou para nova defesa de Fábio. Cuca mudou o Cruzeiro, colocando o meia Roger e tirando Fabrício. Minutos depois, sacou Fabinho para colocar Elicarlos.

O Santos encaixava o jogo e ia bem, até Zé Eduardo, que vinha melhor no segundo tempo do que no primeiro, deu um tapa em seu marcador e tomou o segundo amarelo. Com um a menos, Martelotti colocou Alex Sandro no lugar de Marcel, reforçando a marcação no meio. Já o Cuca promoveu a entrada do atacante Robert no lugar do lateral esquerdo Diego Renan.

O que se configurava a partir dali era um Cruzeiro em cima do Santos, que iria se proteger como pudesse. Mas não foi o que aconteceu. Aos 24, Marquinhos cobrou muito bem uma falta do lado esquerdo, sofrida por Neymar, na cabeça de Edu Dracena. Saía ali o segundo do Peixe.

Mesmo pouco fazendo para evidenciar sua superioridade numérica e sem conseguir acuar o Alvinegro, o Cruzeiro diminuiu. Aos 35, Thiago Ribeiro aproveitou o rebote de uma excepcional defesa de Rafael e marcou o gol mineiro. Aos 40, o volante Adriano entrou no lugar de Marquinhos e o Peixe, que havia iniciado o jogo com três atacantes, por força das circunstâncias terminava com três volantes e Neymar solitário à frente.

E foi o polêmico menino que deu um passe de letra para Alex Sandro na intermediária. O outro jovem avançou, deu um drible da vaca em Elicarlos, e marcou por cobertura seu primeiro gol no Brasileirão. Um gol de placa, daqueles que valem o ingresso.

Mas faltava o de Neymar. O prodígio pegou a bola na direita, passou por dois e finalizou por baixo das pernas de Caçapa. Outro belo tento que consagrou a vitória peixeira e a bela atuação do garoto nos 45 minutos finais.



*****
No geral, a equipe mostrou a mesma vontade que vinha apresentando nas últimas pelejas. Falta de garra nunca foi o problema da equipe, aliás. Mas a entrada de Roberto Brum deu mais consistência e criatividade ao meio de campo, carente desde a saída de Wesley. Além disso, ter um especialista na lateral direita, Danilo, também reforçou a marcação no setor. E vencer, jogando quase 30 minutos com um a menos, uma equipe como o Cruzeiro, dá moral pra qualquer time.

Contudo, o mais importante foi ver que os jogadores deixaram de ter o semblante sombrio depois de fazer gols, como foi no clássico do meio da semana. Os atletas se abraçaram após cada tento e teve até coreografia no quarto gol de Neymar. O beijo de Dracena em Marquinhos e Neymar depois do segundo gol deixam para o torcedor a impressão de que não existe racha no elenco e que, passada a tempestade, a bonança pode finalmente voltar.

sexta-feira, setembro 24, 2010

Tipos de cerveja 53 - As Bière de Champagne/ Bière Brut

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As Bière de Champagne funcionam como ponte de ligação entre a cerveja e o champanhe, dando origem a um artigo de luxo. Sua produção iniciou-se na Bélgica, país de origem de muitos dos melhores estilos de cerveja. São sujeitas a longos processos de maturação e, algumas, chegam mesmo a ser envelhecidas em caves na região de Champagne, passando então pelo methode de champenoise, processo em que o fermento é removido da garrafa. Muito delicadas, com alto teor de álcool e de gás, as Bière de Champagne costumam ser vendidas em garrafas idênticas às de champanhe, com rolha, arame e, por vezes, dentro de caixas. Para experimentar: DeuS - Brut des Flandres, Malheur Bière Brut Reserve (foto) e Wieckse Brut.

E foi Muricy quem derrubou o "mestre"...

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Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo, treinadores que já foram considerados "os reis dos pontos corridos", se enfrentaram mais uma vez em campo ontem, mas em situações bem distintas. Muricy vem com uma boa campanha à frente do Fluminense no Brasileirão, na vice-liderança, seguindo de perto o Corinthians. Já Luxemburgo amargava a zona de rebaixamento com o Atlético-MG, rezando para que uma vitória abençoada estendesse o seu prazo de validade. Resultado: 5 a 1 para os cariocas, 15ª derrota dos mineiros em 24 jogos. E Luxemburgo sumariamente demitido nos vestiários.

Que o "mestre" tinha pouca chance de recuperar o combalido Galo e que seus dias estavam contados, não resta dúvida. Mas é curioso que Muricy, aquele que no São Paulo já chegou a empatar mais que Luxemburgo no Santos, tenha sido seu carrasco. Os dois técnicos já bateram boca em clássicos (foto ao lado) e se provocaram pela imprensa algumas vezes, por assuntos de seleção brasileira, de avaliação de jogadores, de Copa Libertadores e até mesmo sobre comentários de partidas. O jeito despojado de Muricy de falar e se vestir sempre constratou com os ternos bem cortados e o discurso empolado e auto-suficiente de Luxemburgo. E as comparações pioraram após a frustrada passagem de Muricy pelo Palmeiras, com a perda de um Brasileirão praticamente ganho em 2009 - clube pelo qual Luxemburgo levantou duas taças dessa competição.

Quando Muricy começou a se destacar no futebol nacional, à frente do Inter-RS (injusta e roubadamente) vice-campeão brasileiro em 2005, Luxemburgo vivia o ápice de sua carreira, como treinador do poderoso Real Madrid. De lá para cá, Muricy levantou três campeonatos nacionais, pelo São Paulo, e segue com chances de vencer mais um. Já Luxemburgo retornou ao Brasil para passagens apagadas pelo Santos (duas vezes) e Palmeiras, antes da horrorosa campanha atual do Atlético-MG. No primeiro turno, o Fluminense de Muricy já havia aplicado 3 a 1 no Galo, lá em Minas Gerais. Com o placar de ontem, Luxemburgo tomou este ano 8 gols do time comandado pelo técnico rival, e fez apenas 2. Seu futuro, mais do que nunca, é totalmente nebuloso. Muricy não tem nada com isso.

quinta-feira, setembro 23, 2010

Happiness is a stoned fly

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Tenho especial apreço por aqueles butecos que, de tão acolhedores, os clientes habituais não se importam muito com a higiene e, justamente por isso, acabam dando apelidos carinhosos ao local, como "Sujinho", "Porquinho" etc. Alguns ficam até conhecidos pelos animais insólitos que às vezes dão as caras no bar, como o "Minhoca's" (por causa de uma larvinha flagrada em uma cuia de feijão) e o "Moskão" (devido aos insetos sobrevoando os salgados, na estufa). É por isso que não gosto de comer em butecos. Como diz o meu pai, lugar de comer é em restaurante, bar é lugar pra beber. Pois outro dia eu estava lá na Urca, no Rio de Janeiro, e paramos para uma Skol gelada (carioca odeia Brahma) num buteco frequentado por universitários. E que, não sei se pela fumaça de "mato" queimado que eventualmente surge no bar, recebeu o simpático apelido de "Mosca feliz". Fiquei freguês!

quarta-feira, setembro 22, 2010

Bolão dos deputados. Isso sim é emoção!

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Nesse ano você certamente já apostou na Copa do Mundo, talvez esteja apostando no Campeonato Brasileiro e talvez seja adepto de uma fezinha nas loterias legítimas vez ou outra.


Mas o que o Futepoca propõe agora é uma competição ainda mais emocionante - e ao mesmo tempo cívica.

Quais serão os 10 candidatos a deputado federal mais votados em São Paulo?


Sem mais delongas, esse é o desafio. Faça sua lista com os dez candidatos que, ao seu ver, serão os mais escolhidos pelo eleitorado paulista.

A pontuação se dará da seguinte forma: um ponto pelo acerto do candidato no Top 10, três se ele estiver na posição indicada pelo apostador.

Portanto, para participar é preciso apresentar uma lista
em ordem dos 10 candidatos que você, leitor, acredita que dominarão o pleito.

As apostas devem ser enviadas para o email futepoca@futepoca.com.br até o dia 2 de outubro, véspera das eleições. No assunto deve estar escrito "BOLÃO - deputados federais". Só serão considerados os palpites enviados sob essas condições, ok?

O ganhador receberá um prêmio, ainda a ser definido pelo Futepoca.

Erro ou acerto?

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A surpreendente demissão do técnico Dorival Júnior do Santos, após o não menos surpreendente confronto com o craque Neymar, é o assunto na boca dos torcedores nesta quarta-feira, dia de clássico do alvinegro praiano contra o líder Corinthians, pelo Brasileirão.

Meu amigo Francisco Neto, um santista de quatro costados (já citado aqui), considerou a demissão um erro. E justificou:

- A demissão do técnico e a escalação do Neymar contra o Corinthians pode resolver um jogo, mas não o campeonato. Aliás, além de prejudicar o time na competição, compromete o projeto todo que se iniciou com Dorival, e que deveria sobreviver até a uma eventual saída do Neymar, como sobreviveu às saídas de André e Robinho.

Interessante a análise desse torcedor santista. De minha parte, acho que a diretoria deveria ter definido o prazo de suspensão de Neymar logo no dia seguinte ao jogo em que ele bateu boca com o técnico. Devia ter ficado explícito: vai ter 1 jogo de suspensão, ou 2, ou 15 dias - sem volta, sem perdão. Como não fizeram isso, ficou vago. E a torcida, naturalmente, pressionou pela volta do craque no clássico. Dorival se sentiu humilhado e peitou o clube, barrando Neymar sem falar com ninguém. Aí, a diretoria não tinha mesmo outra coisa para fazer.

Uma pena. Dorival Júnior merece aplausos pelo o que fez no Santos. E merecia o prêmio de disputar a Libertadores com o time.

terça-feira, setembro 21, 2010

Merchã tucano na novela da Globo

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No dia em que o metrô paulistano parou por 3 horas e gerou o caos na cidade - além de criar mais um movimento piadista no Twitter, a novela Ti-ti-ti da Globo foi cenário de uma menção elogiosa ao sistema.

Na cena em questão, a personagem Jaqueline pergunta a Julia Spina onde fica a vila em que ela morava antigamente. A resposta: "fica na travessa da... como é mesmo o nome? Ah, não sei, também as ruas estão todas mudando de nome com essas obras do metrô".

Achei bastante curioso. Primeiro, a menção sem contexto a obras do metrô. Ficou tão natural quanto aquelas cenas em que os atores são obrigados a mostrar o rótulo de produtos que compram espaço publicitário na novela. Depois, o fato de essa menção não ser como normalmente as pessoas vêem as obras antes de elas ficarem prontas - ou seja, transtornos. Em terceiro lugar, me espantou a mentira descarada, já que o Belenzinho fica próximo à estação Belém do Metrô, na linha Vermelha, que existe quase 29 anos. Não existem obras do metrô hoje no Belenzinho, nem há projeto disso.

E aí, será que o PSDB pelo menos pagou bem pelo merchã? Ou é só campanha mesmo?

O post vai ao ar sem a cena, que ainda não foi publicada no site da novela. Depois atualizo.

ps: a equipe de TI do Futepoca pode me corrigir, mas não dá pra incorporar o vídeo da novela aqui no post. Para ver a cena, entre aqui e procure a cena "Jacques se revolta com as artimanhas de Valentim" (Cláudia Raia contracenando com Nicete Bruno a partir do 1:44 no vídeo).

Soninha, cada dia mais "inha"

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Acho que falhas no metrô podem acontecer seja em época eleitoral ou não. O que se deve discutir é se as condições de funcionamento e segurança são adequadas.

Estranha que uma porta aberta possa ter gerado tal caos. E se fosse realmente um acidente, o que teria acontecido?

Essa resposta é mais importante que qualquer ganho eleitoral para qualquer um dos lados.

Mas não é que a tal Soninha Francine, chefe de campanha ou sei lá o que do candidato tucano José Serra tem coragem de publicar no twitter a seguinte frase:

"Metrô de Spaulo tem problemas na proporção direta da proximidade com a eleição. Coincidência? #SABOTAGEM #valetudo #medo [sic]", escreveu em seu microblog.

Nem posso dizer que tenha vergonha da figura, que agora aceita fazer qualquer papel para bebeficiar seu candidato. Apenas pena, porque está cada dia mais "inha".

Aliás, uma pergunta, ela é coordenadora da campanha tucana, mas continua na prefeitura, como admnistradora regional ou desincompatibilizou-se? Quem souber, por favor, responda.

Ah, a origem da informação do post no twitter é da Folha de S.Paulo, não preciso dizer mais nada.

Entre tragédias e superação, Série C chega à fase decisiva

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No domingo, terminou a primeira etapa da Série C. E começará agora a segunda, que é efetivamente a mais importante de todas. Sim, porque por mais que ainda existam outras duas posteriores, que apresentarão, em ordem, os dois finalistas e o campeão do torneio, a parte primordial acontece agora, com a definição dos quatro times que sobem para a Série B em 2001.

O regulamento agora aponta um mata-mata puro e simples, e assim até o final da competição. Os confrontos são os seguintes: Paysandu-PA x Salgueiro-PE, Águia de Marabá-PA x ABC-RN, Ituiutaba-MG x Chapecoense-SC e Criciúma-SC x Macaé-RJ.

Pelos números, é difícil apontar um favorito. Nenhum dos times classificados teve uma campanha impecável na primeira fase. Todos perderam ao menos um jogo, e alguns só avançaram nos critérios de desempate.

Talvez a torcida empurre Paysandu, ABC e Criciúma, os mais tradicionais entre os oito remanescentes. Mas sabemos que esse fator, isoladamente, não ganha jogo. Aguardemos.

Eliminados
Falando em torcida, uma das mais vibrantes do país terá que esperar 2011 para ver seu time em campo. É a do Fortaleza. O time conseguiu ser eliminado da Série C com uma campanha curiosa: em oito jogos, duas vitórias e seis empates. Ou seja, caiu invicto, e com a mesma pontuação do do Águia, que ainda sonha com o acesso.

O CRB de Alagoas é outro clube que ficou de fora apenas pelos critérios de desempate. Empatou em pontos com os pernambucanos do Salgueiro, mas ficou para trás.

Rebaixamento
Mas dura mesmo é a vida dos torcedores do Juventude. Em 2007, o time da Serra Gaúcha estava na elite do futebol nacional; quatro anos depois, em 2011, encarará as pedreiras da quarta divisão brasileira. Fim de uma temporada pífia para o campeão da Copa do Brasil de 1999, que teve também uma campanha ridícula no Gaúcho e encerra, talvez, o pior ano de sua história.

Quem também estava na Série A até pouco tempo e no ano que vem terá que jogar a quarta divisão é o Gama, de Brasília.

Os outros rebaixados são o Alecrim, do Rio Grande do Norte, e o São Raimundo do Pará - que tem como consolo o fato de ver no rebaixamento uma tentativa de buscar o bicampeonato da Série D.


Banheiro suspeito (2)

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Sem Copa e devendo explicações

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No comentário de um post aqui do Futepoca eu já tinha falado sobre a recuperação de um documento de 1952, na Prefeitura de São Paulo, que revela as condições para a doação do terreno onde está o estádio do Morumbi: o São Paulo Futebol Clube deveria utilizar no máximo três quartos do terreno para suas atividades esportivas, e no restante, como contrapartida, teria que construir um parque infantil (com entrada franca) e um estacionamento com 25 mil metros quadrados. Nada foi cumprido e, pior, o local foi ocupado por um clube social particular que sempre gerou dividendos.

Nada disso viria à tona, depois de 58 anos, se o São Paulo não tivesse metido o Morumbi na disputa (fracassada) por um ou mais jogos da Copa de 2014. Quando a diretoria começou a cobrar mais empenho das esferas públicas para sua (frustrada) reivindicação, alguém desencavou esse documento para provar que, para o seu bem, o clube deveria era ficar de bico calado - pois não cumpriu seu compromisso com a Prefeitura de São Paulo. Agora é tarde. Leio hoje, na coluna "De prima", do jornal Lance!:

Contrapartida - O Ministério Público de São Paulo deu até 15 de outubro para o São Paulo se explicar sobre exigências não cumpridas no terreno do Morumbi. Segundo a Associação dos Moradores da Vila Inah, ao receber o terreno, o clube se obrigou a construir, em parte da área, um parque infantil com acesso livre ao público e um estacionamento.

E agora, Juvenal? Primeiro, arrumou briga com Corinthians e Palmeiras, que não mandam mais seus jogos no Morumbi, uma sensível perda de receita. Depois, inventou a dispendiosa e irreversível reforma do estádio, crente que ia abrigar um jogo da Copa de 2014, mas deu com os burros n'água. Agora, vai ter que explicar o inexplicável. Vamos bem, presidente, muito bem...

segunda-feira, setembro 20, 2010

O Polvo Paul decide

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Arte do camarada Thiago Balbi, a partir de uma ideia nascida no fórum adequado.

Sem comentários.


domingo, setembro 19, 2010

Lucas garante o 2 a 0 sobre o Palmeiras no Choque-Rei

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O Palmeiras perdeu para o São Paulo por 2 a 0 no Pacaembu neste domingo, 19. Jogou pior do que o adversário no Choque-Rei e foi derrotado. Para deixar o torcedor mais preocupado, tomou outro gol depois de um balão do goleiro adversário. O mesmo havia ocorrido na semana retrasada, contra o Vitória.

O primeiro tempo foi péssimo, daqueles que explicam porque os dois times estão lá no meião da tabela. O desfecho no segundo tempo mostrou por que o lado verde não vai subir mais do que isso na classificação. A não ser que melhore muito.

O Palmeiras poderia ter deixado o domingo melhor se, depois de sofrer o revés, dos pés de Lucas (ex-Marcelinho) aos 10 do segundo tempo, tivesse colocado alguma bola para dentro. Mas Rogério Ceni evitou três chances mais ou menos boas. Mais chato do que não marcar é ter que reconhecer o trabalho do 1 do São Paulo...

Defesa desarticulada, meio inexistente. Ou quase. O Palmeiras não conseguiu criar de fato, mesmo com o recuo tricolor.

Ainda deu tempo para, com tranquilidade, o time de Sérgio Baresi fazer o segundo com Fernandão. Recuado e esperando o contra-ataque, ficou fácil com a falta de capacidade ofensiva dos adversários.

Lucas foi o nome do jogo, ou do segundo tempo, que foi quando se jogou algum futebol – aquele esporte em que 22 jogadores, metade de cada lado, disputando o esférico e tentando fazer a bola passar pela meta do adversário.

Sem Kléber, o Palmeiras não tem um nome para ser do jogo, porque Valdívia não resolveu nada até agora, desde sua volta.

Luiz Felipe Scolari pula, grita, xinga... Se eu reclamo daqui, imagino que do banco de reservas eu também reclamaria. O problema é que ele foi expulso novamente. E não resolveu o time.

Que os são-paulinos me contradigam (ou façam a troça).

Não vejo ninguém na minha frente (até domingo a noite, pelo menos)

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O Corinthians não deu sopa para a zebra, abafou e fez 3 a 0 no o Grêmio Prudente, neste sábado, no Pacaembu. Iarley abriu o placar, em belo passe de Elias, Jorge Henrique guardou o segundo, em belo passe de Bruno César, e Elias fez o terceiro, após uma troca de passes dentro da área prudentina que terminou com um toquinho de calcanhar de Paulinho.

Enfim, foi tão fácil quanto teoricamente é o jogo entre o vice-líder e o lanterna do campeonato. Como o Timão já havia perdido para dois lanternas provisórios antes (os dois goianos, por coincidência ou obra de forças maiores), cabe a comemoração.

Com o resultado, roubamos a liderança do Fluminense pelo menos até o Fla-Flu deste domingo. E mesmo com o clássico, o máximo que o Tricolor consegue é empatar nos mesmos 44 pontos, precisando ganhar pelo menos por 3 gols de diferença do Flamengo para volta à ponta – se fizer só dois, ficamos na frente pelos gols marcados. E tudo isso com um jogo a menos, a partida adiada contra o Vasco, que será em 13 de outubro, salvo engano.

Convém destacar que os bons resultados recentes foram conseguidos com 5 ou 6 desfalques – a dúvida é se você considera Ronaldo nessa categoria ou não. Mas Dentinho, Chicão, William e Ralph (machucads) e Jucilei certamente nela estão. E Bruno César jogou gripado.


O empate no grande jogo entre Cruzeiro e Botafogo, no Engenhão, também ajudou, mantendo os dois outros contendores mais próximos a uma distância segura. Os números e as boas atuações recentes ajudam a elevar o moral da tropa para as duas pedreiras dessa semana: Santos na Vila e Inter no Beira Rio.

No primeiro turno, no Pacaembu, o Corinthians meteu 4 a 2 no Peixe, com Ganso e Neymar em campo – mas ainda sem Robinho. Ou seja, claro que a Vila faz diferença, mas dá pra arrancar um resultado razoável. Contra o Inter, outra vitória, um 2 a 0 mais comum. Mas o Colorado melhorou de lá pra cá, com a chegada de Celso Roth. Jogos em que o empate sem dúvida é bom resultado.

PS.: O domingo passou e o Fla-Flu acabou em insanos 3 a 3, no que deve ter sido um abaito jogo. E deixou o Corinthians na liderança. Até quarta, pelo menos.

sexta-feira, setembro 17, 2010

Contra o São Paulo, o Inter é soberano

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O jogo de ontem, no Morumbi, terminou com a torcida gritando "olé" a plenos pulmões. A torcida do Internacional de Porto Alegre, que fique claro. Ela também berrou, sem dó e com toda propriedade, em plena casa do adversário: "Ôôôô, o freguês voltou, o freguês voltou, o freguês voltou...ôôô!". Muito justo. Os 3 a 1 sobre o São Paulo foram implacáveis - e o placar poderia ter sido ainda mais elástico. Como previ aqui, há coisa de uma semana, os verdadeiros testes pra mostrar o que é e o que pode esse time do Sérgio Baresi eram contra "o ótimo Botafogo, no Rio de Janeiro, e o excelente Internacional-RS", pois vencer os sofríveis Atléticos de Minas e de Goiás e o esforçado Flamengo não queria dizer nada.

Pois é, o São Paulo não passou em nenhum dos dois testes. E suas péssimas atuações levam a crer que o futuro na competição é nebuloso. Volto a repetir: não tem time para vencer nenhum dos dez primeiros na tabela - nem o próximo adversário, o Palmeiras, que também vive tempos difíceis mas que jogará embalado por uma importante vitória lá no Sul. Já o São Paulo entrará em campo com o peso da humilhante derrota para o Inter, dentro de casa, sobre os ombros. Hoje estreia no cinema um filme chamado "Soberano". Os jogadores que usaram a camisa do Tricolor ontem devem estar pensando que o protagonista é o Internacional...

No mais, mesmo considerando que o São Paulo está equidistante da zona da Libertadores e do rebaixamento (sete pontos para mais ou para menos), foi espantoso ouvir a hilariante declaração do - inócuo - Jorge Wagner ao final da partida de ontem:

- Precisamos mostrar resultados e, quem sabe, encostar no G-4 e depois brigar pelo título.

Sem comentários.

quinta-feira, setembro 16, 2010

Boa notícia para o presidente manguaça

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Se o presidente vier a São Paulo nas eleições, pelo menos uma boa notícia está assegurada. No Estado, não haverá "lei seca", que impede a venda de bebidas alcoólicas do dia da votação.

Como tudo que é muito bom, vamos tomar cuidado (ops, só cuidado), porque a notícia saiu no caderno Poder da Falha de S.Paulo. De lá, desconfio até da data impressa.

Segundo o jornal, a decisão foi tomada em acordo feito com a Secretaria de Segurança Pública do Estado e o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo. A venda de bebidas alcoólicas já havia sido liberada nas eleições de 2008 em São Paulo. A liberação aconteceu por uma decisão liminar feita a pedido da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

Se for verdade, vamos esperar por uma segunda boa notícia. Que os ébrios deste Estado levem Mercadante ao segundo turno. Para daí comemorar (quer dizer, beber) moderadamente (rs).


Tá bom, vai

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O Santos venceu ontem o Atlético-GO na Vila por 4x2. Foi uma virada sensacional: o adversário vencia por 2x1 os 30 do segundo tempo, e o Peixe mostrou garra e talento para virar o placar e sonhar, ainda que de forma tímida, com o título do Campeonato Brasileiro.

Acontece que, hoje, ninguém está falando sobre isso. O que todo mundo discute é a insubordinação que Neymar mostrou ao final da partida.

Eu preferia fazer um texto sobre a reação do time, sobre a boa atuação de Madson, sobre mais uma pífia jornada de Keirrison e Marquinhos, mas não tem jeito. Falemos de Neymar, então. Por isso o "Tá bom, vai" do título do post.

Neymar já estava nas manchetes desde o início da semana. No domingo, quando o Peixe foi derrotado pelo Ceará, Neymar se estranhou com atletas do time adversário e iniciou uma confusãozinha que culminou em pancadas nas costas de Marquinhos.

Iniciou-se aí um blablablá chato, com o pai de Neymar dizendo que o garoto precisava de mais auxílio psicológico, inúmeros jornalistas dizendo que o jogador estava chato e mimado demais, e poucos - eu incluído - apontando que ele estava sendo caçado pra caramba em campo, e que suas indiscutíveis demonstrações de chatice não legitimavam atos de violência contra ele. A tal da carretilha contra o Ceará foi o maior exemplo disso (a 3:30 aqui). Ele tenta o drible, é parado pelo zagueiro que usa o braço, e o juiz manda seguir. Soou, ao meu ver, algo como "quem mandou fazer graça? Agora aguenta".

Então chegamos no episódio de ontem. Que é completamente diferente do de domingo, e dos antecessores que envolvem o garoto. Ontem, Neymar se insubordinou com seu técnico. Falou palavrões, o ofendeu em público. Foi além da "discussão de quem quer ganhar o jogo", algo que comumente se fala quando dois profissionais do mesmo time discutem durante uma partida.

E aí não há muito o que fazer. A diretoria tem que punir Neymar - sei lá se com uma multa no salário, ou qualquer outra coisa. Tem que ter cautela para não punir o time. Afinal, com Robinho e Ganso fora do time, a ausência de Neymar teria como principal vítima o próprio Santos, e não o atleta.

Prevejo dezenas de dias chatos, repletos de comentários repetitivos sobre tudo o que acontece com Neymar. E não me preocuparei em rebatê-los. Minhas respostas também seriam repetitivas. No fim, cada um acaba acreditando no que quer acreditar.




Renê Simões
"Estamos criando um monstro", disse o técnico do Atlético-GO - time que levou quatro gols em quarenta minutos, está na zona do rebaixamento e, portanto, teria muito o que explicar à sua torcida - após o jogo de ontem.

Desde que comecei a acompanhar futebol, uma coisa que sempre vi como unanimidade foi o fato de ser anti-ético um profissional de um time fazer críticas sobre outra equipe. Nunca pegou bem, sempre foi repreendido pela imprensa, pelos próprios profissionais.

Aí Renê solta esse caminhão de sentenças sobre Neymar, e a reação geral parece ser de apoiá-lo. "O professor Renê tem muita experiência no futebol, sabe o que fala". Realmente, parece saber mesmo. Por conta de tudo o que disse, ninguém parece estar preocupado com o vexame que o time dele deu ontem...

Quem é que não ganha fora de casa?

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À 1h20 da madrugada de quarta para quinta, o Brasil alcançou emplacou mais um primeiro lugar no trending topics mundial do Twitter. Depois do CalaBocaGalvão e da recente DilmaFactsbyFolha, a mensagem campeã do momento, como mostra a figura (clique para ampliar), foi um nada educado “CHUPA FLUMINENSE”. Fruto, creio eu, da mobilização conjunta da massa alvinegra e dos muitos rivais do tricolor carioca.

Zombarias a parte, o fato é que o Corinthians foi ao Engenhão e venceu o Flu por 2 a 1. Pra quem não ganha jogo fora de casa nem com reza brava, veio na hora certa. Num jogo tenso e de muita marcação dos dois lados, o Timão fez uma partida taticamente muito boa e conseguiu impor seu jogo por conta da qualidade de seus volantes. Paulinho, Elias (ele não é meia?) e, principalmente, Jucilei foram muito bem marcando e jogando.

O primeiro gol saiu de um belo passe de Elias para Jucilei – que estão chamando de chuveirinho, mas discordo. O nosso selecionável matou no peito com categoria e tocou no cantinho. Isso foi já aos 44 min. De um primeiro tempo amarrado, que já por aí tinha apenas quatro finalizações corintianas e duas do Flu.

Na segunda etapa, o time voltou recuado para sair no contra-ataque – coisa que detesto – e o FLu trocou um dos zagueiros do 3-6-1 que usou na primeira etapa pelo atacante Rodriguinho. Rolou como se imaginava: o Flu pressionava, mas não chegava com tanto perigo assim, e o Corinthians saia rápido. Aí, aos 20 minutos, Elias deu belo passe para Alessandro que invadiu a área e deu para Iarley fazer de carrinho.

O tricolor ainda descontou com Washington, na única falha da linha de impedimento paulista (o ataque carioca apareceu na banheira uma boa meia dúzia de vezes). Rolou pressão, e Adilson foi tirando atacantes e colocando meias cadenciadores, congestionando o meio e mantendo a posse de bola com muitos passes – numa autêntica retranca parreirística. Deu certo e levamos os seis pontos do jogo.



Agora, os dois times estão empatados na liderança, com 41 pontos, mas a ponta segue com o Flu pela vantagem de um mísero gol no saldo. Como o Timão tem um jogo a menos, no aproveitamento, estamos na liderança.

A vitória de hoje não foi “final antecipada”, dadas as características dos pontos corridos, como destacou o conselheiro Acácio. Mas dá uma moral danada. Na sequência, o Corinthians recebe o combalido Grêmio Prudente – o que assusta pela tendência Robin Hood demonstrada pelo time. No Rio, rola Fla-Flu, imprevisível mesmo com a distância na tabela. E o Cruzeiro, recém chegado à disputa da primeira posição, com 40 pontos, pega o Botafogo, componente final do G4, com 37. Com um pouco de sorte, dá pra terminar na liderança matemática.

PS.: Ok, esse negócio de sumir quando o time perde e aparecer quando ganha não é dos mais bonitos. O fato (ou a desculpa) é que a vida anda corrida. Tentarei ser mais assíduo.

Palmeiras ganhou do Grêmio. Acredita?

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No Olímpico, o Palmeiras venceu o Grêmio por 2 a 1. O alviverde mostra que vai melhor fora de casa, mesmo quando o domicílio é o Pacaembu. Vai entender. Marcos Assunção foi decisivo ao marcar um e cruzar no segundo, de Ewerthon. Jonas diminuiu, mas o campeonato fica menos trágicoda 10ª posição.

No dia do aniversário do Tricolor de Renato Gaúcho, sobram  dúvidas sobre o futuro. Os times estavam empatados em 26 pontos, só que o Grêmio estava sem perder a cinco jogos.Tem muito chão pela frente, são duas equipes medianas que vão disputar vaga na Sul-Americana.



Valdívia ficou no banco no começo do jogo. Foi a primeira partida em que o chileno foi preterido desde sua volta. O Palmeiras também abandonou o 3-5-2 de cinco volantes para um 4-4-2 de quatro volantes. Bravo! Não foi isso que fez diferença, foi a confiança demonstrada no gramado.

O gol do Palmeiras aos 14 minutos foi castigo para o time azul, preto e branco, porque os donos da casa mandavam na partida. Mas a falta em Ewerthon foi cobrada por Marcos Assunção deixando a noite mais feliz e mais verde (limão-siciliano).

Já o segundo, aos dois da etapa final, foi aquele gol-luva. Caiu no jeito para deixar o time mais tranquilo. Com boa atuação de Deola e um ou outro contra-ataque que quase dava certo, parecia que a partida estava sob controle verde.

Para quem vencia por 2 a 0, parece normal. Mas fazia tempo que não se via esse tipo de vento a favor do Palmeiras no gramado. O gol gremista só saiu aos 46, num bate rebate. Houve chances boas, mas os visitantes não se acuaram, o que é bom.

O pior é imaginar que, no próximo jogo, contra o São Paulo, muito provavelmente, o desempenho em nada lembrará o que se viu em campo em Porto Alegre. Por que, não sei. Continua a faltar meio de campo criativo, mas isso não explica como a tranquilidade de hoje entrou no lugar da ausência de time do fim de semana, ou da equipe que tanto empata neste campeonato.

Vai entender.

quarta-feira, setembro 15, 2010

Medo, pânico, desespero

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Há quatro meses, eu já comentava a visível irritação de José Serra (à direita, sempre) e perguntava se ele não ia partir pra cima dos jornalistas. Não deu outra: depois da Miriam Leitão e do Heródoto Barbeiro, que foi limado do programa Roda Viva, da TV Cultura, agora foi a vez de brigar com Marcia Peltier, da CNT, na gravação de entrevista que vai ao ar hoje à noite. "Faz de conta que eu não vim", rosnou Serra, depois de perguntas sobre pesquisas de opinião e quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. "Isso foi montado", acusou o candidato tucano. Marcia reagiu, indignada: "Montado para quem? Aqui não tem isso". Para finalizar o ataque de destempero, Serra perguntou se Dilma Rousseff também seria entrevistada pela CNT. Com a confirmação, sugeriu "educadamente" que dirigissem as perguntas à adversária petista.

Nisso que deu falar mal do Lula...

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De candidata à presidência da República em 2006, com espaços generosos em todos os meios de comunicação, a ex-histriônica Heloísa Helena teve que se contentar com um modesto mandato de vereadora em 2008 e agora vê ameaçada sua eleição para o Senado, por Alagoas. Segundo a mais recente pesquisa Ibope, Renan Calheiros (PMDB) lidera, com 54% das intenções de voto, e a segunda vaga do Estado nordestino está dividida entre a candidata do PSol, que caiu de 44% para 41%, e Benedito de Lira (PP), que cresceu 7 pontos e agora está com 35% das intenções de voto.

Com isso, empatou tecnicamente com Heloísa Helena, pois a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou menos. Sintomática essa queda nas intenções de voto da líder PSolista, pois ela, que sempre vociferou contra o popular presidente Lula (81,4% de aprovação), seu governo e seu partido, está concorrendo a uma vaga no Senado em um Estado onde a candidata do PT, Dilma Rousseff, já atingiu simplesmente 66% das preferências.

Para lembrar dos grandes tempos da F1

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O vídeo abaixo é de 1986, na Hungria e mostra um jovem e valente Ayrton Senna sendo ultrapassado por um Piquet no auge de sua forma.


O interessante, para quem gosta de automobilismo, é que Piquet tenta uma primeira vez, toma o X de Senna e depois faz praticamente um cavalo de pau em plena curva para não ser novamente ultrapassado.

É bom lembrar que Piquet estava numa Williams, um dos melhores carros da época, e Senna numa Lotus que andava bem atrás, mas mesmo assim dá para ver dois grandes pilotos em ação.

Comparação com a F1 de hoje?????

O desespero machucando o coração (2)

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Outro dia comentei aqui sobre o despropósito da Editora Abril de enfiar uma foto do José Serra no meio do encarte de um CD do Chico Buarque. Agora foi a vez das Organizações Globo colaborarem com sua parcela no desespero pela iminente surra que os tucanos levarão nas urnas. Hoje, o site do jornal O Globo traz uma inacreditável "matéria" sobre o "futuro" do governo federal. Contra todas as evidências, a taróloga Cinara Mattos (foto) garante: "Vai ter segundo turno, entre Dilma e Serra".

Além do "incentivo moral" para o PSDB, Cinara ainda tenta convencer os eleitores de Dilma de que, vitoriosa, ela estaria à beira da morte e passaria seu governo para "assessores". "Ela vai ganhar e vai focar na economia, mas, como está doente, vai precisar ser muito assessorada". Não contente em urubuzar a saúde da candidata, Cinara ainda alerta os simpatizantes do popular presidente Lula que ele será inimigo dela. "No primeiro mês de mandato, Dilma vai mudar com o Lula completamente. Ele vai querer comandar atrás dela, e ela vai dizer que não, que o comando é dela. Eles vão romper definitivamente", sentencia a taróloga.

Em tempo: Cinara Mattos é a mesma que previu, para o Globo Esporte, que seremos campeões na Fórmula 1 este ano. "Com certeza voltaremos a ser campeões. Os mais cotados são o Felipe Massa e o Bruno Senna. Um dos dois vai trazer a taça para o Brasil". Faltando cinco provas para o final da temporada, Massa é o 6º colocado na tabela, 63 pontos atrás do líder, e Bruno Senna é o 22º, sem um ponto sequer. Melhor que isso: Cinara também previu, para o site UOL, que a final da Copa do Mundo de 2010 seria entre Brasil e França. "Essa será a final", disse a taróloga, em janeiro. "(A França) Vem quente. Ela quer porque quer. A cabeça está direcionada para ganhar. Tem chance real". Raymond Domenech que o diga...

terça-feira, setembro 14, 2010

Cúmulo da desinformação

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Segunda de manhã, sinal para o ônibus, corrida até a porta. A bordo, posição alcançada, a conversa alheia está pela metade. Um manguaça dialoga sobre eleição deste ano. Este manguaça estica as orelhas e só ouve.

– Mas diz que ele bate na mulher... – esbravejou.

A interlocutora, com 20 anos a menos, não entende bem. Eu, tampouco.

– Ah, é?

– É, saiu até no jornal... Parece que ele bateu na mulher um tempo atrás.

Ela demora a puxar da memória os resquícios da lembrança do noticiário de 2005, quando Sandra Mendes de Figueiredo Crunfli registrou ocorrência por agressão, admitida por Netinho de Paula, atualmente candidato ao Senado pelo PCdoB. O caso é, indiretamente, tema de inserções de Aloysio Nunes, que começa uma defesa da Lei Maria da Penha condenando (com razão, diga-se) "quem bate em mulher". A crítica velada tem destino certo.

O episódio é também motivo de resistência para que este eleitor que escreve sequer cogitar o empenho de seu voto ao representante da Cohab no maior astral, apesar de ter sido motivo de "mea culpa" público em seu programa no SBT, em 2009.

Mas no coletivo, o clima era de papo entre amigos, mas com toda pinta de proselitismo a favor de algum outro candidato. Ledo engano.

– É bom isso... – insistiu o meliante, de camisa verde-água aberta até o terceiro botão.

– Como é que é bom, homem? – disse a moça, tirando as palavras de minha boca e apreensiva com tamanho acinte.

– É que é bom, né? Hoje, se eu pegar o chinelo pra dar no meu filho porque ele aprontou, se eu encostar em mulher, vou preso. Aí que é bom ter um cara lá pra defender a gente.

A chinelada é referência à lei da palmada, sancionada pelo presidente Lula em julho deste ano que veda tapas, beliscões e castigos físicos de outras naturezas. A parte de "encostar em mulher" é alusão à Lei Maria da Penha, assinada pelo mandatário em 2006 para proteger principalmente vítimas de violência doméstica, num dos maiores avanços apontados pelos movimentos de mulheres no país.

Ainda na sequência de tradução do que parece que o cidadão queria dizer, "um cara lá" significa um representante no Senado. A expressão "a gente", os que precisam ser defendidos, relaciona-se ao homem de que considera que a violência é ação legítima e eficaz do ponto de vista pedagógico na educação e (afe!) afirmador de masculinidade na relação "afetiva" com a senhora sua esposa. Ou algo assim.

A moça tentou arguir. Buscou "vejas bens" do fundo do estômago, mas havia poucas possibilidades de diálogo. Não ousei interferir nesse diálogo. Fui para o fundo do ônibus.

segunda-feira, setembro 13, 2010

É a cabeça, irmão

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Não imaginava de nenhuma maneira que este ano meu Galo estivesse disputando uma das gloriosas vagas do rebaixamento.


O investimento foi alto, jogadores como Fábio Costa, Réver, Diego Souza, Ricardinho, Daniel Carvalho, Obina, Tardelli fazem do Atlético um das cinco maiores folhas salariais deste campeonato.

E ainda vem a cara comissão técnica do gênio Luxemburgo.

Nada disso deu certo até agora.

Talvez por um motivo simples, o desmonte do time que foi campeão mineiro e a montagem de outro em pleno começo do Brasileirão.

Por melhor que sejam os jogadores, isso não costuma dar certo. Mas foi a opção.

Com os maus resultados, outro problema.

Jogava-se bem mas, invariavelmente, no primeiro turno, o resultado acabava sendo a derrota. Bolas na trave, chances perdidas na cara do gol, para tudo ser resolvido num chute de fora da área acertado pelo adversário.

Mais ansiedade, mais falta de confiança e mais resultados negativos, ciclo porque já passaram diversos times.

A esperança de torcedor vem de um fato diferente neste segundo turno, que ainda está em sua segunda rodada.

Contra o Vasco, o time jogava bem, tomou gol e se perdeu mais uma vez, mas conseguiu o empate no final do segundo tempo.

Ontem, contra o Prudente, várias chances desperdiçadas no primeiro tempo, bola na trave etc. Quando tudo caminhava para um empate desastroso em casa, novo gol no final do segundo tempo de Obina. O quinto gol em três jogos.

E isso num momento em que o time jogava mal e era fácil prever que o Prudente faria um gol no contra-ataque a qualquer momento.

Pelo menos nesses primeiros dois jogos, a história mudou.

Que isso volte a dar confiança aos jogadores e que continuem a pelo menos fazer pontos e tirar o Galo do rebaixamento.

É pouco, muito pouco, mas é o que se tem.

É que não teve futebol

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É verdade que não assisti ao jogo entre Palmeiras e Vasco no domingo. Terminou 0 a 0, a exemplo do que ocorreu no primeiro turno. Quem assistiu, não gostou.

Não teve muito futebol. Luiz Felipe Scolari continua falando em pensar em 2011. Apesar de haver mais atacantes em campo, não houve meio de campo para levar a bola. No chutão, na trombada, nada aconteceu. A marcação vascaína resolveu. Incômoda 13ª posição.

É o pior desempenho desde 2002, o ano do trágico rebaixamento. Melhor mudar de assunto.

sexta-feira, setembro 10, 2010

Bate no peito, goleirão! Comemora!

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Sumemo, falamemo!

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Durante encontro da cúpula executiva da ONU em um resort austríaco, o manguaça chinês Sha Zukang (foto), subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e Sociais da instituição, pegou o microfone lavou a alma contra seu chefe (ah, os chefes!), o coreano Ban Ki Moon, e os estadunidenses (ah, os EUA!):

- O vinho me afetou um pouco, mas eu quero dizer algumas coisas que estão na minha cabeça. Eu sei que você nunca gostou de mim, sr. secretário-geral... Bom, eu também nunca gostei de você. Eu não queria vir para Nova York. Era a última coisa que eu queria fazer. Mas eu comecei a amar a ONU e estou começando a admirar algumas coisas sobre você. Você tem tentado se livrar de mim. Você pode me mandar embora a qualquer hora, pode me demitir hoje. 

Não satisfeito, resolveu falar de outro alto diplomata da ONU, o estadunidense Bob Orr. "Eu realmente não gosto dele: ele é americano e eu realmente não gosto de americanos."

Pronto, virou meu herói!

Uma derrota chata para impedir a arrancada

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Santos, Botafogo, Pacaembu. A junção das três palavras traz, há 15 anos, más lembranças ao torcedor peixeiro, e ontem não foi diferente. Num jogo em que as duas equipes erraram muito, o Botafogo acabou sendo mais eficiente e fez com Loco Abreu o 1x0, que levou a equipe do Rio ao terceiro lugar do Brasileirão. Já o Santos interrompeu uma sequência de seis jogos sem derrota e ficou distante dos líderes do torneio.

Seria possível dizer que o jogo de ontem seguiu o preceito do "quem não faz, toma" - principalmente se levarmos em conta que o Botafogo marcou seu gol aos 45 do segundo tempo. Mas, apesar de adequada, tal determinação seria injusta. O Santos até criou mais do que o adversário, mas não atuou de maneira encantadora o suficiente para dizermos que o resultado de ontem foi injusto.

O time foi a campo no 4-4-2. Arouca e Danilo como volantes, Marquinhos e Zezinho na armação e Neymar e Keirrison na frente. Não foi uma boa opção, principalmente por causa dos meio-campistas. Zezinho até se movimentou e criou uma ou outra chance; mas Marquinhos foi péssimo, sofrível. Está nitidamente fora de forma. Não consegue criar jogadas, dar bons passes, tentar o gol.

O resultado foi um Santos opaco no primeiro tempo. Neymar tentava suas jogadas, mas não podia fazer milagre com o resto do time desorientado.

Aí, no intervalo, Dorival Júnior acabou sucumbindo às pressões da torcida e sacou Keirrison e Marquinhos, para colocar Madson e Zé Eduardo. Bobagem: o ex-Coritiba e Palmeiras até que não estava tão mal assim e Zé Eduardo foi péssimo. Além de colocar um jogador que não rendeu (e tirar um que precisa do tal "ritmo de jogo" para render), Dorival acabou queimando uma alteração e descartando o fator-surpresa.

Com isso, em todo o segundo tempo o Santos foi um time demasiadamente desordenado. Parecia que havia uma distância de 15 quilômetros entre meio-campo e ataque. Neymar não jogou mal, mas posicionou-se de maneira errada - ficou na ponta esquerda, isolado, pedindo bola o tempo todo. Madson só corria, sem produzir, e Zé Eduardo estava nulo.

No final, o castigo. Loco Abreu acabou marcando um belo gol e fazendo a festa dos poucos botafoguenses que estavam no Pacaembu ontem.



Ganso
Ao ler que o Santos fica distante dos líderes e que o principal motivo da derrota de ontem foi a desarticulação em campo, é meio inevitável lembrar da contusão de Paulo Henrique Ganso e decretá-la como a principal responsável pela "saída" do Santos da briga pelo título.

Além do Santos ainda não estar fora da disputa (claro que a situação está complicadíssima, mas o Flamengo do ano passado tinha pontuação semelhante à do Santos a essa altura do campeonato), é preciso mentalizar que o Ganso não faz mais parte do elenco do Santos para 2010 e que o time tem bons jogadores, que podem suprir - claro que não com a mesma eficácia - a sua ausência.

O que menos contribuirá para o Santos agora é adotar a postura de lamentar a lesão do camisa 10 e passar o restante da temporada chorando o leite derramado. É possível fazer mais, as vitórias sobre Avaí e Goiás vieram sem Paulo Henrique, o Santos segue vivo.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Rogério 20 anos, São Paulo 28 pontos

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Mais do que o alívio pela vitória, a partida de ontem no Morumbi valeu para marcar duas homenagens da diretoria do São Paulo, pela carreira de 20 anos no clube de Rogério Ceni e pelos 200 jogos de Jorge Wagner. Num elenco em que Washingtons, Léos Limas, Andres Luíses e companhia indesejada vêm e vão, são marcas que merecem destaque. No grupo tricolor, o segundo mais longevo é Richarlyson, com cinco anos e mais de 230 partidas - bem longe dos 925 jogos do goleiro capitão. Porém, faço uma ressalva aqui: dizem que ele tem 90 gols quando, na verdade, fez 92. É que a Fifa não computa dois gols de falta em partidas não-oficiais contra um combinado Santos-Flamengo, em 1998, e contra o time russo Uralan Elista, em 2000. Até aí, tudo bem, é um critério. Mas, se esses dois jogos estão incluídos no total de 925 completos ontem, torna-se um contrasenso. Ou retiram todos os jogos não-oficiais da soma e consideram 90 gols, ou os incluem e elevam a artilharia de Ceni para 92 tentos. De acordo?

Quanto ao São Paulo no Campeonato Brasileiro, mantenho minha opinião de que ainda é muito cedo para soltar fogos e dizer que o time vai brigar pela Libertadores ou que afastou completamente o fantasma do rebaixamento. Volto a dizer que os Atléticos de Goiás e de Minas estão na zona dos rebaixados, vivendo profundo momento de crise, e que o Flamengo caminha para a mesma situação, com o pior ataque do torneio e sem oferecer qualquer perigo para seus adversários. Por isso, é perigoso achar que vitórias sobre times tão combalidos e perdidos sejam "a volta do campeão". Os próximos compromissos do São Paulo são contra o ótimo Botafogo, no Rio de Janeiro, e o excelente Internacional-RS, que segue no embalo total que pegou após o recesso para a Copa do Mundo e que não diminuiu nem um pouco após a conquista da Libertadores.

Só depois desses jogos mais difíceis, para emprestar uma expressão utilizada outro dia pelo camarada Nicolau (referindo-se ao Corinthians), é que nós vamos ver se o tricolor do Morumbi tem mesmo garrafa pra vender. Mas, que o Marcelinho é boleiro, isso é! Casemiro promete e ontem tivemos a estreia de outro garoto, Zé Vítor. Graças a Deus! O caminho é a molecada, coisa que o Santos mostrou há muito tempo.

Vitória e Palmeiras fazem 1 a 1 de doer

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Depois de sair perdendo no Barradão, o Palmeiras conseguiu empatar o jogo contra o Vitória na abertura do segundo turno. O futebol exibido foi ruim de doer, com lances especialmente toscos a partir dos 40 minutos do segundo tempo, quando os visitantes de camisa cada vez mais verde-limão-siciliano só estavam preocupados em dar chutões para longe.


Foi muito diferente tanto do jogo de ida quanto de volta da Sul-Americana. Foram realmente poucos os momentos de inspiração. Do lado do Vitória, isso ocorreu na quarta-feira, 8, com Ramón em chutes de fora e cobranças de falta. No Palmeiras, ficou só em um lance ou outro nas laterais ou no meio de campo, nada muito produtivo.

Luiz Felipe Scolari escalou mal o Palmeiras. Novamente com cinco volantes no meio de campo, com Rivaldo pela esquerda e Marcio Araújo pela direita, o time era pouca coisa. Dependia apenas de Kléber para trombar e tentar a sorte. Não aconteceu, de fato. Com exceção de um pênalti em Luan e um chute do camisa 11 Rivaldo, o time não criou nada.

O Vitória foi melhor na etapa inicial. Além do gol de Elkeson em uma bobeada da zaga, estava melhor em campo. Ramon e Evandro deram dor de cabeça para a defesa adversária. É que o meio de campo palmeirense era só marcador, defensivo mesmo.

No segundo tempo, Valvívia e Tadeu foram a campo nas vagas de Pierre e de Luan. O time passou a jogar com um meia após muito tempo. Melhorou, mas não chegou a ser um marco de virtuosidade. Com o camisa 30 menos preso na frente, abriram-se outras opções para se jogar. É bastante óbvio, mas contrastante o suficiente para ser digno de nota.

O empate ocorreu no segundo chute em direção ao gol tentado pelo Palmeiras. Ou melhor, no rebote dessa tentativa. Edinho arriscou de fora da área, quando a defesa do Vitória deu brecha. Viáfara bateu roupa e Tadeu marcou no rebote. Depois disso, o alviverde poderia ter rendido mais, criado mais, chutado mais. Como não o fez, não conseguiu virar. Passados os 35 minutos, o time desistiu e recuou, na base de chutões para espantar o perigo de revés.

Além da falta de capacidade ofensiva e do excesso de dependência de Kléber, preocupam os exageros de faltas dos volantes. Assustou ainda Deola em duas falhas, uma de comunicação com Maurício Ramos que quase rendeu o segundo do rubro-negro e outra em um recuo de bola em que o goleiro por pouco não se embananou.

Valdívia foi melhor jogando apenas nos últimos 45 minutos. Mas não se acertou plenamente no time, em meio a tanta limitação. Felipão consertou a equipe depois de ter começado com uma escalação ruim. Arriscou um pouquinho mais ao manter menos volantes em campo, mas nada que produza tantas esperanças de apresentações melhores. Amarga 12ª posição.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Banheiro suspeito

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Das duas, uma: engenharia Tabajara ou sacanagem pura e simples.

Som na caixa, manguaça! - Volume 60

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HINO NACIONAL DOS CACHACEIROS DO BRASIL
(Composição: Elton Saldanha)

Cairon e Gustavo

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

Amigo me dá licença, mas preciso me benzer
Arado não lavra sem boi e eu não canto sem beber
Atraca uma talagada, me dá um trago de água benta
Um lisão de pinga pura pra nós regular a lenta

Certa vez eu fiz promessa de deixar a pinga em paz
Mas esqueci da palavra e cada vez eu bebo mais
Eu sei os dez mandamentos, eu rezo e tiro o chapéu
O corpo se vai pro chão e alma se vai pro céu

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

Amigo sou biriteiro, me serve sem cerimônia
Diz que a cachaça dá sono e eu to sofrendo de insônia
No concurso de pinguço sou eu que escrevo o exame
Eu vou ficar muito rico se vender meu vasilhame

Minha mulher pra me agradar toma banhos de licor
Mulher com cheiro de pinga dá mais tesão pro amor
Fui batizado com mé na festa dos bodegueiros
Eu canto de quatro pé, o hino dos cachaceiros

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

(Do CD "Sertanejo Universitário Ao Vivo", Independente, 2009)



Sugestão de Moriti Neto

terça-feira, setembro 07, 2010

O lado dos entorpecentes OU maconha é de esquerda, cocaína é de direita

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A teoria do cartunista Angeli é simples. "Maconha é socializante, todo mundo fuma no mesmo baseado e dá risada depois. Cocaína, não. É de quem tem, e você se submete a esse poder pra cheirar uma fileirinha no cantinho do mármore do banheiro." Por isso, em entrevista à revista Trip de agosto, ele disse que "cocaína é de direita e maconha é de esquerda".

Autorretrato/Grafar

A fórmula foi empregada por ele para conseguir se livrar do vício mantido por 10 anos de inalação do pó sintetizado a partir de folhas de coca. Aparentemente funcionou, mas para alguém que considera – e demonstra isso em seu trabalho – seu ideário anarquista e punk, a década de "convívio" com o psicotrópico reacionário pode colocar a teoria em xeque.

Mês passado, o ator José de Abreu, em entrevista ao Futepoca, ofereceu a teoria de que "toda cachaça é de esquerda". Segundo ele, a chave para a compreensão está no fato de que a "relação da política com o prazer vem da esquerda".

Do ponto de vista do cartunista Angeli, a cervejinha consumida no boteco seria de esquerda. A caipirinha no churrasco, o vinho num jantar e a cachaça numa prosa, idem. Ao passo que o uísque tomado solitariamente em casa, estaria à direita. Pela análise de Zé de Abreu, seria preciso garantir prazer a qualquer desses processos para o vínculo se estabelecer.

Foto: Louise Joly/Wikipedia
O fato é que pensar nos entorpecentes com lado e posição no espectro político é curioso. Os opióides seriam de direita? A crítica de Karl Marx à religião, classificando-a de "ópio do povo" – numa das frases mais citadas e parafraseadas de sua bibliografia – por seu efeito analgésico, de euforia e posterior sonolência conferiria esse caráter? E isso seria ruim?

Renderia melhor em um simpósio realizado no fórum adequado (a mesa do bar). Mas quem sabe os comentaristas do Futepoca ajudam a elucidar tão inquietante questão.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Corinthians centenário atropela Goiás para festa da torcida

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Em semana de festa, o Corinthians naõ decepcionou os 34 mil torcedores que lotaram o Pacaembu no sábado (inclusive este que vos fala) e sacolou de virada o lanterna Goiás por impiedosos 5 a 1. De quebra, a semana mais corintiana do século trouxe a derrota do Fluminense par ao Guarani, por 2 a 1, deixando o Corinthians apenas 1 ponto atrás do tricolor e com um jogo a menos.

O Timão, como parece ter se tornado praxe da equipe nos últimos jogos, entrou meio devagar na partida. E novamente pagou o preço. Aos 7 minutos, Alessandro e Ralph não conseguiram marcar o veterano Júnior que um chute no ângulo oposto de Júlio César.

O 0 a 1 não desanimou a Fiel, que recomeçou imediatamente a cantoria. E o time respondeu, pressionando o visitante, que só parava as jogadas com faltas. Em três delas, Bruno César exigiu defesas difíceis do goleiro Harlei – que levou cinco e ainda recebeu nota 7 do Lance pra se ter uma idéia do massacre. Jorge Henrique e Iarley, este em sua melhor apresentação com a camisa alvinegra, ainda meteram uma bola na trave cada um.

Tudo isso antes dos 37 minutos da primeira etapa, quando o excesso de faltas dos goianos levou à expulsão de Amaral, pelo segundo amarelo. De onde eu estava, merecido. Se o Timão já dominava, daí pra frente virou atropelo.

Adilson Batista demonstrou mais uma vez uma diferença em relação ao antecessor ao trocar Paulinho por Defederico logo após a expulsão. Mano, aposto, esperaria mais. O empate saiu aos 43 minutos, quando JH aproveitou belo passe de Jucilei e colocou na cabeça do artilheiro do campeonato Bruno César, que mais uma vez jogou muito.

Mas a chuva de gols estava guardada para a segunda etapa. O que foi muito bom, já que vi os quatro gols na meta que estava bem na minha frente. Aos 10 minutos, Iarley recebeu passe de Bruno César, driblou o ex-colega Harley e tocou para as redes. Aos 15, Jorge Henrique marcou o dele aproveitando rebote de cabeçada de Ralph.

A vitória já estava garantida, mas a torcida queria mais. E o time acompanhava o ritmo do bando de loucos, que começou a gritar “olé” antes da metade da primeira etapa. Numa dessas sequencias, o Timão tocou a bola por mais de dois minutos com a torcida acompanhando. Até que a bola acabou nos pés de Bruno César, que invadiu a área pela linha de fundo e sairia na cara do goleiro, não fosse derrubado por Romerito (em lance considerado polêmico, mas que de onde eu vi, foi claro). Pênalti batido por Iarley aos 29 minutos, tornando a vitória em goleada.

Ela ainda viraria chocolate com o gol contra de Marcão, que desviou chute de Boquita de fora da área (“Ele é meu vizinho!”, comemorou um corintiano perto de mim e de meu pai). 5 a 1, fora o baile. A torcida comemorou com um “parabéns pra você” o presente dos jogadores na semana do centenário.

O segundo turno começa com uma sequência das mais difíceis. Primeiro, Atlético PR fora de casa. Depois, Grêmio no Pacaembu. E ainda tem Santos, Inter e o duelo dos líderes com o Flu, todos fora. Hora de, diria o sábio, ver quem tem garrafa vazia pra vender.

A derrota verde, de virada, no encontro de ex-Palestras Itálias

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O Palmeiras perdeu do Cruzeiro de virada em pleno Pacaembu. No primeiro tempo, fez 2 a 0 de pênalti e em cobrança de escanteio. No segundo, tomou três, todos dos pés de Roger Chinelinho. Pior do que perder no encontro de Palestras Itálias, é o revés com mando de campo. Ainda mais trágico é ter como algoz o atleta ex-Corinthians, ex-Grêmio, ex-Adriane Galisteu... Resultado: 3 a 2 para os mineiros.

A etapa inicial foi boa, com vontade e chances produzidas. O segundo tempo foi ruim, com quase nenhuma capacidade criativa. E, mais uma vez, a torcida palmeirense apoiou o time, mesmo depois da virada. A compreensão com Luiz Felipe Scolari continua a mil, o que é bom. Seria melhor se o time correspondesse mais.

Valdívia ainda precisa jogar de verdade. Ele até ficou bravo ao ser substituído, chutou a sombra e tudo. Kléber mostrou a determinação habitual, mas acaba exigido demais em função da pouca criatividade dos volantes que compõem o meio campo.

Uma notícia até que boa foi a atuação de Pierre na marcação de Montillo. Como ele vinha mostrando falta de ritmo em partidas anteriores, a disposição é positiva, embora ainda esteja distante do marcador e ladrão de bolas do campeonato de 2008. A parte ainda mais trágica é a contusão de Marcos, o Goleiro, que sofreu pancada no joelho.

E assim, acabou o primeiro turno para o time verde. Em 19º lugar, no limite da classificação para a Sul-Americana de 2011. Para o Palmeiras, é muito pouco. Para o que tem sido mostrado em campo, o esperado. Considerando-se algumas das peças à disposição, deveria ter mais pontos.

domingo, setembro 05, 2010

Tipos de Cerveja 52 - As Berliner Weisse

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Bastante amargas e com forte sabor de trigo, as Berliners não têm muito álcool, mas a acidez costuma ser tão alta que é frequente os produtores utilizarem xaropes de fruta e outros adoçantes para torná-las mais suaves. "É claro que os mais puristas preferem beber este estilo ao natural, isto é, sem adição de açucar ou de qualquer outro produto. Asim tomada, torna-se uma cerveja complexa, multi-facetada e extremamente refrescante", observa Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. Para quem tiver curiosidade, ele recomenda a Dieu du Ciel Solstice d'Été aux Framboises, a Schultheiss Berliner Weisse Original e a Berliner Kindl Weisse (foto).

sexta-feira, setembro 03, 2010

Cai ou não cai?

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Se tem uma coisa que me espanta, no São Paulo, é o sossego da diretoria em relação ao Campeonato Brasileiro. Eles parecem ter uma certeza inabalável de que o time é imune a rebaixamento. E não é! Ontem, conseguiu segurar uma vitória suada contra o combalido Atlético Goianiense, em casa, num jogo em que o placar mais justo seria o empate. Está claro para todo mundo que Sérgio Baresi não será mais nada além de um esforçado interino, com resultados pífios. Já disse aqui e repito: não há time titular, nem esquema tático, nem lateral direito, nem meio campo e nem linha de ataque definida. E faltam só três meses para a competição terminar! O que estão esperando para trazer um técnico de verdade? Se o cidadão vier quando faltar apenas um mês e meio para o fim, não conseguirá fazer nada, por conta da pressão, e será tarde demais. Grêmio e Atlético Mineiro não vão ficar vendo a banda passar, vão reagir desesperadamente. O São Paulo não tem time para vencer duelos decisivos, clássicos ou qualquer partida contra qualquer um dos dez primeiros colocados. Na sorte, segura um empate, como no domingo, contra o relaxado Fluminense. Isso é muito perigoso, muito mesmo. E, para a diretoria tricolor, parece que nada acontece. Não sou a Regina Duarte, mas tenho medo. Muito medo de que meu time dê para os corintianos o melhor presente do centenário deles...

Uma vitória cascuda

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Sem encantar, o Santos venceu o Avaí ontem por 2x1, na Vila Belmiro. Assim, o Peixe registra uma boa sequência de cinco vitórias consecutivas - quatro pelo Brasileirão e uma "vitória-derrota" contra o mesmo Avaí, pela Sul-Americana.

Neymar foi o principal jogador em campo. Pelo que mostrou de futebol propriamente dito - fez um gol aos 55 segundos, quando certamente muitos santistas ainda tomavam a última dose nos bares que circundam a Vila - e por mais uma vez ser tema de "polêmicas".


As aspas são necessárias porque, cá entre nós, as polêmicas envolvendo o Neymar estão cada vez mais chatas. A situação está virando cotidiana. Neymar faz algumas fintas e é caçado por todo o time adversário. O santista acusa os oponentes de violência, os rivais dizem que o santista é desrespeitoso e "precisa crescer". Cá entre nós, até acho que precisa - tomar o terceiro cartão por conta de uma simulação besta é algo criticável, tal qual dar um chapéu com o jogo parado também - mas, se é para condenar um dos lados, prefiro condenar o lado da violência dentro de campo.

À parte disso, o Santos mostrou sentir a falta de Paulo Henrique Ganso. Não só pela imensa qualidade do meia, mas também pela falta dela no seu substituto: Marquinhos, mais uma vez, fez uma partida apática. Sabe aquele jogador que tem pinta de "bom reserva", mas quando é efetivado não corresponde? Talvez seja o caso dele. O garoto Alan Patrick, então, se credencia para ser o titular da 10 quando Ganso estiver fora - mas aí a CBF o convoca para um torneio sub-19 na China (!) e o Santos se vê prejudicado...



Keirrison
Sim, foram só três partidas. Longe de mim querer crucificar um jogador que vestiu a camisa do Santos por menos de 270 minutos. Mas avalio apenas o que ele desempenhou até agora. Keirrison foi mal, muito mal, em todos os seus instantes pelo Santos. Está se escondendo do jogo de maneira assombrosa. Atentem para o seguinte: não é que ele está chutando mal, está perdendo gols, errando passes. Não, ele simplesmente não aparece no jogo. Isso é ruim. Talvez o duelo contra o Flamengo, no final de semana, seja seu último como "titular absoluto" - até porque seu reserva imediato, Marcel, fez um bom gol ontem.

quinta-feira, setembro 02, 2010

Empate do Palmeiras contra o Fluminense quase vale por vitória

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O Palmeiras empatou com o Fluminense com gol aos 48 minutos do segundo tempo para selar a igualdade. Um suadouro, final emocionante até, mas verdadeiro castigo para o líder do campeonato, que apostou tudo no contra-ataque mas criou menos do que poderia.

No dia do aniversário de 100 anos do Corinthians, o empate ao mesmo tempo em que não deixa os arquirrivais alviverdes tão felizes e ainda tira pontos do Tricolor Carioca. Mesmo mantendo a liderança nesta rodada, a diferença em relação ao segundo colocado deixou de se expandir.

O mais impressionante é que o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari mostrou determinação admirável. Novamente pecou por falta de meias, apostava tudo em ligações diretas entre os volantes e o atacante Kleber ou em arrancadas de Rivaldo e depois de Luan. Mesmo com tanta previsibilidade, a equipe de Muricy Ramalho não conseguiu oferecer uma despedida do Maracanã mais merecedora de orgulho para a torcida.

As chances criadas foram poucas por todo o jogo, principalmente depois que o time da casa abriu o placar, com Emerson a 15 minutos de jogo. Mas após a desistência do Fluminense de marcar a saída de bola, as trocas de passes palmeirenses renderam pouco em termos de finalizações.

Com faltas nas proximidades da área, Marcos Assunção era a esperança. Kleber correu muito, mas Valdívia continuou apagado. Ele precisa de mais jogadores com quem tabelar ou ter espaço para puxar contra-ataques. Na trombada, ele não se compara ao que é capaz o camisa 30 – que, na versão pós-Copa de 2010, reitere-se, vem sem cotovelos.

As opções do banco Tinga, Luan e Ewerthon, que entraram nas vagas de Pierre, Fabrício e Valdívia, ofereceram possibilidades de variação tática. Não era a variação que eu gostaria – uma que teria meias de criação, peças indisponíveis no elenco – mas permitiu ao time disputar até o fim.

O autor do gol, Ewerthon, marcou novamente depois de inicar a partida no banco. Parece que ele rende melhor assim, quantro entra. O gol saiu na raça, na trombada, sem técnica, brilho e muito menos habilidade. O zagueiro Leandro havia sido expulso minutos antes, o que ajudou a abrir um espacinho para o balão de desespero estilo "último minuto" encontrar Edinho, que escorou para o atacante empurrar para o fundo das redes.

Foi pior do que ter vencido o time de Vanderlei Luxemburgo do fim de semana. Claro, no domingo o alviverde trouxe três pontos, enquanto hoje veio o empate. Mas foi muito bom ver o Palmeiras dominar o jogo contra a equipe de Muricy Ramalho.

quarta-feira, setembro 01, 2010

Mais de 100 mil fiéis saúdam o centésimo ano do Corinthians

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Às 19h30 desta terça-feira, eu estava trabalhando. Enquanto eu, com a atenção brutalmente desconfigurada, fazia o bastante para manter meu ganha-pão, milhares de corintianos já estavam no Vale do Anhangabaú – 110 mil segundo sites de notícias. Há quem diga que o vale não recebeu tantas pessoas desde o histórico comício das Diretas Já, em 1984.

A comparação é absurda (é?), sem dúvida. E antes mesmo de chegar ao histórico Vale, ouço do escritório na Libero Badaró os primeiros ruídos da festa alvinegra. Da sacada dói prédio, se ouve a dicotomia da existência corintiana: da direita, vem o som de Ronaldo e os Impedidos, banda roqueira que animou o princípio da festa; da esquerda, o que se ouve é a Fiel Torcida Corintiana, ignorando a atração e gritando hinos em honra de sua maior paixão, que é também sua propriedade.

O Corinthians não é um clube com uma torcida, mas uma torcida que tem um clube. A maioria deve achar graça disso, dessa impossibilidade, ainda mais em tempos de economicismo, de falta de humanismo, de não assumido elitismo, de direitismo, enfim. Mas Corinthians, de nascença, é coisa de esquerda. De revolucionário anarquista espanhol. De comunista italiano. De operário de todas cores e tamanhos que decidiu montar um time para jogar futebol em 1910. Ano em que nasceu meu avô, José Benício dos Santos, alagoano que se radicou em São Paulo e na República Popular do Corinthians, para onde levou seus filhos. E onde minha mãe, Maria Neusa, fiel não praticante, encontrou meu pai, Manoel Ribeiro, mineiro, comunista de linha chinesa, poeta e corintiano.

Todos trabalhadores, como os que primeiro se reuniram na rua Cônego Martins, esquina com a José Paulino, onde hoje está o marco de fundação do clube. Foram no Bom Retiro e enfiaram goela baixo de São Paulo que um time de operários podia disputar e ganhar os torneios da época. Foram para a Zona Leste e mostraram que um bando de piões poderia construir um estádio (o companheiro Miguel conta que seu bisavô jogou no Corinthians nos anos 1920 e doou tijolos para a construção do Parque São Jorge) e brigar como gente grande (como se dinheiro fosse condicionante para amadurecer e crescer). Foram para o mundo todo nas costas dessa Fiel Torcida que é sua alma.

Os outros, ora, são os outros, rivais com maior ou menor graça. Acreditem, não precisamos de vocês para existir, talvez, quem sabe, da dissidência que habita a rua Turiasssu, já que as dualidades resumem melhor os detalhes da vida humana e dão melhores enredos de faroeste, como deixaram claro Sérgio Leone e John Ford.

O santista Xico Sá em crônica da Folha de S. Paulo resumiu bem, e aqui abro espaço para alguns parágrafos do mestre:

“No meio do espetáculo que é a juventude roqueira, um cavaleiro solitário, rosto só vincos como um Samuel Beckett dos pobres, ajeitou os poucos cabelos, pediu uma cerveja, grudou o nariz na TV que parecia uma caixa de fósforo, de tão pequena, e dali por diante não conseguia enxergar nem mesmo a Karine com suas pernas de oncinha.
Foi neste momento solene que o cronista que ronda a cidade pensou mais uma vez: como SP precisa do Corinthians em campo. O tio ficou hipnotizado por 90 minutos diante da volta do seu time.
E não se tratava de um torcedor barulhento. É um daqueles fundamentalistas silenciosos. Sabe aquele cara que celebra ou morre por dentro sem alterar as feições?
No máximo, ele mexia um pouco com a perna esquerda, como se ajudasse a bola a correr mais depressa para o gol. Coisa de quem manja da arte da sinuca.
Um sábio. Essa história do centenário sem Libertadores, vê-se pelos seus gestos, não significa nada. Não trabalha com obsessões nem morte a crédito. Só um pouco de dinheiro vivo.
O cavaleiro solitário me confessaria depois da partida: "Essa molecada não sabe o que é o Corinthians. Ser Corinthians não significa ganhar. Basta existir. Pronto"."

Coisa linda de se sentir e se ler. Mais linda ainda de se ver, às 21h e pouco, depois de uma cerveja e um sanduíche no bar da esquina. Eram milhares, milhões os alvinegros presentes à festa do Anhangabaú. Da janela do trampo já havia ouvido Ronaldo e seus Impedidos, que ora contavam com Badauí e Japinha (do CPM 22), Paulão (da gloriosa Banda das Velhas Virgens) e o auxílio do rapper X, todos corintianos da mais pura lavra. Passearam também pelo centro Paula Lima, Xis, Rappin Hood, Negra Li e Nuwance.

Mas o verdadeiro mestre de cerimônias foi outro, um que com a camisa 10 e uma canhota precisa trouxe o primeiro Campeonato Brasileiro, em 1990. José Ferreira Neto, seguidas cervejas na cabeça, resumiu no palco a grandeza dos pequenos corintianos. Para deixar claro o que só a vivência pode declamar, em certo momento uma galera conseguiu subir em cima de um dos telões instalados no Pacaembu, quer dizer, Anhangabaú (perdoe a falha nossa). Um cabra pede pra descer, um outro diz que vai atrapalhar. Neto não perde tempo: “Desce daí, porra!!”, grita o ídolo. Não sobra um em cima da bendita TV. Quer dizer, tem mais um. “Pega esse cara, tira ele daí! Sai, porra!”

À parte os ousados manguaças, pouco incidentes podem comprometer os mais de 100 mil corintianos. Uma briga começa perto de mim, mas não se alastra. O que amigos indicam ser membro do grupo da Rua São Jorge se desentendem com um cabra da Gaviões. A tensão passa rápido, já que os brigões pulam todos a cerca e se resolvem fora da aglomeração.

A noite passa e os cantores são Maria Cecília & Rodolfo, que ficam mais do que o esperado. Na maioria das músicas, a Fiel faz questão de mostrar quem é que manda puxando gritos corintianos. A comemoração conta ainda com Ronaldo, Roberto Carlos, Dentinho, Andrés Sanches. Todos foram saudados com gritos de “Timão eo!” e assemelhados. Neto até puxou o nome de Andrés Sanches, chamando-o de “maior presidente da história corintiana”. Silêncio na galera. Agora chame por Biro Biro, Casagrande, Ataliba, Marcelinho Carioca , e ouça a Fiel entrar no clima.

A brincadeira acabou com a apresentação da e Bateria Unificada das Torcidas corintianas. À meia-noite, Neto chama os jogadores do atual elenco que estão no palco para frente. “Vem pra cá, hoje a torcida não vai xingar ninguém, não! Vem Souza – ta precisando melhorar, hein Souza!”. Contagem regressiva para a meia-noite. O Corinthians começa a viver seu centésimo ano.

Música, política e cachaça

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Em certo trecho do livro "Elisete Cardoso - Uma vida" (Lazuli Editora, 2010), o autor Sérgio Cabral recupera um episódio de 1970:

A presença de Elisete Cardoso em São Paulo levou o produtor Abelardo Figueiredo a convidá-la a cantar na mansão - também conhecida como Palácio de Mármore - do empresário Jorgito Chammas, acompanhada de grande orquestra, numa festa que o prefeito Paulo Maluf oferecia a numeroso grupo de empresários árabes. Lá pelas tantas, o prefeito, empolgado com o uísque que bebera, saiu da plateia e sentou-se ao piano para acompanhar a cantora. Acompanhou, de fato, uma música. Quando ensaiava acompanhar a segunda, Elisete fez-lhe o pedido que, com toda certeza, era o de todo o público presente:
- Prefeito, prefiro o senhor sentadinho na plateia.

terça-feira, agosto 31, 2010

Utópico

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Então parece que agora é oficial: o Corinthians finalmente terá seu estádio - que, de quebra, será também a arena que abrigará os jogos paulistanos da Copa de 2014.

A história mostra que temos que ter certo ceticismo ao falar de "estádio do Corinthians" (Sócrates que o diga) mas nunca a situação foi tão sólida quanto a atual. Há a necessidade de se resolver a questão de São Paulo e a Copa do Mundo, e o projeto tem o apoio das três esferas da administração.

Tenho visto por aí uma série de críticas em relação aos valores gastos (que enfatizam que, no fim da história, a conta será paga pelos cidadãos), e também pela politicagem que acabou fazendo com que o São Paulo Futebol Clube, dono do melhor estádio da cidade até então, fosse bizarramente preterido na hora de uma decisão tão importante.

Endosso a maioria das críticas. E, cá entre nós, não queria que o Futepoca fosse mais um depositário de todas elas - que, apesar de sábias e precisas, são bem repetitivas às vezes.

Gostaria de destacar outro ponto. É que, sendo utópico (daí o título do post), acredito que o tal estádio em Itaquera pode representar um bem danado para a cidade.


A Zona Leste, onde fica Itaquera, é a região mais carente de São Paulo. É distante geográfica e politicamente dos locais mais privilegiados da cidade. Lá falta uma série de coisas - ou melhor, falta uma política governamental mais ampla, coisa que nenhuma administração conseguiu resolver de maneira definitiva.

E, como até mesmo quem nunca botou os pés em São Paulo sabe, o trânsito da capital paulista é caótico. Mais ruas e (muito) mais transporte coletivo seriam um belo auxílio para reduzir o problema; mas outra alternativa, talvez tão precisa quanto, é desenvolver os bairros mais afastados da cidade para fazer com que o município tenha polos de emprego mais distribuídos, minimizando assim a necessidade de deslocamento entre seus moradores.

Ao fazer com que Itaquera sedie a Copa do Mundo, o governo - e aí estou falando, mais uma vez, das três esferas governamentais, de feitos de PT, PSDB e DEM, o negócio é suprapartidário, pro bem e pro mal - dá uma mão à Zona Leste e faz com que a região, tradicionalmente marginalizada, se beneficie com um evento de magnitude mundial.

Muito se tem falado por aí: "como que vão fazer uma Copa do Mundo em Itaquera!? Lá não tem nada!". Pois é, "não tem nada" mesmo. E, voltando à utopia, quem sabe esse "não ter nada" seja a maior virtude da região, e São Paulo venha, futuramente, agradecer à mãozinha que o extremo leste recebeu neste 2010.