Destaques

domingo, dezembro 04, 2011

Latuff, Sócrates e Corinthians campeão

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Claro que sequei!  Mas dá pra ficar feliz por alguns grandes amigos que tenho e que torcem pelo Corinthians. E feliz pelo Doutor.

E o Tite, esculachado diversas vezes nesse Futepoca, calou a boca de muita gente...

Charge do Latuff, original aqui.

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quarta-feira, novembro 30, 2011

Quatro anos depois, "Cansei" tem dois pré-candidatos em São Paulo

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POR Anselmo Massad


Foi no longínquo ano de 2007 que um grupo de empresários, ricaços, celebridades e insatisfeitos de plantão tentaram promover um movimento de massas mal sucedido, o "Cansei". A mobilização era mais ou menos contra tudo, uma representação na sociedade, com dois anos de atraso, da "CPI do Fim do Mundo", que deveria ter investigado os bingos em 2005 e 2006 no Congresso Nacional.

Passados quatro anos, a organização nem se tornou partido político, nem articulou organização social efetiva. Mas tem pelo menos dois pré-candidatos à prefeitura da maior cidade da América Latina. Eles concorrem por partidos diferentes, embora estejam provavelmente bem mais próximos do que muita gente dentro de cada uma das agremiações políticas – mas isso já são outras especulações.

O primero a ingressar na "pré-corrida" eleitoral foi o presidente (vitalício?) da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Luiz Flávio Borges D'Urso. Filiado ao PTB, ele foi o segundo nome a se autoungir na disputa pela sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), ainda em em julho desse ano (o primeiro foi Netinho de Paula, vereador do PCdoB).

O segundo nome do "Cansei" lançado é alguém bem mais umbilicalmente conectado ao proto (pseudo?) movimento de massas de 2007. João Dória Júnior é empresário e apresentador de televisão. Há quem veja nele "a cara de São Paulo". Outros, preferem ver como a "cara de Campos do Jordão", instância turística das montanhas, a "Suíça brasileira" para onde migra parte da elite endinheirada paulista nas férias de inverno.

Não foi por outro motivo que o "Cansei" chegou a ser carinhosamente apelidado pelo então ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo (ex-DEM, hoje no PSD) como "Movimento de Campos do Jordão", das "dondocas enfadadas em suas vidas enfadonhas".

Dória Júnior filiou-se ao PSDB, informa nesta quarta-feira, 30, o Valor Econômico. A decisão foi tomada antes do fim de outubro, para dar tempo de o empresário concorrer no pleito de 2012, a convite de outro que tem expressa na face a marca de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Passados dois meses, foi de Alckmin a ideia de incluir Dória Júnior entre os prefeituráveis tucanos em uma pesquisa interna. Ladeado a outros quatro nomes da sigla previamente colocados – os secretários estaduais de Meio Ambiente, Bruno Covas; de Energia, José Anibal; e de Cultura, Andrea Mattarazzo, além do deputado federal Ricardo Trípoli – ele só topa disputar se tiver "densidade eleitoral".

Se não tem a OAB-SP como suporte, o herdeiro de Roberto Justus como apresentador do "Aprendiz", na Rede Record, comanda o Grupo Doria, além de apresentar o programa de entrevistas "Show Business", na Band. Com figurões do PSDB, trabalhou como secretário de Turismo de Mário Covas, na prefeitura de São Paulo em 1983, oito anos antes da fundação da atual legenda dos tucanos. Democrata (mas não do Democratas, que fique bem claro), ele diz ter se envolvido no movimento pelas Diretas Já a pedido do ex-governador Franco Montoro.

(Ressalva: O fato de Covas ter morrido em 2001 e de Montoro ter partido desta para uma melhor em 1999 não representa, segundo supersticiosos consultados pelo Futepoca, qualquer maldição ou praga associada a quem quer que seja. Mesmo que o fosse, disseram as fontes, demoraria de 15 a 20 anos para surtir efeito.)

A coincidência dos nomes ex-Cansei na disputa mostra uma insatisfação da elite paulistana com os rumos adotados pela cidade. Resta saber se os 99% da população, para empregar um termo caro às turmas que andam ocupando partes do planeta com críticas ao capitalismo e ao mercado financeiro concentradores de renda, vai concordar que a mudança de que São Paulo precisa é nessa direção.

João Doria Junior: candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB?

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A quantidade de piadas, pilhérias e galhofas que se pode fazer com a possibilidade do empresário-apresentador e promotor de passeios de cachorros ser o candidato tucano nas eleições de 2012 são inúmeras. Mas, dada a falta de tempo, só resta uma consideração: as más línguas dizem que ele é a cara de São Paulo... Segue a notícia abaixo:


João Doria entra na disputa paulistana
Por Raphael Di Cunto | De São Paulo
Valor Econômico - 30/11/2011

Com quatro candidatos postos para a Prefeitura de São Paulo e um cotado, mas que não assume oficialmente, o PSDB poderá ganhar outro nome para a disputa: o empresário e apresentador de televisão João Doria Júnior. O tucano teve o nome inserido em uma pesquisa de intenção de voto contratada pelo partido e afirma que tem interesse em concorrer caso perceba ter "densidade eleitoral".

Segundo Doria, tanto o convite para se filiar quanto o para ter o nome colocado na pesquisa partiram do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que ligou para ele para saber se haveria problema em acrescentá-lo na consulta. "Se o governador acha que tenho condições e se a pesquisa indicar uma boa popularidade, é uma alternativa que pode ser considerada", disse ao Valor.

Proprietário do Grupo Doria, jornalista e apresentador do "Aprendiz", na Rede Record, e do "Show Business", na Band, o empresário tem relação antiga com o PSDB. Foi secretário de Turismo de Mário Covas na Prefeitura de São Paulo em 1983 e se envolveu nas Diretas Já a pedido do ex-governador Franco Montoro, dois importantes líderes tucanos, mortos em 2001 e 1999, respectivamente.

Para Doria, ter densidade eleitoral significa obter um bom posicionamento na pesquisa entre os quatro pré-candidatos do PSDB que concorrem às prévias: os secretários estaduais José Aníbal (Energia), Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) e o deputado federal Ricardo Tripoli.

O empresário afirma que não teria problema em disputar as prévias, que devem ocorrer em março - a inscrição pode ser feita até um mês antes da votação. "Se houver disposição do governador e da base do PSDB [para que eu saia candidato], me disponho a disputar pelos meios democráticos", disse.

A pesquisa também inclui o ex-governador José Serra, que diz que só quer concorrer à Presidência, em 2014. Serra é tido como o mais capaz de viabilizar uma aliança entre o PSDB e o prefeito Gilberto Kassab (PSD).

segunda-feira, novembro 28, 2011

Sem responsabilidade, Palmeiras atrapalhou o São Paulo

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Foi por 1 a 0, goleada, que o Palmeiras venceu o São Paulo. Sem responsabilidade, foi mais fácil jogar futebol. Mas foi sem grande futebol, também. O time está muito melhor do que na média dos jogos do segundo turno. O suficiente para merecer a vitória mínima sobre o Tricolor, no Pacaembu.

Ao contrário do que acreditava este secador, o Corinthians não se sagrou campeão com uma rodada de antecedência. O centro da rodada foi o gol no último minuto pelo Vasco. A indústria de fogos de artifício agradece a Diego Cavallieri, porque tanto alvinegros paulistas quanto cariocas – e seus simpatizantes espalhados pelo território nacional – gastaram seu arsenal bélico entre o fim de uma partida e o gol aos 45 minutos da outra.

Foi mais legal do que o jogo entre Palmeiras e São Paulo em que pouco se conquistava, muito se atrapalhava...

A dependência alviverde em relação a Marcos Assunção relembrou o final de 2010. Manter o jogador significa uma notícia boa: manter uma arma ofensiva. Mas também uma ruim: o "risco" de chegar a 2012 sem outras opções. Claro que é uma ironia.

segunda-feira, novembro 21, 2011

Timão 2 x 1 Galo: Liedson e o Imperador

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E ganhamos do Galo! Mais uma vez, sofrido e suado demais. E com mais coelhos sacados da cartola de Tite, que novamente ajeitou o time no segundo tempo.


O Corinthians fez um primeiro tempo mais ou menos. Controlou a posse de bola, mas pouco chegou de fato ao gol do Atlético, que também teve poucas chances em contra-ataques. Os paulistanos insistiram em cruzamentos pouco efetivos.

A segunda etapa começou com o Galo se impondo mais no ataque, o que resultou no gol de Leonardo Silva, de cabeça, numa jogada com cara de ensaiada do ataque mineiro. Aos 10 minutos. Desalentador.

Tite então trocou o exausto Danilo por Alex, que voltou de contusão e entrou muito bem. Pouco mais tarde, uma mudança mais interessante, que eu na hora classifiquei como desespero do treinador: tirou William para a entrada de Adriano, que eu, descrente, disse ser no momento um “gordo manco”.

Como explicou o professor depois do jogo, ele mudou a postura da equipe do 4-2-3-1 para um 4-4-2 mais clássico, com Alex e Emerson fazendo o papel de meias. Com isso, tentou desarticular a marcação atleticana, postada para os dois jogadores abertos pelos lados, e dar mais presença de área com dois atacantes mais centralizados.

O empate veio em cabeçada de Liedson (alguém consegue lembrar quantos gols salvadores ele já fez esse ano?), após cruzamento perfeito de Alessandro pela direita. Insistiram na jogada até acertar. E a virada aos 44 minutos foi num contra-ataque, puxado por Emerson. O gordo manco Adriano pediu insistentemente abola. Sheik segurou até o momento exato e passou.

Primeiro, achei que havia sido impedimento. Depois, que o gordo ia perder. Depois, gritei que nem doido por uns cinco minutos. Adriano foi Imperial e salvou a pátria corintiana. Sua comemoração foi raivosa, explosiva, de quem tem algo pra provar. Que continue nessa pegada.



Se o Timão ganhar do Figueirense no próximo fim de semana em Santa Catarina, fica com uma mão na taça. Se assim for, qualquer resultado que não seja vitória do Vasco sobre o Fluminense encerra a questão antecipadamente. Mas, pra ser bem sincero, não acredito que isso aconteça. A coisa provavelmente fica para a última rodada, num Dérbi que será histórico. Vai, Corinthians!

domingo, novembro 20, 2011

Sobre o Bahia, 2 a 0 livram Palmeiras da degola em ano para esquecer

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A segunda vitória do Palmeiras no segundo turno aconteceu na antepenúltima rodada. Foi contra o Bahia, em Salvador, por 2 a 0. Ter como trunfo – alívio? – estar matematicamente livre de riscos de rebaixamento é quase inacreditável para um time que terminou a primeira metade de partidas no Brasileirão 2011 em sexto. Agora, 12º.

Foram nove partidas do alviverde sem vencer. O feito anterior havia sido alcançado contra o Ceará. Aconteceram oito empates e sete derrotas no segundo turno. Antes, registravam-se apenas quatro revéses e outras oito igualdades.

O Palmeiras é o time que mais terminou partidas com o mesmo número de gols que o adversário: 16 ocorrências. Depois, entre aqueles que tiveram de se contentar com a triste máxima de que "o empate é um bom resultado" está o também decadente Flamengo, com 15. (tudo bem, o despencar palestrino é sem igual, quase sem precedentes, de modo que não dá pra comparar com o que sofrem os rubro-negros.)

É verdade que a retaguarda é a terceira melhor, atrás apenas do líder Corinthians e do vice, Vasco. Mas os 42 gols marcados são melhores apenas do que Atlético-PR (38), Bahia (40) e Cruzeiro (40). O terceiro pior. Até os lanternas Avaí (44) e América-MG (48) estão melhor na frente.

Com uma queda tão abrupta e pronunciada, o Palmeiras não conseguiu vencer nenhum time por duas vezes no campeonato. Nas duas rodadas que faltam, só poderia alcançar o feito contra o Corinthians, já que empatou com o São Paulo no Morumbi. Mas as chances de bater de novo o líder que tem uma mão e meia no caneco são parcas pelo que os times vêm apresentando em campo. Carimbar a faixa de campeão dos adversários pode ser consolo? Nenhum.

O Murtosa até avisou que não seria fácil. Mas essa mediocridade toda reflete a capacidade ímpar que o clube e o time tiveram de manter-se em crise permanente. Dentro do elenco ou contaminado por trapalhadas e disputas internas da diretoria, uma após outra, as instabilidades fazem de 2011 um ano para esquecer. Ou para lembrar na hora de não repetir a fórmula. Só não foi pior do que 2003, é claro.

Mesmo assim: ufa!



Ah, os gols deste domingo, 20, foram de Ricardo Bueno – o do empresário atrapalhado – e de Marcos Assunção. Valdívia até jogou bem, mas não salvou seu ano improdutivo.

quinta-feira, novembro 17, 2011

Sono coletivo e soberba: a deposição do “soberano”

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Por Moriti Neto


É de perder a paciência a mania dos são-paulinos de pensar na Libertadores em tempo integral. O que mais escutei ontem, antes do jogo contra o Atlético Paranaense, que venceu por 1 x 0, na Arena da Baixada, foi a cantilena de que, ganhando, o São Paulo daria passo largo rumo à competição continental de 2012. Tenha dó. O torcedor, hoje, tem muito mais preocupações essenciais do que se classificar ao “sonho de consumo”.

Quando vi o time escalado com Rogério, Jean, Xandão, Rodolpho e Cícero; Denílson, Wellington, Carlinhos Paraíba e Lucas; William José e Fernandinho, bateu desânimo até para acompanhar a partida.

Era uma equipe, de novo, sem laterais, com o agravante de Cícero não marcar nada e ter um veloz Guerrón, autor do gol da vitória atleticana, pela frente (ô, Leão, não entendi). Zaga perdida, Xandão é limitadíssimo, e Rodolpho, como o próprio admitiu, está “balançado” por uma oferta da Juventus da Itália que não se concretizou (continue jogando assim, meu filho, que nem o Juventus da Mooca vai te querer). Armação zero (novidade...), com Lucas sem ter com quem jogar. Ataque inoperante, com William José, que não finaliza nem prepara, e Fernandinho, na eterna tentativa de jogada – e só tentativa mesmo – para virar e escapar dos defensores pela esquerda.



Com essa formação, veio o esperado, o repetitivo. O sono coletivo que caracteriza o Tricolor nesta temporada. Um elenco razoável, enaltecido por alguns como ótimo e exageradamente diminuído por outros, que não deu liga. Rogério salvando o time de goleada, Casemiro desperdiçando mais uma oportunidade, conseguindo ser mais sonolento que os demais, Dagoberto, no banco, fora de mais um jogo no campo do clube que o revelou (agora com mais motivos do que nunca), e a prova de que o problema são-paulino não é o treinador; Leão parece tão perdido quanto Carpegiani e Adilson Batista. 

Panela velha é que faz comida boa?
O resultado a favor do Atlético é só mais um que caracteriza a política de gestão que transforma o “soberano” num clube apenas cheio de soberba, deitado nos louros de vitórias anteriores. Contratações e mais contratações equivocadas, de jogadores a técnicos, como se qualquer profissional que vestisse a camisa do Tricolor ficasse dotado de superpoderes.

No final, derrota antevista. Outro insucesso do time que jamais empolgou em 2011, que não fez um só jogo irrepreensível no ano, que como a escrita de não ganhar na Arena da Baixada, manteve a regra de não jogar nada no returno do Brasileiro.

Esqueçamos Libertadores. É hora de reaprender a montar verdadeiras equipes e respeitar a Copa do Brasil.

Ganhamos do Ceará!

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O Corinthians sofreu, levou pressão, passou raiva, deu raiva em seus torcedores, mas venceu o Ceará em Fortaleza de goleada: 0 a 1. Meio gol a mais do que o necessário para dar um passo importante na briga com o Vasco pelo Campeonato Brasileiro. O autor do gol foi Cachito Ramires, que veio para o banco de reservas após longa estada no departamento médico e entrou no segundo tempo pra resolver a parada. Mas boa parte dos créditos da vitória precisam ir para a conta do goleiro Júlio Cesar, o contestado.
Tite tem umas coisas, como diria o pessoal do jornalismo Vando, que são, assim, muito dele, sabe? Por exemplo, ele acredita muito naquela história de ganhar dentro de casa e empatar fora. Mas muito mesmo, tanto que procura não quebrar a mística e arriscar, quem sabe, uma vitória fora de São Paulo. Bota todo mundo pra trás e 0 a 0 é um baita de um lucro. Assim, levamos um baita, mas um baita sufoco do Ceará no primeiro tempo, período em que não chutamos uma bola decente sequer para o gol do Vovô.
Para deixar claro que parte do parágrafo acima é perseguição minha com o treinador, é preciso dizer que boa parte do elenco corintiano está num bagaço danado, principalmente Liedson e Danilo (artilheiro e assistente principais no torneio). Junte a isso a suspensão de Paulinho e as jornadas horrorosas de Leandro Castán e Fábio Santos e temos a receita para o desastre. Se ele não veio, além da bela participação do goleirão, deve ter algum mérito para Tite. Tanto que na segunda etapa, o time melhorou, com a entrada de Morais (Morais!) e o supra-citado Ramires.

O empate do Vasco em 1 a 1 com o Palmeiras deixou o Timão abrir 2 preciosos pontos de vantagem na briga. Agora, dos 3 jogos que faltam, se ganhar 2 e empatar 1 levanta o caneco. Sábado tem Atlético Mineiro no Pacaembu, a parada em tese mais fácil. Depois, o inspirado Figueirense em Santa Catarina e o clássico com o Palmeiras. Vai, Corinthians!

quarta-feira, novembro 16, 2011

É frescura. Mas se fosse cachaça...

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O segurança está na porta de um shopping center no centro de São Paulo e dialoga aos brados com um colega, à paisana, recém-saído do serviço e aprontado para as 36 horas de folga que se seguem às 12 em ritmo de plantão. A experiência do tempo livre mais recente do que assumiu o posto foi nova, inédita e reveladora. Com a patroa, o segurança foi a outro centro de compras, para adquirir sabe-se lá o quê.

A mulher e ele, empregados, e a vida dá até para agrados. Novo também era o programa pós-consumo.

– A mulher quis tomar café nuns lanches chiques do shopping. Não pense que era barato, porque não era – avisou.

O interlocutor só dava corda, não interrompia.

– Você já tomou café em um lugar desses?

O colega de trabalho disse que já tinha, mas não demonstrou lá muita confiança. É que, enquanto o fardado segurança descrevia o ritual de servir café expresso, o outro hesitava. Era o grão moído na hora, uma bolacha ou docinho qualquer ao pires, um pouco de água com gás para limpar o paladar e todo o barulho que o maquinário produz sob o comando do barista de plantão.

Para alguém acostumado ao café de coador, provavelmente adoçado, aquilo tudo era experimentar coisa muito diferente.

– Eu achei estranho. O café até que era bom, com a espuminha e tudo. Mas aí a moça pega e me põe um copinho. Eu digo: "Que é isso? É pinga". Frescura do cão! Um copinho desse assim de água (gesticula com o indicador e o polegar). Nem tira a sede e ainda dá vontade de tomar uma cana... Frescurada, eu digo.

Mas se fosse cachaça...

Lula, sem barba e careca

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Ficou melhor que o Chávez, vai...


Original aqui.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Ceará 2 X 3 Santos - Os reservas resolvem

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Primeiro, disseram que o Santos ia "entregar" para o Botafogo, para prejudicar um rival. Não aconteceu. Depois, iria facilitar pra o Vasco, para prejudicar o mesmo rival. Não que perder para o clube carioca fosse algo anormal, mas gostam de falar... E o Santos ganhou. Com a decisão de Muricy Ramalho de enviar a Fortaleza seus reservas e dar uma justa folga aos jogadores titulares do time que mais viajou na temporada (em especial o Joia Neymar, que jogou mais que quase todas as equipes da Série A no ano), mais chiadeira. Mesmo com suplentes, o Santos ganhou. Como bem disse o Garambone:

O destaque do jogo foi o zagueiro-goleador Bruno Aguiar, que fez um gol após cobrança de escanteio e outro em uma bela falta, talvez uma das mais bem cobradas do Brasileirão. E também "fez" um pênalti que, pra mim, não existiu. Aliás, esse deve ser o campeonato com mais penalidades mandrake da história recente. Mal colocados, geralmente, os árbitros marcam qualquer encostão, alguns inclusive desafiam as leis da Física, como aqueles emq ue o jogador é "puxado" pela camisa e cai pra frente, ou os que ele é empuraddo e cai pra trás. Coisa fina.

O goleiro Aranha também foi decisivo ao defender um pênalti cobrado por Marcelo Nicácio. Àquela altura, a partida estava empatada em dois a dois e, na sequência da jogada perdida, Diogo fez um bonito gol. Aliás, ele participou de lances importantes, deu assistências e, quem sabe, esse tento lhe dê mais confiança para recuperar um pouco do futebol que mostrou há muito tempo, quando jogava na Portuguesa. Por enquanto, periga nem ir disputar o Mundial do Japão, mas aproveitou finalmente uma oportunidade dada.



E o Brasileirão segue. O Cruzeiro agradece e o Ceará, com a moral baixa e agora no Z-4, pega o Corinthians no meio de semana. Até o fim do Brasileirão, provavelmente mais chororô sobre "entregas" de outros times, "falta de comprometimento" e numseiquelá, numseiquelá, numseiquelá (aliás, como foi no ano passado, lembra?). O pessoal, definitivamente, precisa arranjar assunto, pelo menos quando falar do Santos...

Quase vitória, mas empate

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O que falta para o Palmeiras reencontrar-se com a vitória? Se livrar de atacantes que não querem mais atuar diante de desmandos e trombadas de cartolas? Apostar no conjunto de talentos menores em vez de habilidosos que rendem pouco na temporada? Sair na frente no marcador? Abrir dois gols de vantagem?

Nenhum dos itens acima permitiu ao alviverde outrora imponente alcançar três pontos em uma partida só. O jejum de vitórias se prolongou contra o Grêmio, em Porto Alegre, no domingo, 13. Vencendo por 2 a 0 até metade do segundo tempo, o time de Luiz Felipe Scolari cedeu a igualdade. Jogou como quem venceria, mas tomou um gol de apagão da defesa e outro que exigiu alguma dose de azar – ou sorte do atacante tricolor.

O detalhe é que o Grêmio jogou mal, muito mal. O Palmeiras sem Henrique por opção, sem Valdívia na seleção (do Chile), sem Kléber nem Lincoln por exclusão (do elenco) não foi brilhante. Foi só melhor do que um adversário em tarde sem qualquer capacidade inspiradora. Mas empatou.

São nove jogos sem vitória. É a pior campanha do segundo turno. A ameaça de descenso permanece e o Vasco, que luta por título, é o adversário. São esparsas as chances de evitar que chegue a 10 o número de rodadas sem conseguir somar pelo menos um gol a mais do que os sofridos.

Ai, ai. Vem o desespero machucando o coração? Não vou mentir...

quarta-feira, novembro 09, 2011

Meme dos Filmes 08 – Filme cebola (o mais triste de todos)

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O Futepoca está entrando, com algum atraso, no Meme dos Filmes proposto pelo Borboletas nos Olhos. A ideia é fazer 31 posts sobre filmes, cada um com um tema específico. Já perdemos uma meia dúzia (e é bem capaz que deixemos outros pelo caminho também), mas garantimos presença no tema 8, o Filme Cebola (O mais triste de todos), e logo com três filmes. Aguardamos ansiosos os comentários – e os filmes tristes de cada leitor.

(Atualização: Confira também o Filme Cebola do Borboleta, o próprio cinema italiano, do Lágrimas de Crocodilo, do Will You Do The Fandango, do Hugo Avelar - Menina de Ouro bem cotado - e do Pergunte ao Pixel.)


Sobre Meninos e Lobos (Por Nicolau)

É interessante que um dos diretores com os pés mais fincados na realidade em nossos dias tenha nascido em 1930, uns quase 50 anos antes da internet. Não que Clint Eastwood fale de tecnologia em seus filmes. É que ele fala de pessoas, de relações, de mentiras, de pequenas tragédias cotidianas. Daí a maior parte de sua obra recente ser, além de tão boa, tão triste. Dois filmes mostram esses elementos se misturando com mais acidez e foram por isso os escolhidos deste fórum de manguaças como os mais tristes.


Um deles é Sobre Meninos e Lobos (Mystic River), que conta várias histórias. A mais imediata é a das investigações sobre o assassinato de uma jovem na cidade de Mystic River. Ela é filha de Jimmy Markum, interpretado por um magistral Sean Penn, um delinquente aposentado. A investigação oficial é conduzida por Sean Devine (Kevin Bacon). E as suspeitas recém sobre Dave Boyle (Tim Robbins, também impressionante). Os três, porém, compartilham uma história anterior. É a história de três garotos, um dos quais foi sequestrado e abusado. Os outros dois presenciaram, mas não impediram o fato. As duas trajetórias se chocam e nada de bom se tira daí.

A condução do filme por Eastwood é simples e direta. Sua câmera não tenta chocar ninguém, apenas apresenta os fatos e os personagens e deixa espaço para as interpretações viscerais dos excelentes atores. A sensação no final do filme é de que não havia como escapar daquilo. Não havia opção para aquelas pessoas desde o momento em que tudo começou, quando eram crianças. Tudo estava determinado não por uma força superior, mas pela simples natureza das pessoas.

É também de pessoas que fala o segundo colocado da lista, também de Eastwood. A segunda metade de Menina de Ouro deve ser de fato a coisa mais objetivamente triste que eu já vi. A história traz Frankie Dunn (o próprio Clint), treinador de boxe veterano e turrão, que faz o maior esforço possível para se afastar de todo mundo ao seu redor. O único próximo é o amigo de longa data Eddie “Scrap-Iron” Dupris (Morgan Freeman, excelente), ex-lutador que cuida do ginásio de Frankie. Surge então a boxeadora Maggie Fitzgerald (Hillary Swank, perfeita) que insiste até se tornar discípula de Dunn e sensação do circuito de boxe feminino.

Essa é a primeira metade do filme. Eastwood faz você se envolver na relação entre os dois personagens, a lutadora obstinada que resgata o velho de seu ostracismo auto-imposto após se afastar da única filha. O veterano que dá a uma mulher pobre e sem grandes perspectivas a chance que ela precisava para mostrar seu talento. Uma jornada de perdedores, tão ao gosto de Hollywood e de todos nós. Ele faz você gostar desses personagens, desejar o melhor para eles.

Então, ele os quebra.

Literalmente, no caso de Maggie, que fica tetraplégica da forma mais imbecil e desgraçada possível. O filme passa então a ser a luta da moça para conseguir o direito de morrer – e do velho para aceitar o destino da filha adotiva e seu papel nele. Destaque para a escrota família de Maggie e para as discussões teológicas de Frankie com o padre de sua paróquia – traço comum nos filmes do diretor, o olhar ácido sobre a instituição familiar e religiosa. Porque, no final, nada na história tem um sentido maior. “Não tem nada a ver com merecer”, citando Will Munny, também personagem de Eastwood. É tudo apenas muito, muito triste.

O Homem Elefante (Por Glauco)

Em 1982, pela primeira vez chorei pro causa de futebol, em uma derrota que muitos devem ter derramado suas primeiras lágrimas em função de um time. Mas não foi só a seleção que me emocionou naquele ano. Aos 7 anos, também não resisti ao drama de E.T e seu amigo terrestre, Elliot, e chorei no extinto Alhambra, cinema de Santos. Lembro do meu pai dizendo que era pra eu não ter vergonha pois muito marmanjo da idade dele também chorava por ali.

Claro que a intenção de Spielberg era emocionar em alguns momentos da história mas, convenhamos, E.T não é propriamente um filme triste. Assim como há outros filmes que não são tristes mas tem momentos que fazem a gente verter algumas lágrimas. Lembro de ter sucumbido em mais de uma cena de O Filho da Noiva, por exemplo, que equilibra a comédia e o drama de uma forma que parece ser toda própria do cinema argentino (ou do argentino em geral, quem sabe). Mas nem toda película triste causa o tal “efeito cebola”.

Pra mim, o filme mais triste que me lembro ter assistido não me fez derramar uma lágrima. Não durante a exibição, ao menos. O Homem Elefante, de David Lynch, tem alguns dos elementos que fazem uma história ser triste. Mesmo. O protagonista é alguém que tem uma doença grave. Não um mal qualquer, mas uma enfermidade que o faz ter deformações em 90% do corpo, sendo o rosto especialmente afetado. Além disso, a película é baseada numa história real, John Merrick de fato existiu, foi figurante em um circo e morreu aos 27 anos de idade.


Já seria uma história suficientemente triste por si só, mas o diretor é David Lynch. Durante boa parte do filme (todo em preto e branco) não se vê o rosto do homem-elefante, coberto por um saco roto ou ocultado na penumbra quando ele apanha do seu “dono”. O foco são os personagens que interagem com ele nessa parte da narrativa. Desnecessário dizer que ele sofre horrores não apenas nas mãos do seu “agente”, como descrito no parágrafo anterior, mas com a repulsa estampada no rosto e nos atos de outros personagens. O médico que tenta ajudá-lo, vivido pelo brilhante Anthony Hopkins, é uma das exceções, e uma das cenas inesquecíveis do filme são seus olhos marejados quando ele contempla a figura de John Merrick (grande atuação de John Hurt).

Quando o rosto do protagonista se mostra ao espectador, quem vê o filme já nem chega a estranhar tanto as deformidades, cativado que está pela figura dócil e pelas agruras pelas quais passa o personagem. A partir daí, a dor que se sente pelo destino (previsível e aparentemente inexorável) do personagem é constante.

“Os outros é que são os monstros, não ele”, sintetizou uma pessoa que viu o filme comigo uma vez. É um dos modos de ver, mas não o único. A forma como o espectador é inserido no filme faz com que ele conheça primeiro o digamos, “espírito” de Merrick e depois seu fenótipo. Mas, no dia a dia, não é o que acontece. E se reconhecer um pouco naqueles personagens que rejeitam o homem elefante ou admitir nos preconceitos e rejeições preconcebidas que acalentamos às vezes sem saber ou querer, é perturbador. Nós também somos um pouco (ou muito) “monstros” e, como disse o Nicolau acima citando Os Imperdoáveis, “não tem nada a ver com merecer”. Os gritos de Merrick em uma das cenas altas do filme ecoam muito tempo depois dele terminado: "Eu sou um ser humano! Sou um homem!". E a fé na humanidade se esvai mais um pouquinho...

terça-feira, novembro 08, 2011

Elogio do boteco

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Impossível deixar de republicar esse texto de Leonardo Boff, que capta bem o espírito do que é um boteco e do que ele representa nas teias sociais da nossa vida. Com a palavra, o teólogo (ah, sim o texto é dele mesmo).

Em razão do meu “ciganismo intelectual” falando em muitos lugares e ambientes sobre um sem número de temas que vão da espiritualidade, à responsabilidade socioambiental e até sobre a possibilidade do fim de nossa espécie, os organizadores, por deferência, costumam me convidar para um bom restaurante da cidade. Lógico, guardo a boa tradição franciscana e celebro os pratos com comentários laudatórios. Mas me sobra sempre pequeno amargor na boca, impedindo que o comer seja uma celebração. Lembro que a maioria das pessoas amigas não podem desfrutar destas comidas e  especialmente os milhões e milhões de famintos do mundo. Parece-me que lhes estou roubando a comida da boca. Como celebrar a generosidade dos amigos e da Mãe Terra,  se, nas palavras de  Gandhi,”a fome é um insulto e a forma de violência mais assassina que existe?”

É neste contexto que me vem à mente como consolo os botecos. Gosto de freqüentá-los, pois aí posso comer sem má consciência. Eles se encontram em todo mundo, também nas comunidades pobres nas quais, por anos, trabalhei. Ai se vive uma real democracia: o boteco ou o pé sujo (o boteco de pessoas com menos poder aquisitivo) acolhe todo mundo. Pode-se encontrar lá tomando seu chope um professor universitário ao lado de um peão da construção civil, um ator de teatro na mesa com um malandro, até com um bêbado tomando seu traguinho. É só chegar, ir sentando e logo  gritar: “me traga um chope estupidamente gelado”.

O boteco é mais que seu visual, com  azulejos de cores fortes, com  o santo protetor na parede, geralmente um Santo Antônio com o Menino Jesus, o símbolo do time de estimação e as propagandas coloridas de bebidas. O boteco é um estado de espírito, o lugar do encontro com os amigos e os vizinhos, da conversa fiada, da discussão sobre o último jogo de futebol, dos comentários da novela preferida, da crítica aos políticos e dos palavrões bem merecidos contra os corruptos. Todos logo se enturmam num espírito comunitário em estado nascente. Aqui ninguém é rico ou pobre. É simplesmente gente que se expressa como gente, usando a gíria popular. Há muito humor, piadas e bravatas. Às vezes, como em Minas, se improvisa até uma cantoria que alguém acompanha ao violão.

Ninguém repara nas condições gerais do balcão ou das mesinhas. O importante é que o copo esteja bem lavado e sem gordura senão estraga o colarinho cremoso do chope que deve ter uns três dedos. Ninguém se incomoda com o chão e o estado do banheiro.

Os nomes dos botecos são os mais diversos, dependendo da região do pais. Pode ser a Adega da Velha, o Bar do Sacha, o boteco do Seo Gomes, o Bar do Giba, o Botequim do Jóia, o Pavão Azul, a Confraria do Bode Cheiroso, a Casa Cheia e outros. Belo Horizonte é a cidade que  mais botecos possui, realizando até, cada ano, um concurso da melhor comida de boteco.

Os pratos também são variados, geralmente, elaborados a partir de receitas caseiras e regionais: a carne de sol do Nordeste, a carne de porco e o tutu de Minas. Os nomes são ingeniosos:” mexidoido chapado”, “porconóbis de sabugosa”, “costela de Adão” (costelinha de porco com mandioca), “torresminho de barriga”. Há um prato que aprecio sobremaneira, oferecido no Mercado Central de Belo Horizonte e que foi premiado num dos concursos:”bife de fígado acebolado com jiló”. Se depender de mim, este prato deverá constar no menu do banquete do Reino dos céus que o Pai celeste vai oferecer aos benaventurados.

Se bem repararmos, o boteco desempenha uma função cidadã: dá aos frequentadores, especialmente aos mais assíduos, o sentimento de pertença à cidade ou ao bairro. Não havendo outros lugares de entretenimento  e de lazer, permite que as pessoas se encontrem, esqueçam seu status social e vivam uma igualdade, geralmente, negada no cotidiano.

Para mim o boteco é uma metáfora da comensalidade sonhada por Jesus, lugar onde todos podem sentar à mesa e celebrar o convívio fraterno e fazer do comer, uma comunhão. E para mim, é o lugar onde posso comer sem má consciência.

Dedico este texto ao cartunista e amigo Jaguar que aprecia botecos.

segunda-feira, novembro 07, 2011

Resumo da péssima fase e os 15 pontos que salvam

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Por Moriti Neto

Difícil falar do São Paulo sem apelar às mesmices sobre mau momento, jogos fracos e apatia (que resulta em tremedeira) no Campeonato Brasileiro. Também é quase impossível dar algum ineditismo à análise dos erros da diretoria são-paulina capitaneada por Juvenal Juvêncio (arrogante e, ao menos hoje, desarticulado politicamente, sendo o segundo item consequência do primeiro).

O vexame da derrota contra o Bahia não se caracteriza pelo resultado em si. No futebol, tem dessas coisas, principalmente num campeonato tão oscilante e vacilante do ponto de vista técnico. O líder Corinthians – na reta decisiva e com 40 mil torcedores a favor – perder do América, inevitavelmente rebaixado e pior time da competição, com apenas quatro vitórias em 32 jogos, é sintoma disso. O que não pode é o São Paulo cometer tantos erros crassos numa partida.

Duas vezes na frente do placar, os são-paulinos tomaram gol de Souza quando os baianos fizeram 1 x 1, depois de Wellington, num golaço, marcar o primeiro do Tricolor Paulista. Souza, aquele de Goiás, Flamengo e Corinthians (foi até artilheiro de Brasileirão, em 2006) deu um baile em João Felipe. Não só no lance do tento anotado, em que tomou um corte seco, de cair sentado. Enquanto esteve em campo, o zagueiro permitiu que o limitadíssimo centroavante fizesse o que bem entendesse.

Alguns detalhes, no entanto, davam certa esperança ao torcedor. Lucas, que não jogava nada fazia tempo, deu o ar da graça. Fez boa etapa inicial e, na segunda, instantes após o empate do Bahia, acertou um belo chute, no ângulo de Marcelo Lomba. Outro golaço. 2 x 1.

Não demorou que uma jogada começada em cobrança de falta chegasse aos pés de Cicero, improvisado na ala-esquerda, e terminasse em novo bom chute. A bola bate nas duas traves baianas antes de entrar. O jogo parece resolvido, indicando que a torcida comemoraria três pontos depois de oito rodadas, quem sabe até com condições reais de brigar por “objetivos maiores”.

Só que se os treinos de repetição de Emerson Leão deram alguma confiança para os atletas chutarem, o “tratamento de choque” proposto pelo técnico (com perdão do trocadilho) resultou num curto-circuito em Salvador.

Assim que tomou o terceiro, Joel Santana colocou os meias Lulinha e Nikão – algo que deveria deixar os são-paulinos mais tranquilos. Contudo, logo de cara, o primeiro fez o gol número dois do mandante, justamente depois de jogada do segundo.

O São Paulo sumiu de campo. Apagou. E viria a desmoronar com novo empate do Tricolor de Aço, com gol de cabeça do baixinho volante Fahel, que ninguém no sistema defensivo paulista marcou.

Sem reação, tremendo como um time principiante, a virada era questão de tempo contra o time do Morumbi. E ela veio com jogada de Nikão (de novo!) que um assustado Luiz Eduardo tratou de empurrar para o próprio gol.

Daí em diante, foi de doer ver a postura medrosa dos jogadores são-paulinos, que perderam quase todas as divididas. Ainda que o adversário estivesse com “um a menos”, já que o contundido volante Fabinho se arrastava em campo, os visitantes fugiram do jogo.


Cansaço, contusão e erro de Leão

Quando tomou o segundo gol, Leão preparava o banco, pensava substituições. Antecipado por Dagoberto e João Felipe, continuando a perder todas para Souza, que alegaram cansaço e pediram para sair, o técnico pôs Marlos e Rodrigo Caio. Errou nas duas mexidas.

Colocar Marlos era arriscado demais, pois o jogador erra quase tudo que tenta, ainda que em jogos tranquilos. Numa partida de forte pressão, a perspectiva de falha aumenta severamente.

Na entrada do volante Rodrigo Caio como zagueiro, Leão errou também. Não porque o garoto fosse incapaz de executar a função, mas tinha Denílson à disposição e, em momento tão claudicante da equipe emocionalmente, apostar na experiência seria prudente.

Além disso, para coroar a péssima jornada: azar e mais incompetência. Em poucos minutos, Rodrigo Caio torceu o joelho. Foi examinado pela equipe médica que atestou que o menino poderia voltar ao gramado, algo desmentido pelos instantes seguintes que forçaram Leão a trocá-lo por Denílson.

A atuação bizarra resume a fase são-paulina que deixa o time perto de recorde negativo e evidencia uma campanha digna dos piores do returno. O Tricolor está nove rodadas sem saber o que é vitória na competição. Na história dos brasileiros, só foi pior em 1996, quando passou dez jogos sem ganhar. Nos últimos nove confrontos da atual edição, obteve 21% de aproveitamento. No total do segundo turno, a coisa fica em 36%. Como observei em post anterior, índice de candidato ao rebaixamento.

Numa análise fria, depois de três temporadas de tantos erros, culminando nesta, com quatro técnicos diferentes no comando do São Paulo, não são os 15 pontos que restam a disputar no Brasileiro a alegria são-paulina. São os 15 conquistados no começo do campeonato, ainda com Carpegiani, que nos salvarão da briga para não cair. Dureza.

Nordeste legal

Independentemente do resultado e dá fase ruim do clube de coração, é legal demais ver a torcida do Bahia e o clima contagiante do nordeste num estádio cheio. No sábado, a torcida baiana deu espetáculo e, de fato, impulsionou o time. É cedo ainda, mas a vitória sobre o São Paulo é combustível moral para o Tricolor de Aço permanecer na Série A. Assim como o Ceará, que venceu o Avaí fora de casa e deu um passo fora da zona de descenso, e quem sabe o Náutico, bem na Série B, os baianos são garantia do futebol visto como festa.

quarta-feira, novembro 02, 2011

Nelson Cavaquinho chamou a morte pra sambar

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Nesse Dia de Finados, convém lembrar de um compositor que teve na morte um tema constante em toda sua genial obra. Junto com desilusões amorosas, o mote da angústia existencial passeia pelas letras de Nelson Cavaquinho, que faria cem anos no último dia 29 de outubro. Trata-se de um músico único, cuja síntese da vida e obra poderiam ser esse parágrafo, escrito por Arley Pereira aqui: “Violão, samba, mulheres, botequins, a soma e a essência da felicidade, a forma e a maneira encontradas de ser feliz cantando a infelicidade e de ser alegre exaltando a tristeza.”

A trajetória do compositor é das mais curiosas e ricas, sendo que as histórias de boemia são inúmeras. Como a de seu tempo de policial, na juventude. Uma de suas tarefas era fazer a ronda no morro da Mangueira a cavalo e, em uma dessas incursões, seu animal acabou sendo "perdido", como ele mesmo relembrou em entrevista:

Resolvi parar numa tendinha e deixei amarrado na porta o cavalo, (...) fiquei tanto tempo conversando com o Cartola, que quando saí da birosca, cadê o animal? Tinha sumido. Fiquei apavorado. E resolvi, assim mesmo, voltar para o quartel. Não é que quando chego lá dou de cara com o cavalo na estrebaria? O danado parecia que sorria pra mim pela peça que me pregou.” e completa "Eu ia tantas vezes em cana que já estava até me acostumado com o xadrex. Era tranqüilo, ficava lá compondo. Entre as músicas que fiz no xadrex está Entre a Cruz e a Espada 

Nascido na Tijuca, apaixonou-se pela Mangueira, pelo samba e pela vida noturna. Segundo Carlos Rennó e Paquito, na série Os Inventores da MPB, ele “passava às vezes três noites e três dias seguidos fora de casa, bebendo muito, sem nunca perder a pose, e comendo pouco.” Entre os muitos amores que teve na vida, uma mulher merece destaque. Lígia, sem-teto que dormia na praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, aos pés da estátua de Pedro I. De acordo com Rennó e Paquito, “os dois bebiam até acabarem num banco de praça, de porre, dormindo. Segundo o parceiro Guilherme de Brito, 'ele só se chegava a essa gente assim'. O amor chegou a um ponto tal, que Nelson tatuou o nome de Lígia no seu ombro direito, motivo de sua canção 'Tatuagem', que diz: 'O meu único fracasso/ Está na tatuagem do meu braço'.”

Enquanto outros intérpretes já haviam gravado inúmeras das suas canções, seu primeiro disco só foi lançado em 1970, Depoimento de Poeta, pela gravadora Castelinho. E, ao todo, foram só quatro álbuns solo na sua carreira. Seu último LP, de 1985, Flores em Vida, foi idealizado e produzido pelo cantor e compositor CarlinhosVergueiro. O título faz referência à música “Quando eu me chamar Saudade” (Me dê as flores em vida/O carinho, a mão amiga/Para aliviar meus ais/Depois que eu me chamar saudade/Não preciso de vaidade/Quero preces e nada mais). Cavaquinho morreria na madrugada de 18 de fevereiro de 1986, vítima de um enfisema pulmonar, aos 74 anos.




Confira abaixo a entrevista feita por e-mail com Carlinhos Vergueiro, que lança nesse mês um CD inteiramente dedicado a Cavaquinho, com participações nobres como as de Chico Buarque e Wilson das Neves.

Futepoca - Como você conheceu Nelson Cavaquinho?
Carlinhos Vergueiro - Conheci o Nelson no bar do Zé, um boteco na Rua Maria Antônia, em São Paulo, que eu frequentava. Ele era amigo do Francisco de Laurentis, o Chicão, meu amigo também, e acompanhei os dois em várias noitadas. Eu tinha uns 17 anos.

Futepoca - Nelson vendeu várias das suas composições. É possível ter uma ideia de quantas músicas de fato ele compôs ao longo da vida?
Vergueiro - O Afonso Machado, autor do livro Nelson Cavaquinho, Violão Carioca, conseguiu reunir 200 músicas de autoria do Nelson, mas muitas se perderam, outras ele deu ou vendeu, algumas são dele mas não estão no seu nome como “Pecado”, parceria com Zé Ketti. Essa ficou só no nome do Zé Ketti por motivos burocráticos à época.

Futepoca - O primeiro álbum dele foi lançado somente em 1970. Por que demorou tanto a gravar um disco?
Vergueiro - Porque demoravam muito para achar que valia a pena fazer um disco solo com um artista como o Nelson. Isto foi em 70, pelo selo Castelinho, produzido por Pauilo Cesar Costa. Em 72, a RCA lançou o 2º. Em 73, o Pelão (João Carlos Botezeli) lançou pela Odeon um disco muito importante onde o Nelson gravou pela primeira vez tocando cavaquinho. Em 74, a Continental relançou o disco de 70.

Futepoca - Na sua opinião, é possível dissociar a obra e o modo de composição de Nelson Cavaquinho do seu estilo de vida boêmio? Um poderia existir sem o outro?
Vergueiro - A voz do Nelson, o violão do Nelson, as melodias, as letras que ele compunha, tudo junto era emocionante. Nos bares, nos botequins, nas ruas, ele encontrava um público fiel que o admirava e via nascer várias de suas obras-primas.

Futepoca - Como surgiu a ideia de produzir Flores em Vida?
Vergueiro - O Nelson me disse que tinha vontade de gravar um disco e eu apresentei um projeto ao Aluízio Falcão, diretor do selo Eldorado, que não só aprovou como batizou com o nome Flores da Vida. Além deste disco, participei de um documentário dirigido por Ruy Solberg cujo nome é Nelson de Copo e Alma. O disco foi lançado em Mangueira e o documentário no Parque Laje, com o Nelson superfeliz.

Futepoca - E qual a linha desse seu novo trabalho, que também tem como foco a obra do compositor?
R-Neste trabalho, que tem a participação da Cristina Buarque, do Wilson das Neves, do Chico Buarque e do Marcelinho Moreira, eu quis homenagear o Nelson, que faria cem anos. Contei com a participação de grandes músicos e com os inspirados arranjos de Afonso Machado e Tiago Machado. O Afonso, um dos fundadores do conjunto Galo Preto, é um especialista em Nelson Cavaquinho, e está lançando um livro e um disco instrumental com o Galo Preto homenageando Nelson.

Futepoca - Você acha que hoje Nelson Cavaquinho tem o devido reconhecimento no meio musical e pelos brasileiros em geral?
R- Eu espero contribuir para que mais pessoas conheçam o trabalho desse genial artista.



terça-feira, novembro 01, 2011

Lula vai desfilar na Gaviões, diz Dilma

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O ex-presidente Lula, internado ontem e hoje no hospital Sírio Libanês para dar início à quimioterapia que combaterá o tumor encontrado em sua laringe, recebeu nesta segunda a visita da presidenta Dilma. Ela, que também lutou recentemente contra um câncer linfático, saiu otimista da visita, segundo matéria do Diário de S. Paulo.

A manchete do jornal, aliás, é o que me instigou a escrever o post: “Ele vai desfilar na Gaviões”. Foi tirada da seguinte declaração de Dilma: "Eu estive visitando o presidente Lula e saio muito contente, porque achei ele muito bem, muito disposto, com aquela imensa energia que o presidente Lula tem. Então eu saio daqui certa que, em janeiro, nós veremos o presidente Lula desfilando na Gaviões da Fiel", disse a presidenta, lembrando que a corintiana escola de samba homenageará Lula no Carnaval 2012.

No domingo, torcida e clube corintianos homenagearam o presidente (foto: Edson Lopes Jr./Terra). E chegamos ao verdadeiro motivo do texto: publicar aqui o vídeo do samba da Gaviões, que quase encheu de lágrimas meus corintianos e esquerdistas olhos. Aproveitem. E força, Lula!

segunda-feira, outubro 31, 2011

Corinthians 2 x 1 Avaí: Virada na raça afasta tragédia e retoma liderança

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O Corinthians jogou mal contra o Avaí na tarde deste domingo, num Pacaembu cheio e que recebeu horas de chuva brava durante a partida. Jogou mal, sofreu um gol fruto de jogada em (difícil) impedimento, teve um zagueiro expulso, por, no mínimo, um baita excesso de rigor. Cenário propício para uma tragédia – que não se consumou. O Timão virou a partida no segundo tempo, na raça e na coragem, levando ao delírio uma torcida encharcada. Jogo difícil e mais um passo na briga pelo título, esse de grande valor anímico. Até porque, com o empate arrancado pelo São Paulo contra o Vasco, no Rio, voltamos para a liderança, o que significa depender apenas das próprias pernas – e de uma ajudinha dos deuses, claro.

O destaque foi Emerson, que, voltando de lesão, começou no banco e entrou no lugar de Jorge Henrique. Foi o melhor jogador, como vinha sendo em boa parte dos jogos antes de se machucar. O atacante se mexe muito, procura o jogo, dá opções aos companheiros. Como fez no gol de empate, após belo passe de William, jogador às vezes meio bom, às vezes meio ruim, e que ontem estava mais inspirado.

Liedson também merece os parabéns por ter achado o gol da vitória numa cabeçada improvável. É interessante o senso de colocação do atacante. Em várias jogadas é possível vê-lo procurando um espaço vazio e tentando antecipar aonde a bola deverá cair depois de outras disputas. Nessas, acertou em cheio.

Quem também acertou foi Tite, ao não tirar um atacante para recompor a defesa após a expulsão do zagueiro Leandro Castan. Ao evitar a resposta padrão e optar por recuar Ralf para cumprir a função, o técnico manteve o poder de fogo do time e foi premiado com a virada. Acertou aí, mas errou ao botar Jorge Henrique pra jogar. O baixinho já teve excelentes momentos com a camisa alvinegra, mas não se encontra mais. O bom Edenilson, rápido e com visão de jogo, parece ser uma opção melhora na ausência de Émerson e Alex. E falando em troca de guarda, Welder pode muito bem assumir a vaga de Alessandro. O lateral avança bem, dribla e cruza sempre com perigo.

Na próxima rodada, vamos a Minas Gerais pegar o quase desenganado, mas ainda desesperado, América MG. Entre os problemas, a zaga hoje titular está suspensa, com terceiro amarelo para Paulo André e a expulsão de Castán. Devem vir Wallace e o afastado Chicão, zagueiro mais técnico do elenco, mas que perdeu espaço, segundo consta, por disputas de cunho panelístico com o técnico Tite. Espero que volte com vontade de mostrar que merece a camisa 3.

Entre as boas notícias, podemos ter Emerson, Alex, Danilo e Liedson juntos. São os quatro melhores jogadores do meio pra frente hoje. Os que mostram mais qualidade e têm resolvido a maioria dos jogos. Se um deles não jogar, deve entrar William, que também ajuda. Estamos com um bom elenco, principalmente do meio pra frente. Depois do América, vem outro mineiro, o Atlético, ainda ameaçado pela Série B, mas já mais distante do alçapão. E com melhor futebol (o Palmeiras que o diga), muito graças ao bom Daniel Carvalho. Vai, Corinthians!

domingo, outubro 30, 2011

Santos 4 X 1 Atlético-PR - Furacão vira brisa com Neymar

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Mais um post que corre o risco de ser docemente repetitivo. Dessa vez, pude acompanhar in loco no Pacaembu Neymar, o gênio, fazer cinco gols legítimos, mas só quatro validados. E ainda fez mais um, este irregular de fato.

Mas não foram só os gols. Foram passes inteligentíssimos, como o dado para Renteria desperdiçar diante do goleiro Renan, dribles desconcertantes, passes em que a finta de corpo deixou o marcador procurando a bola do lado oposto ao qual ela tinha ido... O repertório que se mostra diferente a cada peleja.

Embora o placar tenha sido dilatado, o jogo só se tornou realmente fácil na segunda etapa. No primeiro tempo, o Peixe sofreu com a quantidade de erros no meio de campo. Alan Kardec recuava para armar, mas não tem o cacoete de meia; Arouca avançava mais, principalmente pela direita, mas também errava bastante. Na esquerda, Durval, mais uma vez no lugar de Léo, conseguiu, junto com  o mais uma vez efetivo Bruno Rodrigo, evitar os avanços de Guérron, mas não conseguia acrescentar nada à frente, justamente no setor do campo que Neymar gosta de atuar. Assim, sem ter com quem jogar , o moleque forçava as jogadas individuais para criar as chances alvinegras.

Precisa legenda? (Foto Santosfc)
Foi um primeiro tempo praticamente sem chances para o Atlético, que chegou com perigo duas vezes. Mas, logo no início do jogo, o Santos teve um pênalti a seu favor e começa a polêmica sobre a arbitragem. O comentarista Leonardo Gaciba diz que Cléber Santana usou o tal “jogo de corpo” em Neymar no lance anotado pelo árbitro. A mim, não pareceu, mas resolvi buscar o próprio Gaciba, em seu blogue encerrado na RBS, em que ele comenta sobre o tal “ombro a ombro”. Diz o ex-árbitro:: “Ainda, como diria Arnaldo Cesar Coelho 'a regra é clara' quando nos explica que este tranco com o ombro, mesmo que a bola esteja em disputa, quando for realizado com força excessiva, é ilegal! (grifo meu) O atleta não pode, simplesmesmente, esquecer-se da bola e jogar-se contra o adversário, só porque o contato será feito com o ombro!”. Cada um interpreta como quer, mas, além de achar que Cléber Santana utilizou a tal “força excessiva”, ainda é possível ver o uso do antebraço “alavancando” o tronco de Neymar.

Ainda no primeiro tempo, outro lance “interpretativo”, o árbitro anulou o que seria o segundo gol do garoto na partida. A bola passou por um impedido Alan Kardec, que não fez menção de participar do lance. Depois de validar o gol de Neymar e do time rubro-negro já se postar no meio de campo para sair com a bola, jogadores do vistante cercaram o auxiliar Fábio Pereira e Francisco Carlos Teixeira voltou atrás e anulou o tento. Naquela conjuntura, o tempo fechou e o time se desorganizou por um instante. Até que, pouco depois, numa tentativa de contra-ataque do Atlético, Neymar voltou para a intermediária, desarmou o ataque paranaense com um chutão e vibrou. A torcida foi junto e incendiou o Pacaembu novamente, mas o segundo tempo estava no fim.

Logo no início da segunda etapa, gol do Atlético-PR. Escanteio cobrado de forma magistral por Paulo Baier, o mais lúcido e perigoso jogador rubro-negro, encontrou Guérron. Mas não demorou dois minutos para o Santos empatar. Cléber Santana fez outro pênalti, empurrando Edu Dracena em cobrança de escanteio. Não recebeu o segundo cartão amarelo, que lhe valeria a expulsão. Neymar não desperdiçou. E, cinco minutos depois, Rentería lançou Neymar; o zagueiro Manoel cai, e o atacante não desperdiça. Pseudopolêmica: ao fazer o movimento de correr pra disputar com o santista, há um suposto choque da perna dele com o joelho do adversário.


O quarto viria em um lance de gala do garoto, que finge que vai abrir na ponta, mas avança na área, deixando a marcação sem rumo. O chute perfeito acaba com o jogo. O Peixe ainda desperdiçaria chances de ampliar e o Atlético colocaria uma bola na trave, em lance irregular no qual Guérron domina com o braço, e outra em cobrança de Paulo Baier já perto do fim do jogo. Mas a noite era de Neymar, que chegou a 96 gols como profissional, não contando os tentos feitos como infantil e juvenil (alô, Romário), sendo 78 pelo Alvinegro em 154 partidas.