Destaques

sexta-feira, julho 06, 2012

Para este chinês, não existem barreiras... Ou existem muitas

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O fato aconteceu nos Jogos Universitários chineses. Um atleta que disputava os 110 metros com barreiras, após não conseguir saltar dois obstáculos, resolveu simplesmente não saltar mais. Ainda acabou com a corrida do colega da raia ao lado... Lambança de nível:



Via Furo MTV

Um 2 a 0 em que quase tudo deu certo na Copa do Brasil

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O primeiro jogo da final da Copa do Brasil 2012 acabou em surpreendentes 2 a 0 para o Palmeiras diante do Coritiba, na Arena Barueri. Surpreendente porque os visitantes eram melhores em campo no primeiro tempo na noite de quinta-feira, 5. Porque o azar de ficar sem Barcos virou sorte e segurança de Bruno na guarda da meta, dentro de campo. Porque Valdívia marcou, mudou a história do jogo, e foi expulso em lance besta. Porque o time paranaense reclamou muito de um pênalti explícito. E porque o Palmeiras esboçou disposição excessiva em se defender ainda no primeiro confronto.

Folga talvez só no placar. E o chavão do futebol é explícito: 2 a 0 é um placar perigoso. Embora a resposta igualmente óbvia seja um sarcástico "perigoso para quem, mesmo?", o retrospecto entre os dois times em Copas do Brasil dá um pouco mais de razão para o lugar-comum. É que no ano passado, quando os mesmos Luiz Felipe Scolari e Marcelo Oliveira ocupavam postos de treinadores dos times, o Coxa deu uma sova no alviverde paulistano, com atordoantes 6 a 0.

Só Thiago Heleno e João Vitor estiveram do lado palmeirense em 2011; seis do Coritiba continuam por lá. Mas que nada disso se repita. 

Sem Barcos, operado por apendicite e homenageado por Valvívia, sem Henrique, substituído por Marcio Araújo, o time de Felipão jogou pouco para conseguir o placar que fez. Só não foi tudo perfeito porque Maikon Leite perdeu uma chance clara no final de fazer um improvável terceiro.

Desde 1999 sem títulos importantes, desde 2008 sem trazer caneco nenhum, os atletas do Palmeiras comemoraram muito ao final do jogo. Um pouco mais do que deveriam, porque tem a partida de volta. E porque a equipe precisa de mais bola até para jogar pelo regulamneto no Couto Pereira, no dia 11.

quinta-feira, julho 05, 2012

Vai, Corinthians! Campeão invicto da Libertadores 2012

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São 2h26 e as buzinas não param de tocar. Meu irmão manda uma mensagem, amigo liga de Junqueirópolis. Na Augusta, o grito ecoa, como ecoou o dia inteiro. Inescapável. Em todo lugar se ouviam os rojões e a inevitável frase. Vai, Corinthians.

E viemos. Invictos por um longo caminho, que passou pelo golaço de Ralph na estreia. Pelo gol de Paulinho (monstro!) e pela defesa de Cássio contra o Vasco. E pelo campeão anterior, que conta com o melhor jogador do hemisfério. Perdeu em casa, com direito a golaço.

Em todas as etapas, novo desafio. "O desastre do Tolima", "O trauma das oitavas", "nunca venceu um campeão de Libertadores", "nunca venceu um tricampeão da Libertadores", "nunca venceu um hexacampeão da Libertadores". É.

Corinthians tem dessas. Minha mãe sempre fala: "Corinthians, quando só precisa do empate é que perde". Pois nessa, como em outras, foi sempre o patinho feio. Favorito, só contra o Emelec. Melhor assim, pelo jeito. Pessoal gosta mesmo é de subverter expectativas.

Meu maior medo era o Santos, confesso. Ou ainda, Neymar, em uma equipe com mais organiação coletiva que no ano passado.

No dia, a caminho do almoço, um amigo palmeirense perguntou para o companheiro Glauco e eu "como estava a ansiedade". Os dois concordamos: "estou tentando não pensar no jogo, para poder pensar em outra coisa". Foi quase impossível, no entanto.

Aqui, minhas críticas constantes ao estilo retranqueiro do time comandado por Adenor Tite já tinham ido para o espaço. A partir do primeiro jogo contra o Santos, a imagem que melhor descrevia meu espírito nerd-alvinegro era o discurso do rei Theoden, no terceiro episódio do Senhor dos Anéis:

"Levantem-se! 
Levantem-se Cavaleiros de Theoden! 


Lanças se agitarão, escudos se partirão! Um dia de espadas! Um dia vermelho até que o sol nasça!


Cavalguem... Cavalguem... Cavalguem! Cavalguem pela ruína e pelo fim do mundo!


Morte! Morte!"

Aqui, amigos, era guerra. Até o fim do mundo.

Na Vila, um primeiro tempo impecável, sem deixar o anfitrião ver a bola. Coroado com o golaço de Sheik, homem para se contar nas horas difíceis. Na volta, empate e classificação.

E vencemos, pois. Aquele que é de fato - ainda que não mais de direito - o melhor time das Américas.

No outro jogo, disputavam Universidade de Chile, de seguidas participações positivas no torneio, sempre exaltado por seu futebol ofensivo e efetivo, e ninguém menos que o famigerado Boca Juniors. O temido Boca, morador da abissal Bombonera, senhor das terras de América durante a maior parte dos últimos anos, hexacampeão do torneio, ansioso por destronar seu compatriota Independiente e sagrar-se campeão absoluto do certame.

Meu cerérebro via uma disputa equilibrada. De resto, não havia em mim nenhuma sombra de dúvida de que nosso adversário na final seria o Boca.

Primeiro jogo na temida Mordor dos times brasileiros, que já havia tragado Palmeiras, Grêmio e Santos na final do campeonato continental. La Bombonera.

Um jogo pegado (Morte!) e sem grandes chances para nenhum dos lados, com um Corinthians errando passes demais. Num escanteio, o medo. O único momento em que o Corinthians esteve eliminado no torneio. Um a zero Boca, e as sombras se estendiam.

Mas rapidamente, eis que surge um jovem vindo do banco de reservas. Romarinho, nome ilustre, recebe passe de Emerson, o Sheik, e não pisca. Toquezinho de leve por cima do goleiro. Herói improvável. A batalha final será em casa.

Passo a semana inteira tentando manter afastado o jogo. Até chegar ao dia, à fatídica quarta-feira. Já de manhã, fogos estão no ar, cada pipoco lembrando o que virá de noite. O colega Valdemar, porteiro do prédio, manda um "é hoje". Subindo a rua, as camisas vão surgindo, ocupando a paisagem.

Chegamos então ao começo desse texto.

Era inescapável. Pela janela do trabalho, pela internet, na hora do almoço. O grito estava lá. "Nossa bandeira vai cobrir toda a cidade", disse a Gaviões. Acertou. A cidade era nossa.

No fim do dia, voltando para casa, as camisas estão em todos os lados. O grito, sempre ele, surge de sabe lá onde. Uma bomba explode na descida da Augusta e um corintiano manda lá o grito, complementado por um "susto da porra!" Quem soltou a dita bomba, diga-se, foram quatro outros alvinegros.

Não há como manter a mesma tensão, o mesmo preparo das semifinais. Dane-se que é o Boca. Aqui, o estádio é nosso, a torcida é nossa. A cidade é nossa.

Controlo a sensação, espanto o "já ganhou". Mas a vida na cidade é linda demais para se ignorar. Liga meu pai: "se tudo der errado, essa festa já está maravilhosa".

"Neste dia, nós lutamos!", resumiu Aragorn, na batalha final do supracitado Senhor dos Anéis. E lutamos. Com menos erros de passe que na Argentina, não deixando grande espaços para o Boca e controlamos o jogo.

Dias antes, um amigo havia dito: "Não quero emoção! 1 a 0 no primeiro tempo, 2 a 0 no segundo e a gent comemora!" Não aconteceu. Primeiro tempo em branco, e começo a pensar em prorrogação, em pênaltis.

Então, eis que surge, já na segunda etapa, Emerson, o Sheik, o Saladino. Recebe passe de calcanhar de Danilo (salve, Doutor!) e chuta para o gol. Gol. A quantidade de palavrões que a leitura labial permite não expressa minha sensação.

O segundo vem de bola roubada, também por ele, este salteador dos desertos. Roubou, correu e meteu no canto. 2 a 0. Em cima do Boca. Na final da Libertadores.

.......

São 4h21 da manhã e as buzinas não param. O grito, inescapável, não pára, não pára, não pára. "Vai, Corinthians!", grita toda São Paulo. De Mauá, meu pai liga: "Ver esse time ganhar é muito bom, porque não só eu fico feliz, mas toda essa gente fica feliz". Meu Timão nunca parou de lutar e venceu.

"América, bem vinda à favela", disse faixa levada pela torcida. Nada mais justo.

PS.: Merece destaque aqui a impresionante mostra de convivência pacífica e democracia dada pela minha amada santista Débora, com quem assisti aos dois jogos das semifinais. Sem zombaria, sem xingar jogador do adversário, sem gritar gol na cara do outro. Episódio para guardar.

PPS.: Agradecemos a compreensão pelo misticismo exacerbado do último período. Valeu a pena, vá!



* Foto do pessoal do Impedimento, tem outras muito boas aqui.

domingo, julho 01, 2012

O gol mais bonito do campeonato

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São apenas sete rodadas e não vi todos os gols do Brasileirão, mas a jogada do garoto Bernard com dois chapéus na linha de fundo e o cruzamento para o gol de voleio do Jô é daquelas jogadas que valem mais que os três pontos. Para mim, até agora, o gol mais bonito do Brasileirão.

Claro que os três pontos, jogando na casa do Grêmio, valeram pela dificuldade. Não vi os números, mas o Grêmio deve ter ficado uns 70% do tempo com a bola, sufocou o tempo todo, mas  teve poucas chances de gol. O Galo ficou fechado atrás e saiu no contra-ataque, em que acabou perdendo pelo menos mais umas três chances. Méritos de Marcelo Grohe, o novo titular do gol gremista com a venda de Victor para o Galo. Goleiro que vai chegar num momento bom da defesa atleticana, a melhor do campeonato. Tomou apenas três gols em sete partidas.

Claro que é muito cedo para comemorar a liderança alcançada, mas para quem nos últimos anos só olhava o final da tabela é um alívio. Nas minhas contas, agora só faltam 29 pontos para escapar do rebaixamento. Mas o que chama a atenção nesse time é a vontade com que todos estão jogando. Parece que mais que qualidade técnica, Ronaldinho Gaúcho trouxe confiança ao time. Garotos que antes eram vaiados agora fazem jogadas como a de Bernard hoje. Que o garoto de 19 anos aprenda a ousadia de quem não joga tanto mais, mas um dia foi o melhor do mundo.



FICHA TÉCNICA
GRÊMIO 0 x 1 ATLÉTICO
Motivo:
 Campeonato Brasileiro – 7ª rodada
Data: 1/7/2012
Hora: 18:30
Estádio: Olímpico
Gol: Jô (26’)
Público pagante: 29.137
Renda: R$ 695.960,00
Cidade: Porto Alegre (RS)
Árbitro: Paulo César Oliveira (Fifa-SP)
Cartões amarelos: Serginho, Jô, Leandro Donizete (Atlético); Vilson, Fernando (Grêmio)
Cartão vermelho: Anderson Pico (Grêmio)
Grêmio
Marcelo Grohe; Edílson (Tony), Vilson, Gilberto Silva, Anderson Pico; Fernando Souza (André Lima), Zé Roberto e Léo Gago (Rondinelly); Kléber e Marcelo Moreno. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Atlético
Giovanni; Serginho (Marcos Rocha), Leonardo Silva, Rafael Marques e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete, Bernard (Richarlyson) e Ronaldinho; Danilinho (Escudero) e Jô.  Técnico:Cuca.

quinta-feira, junho 28, 2012

Só para secadores: sete motivos para acreditar e torcer para o Boca

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O primeiro jogo da final da Libertadores da América ocorreu na quarta-feira, 27, com um empate de 1 a 1 para o Corinthians diante do Boca Juniors, em plena La Bombonera. O resultado traz importante vantagem para a equipe alvinegra que se aproxima, como nunca, de uma conquista inédita.

Os corintianos do Futepoca alegam, provavelmente com razão, motivações místicas para não se pronunciar. Todo mundo aqui respeita. Mas também se aproveita.

Em um cenário em que o Itaquerão é erguido para a Copa do Mundo de 2014, sediada no Brasil, a equipe paulistana pode ver cair por terra dois dos principais motivos de gozação por parte dos rivais. Para secadores de plantão, mesmo os mais céticos quanto ao potencial do escrete auriazul de Riquelme e cia, vislumbrar o time sem estádio e sem Libertadores com uma arena e caneco nas mãos em um intervalo de dois anos vai demandar ampla criatividade para tirar sarro.

Então, como a esperança de secador é a única que morre, para manter a coerência de quem já fez isso antes e porque troça boa é troça feita, ainda há uma semana para:

Sete motivos para (ainda) torcer para o Boca Juniors.

Secadores do Brasil estão mobilizados

1) Porque não há plano B
A semana pode ser a última do Corinthians sem Libertadores. A gravidade do momento não permite dúvidas: é preciso secar. E agir com afinco. Vale mandinga, pé de coelho, folha de arruda, vela para o santo... Vale superstição barata, elaborada, requintada, metafísica... Pode até se programar para assistir jogo no bar do Minhoca para ver se o retrospecto rende.

2) Porque o Boca conta com a maioria dos torcedores brasileiros
Por mais que a torcida corintiana se vanglorie de sera segunda maior do país, a maioria da população brasileira torce para outros times. E, por consequência, seca o Corinthians nesta empreitada

3) Porque o Boca quase nem é argentino
Santistas, palmeirenses, são-paulinos, colorados, gremistas, flamenguistas, vascaínos, botafoguenses e apaixonados torcedores de todas as colorações, naturalidades, crenças e raças já estiveram antes ao lado do Boca Juniors. Até os corintianos já quiseram bem ao time argentino, em 2000 e 2001, por exemplo, quando Riquelme desbaratou o Palmeiras ou em 2004, quando o Santos foi a vítima. Então, se tanta gente brasileira está torcendo ou já quis bem à agremiação radicada na pátria de Cristina Kirchner e Diego Armando Maradona, ela nem é tão argentina assim. É quase verde amarela, oras!

4) Porque não daria para trabalhar no dia seguinte
Uma eventual vitória do Corinthians no segundo jogo da final vai tornar todos os ambientes de trabalho, de estudo, de convívio insuportável. Onde houver corintiano, habitará um sorriso e uma felicidade jamais vista na história da República. E tudo isso para uma minoria da população (já que a maioria torce para outros times)! O governo brasileiro tem feito das tripas coração (e da arrecadação de impostos, isenção) para fazer a economia crescer e reagir, no segundo semestre, ao desaquecimento global. Se a maioria não vai conseguir trabalhar, como é que o país poderá produzir riqueza e renda para crescer? É um risco grande demais para o país.

5) Porque a Libertadores perderia o sentido
Muitos corintianos disseram e repetira, nos últimos 20 anos -- desde que o São Paulo faturou a competição -- que o campeonato continental só existia para o Corinthians vencê-lo um dia. O egocentrismo ímpar não tem razão de ser, mas guarda uma pontinha de sentido se considerado que a graça da disputa vai diminuir. Celebrar presença em uma competição tinha um gosto de poder descascar um rival que ainda não tinha a conquista no currículo. Se isso mudar, diminuem as motivações.

6) Porque Tite será alçado ao estatuto de maior técnico da história do Corinthians
Virou jargão da crônica esportiva dizer que se trata "do jogo mais importante da história do Corinthians em seus 102 anos de história. Em tempos de supervalorização de treinadores, o "responsável" pelo feito vai acabar recaindo sobre o "professor". O homem no banco de reservas vai receber todos os louros de uma eventual vitória (toc, toc, toc, batam na madeira, por favor). Uma equipe que já foi comandada por Formiga, Mário Travaglini, Rubens Minelli e tantos outros, terá em Tite o maior expoente na galeria de treinadores. Até um ano atrás, muito corintiano não tolerava ouvir falar no nome do moço. Agora, terá de conviver com ele no hall da fama, como "O" maior. Durmir-se-á com um barulho desses?

7) Porque os maias não podem estar certos
Segundo o calendário maia, em 2012 o sol entra em nova fase. Para muitos, é sinal de que o fim dos tempos está próximo no planeta Terra. Para outros, sinal de que o mundo entra em nova fase. Teve até filme sobre isso. Como ninguém aqui anda muito disposto a pensar em arrebatamento, cataclismos e outros ciclos viciosos de destruição planetária, é melhor torcer para que o maior número de coisas aconteça como em anos anteriores. Isso aplica-se, é claro, ao futebol e à Libertadores da América, né não?

Tranquila, só Yaya

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Esposa do amigo e grande músico Peter Pas, a harpista Soledad Yaya é a única campeã antecipada da América: torce pro Boca e pro Corinthians. Só ela tem paz em casa.

terça-feira, junho 26, 2012

A queda de Leão e a reflexão de Juvenal Juvêncio

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"O Brasil não é muito brilhante em técnicos. É muito penoso contratar técnico"
(Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, ao justificar a demissão de Emerson Leão. Pode-se trocar a palavra "técnico" por "cartola" também?)

segunda-feira, junho 25, 2012

Tudo ajudou, até o juiz.

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A estreia de Ronaldinho Gaúcho em Belo Horizonte, no último sábado, parece ter sido uma vitória fácil, por 5 a 1. Engano. A Galo saiu à frente com menos de 5 minutos de jogo com um gol do questionado Bernard (porque perdeu gol contra o São Paulo), mas poucos minutos depois o Náutico chegou ao empate e deu uma canseira danada em contra-ataques.

O jogo só ficou mais fácil quando o árbitro deu um pênalti inexistente para o Galo, pois não houve falta e se ocorresse seria fora da área. Ronaldinho bateu quase no ângulo e fez seu primeiro gol pelo Atlético. Danilinho marcou na sequência, fez mais um no segundo tempo e a goleada foi fechada com o quinto gol de Escudero.

Além da ajuda do juiz contou muito também a animação dos mais de 16 mil torcedores num jogo às 21h de sábado (alguém consegue me explicar o por quê desse horário?). E a correria do time, que mesmo num momento ruim após o empate não deixou de criar várias jogadas, mesmo correndo o risco do contra-ataque. E o alto acerto nas finalizações, ao contrário dos últimos jogos, em que se criava demais e marcava  pouco.

O  time do Náutico também é melhor do que se imagina, com o lateral Lúcio e o volante Martinez (ex-Palmeiras), Araújo (ex-Goiás) e outros bons jogadores. Domingo que vem tem pedreira contra o Grêmio.

Agora a surpresa, para mim, na rodada foi a derrota do Vasco para o limitado time do Cruzeiro. Com a vice-liderança do Galo, tenho pelo menos dois motivos para secar o Celso Roth.

P.S. Não escrevi sobre a derrota para o São Paulo pelo simples fato de estar viajando e não ter visto o jogo..


FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO 5 x 1 NÁUTICO
Motivo: Campeonato Brasileiro – 6ª rodada
Data: 23/6/2012
Estádio: Independência
Cidade: Belo Horizonte (MG)
Gols: Bernard (2’), Araújo (13’) Ronaldinho (33’), Danilinho (35’) (52’), Escudero (92’)
Público: 16.367
Renda: R$ 601.905,00
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Auxiliares: Alessandro Rocha Matos (Fifa/BA) e Anderson Moraes Coelho (SP)
Cartões amarelos: Serginho, Leandro Donizete, Leonardo Silva (Atlético); Ronaldo Alves, Rhayner (Náutico)

Atlético
Giovanni; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Rafael Marques e Júnior César; Leandro Donizete, Richarlyson (Serginho), Bernard (Escudero) e Ronaldinho; Danilinho e Jô (André). Técnico: Cuca.

Náutico
Felipe, Alessandro (Kim), Márcio Rosário, Ronaldo Alves e Lúcio; Elicarlos, Souza (Ramirez), Martinez e Derley; Rhayner e Araújo. Técnico: Alexandre Gallo.

Paulistano, prepare-se! O jingle-chiclete de Serra ou a praga do "Eu quero tchu, eu quero tcha"

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Pior legado de Neymar à cultura brasileira, a música "Eu quero tchu, eu quero tcha", do duo sertanejo João Lucas e Marcelo, servirá aos propósitos da política paulistana ao se metamorfosear em um jingle para a campanha do candidato do PSDB, José Serra. A versão “Eu quero Serra, eu quero já” foi apresentada ontem na convenção que confirmou o ex-prefeito como postulante tucano.


O expediente de usar músicas de sucesso grudentas para fixar refrões na cabeça do ouvinte incauto não é novo. Aliás, o atual alcaide, Gilberto Kassab, usou a música "Sorria, Sorria", de Evaldo Braga, em sua campanha, em 2008. Se você esqueceu o jingle, ouça aqui. Outra inspiração na campanha kassabista de 2008 é o boneco inflável de José Serra, essa peça de bom gosto que você pode conferir abaixo. Kassab surgiu com o "Kassabinho", figura infantil e simpática, feita para alegrar e politizar (só que não) crianças São Paulo afora. Serra já havia usado o expediente em 2010, sem muito sucesso, nas eleições presidenciais. Mas parece que os paulistanos gostam mais de brincar...


Fofo esse Zé Serra, né?


Ouça aqui, o "Eu quero Serra, eu quero já" (por sua conta e risco).

sexta-feira, junho 22, 2012

Nota oficial

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Temos recebido mensagens de protesto diante do silêncio dos corintianos do Futepoca neste momento importante. Os corintianos informam que por ora não se pronunciarão por razões místicas.

Dois estranhos em duas finais normais

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A semana teve duas definições de finalistas em competições diferentes. Na quarta-feira, 20, o Corinthians, ao empatar em 1 a 1 com o Santos, classificou-se para a última eliminatória da Copa Libertadores da América pela primeira vez nos 102 anos de existência. Quinta-feira, 21, o Palmeiras conseguiu também uma igualdade com o Grêmio em um gol se segue na Copa do Brasil.

Além de paulistas, as semelhanças seguem. Se o Timão está em condição inédita, tanto de conquistar a competição continental, como de simplesmente disputar a final, o Palmeiras está desacostumado. Desde 2008 a equipe não chega à última etapa de um campeonato eliminatório. Desde 2009 não disputa títulos com time competitivo. A última conquista relevante foi a Libertadores da América de 1999. Depois, um estadual.

A coisa melhora ao se analisar os adversários. O Coritiba repete o feito de 2011, quando havia desembarcado na final, contra o Vasco. Terminou derrotado, mas chegar a duas finais de campeonato em duas temporadas consecutivas é um feito de respeito e mostra méritos. Depois de vencer o São Paulo, a equipe da capital paranaense assegurou uma presença de pelo menos um alviverde na Libertadores do ano que vem.

O Boca Juniors, por sua vez, é habitué de disputas decisivas de Libertadores. Depois de bater o Universidad de Chile, os auriazuis acumulam seis canecos do continental. Em quatro dessas ocasiões -- 1977, 2000, 2003 e 2007 -- contra brasileiors -- Cruzeiro, Palmeiras, Santos e Grêmio, respectivamente. Apenas em 1963 um brasileiro bateu a equipe argentina (foi o Santos o responsável pelo feito). Depois, só em 2008 é que o Fluminense, em semifinal, conseguiu livrar-se do tabu.

A comparação entre a condição de Corinthians e Palmeiras termina por aí. Enquanto o time de Tite chega com a esperança difusa entre os 12 jogadores (incluindo a torcida), principalmente Ralf e Paulinho, aliada à compactação do esquema tático, os palmeirenses sonham com um segundo raio no mesmo lugar, com a capacidade de manter um ferrolho contra o Coritiba e achar um gol em algum momento.

Palpites à mesa. De bar.

segunda-feira, junho 18, 2012

O que é que vão dizer lá em casa?

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Lula, Haddad e Maluf. A coerência não coube no enquadramento.(Epitácio Pessoa/AE)

domingo, junho 17, 2012

Sem notícia boa, um empate e um desfalque para o Palmeiras

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Se, há três meses, alguém me dissesse que eu lamentaria a ausência de Luan em um jogo, receberia como resposta alguma manifestação de ceticismo sarcástico. No entanto, a contusão sofrida no empate deste domingo, 17, diante do Vasco, faz com o que o falso ponta, falso meia, falso volante desfalque o Palmeiras na segunda partida da semifinal Copa do Brasil, contra o Grêmio. É notícia ruim para o Alviverde.

Só não é pior do que os ignóbeis dois pontos acumulados em cinco partidas do Brasileirão, incluindo três com mando de jogo. Mesmo sendo diante do time que lidera a competição de modo invicto, a retranca segue como único recurso. E ficam poucas esperanças de uma campanha com prumo mais animador.

Henrique voltou a atuar como volante, Mazinho fez gol novamente depois de ser levado a campo. E, de novo, nada de somar três pontos no Brasileiro. Vai ver andam faltando uns gols de Marcos Assunção...

Depois de o Palmeiras sair na frente na Arena Barueri aos 10 do segundo tempo, cedeu o empate aos 37, em cobrança de falta de Juninho. O toque de mão de Henrique que originou a falta foi questionável, já que não há sinal de intenção no gestual do zagueiro-volante. Mas como faltou futebol para vencer, isso é só um detalhe do jogo.

A zona do rebaixamento incomoda e preocupa. Espero que não dure a ponto de tirar o sono. Até porque estar na semifinal da Copa do Brasil garante nada.

Há 50 anos, o Brasil era bicampeão mundial

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Em um dia 17 de junho como hoje o Brasil defendia seu primeiro título mundial de futebol, conquistado quatro anos antes na Suécia. A base titular daquela seleção era praticamente a mesma de 1958, inicialmente, apenas com duas mudanças: os zagueiros, Mauro e Zózimo, no lugar de Bellini e Orlando. Nílton Santos, mesmo com 37 anos e já atuando como zagueiro pelo Botafogo por conta da idade, foi escalado como titular, barrando Rildo, do Santos, que fazia parte da primeira lista de 41 convocados mas acabou cortado. Já Coutinho, que vinha jogando no time de Aymoré Moreira, foi para a reserva e cedeu lugar para Vavá no Mundial, pois o treinador privilegiou a experiência dos campeões de 58.
Dos 22 atletas que foram ao Chile, sete eram do Santos, cinco do Botafogo, três do Palmeiras, três do Fluminense e dois do São Paulo. Ainda havia Zózimo, do Bangu, e o jovem Jair da Costa, da Portuguesa. O grupo da seleção no torneio contava com México, Tchecoslováquia e Espanha. A estreia foi contra os mexicanos e o Brasil venceu por 2 a 0, mas não jogou um futebol convincente. Pelé fez o cruzamento para Zagallo marcar o primeiro gol da partida, que só surgiu aos 11 do segundo tempo e o próprio Dez marcou o segundo, depois de driblar dois adversários, aos 28.



Mas se a desconfiança pairava sobre a seleção, que muitos viam como uma equipe envelhecida, a situação ficaria ainda pior na segunda partida. O jogo entre Brasil e Tchecoslováquia terminou em zero a zero, mas a notícia ruim foi a contusão de Pelé, que, aos 27 minutos, depois de finalizar de fora da área, sentiu a virilha esquerda. Sem condições de atuar, ficou em campo até o final, já que não eram permitidas substituições. No dia seguinte, o diagnóstico de distensão no músculo adutor da coxa esquerda confirmava os temores do time e da torcida: Pelé estava fora da Copa.
Na partida que fechou a primeira fase, o Brasil precisava somente do empate para ir às quartas de final do Mundial, mas a Espanha era um time forte, que tinha praticamente o ataque do Real Madrid campeão europeu. E contava com um expediente que depois seria proibido: a naturalização de atletas, mesmo daqueles que já tinham disputado jogos por outras seleções. Assim, a Fúria vinha com o húngaro Puskas e o argentino Di Stefano, que chegou ao Chile contundido, além do uruguaio Santamaría e o paraguaio Martínez. Após a Copa, a Fifa proibiu a “naturalização por atacado”, que estava virando moda, como mostrava a seleção da Itália, que também tinha os seus: os brasileiros Sormani e Altafini e os argentinos Sívori e Maschio
O time inteiro jogava mal e a Espanha chegou ao gol aos 35, com Adelardo. Tudo poderia ter sido ainda pior se não fossem dois grandes erros da arbitragem. O primeiro, em um lance que já se tornou lenda, no qual Nílton Santos derrubou Collar na área mas, espertamente, deu um passo à frente, ludibriando o árbitro chileno Sergio Bustamante. Na sequência, após a cobrança de falta de Puskas, Peiró marcou de bicicleta, mas o gol foi anulado por Bustamante ter entendido o lance como “jogada perigosa”, ainda que Peiró estivesse a mais de um metro de Zózimo. O vídeo abaixo mostra dos dois lances. Amarildo e Garrincha marcariam a virada brasileira.


E Garrincha apareceu

Vieram as quartas de final foram contra a Inglaterra e, finalmente, brilhou a estrela de Garrincha. O ponta havia sido muito criticado pelo seu desempenho na primeira fase e, sem Pelé, o Brasil apostava no talento do craque das pernas tortas. Ele marcou o primeiro tento da partida, de cabeça, mas os ingleses empataram oito minutos depois, com Hitchens. A igualdade persistiu até os 8 do segundo tempo, quando Vavá escorou após rebote do goleiro Springett em cobrança de Garrincha. O ponta faria ainda o terceiro, em chute de fora da área. Naquele dia, Garrincha só seria driblado por um cachorro que entrou em campo paralisando a peleja. Outro cão provocou uma segunda paralisação e sumiu debaixo das arquibancadas.


A semifinal seria contra os donos da casa e a seleção tentou se precaver contra qualquer imprevisto. Tanto que a refeições do dia da semifinal foram providenciadas pela própria comissão técnica brasileira, que tinha medo de algum “problema” com a comida servida aos jogadores no hotel. Na partida, o infernal Garrincha assegurou a vantagem logo aos 9, com um chute de fora da área que foi parar no ângulo esquerdo de Escuti. Ele marcaria novamente aos 31, de cabeça, com o Chile descontando em cobrança de falta aos 41 ainda do primeiro tempo.
Logo no início da segunda etapa, Vavá não deixou os anfitriões se animarem, e marcou após escanteio. Leonel Sanchez descontou de pênalti e Vavá fez o quarto, aos 33. Depois do último gol, o jogo sairia do controle do árbitro peruano Arturo Yamazaki. Landa foi expulso após falta dura em Zito e Garrincha, caçado durante todo o tempo, revidou em cima de Rojas, agredindo o chileno. O juiz não viu o lance, mas foi cercado pelos chilenos, que apelaram para o testemunho do auxiliar uruguaio Esteban Marino, que confirmou a agressão. Como não havia suspensão automática, ficava a dúvida: Garrincha poderia jogar a final pelo Brasil?
E daí surge mais um episódio “estranho” a favor dos brasileiros. Em sessão extraordinária do Tribunal da Fifa, o árbitro disse não ter visto a agressão, mas que o uruguaio Marino havia confirmado que ela tinha existido. Convocado para depor, Marino não compareceu, pois já teria deixado o Chile àquela altura. Sem o depoimento, Garrincha foi liberado para atuar contra a Tchecoslováquia. À época, dizia-se que a CBD teria pago a viagem de Marino, que estaria no Brasil. Um mês após a Copa, o uruguaio foi contratado pela Federação Paulista de Futebol.
No dia da final, Garrincha amanheceu com febre e não teve a destacada atuação dos dois jogos anteriores. Os tchecos aproveitaram e abriram o placar aos 15. Mas somente dois minutos depois do gol de Masopust, Amarildo empatou, em um lance no qual o arqueiro Schroif fez um fatídico golpe de vista.
Na etapa final, a seleção veio melhor, mas poderia ter encontrado mais problemas se o árbitro Nikolai Latchev tivesse marcado pênalti quando Djalma Santos tocou a bola com o braço dentro da área, em cruzamento de Jelinek. Como o juizão interpretou “bola na mão”, o jogo seguiu e, aos 24, Amarildo fez grande jogada pela esquerda e cruzou para Zito, que marcou. Algo raro, já que, por ser volante, o santista costumava chegar pouco à área e na sua trajetória com a camisa do Brasil foram apenas três gols. Um deles, este, que pode ser considerado o do título.
Após nova falha, mais grotesca, de Schroif, Vavá fez o terceiro aos 33 e selou a vitória brasileira. O país que tinha complexo de vira-latas no futebol antes do Mundial de 58, vencia pela segunda vez a Copa do Mundo. E como perguntar não ofende, será que algum jogador, desses que costumam imitar João Sorrisão e quetais, na rodada do Brasileirão de hoje vai lembrar de homenagear os grandes de 1962?


Boa parte das informações contidas neste post estão no ótimo livro de Lycio Vellozo Ribas, O mundo das Copas. Mais que recomendável.

quinta-feira, junho 14, 2012

Visitantes em alta em dois jogos de três apagões

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Foi divertido assistir a dois jogos simultaneamente, como pedem datas em que coincidem semifinais de duas competições de relevância distinta. Sorte que manteve-se a regra de a Globo exibir um jogo, da Libertadores da América, enquanto a Band exibia o da Copa do Brasil.

Enquanto o Corinthians tratava de surpreender o Santos na Vila Belmiro com um golaço, achado por Emerson Sheik, o Palmeiras conseguiu, em cinco minutos finais, fazer mais do que nos 270 de atuação anteriores.

Quem fez menos do que esperavam santistas e claque de admiradores foi Neymar. É o primeiro apagão da minha contagem. A queda da iluminação na Vila Belmiro, o segundo, bem menos determinante para o andamento da partida -- embora tenha esfriado ainda mais o ímpeto da equipe da casa.

O terceiro apagão mencionado no título foi do Grêmio. Por conta dessas questões paralelas que a turma costuma chamar de "trabalho", foi a primeira partida do tricolor gaúcho que pude assistir no ano, de modo que fica difícil ter referência para saber se o futebol que a trupe de Vanderlei Luxemburgo já fez mais do que o exibido na noite de quarta-feira, 13, no Olímpico.

O esquema com três zagueiros implantado por Luis Felipe Scolari pode ter desempenhado papel relevante nessa, digamos, "neutralização". Mas é muito cedo para considerar que essa solução retranqueira é a melhor -- atualmente, em se tratando de Palmeiras, se houver "solução", ela estará mais para "única" do que para "melhor".

O fato é que foi bem impressionante o time gremista desaparecer nos minutos finais de partida. Foi quando Mazinho conseguiu fazer o primeiro gol do Palmeiras, em um chute em que o meia mal olhou para o goleiro adversário: só chutou e conseguiu pôr a bola por entre as pernas do arqueiro. Fez as vezes de talismã, depois de introduzido no jogo na vaga de Daniel Carvalho aos 39 do segundo tempo, numa típica manobra de consumir uns minutinhos na reta final da partida e acalmar a cadência dos movimentos.

No finzinho, Barcos marcou o segundo, em cruzamento de Junhinho, a quinta jogada de linha de fundo do lateral; a primeira a terminar com um cruzamento feliz e certeiro. Durante o jogo, as duas bolas atiradas em direção à meta do goleiro Víctor foram as que entraram. As outras chances de algum perigo foram para fora. Por isso o apagão do Grêmio é relevante.

Se haverá repetição ou inversão dessa escuridão toda nas partidas de volta, só será possível saber na quarta-feira, 20. Até lá, o melhor é comemorar enquanto há motivos verdes para isso.

quarta-feira, junho 13, 2012

Bordões, CPIs e supervilões: Qualquer relação de proximidade será negada

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Agnelo Queiroz (PT), governador do Distrito Federal, ainda depõe na CPMI do Cachoeira, em Brasília, nesta quarta-feira, 13. Na véspera, seu colega de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), fez o mesmo. Embora tenham adotado estratégias parecidas, de negar fazer parte do esquema montado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, eles não tiveram como negar algum tipo de relação com o bicheiro, contraventor, empresário de jogos, empresário do ramo farmacêutico, membro da alta sociedade goiana, bon vivant, amigo a quem parabenizar pelo aniversário etc.

O dado é que Perillo inaugurou um bordão diferente para definir os elos entre ele e o pivô do escãndalo. Em CPIs anteriores, a regra era clara - e o bordão, também: "Não tenho qualquer relação com o sr. XXX". No lugar de "XXX", inclua-se o nome do "supervilão" da investigação da vez. Houve crise com vários epicentros, em que as relações a serem negadas eram com várias pessoas - Marcos Valério, Delúbio Soares, Silvinho Pereira, no Mensalão; Durval Barbosa, no Mensalão do DEM; João Alves e os anões do orçamento; PC Farias no esquema que terminou em impeachment de Fernando Collor de Mello etc.

Agora, Perillo foi enfático e reiterativo: "Não tenho qualquer relação de proximidade com o seu Carlos Augusto Ramos" ou "com o sr. Cachoeira". Qual o limite da proximidade cabe a cada qual definir.
Frequentava o prédio onde mora o moço, telefonou para desejar feliz aniversário, nomeou como secretário de Segurança Pública um amigão

Para Agnelo, que admitiu um encontro único, tampouco rolou negar vínculos. Ainda tentou recuperar o bordão com um "Não tenho absolutamente nada com o senhor Cachoeira".

O limite da proximidade ficou no ar.

domingo, junho 10, 2012

Faz 3, vale 1

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Ontem, fora de casa, o Galo ganhou do Palmeiras por 1 a 0. Vale a comemoração pela vitória, a terceira  em quatro jogos no inicio do Brasileirão e a liderança momentânea. O enredo ainda tem a estreia de Ronaldinho, as boas jogadas de Jô, a correria de Bernard, a grande atuação de Réver na zaga, as duas bolas na trave de Marcos Assunção e uma péssima atuação (para não dizer outra coisa) do árbitro Márcio Chagas da Silva.

Foi necessário balançar a rede três vezes para que valesse um gol. E um jogo que deveria ter se tornado fácil no segundo tempo pela vantagem adquirida, tornou-se teste para cardíaco até o último minuto. Porque além de anular gols legítimos, o juizinho ainda inventa de marcar um monte de faltas perto da área do Atlético. Dando chances de o alviverde disparar sua principal arma, as cobranças de Assunção.

Mas acabado o chororô, vale destacar a correria dos dois times em toda a partida. Se não foi nenhum espetáculo técnico, ninguém pode reclamar da vontade dos jogadores e da aplicação na marcação. Não vou falar tanto do Palmeiras porque venho acompanhando pouco, mas a principal característica do Galo neste ano é tomar poucos gols. Neste Brasileirão, em quatro partidas sofreu apenas um. Na temporada, são 23 jogos, 17 vitórias, cinco empates uma derrota. Marcou 46 gols e sofreu 14. Tudo ainda pode dar errado, o time não é nenhuma máquina de jogar bola, há times melhores, mas, para os torcedores como eu, esperança sempre há.

Para encerrar, o personagem Ronaldinho. Pode dar tudo errado, ele voltar a aprontar, brigar com todo mundo, ir para as bebedeiras e as mulheres (nenhum pecado aqui no Futepoca), não jogar nada, mas inegável que nessa primeira partida deu novo fôlego ao time e trouxe experiência a uma equipe com muitos garotos. E eles estão felizes de correrem por ele. Mais um destaque do plantel de renegados do futebol brasileiro foi o Jô. Outro que apronta muito, mas que ontem jogou demais e deu um trabalho danado à defesa palmeirense. Apostar nos dois é que nem o cara que se casa pela décima vez, é a vitória da esperança sobre a experiência. Vamos esperar até o capítulo final para ver como termina a novela.

FICHA TÉCNICA

PALMEIRAS 0 x 1 ATLÉTICO
Motivo: Campeonato Brasileiro – 4ª rodada
Data: 9/6/2012
Estádio: Pacaembu
Cidade: São Paulo (SP)
Gol: Jô (48′)
Árbitro: Márcio Chagas da Silva (Asp. Fifa/RS)
Auxiliares: José Javel Silveira (RS) e Carlos Henrique Selbach (RS)
Cartões amarelos: Pierre, Marcos Rocha, Jô, Danilinho (Atlético); Márcio Araújo, Henrique, Luan (Palmeiras)

Palmeiras
Bruno; Cicinho (João Vitor), Henrique, Thiago Heleno e Juninho; Marcio Araújo, Marcos Assunção, Felipe (Maikon Leite) e Daniel Carvalho; Luan (Mazinho) e Barcos. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Atlético
Giovanni; Marcos Rocha (Serginho), Rafael Marques, Réver e Junior César; Pierre, Richarlyson, Bernard (Leandro Donizete) e Ronaldinho; Danilinho (Leonardo Silva) e Jô. Técnico: Cuca.

sexta-feira, junho 08, 2012

Corinthians cria pouco, perde gols e só empata com o Figueirense

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O empate do Corinthians por 1 a 1 com o Figueirense, no Pacaembu, nesta quinta-feira (7), deu mais uma amostra do principal defeito da equipe treinada por Tite: a falta de pontaria. O time quase sempre corre, domina a partida, mas não consegue transformar essa vantagem territorial em gols – mesmo jogando quase meia hora com um jogador a mais.

O jogo começou com pressão total do Timão, que marcava a saída de bola e não deixava os catarinenses jogarem. Algumas boas chances foram criadas, ainda que não tantas quanto poderia sugerir a posse de bola. Nessa toada, Danilo abriu o placar de cabeça aos 37 minutos do primeiro tempo, após bela tabela entre Jorge Henrique e Alessandro, que jogou bem.

Na segunda etapa, o Figueirense conseguiu recuperar território e equilibrar o jogo – ainda que por pouco tempo. Aos 18 minutos, o zagueiro Anderson Conceição cometeu falta dura em Emérson e levou o segundo amarelo.

Ficou fácil, pensaram os corintianos. E assim levaram o jogo, como se fosse moleza, criando algumas chances, novamente nada de assustar ninguém. As melhores foram desperdiçadas por Emerson, em noite pouco inspirada.

Até que, aos 33 minutos, veio o castigo: em vacilo da defesa, Caio empatou para o Figueirense, completando cruzamento de Guilherme. Percebam que a punição aqui citada não é para os defensores, que até falharam, mas para a produção ofensiva do time. Tivesse feito um placar mais decente, esse gol pouco valeria.

Foi a senha para o tudo ou nada de Tite, que sacou Chicão e Ramon para colocar Douglas e Elton. Em vão.

O empate foi o primeiro ponto do Timão em três partidas até aqui no longo Brasileirão. Há tempo mais que suficiente para sair da atual 18ª posição e brigar pelo título, mas preocupa o futebol do time. A próxima partida é contra o Grêmio, em Porto Alegre, e Tite já avisou que vai de reservas, para poupar os titulares para a decisão contra o Santos. Baixas expectativas saio recomendadas.

quarta-feira, junho 06, 2012

Santos e Fluminense fazem 1 a 1 com cara de 0 a 0

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Com um time de desfalques de cada lado, 11 do Santos e 11 do Fluminense, não se podia esperar muita coisa da partida disputada na Vila Belmiro. E o primeiro tempo da peleja cumpriu tal expectativa – ou a falta dela. O Peixe saiu na frente em uma incrível falha do visitante, aproveitada pelo improvável Rentería. Ainda que ele tenha roubado a bola e avançado livre para o gol, seu histórico me obrigava a preparar o xingamento pelo tento perdido. Mas ele deu uma cavadinha, quase defendida por Diego Cavalieri, e marcou.

Adriano e uma atuação pra esquecer (Ag. Photocamera)
Depois do gol, um show de horrores de parte a parte, até o volante santista Adriano emplacar uma sequência mais que tenebrosa. Tentou driblar, algo que não é de seu feitio, perdeu a bola no meio de campo e, pra completar, cometeu falta estúpida (bem) fora da área que o árbitro Jailson Macedo Freitas conseguiu enxergar pênalti. Carlinhos, o mais efetivo do Fluminense à frente, empatou.

Após o empate, o jogo ganhou mais movimentação. Do lado alvinegro, a “movimentação possível”, com os lentos Alan Kardec e Rentería atuando em slow motion e Léo e Elano não conseguindo criar na meia. O Flu também não fazia grande papel, tanto que, até os 10 minutos do segundo tempo, o jogão registrava três finalizações de cada lado.

A bem da verdade,o Tricolor teve mais domínio na segunda etapa, chegou a ensaiar uma pressão por volta da metade do tempo final, mas não mostrou poder de definição. A não ser em um lance que resultou em gol após o auxiliar ter invalidado, de forma (muito) incorreta, a jogada. Muricy colocou Felipe Anderson no lugar de Juan, e o lateral esquerdo Geuvânio substituindo Elano. Mexeu taticamente, e pouco adiantou. O sofrimento do espectador continuou.

Victor Andrade, 16 anos, entrou aos 42 e fez sua estreia. Mas também não mudou nada. Em um jogo fraco tecnicamente, que teve até lateral cobrado pra fora, com uma arbitragem igualmente melancólica, o 1 a 1 foi lucro. O mais correto seria um zero a zero.  

domingo, junho 03, 2012

Seleção perde para o México. E?

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A Globo estava empolgada e muitos torcedores também. Depois das vitórias contra a Dinamarca e contra os Estados Unidos, a seleção parecia inspirar algo melhor do que fez no primeiro tempo do jogo com o México. O Brasil não jogou nada, o meio de campo não conseguiu articular nenhuma jogada e o esquema com três atacantes, jogando cada um quase isolado do outro, não propiciou sequer uma chance decente de gol.

Não que os mexicanos tenham jogado grande coisa. Defenderam com esmero, e só. Contaram com um gol sem querer de Giovani dos Santos, e um pênalti infantil cometido por Juan. Seus desarmes fizeram a diferença. Com a zaga antecipando os lances feitos pelos meias brasileiros – na maioria, previsíveis – de nada adiantou os atacantes marcarem pressão porque a bola pouco ficava na defesa mexicana. A partida era disputada no meio, e foi ali que os rivais cozinharam os canarinhos.

A marcação-pressão do Brasil aumentou na segunda etapa, com Lucas no lugar do inoperante Sandro, e Pato substituindo Damião. Não adiantou. Por mais que o abafa tenha aumentado, nenhum dos dois fez a diferença e, ainda que muitos não tenham visto, só Neymar chamou a responsabilidade (mesmo não jogando bem contra a feroz marcação mexicana), coisa que os demais não fizeram. E ninguém, ninguém, aproveitou o espaço que surgia em função da marcação tripla, às vezes quádrupla, em Neymar. Oscar, incensado no último amistoso, sumiu durante boa parte do tempo, mas não é o caso de incorporar o discurso de ressentidos tricolores que querem jogar o meia fora. Tem potencial, mas o time ainda não é time (talvez não venha a ser). Isso, para um meia de armação, significa muito.

Sobre Neymar

Não são só os zagueiros que querem pegar Neymar
Diante dos festejos e rojões soltados nos últimos dois amistosos pela transmissão da Globo, ficava esquisito a emissora criticar Mano Menezes. Daí, surge uma pergunta “pescada” entre os internautas: por que Neymar não brilha tanto como no Santos na seleção? Bom, levando a questão a um outro nível, lembraríamos por que Ronaldinho Gaúcho, mesmo no auge, não rendia na seleção como no Barcelona. Por que Messi, que disputou duas Copas do Mundo, nunca fez um gol no torneio ou reproduziu o desempenho do Barcelona na seleção? O mesmo vale para Cristiano Ronaldo, que no Real Madrid é soberano, enquanto na seleção portuguesa é mediano.

Daí surge o luminar Galvão Bueno “vendendo” Neymar para o exterior, corroborando a tese de Mano Menezes, que não foi criticado durante a transmissão, de que o atacante santista deveria ir para o exterior para ganhar experiência contra esse tipo de marcação. Era o caso de perguntar por que Cristiano Ronaldo ou Messi, mesmo jogando em dois dos maiores clubes do planeta, não rendem o mesmo em suas seleções. Será que eles devem "ganhar experiência" (em que pese não serem mais garotos) em outro lugar, tipo a China? Ou será que é muito mais fácil para qualquer jogador atuar com companheiros de time, com os quais já está acostumado, com esquemas de jogo definidos, do que em uma seleção? Qual atleta se sente “à vontade” na seleção brasileira?  

Natural se cobrar o Neymar, maior jogador brasileiro e artilheiro da Era Mano Menezes. Com Messi foi (ainda é, mas menos) assim e com outros tantos também é. Mas atuar sozinho é complicado. E não contar com o auxílio do treinador é pior ainda.