Destaques

segunda-feira, abril 18, 2011

Paulista tem finais definidas

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Os 10 jogos da tarde deste domingo definiram a ordem dos classificados para as finais do Campeonato Paulista e os rebaixados. Tudo isso com duas surpresas.


A primeira foi a ultrapassagem do São Paulo sobre o Palmeiras na disputa pelo primeiro lugar do turno. O Palestra, que liderou grande parte do campeonato, botou um mistão em campo e perdeu para a Ponte Preta por 2 a 1, de virada. Assim, bastou ao também mistão do São Paulo empatar com o Oeste em 1 gol para abocanhar a primeira colocação. Benefício mesmo tem pouco: a decisão é na casa do time de melhor campanha e só. Nem vantagem em caso de empate a melhor equipe leva.

Já a outra surpresa, bom, por essa ninguém esperava. A gloriosa Portuguesa de Desportos venceu por 1 a 0 um São Bernardo que lutava contra o rebaixamento e contou com o super-tropeço do São Caetano, derrotado por 2 a 0 pelo desinteressado Linense, que não ia nem cair nem se classificar. Uma conjunção dos deuses para a Lusa, que entrou pela primeira vez no G8, justamente quando importava. Valeu Lusa!

Os rebaixados são São Bernardo, Grêmio Prudente, Noroeste e Santo André. O ABC perde dois de seus três representantes na Série A do Paulistão. Já o Grêmio Prudente, clube sempre em movimento (atrás dos melhores acordos com as prefeituras), teve um destino merecido. Pelo menos foi o que constatei em rápida e inútil pesquisa no Twitter.

Os confrontos das quartas-de-final, que acontecem em jogo único no domingo de Páscoa, ficaram assim:

São Paulo x Portuguesa
Palmeiras x Mirassol
Corinthians x Oeste
Santos x Ponte Preta

Prometo fazer de tudo para levar meu pai ao estádio para ver São Paulo x Portuguesa. Se conseguir, conto aqui como foi.

quinta-feira, abril 14, 2011

Reação a tragédia de Realengo mostra-se exceção

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Uma tragédia ou crime bárbaro de grande repercussão é suscedido por uma onda de conservadorismo. Essa tendência era o que esperava este ébrio autor após tomar contato com as notícias terríveis do massacre na escola municipal do Rio de Janeiro em Realengo, na zona oeste da cidade. Passada uma semana do episódio trágico, o que se sucedeu como repercussão dominante foi o contrário.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sugeriu a proibição da venda de armas e munição no país. E que isso fosse decidido por um plebiscito, com votação de todo o eleitorado brasileiro. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e ministros da Justiça e dos Direitos Humanos, José Eduardo Cardozo e Maria do Rosário, foram atrás.

Quer dizer, não bastasse ter sido uma reação que pode ser considerada ponderada, sensata e não moralista, o instrumento para isso é um de democracia participativa.

E a proposta de realizar um plebiscito sobre o tema esquentou. Diferentemente do referendo de 2005, o formato envolveria uma consulta ao Congresso Nacional antes de vigorar. Quer dizer, o que o povo decidir depende da homologação do Legislativo. Até aí, tudo bem. O mais incrível é que os membros do governo de Dilma Rousseff concordaram harmonicamente até no tom da reação, defendendo a possibilidade de se rediscutir o tema.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, disse que a consulta pode, Arnaldo.

Mas a vitória do "não" na consulta popular de seis anos atrás deveu-se a uma reação dos setores mais conservadores da sociedade. Basta lembrar o nível dos argumentos da revista Veja à época. O governo de então, a começar por Luiz Inácio Lula da Silva, era favorável ao desarmamento. Mais, via a proibição como parte de seu programa para desequipar civis de armas de fogo.

Mas, por quê?
O que aconteceu? A sociedade mudou? Os conservadores estavam ocupados defendendo Jair Bolsonaro (PP-RJ), o deputado federal acusado de reiteradas manifestações de racismo e homofobia? Estavam combatendo o avançodos direitos civis de homossexuais? Não puderam defender prisão perpétua nem pena de morte porque o autor do crime já estava morto? Nem redução da maioridade penal, porque não era um adolescente?

A informação de que autor dos crimes teria relação com a religião muçulmana esboçou uma onda reacionária. Alguns comentários de blogueiros e tuiteiros ligados a evangélicos indicava que a questão poderia crescer. Ainda mais na semana em que a capa da supracitada revista falava da suposta presença da rede terrorista Al Qaeda no Brasil. Mas mesmo isso minguou.

O melhor que os setores conservadores conseguiram fazer com o episódio de Realengo foi apontar falta de segurança nas escolas. E defender a instalação de equipamentos como detectores de metal. Fernando Haddad deu ótimas declarações defendendo que as escolas tinham mais é que ser abertas à comunidade, que isso até ajudava a promover a segurança desse espaço.

Seja por ter tido resposta, seja pela conjuntura, as respostas moralistas não foram majoritárias nem mesmo na mídia convencional que adora um sensacionalismo.

Existencialismo de resultados

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Enquanto isso, nos corredores de uma instituição católica...

– Não dá pra levar essa vida a sério.

– Por quê?

– Ninguém vai sair vivo dela mesmo.

quarta-feira, abril 13, 2011

Palmeiras bate Santo André só com o necessário

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Por 2 a 1 o Palmeiras venceu o Santo André na primeira partida das oitavas de final da Copa do Brasil. Kléber marcou dois gols e conseguiu a façanha de perder dois pênaltis. Tudo num jogo só. Os tentos marcados foram justamente no rebote e no escanteio originado pela espalmada de Neneca, arqueiro do Ramalhão. Pelo feito inusitado de quem aspira a Palermo, o 30 alviverde foi o personagem do jogo.

O episódio mais inusitado da partida foi a bomba de gás lacrimogêo que invadiu (?) o gramado. O equipamento usado para dispersar manifestações por forças policiais não é regulamentado adequadamente pelas secretarias de segurança pública. Como uma arma não letal como essa foi parar no relvado, ninguém explicou. A partida ficou parada por cinco minutos logo que começou o segundo tempo.

A polícia diz que torcedores que tentaram invadir as arquibancadas sem pagar é que teriam atirado o aparato. A aquisição desse tipo de explosivo, porém, é restrito. A fumaceira pode ter sido gás de pimenta, que é de mais fácil acesso, mas vai entender?

O time fez mais ou menos só o necessário para vencer por um gol de diferença e voltar com vantagem para a partida decisiva. Para os traumatizados torcedores de 2004, quando o mesmo Santo André eliminou a equipe esmeraldina nas quartas da competição, o futebol apresentado foi bom por proporcionar a vitória. O Palmeiras pode perder por 1 a 0 ou empatar que l

Valdívia foi bem até ser substituído pelo estreante Wellington Paulista que, aos 27 anos, fez pouco. O meia chileno deu passe, toque de letra, driblou. E nada de sentir a contusão que o afastou por três semanas. A fase continua boa na representação de Palestra Itália. Poderia ter sido melhor, mas a vitória na partida de ida foi boa o bastante.

Deola fez três boas defesas, mas não teve o que fazer diante do levantamento em que o zagueiro Anderson apareceu sozinho para cabecear e marcar o gol andreense. Vacilo pouco comum na sólida defesa de Luiz Felipe Scolari. Se o time fez só o necessário, tampouco precisava tomar esse gol. Mas não precisa ser um problema, é só ganhar a partida de volta.

Dose cavalar

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Por Moriti Neto


Esta vem da Austrália. No dia 4 de abril, na cidade de Jiggi, o fazendeiro Steve Cibborn passou mais de 20 horas tentando salvar um cavalo até que encontrou a fórmula para operar um “milagre”.


O cavalo Diamond Mojo, de seis anos de idade e quase 500 kg, sofria com cólicas e, logo, estaria prostrado. Com receio de que o equino morresse de sede, Steve passou o dia inteiro colocando água na boca dele. Como se a medida não surtisse efeito suficiente para levantar o (quase) morto, o australiano decidiu recorrer a um outro líquido. Segundo declarações dadas pelo fazendeiro ao jornal local Northern Star, "era hora de abrir uma cerveja". "Foi aí que lembrei de um velho remédio. Você dá algo gasoso ao animal, ele arrota e a cólica começa a melhorar. Eu nem pensei se acreditava ou não nisso, mas resolvi tentar", contou.





Fazendeiro e cavalo felizes da vida com o poder regenerativo da cerveja

O fazendeiro descreveu que assim que o líquido começou a descer pela garganta do quadrúpede, ele arrotou e começou a se mover.


Ainda de acordo com o manguaça – antes que se duvide da sobriedade do escriba, refiro-me ao homem, não ao cavalo – ele passou a dar mais e mais cervejas ao bicho e, a cada garrafa, a melhora ficava mais visível. "Foi notável. Ele se levantou e está bem, Mojo é um cavalo especial", ressaltou o pinguço, para depois completar: “eu só parei de dar cerveja para ele, pois, caso contrário, me custaria uma fortuna".


Mais sobre equinos manguaças:


Guimarães Rosa e o cavalo que bebia cerveja

Vale a pena crer de novo?

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Pela data da foto, nota-se que esse assunto não é, digamos, muito recente...


E tem a ver com o vídeo que o Glauco postou aqui - há mais de quatro anos!

Escritor defende desobediência civil para beber na Virada Cultural

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Diante da decisão da prefeitura de São Paulo de proibir a venda de bebida alcóolica em bares, restaurantes e ambulantes durante a Virada Cultural, o jornalista e escritor Xico Sá defende desobediência civil. A decisão anunciada pelo prefeito Gilberto Kassab (futuramente ex-DEM) na segunda-feira, 11, promete fiscalização intensa após a 1h de sábado, 15.

Foto: Roberto Navarro/Divulgação Alesp
Kassab não quer que ninguém beba na Virada Cultural.

"Fazer o quê, é levar isopor, engradados e cantis de casa", defende Xico Sá, em seu blogue. "O regulamento só fala sobre a venda. Meu fígado é um desobediente civil por natureza. Afinal de contas, da nossa saúde ou da falta dela, cuidamos nós, ninguém mais, meu prezado." E foi além: "Que cada um seja dono do seu fígado, do seu rumo e da sua ideia de festa e existência".

A Virada Cultural reúne atrações musicais e artísticas diversas espalhadas pela cidade – embora tenha os destaques no Centro – em um fim de semana. Em 2010, o fenômeno dos "mijões", provocado por participantes supostamente bêbados que usavam paredes como toalete, foi um dos destaques do evento. Sem investir em mais limpeza nem em mais banheiros químicos Três anos antes, um show dos Racionais MCs terminou em confusão desnecessária.

Foto: Agência Brasil/Wikipedia
Xico Sá acusa o prefeito de ser um "Jânio Quadros sem álcool", em alusão ao presidente brasileiro e prefeito da capital paulista morto em 1992. Jânio teve sua trajetória política marcada por factóides polêmicos e com uma dose de populismo moralista, como a proibição do biquíni nos concursos de miss e de lança perfumes em bailes de carnaval.

Tratando Kassab pela alcunha de "Sr. K.", o escritor acusa o prefeito paulistano de ter feito "o que pode para destruir a noite de SP". Bares, restaurantes, lupanares e outros estabelecimentos de serviço que caracterizavam a boemia de São Paulo tem sido obrigado a fechar as portas e expulsar seus ébrios clientes quando passa da meia-noite.

Coincidência ou não, nas edições da Virada Esportiva – evento análogo voltado a atividades físicas – modalidades dissociadas da noite e do bar, como o xadrez, são tratado como "esportes boêmios".

terça-feira, abril 12, 2011

Editora Abril quer Luciano Huck presidente do Brasil

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Depois de classificar os posicionamentos políticos de Chico Buarque como "molecagem", por apoiar Lula, Dilma Rousseff, Hugo Chávez, Evo Morales e Fidel Castro (entre outros inimigos eternamente demonizados pela mídia tucana), a revista "Alfa Homem" traz agora na capa o que considera o ideal "político" da Editora Abril. O (asqueroso) Luciano Huck aparece de terno, em foto com esmero de marketing eleitoral (reprodução à direita), e, sem meias palavras, a publicação pergunta ao leitor se ele não seria o "salvador da pátria" para "acabar com a pobreza" no país. À primeira vista, parece uma piada inconsequente - tanto quanto o programa que Huck apresenta na TV Globo. Mas é sério isso. Muito sério.

O apresentador de programas televisivos e empresário Luciano Huck, paulistano de origem judaica e muito abastada, é apresentado como o supra sumo de tudo o que a Abril considera "bom", "correto" e "confiável". Um novo "caçador de marajás": jovem, rico, ídolo televisivo e com ações sociais "beneméritas" e assistenciais. A revista "Alfa" lista os "atributos" para você votar nele (o grifo é nosso): "Tem helicóptero, alguns carros importados, está construindo uma mansão de 16 quartos com heliporto no Rio de Janeiro. Vive um casamento feliz, com dois fillhos perfeitos". Não contente, a publicação ameaça e aposta: "Porque, goste ou não de Luciano Huck, ele é uma presença obsessiva na vida nacional — e vai crescer ainda mais. Seus amigos mais próximos já se perguntam por que não o colocar de vez num cargo público".

E os nomes de alguns desses "amigos" do apresentador ajudam a entender o motivo de tanta festa por parte da editora da família Civita (mais um grifo nosso): "Bons contatos na política não faltam. José Serra é amigo da família e o mineiro Aécio Neves se mantém ainda mais próximo". Ou seja, Huck é, para a Editora Abril, um potencial "novo iluminado" entre os "iluminados" tucanos da capital de São Paulo, grupo que representa tudo o que há de mais arrogante, prepotente, preconceituoso, retrógrado, classista e conservador na política nacional. Não por acaso, a reportagem recorre ao empresário Alexandre Accioly, de estreitas relações com Aécio Neves (foto), para dizer que Huck será "o próximo Ronald Reagan" (cruz credo!). Pois é, até o dinheiro de campanha já está garantido...

Um peixe indigesto
Obviamente, fica explícito que "amigos" de Luciano Huck também são os próprios membros da família Civita, proprietária da Editora Abril. Digo explícito porque, antes, de forma implícita (mas nada discreta), a editora já havia "socorrido" o apresentador em uma recente "saia justa". Em dezembro de 2010, Huck comprou uma parte (especula-se que 5%) do site de compras coletivas Peixe Urbano. De imediato, usou o Twitter para impulsionar e tentar um novo recorde de venda de cupons de desconto do site. E a (mórbida) oportunidade viria no mês seguinte, quando milhares de pessoas morreram em deslizamentos provocados pelas fortes chuvas no Rio de Janeiro. Huck tuitou: "Quer ajudar, e muito, as vítimas da serra carioca [sic]. Via @PeixeUrbano, vc compra um cupom e a doação esta feita".

Acontece que a exploração da tragédia foi denunciada por Luís Nassif em seu blogue: "A compra dos cupons, segundo o site, reverterá em benefício de duas ONGs que estão ajudando as vítimas das enchentes. Parece bonito, mas não é. Primeiro, é necessário ir ao site do negócio de Luciano. Depois, é preciso se cadastrar no site. E então comprar um ou mais cupons de R$10,00. Ganha Luciano porque divulga o seu negócio (mais de 7.000 RTs até agora), cadastra milhares de novos usuários em todo o Brasil, familiariza esses usuários com os procedimentos do site, incentiva o retorno e aumenta absurdamente o número de cupons vendidos – alavancando o Peixe Urbano comercial, financeira e mercadologicamente. Além do ganho de imagem por estar fazendo um serviço público (li vários elogios nos RTs)". A "esperteza" repercutiu forte na internet e a imagem de Luciano Huck ficou bem arranhada.

Por isso, a Editora Abril não tardou em "salvá-lo". Com a sutileza de um elefante numa loja de cristais, lançou uma edição da Veja (aaarrghh...), no final de janeiro, com Huck e sua esposa Angélica na capa, sob a angelical manchete: "A reinvenção do bom-mocismo" (reprodução à direita). Isso, como bem observou o blogue "Somos andando", na mesma semana que uma revolução podia "mudar a cara do mundo islâmico" (assunto que a capa da revista deixou para terceiro plano). Agora, a "Alfa Homem" completa o serviço: "'Hoje, aos 39 anos, acho que estou cumprindo esse papel na televisão', diz Luciano, depois de pensar um pouco. Mas seria presidente do Brasil? 'Agora, não. Daqui a dez anos, talvez eu tenha mudado a resposta'".

Em dez anos, se outros (poderosos) meios de comunicação, além da Globo e da Abril, outras (poderosas) forças políticas, como Aécio e Serra, e econômicas, como Accioly, continuarem construindo e massificando a imagem desse playboyzinho yuppie e ganancioso como "salvador da Pátria", poderemos ter um grande problema e, na pior das hipóteses, retroagir nossa política aos tempos do não menos playboyzinho-yuppie-ganancioso Fernando Collor de Mello. Duvidam?

Com o grupo mais reacionário entre a (hiper) reacionária elite brasileira, não se brinca. Quando essa cobra põe a cabeça pra fora, é difícil matá-la à pauladas (não é mesmo, Leonel Brizola?). Por isso, volto a afirmar: isso é sério. Muito sério.

Cosmonauta russo só topou orbitar com salsichão e vodca

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Ao se completar 50 anos da primeira viagem tripulada com regresso bem sucedido ao redor da Terra, o departamento russo para assuntos espaciais está em festa. Iuri Gagárin viajou em 1961 a bordo da Volstok, deu uma volta mais do que Olímpica no planeta, e voltou para contar história.

Até aí tudo bem. ocorre que o chefe dos arquivos secretos do Kremlin, Aleksandr Stepanov, decidiu divulgar documentos secretos sobre o piloto e cosmonauta, morto em 1968. Especulava-se que ele teria sido morto por alguma conspiração proveniente da insatisfação da parte de Leonid Brezhnev ou outro burocrata comunista da época.

Foto: sydsvenskan.se/Wikipedia
Os documentos mostram que foi um acidente em uma manobra de um caça a responsável pela morte de Gagárin sete anos depois do feito histórico. além de não ter tramas políticas obscuras, tampouco houve questões etílicas envolvidas na morte. Outra linha de boatos desmentida dizia que traços de álcool terriam sido encontrados no sangue do moço.

Positivamente associado ao mé, esta paixão russa, está outro detalhe revelado agora, 50 anos depois da viagem. Gagárin era meio destemido, mas como todo mundo que tem, tinha medo. Em meio às 700 páginas confidenciais reveladas, constam diálogos entrre o piloto e Sergei Korolev, cabeça do programa espacial soviético.

Para ficar dentro dessa bolinha, só com estoque de coragem

Nervoso e sabendo dos riscos de embarcar numa viagem na qual outras pessoas e cachorrinhos diversos haviam morrido, ele estavs tenso. Mas pouco antes de embarcar, ele percebeu que nem tudo estava perdido:

– O importante é que temos salsichão para acompanhar a vodca.

O relato está aqui.

Note-se que a necessidade primeira, aquela que demanda acompanhamento, era o goró, e não o embutido de carne suína rico em proteína e gordura.

Unanimidade
Ao completar cinco décadas do 12 de abril de 1961, há um dado curioso colocado sobre Gagárin. Ocorre que se trata de uma das poucas unanimidades entre heróis russos do período comunista, destaca, por exemplo o El País. diferentemente dos comunistas, Gagárin conseguiu um feito sem pisar na bola depois, sem aquele capítulo que suja a biografia.

domingo, abril 10, 2011

Americana 0 X 0 Santos - Muricy respeita "DNA ofensivo", mas não sai do zero

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 “Aliás, se Muricy Ramalho ou Felipão voltarem ao mercado em breve, será que eles seriam sondados ainda que não tenham muito DNA ofensivo?”

Fazia essa pergunta num post de 6 de março, por conta da justificativa dada pelo presidente santista por conta da demissão de Adílson Batista. Obviamente, o bom senso falou mais alto que qualquer “DNA”. Não foi preciso terapia genética para que o melhor técnico sem clube no mercado fosse contratado pelo Santos, estreando hoje, no empate em zero a zero contra o Americana.

Como bem lembrou o Marcão, o elenco que o Santos tem permite – ou quase obriga - ao treinador, que ficou famoso por montar defesas sólidas no São Paulo, montar um esquema tático diferente dos que fizeram sua fama, e que respeite as características dos atletas. Afinal, foi assim que ele se portou no Fluminense, onde usou o 3-5-2 e o 4-5-1, mas também o 4-4-2 e o 4-3-3. Não à toa: as inúmeras contusões dos atletas do Tricolor do Rio forçaram as mudanças e, mesmo assim, Muricy foi campeão brasileiro.

Foi com essa perspectiva ofensiva que o treinador peixeiro estreou contra o Americana fora de casa, poupando os titulares que enfrentarão o Cerro Porteño no próximo dia 14 e utilizando os três que não irão ao Paraguai: Neymar, Elano e Zé Eduardo. Maikon Leite jogou (sic) como titular e o Santos iniciou com três atacantes. O aguaceiro permitiu pouco futebol, mas o time criou algumas chances, nada para se emocionar.


Como ressaltou o técnico, o problema santista é menos a disposição tática, mas o que os jogadores fazem quando não estão com a bola. Traduzindo, os meias e atacantes têm que marcar e ocupar espaços para sufocar o adversário e evitar os contragolpes. Nenhuma novidade, é a consciência tática que os atletas do ofensivo time campeão brasileiro de 2002 ou que a equipe do primeiro semestre de 2010 tinha e que parece ter perdido. Mas ficou evidente também que não foi nessa primeira partida que tal consciência emergiu.



O resultado poderia até ter sido pior, já que o Americana teve um gol anulado perto do final da partida. A dúvida é se foi o atleta da equipe do interior ou o lateral Alex Sandro que deu a assistência para o jogador em impedimento. Em função da situação da tabela e do esdrúxulo regulamento do Paulista, a derrota não faria muita diferença para o Santos, mas um resultado melhor manteria as chances do Americana de entrar no G-8. Para o comandante, seria uma outra estreia com derrota. No Fluminense, iniciou perdendo para o Grêmio.

Mesmo com a disposição ofensiva, o 0 a 0 foi a terceira peleja do ano em que o Alvinegro não marcou gols. E também resultou na perda da condição de melhor ataque da competição, posição que ostentava desde o início. Com 38 gols, o São Paulo, ex-time de Muricy, agora tem um tento a mais que o Santos. Algo que certamente será desconsiderado pela torcida peixeira, ainda mais se o Santos vencer o Cerro Porteño, por meio a zero que seja, pois dificilmente algum santista vai lembrar de DNA na quinta-feira.

sábado, abril 09, 2011

Adriano se anima com 'reforço' no Corinthians

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Criação: Kibe Loco.

Noel Rosa, cerveja e conhaque

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Olha, isso aqui não é divulgação de assessoria de imprensa, não. É só uma recomendação de bom programa em São Paulo. Ontem à noite fui ver "Noel Rosa, o Poeta da Vila e seus Amores" (foto), no teatro do Espaço Parlapatões, ali na Praça Roosevelt, centrão. Imperdível. Com texto do genial (e falecido) Plínio Marcos, o espetáculo narra a história do boêmio compositor no clima dos botequins cariocas. E bota clima nisso: no palco há umas quatro mesas onde os espectadores podem se acomodar, se preferirem. E rola bebida de verdade! Mesmo com a peça rolando, os artistas passam vendendo latas de cerveja (Brahma) e distribuem copinhos de conhaque (Domecq) de graça!

O melhor é que tem som ao vivo, com músicos da melhor qualidade, durante toda a peça. Os atores cantam e dançam aquelas músicas maravilhosas de Noel (que se apresenta embriagado e fumando sem parar). Destaque para a polêmica entre o compositor e o sambista Wilson Batista, com execução das músicas de um e a resposta de outro. Um banho de cultura. Quem tiver interesse, a peça fica no Parlapatões (Praça Roosevelt nº 158) até 29 de abril, de quinta e sexta, às 21 horas. O preço é de R$ 30 na quinta e R$ 40 na sexta. Bom passeio! E saúde!

Com ovos, é perfeitamente possível fazer omelete

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Fiquei no aguardo dos santistas comentarem alguma coisa sobre a contratação do Muricy Ramalho mas, achando muito curiosa a reação da mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...), resolvi me adiantar. O que mais tenho lido e ouvido, desde quando a ida de Muricy pra Vila Belmiro era só especulação até sua oficialização no cargo, é que o treinador é retranqueiro, joga feio e não vai dar certo com o time rápido, habilidoso e de muitos gols como é o Santos, desde o primeiro semestre de 2010. Os palpiteiros insistem que ele arrumará a defesa mas prejudicará o ataque, vai mandar os atacantes voltarem toda hora e blá, blá, blá.

Não concordo. Muricy usa o que tem, não tinha como ele fazer milagres com um São Paulo de Aloísio, Alex Dias, Souza, Joílson, Jadílson. Vai daí, acertou a defesa e mandou chuveirar bola na área dos adversários ou cavar faltas ou escanteios que resultassem em gols. No Palmeiras, a mesma coisa. Tinha algum craque naquele time? Uma linha de ataque veloz e habilidosa? No Fluminense, ele tinha o Conca. E só. O resto não se comparava nem de longe aos meninos da Vila. Por isso, agora, Muricy terá a chance de provar que, com excelentes jogadores, dá pra ganhar e jogar bonito.

Ou não. Mas é melhor aguardar pra ver do que condenar o homem logo de cara, não acham? Pra mim, se o Santos passar dessa fase na Libertadores, levanta o caneco. Aposto meia dúzia de Heineken no buteco a escolher. Alguém topa?

sexta-feira, abril 08, 2011

Tipos de Cerveja 64 - As Stout

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Muitas Stouts não se encaixam na definição clássica deste estilo, representada basicamente pelas Irish Stouts e pela mundialmente famosa Guinness. A diferença poderá estar na cor, quantidade de lúpulo ou malte. No entanto, tais alterações não são suficientes para que essas cervejas sejam englobadas nas Dry ou nas Imperial Stouts. São, na sua essência, simples Stouts. De cor castanho-escuro a preto, sabor amargo de café, chocolate ou cereais torrados e álcool entre 4% e 7%. "De corpo não muito complexo, são um excelente substituto para aqueles dias em que não quer beber a tradicional imperial (stout)", sugere Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. Ele recomenda a Freeminer Deep Shaft Stout (foto), a Titanic Stout ou a Super Bock Stout.

quinta-feira, abril 07, 2011

Cenas da Arena Barueri

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Por Moriti Neto


Se não foi um show de técnica e habilidade, a partida de ontem entre São Paulo e Santa Cruz, pela Copa do Brasil, na Arena Barueri, foi rica em elementos dramáticos. O Tricolor Paulista só eliminou o valente time pernambucano depois de muita correria e já no fim da segunda etapa.

O São Paulo começou bem. Como era de se esperar, tomou o controle do jogo, apostando na movimentação de Dagoberto, Fernandinho e Lucas. Os três deslocavam-se constantemente e buscavam aproximação para tabelas rápidas, o que incomodava a defesa do Santa.

Contudo, não foram a velocidade e o toque de bola que abriram o placar, inaugurado quando Dagoberto, aos 8 minutos, bateu falta e o zagueiro Rhodolfo, bem colocado, desviou de cabeça, colocando longe do alcance do bom goleiro Tiago Cardoso.

Pouco tempo depois, Fernandinho levou uma pancada na perna direita e a equipe perdeu as saídas ofensivas pela esquerda. Marlos entrou. E, claro, o índice de produtividade do ataque caiu. Atabalhoado, o jogador erra quase tudo que tenta, porque tenta sempre o mais difícil. Fora isso, ainda atrapalhou Lucas, pois passou a atuar pelo mesmo lado que o camisa 7, que acabou por mudar de posicionamento.

Assim, o time passou a ter problemas para ligar meio e ataque, forçava os chutões e abusava dos passes errados. Porém, o zagueiro pernambucano André Oliveira, autor da falta que originou o tento são-paulino, fez pênalti infantil ao esticar o braço para derrubar Dagoberto e foi corretamente expulso, pois já tinha amarelo.



Era a chance de ir para o intervalo mais tranqüilo. Rogério Ceni cobrou a penalidade, mas inventou de bater “a Djalminha”, diversamente do que está acostumado, e o arqueiro rival teve condições de praticar a intervenção. Para mim, o goleiro/artilheiro/capitão/mito foi arrogante ao tentar, num momento decisivo, um artifício que não lhe é comum.

O segundo tempo começou e, o já antes recuado Santa Cruz, com um a menos, montou um ferrolho. Até o bom atacante Gilberto pouco passava do meio de campo. O São Paulo era detentor quase absoluto da posse de bola, mas a efetividade era mínima (não esqueçamos, Marlos estava em campo). Quando Carpegiani viu o problema, substituiu Casemiro por Ilsinho e Alex Silva por William José, coisa que deveria ter feito na volta dos vestiários. Considerando que o adversário estava com 10 atletas e se daria por satisfeito com a ida aos pênaltis, não havia necessidade de subir para a etapa final com três zagueiros e dois volantes.

Como era óbvio, Ilsinho passou a ser opção pela direita, procurando abrir o jogo, e William começou a puxar marcadores para fora da área pernambucana. Dessa forma, os dois conseguiram uma tabelinha em belo passe do atacante, finalizado com um disparo do ala/meia para as redes e selaram o 2 x 0 que garantiu a classificação.

A partir dali, iniciou-se a série chiliques. Renatinho, do Santa Cruz, numa jogada que não levava perigo, deu uma pancada em Ilsinho e foi expulso. Everton Sena, competente carrapato de Lucas nos dois jogos, tomou o vermelho. Só que o camisa 7 são-paulino também foi para o chuveiro. No momento, parecia não ter feito nada que justificasse a expulsão, mas a cena que protagonizou ao sair de campo, chorando pela exclusão que achou injusta, foi de lascar. A verdade é que os dois jogadores passaram a partida se provocando e trocando empurrões e, ao que tudo indica, o árbitro se encheu.

Agora vem o Goiás, que eliminou a Ponte Preta. O São Paulo tem muito a melhorar para enfrentar adversários de melhor nível que o Santa Cruz. Provavelmente, contará com Luis Fabiano, mas não terá o quase imprescindível Lucas que, aliás, para continuar com esse status, deve se adaptar a marcações cerradas de jogadores e árbitros, já que se tornou uma grande atração.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Santos 3 X 2 Colo Colo - vitória mascarada

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O Santos entrou em campo contra o Colo Colo ontem, na Vila, com a faca no pescoço: ou vencia ou dava adeus à chance de passar da fase de grupos da Libertadores. No estádio, mas não ainda no banco, o novo treinador peixeiro Muricy Ramalho assistiu uma equipe que pressionou o rival o tempo todo em sua intermediária, conseguindo abrir um confortável 3 a 0 antes dos 10 minutos do segundo tempo. Mas a partir do terceiro gol...

Já havia dito aqui que Elano poderia ser decisivo para a equipe em um quesito no qual o time não era forte mesmo no auge de 2010, as bolas paradas. Na seleção, foi assim, e no Santos ele já vinha fazendo e dando gols em cobranças de falta e escanteio. Então, por que cargas d'água Martelotte colocou Ganso como cobrador de escanteios? Ontem, entre os 25 e os 30 do primeiro tempo, o dez santista cobrou três deles, todos na cabeça do adversário. Quando chegou perto da bola insinuando cobrar uma falta na meia direta, minha (im)paciência de torcedor fez com que falasse para a TV: "Deixa o Elano cobrar!". Ele deixou e o Santos fez 1 a 0, resultado que o Alvinegro já merecia pelo jogo que impunha.



Na sequência, Zé Eduardo fez uma boa jogada e o lateral-volante Danilo, que fez uma de suas melhores partidas no ano ontem, apareceu de surpresa à frente e fez o segundo. O fim da primeira etapa e início da segunda sugeriam uma vitória tranquila, mas Neymar, ao comemorar o terceiro gol - um gol de placa, aliás -, colocou uma máscara com seu próprio rosto, distribuída na Vila. Tomou o segundo amarelo e foi expulso de campo.

A máscara

Reprodução
Naquele momento e depois do jogo foram inúmeras as manifestações sobre a "infantilidade" do atleta, "molecagem", "meninice", "burrice" etc e tal. Mas posso assegurar que a maioria dos "críticos" desconhecia a norma da Fifa, instituída em 2007, que recomenda cartão amarelo a quem usa máscara em comemorações. Eu, por exemplo, não sabia, e quem deu o toque de que o comentarista Maurício Noriega tinha apontado a dita cuja DEPOIS do jogo foi a Lu Castro pelo Twitter.

Claro que o jogador tem que saber detalhes da regra (ou das orientações, nesse caso) que são desconhecidos pelo público. Para isso existem (existem?) palestras em que são informados por ex-árbitros sobre o que podem e não podem fazer em campo. Ao que parece, aliás, Neymar pegou a máscara no banco. A comissão técnica não sabia da norma? Os companheiros também não? Por que descarregar a bile no rapaz como se ele tivesse cometido um pecado mortal?

A recomendação da Fifa, aliás, já foi desrespeitada em outras ocasiões. No jogo entre Sport e Portuguesa em 2010, na Ilha do Retiro, Fabricio, do time pernambucano, marcou e comemorou usando uma máscara do Homem-Aranha. Os torcedores dos dois time que corrijam, mas não consta na ficha técnica que o atleta tenha tomado cartão amarelo de Héber Roberto Lopes por isso. Na Itália, um caso bem pior: Materazzi (aquele) comemorou a vitória do seu time da mesma forma e também fez uma manifestação política (coibida pelas normas da Fifa) e pra lá de provocativa ao usar uma máscara de Berlusconi no dérbi com o Milan em 2010. Só recebeu uma advertência equivalente ao amarelo nos tribunais desportivos, não no campo.

Mas o fato é que o time já estava pilhado e, quando poderia ter relaxado um pouco por conta do placar, perdeu a cabeça. Não vi motivo para a expulsão de Zé Eduardo ou do zagueiro Scotti, mas o perdido árbitro viu. Depois, expulsou Elano, que estava no banco de reservas, por ter atirado uma toalha sabe-se lá em quem. O cidadão do apito ainda coroaria sua atuação expulsando Jorquera nos acréscimos. O time chileno fez dois gols, mas não teve forças para empatar.

Desfalcado de Elano, Neymar e Zé Eduardo, o Santos de Muricy vai ter que superar o Cerro Porteño, em Assunção, para evitar o jogo de comadres dos rivais na última rodada. Difícil, mas longe de ser impossível. A equipe recuperou parte da confiança, mas mostrou que entra muito na catimba dos rivais. O novo comandante santista vai ter que fazer um intensivão psicológico no elenco e o ainda apagado Ganso terá que assumir a condição de chefe da companhia no Paraguai. Mais emoções virão...

quarta-feira, abril 06, 2011

Vê uma Raikkonen e... como não tem cachaça?

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Era uma padaria dessas metidas a besta. Tomando um café para encarar uma sessão de cinema – que se revelaria chata à beça e exigente daquela ingestão de cafeína para manter-me acordado – desfrutei da conversa alheia.

Chegam à mesa ao lado três homens, um mais moço, na faixa dos 30, outro na casa dos 50, e o terceiro, saindo dos 60. Preferem a mesa do lado de fora, "que é mais fresco", inclusive por uma garoa intermitente.

Eles se provocam até que algum deles atira a pergunta para o garçom:

– Você não é corintiano, é?

– É claro – devolveu, com um sorriso que fez todo mundo entender que, sim, era um sofredor-graças-a-Deus.

– Aqui, aqui – repetia o sessentão, comemorando qual um gol a "conquista" de um aliado em terras nada lusitanas daquela padaria metida a chique.

Passado o êxtase e acomodados, começa a conferência?

– Vai uma breja, seu Durval? – sugeriu o mais novo ao mais velho, com a deferência de quem fala ao sogro.

– Mas... você não ia tomar o seu uisquinho? – convidou-se.

– Não, eu não queria ficar muito bêbado. Com uísque eu vou ficar bêbado. Cerveja? – insistiu.

– Tá bom, que cerveja tem?.

O mais novo repete a pergunta ao garçom. Tinha só longneck da Bohemia, da Heineken, da Cerpa e da Skol. Os olhos voltam-se ao de maior experiência e de maior quilometragem rodada em mesas de bar do Brasil.

– (pausa reflexiva) Vai de Räikkönen (sic) – respondeu, agora sem olhar ao outrora aliado corintiano.

– Três Räikkönen (sic), então – concordou, de pronto, o rapaz, dirigindo-se ao garçom.

Arte: Futepoca
Este rótulo foi a piada que imaginei
na hora em que ouvi a pérola.


Sem hesitar, foi-se o trabalhador buscar as garrafas verdes da lager holandesa que há pouco tempo comprou a Kaiser e a Bavária no Brasil. A piada não é nova, mas a confusão involuntária, pelo menos para mim, sim.

Um minuto mais e o mais novo foi para dentro da padaria buscar alguma opção de pão sólido. O senhor, liberado de olhares repressores, chamou o garçom para uma extravagência.

– Vem cá, que cachaça você tem?

– Não temos cachaça, não, senhor.

– Nenhuma?

– Bom, vende a garrafa, mas seria pro senhor levar pra casa. Pra servir aqui, não tem.

– Nem uma São Francisco? – insistiu.

– Não tem...

A reiterada negativa não bastou.

– Mas eu sou cachaceiro, viu? Como é que não tem cachaça? Vem cá, ô corintiano. Como não tem cachaça? Tem que ter, senão vão achar que eu não sou cachaceiro! E ele também – completou, apontando para o terceiro e calado elemento da mesa.

Nem mesmo um apelo dessa monta demoveu o encarregado das mesas de fora. Para sorte dele, a garoa apertou e o mais novo veio levar a tropa para uma mesa do lado de dentro, já com alguma porção encaminhada – não de pão, mas de alguma fritura não identificada.

O cinquentão foi o último a sair, quando nem garçom nem os parceiros estavam por perto. Calado até ali, exclamou para si mesmo olhando para o outro lado da rua:

– Eu falei pra gente ir pro bar...

segunda-feira, abril 04, 2011

Se cerveja é tudo igual, é o paladar que varia?

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No bar, com cada vez mais frequência, a dúvida entre as principais marcas do mercado torna-se menos importante. Ou mais polêmica. É que, se antes as mesas de boteco frequentadas por este ébrio autor, a preferência era Skol, atualmente há adeptos da Brahma e até da Itaipava. Bom, isso quando a grana está curta e não cabe nenhuma "extra", "premium", ou "puro malte", claro.

A "pérola" do título deste post é a pergunta que ocorre deste ébrio autor do Futepoca sobre os dados da pesquisa Nielsen sobre o mercado de cerveja no Brasil. Os dados são de março e referem-se ao comércio de vasilhames de 600 ml, os preferidos dos ébrios.

A Ambev continua a ter domínio sobre o mercado nacional. Para quem já teve 70% das vendas em 2009, os 68% não significam exatamente uma queda, porque há a margem de erro. É verdade ainda que variação semelhante ocorreu em 2003 e só foi recuperada dois anos atrás. Considerando-se os três principais rótulos da empresa – Skol, Brahma e Antarctica –, o domínio é de duas em cada três garrafas consumidas no país.

O que mais chama a atenção é que a liderança varia em diferentes mercados. Na Grande São Paulo, a turma prefere Skol, mas cada vez mais gente troca a marca pela Brahma. No interior, dá Brahma, mas com destaque para uma inesperada terceira colocada, a Crystal, da Petrópolis, que faz a Itaipava.

No Rio de Janeiro, Antartica é a mais pedida, com sólidos 37,8%. Em Porto Alegre, ninguém tira da regional Polar a preferência guasca. A Nova Schin, com suas propagandas carnavalescas, é imbatível no Nordeste – onde, aliás, o consumo do fermentado de malte e casca de arroz cresceu 34% em 2010. É bem mais que os demais itens que cresceram por lá: refrigerantes (17%), água (4%), leite em pó (3%), aguardente (3%), fraldas e desodorantes (2%).

Outra peculiaridade: a Brahma, da Ambev, marca "internacional" da Inbev, anda crescendo. Ela já esteve melhor no Rio de Janeiro, mas fica a 2,6 pontos percentuais da líder Skol, em São Paulo, e passa de um quinto (21,2%) do mercado nacional, no qual é segundo colocado.

A Petrópolis tem a terceira no Rio e no interior de São Paulo, respectivamente com Itaipava e Crystal. No compto geral, está empatada com a Schin, que vai mal no Sudeste, apesar de ter sido criada em Itu (SP).

O infográfico da edição impressa do Estadão é divertido de se analisar. E um detalhe curioso, cada ponto percentual é uns R$ 100 milhões em vendas.

Embora fique no ar variações decorrentes das plantas (por exemplo, a Antárctica do Rio tem o mesmo sabor que a de São Paulo?), é curioso ver preferências diferentes. Se no Sul é fácil entender o apelo regional, a associação entre Nova Schin e Nordeste é bem mais nebulosa. Idem para Itaipava e Crystal no Rio e no interior paulista. Será que só propaganda e distribuição agressiva explicam tudo isso? Ou é mesmo o paladar que varia por região?

'Só' um golaço

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O jogo de ontem entre São Paulo e Mirassol, em Barueri, deu sono. Os dois times jogaram mal e quase nada criaram, mas a equipe da capital conseguiu fazer o suficiente para vencer por 1 a 0 e garantir a vice-liderança da competição, um ponto atrás do Palmeiras. Porém, esse "suficiente" foi uma obra-prima do garoto Lucas. Tomara que um décimo dessa inspiração dê as caras novamente na quarta-feira, no (perigoso) jogo de volta contra o Santa Cruz, pela Copa do Brasil.

Niquinha!

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No "Almanaque de Cultura Popular Brasil - Todo dia é dia", de Elifas Andreato e João Rocha Rodrigues (Ediouro, 2009), a data 14 de janeiro, "Dia do treinador de futebol", é ilustrada com uma historinha do folclórico João Avelino (foto), sobre quem fiz um post na época de sua morte, há pouco mais de quatro anos. Em 1986, quando ele treinava o América de Rio Preto, encheu o vestiário do time com velas e imagens de santos. Foi quando recebeu a visita do empresário J. Hawilla, que havia assistido a Copa do Mundo no México.

" - Pô, João, você é muito antiquado. Acabei de acompanhar a seleção argentina, campeã do mundo. O técnico Carlos Bilardo mostrou que os jogos devem ser ganhos com a modernidade. Aí eu entro no vestiário do meu time e vejo você com velas. Tenha dó!

Avelino abraçou Hawilla e perguntou:

- Quem é mesmo o número dez do Bilardo?

- O Maradona.

- Pois é. O meu é o Niquinha. O Niquinha!"

domingo, abril 03, 2011

Só a retranca salva? Palmeiras vence na Vila

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Foi por 1 a 0 a vitória do Palmeiras sobre o Santos na Vila Belmiro. A defesa menos vazada do campeonato saiu-se melhor do que o ataque mais efetivo. A pergunta antes da partida era se, diante de uma esquadra ofensiva, só a retranca salva?

Só Kleber salva, foi a resposta. O camisa 30 teve só uma chance clara de gol e fez, embora tenha batalhado para tentar incomodar a retaguarda do time da casa. O placar foi mexido pela única vez aos 34 minutos da etapa final. Além do quê, o time não foi tão retrancado quanto se poderia imaginar.

Apesar de ter sido forte a marcação da defesa armada por Luiz Felipe Scolari – com Rivaldo na lateral esquerda –, o time entrou com Lincoln e Patrik no meio campo. Nenhum espetáculo ofensivo, mas muito diferente dos quatro volantes que povoaram essa área do gramado com camisas verdes no começo da temporada. A chuva e a disposição de se defender deixaram o primeiro tempo mais travado do que o segundo.

O Santos criou mais oportunidades, embora não tenha se mostrado arrasador. Teve Paulo Henrique Ganso em uma tarde atípica: perdeu um gol feito e "só" colocou uma bola na cabeça de um companheiro – o zagueiro Durval – cabecear e fazer Deola trabalhar. Bom, ele também deu o passe para Danilo marcar, impedido, o gol anulado do time da casa.

Pensando bem, fez na partida quase o mesmo que os jogadores de meio campo do alviverde somados – dois chutes e um cruzamento de Marcos Assunção e dois passes de Patrik para Kleber, um no gol que decidiu o jogo. Mas a parte de Ganso não bastou para resolver a partida. Pena que Patrik não faz mais durante os jogos.

Neymar começou o jogo incomodando, comprando antipatia com Kleber e com seu marcador Cicinho, poderia até ter levado um vermelho para casa, mas não mudou a história do jogo. Mesmo assim, o cidadão gela a espinha dos torcedores rivais a cada vez que parte com a bola dominada.

O time continua na liderança da competição. Venceu o primeiro clássico do ano e continua sem perder para o Peixe desde 2009. Viva!

sexta-feira, abril 01, 2011

Eleição de Dilma é impugnada; Serra é novo presidente

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Ps.: Até pensei num post dizendo que o Tolima escalou atletas irregulares, que seus jogos na fase preliminar da Libertadores foram anulados e que o Corinthians voltará à competição - e com chances de ser campeão. Mas a mentira do José Serra como novo presidente me pareceu muito mais crível do que isso...

Bomba em Minas Gerais: Ganso é do Galo

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Calma, santistas e atleticanos: é 1º de abril...

Uma semana de discursos reacionários, mas com resistência na Câmara

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Dois episódios recentes de racismo e homofobia explícitos marcaram a semana do Congresso Nacional. O primeiro, mais famoso, envolveu o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que classificou como "promiscuidade" um relacionamento com uma mulher negra no programa CQC, além de uma série de reiteradas ofensas contra homossexuais durante toda a semana.

O segundo, envolve o também deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Em seu twitter, ele resgatou e defendeu interpretações teológicas muito esquisitas que tratam o povo africano como amaldiçoado por Deus.
As notícias são lamentáveis e entristecem todos que imaginam um mundo livre da imbecilidade das discriminações de raça, orientação sexual, gênero e seja lá o que for. Mas meu incurável otimismo viu um lado bom: a resistência de uma série de parlamentares jovens que formaram a linha de frente da briga contra esses caras. 20 deles entraram com uma representação contra Bolsonaro na Câmara.


Entre eles, destaca-se Jean Wyllys (PSOL-RJ), homossexual
assumido, ex-Big Brother Brasil e no início de seu primeiro mandato. Foi à tribuna e deu diversas entrevistas comprando a briga com o reaça. Além dele, também cabe lembrar Brizola Neto (PDT-RJ), notável blogueiro, que também entrou no meio.

Contra o pastor paulista, se levantou Manoela d’Avila (PCdoB), presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e tuiteira de mão cheia. Ela juntou as mensagens do perfil do pastor e as levará à Corregedoria da Câmara para análise, que pode levar a processo no Comitê de Ética da Casa.

Como foram 20 as assinaturas na representação contra Bolsonaro, a restrição a três nomes pode conter alguma injustiça a outros parlamentares que resistiram. Também sobraram manifestações de movimentos e ONGs de defesa de direitos humanos, da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) e de negros. Até a seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) se manifestou, de modo que são seis representações acumuladas contra o deputado-capitão do Exército.

O processo é longo, mas os dois casos poderiam levar à cassação de mandato. Mesmo que não aconteça, é bom ver que pelo menos tem gente disposta a, pelo menos, ir pra cima desses caras. Resta saber se a movimentação contra os parlamentares terá desfecho diferente das outras seis incursões que Bolsonaro acumula em sua meia dúzia de mandatos consecutivos.

Erasmo Carlos e a "homenagem" à mentira

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No Dia da Mentira, inventar notícias, fazer pegadinhas e coisa e tal viraram praxe na blogosfera, veículos impressos e mesmo na TV. Pra tentar fugir um pouco disso, vai aí uma homenagem ao homem que cantou a mentira: o "tremendão" Eramos Carlos, em 1981, estrelava um dos clássicos clipes do Fantástico, com a música Pega na Mentira, ilustrando uma sucessão de coisas tidas, pelo menos à época, como impossíveis. E, logo no começo da letra (que segue abaixo do vídeo), uma referência ao futebol com um sonho de vascaíno: "Zico tá no Vasco, com Pelé".

Para consumo próprio

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Publicado pelo blogue daquele careca mala:


Talvez o prefeito seja convidado para se filiar ao Partido Verde...

quinta-feira, março 31, 2011

Uma dunkel, cerveja escura

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Foi em fevereiro que chegou em casa uma garrafa da Paulistânia Escura, uma dunkel puro malte – são quatro os maltes usados. Sedento (e egoista, porque não dividi com os outros autores do Futepoca), provei a cerveja e, obviamente, gostei.

Como dunkel, ela é escura mas suave. Amarga como deve ser. E tem um sabor levemente de alguma coisa tostada, alguma lembrança de café. Segundo a Bier&Wein, tem também notas de chocolate que, confesso, não identifiquei por limitação de paladar, provavelmente. De cor marrom-escura, o teor alcoolico fica em 5,6%.


A Paulistânia clara, comentada em verso e prosa no Futepoca, tinha fotos históricas de São Paulo impressas nos rótulos das garrafas. Eram 12 imagens, a maior parte do acervo do jornal O Estado de S.Paulo. Na versão escura, a sacada foi repetir a dose, mas com uma dúzia de flagrantes noturnos da capita paulista.

Agora, em fins de março, a cerveja lançou outra série de rótulos, associada a uma rede de supermercados. São fotos de antigas lojas e carros de entrega do Pão de Açúcar, que aponta crescimento de vendas de cervejas especiais de 120% de 2009 para 2010. São 90 os rótulos com que as lojas trabalham, segundo a empresa.

Por questões paralelas (frequentei os concorrentes), não contribui muito para esse crescimento, mas o surgimento de novas marcas, a proliferação das premium, extra, puro malte e a chegada de mais e mais importadas reforço a ideia da ampliação.

Dessa vez, o 'Professor Pardal' errou o 'invento'

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Na semana passada, comentei em um post que, apessar da derrota para o Paulista de Jundiaí, o São Paulo tinha jogado muito bem e criado várias chances de gol. Falhas nas finalizações e na cobertura da defesa impediram um resultado melhor. Já na partida de ontem em Recife, contra o Santa Cruz, pela Copa do Brasil, a equipe não foi nada bem. Não criou quase nada, confundiu o meio de campo e, mais uma vez, contou com falha da defesa para perder por 1 a 0. Responsabilidade direta do técnico Paulo César Carpegiani (foto), que cometeu o absurdo de deixar Carlinhos Paraíba no banco na primeira etapa.

Por mim, Carlinhos, que atravessa boa fase, deveria ter entrado jogando - e justo no lugar do estabanado Rodrigo Souto, que, apesar de ter ido bem contra o Corinthians, ainda está sem ritmo de jogo e meio desentrosado com os zagueiros (seu gol contra mostrou muito disso). Não acho que a entrada de Rivaldo tenha sido equivocada. Ele acertou um belo voleio, defendido pelo goleiro do Santa Cruz, e fez outras boas jogadas. Porém, num jogo veloz e sob o forte calor nordestino, ele poderia ter entrado no segundo tempo. Marlos era o homem para ter começado como titular, para segurar a marcação e liberar mais o - hiper-ultra bem marcado - Lucas. E o problema, pra variar (ou não variar nada), é a lateral direita, onde os improvisados Rhodolfo e Jean sempre passam sufoco. Não por acaso, o atacante Gilberto (que vem para o Corinthians) fez a jogada por ali para cruzar na área e provocar o gol contra de Souto.

Enfim, o São Paulo segue irregular e sem padrão tático. Se no domingo conseguiu anular o meio campo do Corinthians e isolar Liédson, no jogo seguinte muda a escalação e deixa Dagoberto e Fernandinho sem muitas opções. Outro erro foi colocar Ilsinho e Lucas pra jogar juntos, quando fazem a mesma função. Resultado: ambos bateram cabeça com Marlos e não conseguiram criar nada na maior parte da segunda etapa, quando o Tricolor jogava com um homem a mais. Tirar Junior César da esquerda, que jogou bem no domingo, e retornar Juan, que peca muito na criação e no apoio, também foi outra decisão estranha do "Professor Pardal". Tudo bem que o técnico ainda está fazendo testes e ajustes. Mas, numa fase de mata-mata, como a da Copa do Brasil e a próxima do Paulistão, apostar em muitas mudanças de um jogo para o outro pode ser um grande e irreversível erro. Aguardemos o jogo de volta...

A saída, o percurso, a chegada... e a cerveja!

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No livro "Graça", do premiado escritor mineiro Luiz Vilela (Editora Estação Liberdade, 1989), o personagem Epifânio recorda-se do professor Leitão, da faculdade, que sempre se perdia em digressões sem fim e, confuso, perguntava aos alunos: "Mas onde é mesmo que estava eu?". Às vezes se irritava e dizia que "aos diabos onde é que estava eu! O que importa é onde eu estou agora. Não é mesmo?". Mas a própria justificativa caía por terra: "Mas onde é mesmo que eu estou agora?...". Perdido nesses cacoetes, o professor resolveu, um dia, expor uma curiosa tese sobre tipos de pessoas de acordo com suas preferências em uma viagem.

"Há aquelas pessoas que preferem a saída, praticamente ignorando o percurso e a chegada. Já outras preferem a chegada, mal se dando conta da saída e do percurso. E, finalmente, há aqueles que preferem o percurso, ou seja: para elas o importante é a estrada."
Fez uma pausa.
"Esse terceiro grupo, confesso-lhes, é aquele em que me incluo. E acho mesmo, se me permitem, que são as pessoas desse grupo os verdadeiros viajantes; as outras, as outras apenas se deslocam no espaço e no tempo, apenas saem e chegam; na verdade, elas não viajam. Agora, essas pessoas que falei, não: essas realmente viajam. Para elas, a saída e a chegada são quase que abstrações. O real é o percurso, são as paisagens que elas vão vendo, as pessoas que vão conhecendo, os pontos de parada... Quer coisa melhor do que uma cervejinha num boteco à beira da estrada? Não é mesmo?..."
Váras cabeças balançaram, concordando. Ele ficou olhando.
"É", disse, "muita gente concordou... Acho que vocês andam bebendo muita cerveja, hem?..."
A turma toda riu.

Ração de cachorro com dinheiro da merenda

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A notícia envolve a operação Mascotch da Polícia Federal em Alagoas. Um esquema de corrupção investigado, com a Controladoria-Geral da União e Procuradoria da República em Alagoas, que desviava recursos de merenda escolar para comprar produtos de uso pessoal por parte dos gestores. Apesar de o dinheiro sair do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), os itens nada tinham a ver com a alimentação de estudantes.

Guinnog/Wikipedia

Mas o post está mais para a editoria "cachaça" do que para a de "política", do Futepoca. Isso por causa de alguns dos produtos adquiridos.

A história ganha manchetes no estilo: "Esquema em Alagoas desviava merenda para pagar uísque", "Em lugar de merenda escolar, uísque para vice-prefeita e secretários" e "Dinheiro para merenda escolar pagava vinho e uísque".

O delegado André Costa explicou: "Os servidores negociavam com os empresários para que eles ganhassem as licitações. Eram emitidas notas fiscais com vários produtos, mas estes não eram entregues na totalidade, sendo substituídos por outros mais baratos ou mesmo por mercadorias para o consumo pessoal dos acusados".


É fato que se fala em uísque 12 anos e caixas de vinho incluídos, o que, se confirmado, é um crime grave de desvio de dinheiro público. Ainda pior porque reduzia a quantidade de alimento adquirida para a merenda. Claro que me ocorreu a piada de que poderia ser para educação etílita, uma frente do cada vez mais esquecido "Manguaça Cidadão".

Mas o que ninguém destacou é que o esquema também era usado para comprar ração de cachorro. Tirar dinheiro de comida de criança para alimentar cães é mais assustadoramente cruel do que se locupletar do dinheiro público para fins pessoais – a saber, corrupção. Por isso o título do post. As duas "frentes" do desvio são graves, a ponto de derivar delas o nome esdrúxulo da operação, uma mistura de "mascote" com "scotch", o uísque escocês.

Detalhes
Para quem estiver com preguiça de clicar nos links das notícias, o resumo: foram 16 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão foram executados a partir de quarta-feira, 30. A ex-prefeita de de Estrela de Alagoas, Angela Garrote (PP), estava entre as detidas, mas gente de administrações de 13 cidades foi inculuída.

Segundo a Polícia Federal, foi um desdobramento da Operação Caetés, de outubro de 2010, que investigou a formação de uma espécie de cartel entre os empresários do setor. A informação era que eles combinavam os preços antes da licitação e faziam um rodízio para todos eles ficarem bem. Se naquela ocasião os investigados eram os acusados de serem corruptores, agora a vez foi dos apontados como corrompidos.

quarta-feira, março 30, 2011

Mais uma estultice para o descrédito da política

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A gente bem que tenta argumentar que a prática da política vem avançando no Brasil, no último quarto de século, que não temos mais ditadura, que a alternância democrática de poder é uma realidade, que a sociedade civil organizada e os movimentos populares hoje têm mais voz, representatividade e poder de pressão, que há políticas públicas para minorias e grupos mais carentes, que a participação das mulheres é maior, que as questões ambientais têm mais relevância, que antigos coronéis estãos sendo aposentados nas urnas, que até os casos de corrupção hoje são mais difíceis de ocorrer e, quando ocorrem, são expostos publicamente e investigados, que a reforma política é assunto em pauta e próximo de ser debatido e consolidado, enfim, não há como negar que há avanços em todas as partes.

Mas sempre há alguma notícia desanimadora para inflar o descrédito da política entre a população. Leio hoje que Elton Babu, do PT (foto), vereador no Rio de Janeiro, protocolou uma moção de repúdio ao técnico Muricy Ramalho (!!!), pelas críticas que ele fez à estrutura do Fluminense - time de coração do parlamentar. Pior: a iniciativa deverá ser votada, pois teve o apoio de outros vereadores, que torcem para Botafogo, Flamengo e Vasco. Pior ainda: Babu foi o mesmo que apresentou, no final do ano passado, o pedido de entrega da medalha Pedro Ernesto, a maior honraria daquela Casa legislativa, para Muricy, pela conquista do Campeonato Brasileiro.

"O camarada pode trabalhar onde quiser, mas dizer que o gramado é ruim e que há ratos no vestiário é demais", afirmou o (infeliz) vereador. "Dei a medalha e a retirei. Ia ganhar a honraria, mas agora vai ter uma moção de repúdio", completou. Para sacramentar o vexame, a votação para tornar Muricy persona non grata na cidade do Rio de Janeiro deve ocorrer até o final da semana. Daí eu pergunto: isso muda alguma coisa na vida da população carioca ou do Muricy Ramalho? Lógico que não! O vereador Elton Babu é quem deveria ser considerado persona non grata primeiro dentro de seu partido, e depois nas urnas. Fosse vivo, o saudoso Sérgio Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta, teria mais um episódio para acrescentar ao seu Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapá). Vergonha alheia!

terça-feira, março 29, 2011

Morre José Alencar, o vice-presidente que gostava de cachaça

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A notícia chegou no início da tarde desta terça-feira, 29. José Alencar, ex-vice-presidente da República, morreu na Unidade de Terapia Intensiva no Hospital Sírio-Libanês, na capital Paulista. Ele estava internado desde segunda-feira (28), quando apresentou quadro de oclusão intestinal e peritonite – entupimento e perfuração da parede do intestino – no que se mostrou o último capítulo de uma luta contra tumores na região abdominal iniciada em 1997.

O primeiro tumor foi encontrado no rim. Dali, se espalhou para a próstata e o intestino, de onde foi e voltou, e voltou, e voltou. Até levar Alencar.

Dono da Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), Alencar também era o proprietário da cachaça Maria Cruz, produzida em Pedras de Minas Gerais, envelhecida em tonéis de amburana.

Era o brinde oficial dos bolões (talvez tenha sido só um) no Palácio do Planalto durante os oito anos em que ocupou a vice-presidência. Também pudera: o titular do cargo era Luiz Inácio Lula da Silva e outros expoentes do gabinete – a saber, Luiz Dulci e Gilberto Carvalho – mostravam-se apreciadores da produção do empresário.

O hall dos ilustres apreciadores da marvada perdeu uma grande figura.

segunda-feira, março 28, 2011

As dúvidas sobre a seleção

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A seleção brasileira fez na manhã deste domingo uma preliminar de luxo para os jogos dos estaduais, inclusive o que determinou o fim do jejum são-paulino frente ao Corinthians. Frente a uma retrancada Escócia, o time canarinho controlou o jogo e, se não sofreu praticamente nenhum ataque sério, teve dificuldade de criar chances de gol de verdade.
A estrela mesmo foi Neymar, que fez o primeiro (após passe de André) e o segundo (de pênalti, sofrido por ele). As melhores jogadas saíram de triangulações entre o garoto santista e André Santos pela esquerda.
Não foi a primeira vez que o lateral se destacou no time de Mano, mas não conheço um comentarista que o considere o cara certo para a posição. Como a maioria cobra dele mais consistência defensiva, seu posicionamento mais recuado na partida pode ajudar a quebrar resistências.
Na direita, vi uma confusão de posicionamento que prejudicou o time: Elano, que imaginei fazendo a função de falso ponta que vinha sendo de Robinho, ficou mais centralizado (e recuado), enquanto o meia Jadson, que em geral joga pela faixa central, caiu muito pelos lado. Daí, Daniel Alves não achou com quem jogar. 
O outro jogador digno de nota foi o garoto Lucas, que entrou no segundo tempo. Com arrancadas pelo meio, deu bolas preciosas para Jonas e Neymar, inclusive a do pênalti.
Com a defesa formada, Mano Menezes deve estar às voltas com uma dor de cabeça interessante no ataque. Duas são as dúvidas: onde encaixar Kaká, quando ele voltar a jogar o que sabe, e Lucas, quando ele amadurecer mais. Para a Copa América, o quarteto de frente titular deve ser Ganso, Robinho, Neymar e Pato, uma vez que o madrilenho está em recuperação e Lucas é jovem o bastante para não gerar grandes pressões se ficar no banco. Mas e depois, dá pra encaixar esse pessoal todo no time? 
Dá pra chutar que a convocação para a Copa América – que segundo o treinador, será adiantada nos próximos amistosos, contra Holanda e Romênia, em terras brasileiras – não fugirá muito da última. Terá, imagino, a troca do cruzeirense Henrique por Hernanes. Assim sendo, creio que o time titular deve começar com Júlio Cesar; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas, Ramires e Ganso; Robinho, Neymar e Pato. Talvez Elias ou Hernanes no lugar de Ramires, ou Lucas no lugar de... bem, não sei. Alguém faria muito diferente?

Mitos

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Por Moriti Neto


Que seria um jogo eletrizante e para entrar na História era provável. Pelos atrativos, como as possibilidades do gol cem, da quebra de tabu no Majestoso e a disputa da pouco comentada colocação na tabela do Campeonato Paulista, a partida entre São Paulo x Corinthians já chamaria atenção suficiente.

Contudo, a situação em que se desenvolveu toda a trama aumentou a relevância daqueles quase cem minutos disputados na Arena Barueri. Certamente, nem o torcedor são-paulino mais fanático deve ter previsto um cenário tão favorável, beirando a perfeição, com sabor de conquista de título, daqueles que entorpecem de alegria e são quase inacreditáveis.

Não à toa, foram dez minutos de queima de fogos após o segundo tento do Time da Fé. Dez minutos que retrataram bem a felicidade vermelha, preta e branca da imensa torcida Tricolor. Dez minutos que marcaram, definitivamente, um nome na história. O nome de um mito: Rogério Ceni. O goleiro/artilheiro/capitão fez de tudo. Praticou três defesas que só um monstro embaixo das traves seria capaz de realizar aos 38 anos. Lançou a bola que deu início ao primeiro gol do São Paulo e liderou a equipe nos momentos de dificuldade. Mais: marcou o centésimo da carreira em cima do grande rival, contra quem, quase sempre, as coisas são difíceis.

Tento de número cem, que quebrou o jejum de vitórias existente fazia quatro anos, que garantiu superar o adversário – ainda que por pouco – na tábua de classificação do campeonato e manteve o Tricolor Paulista como detentor do maior tempo sem perder na história do clássico: 14 jogos, com 9 vitórias e 5 empates, de 22 de março de 2003 até 7 de outubro de 2007.

Quando e como quer

Quando aos 51 minutos do segundo tempo veio o apito final, eram várias as sensações expressadas com o grito desentalado da garganta. Coisas que só podem se dar, na esfera esportiva, com esta modalidade chamada futebol. Que pode não ter “deuses” da forma qual bradam os chavões da mídia “especializada”, mas que parece ser um ente, algo que tem vida própria, tal a importância como elemento cultural do povo brasileiro. Um ente que parece tecer tramas e dramas caprichosamente e que, por alguns segundos, enquanto uma bola viajava até a rede, ao ângulo superior direito de Júlio César, me fez acreditar que tem forças suficientes para conduzir as coisas como e quando quer.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

Os gols de Rogério Ceni que a Fifa não reconhece

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Como não poderia deixar de ser, o gol marcado pelo goleiro sãopaulino Rogério Ceni ontem, contra o Corinthians, está na boca do povo. Aqui na InFernet, comemorações e provocações brotam aos milhares, em blogues, no Twitter, no Facebook. E nas ruas, principalmente aqui na capital paulista, não se fala de outra coisa. A maior polêmica é se o gol marcado foi, de fato, o 100º na carreira do goleiro. Ontem, o site do Corinthians tentou minimizar o feito, publicando, em seu texto sobre o jogo: "O Alvinegro procurava encontrar seu espaço dentro de campo, quando, de falta, o goleiro adversário marcou, aos 08 min. Foi o 98º gol de sua carreira segundo a Fifa, principal entidade do futebol mundial" (nem o nome do goleiro quiseram escrever - rs).

Hoje, quando almoçava com minha filha no bairro Pinheiros, e a televisão ligada no Globo Esporte só falava de Rogério Ceni, um rapaz bem gordo e forte, com o escudo do Corinthians tatuado na canela, comentava em altos brados (mesmo sem perguntar se alguém tinha algum interesse no assunto): "Ele marcou dois gols em amistoso, jogo-treino, coisa que disputaram com timecos lá no Acre, em Pernambuco. Ninguém viu isso, é tudo farsa, e agora querem contar só pra dizer que marcou o 100º contra o Timão!". Bom, que a Fifa realmente não reconhece dois dos 100 gols marcados pelo capitão do São Paulo, é fato. A entidade só contabiliza gols em competições oficiais.

Porém, as duas partidas em questão foram confrontos profissionais, com arbitragem, súmula e público presente no estádio. A primeira ocorreu no início de 1998, no Morumbi: um amistoso entre o São Paulo e um combinado Santos/Flamengo, para marcar o retorno de Raí ao Tricolor (ele jogou a partida, mas só voltaria em maio daquele ano). Confiram a ficha técnica e o gol de Rogério Ceni, o 4º de sua carreira:

SÃO PAULO 1 x 1 SANTOS/FLAMENGO
Competição: Amistoso
Data: 25 de janeiro de 1998
Estádio: Morumbi
Público: 22.869
Árbitro: Alfredo Loebeling
SÃO PAULO - Rogério Ceni; Zé Carlos, Edmílson, Márcio Santos e Marcelinho Paraíba; Capitão (Sidney), Gallo (Alexandre), Fabiano (Carlos Miguel) e Raí (Adriano Gerlim); Marquinhos (França) e Denílson. Técnico: Darío Pereyra.
SANTOS/FLAMENGO - Zetti (Clemer); Anderson Lima, Argel, Júnior Baiano (Jamir) e Athirson (Ronaldão); Narciso (Caíco), Marcos Assunção, Palhinha (Jorginho) e Zé Roberto; Lúcio e Muller (Cleisson). Técnico: Emerson Leão.
Gols: Anderson Lima (48 minutos) e Rogério Ceni (66).



Dois anos depois, no mesmo Morumbi, o São Paulo organizou e disputou um torneio triangular de pré-temporada, com o Avaí, de Santa Catarina, e o Uralan, da Rússia. Depois de vencer o time catarinense, o Tricolor conquistou o torneio goleando os estrangeiros (em jogo apitado pelo mesmo Loebeling da partida contra o combinado Santos/Flamengo). E Rogério Ceni fez, naquela ocasião, o seu 12º gol:

SÃO PAULO 5 x 1 URALAN ELISTA (Rússia)
Competição: Torneio Constantino Cury
Data: 17 de janeiro de 2000
Estádio: Morumbi
Público: Não informado
Árbitro: Alfredo Loebeling
SÃO PAULO - Rogério Ceni; Paulão (Rogério Pinheiro), Edmílson e Wilson; Luiz Paulo (Alexandre), Raí (Carlos Miguel), Vágner (Sidney), Marcelinho Paraíba e Ricardinho; Evair (Souza) e França. Técnico: Levir Culpi.
URALAN ELISTA - Lutsenko; Oleg Tereshchenko, Zub (Millah), Sergey Shishkin e Mikhail Zharinov; Gaidamasciuk (Alexinikan), Artur Voskanyan, Yevgeny Ovshinov (Vidas Danchenko) e Cassiano (Pavel Dalaloyan); Brener (Régis) e Dmitry Semochko. Técnicos: Slava Alexiev e Alexandr Averianov.
Gols: Edmílson (29), França (37), Semotchco (47), Raí (54), Rogério Ceni (79) e Souza (90).

domingo, março 27, 2011

O centésimo dele no centésimo deles

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Quando o técnico sãopaulino Paulo César Carpegiani afirmou, na entrevista coletiva após a vitória por 2 a 1 de seu time sobre o Corinthians, que Rogério Ceni "é um predestinado", ele pode até ter repisado um lugar comum. Mas ninguém vai negar que se trata de uma grande verdade. Há 14 anos, quando assumiu o posto de goleiro titular do São Paulo e marcou seu primeiro gol na carreira, contra o União São João de Araras, Ceni jamais imaginaria que um dia pudesse chegar ao 100º gol, e justamente contra o Corinthians, carimbando a festa do 100º aniversário do rival (foto: site SPFC). Parece conta, ou melhor, conto de mentiroso. Mas, por incrível que pareça, é a mais cristalina realidade!

Caso o goleiro já tivesse feito seu milésimo jogo com a camisa tricolor, marca que dificilmente será quebrada no futuro, ou mesmo que esse gol tivesse garantido um título numa decisão, seria a melhor oportunidade possível para encerrar a carreira. Mas o goleiro garante que cumprirá o contrato até 2014 - e quer mais troféus antes disso. Porém, mesmo que não cumpra esse objetivo, o feito de hoje, em Barueri, já o coloca entre os imortais do São Paulo e do futebol brasileiro e mundial. Vale ressaltar que, dos 100 gols, 56 foram de falta. Desconheço o número de gols de falta de especialistas como Pelé, Zico, Neto ou Marcelinho Carioca, por exemplo. Mas, para qualquer atleta de linha, em qualquer lugar do mundo, marcar 56 vezes dessa forma é muita coisa. Tratando-se de um goleiro, é um fato assombroso. E mais: ele agora é um dos 17 únicos jogadores que marcaram 100 ou mais gols com a camisa do São Paulo, em 75 anos de História do clube. Igualou-se ao meia Renato, o "Pé Murcho".

Não repetirei, aqui, as loas que toda a imprensa tecerá sobre Rogério Ceni durante essa semana - e com absoluta justiça. Quero frisar, somente, que no clássico deste domingo pelo Paulistão ele também reforçou sua condição de um dos melhores goleiros do país em atividade, apesar de seus 38 anos, pois praticou pelo menos três defesas fundamentais para a garantia da vitória sãopaulina (salvou milagrosamente uma bola no pé de Liédson, tirou com a ponta dos dedos, no contrapé, um arremate de Jorge Henrique, e defendeu espetacularmente, com o pé, uma meia bicicleta de Liédson). Dessa forma, foi a figura principal de um duelo que marcou o fim do tabu de 11 jogos sem vitória do São Paulo contra o Corinthians. E o 100º gol foi o que garantiu o triunfo. É preciso dizer mais alguma coisa? Sim: vida longa a Rogério Ceni! Parabéns!

Você é o Pelé?!?

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Do filme "Os trombadinhas", 1979.