Destaques

quarta-feira, junho 15, 2011

A mídia, seus atos, diferenças e consequências

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Leio agora sobre a demissão da servidora do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), por conta de vazamento de dados sigilosos de uma Agência do Fisco no município paulista de Mauá, em 2009. O caso virou um enorme escândalo - turbinado pela mídia - em plena campanha presidencial do ano passado, por envolver informações sobre Verônica Serra, filha do candidato José Serra, do PSDB, e sobre o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge. Sim, o vazamento de dados é ilegal e quem fez deve ser punido. Mas, se os dados mostram irregularidades de Verônica e Eduardo, por que também não há investigação ou punição?

Assim como nas eleições de 2006, quando a compra de um suposto dossiê contra Serra pelo PT ganhou mais destaque do que as informações de falcatruas contidas no próprio dossiê, a imprensa preferiu transformar lobos em cordeiros e criminalizar apenas o meio como as informações surgiram, desprezando completamente supostos crimes que os dados mostram. Em resumo, Verônica, Eduardo e Serra, além de nada sofrerem, ainda tiveram a imagem construída, pela mídia, de "mártires" da injustiça, da bisbilhotice, da invasão de privacidade e da "sanha petista".

Pois bem, comparemos agora com outro caso onde ocorreu o contrário, ou seja, as atenções concentraram-se nos dados vazados e quase nada se questiona sobre os meios como foram obtidos. Falo sobre o mais recente escândalo elevado à estratosfera pela mídia, as denúncias contra Antonio Palocci, do PT. A bancada do partido na Câmara de São Paulo denunciou que os dados da empresa dele vazaram ilegalmente da Secretaria de Finanças da Prefeitura, comandanda por Mauro Ricardo, ex-secretário estadual da Fazenda durante a gestão de... José Serra.

Mauro é considerado simplesmente o principal aliado de Serra no secretariado do prefeito Gilberto Kassab (DEM/PSD). A denúncia do PT paulistano gerou meia dúzia de notícias sem muito destaque, com o tom de que seria uma "estratégia" (leia aqui) para tentar abafar os "crimes" de Palocci. Duvido que algum dos 15 funcionários da Secretaria de Finanças apontados como responsáveis pelo vazamento de informações tenha o mesmo destino da servidora do Serpro. Ou, no mínimo, que a imprensa retome o assunto. E Palocci, como todos sabemos, perdeu seu cargo de ministro da Casa Civil - o mais importante depois da presidência da República.

Claro que Palocci deve ser investigado e punido, caso tenha cometido atos ilegais. Não há dúvida. Mas ninguém falou, dessa vez, em bisbilhotice, invasão de privacidade ou "sanha tucana" em relação a ele. Repito: por que não investigam e punem, se for o caso, Verônica Serra e Eduardo Jorge? Por que nem se discute essa hipótese na imprensa, ao contrário de Palocci, "julgado", "condenado" e apontado como "bandido" desde o início, na imprensa? Como se vê, o tratamento da mídia e as consequências para tucanos e petistas são MUITO diferentes.

É assim que se protegem candidatos de uns e se derrubam ministros de outros. E é assim, infelizmente, que se constroem "mocinhos" e "bandidos" na opinião pública.

Um daqueles que se diferenciam dos meninos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Isso sim é que é "quilometragem" manguaça: aos 66 anos, o inglês Bruce Masters (foto) garante que já visitou 45 mil pubs (bares) no Reino Unido. O maluco teve a manha de contar cada vez e lugar onde foi exercitar sua bebedeira, desde o início da "maraToma", em 1960 - ou seja, cabalisticamente, há 51 anos (uma boa ideia). Isso dá uma média de mais de 882 bares por ano, mais de dois por dia! Segundo as contas do bêbado, ele já consumiu mais de 14 mil litros de cerveja, ou 25 mil pints, copo padrão de cerveja em terras britânicas, com capacidade para mais ou menos 570 ml - Bruce aparece segurando um deles na imagem ao lado. Esse consumo significa 274,5 litros por ano - ou cerca de 750 ml diários. Sim, mais do que um pint, religiosamente, todo santo dia, em mais de meio século! Esse é bão!

Se considerarmos um preço médio de 5 euros por pint (pelo menos era o que eu costumava encontrar, quando morei na Irlanda), o pingão gastou cerca de 158,9 mil reais só em cerveja nestas cinco décadas, pela cotação de hoje (R$ 2,27 o euro). E Bruce não desiste: "Ainda há um grande número de pubs que não visitei. Se vale a pena fazer uma coisa, vale a pena fazê-la muito bem!". O último pub pelo qual passou foi o Hole in the Wall (Buraco na Parede), na cidade de Portsmouth. O cachaça quer seguir marchando pelos pubs para beliscar uma vaga no Livro dos Recordes, o Guinness Book (Guinness, aliás, que é marca de uma tradicional cerveja irlandesa). Porém, enquanto muitos de nós admiramos Bruce pelo seu desempenho, sua mulher obviamente não está muito feliz com o recorde. "Ela não inveja o que tenho feito, ela simplesmente prefere ficar em casa", revelou o manguaça. É justo.

terça-feira, junho 14, 2011

Minas e SP têm cachaça na feira ou vice-versa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Começou nesta terça-feira, 14, e vai até esta sexta-feira, 17, a Feira da Cachaça Paulista de Alambique, em São Paulo. De 30 de junho a 2 de julho, Belo Horizonte é que recebe o I Congresso Mineiro da Cachaça. A primeira está acontecendo no Mercado Municipal da capital paulista, no Centro. O segundo, na Serraria Souza Pinto, também na área central de BH.

Foto: Divulgação
A feira paulista é promovida pela Supervisão Geral de Abastecimento (Abast), ligada à Secretária da Coordenação das Subprefeituras de São Paulo. O órgão é o encarregado pelo Mercadão (e pelos outros 14 mercados municipais, além de sacolões e feiras livres. Colocar a cachaça no mesmo balaio dos demais alimentos é um avanço (pelo menos do ponto de vista do Manguaça Cidadão)!

Tem oficinas sobre a marvada e suas ligações com drinques, gastronomia e apreciação em geral. Uma das oficinas fala sobre a diferença da cachaça de alambique e a "de coluna" – industrial, envelhecida em tonéis de uma "madeira" peculiar e exótica, chamada "alumínio".

O congresso mineiro vai além. Na programação, o alvo são os cachaceiros (os produtores, não os exclusivamente bebedores), com questões de marketing, marcadores químicos para cada parte da destilação – cabeça, coração e calda – controle de qualidade e fermentação.

É organizado pela Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (Ampaq). A entidade congrega 120 empresas e produtores do estado.

Enquanto a versão de São Paulo coloca 18 marcas de 13 municípios para degustação, a mineira depende da generosidade dos expositores. Mas provavelmente vai haver mais opções nas terras do finado ex-vice-presidente José de Alencar. Ambas querem só divulgar produtores de cachaça. É uma missão nobre.

Mas o estado que tem a maior produção da branquinha por causa das marcas industriais de larguíissima escala quer mais. Quer dizer que São Paulo tem pingas "tão boas quanto as mineiras", segundo Reinaldo Anniccino, presidente da Associação Paulista de Produtores de Cachaça de Alambique (APPCA).

segunda-feira, junho 13, 2011

Corinthians faz lição de casa e vence o Flu

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Corinthians fez um bom primeiro tempo contra o Fluminense neste domingo, no Pacaembu, o que valeu a vitória por 2 a 0 e o segundo lugar no campeonato. No segundo tempo e em vantagem, surpresa das surpresas, Tite botou todo mundo na defesa, congestionou a intermediária e tentou travar a criação do adversário.

Não funcionou tão bem dessa vez e o time deve sua vitória à uma excelente atuação do questionadíssimo goleiro Júlio Cesar. Fechou o gol, especialmente no segundo tempo. Destaque também para o atacante William, autor dos dois gols. Danilo e Jorge Henrique jogaram bem, armando o time – que continuou meio torto para a esquerda.

O sufoco que levou na segunda etapa é o problema de se recuar tanto assim o time. Contra times melhores o torcedor vai passar mais raiva ainda. Interessante que o time exibe às vezes momentos de um futebol mais interessante, compacto, com marcação adiantada e pressão sobre a saída de bola do adversário. Toma a bola na frente e ataca bastante. Tem sido assim na maioria dos inícios de partida – e tem funcionado, como demonstram os gols nesse período. Ontem, o primeiro saiu aos 5 minutos. Quando do segundo, aos 30, o time já estava numa postura mais de contra-ataque que outra coisa.

Será que Tite pretende adotar essa postura mais avançada por mais de 5 minutos quando o time estiver mais acertado, com Alex na meia, talvez Emerson no ataque? Não custa torcer, mas parece mais provável presença de um meia mais rápido leve o treinador a manter a retranca, apostando no contra-ataque mais qualificado.

Mas enfim, vamos fazendo pontos. O próximo desafio é o líder São Paulo, com mando corintiano. Se vencer, assume a ponta. Que não quer dizer nada nesse começo de campeonato, mas dá mais moral para Adenor e menos alento para a campanha Fora Tite.

domingo, junho 12, 2011

No segundo empate fora de casa, Palmeiras até poderia ter melhor sorte

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Palmeiras empatou com o Internacional de Porto Alegre pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Foi 2 a 2 no Beira-Rio o segundo empate fora de casa, e o Palmeiras continua sem perder na competição. Com oito pontos, está entre os três primeiros na classificação.

Numa partida com dois gols contra, o Palmeiras chegou a estar em vantagem, depois de virar o jogo, mas cedeu a igualdade aos 45 minutos do segundo tempo. Por isso, poderia ter trazido mais do que o pontinho que colheu em Porto Alegre. Mas o sufoco oferecido pelo Colorado seria um castigo maior do que o merecido para o time comandado por Paulo Roberto Falcão.

Foi um jogo bom, com disposição defensiva e de contra-ataques de ambos os lados. E um primeiro tempo parelho. O Palmeiras atuou com uma desenvoltura de deixar torcedor animado. Não que tenha sido superior aos gaúchos, mas parece que o paralelo 30 fez bem aos humores guascos de Luiz Felipe Scolari, e as investidas do time funcionaram mais bem do que em episódios anteriores.



Os gols contra foram anotados da etapa final. Pelo volante do Palmeiras Márcio Araújo, aos cinco, foi um golaço de deixar Oséas e os corintianos com inveja. para o Inter; e pelo zagueiro do vermelho Rodrigo, aos nove, para o alviverde. Aos 21, Luan acertou o tom do contra-ataque em lançamento de Marcos Assunção, fintou e acertou o canto para levar os paulistas à frente. Até perto dos 40, o time da casa teve pouca força. Depois, conseguiu o empate.

Marcos Assunção respondeu por ainda mais chances de gol do Palmeiras. No primeiro tempo, foram quatro. No segundo, cruzou para um gol e deu passe para outro – uma virada de jogo incrível, que em nada tira méritos de Luan no drible e no chute preciso entre as pernas do goleiro Renan.

Jogos entre Inter e Palmeiras despertam neste torcedor lembranças contraditórias, de um jogo em que é possível ganhar, mas de repente pintam surpresas. No deste domingo, a estranheza foi de ver os visitantes mandarem tão bem, até se fecharem demais de deixaram os adversários crescerem. Vai entender.

Fica mesmo a sensação de que poderia ter sido melhor. Mas foi bom ver futebol jogado, com lampejos de habilidade.

Quarta vitória contra adversário 'sem' atacantes

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O técnico do Grêmio, Renato Gaúcho, deve ter se arrependido por dispensar o atacante Borges no mês passado - ou, no mínimo, de não ter feito qualquer esforço para sua permanência. Ontem, no Morumbi, seu time entrou em campo com apenas um atacante de ofício, o inócuo Júnior Viçosa, substituído no segundo tempo pelo também ineficiente Roberson. Resultado: o único gol dos gremistas foi feito por um adversário, Casemiro. E o São Paulo, com outro gol de Casemiro, mais um de Marlos e outro de Jean (impedido), fechou o placar em 3 a 1. Assim, o time de Paulo César Carpegiani chegou à quarta vitória consecutiva e garantiu a liderança isolada, com 12 pontos. E o Grêmio, até ontem, estava em sexto, com duas vitórias e duas derrotas. Enquanto isso, em Minas Gerais, o já citado Borges arrancava um empate com sabor de vitória para o time reserva do Santos, contra os titulares do Cruzeiro, aos 44 minutos do segundo tempo.

Curiosa a trajetória de Borges. Depois de três temporadas no São Paulo (de 2007 a 2009), dois títulos brasileiros e 54 gols em 150 jogos, seu filme queimou justamente numa partida contra o Grêmio, quando foi um dos três expulsos da equipe paulista. Assim, desfalcou o time comandado por Ricardo Gomes nos últimos e decisivos jogos do Brasileirão de 2009. O atacante estava suspenso na derrota para o Goiás, que decretou a perda do título. E, um mês depois, assinava contrato com o mesmo Grêmio contra o qual havia sido expulso. No time gaúcho, fez 30 gols em 55 jogos. Depois de apenas uma temporada e meia, protagonizou dois lances capitais para sua saída. Primeiro, foi expulso em jogo decisivo da Libertadores em pleno Estádio Olímpico. O Grêmio foi eliminado da competição. Depois, Borges ainda perderia um pênalti no clássico que deu o título gaúcho para o rival Internacional.

Porém, ele faz falta no Grêmio e isso ficou claro ontem. Não havia quem finalizasse as poucas chances criadas. Do outro lado, a surpreendente escalação de Marlos no lugar de Carlinhos Paraíba deu mais velocidade à equipe sãopaulina e propiciou vários lances de perigo. Logo no início, Marlos rolou para Casemiro encher o pé; a bola desviou em Fábio Rochemback e entrou. Lucas e Dagoberto perderam outros gols feitos e, na segunda etapa, depois de Casemiro empatar o jogo com um gol contra, o São Paulo aproveitou um erro de passe bisonho de Douglas (muito semelhante à burrada que fez pela seleção brasileira, no lance em que Messi anotou o gol da vitória argentina) e Lucas deu passe preciso para o inspirado Marlos fazer 2 a 1. No final, em lance de impedimento claro, que o bandeira não marcou, o volante/lateral Jean fez o terceiro e fechou a fatura.

Sobre o Grêmio, uma constatação óbvia, a de que falta atacante. Sobre o São Paulo, outra obviedade que venho repetindo há tempos: faltam laterais. O lance de bola parada que originou o gol do Grêmio surgiu numa falta feita onde Jean, que não é lateral de ofício, deveria estar. Por isso, encerro com a advertência (também óbvia) do goleiro Rogério Ceni: "Que a torcida não se iluda com essas quatro vitórias". É fato. Muita coisa ainda vai mudar nesse campeonato - e principalmente no São Paulo, que perde Lucas para a Copa América, despede-se de Miranda (e provavelmente de Rodrigo Souto) e que também pode perder, na sequência, Casemiro, Wellington, Bruno Uvini, William José e Henrique para a seleção Sub-20.

sábado, junho 11, 2011

Cruzeiro 1 X 1 Santos - Borges, três gols em duas partidas, salva

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Com as atenções voltadas para a primeira partida da final da Libertadores, na quarta, contra o Peñarol em Montevidéu, o Santos mais uma vez entrou em campo com o time reserva. A exceção era Borges, autor de dois tentos contra o Avaí, mas que não pode atuar pela Libertadores. Com uma equipe com média de idade de 24 anos, jogando contra o Cruzeiro, tido como time sensação do país há pouco tempo, não era de se esperar muita coisa do Peixe.

E boa parte da primeira etapa contribuiu para essa sensação. O clube mineiro, jogando com uma camisa verde inspirada na mesma usada em 1926, ano do primeiro título do então Palestra Itália, dominou as ações. No papel, o Santos tinha três atacantes, Rychely e Thiago Alves pelas pontas e Borges pelo meio, mas os dois primeiros voltavam para compor o meio de campo. Roger Gaúcho era o principal responsável pela armação daquelas que deveriam ser as jogadas de contra-ataque, mas pouco fez enquanto esteve em campo para acionar os velozes ponteiros alvinegros.

O Cruzeiro se impunha. O bom atacante Wallyson teve chances, Anselmo Ramon e Montillo também chegaram bem, mas Aranha foi quase perfeito e os cruzeirenses não primaram pela pontaria.

No segundo tempo, o zagueiro Vinícius Simon tomou o segundo amarelo e foi expulso aos 4 minutos. O Santos, que quase chegou a equilibrar o jogo nos dez minutos finais da etapa inicial, com um a menos via suas chances se esvairem. O Cruzeiro fez um gol cinco minutos depois, com Montillo cobrando um pênalti cometido pelo defensor Wallace, jovem que entrou no lugar de Tiago Alves, em Anselmo Ramon. 


A partir daí, era de se esperar uma goleada cruzeirense sobre o Alvinegro desentrosado e inferior numericamente. O domínio azul (ou verde?) aumentou, mas não se traduziu em gols. O Santos marcou com Borges, mas o auxiliar Roberto Braatz anotou, de forma equivocada, impedimento. E, aos 44, novo lance de falta, cobrada por Felipe Anderson, aliás, bem mais útil que Roger Gaúcho na partida. Pela terceira vez em duas partidas, Borges marcou e salvou o Alvinegro da derrota.

Um empate redentor para o Peixe, que só volta a jogar pelo Brasileirão daqui a duas semanas. Já a batata do técnico Cuca, que não conseguiu vencer no campeonato ainda, começa a exalar um leve odor de queimado.

sexta-feira, junho 10, 2011

Anísio Santiago ganha briga e volta a ser Havana

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Tô atrasado para a comemoração. Mas isso não é motivo para celebrar.

Os herdeiros do que talvez seja o maior patrimônio cachaceiro do Brasil venceram uma disputa jurídica que se arrastava havia mais de uma década. A Fazenda Anísio Santiago conquistou o direito de voltar a engarrafar sua preciosa marvada de cana java, constituída em Salinas, norte de Minas Gerais, com o nome de Havana.

A marca de rum Havana Club havia interposto impedimentos por considerar que tinha registro de aguardentes de cana no país. Só que a regra é clara: cachaça não é rum, nem vice-versa. E o mito da Havana pode reviver em paz.

Deu certo. Mas não a tempo de evitar que seu Anísio assistisse e evitasse o desgosto de morrer sem poder engarrafar uma última Havana. Ele passou desta para a melhor (provavelmente em um lugar onde há cachaça sem precisar plantar... ou o contrário, pode-se produzir sem precisar vender) em 2002.


Um ano antes, a empresa passou a usar o próprio nome do fundador, mestre-cachaceiro e administrador da fazenda, para o rótulo. Uma liminar de 2005 já permitia a adoção do nome Havana. Mas sem uma definição e passados quatro anos martelando junto aos consumidores que o nome havia mudado, a opção foi esperar.

Tudo resolveu-se em uma decisão de 2 de junho do juiz Renato Martins Prates, da 8ª Vara Federal de Belo Horizonte. Ele considerou inválida a decisão do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) que, em janeiro de 2001, recusou-se a conceder o registro do nome Havana para a-que-matou-o-guarda do norte de Minas.

O Inpi tem 30 dias para proceder o registro. A Havana Club Holding S/A pode recorrer ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Note-se que o órgão de patentes no país é ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), cujo titular é o mineiro Fernando Pimentel.

Em uma semana em que ganhou fôlego a proposta de fazer da caipirinha a bebida oficial da Copa do Mundo de 2014, sobram motivos para brindar. Ainda mais porque os hotéis das 12 cidades-sede receberão, do Senac, sugestões de cartas de cachaça e de caipirinha.

E a festa pode ser com uma Anísio Santiago, com uma Havana ou até com uma caipirinha (de qualquer outra pinga, menos das citadas anteriormente). Mas uma de cada vez, por favor.

Tipos de cerveja 68 - As Bière de Garde

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Em francês, significa, mais ou menos, "cerveja para guardar". É um estilo pouco comum. Sua cor varia entre o amarelo dourado e o castanho claro, possuindo aroma maltado e um sabor ligeiramente doce e caramelizado, devido ao malte (alguns exemplares apresentam acidez, devido ao lúpulo). A presença do álcool é evidente, havendo a possibilidade de se encontrar alguns com sabores de fruta. O volume alcoólico varia entre 6% e 8% e é uma cerveja que melhora com a idade. Para experimentar: Southampton Bière de Garde (French Country Christmas Ale), Jolly Pumpkin Bière de Mars (foto) e Dupont La Bière de Beloeil.

quinta-feira, junho 09, 2011

Casa & Decoração para o manguaça moderno

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

De 1 a 0 em 1 a 0, a liderança - após dois anos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Assim como na partida contra o Figueirense, um gol solitário garantiu a (pra lá de suada) vitória do São Paulo contra o Atlético-MG, ontem, pela terceira rodada do Brasileirão. O belo chute do volante Casemiro (foto), no primeiro tempo, colocou o Tricolor na liderança do campeonato, o que não ocorria desde o segundo semestre de 2009. Mas a vida do São Paulo não foi fácil lá em Minas Gerais, muito pelo contrário. Tomou sufoco o jogo inteiro, bola na trave e várias chances reais de gol dos atleticanos - que, pra variar, devem estar reclamando muito da arbitragem, por conta de lances duvidosos em que o juiz preferiu não marcar pênalti.

O que ficou clara foi a inoperância do ataque sãopaulino. O gol surgiu num passe do (bom) volante Welington para o também volante Casemiro. O decantado Lucas perdeu dois gols feitos e sumiu, assim como o apagado Dagoberto. No final do segundo tempo, depois de meia hora de muita pressão do Atlético, Paulo César Carpegiani botou Marlos, que, mesmo com o pulmão zerado, não conseguiu prender a bola no ataque. Juan segue jogando muito mal e, na outra lateral, Jean quase não foi acionado. Rodrigo Souto prova que sua mente já deve estar em outro clube. E os saldos positivos, além da vitória e da liderança, foram a defesa, que mandou muito bem com Xandão e Luiz Eduardo (mais Bruno Uvini no final) e o fato de equipe já ter vencido duas vezes fora de casa, o que pode fazer diferença lá na frente. Mas é óbvio que, apesar das três vitórias, é muito, muito cedo pra qualquer prognóstico.



Ex-técnicos campeões
Demitido do São Paulo há dez meses, após a eliminação na Copa Libertadores contra o Internacional-RS, o técnico Ricardo Gomes (foto à esquerda) conquistou ontem, com o Vasco da Gama, a Copa do Brasil - o torneio que Carpegiani não conseguiu ganhar. Pelo critério de gols marcados fora de casa, a derrota por 3 a 2 para o Coritiba, no Paraná, foi suficiente para os vascaínos garantirem o título. Curioso é que o antecessor de Gomes no São Paulo, Muricy Ramalho (à direita), levou o Santos ao título paulista deste ano e está a dois passos de vencer a Copa Libertadores, contra o uruguaio Peñarol. Vale lembrar que o técnico "tampão" que comandou o São Paulo entre Gomes e Carpegiani, Sérgio Baresi, foi o campeão da Copa São Paulo de futebol júnior em 2010 - ou seja, há menos tempo que o último caneco levantado pelo time principal, o Brasileirão de 2008. E, no mês passado, o antecessor de Muricy no time sãopaulino, Paulo Autuori, foi bicampeão da Copa do Qatar, com o Al Rayyan. Nada, nada, garantiu vaga na próxima Liga dos Campeões da Ásia, principal competição do continente, que dará ao vencedor o direito de disputar o Mundial de Clubes da Fifa em 2012. Legal, né, Juvenal?

quarta-feira, junho 08, 2011

Sócrates, treinador da seleção de Cuba?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Quem cogita a possibilidade expressa no título do post é o companheiro de Cartão Verde do ex-craque do Corinthians, Fiorentina, Santos e seleção brasileira, Vitor Birner. Segundo o jornalista, Magrão conversou "com um representante do governo cubano, que deseja vê-lo na seleção de futebol do país."

E parece que o Doutor também tem interesse em trabalhar na ilha de Fidel e o assunto seria aprofundado nas próximas semanas. Ainda segundo Birner, "na contramão de quase todos os jogadores e ex-atletas de futebol, ele (Sócrates) me disse que só tem uma exigência.'Quero ganhar como qualquer trabalhador cubano. Não aceito ser diferente'".

Sócrates sempre foi diferente, dentro e fora do campo. E cogitar tomar uma atitude dessas só poderia vir de quem tem noção de que o futebol pode ser bem mais do que apenas um simples negócio.

Leia o post do Birner aqui.

Periódico parlamentarista

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Manchete de hoje do tablóide gratuito Destak:

Cai o primeiro ministro de Dilma

Se o regime político brasileiro fosse o parlamentarismo, teria sido uma verdadeira hecatombe no governo. E é indisfarçável a "torcida" do jornal ao usar o termo "primeiro", dando a entender que iniciou a contagem da queda do máximo de ministros possível...

Seleção ganha da Romênia e é vaiada na despedida de Ronaldo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Vamos tirar logo esse assunto do caminho pra chegar ao futebol propriamente dito: Ronaldo, o Fenômeno, teve sua festa de despedida oficial pela Seleção Brasileira. Foram 15 minutos pesadamente caminhados em campo, que contaram com passes eficientes de primeira e três finalizações, duas no gol, obrigando a defesas do goleirão romeno, e uma em consistente trajetória rumo à lua. Enquanto esteve em campo, foi obviamente o foco das atenções de todos, inclusive de seus colegas de seleção. Saiu, fez uma volta olímpica também caminhada com os dois filhos, Ronald e Alex, e um assessor de imprensa que orientava poses meio lamentáveis com uma bandeira Brasileira. Falou rapidamente, pediu desculpas pelos três gols perdidos, agradeceu o povo brasileiro por aceitá-lo como ele é, e foi embora, pronto para novos negócios.

Pronto, falemos pois da Seleção Brasileira de nossos dias. Mano Menezes mudou o time em relação ao empate com a Holanda, trocando Elano por Jadson, que pouca gente sabe quem é ou o que vem fazendo no time. Pois sabe que pelo menos um pouco hoje ele mostrou: tocou a bola com consciência, indo além do óbvio em diversos momentos, fez o time jogar. Outro que saiu do time foi Ramires, dando lugar a Elias, que também foi melhor que o antecessor, dando mais dinâmica à saída de bola.

No primeiro tempo, a fraca Romênia foi facilmente envolvida, culminando com o gol de Fred que, vamos e venhamos, joga mais que Leandro Damião. Foi ele que saiu para entrar Ronaldo, que deu lugar a Nilmar no segundo tempo. Etapa que começou mais devagar, com o time meio preguiçoso e a Romênia incapaz de furar a impressionante zaga brasileira. Tanto Lúcio quanto David Luiz jogam muito (ainda que pouco pressionados), mas o segundo me impressiona pela velocidade e precisão nas antecipações.


O jogo prosseguiu sob absoluto e agora meio sonolento controle da seleção. Marcação no campo do adversário, zaga quase no meio campo, um monte de chutes a gol contra um ou dois da Romênia no período inteiro. Mas gol que é bom, manga. E com isso, o impaciente público presente ao Pacaembu vaiou sonoramente o escrete canarinho e aplaudiu os momentos romenos com a posse de bola.

Interessante isso. O jogo foi meio devagar, é verdade, mas não acho que fosse causo de vaia - e ainda mais de ir embora no meio da segunda etapa depois de gastar uma grana na entrada. Algum comentarista após o jogo da Holanda atribuiu as vaias à mudança de público causada pelos preços e esquema de distribuição dos ingressos. Não é necessariamente o cabra viciado em futebol que vai ver o jogo, mas uma galera de poder aquisitivo maior, que vai mais pela festa. E quando não rola uma goleada, acha que o mundo acabou. Pode ser isso, ou pode ser que eu ande com o saco excessivamente elástico. Vai saber...


Convocação para a Copa América


Saiu agora a convocação para a Copa América. Nenhuma surpresa, se você pensar no que ano Menezes fez até aqui. Na minha cabeça, o time titular na cabeça do técnico deve ser o seguinte: Júlio César; Daniel Alves, Lúcio, David Luiz, André Santos; Lucas Leiva, Ramires, Ganso; Neymar, Robinho e Alexandre Pato.

Na minha cabeça, eu trocaria Ramires por Elias. Mas não vejo problemas na lista do técnico. Na defesa, só André Santos pode ser questionado em favor do não convocado Marcelo. No meio, Hernanes poderia ser lembrado – a despeito do golpe de caratê que aplicou no jogo contra a França. No ataque, gosto mais de Nilmar que de Fredi, mas entendo a vantagem de ter um cara mais forte como opção de centroavante. Alguém mais?


Goleiros - Júlio César e Victor

Zagueiros - Lúcio, David Luiz, Luisão e Thiago Silva

Laterais - Daniel Alves, Maicon, Adriano e André Santos

Volantes - Lucas Leiva, Sandro, Ramires e Elias

Meias - Elano, Jadson e Ganso

Atacantes - Lucas, Neymar, Robinho, Fred e Alexandre Pato


(atualizado à 00h37)

terça-feira, junho 07, 2011

Diferenças políticas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Outro dia, o companheiro Esquerdopata fez um comentário sobre um discurso da presidenta Dilma Roussef durante o batismo da plataforma de petróleo P-56 da Petrobras, construída integralmente no Brasil. Ela destacou a importância da retomada da indústria naval brasileira, feita pelo governo Lula, e anunciou a intenção de incentivar a criação de uma indústria de nave-peças, o equivalente naval das auto-peças.

Disse o blogueiro: “Em 2010 a Petrobras investiu R$ 78 bilhões. Investidos no Brasil é dinheiro injetado na economia brasileira, movimentando toda uma cadeia produtiva, inclusive indireta. Se as compras fossem no estrangeiro, como era no governo FHC, movimentava a economia alheia, encolhendo o PIB brasileiro.” Ou seja, o governo utilizou a estatal Petrobras para fazer política industrial e favorecer a indústria brasileira.

Quando vi o texto, pensei imediatamente em um videozinho que fica passando nos monitores internos dos vagões da Linha 4 – Amarela do Metrô de São Paulo, cujos atrasos sucessivos levaram José Serra a dizer na campanha que “meta não é promessa”. Neles, é mostrada o processo de construção da linha, a chegada dos trens no porto, seu transporte. E, com a imagem de um guindaste carregando um enorme vagão, a legenda informa: “Trens produzidos na Coreia do Sul”.

Depois vem cabra me falar que não existe diferença entre os partidos...

A cachaça como sinal de liberdade e segurança

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O ótimo documentário "Hércules 56", produzido em 2006 pelo diretor carioca Silvio Dá-Rin, narra a dramática libertação de 15 presos políticos no Brasil, em setembro de 1969, a partir do sequestro do embaixador estadunidense Charles Elbrick pela luta armada. A viagem dos presos até o México e depois à Cuba é narrada pelos nove sobreviventes do grupo na época de produção do trabalho: Agonalto Pacheco, Flávio Tavares, Ricardo Zarattini, José Ibrahim, Maria Augusta Carneiro, Ricardo Villas, Mário Zanconato, Vladimir Palmeira e José Dirceu (ficaram faltando os falecidos Gregório Bezerra, Luís Travassos, Onofre Pinto, Rolando Frati, João Leonardo Rocha e Ivens Marchetti). Agonalto morreria em 2007, em Aracaju, e Maria Augusta, em 2009, no Rio de Janeiro.

Quatro sobreviventes: Flávio Tavares, José Ibrahim, José Dirceu e Mário Zanconato

Outros entrevistados pelo documentário são participantes do sequestro, como Franklin Martins, Paulo de Tarso Venceslau, Claudio Torres e Daniel Aarão Reis (os comandantes da operação, Joaquim Câmara Ferreira, o "Toledo", e Virgílio Gomes da Silva, o "Jonas", morreram torturados pelos militares). "Hércules 56" mostra que o processo de libertação dos presos foi muito complicado. Quando 13 deles já estavam dentro do avião, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro (Bezerra seria resgatado em escala em Recife e Zanconato, em Belém), nada garantia que conseguiriam levantar vôo. Militares radicais pára-quedistas chegaram a tomar a torre de controle do aeroporto segundos após a decolagem da aeronave.

Ao chegar ao México, circulava o boato que seriam deportados de volta ao Brasil. Foi então que o secretário de Governo daquele país, Luis Echeverría, pediu para que tirassem as algemas dos presos e garantiu que estariam a salvo. No documentário, questionado sobre qual o momento em que havia se sentido realmente livre, o ex-metalúrgico José Ibrahim responde:

- Foi quando eu e o João Leonardo derrubamos uma garrafa de tequila. No dia que nós botamos o pé lá. Ele falava assim: 'Ibra' - ele me chamava de Ibra - 'Ibra, tá amarrado aquele negócio nosso, né?'. Eu digo: 'Claro que tá, Jota'. Só eu e ele que sabia (sic). A gente ia chegar, botar o pé no hotel, pedir uma garrafa de tequila e derrubar. Pô, nós estávamos a seco há meses na cadeia. Só de vez em quando vinha a 'laranjinha', né (risos). E aí nós derrubamos essa garrafa de tequila, os dois. E fomos dormir.

Confira, a partir de 3:40 -

segunda-feira, junho 06, 2011

Sem Clube F.C.

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Pesquisando o destino de alguns artilheiros do São Paulo, me surpreendi com a quantidade de gente que está sem clube - alguns em transição, há pouco tempo, mas outros com um ano ou mais sem atuar (e não por culpa de contusão). Vamos a alguns deles:

França - Quarto maior artilheiro do São Paulo em todos os tempos, com 182 gols, o maranhense Françoaldo Sena de Souza, 35 anos, está há 11 meses parado. Depois de cinco anos no Kashiwa Reysol, do Japão, rescindiu seu contrato em julho de 2010. E está parado, desde então.

Belletti - Contemporâneo de França no São Paulo, o paranaense Juliano Haus Belletti, que completará 35 anos no próximo dia 20, estava no elenco do Fluminense campeão brasileiro do ano passado. Experiente, com passagens pelo Villareal, Barcelona e Chelsea, também segue sem clube.

Mineiro - Herói da conquista do Mundial de Clubes pelo São Paulo em 2005, quando marcou o gol da vitória do São Paulo sobre o Liverpool, o gaúcho Carlos Luciano da Silva, 35 anos, atuou pela última vez no Schalke 04, da Alemanha, na temporada 2009-2010. Depois disso, mais nada.

Alex Dias - Muita gente pensa que o matogrossense Alex Dias de Almeida, 39 anos, já pendurou suas chuteiras. Apesar de ser visto em partidas de showbol, com outros ex-boleiros, o atacante segue à procura de um clube. Em novembro de 2010, foi dispensado pelo América-RJ.

Fernandão - Depois de um ano no São Paulo, o goiano Fernando Lúcio da Costa, 33 anos, rescindiu contrato e procura novo clube. Especulações davam como certa sua contratação pelo Palmeiras mas, por enquanto, nada foi definido. Seu empresário diz apenas que tem "quatro propostas".

Ilan - No São Paulo, entre 2000 e 2001, a passagem do paranaense Ilan Araújo Dall'Igna, hoje com 30 anos, foi apagada. Em seguida, porém, foi campeão brasileiro pelo Atlético-PR e partiu para a França e depois Inglaterra. Estava no Internacional-RS, mas foi dispensado há seis meses.

Ronaldo: 'Eu era o meu próprio torturador'

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Na entrevista que concedeu ontem ao canal SporTV, às vésperas de seu jogo de despedida pela seleção brasileira, Ronaldo Nazário deu um depoimento arrepiante. Ao se despedir do futebol, em fevereiro, o atacante afirmou que tinha que reconhecer algums derrotas. "Perdi para o meu corpo", disse, entre lágrimas, ao justificar que as dores e contusões constantes o impediam de seguir a carreira. Falando sobre o assunto, o entrevistador Paulo César Vasconcellos perguntou se alguma vez, nas graves lesões que teve nos joelhos, Ronaldo pensou em desistir. O ex-jogador disse que sempre foi otimista, mas que sofreu horrores.

- Chorei muito. Você não sabe o que é receber um diagnóstico médico dizendo que você, com vinte e poucos anos, no auge da carreira, não vai mais jogar futebol. Quando eu sofri a primeira lesão grave, na Inter [de Milão], fiz a cirurgia e, depois de seis meses, eu só conseguia dobrar a perna num ângulo máximo de 60 graus. Era muito tempo para ainda estar assim, por isso fui consultar um médico nos Estados Unidos, um dos maiores especialistas do mundo. Ele fez todos os exames e disse que minha perna ia ficar assim para o resto da vida, que eu não ia mais jogar futebol e que ia andar mancando. Chorei muito, muito. Foi desesperador.

Depois de chorar e de se revoltar, mandando todo mundo "para aquele lugar", segundo suas palavras, Ronaldo resolveu voltar à França e conversar com o médico que o havia operado.

- Cheguei pra ele e mostrei os exames feitos nos Estados Unidos. '-E aí, o que você me diz', perguntei pro médico. Ele disse que o especialista americano estava louco, que não era nada daquilo. Me deu um grande alívio. Aí ele disse que, se eu passasse quatro meses num centro de fisioterapia em Biarritz, uma cidade da França, eu ia sair de lá flexionando a perna até o calcanhar bater no bumbum. Falei: '-Tô dentro'. Não imaginava o que ia passar. O primeiro mês foi um horror. Eu ficava numa espécie de gaiola, com um cabo prendendo minha perna, que passava sobre a minha cabeça e que eu próprio puxava, para flexionar a perna. Cada vez que eu puxava era uma dor inimaginável. Fazia aquilo chorando de dor. Ou seja: eu era o meu próprio torturador. E foi assim, flexionando grau por grau, que eu saí de lá, como o doutor falou, flexionando a perna até o calcanhar bater no bumbum. O que tinha sido considerado impossível.

Decisão da Copa de 1998
Pela primeira vez, depois de quase 13 anos do acontecido, Ronaldo resumiu com detalhes o que ocorreu no dia em que o Brasil perdeu a final da Copa para a França de Zinedine Zidane. Segundo ele, após a inexplicável convulsão, o médico Lídio Toledo afirmou que ele não ia jogar, pois era preciso fazer vários exames e saber a extensão da crise e o que ainda poderia acontecer com ele.

- Eu falei que estava bem e que queria jogar. Não aceitava só a opinião do médico. Perguntei quais exames deveriam ser feitos e insisti que fossem feitos naquele dia mesmo. Foi um sufoco achar um clínica aberta para isso, mas conseguimos. Fiz todos os exames possíveis, eletroencefalograma, tomografia, tudo. E os resultados foram absolutamente normais, eu não tinha nada, era como se a convulsão não tivesse acontecido. Saímos da clínica direto para o estádio. O Zagallo já havia anunciado a escalação com o Edmundo no meu lugar. Cheguei para o Ricardo Teixeira com os exames na mão e disse que estava tudo bem e que eu queria jogar. Ele confiou em mim, mas disse que eu precisava falar com o Zagallo, a decisão seria do técnico. Daí, vendo os exames e a minha vontade de jogar, e por tudo o que eu havia feito na Copa até ali, o Zagallo me escalou. Infelizmente, foi um dia em que a França jogou demais e literalmente nos atropelou.

Tite trouxe o empate que foi buscar

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Corinthians foi ao Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo, no Engenhão, com uma ideia na cabeça: empate fora de casa é vitória das boas. Conseguiu exatamente o que queria e de quebra anda fica na liderança pelo menos até quarta-feira, quando pode ser ultrapassado por Atlético MG ou São Paulo.Bom resultado, com futebol bastante questionável.

A estratégia para colocar em prática essa ideia na cabeça foi a mesma de outras rodadas. Linhas de defesa e meio campo em próximas e recuadas, tentativa de saída rápida para o contra-ataque. Tática também conhecida como retranca. Funcionou defensivamente quase à perfeição: o Flamengo chegou a ter barcelônicos 66% de posse de bola no primeiro tempo, sem criar nada que levasse grande perigo a Júlio César.

Para ser menos mau humorado, teve até uma novidade no começo do jogo, com o Timão marcando mais adiantado e pressionando o adversário. Nessas, saiu o gol de William, que finalizou bem uma bela jogada de linha de fundo do estreante Weldinho, lateral direito que mostrou qualidade e poderia ter sido mais bem aproveitado não fosse o esquema titeano que o deixou plantado mais atrás.

Feito o gol, Tite deixou de lado essa história de atacar. Foi aí que o Flamengo teve o domínio da posse, sem perigo até a falta cobrada por Renato que empatou a partida.


Na segunda etapa, más notícias foram amplificadas pela covardia do treinador. Liedson saiu contundido e, quando todo mundo esperava a estreia de Emerson, Tite colocou outro novato: o volante Edenílson, vindo do Caxias. O rapaz entrou meio que para fazer a função de William, que foi para a referência do ataque. Se alguém entendeu, por favor, me explica. O Sheik entrou mais tarde, quando Jorge Henrique também pediu para sair – e olha que pouco antes Moradei estava aquecido e pronto para a peleja. Pessoal gosta de um volante...

domingo, junho 05, 2011

Seleção não vai mal, mas não resolve. E sente falta de meias

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A Seleção Brasileira jogou ontem contra a Holanda, num amistoso sem grandes consequências no Serra Dourada. Acabou num OxO que não fez necessariamente jus ao futebol praticado, especialmente pelo Brasil.

Não que tenha sido uma apresentação fenomenal, mas o time procurou o ataque com constância e chegou com bastante perigo, especialmente no segundo tempo. No primeiro, teve controle da bola e tentou, mas o meio-campo com Elano, Ramires e Lucas Leiva não conseguia muita criatividade. A Holanda, recuada e nos contra-ataques, levou mais perigo, exigindo duas belas defesas de Júlio César.

Pelo desempenho no segundo tempo, o time poderia ter ganho e bem. Neymar jogou muito, pra variar, Robinho foi bem, Elano e Ramires participaram bastante, nas suas características. Nas laterais, Daniel Alves jogou bola, enquanto André Santos resolveu diminuir a intensidade de minhas defesas a seu nome.

O sãopaulino Lucas entrou e correu bastante, mas pareceu meio ansioso. Imaginei o rapaz armando pelo meio, mas Mano o colocou mais par a direita. Entrou também Leandro Damião no lugar de Fredi, que não se mexeu muito e errou finalizações que não pode. Prefiro Nilmar ou Pato ali, jogadores mais leves e habilidosos, mas entendo a busca por uma opção pesada.


Podia ter ganho, controlou o jogo e foi melhor que nos amistoso mais recentes. Mas não chegou a me encantar do jeito que imaginei após os 2 a 0 contra os EUA, que deram a todo mundo esperança de um futebol bonito, ofensivo e com controle da bola. Duas coisas marcam aquela partida: foi a primeira com Mano no comando e a única desde então com Paulo Henrique Ganso na armação.

É por isso que se justifica a badalação em torno do jogador, repudiada por santistas aqui outro dia como perseguição ao Neymar. Sem paranoias, o fato é que, mesmo que se considere Neymar no frigir dos ovos mais jogador que Ganso, este cumpre não uma, mas várias funções no meio-campo, o que não se vê em outros jogadores. Até agora, Mano não achou uma opção para armar o meio campo sem o cara – e não dá pra dizer que não tenha procurado. A de ontem talvez tenha sido a mais bem sucedida.

André Rocha, do blog Olho Tático, explica assim a “questão Ganso”: “O meia é fundamental porque foge do estereótipo criado no Brasil para o meio-campo, dentro da famigerada e anacrônica divisão das funções: o 'cabeça de área' que só marca, o 'segundo volante' que sai para o jogo, o 'terceiro homem' ou 'apoiador' que corre e marca e o 'camisa dez', responsável único pela criação, muito mais atacante que meia, só joga com a bola”.


Começou a mudar essa visão com a proliferação de “volantes que sabem jogar”, fazendo dessa uma das posições em que estamos melhor servidos (Ramires, Elias, Hernanes, Lucas Leiva, Sandro, Arouca, Wesley, para lembra de alguns, com variados graus de poder de movimentação, criação e marcação). Mas fazem falta ainda os meias clássico, que, segundo definição que vi de Tostão e Alberto Helena jr., jogam de uma intermediária à outra. Com a bola, têm visão de jogo e qualidade de passe para controlar o ritmo e encontrar espaços. Sem ela, ajudam a recompor a marcação e, uma vez retomada a posse, na saída de bola.


Hoje, acho que só Ganso faz isso tudo. Fosse eu olheiro de categoria de base, seja de time ou empresário, estaria fuçando atrás de uns caras com características mais ou menos por aí.

Passadinha pela liderança

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Palmeiras está na primeira posição do campeonato brasileiro quando ainda não se completaram os jogos da terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Para que isso continue assim até a próxima semana, seria necessária toda uma cobinação de resultados. O que precisaria para isso seguir assim até daqui 35 rodadas, é melhor não responder.

Feita uma reflexão pessimista sobre o estado do futebol apresentado pela equipe de Luiz Felipe Scolari, cabem comentários sobre o que foi apresentado na vitória contra o Atlético-PR, por 1 a 0, no Canindé. Foi o segunda soma de três pontos em três jogos. Como houve um empate na semana passada, a equipe mantém-se invicta. E terá o forte Inter em Porto Alegre como próximo adversário.



O placar mínimo foi alcançado a 30 minutos da etapa final em cobrança de escanteio de Marcos Assunção para o volante Chico cabecear. Foi um placar magro contra um time que não marcou nem pontos nem gols no campeonato. E só saiu depois que Rômulo foi expulso, aos 12, por falta fora do lance em Kléber.

Embora as faltas e cobranças de tiro de canto sejam um ponto forte do time, momento de esperança para a torcida que canta e vibra, foi o primeiro gol alcançado dessa forma no campeonato. Isso quer dizer um de três, já que a equipe não marcou por mais do que isso em cada uma de suas partidas. Na temporada, foram oito dos 52 marcados – 15%.

Vale frisar que é comum as mesmas cobranças no primeiro pau resultarem em nada mais do que uma rebatida da zaga rival. O tento conferido pode ser uma esperança de que o treinamento, se não ruma à perfeição, pelo menos permite algumas melhoras.

Pelas minhas contas, foram quatro jogadas oriundas de faltas cobradas pelo camisa 20, mais dois chutes diretos à meta paranaense do mesmo jogador. Outras sete oportunidades pintaram com a bola rolando, entre jogada individual do lateral Cicinho, tabela de Kléber com Gabriel Silva e trombadas do camisa 30.

Há ou não dependência de cobranças, chutes e cruzamentos de Marcos Assunção? Metade das chances foram criadas assim. É um tipo de jogada que acontece mais vezes em um jogo. Mas o time precisa mais de Kléber para criar jogadas com a bola rolando. Com Luan e Patric atuando como meias, a "conquista" de um escanteio quando a equipe vai à linha de fundo, ou de uma falta como desfecho de um contra-ataque, permitem criar mais perigo.

Em outras palavras, até para ter escanteios e faltas, precisaria de mais criação.

Assim, a passadinha pela liderança não aumenta esperanças. Nem esconde limitações. Só é bom e, por isso, a gente aproveita.

sábado, junho 04, 2011

Mais cinema e futebol

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Até este domingo, 5, São Paulo recebe o 2° Cinefoot - Festival de Cinema de Futebol. A etapa paulistana não é competitiva, diferentemente do que aconteceu no Rio de Janeiro na última semana. As exibições serão no Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu.

Os vencedores, que se tornam pedidas relevantes, foram Copa Vidigal, de Luciano Vidigal, na categoria melhor longa-metragem. Entre os curtas, o caneco foi para o espanhol Porque há coisas que nunca se esquecem.

O primeiro conta a história de um campeonato de futebol de favelas promovido no morro que dá nome à produção. O objetivo da disputa era colocar as comunidades para disputar em um campo que constrói, e não em batalhas entre facções do crime organizado.

Foto: Divulgação
 Copa Vidigal, disputa relevante entre comunidades

O segundo entrou para o livro dos recordes como o filme mais premiado da história, com pra lá de 300 agraciações. Quatro meninos jogam bola em uma arena inigualável: a rua onde moram. Aí, o atacante se empolga e dá uma de Palermo (ou de Baggio) e isola a redonda para a casa da velha má. O drama é se a gorduchina poderá ser resgatada e sobre as revanches maquinadas pela molecada.


Porque hay cosas que nunca se olvidan por laorilla

Além desses, há um que especialmente me interessa, "Primeiro Tempo", de Rogério Zagallo. O documentário conta como foi a despedida da torcida palmeirense do Estádio Palestra Itália, que, demolido, dará lugar à Arena homônima. O documentário é curto mas mostra torcedores e funcionários na hora do "até breve" para a casa alviverde.

Até uma persona non grata no Futepoca, o ex-governador José Serra, concordou que vale a pena: "Bela dica!!!!! Futebol e Cinema é tudo de bom!!! Abraços palestrinos!!!" (cá entre nós, não sei o que achar pior: o excesso de pontos de exclação ou a lembrança de que se trata de um palmeirense...)

Mas tem produções sobre São Paulo, Corinthians e por aí vai. A programação está aqui.

sexta-feira, junho 03, 2011

Neste sábado tem Marcha das Vagabundas em SP

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


Depois do Churrascão de Gente Diferenciada, outra mobilização bem humorada, mas muito séria acontece neste sábado, em São Paulo. Trata-se da “Marcha das Vagabundas”, versão brasileira (ainda que não do Herbert Richers) de uma mobilização originada no Canadá chamada Slut Walk ( a tradução é essa mesmo) que visa denunciar a culpabilização das vítimas de estupro.

A manifestação começou, segundo o site oficial, por conta de uma declaração de um policial numa palestra em uma universidae de Toronto que, numa palestra de prevenção contra abusos sexuais, disse que as mulheres não deveriam se vestir como vagabundas (sluts) para não serem vítimas de estupro. As moças então foram para as ruas com roupas das mais variadas e cartazes com dizeres como “Não me diga oq eu devo vestir, diga aos homens para não estuprarem” – que entra para a série “difícil ou fácil?”.

O resumo é esse: as mulheres têm o direito de usar e fazer o que quiserem e não serem estupradas no processo. De novo, difícil ou fácil?

Em matéria da Rede brasil Atual, Solange De-Ré, uma das organizadoras da marcha brasileira, afirma que julgar uma pessoa pela roupa é retrógrado. "Não é a roupa que causa o estupro, por exemplo, é a mente doentia de um homem que sente prazer no medo e humilhação que uma mulher sente nessa hora", diz.

A matéria informa ainda que a Slut Walk já foi realizada em outros países como Argentina, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Holanda, Nova Zelândia. Neste sábado haverá novas edições norte-americanas, em Los Angeles e Chicago, além de outra canadense (Edmonton), e também em Estocolmo (Suécia), Amsterdã (Holanda) e Edimburgo (Escócia).

Menção honrosa

Na linha dos manifestos bem humorados, legal esse garoto britânico de 12 anos que decidiu ir à escola usando saia para protestar contra a proibição de uso de bermuda na instituição. O moleque leu o novo regulamento de vestuário da escola e viu que não havia nada proibindo garotos de irem de saia. Juntou uma galera e boralá. Conseguiu que a escola discutisse uma revisão do regulamento, segundo essa matéria do IG. Cheers!

Um 'incômodo' incomoda muita gente

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Outro dia eu tava passando a vista por notícias sobre o São Paulo e li que o Dagoberto tinha sentido um incômodo no joelho esquerdo. Incômodo?!? O que é esse incômodo? Por que não - e simplesmente - dor? Pior é que, em quase todos os portais, a informação sobre o atacante foi veiculada de forma absolutamente idêntica: incômodo. Esse eufemismo tem sido bastante utilizado pela mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...). Há um mês, o flamenguista Felipe estava com um incômodo no ombro. No final de abril, circulava a notícia de que o vascaíno Leandro tinha "sofrido" um incômodo. E muitas, muitas outras notícias com esse mesmo termo aparecem em rápida busca no Gúgou. Virou chavão - e todo mundo macaqueia. Isso me parece preguiça de perguntar. Porque o médico do clube, ou preparador físico, deve chegar para os jornalistas depois do treino e dizer, no seu "dialeto" próprio: "Fulano tá com um incômodo". E ninguém pergunta o que é isso, se é dor, se é fisgada, se está latejando, sei lá. Contentam-se com o incômodo e repassam a (des)informação para o leitor. Quanta bobagem! Comentando o fato com o camarada Glauco, ele lembrou muito apropriadamente do slogan de um velho comercial de absorvente feminino: "Incomodada ficava a sua avó!". É verdade: naquele tempo, os jogadores ficavam só contundidos, mesmo.

Vamos ter que partir para o sacrifício

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Materinha do site Uol afirma que nossa exportação de cachaça caiu 22,5% entre janeiro e abril deste ano, comparado com mesmo período de 2010. O motivo: a famigerada crise nos países ricos, que aqui foi marolinha, e lá é um interminável tsunami. Diz a materinha que, no primeiro quadrimestre deste ano, o Brasil exportou somente 2,39 milhões de litros de cachaça, enquanto em igual intervalo do ano passado foram 3,09 milhões. Ou seja: nós, bravos manguaças, temos um excedente de 1,3 milhão de litros para dar conta! Avante, cachaceiros, digo, companheiros! Brasil, verás que um filho teu não foge à pinga!

Deus e o diabo no bar de sinuca

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ao assistir à disputa entre filósofos alemães e gregos, na versão do Monty Python, e ao Coríntios contra Apocalipse, da TV Pirata, me lembrei de um post que está na gaveta há um tempão.

Assisti mês passado ao episódio sobre a evolução das espécies da série A Espiritualidade e a Sinuca, dirigida por Lírio Ferreira (de Baile Perfumado, Cartola - Música Para os Olhos e O homem que engarrafava nuvens).

Embora a definição de "documentário" não seja perfeita – pelo menos não em strito sensu – a produção da Somos 1 Só é bem interessante até nas experimentações de misturar depoimentos reais com atuações e muito humor.

Ao que consta, a série foi ao ar na Sesc TV e na TV Cultura, onde assisti ao trem. Há outros episódios sobre outros temas dirigidos por outros diretores. Mas vamos logo ao que vi.

De um lado, eles entrevistam para lá de 20 religiosos de profissões de fé variadas sobre temas diversos, com ênfase para a evolução em oposição à visão criacionista do mundo e do ser humano. O teólogo, filósofo (e salva-repórter que precisa de aspa) Mário Sérgio Cortella é quem costura, com linha-dura, as idas e vindas.

A coisa já vai bem demais porque os depoimentos são intercalados por um hipotético diálogo entre Deus e o diabo, hereticamente irmanados na cachaça. Tudo se passa, como sugere o título, em torno de uma mesa de sinuca. Melhora ainda porque a figura de Deus é desempenhada por ninguém menos do que José Mojica Marins, consagrado como Zé do Caixão. Mário Bortolotto, igualmente divertido, é o diabo.

A conexão com o bar já mereceria a menção no Futepoca. Mas o que o post do Marcão me lembrou foi de um trecho da produção, em que o escritor, jornalista e genial manguaça Xico Sá aparece como repórter de campo em uma partida de futebol.

No gramado estão os evolucionistas do Big Bang contra os criacionistas do Fiat Lux. O treinador dos primeiros é ninguém menos do que Charles Darwin (Joça Reiners Terron).

Em meio a um monte de trocadalhos ("o time está evoluindo bem" e "faltou mais criação no meio"), a peleja ludopédica é o instrumento para tratar das duas visões antagônicas em grande medida.

Como não achei o trecho em questão, fica só o vídeo com o início de A Espiritualidade e a Sinuca - Demografia, de Lírio Ferreira, para sentir o clima.

quinta-feira, junho 02, 2011

Cerro Porteño 3 X 3 Santos - na final, depois de oito anos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Era assim que Neymar encarava aquilo que muitos jogadores brasileiros que disputam o torneio continental reclamam. Torcida adversária perturbando no hotel, jogando pedras no campo, pressão o tempo todo... Para uns, a mais pura várzea institucionalizada, não punida e, às vezes, louvada. Para outros, como Neymar, motivo de diversão.

E o tal menino feliz correndo atrás da sua bola conseguiu uma falta com menos de dois minutos. A torcida do Cerro Porteño (clube que nunca chegou a uma final de Libertadores mas que tem um vizinho, o Olímpia, que já levou três vezes o título) acreditava que o um a zero santista na ida era insuficiente. Os jogadores também achavam, tanto que comemoraram a sobrevida no fim da partida no Pacaembu, temendo que pudessem ser eliminados já no primeiro duelo.

Mas Zé Eduardo, o artilheiro improvável, praticamente acabou com o jogo ao fazer o gol na falta batida por Elano. O imponderável, que desfila fagueiro tal qual Gisele Bündchen nas competições de mata-mata, ainda deu as caras no grotesco gol contra dos paraguaios. Mesmo assim, a atuação de Barreto não se compara ainda a de Garcés, do Universidad Católica, mãe e pai da classificação dos uruguaios às semifinais

Mesmo diminuindo a vantagem, nova ducha de água fria com o belo gol de Neymar, no fim da primeira etapa. Ali se configuravam três gols de vantagem santista e, provavelmente, o técnico Leonardo Astrada deve ter pensado no intervalo se ia pra cima e arriscava tomar uma goleada histórica ou se ia em busca do milagre. Já a Muricy cabia a missão de fazer seu time melhorar a saída de bola, mas não era fácil por conta do time que estava em campo. Jonathan, válvula de escape da equipe muitas vezes, se contundiu e deu lugar a Pará; do outro lado, o importante Léo não jogou e deu lugar a um assustado Alex Sandro, como lembra o Edu aqui. O menino viu que nem se compara disputar um Sul-americano sub-20 e uma Libertadores. No meio, Danilo errava bastante a Adriano, tecnicamente o de sempre, marcava, fazia faltas desnecessárias, mas não conseguia sair com a bola limpamente.

Astrada optou pelo risco menor e o segundo tempo seguia razoavelmente equilibrado, com os paraguaios se expondo menos e o Alvinegro tocando mais a bola. Se fosse uma luta de boxe, o Santos era o adversário que vencia por larga margem nos pontos e esperava o tempo passar, enquanto o Cerro tentava levar a luta para uma tentativa de nocaute no final. O gol de Lucero aos 15, porém, mudou a cara da partida. E foi didático. No lado direito, Adriano tinha Pará a dois metros, mas, por algum tipo de convulsão mental que faz alguns acreditarem na hora errada que Libertadores é raça, garra, e que se manifesta por meio de petardos enviados pra Lua, ao invés de passar a bola, ele isolou. A bola fica com o Cerro, que vai pro ataque pelo outro lado e consegue sair do coma.


Daí pra frente, os paraguaios jogaram no campo do Santos e alguns meninos sentiram claramente. E recuaram. Elano, que parece ter um problema crônico de condicionamento físico, saiu e deu lugar a Rodrigo Possebom. O time ia mais pra trás e o Cerro quase acreditou no tradicional “si, si puede”, quando aos 36 marcou o terceiro gol.

Era a primeira vez que o time de Muricy tomava três gols em uma partida. Neymar meteu uma bola na trave e teve uma chance cara a cara para definir e peleja, mas os paraguaios depois também carimbaram o travessão. Claro, eram necessários dois gols e o tempo era escasso, mas não se brinca com o imponderável e àquela altura o torcedor peixeiro orava com a cabeça mais quente que a dos zagueiros que tiveram que tirar um sem número de bolas alçadas na área, especialidade da equipe guarani.

No fim, com mais um duelo decidido com uma vitória e um empate no mata-mata, a classificação para a quarta final do time do Santos na competição. Nas finais, contra Vélez ou Peñarol, será preciso mais sangue frio, mas também mais técnica e treino para sair de marcação por pressão. Assim como Cerro de ontem, forjado nas batalhas anteriores, não era o mesmo da primeira fase, o Santos deve chegar à final mais maduro. E contando que o garoto lá na frente continue se divertindo.


O futebol filosófico e bíblico

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Alemanha x Grécia:



Coríntios x Apocalipse:

quarta-feira, junho 01, 2011

Governo tem que priorizar a segurança etílica

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

terça-feira, maio 31, 2011

A diferença do futebol italiano, inglês e espanhol

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Entrevistado ontem pelo programa Arena SporTV, o ex-santista Robinho, atualmente no Milan, definiu assim a diferença entre o estilo de jogo dos três países onde atuou, na Europa:

- Gosto do futebol na Itália porque tem muito toque de bola, muita tabelinha, o jogo é corrido. Já na Inglaterra era só chuveiro na área, muito contato, não era meu estilo. Mas o melhor é na Espanha, onde todas as equipes atacam muito, até as pequenas. Na Itália, só os grandes clubes vão pro ataque, os pequenos se fecham muito.

Projeto Cidade Suja

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Tenho ouvido muitas pessoas reclamarem da limpeza urbana da cidade de São Paulo. Gente da Zona Leste, Centro, Zona Sul, enfim, de todo canto, tem observado o acúmulo de sujeira pelas ruas e espaços públicos. Agora há pouco, no curto trajeto que percorro entre a casa e o trabalho, umas oito ou nove quadras, resolvi fotografar o desleixo em vias como a rua Teodoro Sampaio e avenidas Henrique Schaumann e Brasil (as imagens ilustram o post). Faço esse caminho há quase um mês e posso assegurar que o lixo permaneceu intacto todo esse período. E olha que esse bairro da Zona Oeste, Pinheiros, é considerado um dos mais "nobres" da cidade. Por aí, dá pra imaginar como está a situação na periferia.

Numa rápida olhada pela internet, descobri que, há um ano, a Prefeitura já admitia que o serviço de limpeza, terceirizado, é falho e que tinha dificuldades para fiscalizá-lo. Na época, o secretário municipal de Serviços, Alexandre de Moraes, dizia que, quando problemas eram detectados, as empresas contratadas procuravam se eximir, empurrando a responsabilidade umas para as outras. O nó da questão, na verdade, parecia ser financeiro: em agosto de 2009, depois de anunciar um corte de 20% no Orçamento da varrição, o prefeito Gilberto Kassab (DEM ou PSD, sei lá) voltou atrás, mas com a condição de que os contratos com as empresas não seriam reajustados.

A ideia era reduzir em até 9% os gastos com varrição, que em 2009 foram de R$ 348 milhões. O resultado está aí, nas ruas. Agora, neste mês, a Prefeitura anuncia mais um plano mirabolante para tentar resolver um serviço tão básico para a população. Segundo a Rádio CBN, Kassab "planeja mudar todo o modelo de contrato e fiscalização da limpeza urbana na cidade de São Paulo". Para isso, mandou contratar uma empresa de consultoria, por R$ 37 milhões, que terá três anos para "elaborar o projeto" (até lá, salve-se - da sujeira - quem puder!). Em resumo: Kassab fez uma economia porca de mais ou menos R$ 30 milhões e agora gasta R$ 37 milhões com uma consultoria, para resolver a bagunça que criou. E o lixo está aí, do mesmo jeito.

O comentarista da rádio observou: "É incrível como se planeja, como se contrata consultorias, como se contrata empresas para pensar o que vai acontecer. E nunca se ouve quando esses planos estão sendo implantados na cidade. Esse projeto do lixo já deveria ter sido implantado há cinco, seis anos na cidade de São Paulo". Segundo ele, na gestão de José Serra (PSDB), as metas do contrato firmado por Marta Suplicy (PT) com duas grandes empresas responsáveis pela limpeza urbana foram ampliadas mas, como consequência negativa, muitos dos resultados que estavam previstos para agora foram jogados mais para a frente. Ou seja: mais jogo de empurra-empurra.

Enquanto isso, a gestão de Kassab continua lucrando horrores com as multas do Projeto Cidade Limpa. Para o prefeito, a poluição visual é pior que a sujeira nas ruas. Ou, talvez, o intuito seja esse mesmo: deixar a cidade bem suja, assim, quando os eternos problemas de enchente acontecem, todo início de ano, ele pode botar a culpa na população, que é porca e entope bueiros e bocas-de-lobo com lixo, impedindo o fluxo das águas. Como disse minha filha Liz, de 9 anos, é o Projeto Sujeira Limpa: o lixo fica livre para sujar à vontade. Na maior e mais rica cidade da América do Sul...

segunda-feira, maio 30, 2011

Quase!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Médica: "-Ela já teve pneumonia?"

Pai (manguaça): "-Não."

Filha - "-Quase tive!"

Pai (manguaça): "-Como assim? Não lembro disso!"

Médica: "-Quando foi isso, menina?"

Filha: "-Todo dia! Quando eu acabo de tomar banho, o papai fala pra eu vestir meu roupão, senão pego uma pneumonia! Daí, eu visto rapidinho e escapo da doença por pouco!"

Homenagem da camisa foi para a Ferroviária

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Outro dia brinquei, aqui, com a nova camisa do Corinthians, cor de vinho, ou grená - a mesma usada no uniforme principal do colombiano Tolima (à direita), de triste memória para o clube paulistano. Pois ontem, quando a equipe de Parque São Jorge jogou pela primeira vez com a nova camisa, na vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba, o que me chamou a atenção foi que a partida foi realizada na Arena Fonte Luminosa, em Araraquara, no interior de São Paulo. Estádio da histórica Ferroviária, que disputa a série A-2 do Campeonato Paulista e, curiosamente, também tem uniforme... cor de vinho (foto abaixo, à esquerda)! Será que essa nova camisa do Corinthians não foi estratégia de marketing para agradar e atrair os torcedores do time de Araraquara? Sendo assim, enquanto o Itaquerão não fica pronto, a equipe também poderia mandar jogos na Rua Javari, propriedade do igualmente grená (ou cor de vinho) Juventus, da Mooca. Ou então no estádio Frederico Dalmaso, do também cor de vinho (ou grená) Sertãozinho (foto abaixo, à direita) - cuja camisa, além do Guaraná Xamêgo, tem como patrocinadora a mesma Neo Química Genéricos dos corintianos (foto abaixo, ao centro). Como se vê, opções não faltam.

domingo, maio 29, 2011

Cruzeiro e Palmeiras: Um a um de limitações

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No confronto entre os ex-Palestra Itália em Sete Lagoas-MG, Cruzeiro e Palmeiras empataram em 1 a 1. O time da capital paulista ficou em quinto lugar na tabela.O resultado na segunda rodada do campeonato Brasileiro foi bom para os visitantes alviverde-limão-siciliano, mas poderia ter sido um pouquinho melhor se a defesa estivesse mais concentrada e atenta.

Poderia ter sido pior, é verdade, se Anselmo Ramon, autor do gol cruzeirense, não tivesse desperdiçado uma outra oportunidade bem anterior, ainda antes de o Palmeiras abrir o placar com Luan. Os mineiros tiveram ainda outras oportunidades e deixaram claro que têm jogadores melhores do que o Palmeiras.

Só que o Verdão conseguiu equilibrar a partida por boa parte do jogo – eu arriscaria dizer que por metade do tempo. Em dois momentos do jogo, logo antes de sair o empate e no final do segundo tempo, o domínio cruzeirense se ampliou bastante. A opção de três volantes coloca uma primeira limitação ao time de Luiz Felipe Scolari, que fica com poucas opções até de contra-ataque, já que Patric é o único meia de ofício em campo.

Kléber com sua camisa 30 tem que voltar o tempo todo para tentar construir alguma coisa. Acaba sendo muito marcado e rendendo pouco por não ter ninguém mais adiantado com qualidade para quem passar a bola.

A falta de atenção da retaguarda, especialmente da parte do zagueiro Danilo e dos laterais Cicinho e Gabriel Silva são uma faceta da defesa que não aparecia tanto assim no Campeonato Paulista. Essa limitação pode nem ser nova, mas foi exibida com, digamos, mais clareza na Arena do Jacaré neste domingo.

O destaque positivo da partida do lado palmeirense foi o golaço de Luan. Fraco tecnicamente e pouco efetivo no ataque, ele acertou um chute inédito. A bola rolada por Marcos Assunção tinha açúcar e até quicou no morrinho-amigo para subir uns quatro dedos do gramado e ficar no jeito certo para o petardo de perna esquerda do atacante-volante preferido de Felipão.

A torcida pega no pé do jogador pelas falhas, pelos chutes errados e por não ser um companheiro à altura de Kléber nem esperança de momentos melhores em uma partida. Ele foi o principal alvo das críticas da torcida quando o time tomou a surra do Coritiba pela Copa do Brasil.

Mas o cara acertou um chute daqueles. Eu tampouco sou fã do cara, porém reconheço a plasticidade da jogada. Mas reconheço também que o que me ocorreu instantes depois do gol foi: "Putz, com esse ele cumpriu o contrato inteiro com o Palmeiras".

Se esse pensamento catastrofista tiver alguma pontinha de sentido – o que não é o caso – o cenário pode até ser considerado alvissareiro se Luan continuar no Palmeiras. É que o contrato de empréstimo do jogador termina em junho. Consta que muito cartola não gosta do futebol dele, mas o técnico sim. Felipão considera que, além dos três volantes-volantes ele ainda precisa de um jogador de frente que ajude a compor o meio na hora da marcação.

Facilitaria para a torcida se ele acertasse mais chutes durante os jogos.

Como na transmissão do jogo o comentarista da Globo Walter Casagrande Jr. desafiou a torcida a pichar de novo os muros do Palestra Itália com agradecimentos ao atacante, o Futepoca aceita a ideia. Só que como depedrar o patrimônio alviverde não é uma boa ideia – até porque é melhor gastar o dinheiro da demão de tinta em reforços – vai uma montagem sobre foto "emprestada" de Zanone Fraissat, da Folhapress.

Montagem sobre foto de Zanone Fraissat/Folhapress.
Valeu, Luan! Pichação virtual na sede do Palmeiras.
A tosqueira da montagem é por conta da casa

Como em 2006, vitória suada nos acréscimos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Há quase cinco anos, fui ao Morumbi no final da tarde de um sábado, 15 de julho, para ver o São Paulo enfrentar o Figueirense pelo primeiro turno do Brasileirão. Apesar de ter aberto o placar com Ricardo Oliveira, o Tricolor cedeu o empate e levou pressão dos catarinenses por quase todo o segundo tempo. Por pura sorte, já nos acréscimos, aos 46 da segunda etapa, uma cobrança de escanteio de Lúcio encontrou a cabeça do zagueiro André Dias, que decretou a suada vitória: 2 a 1. A partir daquele jogo, o São Paulo de Muricy Ramalho assumiu a liderança da competição e seguiu firme até ganhar o primeiro dos três títulos brasileiros que conquistaria em sequência.

Ontem, novo confronto entre as duas equipes, e também pelo primeiro turno - porém, apenas pela segunda rodada do nacional deste ano. E com horário diferente: 21 horas. Dessa vez, o frio que fazia na capital paulista me levou a optar por escutar o jogo pelo radinho de pilha. O péssimo primeiro tempo me convenceu de que tinha sido bom negócio ter ficado em casa. Já na segunda etapa, o São Paulo meteu duas bolas na trave, o Figueirense deu alguns sustos, mas o resultado só seria decidido - outra vez - nos acréscimos. Aos 47 minutos, no rebote de uma dividida de Rivaldo com a zaga adversária, o meia Lucas pegou a bola fora da área, girou e acertou um tirambaço: 1 a 0.

Molecada
O São Paulo, pra variar, jogou mal. Mas o mérito da partida contra os catarinenses foi a entrada de Wellington como volante titular e de Henrique Miranda na lateral-esquerda (a partir do segundo tempo). O volante foi um dos destaques da partida, merece a vaga de Rodrigo Souto, que, aliás, está sendo poupado para não fazer as seis partidas que o impossibilitariam de torcar de clube. Na minha modesta opinião, se o São Paulo contratar um lateral-direito, daqueles mais marcadores e que não sobem tanto, Jean poderia voltar para a função na qual sempre rendeu melhor, a de segundo volante. Porque Wellington é como Josué, protege a defesa e desarma.

E Henrique Miranda foi bem no lugar de Juan, que, como já observei, não tem condições de ser titular de um time de série A. É lento, não ajuda a defesa e não municia o ataque. A ida do preterido Junior César para o Flamengo remete à desastrosa troca de Arouca por Rodrigo Souto, no ano passado. Mas não adianta chorar o leite derramado - ou o lateral desperdiçado. Quem sabe o São Paulo também não busca na base um lateral-direito de fato? Assim, um esboço de time poderia ser: Rogério Ceni; lateral-direito, Rhodolfo, Xandão (ou Bruno Uvini ou Luiz Eduardo) e Henrique Miranda; Wellington, Jean, Casemiro (ou Rivaldo) e Lucas (ou Ilsinho); Dagoberto (ou Fernandinho) e Henrique (ou Luís Fabiano).

Claro, teria que combinar com Paulo César Carpegiani antes. Mas seria intressante, pois priorizaria os moleques da base. E Marlos poderia pegar o boné.

A vitória no último minuto, ontem:



A vitória no último minuto, em 2006: