Destaques

sexta-feira, maio 06, 2011

Oba! Agora a gente já pode passar raiva antecipadamente!

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Metrô de São Paulo: tudo funcionando na mais perfeita ordem, na mais santa paz


A materinha do Estadão é tão inacreditável, mas TÃO inacreditável, que prefiro reproduzir o título e o início antes de qualquer comentário:

Metrô de SP vai avisar usuários sobre panes via SMS

A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) vai começar a enviar no próximo mês mensagens de celular para alertar passageiros sobre problemas nas linhas, incluindo trechos onde trens operam com velocidade reduzida ou mesmo interrupção do funcionamento. O conteúdo será "personalizado": cada usuário vai receber apenas informações referentes às linhas e estações que estão em seu caminho. O cadastro para receber SMSs começa hoje.

Tradução: reconhecendo que é INCAPAZ de diminuir as panes no Metrô, e muito menos de evitá-las, o (des)Governo de São Paulo joga a toalha e prefere desenvolver um sistema para avisar a MERDA pelo celular de cada usu(ot)ário, como quem diz: "Olhaí, eu tô avisando! Depois não vem reclamar!".

Imaginem se fosse um governo do PT, o tiroteio que a mídia não ia promover contra esse novo serviço de "utilidade" pública...

E eu sempre me surpreendo com a arrebatadora capacidade de "gestão, planejamento e eficiência" do PSDB. Impressionante!

quinta-feira, maio 05, 2011

6 a 0 para o Coritiba sobre o Palmeiras: o nome disso é sova

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Tomar de 6 a 0 é pra dormir de cabeça quente. Foi a pior volta possível para Marcos, o Goleiro. A pior partida seguinte para a eliminação do campeonato paulista. A mais dura resposta à ideia de que o Coritiba só mantinha a série invicta de 28 partidas sem perder (agora são 29), porque o campeonato paranaense é fraco.

Tomar de 6 a 0 é muita coisa. As chances de fazer 7 a 0 no jogo de volta sequer merece comentários.

No dia seguinte ao cataclismo que atingiu os times brasileiros na Libertadores, o Palmeiras apanhou feio. E não há qualquer relação, a não ser o inusitado, o inesperado. O alviverde paulistano foi vítima de um massacre no Couto Pereira. Uma sova para não esquecer muito cedo. E sobre a qual é melhor só pensar amanhã.

Kassab foi navegar... e Serra ficou a ver navios

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Muito lúcida a análise que Luís Nassif faz hoje em seu blogue, "Serra e a (i)lógica da burocracia partidária". Recorrendo às recordações de seu início como jornalista e às observações das trajetórias de figuras medíocres que acabaram ascendendo de alguma forma no cenário político (sob "temor reverencial" da mídia), Nassif destrincha as estratégias furadas e míopes do tucano José Serra, dentro e fora do PSDB, e o limbo no qual se meteu como consequência delas. Pelo menos cinco trechos do texto merecem ser reproduzidos na íntegra, pelo poder de síntese:

1
O caso José Serra-PSDB é emblemático. Analise-se o político Serra hoje, fora do minarete do controle burocrático que exerceu sobre o PSDB. Perdeu os espaços possíveis junto ao PSDB nacional e ao DEM. Dançou em São Paulo. Montou uma aliança com Kassab que vai entrar para a história. Kassab ficou com todos os quadros técnicos do serrismo, conseguiu a estrutura operacional de que necessitava, inclusive o cacife da prefeitura para atrair parte do DEM ... e irá se aliar a Aécio.

2
Serra apostou no barco do PSD, encheu a bola de Kassab, ajudou a montar a tripulação. Quando o barco saiu do cais, percebeu que estava fora, como um membro da corte portuguesa que não conseguiu alcançar as caravelas que permitiriam a fuga para o Brasil.

3
Experimentou todo o desgaste possível com suas manobras para queimar Alckmin e restou de mãos abanando. Depois, foi até Alckmin para – suprema humilhação para quem conhece o ego de Serra –se explicar, atribuindo as informações sobre sua traição a intrigas de secretários de confiança do próprio governador. Na campanha, todas as acusações contra Serra eram rebatidos com o argumento simplório de que não passavam de "intriga petista".

4
Antes disso, desde que se tornou governador, aliou-se ao pior esgoto jornalístico e abandonou por completo o discurso programático. Chegou para ao final da campanha sem nada, explorando apenas fígado e intestinos de seus eleitores. Tem um final melancólico, sem discurso, sem bandeiras e sem seguidores.

5
Quem ousasse apontar o rei nu era execrado. Ocorreu com um dos melhores políticos do DEM que, em meados de 2009, ousou fazer uma análise isenta que apontava essa pequenez de Serra. Amigos próximos evitavam cumprimentá-lo em público para não se indispor com o feroz imperador. Ocorreu com a mídia, escondendo seus esbirros autoritários, sua falta de gana, a inapetência gerencial, cedendo às suas pressões. No futuro, será tema para boas teses dissecando o mal que vitimou o PSDB: o caciquismo, o burocratismo que impediu a renovação do partido.

Sem mais a acrescentar.

Noite de tragédias

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Dos seis brasileiros que começaram a Libertadores deste ano (considerando que a palhaçada protagonizada pelo Corinthians contra o Tolima), somente o Santos segue na competição após a fatídica noite desta quarta-feira. O negócio foi feio de todo lado para as representações tupiniquins.

Segundo matéria do Uol, desde que a Libertadores mudou de regulamento e passou a ser disputada por 32 equipes em 2000, o Brasil sempre teve pelo menos dois clubes nas quartas de final da competição. A última vez que sobrou apenas um brasuca nas quartas de final foi na Libertadores de 1994, quando apenas três clubes brasileiros entraram na competição.

Os gremistas já estavam meio que contabilizando a desclassificação depois da derrota por 2 a 1 em Porto Alegre na semana passada para o Universidad Católica. Mas as esperanças acabaram com o gol de Mirosevic, que decretou nova vitória chilena por 1 a 0.

O impacto da queda do tricolor gaúcho foi amenizado pela derrota do Inter, em pleno Beira Rio, para o Peñarol. Foi por 2 a 1, de virada, a primeira derrota do técnico Falcão, após empate por 1 a 1 em Montevideo que dava certo conforto ao Colorado. Oscar abriu o placar no primeiro tempo, mas Martinuccio e Olivera viraram no início da segunda etapa. E a gauchada que sonhava com uma sequência de quatro decisões entre as duas equipes (no Gauchão e na Liberta), no melhor estilo Barça e Real, ficou só com a disputa doméstica.

Os guerreiros do Fluminense, talvez cansado qual Teresa Batista após a heroica jornada na fase de classificação, fizeram um joguinho bem chocho contra o Libertad do Paraguai. E depois de vencer por 3 a 1 no Engenhão, levaram de 3 a 0 no Defensores del Chaco, em Assunção, protagonizando a recepção do maior nabo entre os brasileiros.

E o Cruzeiro, vedete da competição com a melhor campanha e o melhor futebol da fase de grupos, único invicto até ontem, conseguiu o mais improvável ao levar de 2 a 0 do Once Caldas na Arena do Jacaré. E olha que o time de Cuca, Montillo e Roger venceu a partida de ida em Manizales por 2 a 1, podendo perder por 1 a 0 e levar a vaga. O meia ex-corintiano protagonizou fato decisivo para a partida ao ser expulso com 30 minutos do primeiro tempo. Mas a torcida da Raposa decidiu pegar no pé é da mulher do cara, Deborah Secco, que assistiu a partida in loco. As acusações de pé-frio seriam mais um caso de machismo no futebol brasileiro?

Sobrou o Santos, que não jogou lá essas coisas também contra o América do México, na terça. Marcou, enrolou, deixou o tempo passar e viu o goleiro Rafael salvar a equipe numas 3 ou 4 oportunidades. À guisa de provocação, cabe lembrar que os mexicanos pouparam titulares em pelo menos parte da peleja. Melhor Neymar e cia. ficarem espertos para não apagarem a luz da participação brasileira na Libertadores desse ano.

E os deuses do futebol 'compensaram' Muricy Ramalho

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Quando era técnico do São Paulo, o agora santista Muricy Ramalho teve quatro chances de conquistar uma Libertadores da América. Na primeira vez, em 2006, perdeu a decisão do campeonato para o Internacional de Abel Braga. No ano seguinte, a queda ocorreu logo nas oitavas de final, contra o Grêmio de Mano Menezes. Já em 2008, nova eliminação, dessa vez nas quartas de final, para um Fluminense treinado por Renato Gaúcho. E em 2009, ao ser eliminado pela quarta vez com o São Paulo na competição, perdendo para o Cruzeiro de Adilson Batista (outra vez nas quartas de final), Muricy acabou, finalmente, alijado do comando do Tricolor.

Pois bem: ontem, numa rodada aparentemente tranquila para a maioria dos times brasileiros nas partidas de volta das oitavas de final da Libertadores, os adversários uruguaios, chilenos, paraguaios e colombianos, como num strike de boliche, eliminaram de uma só vez Internacional, Grêmio, Fluminense e Cruzeiro - justamente os quatro algozes de Muricy em seus tempos de São Paulo. A eliminação do Grêmio, treinado por Renato Gaúcho, era até previsível, pois tinha perdido o jogo de ida em casa para a Universidad Católica. Mas as outras derrotas foram simplesmente inacreditáveis, inexplicáveis e surpreendentes.

O Fluminense, que ganhou o jogo de ida por 3 a 1, tomou exatos 3 a 0 do Libertad. O Inter, que tinha obtido um bom empate fora, por 1 a 1, tomou uma virada incrível de 2 a 1, dentro do próprio Beira Rio, e foi despachado pelo Peñarol. E o Cruzeiro, melhor time disparado da Libertadores, que tinha vencido (bem) fora de casa, por 2 a 1, no primeiro jogo das oitavas de final, conseguiu a proeza absurda de perder por 2 a 0 em Minas Gerais, classificando o Once Caldas, de retrospecto sofrível na competição deste ano. Sim, o forte Cruzeiro que seria exatamente o adversário do Santos (de Muricy) nas quartas de final. Toda essa hecatombe de ontem sugere, pra mim, que os deuses do futebol se redimiram e avisaram:

"-Vai, Muricy Ramalho, ser campeão da Libertadores da América!".

Não há outra explicação mais plausível...

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A esperada desclassificação do Grêmio:




A frustrante derrota do Fluminense:




A inexplicável virada sofrida pelo Inter:




A inacreditável eliminação do Cruzeiro:

Prenúncio do óbvio

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O sufoco levado no segundo tempo da partida de ontem contra o modesto Avaí, em pleno Morumbi, comprova que o São Paulo não deverá ter vida muito longa na Copa do Brasil. Fosse uma equipe pouca coisa mais forte do que a dos catarinenses, como uma Ponte Preta ou um São Caetano, por exemplo, e o Tricolor teria tomado a virada. Exagero? Pois alguém aí, em sã consciência, acredita que o São Paulo teria conseguido um 2 a 2 em plena Arena da Baixada, contra o Atlético-PR, como conseguiu o Vasco? Ou então que, se conseguir passar pelo Avaí, terá chances contra equipes do porte de Flamengo, Coritiba, Palmeiras ou os próprios Vasco e Atlético-PR? Eu acho que não.

Como disse outro dia, num post sobre Dagoberto, acho que Paulo César Carpegiani fez milagres na postura do São Paulo, que melhorou 1.000% em relação a 2010. Mas falta muito arroz e feijão para ganhar algum título. Prova disso é que jogou muito bem contra o Santos, na semifinal do Paulistão, mas perdeu. É óbvio: apesar de ter melhorado muito, o time não tem o mesmo nível do alvinegro praiano e, na minha opinião, enfrentaria muitas dificuldades contra os embalados Coritiba e Flamengo, o crescente Vasco e o eterno rival Palmeiras.

Aliás, nem precisa especular muito, pois já tá suando sangue contra o Avaí, assim como suou contra os limitados Santa Cruz e Goiás. Pode ser que a volta de Lucas e a estreia de Luís Fabiano (que deve ocorrer só no Brasileirão) fortaleçam o time. Pode ser. Mas, para mim, a falta de um lateral direito de origem e a insistência com Juan na esquerda, claramente inferior a Júnior César, complicam muito. Na defesa, Alex Silva também não enfrenta boa fase. E, já que o tal "Fabuloso" não estreia, por que não efetivar o (ótimo) Henrique no ataque? Por que insistir com o (inócuo) Willian José?

Essas dúvidas, constatações e as péssimas atuações contra times inferiores me levam a crer que não será dessa vez que Carpegiani dará um título ao São Paulo. Posso queimar minha língua, mas tudo transparece como prenúncio de (mais) uma óbvia desclassificação...

quarta-feira, maio 04, 2011

Verba menor OU por quê a 'grande imprensa' detona Lula

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Uma materinha muito elucidativa do O Globo de hoje, com a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, confirma, com todas as letras e números, o que eu, como jornalista e frequentador dos bastidores dos meios de comunicação, canso de apontar para os anti-lulistas e anti-petistas como PRINCIPAL motivo de a chamada "grande imprensa" bater tanto em Lula e no PT:

Pelas informações da ministra, até o início do primeiro governo Lula, o dinheiro da publicidade era repartido entre 400 empresas. Agora, oito anos depois, a verba é destinada a aproximadamente 6 mil empresas.

Como diria nosso amigo Glauco: "Difícil ou fácil?".

Zé de Abreu no Ministério da Cultura. Por um MinC mais dionisíaco!

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Até agora o Futepoca não havia se manifestado acerca do imbróglio envolvendo a ministra da Cultura Ana de Hollanda, a questão dos direitos autorais e da continuidade (ou não) de diversos avanços conquistados na área da cultura durante as duas gestões do governo Lula – com Gilberto Gil e Juca Ferreira.

O fato é que a atual ministra tem se mostrado mais do que reticente em relação à reforma da Lei dos Direitos Autorais, que é não só anacrônica como restritiva à difusão da cultura. Ela deixou de lado um anteprojeto definido pelo governo anterior com base em uma consulta pública ampla para reiniciar o debate. Por isso, há hoje toda uma movimentação dos movimentos sociais ligados à cultura em defesa de mudança de rumos no ministério. O clima de instabilidade, assim como acontece no futebol quando o time vai mal, leva a especulações sobre a mudança do treinador. No caso, o alvo é a ministra.



Foto: Galeria Pública dos Blogueiros Progressistas

Se tal troca ocorrer, como se cogita, o Futepoca lança desde já o candidato a ministro que tem compromisso com as artes em geral e que entende que os temas discutidos nesse blogue – a saber, o futebol, a política e a cachaça – também fazem parte do arcabouço cultural e da identidade deste país:

José de Abreu para ministro da Cultura.


Certamente o país vai ganhar com a sua experiência artística, com seu histórico de militância política e também com a sua visão bem mais ampla sobre o conceito de cultura. Ele entende que os valores de esquerda, representados pelas conquistas na área da cultura, devem ser retomados já que foram aprovados pelas urnas. Compreende ainda que fazer política também é se divertir (isso a gente sabe faz tempo também). E sabe bem que “toda cachaça é de esquerda” (idem ao parêntese anterior). Cachaça entendida no seu sentido cultural e com moderação, é claro.

Pelo Twitter, encampe a campanha com a hashtag #ZedeAbreunoMinc. Por um ministério mais dionisíaco! 

Releia a entrevista com José de Abreu abaixo, feita durante o I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, e venha conosco nessa campanha.


Futepoca - Tratando dos temas do blogue, começando pela política e cachaça...

José de Abreu - Realmente, eu nunca esperava que pudesse resgatar tudo o que sofri nos anos 60 agora, com o Lula. É um prazer imenso saber que minha luta não foi em vão.
Sobre cachaça, não há cachaça melhor do que a feita em Santa Rita do Passa Quatro, no estado de São Paulo. Não é a terra do Zé Dirceu, é a terra de Zequinha de Abreu, a Folha sempre erra; o Dirceu nasceu em Passa Quatro, Minas Gerais. Lá se fabricam duas caninhas, uma chamada Jamel e outra chamada 61. Mas não são essas as (cachaças) boas, a boa de verdade é a do dono da cachaçaria – que deve votar no Serra, aliás. 

Futepoca - E qual a dica para uma "cachaça de esquerda", boa?
Abreu - Toda cachaça é de esquerda. A relação da política com o prazer vem da esquerda. No meu tempo, as moças que começaram a dar eram as de esquerda, nos anos 60. O pessoal de esquerda é mais feliz, diretamente ligado à cachaça no sentido dionisíaco.

Futepoca - E o futebol?

Abreu - O futebol é o ópio do povo brasileiro, mas não é tão importante. O Lula pode ser corintiano e não criar problemas com os palmeirenses e são-paulinos.

Futepoca - Então o futebol é um ópio "positivo"?
Abreu - Claro, é um ópio maravilhoso, o ópio dos meus filhos hoje é o futebol. A gente se reúne pra ver os jogos do Flamengo em casa.

Futepoca - Ou seja, a diversão é algo ligado à esquerda...
A direita não sabe se divertir. Se eles não conseguem se divertir na política, vão se divertir em que?

terça-feira, maio 03, 2011

Tipos de cerveja 66 - As Weizenbock

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Basicamente, trata-se de uma Dunkelweizen mais forte (em teoria, tão forte como uma Bock), com boa presença de álcool e aroma de especiarias - e, logicamente, maior sabor de malte, fator que contribui para a sua cor escura. A origem das Weizenbock remonta à cervejeira alemã Schneider & Sohn que, em 1907, criou uma Doppelbock de trigo mais forte e saborosa, a Schneider Aventinus. Esta excelente cerveja possui todas as características que formatam este estilo, sendo referência para todas as outras Weizenbock. Relativamente aos ingredientes, utiliza-se uma grande percentagem de trigo maltado (segundo a lei alemã, tal cereal deve corresponder a 50% do total, apesar de, em certas marcas, chegar aos 70%). O restante é composto por malte de cevada. O volume de álcool varia entre os 6,5% e 8%. Para experimentar: Schneider Aventinus, Hacker-Pschorr Weisse Bock (foto) e Erdinger Pikantus.

segunda-feira, maio 02, 2011

Osama Bin Laden ou Emmanuel Goldstein - tanto faz

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"Mais um instante e um guincho horrendo, áspero, como de uma máquina monstruosa funcionando sem óleo, saiu do grande televisor. Era um barulho de ranger os dentes e arrepiar os cabelos da nuca. O ódio começara. Como de hábito, a face de Emmanuel Goldstein, o Inimigo do Povo, surgira na tela. Aqui e ali houve assobios entre o público. (...) O programa dos Dois Minutos de Ódio variava de dia a dia, sem que porém Goldstein deixasse de ser o personagem central cotidiano. (...) Nalguma parte do mundo ele continuava vivo e tramando suas conspirações: talvez no além-mar, sob proteção dos seus patrões estrangeiros; talvez até mesmo - de vez em quando corria o boato - nalgum esconderijo na própria Oceania.

No mesmo momento, porém, arrancando um fundo suspiro de alívio de todos, a figura hostil fundiu-se na fisionomia do Grande Irmão, de cabelos e bigodes negros, cheio de força e de misteriosa calma, e tão vasta que tomava quase toda a tela. Ninguém ouviu o que o Grande Irmão disse. Eram apenas palavras de incitamento, o tipo de palavras que se pronunciam no calor do combate, palavras que não se distinguem individualmente mas que restauram a confiança pelo fato de serem ditas. Então o rosto do Grande Irmão desapareceu de novo e no seu lugar apareceram as três divisas do Partido, em maiúsculas, em negrito: GUERRA É PAZ; LIBERDADE É ESCRAVIDÃO; IGNORÂNCIA É FORÇA."

Trechos extraídos do livro "1984", de George Orwell (Inglaterra, 1949).

"Os ataques de 11 de setembro deram não só credibilidade e legitimidade ao presidente como também permitiram a ele renascer politicamente sem sofrer o custo político da mudança. 'Bush tornou-se um presidente integralmente legítimo, não só para governar, mas também para reinventar-se como político', afirmou Andrew Kohut, diretor do instituto de pesquisas Pew Research Center for the People. (...) Depois dos atentados, Bush definiu o terrorismo como principal inimigo da humanidade e condicionou qualquer apoio financeiro e diplomático dos EUA ao engajamento de outros países à guerra contra o terror. Bush propôs a substituição da 'contenção' e da 'dissuasão', princípios da Guerra Fria, pela realização de ataques preventivos, inclusive com armas nucleares, contra grupos terroristas ou Estados hostis aos EUA."

Matéria da Folha de S.Paulo de 8 de setembro de 2002, um ano após os atentados em Nova York (a íntegra está aqui).

"O anúncio da morte do fundador da rede extremista Al Qaeda, Osama Bin Laden, em uma operação das forças americanas, deverá fortalecer a imagem do presidente Barack Obama como líder, diz a imprensa dos Estados Unidos. (...) A morte de Bin Laden também poderá dar novo fôlego à popularidade de Obama, neste início de campanha para um segundo mandato na Casa Branca e no momento que enfrenta uma oposição acirrada do Partido Republicano, desde novembro passado no comando da Câmara dos Representantes (deputados federais). Analistas já preveem que as divergências partidárias no Congresso sejam colocadas de lado diante da vitória, assim como ocorreu logo após os atentados de 11 de setembro de 2001."

Matéria da BBC Brasil de 2 de maio de 2011 replicada pela Folha de S.Paulo (a íntegra aqui).

Lembrem-se todos vocês: "O GRANDE IRMÃO ZELA POR TI!".

Foto divulgada de Osama Bin Laden morto e outra dele vivo. Photoshop?

domingo, maio 01, 2011

Nos pênaltis, Corinthians vai para a final. Não deu para o Palmeiras no estadual

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O Corinthians levou, nos pênaltis, a vaga para a final do campeonato paulista, contra o Santos. Na semifinal em jogo único, o clássico entre alviverdes e alvinegros terminou empatado em 1 a 1 no tempo regulamentar, apesar de o time do técnico Tite ter atuado com um jogador a mais durante 65 minutos de partida, já que Danilo foi expulso.

A hora é de olhar para a Copa do Brasil.



Os gols foram marcados por jogadores que começaram a partida no banco de reservas. Leandro Amaro entrou no lugar de Valdívia, contundido, para recompor a defesa. William substituiu Dentinho, por opção (ou superstição) do técnico.

Nos 6 a 5 dos pênaltis, todos converteram dos dois lados, menos João Vitor, que perdeu quando já se alternavam cobranças decisivas. Fazia tempo que não via tanta gente bater bem as cobranças.

Mas foi a arbitragem quem roubou a cena. A cena, eu escrevi. Seja avermelhando a vida do zagueiro palmeirense, seja por causa do gol corintiano, em que a defesa tirou a bola em cima da meta. Ainda mais por causa da confusão do "sorteio armado" para escolher Paulo Cesar de Oliveira para comandar o apito.

Pessoalmente, até acho que a bola entrou e que a expulsão foi merecida – o vigor com que Danilo foi para cima de Liedson tornou irrelevante a altura com que o atacante corintiano mantinha o pé para a dividida. Luiz Felipe Scolari também teve de se retirar, e reclamou bastante. Ainda bateu boca com o treinador adversário e tudo.

O Palmeiras até esteve melhor em mais momentos do jogo. A partida teve muitos momentos travados e tensos – especialmente no primeiro tempo – do que de bom futebol. Jogar melhor com um a menos no gramado é bacana, mas não ganhar, é chato. Ainda mais quando o adversário é o maior rival.

Vale citar que Valdívia e Cicinho sentiram contusões e foram substituídos. O lado bom disso é considerar que na reserva tem atletas que até podem funcionar numa emergência assim. Pensando no Brasileiro, que é longo, isso fica como notícia boa do domingo de péssimas novas.

O que não tampouco é legal é ter Luan como segundo atacante – embora ele tenha funções táticas relevantes, de marcação. Ele perdeu uma chance na cara do gol aos 10 do primeiro tempo. Mas não foi um desperdício em que quase foi gol. Foi uma coisa patética, um chute fraco, daqueles que até desanimam de ver. E é o que a torcida vem se acostumando a ver dele.

O fato é que não deu. E uma desagradável segunda-feira, 2, se anuncia.

São Paulo 0 X 2 Santos - Muricy mexe bem. E os craques decidem

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Nada de time reserva. Muricy Ramalho entrou com seus titulares para enfrentar o São Paulo, que tinha a vantagem da torcida e do campo, para tentar uma vaga na decisão do campeonato paulista. Ainda que o Tricolor tenha entrado com a proposta de acuar o Peixe, foi Neymar, depois de falha grotesca de Alex Silva, quem meteu uma bola na trave logo no início da partida. Mais à frente, Edu Dracena tentou imitar o rival e quase o São Paulo fez o gol.

A primeira etapa teve uma configuração curiosa: o time do Morumbi atacava mais pelo lado esquerdo da defesa alvinegra, com Jean e Ilsinho, mas também foi por ali que Léo chegou com perigo, exigindo uma boa defesa de Rogério Ceni. Mas foi jogando também pelo outro lado que os donos da casa, a partir dos 30 minutos, passaram a exercer muito mais pressão que o Peixe, fazendo uma blitz por oito minutos. Jean perdeu uma grande chance na cara do gol, quase reproduzindo um tiro de meta.

Se fosse uma luta de boxe, o São Paulo teria terminado a primeira etapa com leve vantagem por pontos. Mas Muricy mudou no intervalo. Colocou o zagueiro Bruno Aguiar e sacou o mais uma vez inoperante (ainda é o queridinho da torcida?) Zé Love. A ideia não foi recuar o time, mas sim avançar um pouco mais os laterais, os transformando em alas, e tomar conta do meio de campo, área de domínio tricolor até aquele momento. Em compensação, liberou mais os até então discretos Ganso e Elano para apoiarem Neymar.

Com menos de cinco minutos, Jonathan e Léo já tinham ido bem até  campo rival, e o São Paulo não conseguia mais atacar com tanta facilidade. Bruno Aguiar, jogando pelo lado direito, atuou muito bem, apesar de ter dado um passo errado que armou um contra-ataque sãopaulino. Mas difícil um zagueiro não falhar em um jogo tão movimentado.

O primeiro gol santista saiu graças a uma tranquilidade incrível de Paulo Henrique Ganso na área, depois de passe de Neymar. Ele conseguiu controlar e dar uma assistência primorosa para Elano marcar e voltar ao topo da artilharia do Paulista. O meia, aliás, que também fez gol contra o Tricolor na primeira fase da competição, conseguiu sua nona vitória na disputa (são só duas derrotas).

O segundo tento do Santos não tardaria, e com participação de um gigante veterano. Léo, que resistiu como pôde às investidas em seu setor no primeiro tempo e apoiou bem quando foi ao ataque, roubou a bola na intermediária e tocou para Ganso, que lançou Neymar. O atacante disputou corrida com dois zagueiros sãopaulinos, recebeu um toque de Xandão – e não caiu. Perdeu o ângulo para a finalização mas viu o companheiro Ganso chegando. Deu o passe e o Dez tocou com precisão para fazer o gol que desmoronou o rival.


A partir daí, o São Paulo tentou chegar com chuveirinhos sucessivos na defesa peixeira, com Rivaldo jogando a bola na área, tentando aproveitar a altura de Fernandão, que quase marcou. Antes disso, Neymar perdeu uma chance inacreditável sozinho diante de Rogério Ceni. Mas o santista tem créditos sobrando. E Muricy Ramalho, assim como fez à frente do São Caetano em 2004, eliminou o São Paulo do campeonato paulista. E o Santos, pelo segundo ano seguido, tirou o Tricolor nas semifinais do estadual, a quarta eliminação seguida da equipe da capital nessa etapa da competição.

A vitória traz mais confiança para a equipe, mas o desgaste também parece ser evidente. Desde que assumiu o Peixe, Muricy encarou cinco “finais”: contra o Cerro Porteño, em Assunção; Deportivo Táchira, no Pacaembu; Ponte Preta e América-MEX, na Vila, e São Paulo, no Morumbi. Já na terça, a partida de volta contra os mexicanos, em uma cidade a pouco mais de 200 quilômetros da Cidade do México. A força psicológica se consolida, mas a física aguenta?

sexta-feira, abril 29, 2011

Doutor, eu não me engano, o Ricky Martin é corintiano!

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Pois é, o portorriquenho, que recentemente saiu do armário, aparece nessa foto resgatada pelo Kibe Loco com a camisa de seu time de coração. Quem são os "bambis", mesmo?

quinta-feira, abril 28, 2011

Sempre ele

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Jogando pro gasto e economizando forças para o duelo de sábado contra o Santos, o São Paulo venceu o Goiás novamente pelo magro placar de 1 a 0, ontem, no Morumbi, e passou para a próxima fase da Copa do Brasil. O gol, assim como na primeira partida, em Goiânia, foi marcado por Dagoberto. Sempre ele!

Muito criticado em suas primeiras temporadas no clube (apesar de ter sido titular e com participações importantes nos títulos brasileiros de 2007 e 2008), o atacante vive, de longe, sua melhor fase em quatro anos jogando pelo São Paulo. Desde o final do Campeonato Brasileiro do ano passado, tem sido fundamental.

Além de marcar um gol atrás do outro, fato incomum em sua passagem pelo Tricolor, ele ainda é um dos que mais dá assistências, que se desloca para puxar a marcação, que se movimenta em campo e que, acima de tudo, mostra aos companheiros que quer a vitória a todo custo. Não enrola, não some, não reclama. O oposto do que era antes.

E por que? Outro dia li, no tablóide Lance!, um texto interessante de Vitor Birner, em defesa do treinador Paulo César Carpegiani. Apesar de não ser nenhum "supertécnico" ou sonho de consumo de qualquer torcida, é inegável que ele mudou o São Paulo da água pro vinho (oba!). Nisso, concordo com Birner.

Dagoberto é um dos melhores exemplos dessa transformação (o surpreendente Carlinhos Paraíba é outro deles). O sãopaulino que assistiu a primeira partida contra o Internacional, em Porto Alegre, pela Libertadores do ano passado, ficou com vontade de surrar o time todo, mas especialmente Dagoberto. Jogou sem nenhuma vontade.

Prova de maturidade
O que ocorreu de lá pra cá? Ricardo Gomes, o homem errado na hora e no lugar errados, caiu. Sérgio Baresi segurou a bomba interinamente e nunca conseguiu ter autoridade sobre o elenco (mas teve o mérito de efetivar garotos como Lucas e Casemiro). Daí chegou Carpegiani. Que encrencou com Dagoberto logo de saída.

Quando o técnico chamou o atacante de "bobalhão" à beira do campo e em seguida disse em coletiva que não ia segurar o jogador se alguém quisesse comprá-lo, imaginei que Dagoberto ia sair no dia seguinte. Ou, então, bater boca com o técnico pela imprensa e ficar exilado no elenco, sem jogar. Mas não.

Ele só pediu perdão e disse que ia se empenhar mais. E fez justamente isso! Incrível como, em meio a tanta imaturidade de marmanjos boleiros, Dagoberto se tocou que sua carreira tinha chegado na bifurcação entre criar confusão e começar o declínio (como Carlos Alberto ou Adriano) e baixar a crista e jogar bola.

Para sorte dos sãopaulinos, de Carpegiani e do próprio Dagoberto, ele baixou a crista e, enfim, decidiu jogar a bola que - com toda a modéstia e limitação - sabe jogar. Esse time ainda não está afinado e, obviamente, bem longe daquele blablabla de "melhor elenco", "sempre forte", "favorito" etc etc.

Mas, perto da sonolência, displiscência, desinteresse e ausência de tudo de 2010, e pelo o que Carpegiani, Dagoberto, Carlinhos Paraíba e Rhodolfo vem fazendo, entre outros, a torcida tem muito o que agradecer. Mesmo se não conquistar troféu algum, a postura já é outra, totalmente diferente. Vai, São Paulo!

terça-feira, abril 26, 2011

Tristeza e ódio no futebol do inconsciente

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Engraçado eu ter feito ontem um post sobre insônia (abaixo) e, depois, sem vinho nem qualquer outro aditivo alcoólico, ter dormido muito bem e sonhado situações dignas de registro. O futebol foi o tema central do sonho, embora a bebida tenha sido citada na primeira situação. Talvez por ter iniciado minha carreira jornalística como repórter de esportes, foi nessa condição que meu inconsciente me jogou.

Cena 1 - A tristeza de Adriano
Eu era um repórter iniciante e tinha a missão de escrever sobre atletas de origem humilde que causam muitos problemas depois de ricos e famosos (os chamados bad boys). De cara, me mandaram procurar Adriano, o (ex) Imperador. O ambiente do sonho era um bairro de periferia, não chegava a ser uma favela, tinha ruas asfaltadas e calçadas, com casas muito simples. Adriano estava na casa de algum parente, uma tia ou algo do gênero. Eram umas 11 horas da noite, horário que tornava tudo estranho, e ele me recebeu na rua, descalço, de bermuda e com uma camiseta velha. Falou sobre a infelicidade da contusão atual, que o afastará do gramado por cinco meses, e depois passou a comentar seus problemas extra campo, como noitadas, bebedeiras etc. Falava baixo, quase inaudível e muito calmo, ou melhor, resignado. Havia uma tristeza indescritível em sua maneira de agir. Um conformismo, um fatalismo. Apareceram uns malandros num carro, com som muito alto, e gritaram qualquer coisa pra ele - acho que combinavam um programa para a madrugada. Adriano disse que ia.

Perguntei se não era melhor evitar mais confusões desse tipo e ele disse que o mundo dele funcionava assim: não se pode desprezar nem contrariar os antigos amigos, os parceiros. E que ninguém nunca ia entender isso, a não ser quem vinha de onde ele vinha. Depois, ele me deu uma carona de carro e, no caminho, parecia ainda mais triste e abatido. A última coisa que disse foi: "Droga é besteira. Mas a bebida é necessária. Ela 'dilata' a cabeça". Pelo o que entendi, o 'dilata' teria o sentido de abstração, de "desanuviar" o pensamento.

Cena 2 - O ódio de Pingo
Na sequência de minha missão jornalística, fui atrás da molecada que ainda não tinha alcançado o sucesso. O local era outro bairro de periferia bem pobre, onde um grande clube (o uniforme dos garotos sugeria que era o São Paulo) mantinha um projeto para descobrir talentos. Não sei ao certo, mas parecia que a faixa etária era de 13 a 15 anos. O campo era precário e o treinador era um cara bem caipira, muito simples. Os moleques jogavam como náufragos que enxergam um navio de resgate, se atiravam na direção da bola como a última chance de sobrevivênvia possível. Quando perguntei ao treinador se tinha algum "problemático", ele disse que sim, e (não) por acaso, era o maior craque e mais talentoso. E estava de castigo, treinando separado. Era um rapaz alto e esquelético, muito mais magro que o santista Neymar. Seu nome era Augusto, ou Guto, mas no futebol era chamado de Pingo. Estava batendo bola sozinho, num campo esburacado e sem grama. Afastado do elenco por indisciplina.

Fui falar com ele e só o que recebi foram piadas, gozações e escárnio. O moleque era o ódio em estado bruto - de mim, do treinador, do clube, da sociedade, de tudo. Comportava-se como se fosse um delinquente. Ria sem parar, me sacaneando. Me chamava de "burguês". Mas tinha um controle de bola absurdo. Levantava a pelota na altura do joelho esquerdo e, com o pé direito, chutava forte para manter a bola no ar, girando. Quando decidia, chutava forte, mas não pra frente. Chutava para o alto e, a certa altura, a bola caía numa velocidade impressionante (algo como a "folha seca", do saudoso Didi). Depois de muito insistir, ele respondeu apenas que tinha herdado a habilidade do pai, que já tinha morrido. Não falou mais nada, virou as costas e se foi. Dias depois, vi a molecada disputando a decisão de um torneio, sob muita chuva. O time ganhou no sufoco, no fim da prorrogação, com um gol de um tal de Batista, sem querer (num escanteio, o goleiro adversário rebateu na nuca dele e a bola entrou). Pingo não havia sido relacionado nem para o banco. Soube mais tarde que, por isso mesmo, tinha abandonado definitivamente o clube.

segunda-feira, abril 25, 2011

A cura para a insônia de Stalin

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No livro "Um Stalin desconhecido - Novas revelações dos arquivos soviéticos", dos irmãos Zhores e Roy Medvedev (Editora Record, 2006), um capítulo discorre sobre a saúde do mandatário russo na década de 1940. Na época, ele vivia e trabalhava em uma propriedade ("dacha") próxima a Moscou, num bosque do distrito de Kuntsevo. E, para os apreciadores do fermentado de uva que passarinho não bebe, há um detalhe curioso da rotina de Iosif Stalin:

Dormia sempre em Kuntsevo, onde frequentemente recebia amigos e camaradas do Partido para "jantar", como costumava dizer. Importantes questões de governo eram decididas com frequência nessas reuniões. Grande quantidade de álcool era consumida, embora, segundo muitas testemunhas, Stalin bebesse apenas vinho georgiano, remédio por ele mesmo receitado para a insônia que o atormentava. Certos médicos, com efeito, recomendam o álcool como sedativo.

De fato, não só o vinho como também a cerveja tem feito muito marmanjo dormir em mesas de buteco por aí...

Que venham os clássicos!

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Os chamados "quatro grandes" clubes não tiveram muita dificuldade para vencer seus adversários nas quartas-de-final do Paulistão, em jogos únicos, e agora teremos dois clássicos nas semifinais: São Paulo x Santos e Palmeiras x Corinthians. Não vi os jogos do sábado, apenas os gols do santista Neymar, na Vila Belmiro (que despachou a Ponte Preta, por 1 a 0), e dos corintianos Liédson e Willian, no Pacaembu (que eliminaram o Oeste, por 2 a 1). Por isso, como não vi nem os melhores momentos dessas partidas, não tenho como comentá-las. Ontem, como agora tenho acesso a um canal fechado, pude ver tanto a vitória por 2 a 0 do São Paulo sobre a Portuguesa como a de 2 a 1 do Palmeiras sobre o Mirassol.

Sinceramente, eu esperava mais da Portuguesas. Seus atacantes foram facilmente anulados pela defesa tricolor, que estava desfalcada de Alex Silva e, com meia hora de jogo, também perdeu o cabeça de área Rodrigo Souto. Mesmo sem Lucas, machucado, a linha de ataque com Marlos e Ilsinho se alternando nas pontas deu resultado: o primeiro lançou Jean, que cruzou para Ilsinho fazer 1 a 0, no primeiro tempo. Na etapa final, Marlos deu lugar a Luiz Eduardo, que atuou como falso lateral direito, e a Lusa foi pra cima. Rogério Ceni fez um milagre em cabeçada a queima-roupa e, quase no fim, o São Paulo encaixou um belo contra-ataque e Ilsinho rolou para Dagoberto fechar o placar.

Eu vi jogadores do São Paulo sendo puxados pela camisa, dentro da área, pelo menos três vezes - mas o juiz ignorou. Creio que pelo menos um desses pênaltis poderia ter sido marcado. Quanto ao jogo do Palmeiras, Valdívia marcou um senhor golaço e, depois disso, o time tirou o pé e deixou o Mirassol empatar. No início do segundo tempo, o time se esforçou só um pouquinho e matou o jogo, em outro belo chute de fora da área, dessa vez de Márcio Araújo. Mas o que me chamou a atenção foi a generosidade da arbitragem com o palmeirense Danilo, que no primeiro tempo deu um chute na coxa de um adversário, sem bola e na pura maldade, e só tomou o amarelo. Pior: na segunda etapa, pisou a perna de outro adversário caído, perto da marca de escanteio e na cara do bandeirinha. E nem o segundo amarelo ele tomou.

Linha do tempo
Como hoje é dia 25 de abril, lembremos dois clássicos que vão se repetir nas semifinais, e que ocorreram há 18 anos e há quatro décadas, respectivamente:


Santos 1 x 0 São Paulo (Campeonato Paulista - 25/04/1993)




Corinthians 4 x 3 Palmeiras (Campeonato Paulista - 25/04/1971)

domingo, abril 24, 2011

Palmeiras ganha do Mirassol e pega o Corinthians

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Teve susto e gols de fora da área a classificação do Palmeiras para a semifinal do campeonato paulista. Depois de passar pelo Mirassol, no Pacaembu, por 2 a 1, o Palmeiras enfrenta o Corinthians na próxima semana. Do outro lado da chave, os favoritos também confirmaram as expectativas, e São Paulo e Santos decidem a outra vaga na final.

Os dois gols alviverdes saíram de fora da área, em belos chutes de Valdívia e de Márcio Araújo, um em cada etapa de jogo. Entre os tentos, houve o empate, marcado por Marcelinho, que entrou no lugar de Esley ainda no primeiro tempo para evitar uma eventual expulsão.

Luan cansou de perder gols. É bom Wellington Paulista ser melhor do que isso. Foram pelo menos três boas chances. Kléber criou bastante, fez a jogada do segundo gol. Valvívia também. Mas a turma da frente não acertava o passe e a pontaria ao chegar perto da área. Thiago Heleno e Cicinho ficaram fora, mas as ausências não foram decisivas.

A atuação foi boa, não brilhante. O time não apresenta grande evolução, mas aquela padrão amadurecido de um time de Luiz Felipe Scolari. Faz o torcedor ter confiança de que as coisas podem dar certo sem ser avassalador. Mas também inclui seus sustos.

O Corinthians foi o time que impôs uma das duas derrotas do Palmeiras na temporada. Nenhum dos dois times encanta, mas vai ser um clássico bom de assistir. Especialmente se o final for verde e feliz.

quarta-feira, abril 20, 2011

Santos 3 X 1 Deportivo Táchira - Alvinegro espanta zebra e avança na Libertadores

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Não eram nem 30 segundos do primeiro tempo e o Santos já havia chegado na cara do gol do Deportivo Táchira, na partida de hoje no Pacaembu. A marcação arquitetada por Muricy Ramalho tinha como objetivo exercer pressão no campo adversário, com os alas avançados, o meio e o ataque cobrindo os espaços. Solução quase natural, dada a disposição defensiva do rival, que entrou com cinco zagueiros, e também por conta da qualidade técnica da equipe da Venezuela.

Assim, aos 4 minutos, o Santos saía na frente com Neymar, em assistência do sempre inteligente e efeiciente Léo. Aos 12, o segundo veio com o avanço de Jonathan pela direita, depois de passe de Danilo. O domínio peixeiro seguiu até o fim da primeira etapa e o Alvinegro só se viu ameaçado uma vez, mas Rafael fez uma difícil defesa. Em alguns momentos, o time chegou a lembrar a magia daquela equipe do primeiro semestre de 2010, com trocas velozes, passes de primeira e jogadas individuais insinuantes. Uma delas, de Neymar, que chapelou o já “amarelado” zagueiro Zafra, lhe valeu um tapa no rosto. O árbitro viu, marcou falta, e não deu o segundo cartão por um lance que poderia valer a expulsão direta. Coisas de Libertadores.

No segundo tempo, veio a queda do ritmo. Ganso começou a aparecer um pouco mais, mas ainda tinha uma atuação discreta. Zé Eduardo, que jogou muito fazendo o pivô e puxando a marcação, não via seus companheiros de frente chegarem. Fora isso, o homem de frente alvinegro ia mal. Elano também jogava abaixo do esperado e Neymar apanhava. O Táchira começou a chegar com mais perigo e Rafael salvou uma cabeçada perigosa, mas não evitou o tento dos venezuelanos em uma magistral cobrança de falta de Chacón.

Aos 24 minutos, com o empate entre Colo Colo e Cerro Porteño, uma igualdade no placar tiraria o Peixe da competição. Mas o moleque chamou a bola para ele. Neymar dominou pela esquerda, passou por três marcadores e deu uma assistência linda para Zé Eduardo, sem goleiro, perder. Mas a bola sobrou para o cada vez mais decisivo Danilo, que fez valer a jogada de Neymar e fez o terceiro gol alvinegro.

Aos 34, Neymar sofre mais uma agressão, sem bola. O juizão deixa passar mais uma vez. Coisas de Libertadores, né? Tem quem goste, eu, não. Fora isso, o saldo da partida mostra um Peixe bem mais equilibrado emocionalmente do que no jogo contra o Colo Colo e, com a volta de Arouca, a equipe ganha muito mais consistência, tanto defensiva e ofensivamente já que a qualidade de passe no meio também é outra.

É inevitável pensar que, se Adílson Batista tivesse tido uma postura um pouco mais ousada na primeira partida do Alvinegro contra o Deportivo Táchira,na Venezuela, sua história poderia ter sido menos triste no clube. Mas são águas passadas e hoje, definitivamente, o Santos é outro time.

Lei Seca é prejudicial à saúde!

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A esdrúxula e incongruente imposição de Lei Seca pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, durante a Virada Cultural, no fim de semana, teve como efeito colateral um problema de saúde muito pior do que possíveis ressacas. Segundo o portal IG, em materinha intitulada "Vinho químico é o crack das bebidas", a proibição da venda de bebidas pelos estabelecimentos comerciais legalizados durante o festival de eventos públicos que atravessou todo o sábado e domingo fez com que milhares de ambulantes clandestinos oferecessem ao público "uma perigosa mistura artesanal de etanol (o mesmo vendido em postos de gasolina), pigmento e doçura similar à groselha e corante". De acordo com a reportagem, "com 96% de álcool, bebida apreendida em São Paulo é altamente tóxica e compromete fígado e cérebro".

Mais de 17 mil litros (!!!) do chamado "vinho químico" foram apreendidos. A bebida era oferecida em garrafinhas (foto acima) com valores entre R$ 1,5 e R$ 10 - um convite tentador aos milhares de manguaças que se viram privados de beber enquanto se divertiam. Segue o texto do IG: "O que assusta é a quantidade elevada de etanol, que representa 96% da mistura. Esse índice supera o teor alcoólico de bebidas fortes como a cachaça, que tem de 38% a 54% de álcool no Brasil. A graduação máxima permitida por lei, de acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é de 54%. (...) Se comparada a outras bebidas, a discrepância é ainda maior. Vodca e uísque variam o teor alcoólico entre 40% e 50%. Um vinho de verdade apresenta em torno de 12%, enquanto uma cerveja pilsen, o tipo mais consumido no país, contem entre 4,5% e 5% de álcool". Uma médica ouvida pela reportagem classificou a mistura como "uma bomba".

Pois é, moralistas de plantão (ou pior que isso: políticos moralistas de plantão). Proibir não resolve, quando as pessoas querem consumir, sempre vai ter alguém querendo ganhar dinheiro em cima. O problema não é proibir, é controlar, fiscalizar, acompanhar, punir excessos e prestar assistência. Moralistóides como Gilberto Kassab só conseguem regredir o Brasil ao início do século passado, quando a Lei Seca foi adotada nos Estados Unidos e, como consequência, criou uma das quadrilhas mafiosas mais notórias de todos os tempos, além de matar milhares de pessoas com bebidas da pior qualidade e procedência desconhecida - porque, óbvio, ninguém deixou de beber! É o que acontece agora, com o tal "vinho químico". Essa é a política de saúde (moralista e irresponsável) da maior cidade da América Latina.