Destaques

sexta-feira, dezembro 17, 2010

De como o artista driblava a 'rádio-patroa'

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Mais um trecho do livro de Paulo César Pinheiro do qual extraí outro post essa semana. Ele conta que o amigo e parceiro Baden Powell (foto) ficava muito infeliz durante suas temporadas de shows no exterior, por causa da "distância que o sufocava, da frieza do país que o rodeava, da solidão dos quartos de hotel em que se hospedava". Por isso, telefonava constantemente para Pinheiro e passava até uma hora no telefone. "Eu ouvia nitidamente o barulho das pedras de gelo nas paredes do copo. O chocalho da cascavel. E o uísque descendo como veneno, inoculado no sangue, cujo antídoto só encontraria atravessando o Atlântico". A vontade de Baden era voltar para sua casa no Itanhangá, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Numa dessas, largou uma turnê pelo meio, pagando pesada multa, e veio correndo para seu refúgio brasileiro. Pinheiro conta: "As festas dadas nessas ocasiões eram magistrais. Uma durou três dias. Um fim de semana. Essa quando acabou, havia, encostado num pedaço do muro que cercava o terreno, um outro muro. De vidro. Uma montanha de garrafas de cerveja, vodka e uísque". Porém, o maior problema do artista era driblar a vigilância da esposa. "Quando Baden se casava com alguém era logo etilicamente policiado. Sumiam todas as bebidas da casa. E ainda assim ele ficava de porre. Pra elas era um mistério. Onde ele bebia, se não saía dali, nunca, sozinho? Jamais descobriram a artimanha", relembra o parceiro.

Segundo Paulo César Pinheiro, colada ao muro dos fundos, na rua seguinte, havia a birosca do "seu" Manuel, que, ao contrário do que se pode pensar, não era português, mas sim alemão - e macumbeiro. "Baden contratou um pedreiro para construir, do lado de fora do muro, um nicho espaçoso e uma portinhola de madeira. Esticou uma corda até o balcão do boteco e lá pendurou um sino. Quando queria uma dose, abria a portinhola, puxava a corda e o sino tocava no ouvido do gringo. Seu Manel enchia o copo longo com o Drury's previamente negociado, punha gelo e o colocava no nicho. Era só abrir o fecho da portinha e esticar o braço. O badalo tinia o dia inteiro na tasca do tedesco". Como diziam na minha adolescência, "deu Drury's, tome um Dreher!"...

Em vez de encher a cara no fim de semana, converse com a garrafa

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Esperando um certo co-autor do Futepoca para um sóbrio e a seco almoço no centro da capital paulista,  deparei-me com um exemplar do Dicionário de Expressões Populares da Língua Portuguesa, da editora Martins Fontes. Por acaso o ponto de encontro era a livraria de mesmo nome, na praça do Patriarca.

O "expressionário" de João Gomes da Silveira – até o trocadilho é de autoria dele – é um catatau de 956 páginas com expressões muito consagradas, regional ou nacionalmente.

Por uma coincidência dessas que seria inexplicável se não fosse óbvia ideia fixa, as páginas se abriram no "encher a cara". A sinonimia é espantosa. Ainda queria saber se, por acaso, é o recorde do volume. É dessa lista que vem o "conversar com a garrafa", um dos mais eufemísticos da lista, que inclui de clássicos como "molhar o bico" a genéricos, como "entrar no embalo".

O Houaiss tem lista ainda mais extensa para beberrão (82) e embriagado (49), mas são verbetes e não expressões. Isso sem falar em cachaça, que tem 422 equivalentes – fora o show, já que consta, ao pé da lista, que foram deixadas de lado "locuções, fraseologia e os nomes de cachaça com misturas, assim como os das cachaças feitas com outra coisa que não a cana-de-açúcar".

Em termos de expressões, a variedade não é tão profícua, mas suficientemente animadora. São 50 opções para, em plena sexta-feira, o leitor do Futepoca poder variar a forma de expressar seus planos para o fim de semana.

À lista, extraída da obra:

 Prepare o vocabulário junto com os copos

Sinônimos para "encher a cara"
  • acender a lamparina
  • alertar as ideias
  • amarrar a cabra (reg. Pernambuco), a gata
  • apanhar uma, uma açorda, uma barrentina, uma bezana, uma bruega, uma cardina, uma carraspana, uma torta
  • arranjar uma sopeira
  • baixar o bico (reg. Maranhão)
  • beber com farinha, como um/feito um/que nem/que só gambá
  • carregar nas doses, os machos, os machinhos
  • comer rama
  • conversar com a garrafa
  • cultivar a vinha do Senhor
  • dar uma chamada
  • empenar o pneu
  • encher a caveira
  • entrar no embalo, pela pinga, por ele
  • esquentar o peito
  • meter-se em pileque, na bebida, na cachaça, na cana, no gole (reg. Ceará)
  • molhar o bico, o peito
  • montar num porco
  • pisar na mão (reg. da Bahia)
  • pôr óleo
  • puxar porção
  • quebrar munheca
  • tocar a gaita
  • tomar um prego, uma jorna, uma ximbreza, uma xumbrega, um oito, um pifão (reg. Pernambuco), um porre.
  • tomar-se da pingoleta
Fonte: Dicionário de Expressões Populares da Língua Portuguesa, de João Gomes da Silveira

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Consumo de refrigerante passa o feijão. Cerveja fica para trás

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Hoje o G1 estampa uma matéria com o seguinte título: Brasileiros consomem menos feijão e arroz e mais cerveja, aponta o IBGE. Nenhuma mentira no caso, mas o foco na cerveja mostra um certo juízo de valor e um relativo preconceito contra os apreciadores do suco de cevadis, como dizia o saudoso Mussum. O instituto mostra, entre os alimentos ditos líquidos, que o suco negro do capitalismo, representado pelo segmento de refrigerantes de cola, e a água mineral foram os produtos cujo consumo mais cresceu nos últimos oito anos, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009. O consumo de cerveja também aumentou em 23,2%, mas menos do que os 27,5% da água e os alarmantes 39,3% do líquido que borbulha. Compra-se, em média, 12,6 kg de refrigeirante de cola, enquanto a cervejinha não chega a 5,6 kg. Menos da metade!





Se a cevada fermentada teve aumento no
consumo, será que feijão fermentado, quer dizer,
feijoada, teve redução?

O estudo tem outros dados interessantes, como a redução do consumo de arroz e de feijão. Apesar disso, quase metade (45%) da alimentação seja de itens básicos de origem vegetal, como cereais, leguminosas e raízes e tubérculos. Óleos, gorduras vegetais e animal, açúcar de mesa e refrigerantes e bebidas alcoólicas respondem por apenas 28% do total das calorias ingeridas.

A mistura das refeições, formada por carnes, leite e derivados e ovos, mata 19% do apetite dos brasileiros sentados à mesa. Aquela lasanha de caixinha ou o macarrão instantâneo – sem contar o disque-pizza – sacia 4,6% das calorias totais mandadas para dentro pela população. O problema é que essa parte andou crescendo.

Juntas, estas informações mostram que a maioria das pessoas não se alimenta com porções de fritas de mesas de bar nem mantém o padrão adotado por moradores de repúblicas estudantis. E dá-lhe comercial!

Os detalhes estão aqui, mas aqui tem um gráfico que mostra a gravidade da coisa.

Lugar de mulher, ao sair do campo de futebol, é a cozinha

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A pérola acima é uma leitura possivel da cobertura da Band do Torneio Internacional Cidade de São Paulo de Futebol Feminino. Ou melhor, do acordo de patrocínio. A melhor em campo leva um Kit de produtos Bombril, a marca da palha de aço com mil e uma utilidades. Quem avisou foi o João Peres.

Na partida contra o Canadá em que houve empate, ninguém menos do que Marta, a melhor jogadora do mundo por três anos consecutivos e favorita para sagrar-se pela quarta vez, ganhou os presentes por ser a Craque da marca. Que prêmio!



A companhia acredita que pode "valorizar a atuação da mulher em diferentes áreas" com a campanha. O problema é que dando um kit de produtos, reforça-se a ideia de que, ao deixar o gramado, espera-se das atletas que cheguem em casa para fazer faxina. Pior do que essa ideia, só a troça de Dudeef, no Twitter, que sugeriu uma vassoura para a pior em campo. Seria bem mais de mau gosto.

Disputado por seleções, com jogos no estádio do Pacaembu e final previsto para este domingo, 19, a competição teve, além dos países citados, Holanda e México.

Falando (mais) sério
Antigamente, quando jogo de futebol era ouvido por aparelhos sonoros movidos a pilha – quiçá transistorizados –, o melhor em campo levava um motorádio pela Rádio Globo. A empresa nem existe mais com esse nome. Já houve ocasião em que jogos de pneus e outros serviços automotivos eram oferecidos. Houve até trena que patrocinava o gol – sem falar em marca de tinta que faz merchã do melhor lance de cada etapa da partida.

Foto: Audiorama/Reprodução
Quem leva o Motorádio?

O foco, obviamente, era menos incentivar o atleta do que divulgar os produtos para os torcedores. No caso do equipamento de som automotivo, poderia até ser, já que era um tempo em que jogador ganhava menos, mas, assim como hoje, queria status. Mas ninguém esperaria que camisa 10 de time nenhum empunhe rolo de lã e brocha para dar uma demão de tinta em sua casa.

A mesma função tem o patrocínio da Bombril, alcançar a audiência mais do que as atletas. O torneio transmitido pela emissora é apenas o primeiro patrocinado pela marca de produtos para o lar. O Torneio Internacional de Clubes também terá o mesmo apoio, o que é uma notícia boa, considerando um esporte como o futebol feminino que necessita de patrocínio para se desenvolver mais no país. Não se sabe o kit permanecerá.

Mas será que a maior parte da audiência é de mulheres? Se for, que bom. Mas era mesmo necessário associá-las à segunda jornada de trabalho, em casa, cuidando do asseio? Assim como a maior parte dos patrocinadores atuais, era só apoiar o esporte e deixar a parte do brinde – e das piadas subsequentes – pra lá.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Questão de caráter

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Em mais um volume da série "Histórias das minhas canções", da Editora Leya, o poeta, compositor e escritor Paulo César Pinheiro conta uma passagem interessante sobre o fantástico Alfredo da Rocha Viana, o Pixinguinha (foto):

"Morando em São Cristóvão ainda, próximo do centro da cidade [do Rio de Janeiro], fui algumas vezes ao Bar Gouveia, na rua Sete de Setembro, em seu ponto de fé, atrás de um bom papo com o chorão. (...) Alguns sentavam-se à sua mesa, também, para ouvi-lo. Jamais foi deseducado ou deselegante com sua enorme legião de fãs. Pra um, uma vez, que, não por maldade, mas por cuidados com sua saúde, lhe dissera que a bebida fazia mal, Pixinga retrucou com uma frase que ecoa ainda hoje em minha mente:
- Meu filho, bebida só faz mal pra quem não tem caráter."

terça-feira, dezembro 14, 2010

A zebra é realmente africana

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O Todo Poderoso Mazembe, do Congo, mostrou hoje o porquê de seu nome eliminando o Internacional da final do mundial de clubes.


E nem pode reclamar, não houve nenhum tipo de roubo ou qualquer coisa de anormal.

Apenas um time aplicado, bem fechado e que aproveitou duas chances para fazer seus gols em contra-ataques por meio de atacantes velozes e de boa técnica.

O que resta para os brasileiros nessa história (com exceção dos contentes gremistas) é ver como o futebol está se desenvolvendo em outros centros, tornando-se um esporte muito mais rápido e com jogadores fisicamente fortes. Não basta a decantada técnica brasileira para ganhar mais nada.

É necessário crescer física e tecnicamente. Até porque os resultados não são bons em decisões contra times africanos, como se viu em seleções olímpicas.

O jogo

Rafael Sóbis deve ter perdido pelo menos umas três finalizações, que acabaram com defesas acrobáticas do goleiro Kidiaba.

O goleiro Renan falhou pelo menos no segundo gol e o técnico Celso Roth errou, pelo menos, ao tirar Sóbis, o que mais tinha feito conclusões até o momento para pôr Oscar, garoto ex-jogador do São Paulo, que nada produziu. A saída de Tinga para a entrada de Giuliano também nada colaborou diante da forte marcação dos africanos. E o esquema com três volantes de Roth também demonstrou-se um equívoco.

Fica a lição para as próximas edições. E esperar para ver se os sul-coreanos vão aprontar também para cima da Inter de Milão, fazendo uma inédita final entre africanos e asiáticos e mostrando que algo de novo acontece no mundo da bola.


Celso Roth eterno!

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Não posso tecer comentários, pois não vi a partida (o Frédi viu). Mas, longe de subestimar o time congolês do Mazembe, só quero registrar meu espanto diante da vitória dos africanos por 2 a 0 sobre o Internacional de Porto Alegre, hoje, pelo Mundial de Clubes da Fifa. Eu sabia que um dia isso ainda ia acontecer, pois em torneio mata-mata tudo é possível. Meu próprio time, em 2005, passou aperto para vencer o Al Ittihad, da Arábia Saudita, por 3 a 2, na mesma fase semifinal. Porém, ainda que seja plausível dar zebra, quando dá sempre é inacreditável, histórico, antológico. E o técnico Celso Roth (foto), tão aclamado pelo justo e merecido título da Copa Libertadores deste ano, carregará para o túmulo esse vexame vivido no Estádio Mohammad Bin Zayed, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Só falta o Seongnam, da Coreia do Sul, vencer a Internazionale de Milão, amanhã, para termos uma espécie de Bragantino x Novorizontino (decisão do Campeonato Paulista de 1990) dos Mundiais de Clubes. E eu imagino a festa ensandecida dos gremistas no Rio Grande do Sul, uma hora dessas...

Sim, Pelé foi campeão brasileiro. Seis vezes

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Embora ainda não tenha sido sido publicada no site da CBF até o momento em que esse post foi feito(que, mesmo novo, continua com a agilidade de sempre), como bem lembrou o Victor do Blablagol, a entidade finalmente vai reconhecer os títulos da Taça Brasil e do Roberto Gomes Pedrosa, torneios nacionais disputados antes de 1971, como Campeonatos Brasileiros. Agora, a discussão de boteco referente ao título desse post ganha ingrediente "oficial". Pelé foi campeão brasileiro sim, seis vezes, sendo cinco delas seguidas. Ele e outros tantos craques da geração mais gloriosa e técnica do futebol brasileiro, que ganhou três títulos mundiais antes do dito Brasileirão começar a ser disputado.

Assim, Santos e Palmeiras passam a ser oficialmente os maiores campeões brasileiros da História, com oito títulos cada um. Claro que isso ainda vai render debates etílicos e sóbrios por aí, mas, na modesta opinião desse escriba, a decisão é justa, ainda que tardia. Há quem discorde e tem também quem ache que o Robertão se assemelhava mais ao Brasileirão, enquanto a Taça Brasil seria um equivalente à Copa do Brasil da época, como opina Mauro Beting.

Recorte de jornal de 1963: Santos, bicampeão brasileiro
Claro que, se levarmos em consideração o formato, a Taça Brasil de fato se assemelha ao torneio vencido pelo Santos em 2010. No entanto, é preciso considerar as diferenças. A primeira e principal é que era o único torneio nacional à época, enquanto a Copa do Brasil não. Ou seja, era o único meio de medir a força de um time nacionalmente e caminho único para a Libertadores. Não era possível organizar um torneio longo por conta dos custos que seriam altíssimo para os clubes, além de ser inviável por conta das condições do sistema de transportes nacional. O mata-mata era a solução mais simples.

E se o formato, eliminatório e que contava com a participação dos campeões estaduais em uma época em que ninguém se atrevia a chamar tais competições no diminutivo (ver aqui) de fato se assemelha ao início da Copa do Brasil (hoje há times que têm vaga garantida graças ao ranking da CBF), também lembra critérios de classificação para o Brasileirão do início dos anos 1980. Ali, a chamada Taça de Ouro (um dos inúmeros nomes que a competição teve desde 1971) reunia os melhores times dos estaduais, São Paulo, por exemplo, classificou seus sete primeiros colocados em 1981 para o torneio de 1982, e quatro para a Taça de Prata. Ou seja, o critério de classificação eram os estaduais também.

E, como diz o jornalista Odir Cunha, um dos grandes (talvez o maior) defensores da unificação, a CBF não "oficializa" os títulos anteriores a 1971, já que esses eram oficiais, pois os torneios eram organizados pela antiga Confederação Brasileira de Desportos, a CBD, responsável pelo futebol tupiniquim antes da entidade dirigida por Ricardo Teixeira. Ou seja, ninguém está inventando a roda, só reconhecendo que ela existia. E girava bonita a danada...



Mais sobre o assunto:

Belluzzo, o caçador de títulos perdidos

São Paulo tricampeão e os que tentaram antes

Fifa reconhece Santos como octacampeão

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Propaganda de associação de ateus é barrada em Porto Alegre e Salvador

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Clique para ver a imagem maior

Estava programada para se iniciar hoje, em Porto Alegre e Salvador, a divulgação de uma campanha em ônibus com mensagens sobre ateísmo. São quatro peças diferentes, retratadas acima, que não puderam circular nos 15 veículos contratados nas duas cidades já que a iniciativa, promovida pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), foi barrada.

Na capital baiana, a empresa responsável pela veiculação entrou em contato com a Associação informando que não iria tocar a campanha por temer a ação do Estado e dos empresários de ônibus. Já em Porto Alegre, a Agência de Transportes Públicos vetou a divulgação argumentando que a mesma infringe uma lei municipal que veta temas religiosos na publicidade de coletivos.

A Atea, em sua página eletrônica, explica o que pretende com as quatro mensagens. "Nossos objetivos são conseguir um espaço na sociedade que seja proporcional aos nossos números, diminuindo o enorme preconceito que existe contra ateus, e caminhar rumo à igualdade plena entre ateus e teístas, que só existe quando o Estado é verdadeiramente laico - o que está muito, muito longe de acontecer." Para os defensores e pseudo-defensores da liberadade de expressão, está aí uma boa pauta.

Bebendo e aprendendo

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Uma amiga jornalista (só podia ser...) posta no Facebook:

"A última sexta-feira me ensinou muitas coisas. Por exemplo, aprendi que a mistura de Citrus com vodca resulta numa versão improvisada de Smirnoff Ice. Que vinho tinto com guaraná se transforma em algo bem próximo de Keep Cooler."

Meu comentário eu deixo em linguagem internética: medo.com

sábado, dezembro 11, 2010

Fenômenos pós-2010

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Daniel Lírio, psicanalista, escritor e corintiano, não necessariamente nessa ordem, escreveu ao Futepoca com um artigo de sua autoria. Ele associa duas ilustres ausências, uma na eleição 2010 e outra na Copa do Mundo na África do Sul. Lula e Ronaldo.

Fotos: Ricardo Stuckert/Presidência
Jogo dos 7 erros: Lula e Ronaldo. Acima, em maio de 2009,
abaixo em junho de 2005. Note-se que a
gravata e o terno do presidente são virtualmente os mesmos

A primeira vez sem Lula e Ronaldo na seleção

Daniel Lirio

No Brasil, há uma dessas coincidências que fazem a vida real muito mais interessante do que a ficção: copa do mundo e eleição presidencial ocorrem sempre no mesmo ano. Assim, a cada quatro anos, o país se passa a limpo, nosso passado, nosso futuro, nossos heróis. Os comandantes são coroados ou tornam-se vilões para a eternidade. A história recente da política e do futebol é protagonizada por duas personagens surpreendentes: Lula e Ronaldo.

Em 2010, houve a primeira eleição presidencial sem Lula dos últimos 50 anos, e a primeira copa sem Ronaldo dos últimos 20 anos. Nessas duas últimas décadas, portanto, eles ajudaram a escrever a história de nosso país, nossas vitórias, conquistas e, também, frustrações. Pode-se dizer que  Lula saiu vitorioso de duas campanhas para presidente – três se incluir esta em que esteve ausente mas foi decisivo para eleger sua sucessora –, assim como Ronaldo foi eleito o melhor jogador do mundo três vezes; é o maior goleador da história das copas.

Foto: Juliana Paes/Divulgação-Flickr
Para além das conquistas, inteligência e capacidade de improviso, eles também foram marcados por momentos difíceis, dentro e fora de campo. Os escândalos, alianças inesperadas, denúncias e, principalmente, as contusões os obrigaram a cortar na carne – se ainda reconhecível, pode-se dizer que o corpo transfigurado de hoje é muito diferente do que na juventude. Apesar das dúvidas, eles ressurgiram; reinventando-se, descobriram novos atalhos no campo e retornaram mais alegres e confiantes do que nunca.
Esse enredo ficcional transcendeu o campo estrito de suas profissões, e eles se tornaram estrelas da mídia, no Brasil e no mundo. Lula virou filme e Ronaldo acaba de ser convidado para atuar em Hollywood, ao lado da atriz Juliana Paes. Onde quer que vá, Ronaldo é o “o cara”, sempre presente em jornais e noticiários de todo o globo. Por sua vez, qual empresa não sonharia em ter Lula como seu garoto propaganda? O fascínio desses personagens supera as críticas e elogios que bem merecem, e a imagem deles aparece por toda parte. É impossível evitá-la.

As personagens também coincidem pela infância pobre e pela paixão declarada ao Corinthians. Curiosamente, os papéis se invertem: no planalto, Lula joga futebol; na seleção, Ronaldo era chamado de “presidente”. Enfim, fora da seleção de 2010, eles nunca apareceram tanto na mídia, e de forma tão apaixonada... e apaixonante.  Ficção e realidade confundem-se totalmente.

Agora com os dias contados, eles já avisaram que vão continuar jogando, sabe-se lá se na diretoria do Timão, ou em qualquer outra forma política de atuar pelo Brasil, ganhando e perdendo, sem perder a esportiva. O fato é que, nas últimas décadas quem duvidou que pudessem superar seus obstáculos pagou a língua; e quem poderá saber as surpresas que nos aguardam? Quem duvidava de uma copa no país, também duvidava do estádio do Corinthians e continua duvidando que o time conquiste a Libertadores da América. O mais sensato é apostar que Lula e Ronaldo permanecem no palco, surpreendendo. São Fenômenos.


Daniel Lirio é corintiano, escritor e psicanalista, não necessariamente nessa ordem. Escreveu ao Futepoca por considerar que é o único lugar em que poderia ser publicado.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 63

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TURMA DO FUNIL
(Antonio Carlos Jobim/ Chico Buarque/ Mirabeau/ Oliveira/ Castro)

Tom Jobim, Miúcha e Chico Buarque

Quando é tão densa a fumaça
Que o tempo não passa
E a porta do bar já fechou
Quando ninguém mais tem dono
O garçom tá com sono
e a primeira edição circulou
Quando não há mais saudade, nem felicidade
Nem sede, nem nada, nem dor
Quando não tem mais cadeira
tomo uma besteira de pé no balcão
Eis que da porta do fundo
Do oco do mundo
Desponta o cordão

Chegou a turma do funil
Todo mundo bebe
Mas ninguém dorme no ponto
Ah, ah, ah, ah!
Mas ninguém dorme no ponto
Nós é que bebemos
e eles que ficam tontos, morou
Eu bebo sem compromisso
É o meu dinheiro
Ninguém tem nada com isso
Enquanto houver garrafa
Enquanto houver barril
Presente está a turma do funil

(Do LP "Miúcha & Tom Jobim", RCA Victor, 1979)

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Lula defende WikiLeaks

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Sobre o caso do WikiLeaks e a prisão de Julian Assange, o presidente Lula deu mais um motivo de orgulho para este manguaça que é seu eleitor. Foi autor da primeira defesa pública de um chefe de Estado da liberdade de expressão do site. Depois vem vagabundo falar que o PT ameaça à democracia.


O estandarte do sanatório geral (vai passar)

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No intervalo entre quatro estações do metrô de São Paulo, escuto alguns trechos curiosos de conversas entre passageiros que embarcam ou desembarcam:

"-Ele não tinha dinheiro, daí acabou fazendo no cemitério."

"-A primeira coisa que eu preciso fazer é mudar o som da minha risada."

"-Se você começa a investigar, vai ver que ele fuça a vida de todo mundo."


E eu ainda nem tinha bebido. Mas providenciei.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Se fosse no Brasil, derrubaria ministro

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Deu no blog do Wikileaks no Brasil.

Em 2002, depois da primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu era visto como "discreto", em contraposição ao "radical" Aloízio Mercadante.

Foto: Reprodução


A moderação e proporcional elogio ao então futuro ministro-chefe da Casa Civil tem virtualmente nenhum efeito prático. Mas se fosse no Brasil, era capaz de derrubar ministro. Qualquer denúncia ganha "fôlego" na imprensa se incluir o nome daquele que despertava os instintos mais primitivos em Roberto Jefferson e que é acusado de ser "chefe de quadrilha" no inquérito do Mensalão.

O mais curioso é que a sentença sobre quem seria quem na equipe de transição mostra que Dirceu se "safou" do veredicto da embaixada no Brasil. Em reunião com o subsecretário de estado americano Otto Reich, Mercadante explicava com eloquência a prioridade do Mercosul, quando foi interrompido por Dirceu lembrando que os acordos bilaterais também eram importantes.

Foto: Reprodução
Reich descreve Mercadante como radical e alguém que quer convencer os outros, com o dedo em riste em direção ao interlocutor. Dirceu se comportava como "o primeiro entre os iguais", em uma telegráfica referência à máxima de George Orwell em Revolução Animal – "Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros".

O terceiro membro da conversa, Antonio Palocci, que agora é futuro ministro da Casa Civil, é o dono de um canto de sereia voltado ao mercado.

Picuinha internacional
Em uma reunião de meia hora, impressões em telegramas. Mudou muito pouca coisa na relação entre os dois países. E agora todo mundo fica sabendo. Pena que não tinha espaço no telegrama para comentários sobre o bigode do Mercadante, o cacoete do Palocci e o erre puxado do Zé Dirceu.

Revolução Cantona não abala sistema financeiro

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"Allez, Cantona", cantaram os torcedores do Manchester United em ritmo de Marsellesa por cinco anos na década de 1990. O hino de apoio a Éric Cantona, o maior e mais polêmico ídolo de então – em uma época em que David Beckham já despontava na equipe – foi parte do divertido A procura de Éric.

Mas Éric Cantona é mais do que um ídolo que inspirava torcedores por seu sarcasmo e ironia nem sempre fina. Ele é cheio de ideias revolucionárias. Foi com esse tipo de intuito que ele ajudou a armar, desde outubro, uma revolução.

Fulo da vida com os bancos franceses que consumiram recursos públicos depois de anos de lucros, Cantonas sugeriu que se tirassem uns € 10 milhões dos bancos por meio de saques, as instituições financeiras teriam problema. A convocação ocorreu em 6 de novembro, à Presse-Océan.

O roteirista belga Géraldine Feuillien e o comediante francês Yann Sarfati criaram um site. Ativistas se mostraram a favor. E uma legião de adeptos prometia mesmo ir ao banco sacar dinheiro e depositar tudo no Crédit Cooperatif, um banco cooperativo sem fins lucrativos.

A data cabalísica era dia 7 de dezembro – ontem, terça-feira. A ideia era fazer um protesto sem ir às ruas nem pegar em armas, mas atingir o sistema financeiro e mostrar insatisfação. 



Se fosse em um país hispanófono, seria o dia do "Retirazzo" (menos na Argentina, onde seria um novo "Corralito"). No Brasil, seria o "Dia do Sacão", o que comprometeria de saída o sucesso da operação.

Mas o Bank Run, ou Revolução Cantonas, falhou. Quase ninguém apareceu para sacar. Nem mesmo o garoto-propaganda das ações abalou-se a comparecer à agência do BNP Paribas de Marselha, onde é correntista, para fazer sua parte. Gol contra, cravou a Reuters. É bem verdade que ele defendeu a ideia em uma entrevista, não mobilizou as pessoas. Mas por que perder a piada?

Apesar de a história ter bombado no Facebook e na mídia, com direito a grita de acadêmicos, do governo e da oposição.

Ficou para a próxima.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Um 'Programa do Jô' bêbado é mil vezes melhor!

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Um velho projeto do Futepoca seria o de produzir o "Mesa quadrada futebol manguaça", um desses programas televisivos em que se debate os jogos da rodada, só que transmitido ao vivo direto do bar, com todos os apresentadores bebendo cerveja. Garanto que seria muito mais interessante que todos esses chatos, dispensáveis e moralistas programas estilo "mesa redonda" que empesteiam a programação brasileira. No mínimo, geraria muitos vexames e discussões surreais. Pois agora descubro que algo do gênero já foi produzido, só que na linha do talk show: o músico, cantor e compositor gaúcho Júpiter Maçã apresentou na MTV, totalmente encachaçado, um arremedo de "Programa do Jô", com direito até a um bongô como o que o comediante às vezes se atreve a tocar. A entrevista com o colega Rogério Skylab é memorável. Júpiter torce a língua o tempo todo e o papo descamba para o delírio nonsense. Se você assistir bêbado(a), melhora mais ainda:

Brasileirão teve a pior média de gols e a melhor de público desde o início dos pontos corridos

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Um paradoxo interessante ocorreu este ano no Campeonato Brasileiro: desde 2003, ano em que foi implantado o sistema de pontos corridos, foi a edição que teve pior média de gols (2,57) e, ao mesmo tempo, a melhor média de público (19.914 pagantes) por partida. Ou seja, por esse viés, quanto menos gols, mais gente atrai. Será a consagração da máxima de Carlos Alberto Parreira, para quem "o gol é apenas um detalhe"? Outro dado interessante é que esse também foi o Brasileirão com menor média de cartões desde 2004: 4,82 por jogo - em contraposição ao recorde absoluto de 2009, que teve média de 6,01.

Um exemplo da "seca" de bola na rede é a soma dos cinco principais artilheiros de 2009 e dos cinco deste ano. Ano passado, Adriano (Flamengo), Diego Tardelli (Atlético-MG), Val Baiano (Grêmio Barueri), Washington (São Paulo) e Alecsandro (Internacional) somaram 89 gols. Já nesta última edição, Jonas (foto), do Grêmio, Neymar (Santos), Bruno César (Corinthians), Elias (Corinthians) e Obina (Atlético-MG) marcaram juntos apenas 78 gols. Em 2010, alguns times tiveram média inferior a 1 gol por jogo, casos do Guarani (0,86) e Ceará (0,92).

Quanto ao público, o dado mais curioso é que, na lista das cinco partidas que atraíram mais gente neste Brasileirão, nenhuma (repito: nenhuma) teve presença do Corinthians. Os jogos com maior público foram, pela ordem, Vasco 2 x 2 Fluminense (66.757 pagantes), Flamengo 0 x 0 Vasco (50.447), Fluminense 3 x 0 Internacional (49.471), Grêmio 3 x 0 Botafogo (45.420) e Grêmio 2 x 2 Internacional (45.234). Para nenhuma surpresa, todos (repito: todos) os jogos com menor público tiveram presença do Grêmio Prudente. Quando goleou o Goiás por 4 a 1 em casa (à esquerda), atraiu só 674 testemunhas.

Pra constar, as médias de público pagante dos pontos corridos foram: 10.468 (2003), 8.085 (2004), 13.765 (2005), 10.710 (2006), 17.255 (2007), 16.712 (2008), 17.914 (2009) e 19.914 (2010). Já as médias de gol por partida foram: 2,88 (2003), 2,78 (2004), 3,13 (2005), 2,63 (2006), 2,76 (2007), 2,72 (2008), 2,87 (2010) e 2,57 (2010). Por fim, as médias de cartões (amarelos e vermelhos) por jogo, com exceção de 2003, que não encontrei: 5,23 (2004), 5,53 (2005), 5,97 (2006), 5,57 (2007), 5,78 (2008), 6,01 (2009) e 4,82 (2010).

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Se for beber, não leve seus elefantes

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Mais uma sórdida tentativa de criminalizar a manguaça como causa, sendo que me parece ter sido apenas o meio. Na Índia (onde nasceu Mauro Beting), cerca de 70 elefantes bêbados mataram quatro pessoas e destruíram várias casas. A manada de manguaças invadiu um estoque de uma bebida fermentada de arroz e deixou um rastro de destruição nos estados de Bengala Ocidental e Orissa. Dias depois, foram encontrados dormindo. Tudo bem, tem que vigiar e punir, mas garanto que a causa de tanta violência deve ter sido o estresse com os maus tratos, trabalhos forçados e condições aviltantes que os humanos impõem aos pobres animais. Com umas e outras na cabeça, decidiram se vingar. Ou sei lá, talvez tenham bebido Kaiser e se revoltado...

Balanço de 40 edições do Brasileirão

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Se considerarmos que o bagunçado torneio de 1987 foi um só, com dois campeões, o Brasileirão encerrou ontem sua 40ª edição. Ou melhor, sua 40ª edição a partir de 1971, quando a CBF decidiu criar um campeonato nacional com caráter oficial - mas essa contagem pode mudar em breve, pois os clubes campeões da Taça Brasil (disputada entre 1959 e 1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967 a 1970) estão reivindicando o reconhecimento de seus títulos. Buenas, isto posto, o ranking dos vencedores do torneio, em quatro dezenas de disputas, é o seguinte:

1º - São Paulo e Flamengo* (6 títulos cada um)
2º - Palmeiras, Vasco e Corinthians (4 títulos cada)
3º - Internacional-RS (3 títulos)
4º - Grêmio, Santos e Fluminense (2 títulos cada)
5º - Atlético-MG, Guarani, Coritiba, Sport*, Bahia, Botafogo-RJ, Atlético-PR e Cruzeiro (1 título cada)
*Considerando que Flamengo e Sport foram campeões em 1987.

A divisão por estados, com a sequência de dois títulos cariocas, ficou assim:

1º - São Paulo (17 títulos)
2º - Rio de Janeiro* (13 títulos)
3º - Rio Grande do Sul (5 títulos)
4º - Paraná e Minas Gerais (2 títulos cada)
5º - Bahia e Pernambuco* (1 título cada)
*Considerando que Flamengo e Sport foram campeões em 1987.

Quanto aos técnicos, Muricy Ramalho já está a um título de alcançar a liderança:

1º - Vanderley Luxemburgo (5 títulos: 1993, 1994, 1998, 2003 e 2004)
2º - Muricy Ramalho (4 títulos: 2006, 2007, 2008 e 2010)
3º - Rubens Minelli (3 títulos: 1975, 1976 e 1977) e Ênio Andrade (1979, 1981 e 1985)
4º - Osvaldo Brandão (2 títulos: 1972 e 1973), Telê Santana (1971 e 1991), Carlinhos* (1987 e 1992) e Antônio Lopes (1997 e 2005)
5º - Mário Travaglini (1 título: 1974), Carlos Alberto Silva (1978), Cláudio Coutinho (1980), Paulo César Carpegiani (1982), Carlos Alberto Torres (1983), Carlos Alberto Parreira (1984), Pepe (1986), Jair Picerni* (1987), Evaristo de Macedo (1988), Nelsinho Rosa (1989), Nelsinho Baptista (1990), Paulo Autuori (1995), Luiz Felipe Scolari (1996), Oswaldo Oliveira (1999), Joel Santana (2000), Geninho (2001), Emerson Leão (2002) e Andrade (2009)
*Considerando que Flamengo e Sport foram campeões em 1987.

Em relação os artilheiros, Jonas fez bonito pelo Grêmio e entrou em 6º no ranking:

1º - Washington (Atlético-PR), 34 gols (2004)
2º - Dimba (Goiás), 31 gols (2003)
3º - Edmundo (Vasco), 29 gols (1997)
4º - Reinaldo (Atlético-MG), 28 gols (1977)
5º - Careca (São Paulo), 25 gols (1986)
6º - Túlio (Botafogo-RJ), 23 gols (1995)
----Jonas (Grêmio), 23 gols (2010)
7º - Serginho (Santos), 22 gols (1983)
----Romário (Vasco), 22 gols (2005)
8º - Ramon (Santa Cruz), 21 gols (1973)
----Zico (Flamengo), 21 gols (1980)
----Viola (Santos), 21 gols (1998)
----Romário (Vasco), 21 gols (2001)
----Keirrison (Coritiba), 21 gols (2008)
----Kleber Pereira (Santos), 21 gols (2008)
----Washington (Fluminense), 21 gols (2008)
9º - Serginho (São Paulo), 20 gols (1982)
----Zico (Flamengo), 20 gols (1982)
----Edmar (Guarani), 20 gols (1985)
----Romário (Vasco), 20 gols (2000)
----Dill (Goiás), 20 gols (2000)
----Magno Alves (Fluminense), 20 gols (2000)
----Josiel (Paraná), 20 gols (2007)
10º - Paulinho (Vasco), 19 gols (1978)
-----Amoroso (Guarani), 19 gols (1994)
-----Túlio (Botafogo-RJ), 19 gols (1994)
-----Luís Fabiano (São Paulo), 19 gols (2002)
-----Rodrigo Fabri (Grêmio), 19 gols (2002)

Observação final: com as confusões em campeonatos como os de 1979, 1987 e 2005, por exemplo, é óbvio que, nestes dados, há controvérsias.