Destaques

sexta-feira, dezembro 24, 2010

Bonde errado

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Sondado recentemente por Corinthians e Palmeiras e vivendo momento ruim (pra variar) no Roma, o eterno manguaça Adriano viveu seu último grande momento no futebol em 2009, quando sagrou-se campeão brasileiro pelo clube que o revelou, o Flamengo. Mas nem isso garantiu para ele uma vaga na seleção de Dunga, que disputou este ano a Copa da África do Sul. O que, no final das contas, poupou o manguaça de mais uma derrota em mundiais. Na subida para o Largo do Guimarães, em Santa Teresa, Rio de Janeiro, registrei uma curiosa pintura sobre o "bonde errado" que Adriano deixou de pegar para terras africanas:


Som na caixa, manguaça! - Volume 64

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MINHA HISTÓRIA (GESUBAMBINO)
(Dalla/ Pallotino - versão: Chico Buarque)

Chico Buarque

Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente, laiá, laiá,laiá, laiá

Ele assim como veio partiu não se sabe prá onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada, pregada na pedra do porto

Com seu único velho vestido, cada dia mais curto, laiá, laiá,laiá, laiá
Quando enfim eu nasci, minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se eu fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré, laiá, laiá, laiá, laiá
Minha mãe não tardou alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor, laiá, laiá, laiá,laiá

Minha história e esse nome que ainda carrego comigo
Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus, laiá, laiá
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus
Laiá, laiá, laiá,laiá

(Do LP "Construção", Philips, 1971)

O importante é levar vantagem, certo?

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Caminhando pela Praia Linda (foto), em São Pedro da Aldeia (RJ), resolvo parar num quiosque para traçar meia porção de camarão ao alho e óleo acompanhada de uma geladíssima Devassa (de garrafa grande). E estou lá, contemplando a vastidão da Lagoa de Araruama, quando chega o manguaça, trançando as pernas e cantando: "Numa moto foi embora pra cidade, que infelicidade, ela foi sentada atrás..." ("Motoqueiro", a sequência de "Fuscão preto", do Almir Rogério). Deve ter seus 70 anos, é bem negro, com alguns fios de cabelo branco, está sem camisa e com uma bermuda feita de uma velha calça social azul marinho. Os vira-latas da praia começam a latir alto para a cantoria do bebum, que pede uma pinga e continua com seu cíclico "Numa moto foi embora pra cidade..." (será que ele caiu na cachaça por ter sido abandonado no altar?). Vai daí que uma mulher, de canga e biquini, chega ao balcão para acertar a conta de sua mesa. O dono da tapera vai listando o preço de cada item quando o bêbado interrompe:

- Peraí! Quanto custa a garrafa de cerveja?

- É R$ 2,80 - responde o quiosqueiro.

- Pô, uma garrafa inteira custa só R$ 2,80? E por que um copinho de cachaça custa R$ 1,00? - indigna-se o manguaça.

- É porque cachaça mata mais rápido.

- Ah, sim! Agora eu vi vantagem! Bota mais um copo!

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Nove ministras e uma presidente

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A presidente eleita Dilma Rousseff bateu o martelo em seu ministério. São 37 nomes, da Fazenda à Pesca, da Agricultura ao Desenvolvimento Agrário. Do total, nove são mulheres, menos de um quarto. Com a inclusão da mandatária, seriam 10 moças para 28 marmanjos no primeiro escação, quase um time de futebol feminino na Esplanada dos Ministérios.

Fosse Luiz Inácio Lula da Silva a analisar, ele diria que nunca, na história da República, tantas mulheres ocuparam cargos de tanto destaque. Para um país que tem uma inédita presidenta (para usar novamente termos do mandatário da nação), esses 24% podem ser vistos como um sinal da conquista feminina por espaço de poder, ainda que decorrente de uma decisão política.



Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Miriam Belchior,
futura ministra
do Planejamento



Mas pode parecer pouco levando-se em conta dois indicadores. O Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 51% dos 190 milhões de pessoas que habitam o país são do sexo feminino. O outro dado é um exercício matemático realizado até pela campanha de Dilma no início do segundo turno.

Os votos de 61% dos eleitores brasileiros na disputa presidencial de 3 de outubro foram para mulheres. É que além dos 43% da petista, 18% foram para a senadora Marina Silva (PV-AC). Seria exagero entender, apenas por este dado, que a maioria da população quer mulheres no poder.

Especialmente considerando-se que a discussão sobre ações afirmativas para conduzir mulheres ao poder tenha ampla resistência. Foi motivo de "gatos" alaranjados, por parte dos partidos políticos, a garantia formal de 30% de participação feminina nas candidaturas e 5% dos recursos para programas voltados às mulheres. E ainda agravado pela desidratação dessas postulações pela míngua de financiamento, como constatou o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).




Foto: Wilson Dias/
Agência Brasil
Maria do Rosário,
que assume a
Secretaria de Direitos
Humanos em janeiro



Relativamente
A presença de mulheres em outras instâncias de poder fica ainda mais restrita. Nas duas casas do Congresso Nacional, das 594 excelências, 55 são mulheres atualmente; serão 57 em 2011.

Para detalhar: no Senado, 15% dos 81 representantes dos estados a partir do ano que vem são mulheres. Isso quer dizer duas a mais do que o ocorrido hoje – sendo que uma delas, Ana Rita Esgário (PT), assume como suplente a vaga do governador eleito do Espírito Santo Renato Casagrande (PSB-ES). Na Câmara, o número de deputadas foi mantido em 45, embora tenha ocorrido ampla renovação.

No comando dos estados, vale lembrar que o país voltará a ter apenas duas mulheres como governadoras, mesmo número de oito anos atrás. Isso representa 7% dos 26 estados mais o Distrito Federal. No pleito anterior, o comando dos executivos regionais vinha sendo ocupado por presença feminina em três unidades da federação.

Considerando-se o universo de empresas privadas, um estudo revelador foi publicado pelo Instituto Ethos em novembro deste ano. O levantamento, junto às 500 maiores companhias do país segundo ranking do anuário "Melhores e Maiores 2009", da revista Exame, mostrou que 13,7% dos cargos de direção são ocupados por mulheres – o dobro de nove anos atrás, quando pesquisa similar foi realizada.

Apesar da evolução, é pouco, muito pouco. Ainda mais porque quanto mais se ascende na hierarquia corporativa, menos mulheres chegam. Como elas têm, em média, mais anos de escolaridade do que os homens, feministas põem na conta o machismo esse funil estreito.

Relativamente a outros espaços de poder, os 24% para mulheres entre o alto comando do governo federal não são tão pouco.

Compare-se
Primeiro escalão do Executivo Federal – 24%
Senado – 14,8%
Câmara dos deputados – 8,7%
Governadores – 7,4%
Diretoria de Grandes empresas – 13,7%

quarta-feira, dezembro 22, 2010

O homem por trás da "espingarda Rossi"

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por Vitor Nuzzi

Morreu Enzo Bearzot, técnico da seleção italiana de 1982, campeã mundial. Com quase 18 anos e praticamente só ligado em futebol naquele período, tive uma das primeiras grandes decepções esportivas ao ver a nossa seleção perder para a Azzurra, na chamada tragédia do Sarriá, referência ao estádio já demolido e que foi palco do Brasil 2 x 3 Itália em 5 de julho daquele ano. Só não digo que foi a primeira decepção porque, no ano anterior, tinha visto o São Paulo perder em casa a final do Brasileiro para o Grêmio, com um golaço do Baltazar (para nós, tricolores, um "baitazar", diria a piada infame).

Mas o óbito do treinador italiano é um bom pretexto para lembrar que aquele jogo teve duas e não uma só injustiça. É claro que o time comandado por Telê Santana era bem acima da média, com dois bons zagueiros (Oscar e Luisinho), bons laterais (Leandro e Júnior) e um meio de campo para não deixar dúvida: Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico. Na frente, Serginho Chulapa era um razoável coadjuvante e Éder mandava bem do lado esquerdo. O nosso goleiro, Waldir Peres, era irregular - tanto podia fechar o gol como tomar um frango daqueles, como na estreia, contra a União Soviética. Doeu ver aquele time ser eliminado, principalmente após o baile contra a Argentina do infante Diego Maradona - mas, naquele jogo contra os italianos, a sensação era de que se o Brasil fizesse o terceiro, o Paolo Rossi faria o quarto, e assim por diante. Não é à toa que anos depois ele lançaria um livro cujo título é "Fiz o Brasil chorar".

Agora, a outra injustiça, menos falada, é dizer que o nosso time perdeu para ninguém. A Itália, ainda que viesse trupicando, pra variar, tinha um belíssimo time, começando com Dino Zoff no gol. Na defesa, Gentile, Colovati, Cabrini, Scirea. O meio com Oriali, Tardelli, Antognoni (meia da Fiorentina que jogava muito) e o ataque: Conti, Graziani e Rossi. Deste último, a piada que circulou depois da Copa falava do lançamento da espingarda Rossi, tão eficiente que, com três tiros (os gols do jogo contra o Brasil) matava uma zebra, 11 canarinhos e 120 milhões de patos.

O time verde-amarelo merecia ir adiante. Mas, para quem não viu e só ouviu falar, valeria a pena ver o taipe daquele jogo - e constatar que havia dois times em campo.

* Vitor Nuzzi gosta de futebol em qualquer época. Pôs os pés num estádio pela primeira vez aos 10 anos (tem 45) e não pretende tirá-los tão cedo, façam o que fizerem com a pobre bola. A sua seleção do São Paulo, time do coração, que viu jogar seria: Rogério; Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereyra e Serginho; Chicão, Cafu, Raí e Pedro Rocha; Careca e Serginho Chulapa.

 Leia também:
• Ludopédicas: Morre Enzo Bearzot, técnico da seleção da Itália em 82

terça-feira, dezembro 21, 2010

Quem bebe, bebe comigo

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O início do verão marca um fenômeno curioso na mídia. Uma série de reportagens de temática sazonal aparecem. É que falta assunto. Esse é um dos motivos por que o verão, iniciado às 21h desta terça-feira, 21, segundo a mídia causa problemas de pele, risco de epidemia de dengue etc.

Aí, um presidente em fim de mandato como Luiz Inácio Lula da Silva facilita a vida do jornalista sem assunto. Ele fala sobre o Wikileaks, sobre o Orçamento Geral da União, sobre o Rio de Janeiro, sobre o "bicho-papão"...

Foto: Ricardo Stuckert/Pr
Lula e Cabral passeiam de teleférico sobre o Complexo do Alemão

E fala também sobre a cachaça e o bar. Deu no Terra:

Ele prometeu, depois de "desencarnar" do cargo, visitar a Rocinha novamente, onde inaugurou, por vídeoconferência, unidades habitacionais. Aparentemente, o setor de segurança do Palácio do Planalto viu problemas para garantir o deslocamento do mandatário até o local, embora Lula tenha passado o dia na capital fluminense.

Além de pedir desculpas por não ter ido à Rocinha, o presidente foi além. Prometeu voltar sem aparato de segurança. O destino? O bar.

"Quando for (até a Rocinha sem seguranças), vocês vão me dar um copinho de cerveja aí, porque quem não bebe fica olhando, e quem bebe, bebe comigo", brincou o presidente.

A Rocinha ainda não recebeu sua Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e ainda está, segundo a própria Secretaria de Segurança do estado, sob controle do crime organizado.

Futebol de berço no Velódromo e na Chácara Dulley

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No lugar de um, há o Teatro Cultura Artística. Em outro, a Oficina Cultural Oswald Andrade e o Colégio Santa Inês. Um minidocumentário de alunos da Metodista relembra dois palcos do que pode ser considerado o berço do ludopédio paulistano.

O Velódromo era localizado na Praça Roosevelt. A Chácara Dulley, no Bom Retiro. A pressão do crescimento da cidade e a construção de novos estádios, mais adequados – como o Parque Antártica, do Germânia, de 1902, e a Chácara da Floresta, de 1906 – eliminaram qualquer traço do passado futebolístico dos locais.

A parte menos interessante da reportagem é a que prevê que o Paulo Machado de Carvalho, que poderia ser ameaçado pela construção de arenas como a do Corinthians. Claro que o Pacaembu precisa ser preservado e o Museu do Futebol pode ser um dos passos para garantir isso.

Como são oito minutos, vale assistir.

Medicina alternativa

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Passando pelo Leblon, aqui no Rio de Janeiro, um senhor parado em frente a uma banca de revistas, com uniforme azul de porteiro ou cobrador de ônibus, comenta em altos brados, indignado:

- Remédio de biriteiro não presta! Tu vai confiar em "ex-cachaceiro", "ex-biriteiro"? Isso não existe, mermão!

Não sei qual remédio prescreveram pra ele. Mas deve ter sido receitado no buteco. E não funcionou...

sexta-feira, dezembro 17, 2010

De como o artista driblava a 'rádio-patroa'

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Mais um trecho do livro de Paulo César Pinheiro do qual extraí outro post essa semana. Ele conta que o amigo e parceiro Baden Powell (foto) ficava muito infeliz durante suas temporadas de shows no exterior, por causa da "distância que o sufocava, da frieza do país que o rodeava, da solidão dos quartos de hotel em que se hospedava". Por isso, telefonava constantemente para Pinheiro e passava até uma hora no telefone. "Eu ouvia nitidamente o barulho das pedras de gelo nas paredes do copo. O chocalho da cascavel. E o uísque descendo como veneno, inoculado no sangue, cujo antídoto só encontraria atravessando o Atlântico". A vontade de Baden era voltar para sua casa no Itanhangá, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Numa dessas, largou uma turnê pelo meio, pagando pesada multa, e veio correndo para seu refúgio brasileiro. Pinheiro conta: "As festas dadas nessas ocasiões eram magistrais. Uma durou três dias. Um fim de semana. Essa quando acabou, havia, encostado num pedaço do muro que cercava o terreno, um outro muro. De vidro. Uma montanha de garrafas de cerveja, vodka e uísque". Porém, o maior problema do artista era driblar a vigilância da esposa. "Quando Baden se casava com alguém era logo etilicamente policiado. Sumiam todas as bebidas da casa. E ainda assim ele ficava de porre. Pra elas era um mistério. Onde ele bebia, se não saía dali, nunca, sozinho? Jamais descobriram a artimanha", relembra o parceiro.

Segundo Paulo César Pinheiro, colada ao muro dos fundos, na rua seguinte, havia a birosca do "seu" Manuel, que, ao contrário do que se pode pensar, não era português, mas sim alemão - e macumbeiro. "Baden contratou um pedreiro para construir, do lado de fora do muro, um nicho espaçoso e uma portinhola de madeira. Esticou uma corda até o balcão do boteco e lá pendurou um sino. Quando queria uma dose, abria a portinhola, puxava a corda e o sino tocava no ouvido do gringo. Seu Manel enchia o copo longo com o Drury's previamente negociado, punha gelo e o colocava no nicho. Era só abrir o fecho da portinha e esticar o braço. O badalo tinia o dia inteiro na tasca do tedesco". Como diziam na minha adolescência, "deu Drury's, tome um Dreher!"...

Em vez de encher a cara no fim de semana, converse com a garrafa

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Esperando um certo co-autor do Futepoca para um sóbrio e a seco almoço no centro da capital paulista,  deparei-me com um exemplar do Dicionário de Expressões Populares da Língua Portuguesa, da editora Martins Fontes. Por acaso o ponto de encontro era a livraria de mesmo nome, na praça do Patriarca.

O "expressionário" de João Gomes da Silveira – até o trocadilho é de autoria dele – é um catatau de 956 páginas com expressões muito consagradas, regional ou nacionalmente.

Por uma coincidência dessas que seria inexplicável se não fosse óbvia ideia fixa, as páginas se abriram no "encher a cara". A sinonimia é espantosa. Ainda queria saber se, por acaso, é o recorde do volume. É dessa lista que vem o "conversar com a garrafa", um dos mais eufemísticos da lista, que inclui de clássicos como "molhar o bico" a genéricos, como "entrar no embalo".

O Houaiss tem lista ainda mais extensa para beberrão (82) e embriagado (49), mas são verbetes e não expressões. Isso sem falar em cachaça, que tem 422 equivalentes – fora o show, já que consta, ao pé da lista, que foram deixadas de lado "locuções, fraseologia e os nomes de cachaça com misturas, assim como os das cachaças feitas com outra coisa que não a cana-de-açúcar".

Em termos de expressões, a variedade não é tão profícua, mas suficientemente animadora. São 50 opções para, em plena sexta-feira, o leitor do Futepoca poder variar a forma de expressar seus planos para o fim de semana.

À lista, extraída da obra:

 Prepare o vocabulário junto com os copos

Sinônimos para "encher a cara"
  • acender a lamparina
  • alertar as ideias
  • amarrar a cabra (reg. Pernambuco), a gata
  • apanhar uma, uma açorda, uma barrentina, uma bezana, uma bruega, uma cardina, uma carraspana, uma torta
  • arranjar uma sopeira
  • baixar o bico (reg. Maranhão)
  • beber com farinha, como um/feito um/que nem/que só gambá
  • carregar nas doses, os machos, os machinhos
  • comer rama
  • conversar com a garrafa
  • cultivar a vinha do Senhor
  • dar uma chamada
  • empenar o pneu
  • encher a caveira
  • entrar no embalo, pela pinga, por ele
  • esquentar o peito
  • meter-se em pileque, na bebida, na cachaça, na cana, no gole (reg. Ceará)
  • molhar o bico, o peito
  • montar num porco
  • pisar na mão (reg. da Bahia)
  • pôr óleo
  • puxar porção
  • quebrar munheca
  • tocar a gaita
  • tomar um prego, uma jorna, uma ximbreza, uma xumbrega, um oito, um pifão (reg. Pernambuco), um porre.
  • tomar-se da pingoleta
Fonte: Dicionário de Expressões Populares da Língua Portuguesa, de João Gomes da Silveira

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Consumo de refrigerante passa o feijão. Cerveja fica para trás

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Hoje o G1 estampa uma matéria com o seguinte título: Brasileiros consomem menos feijão e arroz e mais cerveja, aponta o IBGE. Nenhuma mentira no caso, mas o foco na cerveja mostra um certo juízo de valor e um relativo preconceito contra os apreciadores do suco de cevadis, como dizia o saudoso Mussum. O instituto mostra, entre os alimentos ditos líquidos, que o suco negro do capitalismo, representado pelo segmento de refrigerantes de cola, e a água mineral foram os produtos cujo consumo mais cresceu nos últimos oito anos, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009. O consumo de cerveja também aumentou em 23,2%, mas menos do que os 27,5% da água e os alarmantes 39,3% do líquido que borbulha. Compra-se, em média, 12,6 kg de refrigeirante de cola, enquanto a cervejinha não chega a 5,6 kg. Menos da metade!





Se a cevada fermentada teve aumento no
consumo, será que feijão fermentado, quer dizer,
feijoada, teve redução?

O estudo tem outros dados interessantes, como a redução do consumo de arroz e de feijão. Apesar disso, quase metade (45%) da alimentação seja de itens básicos de origem vegetal, como cereais, leguminosas e raízes e tubérculos. Óleos, gorduras vegetais e animal, açúcar de mesa e refrigerantes e bebidas alcoólicas respondem por apenas 28% do total das calorias ingeridas.

A mistura das refeições, formada por carnes, leite e derivados e ovos, mata 19% do apetite dos brasileiros sentados à mesa. Aquela lasanha de caixinha ou o macarrão instantâneo – sem contar o disque-pizza – sacia 4,6% das calorias totais mandadas para dentro pela população. O problema é que essa parte andou crescendo.

Juntas, estas informações mostram que a maioria das pessoas não se alimenta com porções de fritas de mesas de bar nem mantém o padrão adotado por moradores de repúblicas estudantis. E dá-lhe comercial!

Os detalhes estão aqui, mas aqui tem um gráfico que mostra a gravidade da coisa.

Lugar de mulher, ao sair do campo de futebol, é a cozinha

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A pérola acima é uma leitura possivel da cobertura da Band do Torneio Internacional Cidade de São Paulo de Futebol Feminino. Ou melhor, do acordo de patrocínio. A melhor em campo leva um Kit de produtos Bombril, a marca da palha de aço com mil e uma utilidades. Quem avisou foi o João Peres.

Na partida contra o Canadá em que houve empate, ninguém menos do que Marta, a melhor jogadora do mundo por três anos consecutivos e favorita para sagrar-se pela quarta vez, ganhou os presentes por ser a Craque da marca. Que prêmio!



A companhia acredita que pode "valorizar a atuação da mulher em diferentes áreas" com a campanha. O problema é que dando um kit de produtos, reforça-se a ideia de que, ao deixar o gramado, espera-se das atletas que cheguem em casa para fazer faxina. Pior do que essa ideia, só a troça de Dudeef, no Twitter, que sugeriu uma vassoura para a pior em campo. Seria bem mais de mau gosto.

Disputado por seleções, com jogos no estádio do Pacaembu e final previsto para este domingo, 19, a competição teve, além dos países citados, Holanda e México.

Falando (mais) sério
Antigamente, quando jogo de futebol era ouvido por aparelhos sonoros movidos a pilha – quiçá transistorizados –, o melhor em campo levava um motorádio pela Rádio Globo. A empresa nem existe mais com esse nome. Já houve ocasião em que jogos de pneus e outros serviços automotivos eram oferecidos. Houve até trena que patrocinava o gol – sem falar em marca de tinta que faz merchã do melhor lance de cada etapa da partida.

Foto: Audiorama/Reprodução
Quem leva o Motorádio?

O foco, obviamente, era menos incentivar o atleta do que divulgar os produtos para os torcedores. No caso do equipamento de som automotivo, poderia até ser, já que era um tempo em que jogador ganhava menos, mas, assim como hoje, queria status. Mas ninguém esperaria que camisa 10 de time nenhum empunhe rolo de lã e brocha para dar uma demão de tinta em sua casa.

A mesma função tem o patrocínio da Bombril, alcançar a audiência mais do que as atletas. O torneio transmitido pela emissora é apenas o primeiro patrocinado pela marca de produtos para o lar. O Torneio Internacional de Clubes também terá o mesmo apoio, o que é uma notícia boa, considerando um esporte como o futebol feminino que necessita de patrocínio para se desenvolver mais no país. Não se sabe o kit permanecerá.

Mas será que a maior parte da audiência é de mulheres? Se for, que bom. Mas era mesmo necessário associá-las à segunda jornada de trabalho, em casa, cuidando do asseio? Assim como a maior parte dos patrocinadores atuais, era só apoiar o esporte e deixar a parte do brinde – e das piadas subsequentes – pra lá.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Questão de caráter

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Em mais um volume da série "Histórias das minhas canções", da Editora Leya, o poeta, compositor e escritor Paulo César Pinheiro conta uma passagem interessante sobre o fantástico Alfredo da Rocha Viana, o Pixinguinha (foto):

"Morando em São Cristóvão ainda, próximo do centro da cidade [do Rio de Janeiro], fui algumas vezes ao Bar Gouveia, na rua Sete de Setembro, em seu ponto de fé, atrás de um bom papo com o chorão. (...) Alguns sentavam-se à sua mesa, também, para ouvi-lo. Jamais foi deseducado ou deselegante com sua enorme legião de fãs. Pra um, uma vez, que, não por maldade, mas por cuidados com sua saúde, lhe dissera que a bebida fazia mal, Pixinga retrucou com uma frase que ecoa ainda hoje em minha mente:
- Meu filho, bebida só faz mal pra quem não tem caráter."

terça-feira, dezembro 14, 2010

A zebra é realmente africana

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O Todo Poderoso Mazembe, do Congo, mostrou hoje o porquê de seu nome eliminando o Internacional da final do mundial de clubes.


E nem pode reclamar, não houve nenhum tipo de roubo ou qualquer coisa de anormal.

Apenas um time aplicado, bem fechado e que aproveitou duas chances para fazer seus gols em contra-ataques por meio de atacantes velozes e de boa técnica.

O que resta para os brasileiros nessa história (com exceção dos contentes gremistas) é ver como o futebol está se desenvolvendo em outros centros, tornando-se um esporte muito mais rápido e com jogadores fisicamente fortes. Não basta a decantada técnica brasileira para ganhar mais nada.

É necessário crescer física e tecnicamente. Até porque os resultados não são bons em decisões contra times africanos, como se viu em seleções olímpicas.

O jogo

Rafael Sóbis deve ter perdido pelo menos umas três finalizações, que acabaram com defesas acrobáticas do goleiro Kidiaba.

O goleiro Renan falhou pelo menos no segundo gol e o técnico Celso Roth errou, pelo menos, ao tirar Sóbis, o que mais tinha feito conclusões até o momento para pôr Oscar, garoto ex-jogador do São Paulo, que nada produziu. A saída de Tinga para a entrada de Giuliano também nada colaborou diante da forte marcação dos africanos. E o esquema com três volantes de Roth também demonstrou-se um equívoco.

Fica a lição para as próximas edições. E esperar para ver se os sul-coreanos vão aprontar também para cima da Inter de Milão, fazendo uma inédita final entre africanos e asiáticos e mostrando que algo de novo acontece no mundo da bola.


Celso Roth eterno!

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Não posso tecer comentários, pois não vi a partida (o Frédi viu). Mas, longe de subestimar o time congolês do Mazembe, só quero registrar meu espanto diante da vitória dos africanos por 2 a 0 sobre o Internacional de Porto Alegre, hoje, pelo Mundial de Clubes da Fifa. Eu sabia que um dia isso ainda ia acontecer, pois em torneio mata-mata tudo é possível. Meu próprio time, em 2005, passou aperto para vencer o Al Ittihad, da Arábia Saudita, por 3 a 2, na mesma fase semifinal. Porém, ainda que seja plausível dar zebra, quando dá sempre é inacreditável, histórico, antológico. E o técnico Celso Roth (foto), tão aclamado pelo justo e merecido título da Copa Libertadores deste ano, carregará para o túmulo esse vexame vivido no Estádio Mohammad Bin Zayed, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Só falta o Seongnam, da Coreia do Sul, vencer a Internazionale de Milão, amanhã, para termos uma espécie de Bragantino x Novorizontino (decisão do Campeonato Paulista de 1990) dos Mundiais de Clubes. E eu imagino a festa ensandecida dos gremistas no Rio Grande do Sul, uma hora dessas...

Sim, Pelé foi campeão brasileiro. Seis vezes

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Embora ainda não tenha sido sido publicada no site da CBF até o momento em que esse post foi feito(que, mesmo novo, continua com a agilidade de sempre), como bem lembrou o Victor do Blablagol, a entidade finalmente vai reconhecer os títulos da Taça Brasil e do Roberto Gomes Pedrosa, torneios nacionais disputados antes de 1971, como Campeonatos Brasileiros. Agora, a discussão de boteco referente ao título desse post ganha ingrediente "oficial". Pelé foi campeão brasileiro sim, seis vezes, sendo cinco delas seguidas. Ele e outros tantos craques da geração mais gloriosa e técnica do futebol brasileiro, que ganhou três títulos mundiais antes do dito Brasileirão começar a ser disputado.

Assim, Santos e Palmeiras passam a ser oficialmente os maiores campeões brasileiros da História, com oito títulos cada um. Claro que isso ainda vai render debates etílicos e sóbrios por aí, mas, na modesta opinião desse escriba, a decisão é justa, ainda que tardia. Há quem discorde e tem também quem ache que o Robertão se assemelhava mais ao Brasileirão, enquanto a Taça Brasil seria um equivalente à Copa do Brasil da época, como opina Mauro Beting.

Recorte de jornal de 1963: Santos, bicampeão brasileiro
Claro que, se levarmos em consideração o formato, a Taça Brasil de fato se assemelha ao torneio vencido pelo Santos em 2010. No entanto, é preciso considerar as diferenças. A primeira e principal é que era o único torneio nacional à época, enquanto a Copa do Brasil não. Ou seja, era o único meio de medir a força de um time nacionalmente e caminho único para a Libertadores. Não era possível organizar um torneio longo por conta dos custos que seriam altíssimo para os clubes, além de ser inviável por conta das condições do sistema de transportes nacional. O mata-mata era a solução mais simples.

E se o formato, eliminatório e que contava com a participação dos campeões estaduais em uma época em que ninguém se atrevia a chamar tais competições no diminutivo (ver aqui) de fato se assemelha ao início da Copa do Brasil (hoje há times que têm vaga garantida graças ao ranking da CBF), também lembra critérios de classificação para o Brasileirão do início dos anos 1980. Ali, a chamada Taça de Ouro (um dos inúmeros nomes que a competição teve desde 1971) reunia os melhores times dos estaduais, São Paulo, por exemplo, classificou seus sete primeiros colocados em 1981 para o torneio de 1982, e quatro para a Taça de Prata. Ou seja, o critério de classificação eram os estaduais também.

E, como diz o jornalista Odir Cunha, um dos grandes (talvez o maior) defensores da unificação, a CBF não "oficializa" os títulos anteriores a 1971, já que esses eram oficiais, pois os torneios eram organizados pela antiga Confederação Brasileira de Desportos, a CBD, responsável pelo futebol tupiniquim antes da entidade dirigida por Ricardo Teixeira. Ou seja, ninguém está inventando a roda, só reconhecendo que ela existia. E girava bonita a danada...



Mais sobre o assunto:

Belluzzo, o caçador de títulos perdidos

São Paulo tricampeão e os que tentaram antes

Fifa reconhece Santos como octacampeão

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Propaganda de associação de ateus é barrada em Porto Alegre e Salvador

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Estava programada para se iniciar hoje, em Porto Alegre e Salvador, a divulgação de uma campanha em ônibus com mensagens sobre ateísmo. São quatro peças diferentes, retratadas acima, que não puderam circular nos 15 veículos contratados nas duas cidades já que a iniciativa, promovida pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), foi barrada.

Na capital baiana, a empresa responsável pela veiculação entrou em contato com a Associação informando que não iria tocar a campanha por temer a ação do Estado e dos empresários de ônibus. Já em Porto Alegre, a Agência de Transportes Públicos vetou a divulgação argumentando que a mesma infringe uma lei municipal que veta temas religiosos na publicidade de coletivos.

A Atea, em sua página eletrônica, explica o que pretende com as quatro mensagens. "Nossos objetivos são conseguir um espaço na sociedade que seja proporcional aos nossos números, diminuindo o enorme preconceito que existe contra ateus, e caminhar rumo à igualdade plena entre ateus e teístas, que só existe quando o Estado é verdadeiramente laico - o que está muito, muito longe de acontecer." Para os defensores e pseudo-defensores da liberadade de expressão, está aí uma boa pauta.

Bebendo e aprendendo

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Uma amiga jornalista (só podia ser...) posta no Facebook:

"A última sexta-feira me ensinou muitas coisas. Por exemplo, aprendi que a mistura de Citrus com vodca resulta numa versão improvisada de Smirnoff Ice. Que vinho tinto com guaraná se transforma em algo bem próximo de Keep Cooler."

Meu comentário eu deixo em linguagem internética: medo.com

sábado, dezembro 11, 2010

Fenômenos pós-2010

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Daniel Lírio, psicanalista, escritor e corintiano, não necessariamente nessa ordem, escreveu ao Futepoca com um artigo de sua autoria. Ele associa duas ilustres ausências, uma na eleição 2010 e outra na Copa do Mundo na África do Sul. Lula e Ronaldo.

Fotos: Ricardo Stuckert/Presidência
Jogo dos 7 erros: Lula e Ronaldo. Acima, em maio de 2009,
abaixo em junho de 2005. Note-se que a
gravata e o terno do presidente são virtualmente os mesmos

A primeira vez sem Lula e Ronaldo na seleção

Daniel Lirio

No Brasil, há uma dessas coincidências que fazem a vida real muito mais interessante do que a ficção: copa do mundo e eleição presidencial ocorrem sempre no mesmo ano. Assim, a cada quatro anos, o país se passa a limpo, nosso passado, nosso futuro, nossos heróis. Os comandantes são coroados ou tornam-se vilões para a eternidade. A história recente da política e do futebol é protagonizada por duas personagens surpreendentes: Lula e Ronaldo.

Em 2010, houve a primeira eleição presidencial sem Lula dos últimos 50 anos, e a primeira copa sem Ronaldo dos últimos 20 anos. Nessas duas últimas décadas, portanto, eles ajudaram a escrever a história de nosso país, nossas vitórias, conquistas e, também, frustrações. Pode-se dizer que  Lula saiu vitorioso de duas campanhas para presidente – três se incluir esta em que esteve ausente mas foi decisivo para eleger sua sucessora –, assim como Ronaldo foi eleito o melhor jogador do mundo três vezes; é o maior goleador da história das copas.

Foto: Juliana Paes/Divulgação-Flickr
Para além das conquistas, inteligência e capacidade de improviso, eles também foram marcados por momentos difíceis, dentro e fora de campo. Os escândalos, alianças inesperadas, denúncias e, principalmente, as contusões os obrigaram a cortar na carne – se ainda reconhecível, pode-se dizer que o corpo transfigurado de hoje é muito diferente do que na juventude. Apesar das dúvidas, eles ressurgiram; reinventando-se, descobriram novos atalhos no campo e retornaram mais alegres e confiantes do que nunca.
Esse enredo ficcional transcendeu o campo estrito de suas profissões, e eles se tornaram estrelas da mídia, no Brasil e no mundo. Lula virou filme e Ronaldo acaba de ser convidado para atuar em Hollywood, ao lado da atriz Juliana Paes. Onde quer que vá, Ronaldo é o “o cara”, sempre presente em jornais e noticiários de todo o globo. Por sua vez, qual empresa não sonharia em ter Lula como seu garoto propaganda? O fascínio desses personagens supera as críticas e elogios que bem merecem, e a imagem deles aparece por toda parte. É impossível evitá-la.

As personagens também coincidem pela infância pobre e pela paixão declarada ao Corinthians. Curiosamente, os papéis se invertem: no planalto, Lula joga futebol; na seleção, Ronaldo era chamado de “presidente”. Enfim, fora da seleção de 2010, eles nunca apareceram tanto na mídia, e de forma tão apaixonada... e apaixonante.  Ficção e realidade confundem-se totalmente.

Agora com os dias contados, eles já avisaram que vão continuar jogando, sabe-se lá se na diretoria do Timão, ou em qualquer outra forma política de atuar pelo Brasil, ganhando e perdendo, sem perder a esportiva. O fato é que, nas últimas décadas quem duvidou que pudessem superar seus obstáculos pagou a língua; e quem poderá saber as surpresas que nos aguardam? Quem duvidava de uma copa no país, também duvidava do estádio do Corinthians e continua duvidando que o time conquiste a Libertadores da América. O mais sensato é apostar que Lula e Ronaldo permanecem no palco, surpreendendo. São Fenômenos.


Daniel Lirio é corintiano, escritor e psicanalista, não necessariamente nessa ordem. Escreveu ao Futepoca por considerar que é o único lugar em que poderia ser publicado.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 63

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TURMA DO FUNIL
(Antonio Carlos Jobim/ Chico Buarque/ Mirabeau/ Oliveira/ Castro)

Tom Jobim, Miúcha e Chico Buarque

Quando é tão densa a fumaça
Que o tempo não passa
E a porta do bar já fechou
Quando ninguém mais tem dono
O garçom tá com sono
e a primeira edição circulou
Quando não há mais saudade, nem felicidade
Nem sede, nem nada, nem dor
Quando não tem mais cadeira
tomo uma besteira de pé no balcão
Eis que da porta do fundo
Do oco do mundo
Desponta o cordão

Chegou a turma do funil
Todo mundo bebe
Mas ninguém dorme no ponto
Ah, ah, ah, ah!
Mas ninguém dorme no ponto
Nós é que bebemos
e eles que ficam tontos, morou
Eu bebo sem compromisso
É o meu dinheiro
Ninguém tem nada com isso
Enquanto houver garrafa
Enquanto houver barril
Presente está a turma do funil

(Do LP "Miúcha & Tom Jobim", RCA Victor, 1979)