Destaques

sábado, junho 25, 2011

Magoei, não brinco mais!

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"- Já vamos começar a pensar no planejamento do ano que vem e o projeto do centenário é ser campeão da Libertadores."
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, em 2 de julho de 2009, quando o clube alcançou o tricampeonato da Copa do Brasil

"- Se eu continuasse presidente, o Corinthians não iria disputar a Libertadores no ano que vem. Do jeito que estão essas cotas não dá para ficar, não. O Corinthians paga para jogar."
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, em 24 de junho de 2011, dois dias depois de o Santos ter conquistado o tricampeonato da Libertadores.

quinta-feira, junho 23, 2011

Santos 2 X 1 Peñarol - o tri dos novos reis da América

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Poderia ter ido ao Pacaembu, ver junto de amigos queridos e de outros tantos desconhecidos que se tornam amigos num momento mágico como o de noite de ontem a final da Libertadores. Mas, por questões logísticas, teria que abrir mão de assistir à decisão com a pessoa que despertou meu interesse pela história do glorioso Alvinegro Praiano, assim como não poderia contar com outros familiares que sofreram e se alegraram comigo durante anos em estádios, diante da TV ou mesmo do lado de um rádio, em tempos idos.

Gostem ou não, ele é fora de série
Não é todo dia que se tem a oportunidade de saber, de antemão, que em determinado dia e horário a história será escrita. E, por conta disso, a minha opção não poderia ser outra. Estava ali, a menos de quatro quilômetros do Paulo Machado de Carvalho, sofrendo a ansiedade que já vinha de dias anteriores, que me fez acordar antes das quatro da manhã de ontem, que dominava o pensamento em cada minuto da quarta-feira.

 E a ansiedade se somava ao nervosismo após ao apito inicial. O dito renascido futebol uruguaio mostrava toda sua ênfase na defesa, com um time que não conseguia sequer finalizar ao gol rival. O lance solitário (que não levou perigo) do Peñarol na primeira etapa surgiu de sua estrela, Martinuccio. O meia, aliás, foi dominado pela marcação de um jogador limitado tecnicamente, mas que parecia ter sido preparado para um jogo de paciência de 180 minutos, onde não lhe era dado o direito de se desconcentrar por um segundo sequer. Mas, além da concentração absoluta, Adriano partilhava com seus companheiros aquele algo mais, a obstinação que passa confiança ao torcedor, o toque de raça que é típico de campeões.

Danilo, quatro gols na Libertadores: o menino cresceu
As chances alvinegras apareciam. Com Durval, de cabeça; nos pés de Elano, em duas bolas rebatidas por Sosa; e com Léo, que com o pé direito mandou pra fora a melhor oportunidade peixeira na etapa inicial. Mas o gol só viria no segundo tempo, em lance lapidar. Ganso deu o toque de letra para Arouca, quase que indicando para o volante, o melhor do Brasil, “vai por ali”. Ele escapou de uma falta, escapou de duas,e deu o passe para Neymar. O atacante não dominou para driblar, finalizou de primeira, e a bola fez talvez a única trajetória possível para morrer nas redes: passou rente ao pé do defensor uruguaio, entre a trave o goleiro. Chute forte, com efeito, rasteiro. De goleador, de um fora de série.

Curioso que muitos “desculpem” Mano Menezes pela seleção não poder contar com Ganso, mas não tem a mesma parcimônia com Muricy Ramalho. Com o Dez de volta, e mais Léo, o treinador pôde armar um esquema que tinha uma saída de bola com mais qualidade, com uma fluência melhor na transição da defesa para o ataque, permitindo que o talento de quem tem talento pudesse aparecer. E apareceu.

Coube a Neymar iniciar de novo a jogada do segundo tento. Ele recebeu pela esquerda, soube segurar a bola e inverter o jogo, fazendo a redonda chegar a Elano, que acionou a Danilo. O lateral limpou e finalizou com a perna que “não é a boa”, a canhota. E marcou seu quarto gol na Libertadores. Outros gols poderiam ter surgido, mas Zé Love, o inacreditável, perdeu oportunidades mais que douradas.
O craque e o líder
No fim, um gol uruguaio quase obra do acaso, um tento contra de Durval, um dos pontos de apoio do time no torneio. Mas o Peñarol, que abdicou de jogar futebol durante quase toda a partida (por vocação e opção), não tinha forças para ser o Once Caldas de 2004 redivivo. E, diga-se, o sofrimento para o torcedor veio por ser uma decisão, não por qualquer “opção defensivista do comandante. Aqui tem trabalho, mas ontem o que teve mesmo foi futebol, meu filho!

- Esperei 48 anos por isso, você esperou menos – disse meu pai, depois dos 90 minutos.

É verdade, não esperei tanto. Mas esperei 18 anos pra ver meu time campeão em 2002 e, desde então, poucos times daqui chegaram a tantos títulos: quatro Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil e uma Libertadores. O improvável grande que nasceu do município de 500 mil habitantes consolida o seu retorno ao topo, agora como rei da América. O que me fez lembrar o poema de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa:

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

No futebol, no dia de ontem e sempre, o Tejo foi e será o rio que corre pela minha aldeia. 


quarta-feira, junho 22, 2011

Wikileaks de novo, mas de outro jeito

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O Futepoca participou da segunda fase de divulgação dos documentos vazados pelo Wikileaks no Cablegate (que reúne telegramas trocados por estruturas diplomáticas). Soltamos um monte de posts a respeito.

A primeira fase havia sido em parceria com a Folha de S.Paulo e O Globo.

Agora, um grupo de jornalistas convocados pela Natália Viana, da agência de jornalismo investigativo A Pública, termina o serviço. Durante uma semana, a turma passou pela sede da associação, para acessar telegramas e armar matérias legais, que devem pipocar em breve.

Por ora, o que há é um vídeo explicando a brincadeira. Tá lá no site d'A Pública. Não consegui o código para embuti-lo por aqui. Até o Julian Assange comenta a empreitada.

Este ébrio e barbudo que escreve aparece um par de vezes – no meio de outros barbudos solertes repórteres e outras tantas intrépidas jornalistas.

Nem a 'marolinha' está fazendo efeito

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No final de 2008, Lula disse que a crise mundial seria "marolinha" no Brasil e "tsunami" no exterior. Foi massacrado pela "grande" imprensa (grande só nos interesses). Enquanto isso, lá fora, até o prestigiado jornal francês Le Monde reconheceu a previsão de Lula. Afinal, vejam três notícias recentes, uma de hoje, aqui do Brasil, e outras dos Estados Unidos e Europa:


Taxa de desemprego é a menor do mês de maio em nove anos
O Globo - 22/06/2011 às 12h14m
RIO - A taxa de desemprego atingiu 6,4% da população economicamente ativa no mês passado, a menor para o mês de maio desde 2002, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (...) Em comparação a maio de 2010, quando a taxa marcou 7,5%, houve queda de 1,1 ponto percentual. A Pesquisa Mensal de Emprego é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. (...) O rendimento médio real habitual dos trabalhadores cresceu e atingiu R$ 1.566,70, o valor mais alto para o mês de maio desde 2002. Isso representou uma alta de 1,1% na comparação mensal e de 4,0% frente a maio do ano passado.


Os "indignados" tomam as ruas de Madri contra a crise e o desemprego
UOL - 19/06/2011 - 14h40
MADRID, Espanha, 19 Jun 2011 (AFP) -Dezenas de milhares de manifestantes foram, neste domingo, às ruas de Madri e de outras cidades espanholas para protestar contra o desemprego e as medidas de austeridade propostas pelo governo espanhol e o de outros países europeus. O desemprego entre a população jovem espanhola chega a 43%, afetando 21,29% da população economicamente ativa e mais de um milhão de famílias. A dívida pública espanhola ultrapassou no primeiro trimestre o limite fixado pelo Pacto de Estabilidade da União Europeia (UE), ao atingir 63,6% do PIB, informou o Banco da Espanha na sexta-feira.


Desemprego e pobreza se alastram nos EUA
9/6/2011 8:25, Por Redação, com agências internacionais - de Nova York
As consequências da crise capitalista seguem contundentes nos Estados Unidos. De acordo com os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho, cerca de 14 milhões de norte-americanos encontravam-se desempregados no final da semana passada, cifra que eleva para 9,1% o total de trabalhadores naquela situação no país. A pressionar o segundo maior índice de desemprego registado no ano de 2011 está a fraca criação de postos de trabalho por parte do setor privado, apenas cerca de 54 mil durante o mês de maio, dizem as estatísticas oficiais.

Outro nível

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O Barcelona elegeu, em seu site oficial, os maiores clubes do Brasil. Para o clube espanhol, que encanta o mundo na atualidade, Internacional, São Paulo, Santos, Palmeiras, Grêmio e Flamengo são a tropa de elite do país pentacampeão mundial. De acordo com a página, os seis clubes "tendem a sempre dominar os campeonatos disputados no Brasil e também mostraram bom desempenho no Mundial de Clubes". Notem aí a inclusão do Palmeiras, derrotado pelo Manchester United na decisão do Mundial de 1999.

Um santista aqui do trabalho comentou que, em represália, Andrés Sanchez já determinou que o Corinthians não manda mais jogos no Camp Nou.

Tipos de cerveja 69 - As Bitter

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As Bitter surgiram como uma reação das cervejeiras à proliferação de produtos sem personalidade e meramente comerciais. Na sua maioria, possuem uma cor entre o dourado e o âmbar, pouco gás e um forte sabor azedo. Curiosamente, esta última característica não lhe é transmitida pelo lúpulo, que não é muito intenso nesse tipo de cervejas. "O aroma é algo frutado, bem como o sabor, sendo que o volume de álcool costuma ser baixo (entre 3% e 5%) e pouco perceptível. São excelentes para acompanhar bifes e marisco", aconselha Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. Para experimentar: Oakham Raucous Reindeer, Dark Star Golden Gate ou Coniston Bluebird Bitter (foto).

terça-feira, junho 21, 2011

Com uma tocha na mão, rumo à Idade Média

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Os fantasmas exumados por José Serra (à direita) na execrável campanha presidencial de 2010 continuam assombrando nossa sociedade. Depois que o tucano criminalizou bolivianos e pautou a mídia por meses e meses com a questão do aborto e obscurantismo regilioso, internautas ficaram à vontade para esculhambar nordestinos logo após a eleição de Dilma Rousseff (PT), a juventude nazista lançou a famigerada defesa da "cultura paulista" e os Bolsonaros da vida ganharam novo fôlego na sua cruzada contra homossexuais e negros. Realmente, Serra consolidou uma "agenda" para o Brasil: retroceder à Idade Média, com uma tocha na mão e uma fogueira acesa contra as bruxas!

E essa agenda continua pontuando manifestações extremistas. O bispo de Guarulhos, Luiz Gonzaga Bergonzini (à direita), que na época da campanha assinou uma carta recomendando "a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff", por conta do anacrônico debate sobre o aborto, volta agora aos holofotes. Sua hidrofobia, agora, tem como alvo a norma técnica do Ministério da Saúde que determina que a vítima de estupro não precisa apresentar um Boletim de Ocorrência (BO) para fazer o aborto, com base no Código Penal. Vamos diretamente às suas novas declarações:

“A mulher fala ao médico que foi violentada. Às vezes nem está grávida. Sem exame prévio, sem constatação de estupro, o aborto é liberado.”

“Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima… É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil.”

“Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre… Há os casos em que não é bem violência… [A mulher diz] 'Não queria, não queria, mas aconteceu…'.”

“Então sabe o que eu fazia?”. O bispo pega a tampa de uma caneta e mostra como conversava com mulheres. “Eu falava: bota aqui”, pedindo, em seguida, para a pessoa encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. “Entendeu, né? Tem casos assim, do 'ah, não queria, não queria, mas acabei deixando'. O BO é para não facilitar o aborto.”

Sem comentários.

Vamos beber ao Ravel e à Wilza Carla!

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No início do ano, fiz um post sobre a morte do Cido Guarda Chuva, figura folclórica de minha cidade, como símbolo de um mundo que existia há umas três décadas e que já está desaparecendo sem deixar vestígios. Pois, neste final de semana, duas outras figuras folclóricas e relacionadas à minha infância, dessa vez com fama televisiva e projeção nacional, também partiram desta pra melhor: o cantor Ravel (à esquerda), que fazia dupla com seu irmão e também falecido Dom, conhecidos por pérolas ufanísticas como "Eu te amo, meu Brasil" (veja vídeo abaixo), e a rechonchuda Wilza Carla (à direita), ex-jurada do Programa Sílvio Santos e estrela de pornochanchadas que faziam nossa alegria nas noites de "Sala Especial", na TV Record (veja trecho de um desses filmes abaixo). Dois símbolos de um Brasil que já não existe. A eles, meus sentimentos. E vamos beber o(s) morto(s)!



Patrões continuam escravocratas - e a mídia apoia

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Relacionando o post que a Thalita fez sobre o tratamento humilhante dado às trabalhadoras domésticas no Brasil e outro post em que questionei os interesses mal dissimulados de nossa imprensa, recupero aqui uma inacreditável materinha da Folha de S.Paulo (aaarrgghhh...), publicada na última sexta-feira: "Empregadas domésticas já têm direitos demais, dizem patrões". Pois é. Parece que ainda vivemos nos tempos em que empregados eram tratados como animais (foto ao lado). Não sei o que é mais absurdo e agressivo: se a coragem da classe patronal de assumir essa postura escravocrata publicamente, em pleno século XXI, ou do jornal, ao abrir espaço, dar voz e amplificar a "reclamação". Mais um exemplo de quem são os "senhores" da subserviente "grande" imprensa.

"As empregadas têm mais direitos que as outras categorias: já comem, bebem e dormem nas casas dos patrões", disse à Folha Margareth Galvão Carbinato, presidente do Sindicato dos Empregadores Domésticos do Estado de São Paulo (Sedesp). Além do fato de que receber alimentação é um direito do trabalhador, faltou observar que, na imensa maioria das vezes, as empregadas que aceitam residir ou dormir na residência dos patrões fazem isso A PEDIDO DELES, para que tenham sempre alguém em casa, à disposição, e não precisem gastar com transporte delas. E é mais prático, pois eliminam a hipótese de a trabalhadora faltar ao serviço. Geralmente, por morarem ali, as empregadas acabam trabalhando muito mais, pois estão à mão todo momento. E não ganham NADA a mais por isso. Fora que, comendo a mesma comida preparada para a família, os patrões se isentam de dar vale alimentação, para ela escolher como, onde e quando comer, nem cesta básica. Ou seja: não é direito, É ABUSO!

E a tal "senhora de engenho" Margareth Cabinato ainda reclama que a aprovação na Organização Internacional do Trabalho (OIT) da convenção que amplia os direitos dos empregados domésticos vai causar desemprego porque tende a aumentar os salários! Para ela, também há problema em conceder horas extras para a categoria: "Você nunca sabe se a doméstica está trabalhando. Não existe controle do trabalho delas porque o patrão não fica fiscalizando. Não há como comprovar que elas trabalharam por um determinado período de tempo". Sim, há como comprovar: é só ver o tanto de serviço feito. Qualquer pessoa que não tem empregada doméstica sabe o quanto esse trabalho é volumoso e desgastante. Não por outro motivo, os patrões recorrem a elas, ora bolas! Quando morei na Irlanda, NINGUÉM tinha empregados em casa. Porque lá existem direitos trabalhistas e, se você quiser empregado, paga MUITO caro. Aqui, os patrões ainda pensam que podem resolver na base do chicote. Que são "superiores" e que têm o direito de se servir dos "inferiores". Basta!

segunda-feira, junho 20, 2011

Depois os corintianos não querem ser odiados...

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Vejam só como o colega Diego Sartorato apareceu hoje no trabalho, antecipando em três dias a "secação" contra o time do Santos na final da Copa Libertadores - decisão que o Corinthians, ao contrário do próprio clube santista, do Palmeiras, do São Paulo e até do São Caetano, nunca conseguiu disputar. "Ué, a gente tem que escolher alguém pra torcer na decisão. Eu apenas escolhi", justifica-se Sartorato. O bizarro é que, por baixo da camisa do Peñarol, ele está usando uma camiseta com o escudo corintiano e inscrições árabes (equivalentes a "eu nunca vou te abandonar"), que comprou na loja de um palestino maluco, lá no centrão de São Paulo. E, pra irritar ainda mais o santista Luiz e todos os outros não corintianos aqui do trabalho, Sartorato localizou e botou pra tocar o primeiro hino de seu clube, em ritmo de tango. Estamos quase acionando a DRT, por insalubridade e maus tratos no ambiente de trabalho...

domingo, junho 19, 2011

Dois de Luan nos 5 a 0 sobre o Avaí

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O melhor ataque do Campeonato Brasileiro é um time comandado por Luiz Felipe Scolari. Difícil de acreditar. Tudo bem que precisamente a metade deles foi marcada num jogo só, o deste domingo, 19. Foi com dois de Luan, dois de Kléber e um contra que se deu a sova de 5 a 0 impressa pelo Palmeiras sobre o Avaí no Canindé, pela quinta rodada com campeonato brasileiro.

Segunda posição, com um ponto a menos do que o Corinthians (que tem um jogo a menos) e do que o Figueirense; quatro a menos do que o São Paulo. Bem melhor do que este torcedor imaginaria, mas ainda nada definitivo para um campeonato que percorreu 13% de suas partidas.

Quando o Palmeiras tomou a sova do Coritiba, pela Copa do Brasil, Marcos, o Goleiro, descartou qualquer chance de o time se classificar porque não havia obtido vantagem de seis gols em ninguém havia muito tempo.

Não foi neste domingo que o Palmeiras chegou a tão larga margem, mas foi quase. Considerando-se o time profissional, a última vez que o número cinco desenhou-se do placar a favor do Verdão foi em março, na Copa do Brasil, contra o Comercial-PI, no Pacaembu. E os piauienses ainda fizeram um de honra.

O feito não é apenas coletivo, mas contou com brilho individual, já que o contestado e pouco amado Luan foi o melhor em campo. Além de fazer Aleks buscar o esférico no fundo das redes por duas vezes, ainda deu passe para outro. Jogou muito. Não é papo de torcedor dizer que nem parecia o camisa 21 que normalmente entra em campo. Pelo menos não da linha do meio de campo pra frente -- pra trás, na marcação, ele continuava alerta.

Consta que a torcida não havia se convencido sobre as qualidades que só Felipão via nele. Até hoje, quando gritou o nome do atacante-volante. E tudo isso na primeira partida em que Kléber atuou ao lado de Wellington Paulista, no que seria a formação ofensiva preferida de cartolas e mesmo do palmeirense-padrão. Impressionante.

Só não foi mais impressionante do que a comoção da massa para que Marcos batesse o pênalti sofrido por Lincoln aos 45 minutos da etapa final. O camisa 30 acabou batendo, evitando contornos humilhantes para uma simples -- embora rada -- goleada alviverde. Ele não quis sacanear o goleiro catarinense ("ia parecer que eu tava pisando", disse o arqueiro).

Como não é todo dia que "sobra" um pênalti para o Palmeiras -- porque não é todo dia que o Verdão faz mais gols do que o mínimo necessário -- provavelmente o atleta de 38 anos, santificado há uns 12, não vai ter muitas oportunidades de fazer gols antes de encerrar a carreira. Mas a gente torce.



O Palmeiras jogou bem e conseguiu mais margem até do que vantagem futebolística. É que o Avaí teve pelo menos três boas chances de marcar no primeiro tempo -- Marcos defendeu. O alviverde paulistano viu atuações raras de Luan e de Cicinho, além da volta de Lincoln. Tá bom.

Recorde do São Paulo e show de Rogério Ceni

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Nunca antes na História desse modelo de Brasileirão disputado por pontos corridos, a partir de 2003, um clube havia ganho os cinco primeiros jogos. Pois esse recorde foi alcançado neste domingo pelo São Paulo, com a vitória por 2 a 0 sobre o Ceará, em Fortaleza, gols de Marlos e Lucas. Com isso, o time chegou a 15 pontos, nove gols feitos e só um sofrido. Mas a primeira derrota esteve perto de acontecer, não fosse o show do goleiro Rogério Ceni, que pegou um pênalti quando o jogo estava zero a zero e fez, pelo menos, mais meia dúzia de defesas muito difíceis nas duas etapas. Uma atuação para comprovar que, além de maior artilheiro entre os goleiros do mundo, é também um dos maiores na função, em todos os tempos.

Mesmo com o ótimo desempenho do São Paulo, é preciso reforçar que faltam longínquas 33 rodadas e que o time, de elenco sofrível e vários titulares no departamento médico, passará agora por um longo período sem Lucas, que disputará a Copa América pela seleção principal, e Casemiro, William, Bruno Uvini e Henrique, que vão ao Mundial Sub-20. Carpegiani segue sem laterais, pois desconhece a existência de Edson Ramos, trazido por Rivaldo, e mantém o improvisado Jean na direita (que sempre rende mais na função de origem, como volante que sobe ao ataque) e o fraco Jean na esquerda. Xandão dá sustos na zaga e Luís Fabiano, que ainda não estreou, só tem os esforçados e pouco eficientes Henrique e Wiliam como opções. Porque, para mim, Dagoberto e Fernandinho são pontas. E Lucas também cai pelas laterais, assim como o reserva Ilsinho.

O único meia "clássico" do elenco é o velho Rivaldo, que dificilmente será titular. Casemiro pode ser o que o Hernanes foi, um volante clássico que chega à frente e faz gols. Atrás, Wellington faz o mesmo que Josué, marca forte, desarma e faz a ligação com o(s) meia(s). Luiz Eduardo está perfeito como zagueiro e merece ser titular, ao lado de Rhodolfo (Alex Silva saiu, Miranda sai no fim do mês e Xandão é opção de banco ou quando o técnico põe três zagueiros). Carlinhos Paraíba parece ter perdido espaço e, se isso se confirmar, o São Paulo renovará com Rodrigo Souto, que ameaçou pegar o boné. Também tem Zé Vítor pra posição.

Ou seja, não é um elenco forte ou ideal, mas, num campeonato com tantos times sofríveis, dá pra brigar na faixa dos dez primeiros. Acho que está no mesmo nível, em termos de elenco, de Fluminense, Grêmio, Vasco, Flamengo - mas conta com a vantagem de estar revelando vários bons moleques. Palmeiras, Botafogo e Atlético-MG também estão quase nessa faixa. Entre os mais fortes, mesmo enfrentando má fase, Cruzeiro e Internacional têm conjuntos melhores de valores individuais, assim como o Corinthians, que já segue bem. E o Santos, que ninguém se iluda, vai dar trabalho, mesmo se vencer a Libertadores. Afinal, a qualidade de seu time é bem superior a mais de dois terços dos participantes do Brasileirão. Aguardemos, pois.

O que Adriano está esperando pra jogar na Rússia?

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Em entrevista para a TV Bandeirantes, o meia Alex (foto), recém contrado pelo Corinthians, comentou as dificuldades de sua chegada ao clube anterior, o Spartak Moscou. Por diversas vezes, foi obrigado a treinar sob uma temperatura de 15 graus negativos. "As mãos e os pés congelavam. Tentei usar pomadas e sacos plásticos nos pés, mas não adiantava nada. Era terrível". Porém, Alex notava que os colegas russos possuíam um artifício eficiente para essas ocasiões: a cachaça, ou melhor, a vodka. "Nos treinos, tava todo mundo manguaçado. Ninguém falava nada, porque era a maioria que fazia isso. Como eu não sou do álcool, sofria com o clima", revelou. Segundo o meia, houve um jogo contra o atual time do ex-corintiano Roberto Carlos, o Anzhi Makhachkala, em que o mais bêbado era o árbitro. "Não era só o bafo, pois o álcool exala pelo corpo todo. E ele tava falando mole", contou, aos risos. Taí um ótimo campeonato para o também corintiano e ex-imperador Adriano disputar...

sábado, junho 18, 2011

FHC 80 se diz 'tonto' e plagia Lula: 'eu não sabia'

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Talvez animada pela grande repercussão dos 80 anos do músico, cantor e 'maconheiro' João Gilberto, no início do mês, a "grande" imprensa (grande só no nome) resolveu aproveitar para fazer um desagravo a outro de seus queridinhos, o sociólogo, ex-presidente da República e 'maconheiro nasal' Fernando Henrique Cardoso, que também está completando oito décadas. O jornal O Globo se esmerou na bajulação em seu sítio virtual, com um "especial multimídia" sobre FHC (não confunda com outra droga, o já citado THC), trazendo artigos baba-ovísticos e exagerados de Mirian Leitão e Merval Pereira, charges do Chico Caruso, repercussão com os "mentores" do Plano Real e - o melhor (ou pior) de tudo - uma favorável entrevista com o célebre tucano homenageado.

"Nunca na História desse país" se viu tantas loas e confetes para o aniversário de um ex-presidente da República em nossa imprensa. O esforço para tirar FHC do limbo, em quilos de vassalagem e beija-mão midiáticos, me levam, como jornalista, à exacerbação da vergonha alheia. Mas, sem querer comentar as dúzias de bobagens, incoerências e delírios ditas mais uma vez por Fernando Henrique (até em respeito à sua idade e também poupando as velas do blogue para um defunto que não compensa), separei dois trechos muito reveladores, que, das duas, uma: ou comprovam sua senilidade ou atestam a sua cara de pau. No primeiro, ele diz que assinou a manutenção do sigilo dos documentos oficiais (que tanta dor de cabeça está dando agora à presidente Dilma Rousseff) no último dia de seu mandato (!), sem ler (!!), e que só se tocou disso um ano depois (!!!):


FH - Nesta discussão que está aí hoje [sobre a manutenção do sigilo eterno para documentos de Estado]... Foi no dia 31 de dezembro de 2002, último dia do governo. Porque tem dois canais, ou vem pela Casa Militar ou vem pela Casa Civil. Bem, quando veio esse negócio, eu disse [depois]: não é possível que eu tenha assinado isso. Aí chamei o Pedro Parente: vê se é possível que eu tenha assinado isso. Reconstituiu, não passou pela Casa Civil. Foi pela Casa Militar. Sem a assinatura do general Cardoso. Mas eu não sabia. E uma coisa me chama a atenção: nunca nem o Itamaraty nem as Forças Armadas falaram nesse assunto comigo, nunca pressionaram.

O GLOBO - Então o senhor assinou sem ver? E quando soube?

FH - Quando saiu no jornal, um ano depois. Como eu assinei um negócio proibindo eternamente?



Buenas, se o senhor, que assinou, não sabe, muito menos eu ou o repórter que o entrevistou! Vai ver que, se foi em 31 de dezembro, tava muito desesperado pra abrir a champanhe no Reveillón, ou distraído pela dolorida tarefa de ter que passar a faixa para o Lula no dia seguinte, sei lá. Mas essa desculpinha é de lascar - e ninguém vai repercutir isso. Imaginem se fosse o Lula dizendo tal absurdo, o carnaval que a mídia ia fazer... Aliás, para exemplificar isso, é só perceber, na expressão que grifei em negrito no trecho reproduzido acima, que o sociólogo que fala francês tem todo o direito de dizer que não sabia de nada, ao contrário do torneiro mecânico que o sucedeu, achincalhado quando usou a mesma justificativa. Mas passemos ao segundo trecho que resolvi destacar da entrevista do O Globo, ainda mais eloquente em termos de FHC:


FH - É muito cansativo esse negócio de ser presidente, não sei por que o pessoal quer tanto... (risos)

O GLOBO - Por que o senhor quis tanto?

FH - Pois é, por engano. (ri)

O GLOBO - Duas vezes, presidente?

FH - Eu sou meio tonto...



Impressionante. Diante de tão comovente declaração, é justo considerar que tonto foi quem votou nele. E mais tonto quem votou duas vezes!

Gente diferenciada - e agora despreparada
Conhecido por criar neologismos arrogantes como fracassomaníacos ou neobobos, FHC não perdeu a oportunidade de lançar mais uma nomenclatura na entrevista publicada hoje. Talvez indignado com a "gente diferenciada" que ameaça invadir o bairro onde ele reside em São Paulo, Higienópolis, com a estação do metrô que será construída lá, o ex-presidente octogenário inventou a expressão "gente despreparada" para essa ralé que, ao contrário de seus "iluminados" colegas do mundo acadêmico, foi obrigado a (com tom de asco) "lidar" quando governava o Brasil:


FH - Acho que, em parte, a liderança presidencial tem de ser intuitiva, veja o Lula, mas, quando você tem um pouco mais de capacidade de análise, fica vendo por que as pessoas estão fazendo isso ou aquilo. Ao mesmo tempo que desculpa umas, condena outras.

O GLOBO - Mas isso faz ficar mais pessimista ou otimista a respeito do mundo?

FH - Mais realista. Não digo pessimista porque dá para avançar. Meus colegas acadêmicos puro-sangue sempre ficavam um pouco horrorizados de ver como é que eu lidava com o que, para eles, é uma gente despreparada. Eu dizia que eles não eram preparados para umas coisas, mas muito bem preparados para o que eles fazem.



De fato, a soberba desses tucanos de Higienópolis sempre consegue um jeito de se superar. E eu, sem capacidade de análise e assumidamente sem qualquer tipo de preparo (para me sentir superior), encerro este post com a única coisa que gostaria de dizer ao aniversariante FHC: "-Credo."

'Sãopaulinismo' na guerrilha do Araguaia

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Passando a vista pela polêmica matéria "Devaneio na selva", publicada pela revista Carta Capital no final de abril, sobre o diário que Maurício Grabois (foto), diriegente histórico do PC do B, escreveu em seu período na guerrilha do Araguaia (na qual seria morto, em 1973), deparei-me com um trecho em que ele, fatalmente, seria acusado de "sãopaulinismo" por corintianos, palmeirenses e santistas aqui deste blogue. "Ontem, Ari [Arildo Valadão] abateu um gordo veado", escreveu Grabois. E acrescentou, com profundo pesar:

"Ao vê-lo morto, lembro-me do Bambi das histórias infantis. Neste caso, nosso guerrilheiro passa de herói a vilão."

E a revelação desse diário, com esse trecho, acaba respondendo a pergunta feita pelos Sex Pistols no título do desenho animado que produziram na década de 1970, "Who killed Bambi?" ("Quem matou Bambi?). Agora sabemos: foi o Ari Valadão. Muito antes do Luiz Gonzaga Belluzzo querer exterminar a "espécie"...

sexta-feira, junho 17, 2011

Golaço no futebol de várzea

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Todo mundo que já bateu uma bolinha, por mais medíocre que ela tenha sido, gosta de contar vantagens em mesa de bar. Conta que ganhou uma partida de forma heróica, que foi o melhor em determinada pelada, que enfileirou o time adversário, que marcou um gol antológico. Mas poucos, geralmente, têm como provar suas bravatas. Esse não é o caso do manguaça que aparece fazendo um senhor golaço num jogo de várzea, abaixo. O registro foi guardado como verdadeira preciosidade até que ele mesmo pudesse publicar a proeza no Youtube, 11 anos depois. Com todo o merecimento, convenhamos.

Tragédia da empregada

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Uma das coisas mais deprimentes que li na internet nos últimos tempos foi o tumblr Tragédia da Empregada. É uma lista de mensagens postadas no Twitter com o assunto empregada, faxineira, serviçais e afins. O site parou de ser atualizado há cerca de dois meses, mas a coletânea está lá, para ninguém duvidar de que ainda tem muita gente que acha que existem escravos no país. Gente para quem a entidade 'empregada' não tem nome, não tem família, não tem história, não tem privacidade, não tem nada dessas coisas que eles, as famílias brancas heterossexuais de classe média, têm como direitos básicos.


(Antes que me acusem de generalização, faço parte de uma família branca heterossexual de classe média, mas fui ensinada a tratar empregados com respeito. Só que, se não são todas as famílias que tratam mal seus empregados, com certeza a maioria dos que os tratam mal se encaixam nessa descrição)

Todo o preâmbulo é para contar o que aconteceu comigo. Depois de muito relutar, decidi contratar uma faxineira para trabalhar na minha casa uma vez por semana. Veio a Fátima. Ela mora longe, demora mais de duas horas para chegar na minha casa, tem uma filha de dois meses, que deixa com uma prima para poder trabalhar. História típica, infelizmente, contada sem nenhum drama, como se não houvesse qualquer alternativa para ela. No primeiro dia, ela trabalhou muito, comeu pouco, nem quis dividir a mesa comigo no almoço (claro, afinal ela deve ter aprendido que empregada 'tem seu lugar').

Ao final do dia, na hora de ir embora, ela chega para mim e faz uma pergunta que me desconcertou. Ela perguntou se eu queria revistar a bolsa dela. Demorei alguns instantes para entender o que ela queria dizer. E foi aí que eu aprendi que, além das violações de direitos trabalhistas de praxe, algumas empregadas também são submetidas a constrangimentos ilegais dentro das casas onde trabalham. Essas mulheres não têm direito à privacidade! O que quer que carreguem será desnudado aos olhos de quem lhe contrata. Mais uma vez, a revelação foi feita como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Fiquei tão besta com o acontecido que nem me lembrei de dizer a ela que é ilegal a patroa revistar a sua bolsa. Sei que não vai mudar nada, já que ela deve pensar que quem não deve não teme. Deve ter sido esse o argumento que ela ouviu. Mas ela merece saber. Assim como nós merecemos escutar, todos os dias, o quão atrasados são alguns membros da dita elite. Para ter vergonha daquilo que ainda permitimos acontecer debaixo dos nossos narizes.

quinta-feira, junho 16, 2011

Peñarol 0 X 0 Santos - vai ser uma semana longa

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Metade da decisão já foi. E Santos e Peñarol continuam a uma vitória do título da Libertadores. Mas é inegável que o fator campo (e que campo é esse do Centenário? Um show de escorregões dos dois times) e torcida foi desperdiçado pelo escrete uruguaio ontem. O Peixe, além de adiar a decisão para sua própria casa, pode ter uma vantagem que, essa sim, é fundamental: o possível retorno de (pelo menos parte) dos quatro titulares que não estiveram em campo ontem, e fizeram falta: Jonathan, Dracena, Léo e Ganso.

Já se sabia que os uruguaios não sairiam pro jogo nem com reza brava, ao contrário de outros adversários santistas na fase de mata-mata. Isso permitiu que o time da Vila tivesse a posse de bola a maior parte do tempo, enquanto os uruguaios, com Martinuccio praticamente anulado por Adriano, alçavam bolas na área, sempre rebatidas pela dupla de zaga alvinegra. A propósito, Bruno Rodrigo, que até pouco tempo não era sequer o zagueiro reserva preferido do treinador, cumpriu muito bem seu papel, ainda mais levando-se em conta que era a sua primeira partida na Libertadores (justamente a final).

Alex Sandro foi menos instável do que no jogo contra o Cerro Porteño, mas deixou lacunas na lateral esquerda e quase comprometeu a equipe no primeiro tempo ao falhar na linha de impedimento. O olhar que recebeu de Durval por deixar o Peñarol ter sua única oportunidade de fato na etapa inicial meteu medo até em mim.

Neymar teve uma atuação apagada. Em boa medida, jogou com medo de tomar um segundo cartão amarelo, já que recebeu um em lance no qual Carlos Amarilla achou que o atacante tinha simulado uma falta. Não reparou no sutil golpe levado pelo garoto (que não pediu falta, ressalte-se) naquilo que os antigos chamavam de “partes pudendas”. Não teve o rigor semelhante em lances do adversário.

No segundo tempo foram criadas as principais chances peixeiras, com o Peñarol se expondo um pouco mais para fazer o resultado. Zé Eduardo perdeu duas oportunidades, Neymar desperdiçou outra. Os uruguaios tiveram um tento justamente anulado por impedimento e não conseguiram exercer a pressão que queriam, ainda que a saída de bola santista tenha ficado prejudicada. Aliás, tudo bem que é fim de temporada para um jogador que atuou durante muito tempo na Europa, mas o Elano podia se esmerar um pouquinho em não errar tantos passes. Se Ganso puder voltar para a peleja do Pacaembu, arrisco dizer que Adriano, que o substituiu, não sai do time e a bucha pode sobrar para o meia.

O empate, fora de casa, em uma final de Libertadores, não foi ruim, mas a sensação foi a de que o Santos poderia ter saído com a vitória. Do lado de lá, quem viu alguns dos momentos do Peñarol na Libertadores sabe que os uruguaios jogam principalmente no erro do adversário. E o Alvinegro errou pouco ontem e, com a defesa titular, tende a errar ainda menos no Pacaembu. Mas não dá para o torcedor se enganar achando que o jogo da volta vai ser fácil, a retranca adversária deve ser severa e vai ser mais um jogo de paciência para os jogadores de Muricy. E não se pode subestimar um time que chegou até a final contrariando quase todas as previsões. Pelas declarações, o Santos parece estar ciente disso.

Essa semana vai demorar a passar...

quarta-feira, junho 15, 2011

A mídia, seus atos, diferenças e consequências

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Leio agora sobre a demissão da servidora do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), por conta de vazamento de dados sigilosos de uma Agência do Fisco no município paulista de Mauá, em 2009. O caso virou um enorme escândalo - turbinado pela mídia - em plena campanha presidencial do ano passado, por envolver informações sobre Verônica Serra, filha do candidato José Serra, do PSDB, e sobre o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge. Sim, o vazamento de dados é ilegal e quem fez deve ser punido. Mas, se os dados mostram irregularidades de Verônica e Eduardo, por que também não há investigação ou punição?

Assim como nas eleições de 2006, quando a compra de um suposto dossiê contra Serra pelo PT ganhou mais destaque do que as informações de falcatruas contidas no próprio dossiê, a imprensa preferiu transformar lobos em cordeiros e criminalizar apenas o meio como as informações surgiram, desprezando completamente supostos crimes que os dados mostram. Em resumo, Verônica, Eduardo e Serra, além de nada sofrerem, ainda tiveram a imagem construída, pela mídia, de "mártires" da injustiça, da bisbilhotice, da invasão de privacidade e da "sanha petista".

Pois bem, comparemos agora com outro caso onde ocorreu o contrário, ou seja, as atenções concentraram-se nos dados vazados e quase nada se questiona sobre os meios como foram obtidos. Falo sobre o mais recente escândalo elevado à estratosfera pela mídia, as denúncias contra Antonio Palocci, do PT. A bancada do partido na Câmara de São Paulo denunciou que os dados da empresa dele vazaram ilegalmente da Secretaria de Finanças da Prefeitura, comandanda por Mauro Ricardo, ex-secretário estadual da Fazenda durante a gestão de... José Serra.

Mauro é considerado simplesmente o principal aliado de Serra no secretariado do prefeito Gilberto Kassab (DEM/PSD). A denúncia do PT paulistano gerou meia dúzia de notícias sem muito destaque, com o tom de que seria uma "estratégia" (leia aqui) para tentar abafar os "crimes" de Palocci. Duvido que algum dos 15 funcionários da Secretaria de Finanças apontados como responsáveis pelo vazamento de informações tenha o mesmo destino da servidora do Serpro. Ou, no mínimo, que a imprensa retome o assunto. E Palocci, como todos sabemos, perdeu seu cargo de ministro da Casa Civil - o mais importante depois da presidência da República.

Claro que Palocci deve ser investigado e punido, caso tenha cometido atos ilegais. Não há dúvida. Mas ninguém falou, dessa vez, em bisbilhotice, invasão de privacidade ou "sanha tucana" em relação a ele. Repito: por que não investigam e punem, se for o caso, Verônica Serra e Eduardo Jorge? Por que nem se discute essa hipótese na imprensa, ao contrário de Palocci, "julgado", "condenado" e apontado como "bandido" desde o início, na imprensa? Como se vê, o tratamento da mídia e as consequências para tucanos e petistas são MUITO diferentes.

É assim que se protegem candidatos de uns e se derrubam ministros de outros. E é assim, infelizmente, que se constroem "mocinhos" e "bandidos" na opinião pública.

Um daqueles que se diferenciam dos meninos

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Isso sim é que é "quilometragem" manguaça: aos 66 anos, o inglês Bruce Masters (foto) garante que já visitou 45 mil pubs (bares) no Reino Unido. O maluco teve a manha de contar cada vez e lugar onde foi exercitar sua bebedeira, desde o início da "maraToma", em 1960 - ou seja, cabalisticamente, há 51 anos (uma boa ideia). Isso dá uma média de mais de 882 bares por ano, mais de dois por dia! Segundo as contas do bêbado, ele já consumiu mais de 14 mil litros de cerveja, ou 25 mil pints, copo padrão de cerveja em terras britânicas, com capacidade para mais ou menos 570 ml - Bruce aparece segurando um deles na imagem ao lado. Esse consumo significa 274,5 litros por ano - ou cerca de 750 ml diários. Sim, mais do que um pint, religiosamente, todo santo dia, em mais de meio século! Esse é bão!

Se considerarmos um preço médio de 5 euros por pint (pelo menos era o que eu costumava encontrar, quando morei na Irlanda), o pingão gastou cerca de 158,9 mil reais só em cerveja nestas cinco décadas, pela cotação de hoje (R$ 2,27 o euro). E Bruce não desiste: "Ainda há um grande número de pubs que não visitei. Se vale a pena fazer uma coisa, vale a pena fazê-la muito bem!". O último pub pelo qual passou foi o Hole in the Wall (Buraco na Parede), na cidade de Portsmouth. O cachaça quer seguir marchando pelos pubs para beliscar uma vaga no Livro dos Recordes, o Guinness Book (Guinness, aliás, que é marca de uma tradicional cerveja irlandesa). Porém, enquanto muitos de nós admiramos Bruce pelo seu desempenho, sua mulher obviamente não está muito feliz com o recorde. "Ela não inveja o que tenho feito, ela simplesmente prefere ficar em casa", revelou o manguaça. É justo.