Destaques

sábado, agosto 18, 2012

Eleições municipais: campanha na TV e rádio começa na terça

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A propaganda eleitoral na televisão tem início na terça-feira (21), com os candidatos a vereador, e na quarta, para os aspirantes a prefeito. Em tempos de domínio do marketing político, trata-se da grande aposta de muitos candidatos que estão atrás nas pesquisas eleitorais, sendo o ungido por Lula na capital paulista, Fernando Haddad, um deles. Aliás, foi justamente o tempo de TV o responsável pelo momento constrangedor que ainda ecoa nas mentes de militantes petistas, o tal aperto de mão com Maluf, que certamente será explorado na TV e no rádio.

Difícil dimensionar qual o peso exato que a televisão terá nas eleições, mas certamente não será pequeno. Menos pelo horário em bloco que faz as pessoas assistirem à novela mais tarde e mais pela pelos chamados spots, que invadem os intervalos comerciais sem avisar (sim, o convencimento político pseudo-pós-moderno se dá em pílulas de 15 e 30 segundos). Nas eleições municipais, estima-se que a importância dos spots seja ainda maior do que nas eleições presidenciais, quando os candidatos dividem a atenção com pleiteantes ao Senado, ao governo do estado, ao legislativo estadual e à Câmara dos Deputados. Isso afeta também a distribuição das inserções, como lembra esta matéria do Valor: nas eleições de 2010, Dilma teve 229 inserções, enquanto Serra teve 158. Em São Paulo, o tucano e Haddad terão 689, quase o triplo do que teve a atual presidenta.

Outro dado da mesma matéria é relevante: em 2008, nas últimas eleições municipais, 77% dos prefeitos eleitos nas capitais tiveram o maior programa no horário eleitoral e 12% tinham o segundo maior. Só em Belém e Manaus candidatos que detinham o quarto tempo foram vencedores.

São Paulo

Nas eleições de 2008, o candidato a prefeito com maior tempo na televisão e no rádio era Gilberto Kassab, então no DEM, com 8m44s73, seguido por Marta Suplicy (PT), com 6m40s75, Geraldo Alckmin (PSDB), com 4m27s42, e Paulo Maluf (PP), com 2m30s46. A última pesquisa do Datafolha de antes do início do horário eleitoral apontava Marta com 36%, Alckmin com 32% e Kassab patinando com 11% das intenções de voto. A propaganda eleitoral começou naquele ano no dia 20 de agosto e, no levantamento feito nos dias 21 e 22, o tucano, que tinha o terceiro maior tempo, já perdia 8 pontos, com Marta indo a 41% e Kassab a 14%. Apenas uma semana depois da campanha televisiva, a diferença entre Alckmin e o então prefeito, que antes era de 21%, se reduzia a 8%.

Essa é, certamente, a esperança de Haddad em 2012, já que o petista tem índice semelhante (9%, conforme o Ibope) ao que o atual alcaide paulistano tinha em 2008. Ainda que não conte com a máquina municipal, tem, entre os dois oponentes que estão bem acima dele, um que conta com alto grau de rejeição (Serra), além de um candidato com bem menos tempo de rádio e TV, Celso Russomano. Mas as semelhanças com aquela eleição param por aí.

Enquanto o quarto postulante de 2008 era praticamente um”nanico com grife” que já não vislumbrava chance de vencer, Paulo Maluf, hoje existe um quarto nome que pode causar estragos nos três que estão acima. O deputado peemedebista Gabriel Chalita, candidato acostumado com as câmeras de TV principalmente em função de suas participações em programas de emissoras católicas, terá 4min22s, abaixo de Serra e Haddad, que terão direito a 7min39s cada um, de acordo com o TRE-SP. O líder nas pesquisas Celso Russomano (PRB) terá metade do tempo de TV de Chalita, 2min11s, próximo ao do pedetista Paulinho da Força, 1min43s. Soninha Francine, do PPS, terá 1min11s, Carlos Giannazi (PSOL), 57s, e Levy Fidélix (PRTB), 54 s.

Serra na campanha. Sorriso vai durar? (Fernando Cavalcanti/Milenar)
Pelo tempo de televisão e rádio, recursos à disposição e dado o histórico do PT na capital paulista, que tem um candidato entre os dois finalistas do segundo turno desde que este começou a valer, em 1992, seria catastrófico para o partido não ter Haddad em um segundo turno. Se a escrita valer e o petista for à segunda volta, quem seria seu adversário? 

A rejeição de Serra é alta (37% de acordo com o Ibope), mais que o dobro do segundo colocado, Levy Fidelix, com 16%. Claro que, no decorrer da campanha, isso pode mudar, mas além de seu patamar atual estar abaixo do que se poderia esperar, sendo o tucano o candidato mais conhecido, a tendência é que Russomano e Chalita disputem parte do seu eleitorado para buscarem o segundo turno. Em outras palavras, Serra e a gestão Kassab vão apanhar muito até o fim do primeiro turno. Russomano ainda teria que bater também em Haddad para conservar sua fatia do eleitorado nas hostes históricas do PT mas, sem muita exposição, terá que escolher seu rival prioritário em dado momento da campanha. Preparem-se para o show.

sexta-feira, agosto 17, 2012

Vascaína flamenguista

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No escritório, o vascaíno nem quis se conter:

– Caraca! A Gabi!

Sem esconder, o navegador aberto no Facebook apresentava uma galeria de fotos de uma moça bem formada, em mínimos trajes cruz-maltinos. Curvas à mostra nas areias de Itacoatiara, em Niteroi.

As reprimendas não tardaram. Em pleno ambiente de trabalho, olhar aquele tipo de conteúdo não pegava bem. Quer dizer: facilitava as piadas. A troça veio junto.

Gabi era conhecida dos tempos de colégio. Cinco anos mais nova, era a bonitona daquela geração. Ainda no ensino fundamental, se misturava com os meninos mais velhos, do ensino médio. Era mal quista pela concorrência e alvo de suspiros da molecada. Nunca se soube de interesse pelo futebol. Anos mais tarde, o Facebook reaproximou a turma. O reencontro não ultrapassou o convite para ser amigo, o "aceitar" de quem não se encontra pessoalmente há muito tempo, e uma ou outra atualização de foto do cachorro, de um retrato posado de família ou coisa assim.

As imagens na praia, de biquíni, em diferentes ângulos, eram parte de um concurso de gata do Brasileirão de algum site esportivo que tenta juntar os carros-chefe de audiência em portais (futebol e moças em trajes menores). Para ser mais preciso, o book improvisado era apoio à plataforma de candidatura da moça: material "extra" para engajar admiradores e torcedores pelas mídias sociais.

Os céticos da firma ampliavam o tom das piadas a cada nova foto aberta.

– Colega de escola nada, o cara conhece a moça é de outros fóruns  –  acusou o corintiano.

– Nada! Daqui a pouco ele muda a versão, diz que é uma prima  – agravou o flamenguista.

O vascaíno, sem se abalar com a jocosidade dos colegas, ainda demonstrava a surpresa de quem revia a Gabi em uma versão bem menos recatada do que aquela que habitava a memória do tempo de adolescente. Ele só conseguiu conter a turma quando revelou:

– O ruim é que fica muito claro que ela não tem a menor intimidade com futebol, sabe?

Ninguém sabia.

– No perfil do site, tem lá a pergunta: "Maior ídolo vascaíno"  –  contextualizou o vascaíno. – A menina vai e responde: "Romário". Romário? Romário?  – inconformava-se. O baixinho, aliás, conseguiu na Justiça o direito de penhora de 5% dos direitos econômicos de quatro atletas vascaínos, por conta de direitos de imagem e salários não pagos à época em que era jogador do clube.

A alegação era simples. Roberto Dinamite é presidente do clube. Juninho Pernambucano ainda joga, Dedé é promissor. Até Edmundo poderia ter mais apelo em seus cálculos de torcedor. Outros ídolos até Ademir Ademir de Menezes, o Queixada, afloraram em uma escalada de indignação até a conclusão:

– Como Romário é ídolo maior? Tu é flamenguista, menina?!

A consternação era a de quem dá uma bronca em quem reencontrava, ainda que via Facebook.

Mais do que o tom indignado, o que convenceu parte da turma foi o fato de o cabra ter lido as respostas da moça. Dos onanistas que tinham visitado a tal enquete para eleger a gostosona do campeonato, nenhum tinha sequer reparado que havia algo além de fotos para se olhar.

O gremista na baia ao lado até comentou que o vascaíno tinha ido ler para saber se a candidata tinha, sei lá, revelado o nome do primeiro namorado ou alguma informação que o abonasse. E as piadas acabaram.

quinta-feira, agosto 16, 2012

Santos vence a primeira fora de casa. Milagre de São Neymar

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Logo depois de disputar o amistoso pela seleção brasileira contra a Suécia (valeu, Mano), o atacante Neymar retornou, de jatinho fretado, para o Brasil. Após 14 horas de viagem, chegou às dez, pela manhã, desta quinta. Querendo jogar. A decisão de entrar em campo hoje foi do craque alvinegro, segundo a diretoria do Santos. O atleta e seus patrocinadores, não o clube, bancaram sua viagem de volta.

Sou contra um jogador atuar com tão pouco tempo de descanso. Mas parece que o menino queria esquecer as Olimpíadas, chegar logo no lugar em que se sente à vontade. Sua “casa móvel”. Ver seus amigos, reencontrar André, o filho pródigo. E quem não gosta de chegar em casa depois de uma situação estressante? E há quem julgue e condene o garoto até por gostar do seu lar.

Perdeu um gol incrível, aos 29 da primeira etapa. Pensei: “tá vendo, não é pra ele estar jogando, nem deu pra se adaptar ao fuso horário”. Logo depois, o volante Túlio, notório carniceiro, deu um carrinho sem bola no Onze. Cartão vermelho que equilibrou o jogo, pois o lateral Juan tinha sido expulso aos 9, depois de uma falha coletiva impressionante do Santos na qual o atleta (desta vez) foi dos que teve menos culpa. De resto, Rafael, na sua reestreia após a contusão da seleção brasileira (valeu, Mano), fez pelo menos duas defesas importantes.

Na etapa final, o gol do Figueirense parecia querer confirmar o medonho retrospecto peixeiro fora de casa, aos 3 minutos. No entanto, Neymar, em jogada rápida e depois de passar por dois marcadores, fez o primeiro tento do Santos no Brasileirão fora de casa. Sua rapidez daria o ar da graça em outras jogadas e a defesa do Figueirense foi sendo minada até ruir em jogada individual de Bruno Peres. A defesa catarinense se preocupou com Ganso e Mirales, enquanto o lateral marcou o gol (requintado) da virada.
Boas recordações para o santista. Farão igual? (Twitter)

E Ganso, apagado na partida, também fez o seu depois de fazer um belo passe para o santo Neymar, que devolveu com sobras o presente para o meia alvinegro. Rafael chegou a evitar um segundo gol dos donos da casa, mas o Peixe, agudo, também foi algumas vezes à frente ameaçando a meta do Figueirense. 

Depois do apito final, o torcedor teve esperanças de, talvez, chegar a uma Libertadores em 2013. Com Neymar jogando livre e não confinado a um quinhão do gramado (viu, Mano?) o Santos é uma outra equipe, mas as novas peças da equipe podem permitir a Muricy fazer uma equipe que jogue um pouco mais bonito do que as formações que vinham atuando ao longo do Brasileiro.

Ney Franco, crise no São Paulo e mensalão

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Da série "Oi? Acuma?":

"[O sentimento] Não é de vergonha, com certeza. A gente não está fazendo nada errado. Não fazemos parte do mensalão, não estamos roubando ninguém. Estamos todos os dias no CT, tentando fazer ajustes no time, e podemos sair na rua de cabeça erguida"
(Ney Franco, técnico do São Paulo, a respeito da má fase e da derrota do Tricolor para o Náutico por 3 a 0. Será que a crise no Morumbi e o gol contra do Rogério Ceni também são culpa do Lula?)

quarta-feira, agosto 15, 2012

Romário solta o verbo contra a Veja: "revista de m..."

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Mostrando que o Futepoca também sabe fazer "jornalismo (sic) de Twitter", abaixo as declarações de Romário sobre a nota da revista Veja (provavelmente esta aqui) na qual o jornalista Lauro Jardim diz que a verba de gabinete do deputado continuou sendo gasta no período em que ele comentou as Olimpíadas pela Record.

Mas o gabinete de Romário deveria parar de funcionar com ele fora? Se for assim, gabinetes darão expediente dois ou três dias por semana em Brasília...

A 666 dias da Copa, arquibancada do Estádio Mané Garrincha está a um dedo de completar anel

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Não é efeméride, porque o número não é redondo. Mas é para lá de cabalístico. Faltando 666 dias, um efeito Orloff aplicado ao Estádio Nacional Mané Garrincha.

Quando pus os pés, embalados em sapato social, de mudança para Brasília, as obras do Estádio Nacional Mané Garricha estavam 50% concluídas. Isso quer dizer que, do anel superior, a parte de concreto das arquibancadas, só tinha pilares a meia altura. Muito vergalhão de aço galvanizado, guindastes, operários trabalhando a todo vapor, otimismo de uns moradores, dúvidas e ceticismo de outros tantos.

Faltavam 845 dias para a Copa.

Fotos: Futepoca

 

Fotos de 18 de fevereiro, era um sábado ainda de verão, muito anterior ao período de estiagem. Saudosa memória de seis meses atrás, uma época saudosa em que ainda havia nuvens no céu de Brasília, a relva estava verdejante e o ar, bem mais respirável. A arena nem vislumbrava arquibancada.

Hoje, ao passar por lá, vi que falta praticamente um "dente" para o anel de concreto estar concluído.

Foto: Futepoca

Visão a partir do Eixo Monumental, à altura da Torre de TV. 
Paisagem urbana, fotógrafo preguiçoso. Precisa forçar a vista
 para enxergar o estádio lá no fundo.

Desde fevereiro, o estádio quase perdeu a homenagem ao craque do Botafogo e herói de 1962, matou um trabalhador e deixou outros cinco feridos (em acidentes diferentes). Não me atrevo a propor um cálculo de saldo.

A capital federal recebe pelo menos um jogo da seleção brasileira na Copa de 2014, o terceiro da primeira fase, a de grupos, marcada para 23 de junho daquele ano. Há uma partida de oitavas e outra de quartas de final. Um ano antes, na Copa das Confederações, a abertura será na arena que leva o nome do gênio das pernas tortas.

O prazo de entrega é dezembro de 2012. Falta um tanto ainda, mas está bem rápido o andamento.

Foto de julho do Ministério do Esporte: o ângulo certo faz diferença

sábado, agosto 11, 2012

Vôlei feminino: obrigado por não entregar, EUA

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Não tem muito o que falar sobre o ouro do vôlei feminino nas Olimpíadas. Como em 2008, que foi um triunfo de renegados e renegados, o roteiro desta vez foi diferente, mas o sofrimento, parecido ou pior. O Brasil esteve por seis vezes perto de ser eliminado contra a Rússia, mas vingou 2004. Depois do primeiro set hoje, contra os Estados Unidos, parecia que a seleção seria atropelada por uma equipe que vem melhor do que nós há algum tempo e que bateu sem sustos o Brasil na primeira fase. Mas a vitória veio, como em 2008.

Porém, o Brasil poderia ter vindo pra casa logo na fase de grupos. Bastava os Estados Unidos fazer corpo mole ou entregar a partida contra as turcas. Pela única vez em Londres, torci por elas (como é difícil ter que torcer para os norte-americanos), que não hesitaram em superar as rivais por 3 a 0. Nada de tirar nossa seleção, que derrotou os EUA em 2008, do caminho.

Pode até ter sido autossuficiência das gringas, mas em uma Olimpíada na qual a Noruega teve uma derrota suspeita para pegar o Brasil no handebol feminino – por achar um confronto mais fácil – e depois da Espanha também entregar o jogo no último quarto contra os brasileiros do basquete masculino, para só enfrentarem o dream team estadunidense na final, diz muito. Tal atitude vexatória de espanhóis e norueguesas, aliás, que o vôlei masculino de Bernardinho também teve no Mundial de 2010, quando facilitou avitória da Bulgária para fugir de um grupo teoricamente mais forte na outra fase.

As estadunidense fizeram valer um tal espírito olímpico que anda em falta emLondres. E, por conta desse espírito, estarei na torcida pelos EUA amanhã, de novo, no basquete masculino contra os espanhois. Não que eles precisem disso.

As cornetas e o aprendiz de feiticeiro Mano Menezes

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Depois da derrota, vem as cornetas. Mas antes da derrota elas já se ouviam. Há que ser feita, no mínimo, algumas reflexões, inclusive sobre algo que foi dito aqui. Mano Menezes tem direito a convocar três jogadores acima de 23 anos. Um dele é o lateral esquerdo Marcelo, pois o treinador não confia no outro lateral esquerdo da equipe, Alex Sandro. Eu também não confiava quando ele jogava no Santos (onde nunca foi titular absoluto). Daí, na semifinal contra a Coreia do Sul, Mano saca Hulk, o outro dos três convocados acima de 23 anos, para colocar... Alex Sandro. Fora da sua função! Não jogou bem, mas o time ganhou, e ele virou titular. 

É com esse que a gente vai em 2014? (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
Titular até os 31 do primeiro tempo da final, quando Mano desfez o que havia feito antes. E Hulk fez o gol brasileiro, além de ter dado a assistência para Oscar quase marcar naquele que seria um empate improvável (e injusto, diga-se). Fazer experiência na fase aguda de uma competição não parece ser das coisas mais sensatas, segundo a literatura ludopédica.

Outra mudança do técnico durante as Olimpíadas, a entrada de Rafael como titular, também se mostrou equivocada. O garoto errou no gol relâmpago do México, boa parte da culpa é dele mesmo, mas não só. Quem viu a partida entre México e Senegal, assistiu a dois erros da equipe africana na prorrogação que resultaram na sua eliminação, porque o México faz esse tipo de marcação no campo rival – a diferença é que os senegaleses entregaram depois dos 90 minutos, não aos trinta segundos. Mas a seleção mostrou que não estava preparada para sair desse tipo de marcação. Com um volante que só toca a bola pra trás, Sandro, e outro que prefere tocar de lado, Rômulo, o Brasil penava pra sair com qualidade da intermediária, dificultando o trabalho na ofensiva.

Na segunda etapa, o Brasil adiantou a marcação, parte por conta do próprio México, que se postou atrás e preferiu atuar no contra-ataque. Novos erros individuais atrás, inclusive de Thiago Silva que, no mano a mano, perdeu para Fabián, que desperdiçou. Desperdiçaria, aliás, outras duas chances. Tomou outro gol em nova falha de marcação, embora seja necessário reconhecer o mérito do lance ensaiado dos mexicanos (a seleção tinha alguma jogada ensaiada?) e da execução do ótimo Peralta. O Brasil poderia ter empatado, mas não merecia.

Uma derrota em Jogos Olímpicos, mesmo descontando-se o frisson desnecessário sobre a tal medalha de ouro no futebol, não seria tão doída se não fosse o retrospecto brasileiro em Londres. Sofreu contra equipes medíocres como Honduras e contou com erros de arbitragem para chegar à final. É uma equipe de garotos e são eles, em sua maioria, que vão representar o país na Copa de 2014. Os meninos podem e devem amadurecer até lá, mas o nosso técnico vai “amadurecer”?

Acho curioso quando falam algo do tipo: “ah, mas vai jogar todo o trabalho feito até agora pelo treinador fora?” Bom, depende da avaliação desse trabalho. Qual o esquema da seleção? Os jogadores jogam mais, a mesma coisa, ou menos, muito menos do que nos seus times? Se o tal trabalho fosse interrompido hoje, que legado deixaria? Aguardemos o que virá depois do amistoso contra a Suécia. Se é que virá alguma coisa.

Agenda Olímpica (11 de agosto) e os sonhos de ouro

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Londres 2012 viu Michael Phelps e Usain Bolt fazerem história como grandes medalhistas olímpicos. Arthur Zanetti, os irmãos Falcão e a delegação brasileira como um todo também, com 16 idas ao pódio já asseguradas -- superando o recorde de 15, de Pequim em 2008 -- também são feitos relevantes.

Na reta final dos Jogos Olímpicos de Londres, chegamos ao penúltimo dia de competição. Aquecimento para a Paralimpíada (aliás, o que foi que fizeram com o "o" depois do prefixo "para"?). Tudo acaba neste domingo, 12, mas ainda tem medalha em disputa.

Se há três pratas garantidas, a esperança brasileira é de ouro. Que seria inédito em dois casos, no futebol e no boxe. De certo modo, um eventual bicampeonato no vôlei feminino também seria feito nunca antes alcançado...

O ludopédio masculino, com a seleção de Mano Menezes, disputa com o México às 11h, no estádio de Wembley. Neymar, Oscar e Leandro Damião têm o desafio de ir além de Romário e Taffarel em Seul, na Olimpíada sul-coreana de 1988, quando os canarinhos foram parados pelos soviéticos pela última vez.

Foto: Ricardo Stuckert/CBF
Última vez porque, a partir de 1992, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) não mais foram vistas em Jogos Olímpicos (em Barcelona, esteve a Comunidade de Estados Independentes).

O vôlei feminino de quadra está na final, contra todos os prognósticos e numa trajetória de crescimento na competição incrível -- cujo ponto decisivo foram as quartas de final, contra as russas, que tiraram o sono até dos ministros do STF no julgamento do Mensalão.

Na semifinal, Esquiva Falcão bateu, em múltiplos sentidos, 
o britânico Anthony Ogogo. Já fez história. Hoje, vai além

Entre os pesos médios (de até 75kg), Esquiva Falcão, irmão de Yamagushi e filho de Touro Moreno, pode escrever mais linhas bonitas na história do boxe olímpico brasileiro.

Natália Falavigna, no taekwondo feminino de 67kg, começou sua participação às 5h30, com derrota. A essa altura, espera que sua rival chegue à final para poder disputar o bronze pelo caminhao da repescagem. Quem sabe vem alguma ajuda para Diogo Silva não voltar "pro buraco"

O dia tem ainda o velocista Usain Bolt, que fez a Jamaica definitivamente ser lembrada "apenas" por Bob Marley, no comando da equipe do país caribenho no revezamento 4x100 masculino, às 17h. Mesmo horário da final do basquete feminino, entre Estados Unidos e França.

Futebol masculino
às 11h, Brasil x México, vale ouro

Vôlei de quadra feminino
às 14h30, Brasil x Estados Unidos, vale ouro e bicampeonato

Boxe masculino
às 17h45, Esquiva Falcão x Ryota Murata (Japão), para a história

Revezamento masculino 4x100
às 17h, só pra ver se os patrícios de Usain Bolt também voam, sem brasileiros

sexta-feira, agosto 10, 2012

Larga o Marcão, Serra!

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Nesta terça-feira, dia 7, parti para o Shopping Eldorado para encontrar meu irmão, Daniel, que ora aniversariava. Na subida até o restaurante, passo por uma moça meio desesperada falando no celular ao lado do namorado. Os dois usando camisas do Palmeiras. Ela reclamava que foi “um absurdo” que “a menina desmaiou” e um cara “passou por cima”, sem dar atenção. “Vixe”, pensei eu.


Segui a caminhada e percebi que as camisas alviverdes se espalhavam por todo o centro de compras. Uma no café, duas no banheiro, umas quatro na frente de uma loja. Foi só quando vi, da última escada rolante, a enorme fila de parmeristas na frente da livraria Saraiva que lembrei do lançamento do livro Nunca Fui Santo, biografia de Marcos, referido pelo palmeirense residente neste fórum como O Goleiro, de autoria do grande Mauro Beting. A festa reuniu quase 6 mil pessoas, número próximo da média de público do Palmeiras na Arena Barueri, segundo esta maldosa matéria.
Isso era com a loja fechada, lá pelas dez e tantas da noite

Do alto de meu corintianismo, dei de ombros, agradeci não ter escolhido a camiseta do Timão hoje de manhã e fui comer. Lá fiquei até umas 22h, shopping quase fechando. Despedi-me do meu irmão, desci as escadas e lá está ela, a fila gigantesca. Parei para tirar uma foto e liga o Daniel: “cara, sai daí logo que vai dar merda, estão todos os seguranças e uns policiais na frente da Saraiva. A livraria fechou e os caras não querem ir embora”. Não me preocupei tanto, mas bati minha foto e fui embora por um caminho que passasse longe da loja.

No dia seguinte, vejo essa matéria no blog da Maria Frô. Não teve porrada, mas uma boa meia dúzia de figurões que furou fila para pegar o autógrafo do campeão mundial em 2002 levou sonoras vaias. Entre eles, o pessoal do insuportável CQC e uma vítima preferencial deste blogue: o candidato tucano a prefeito José Serra, notório palmeirense e reacionário, não necessariamente nessa ordem.

Com Serra lá na loja, o pessoal gritava: “Serra, ladrão, larga o Marcão!” Talvez temendo que o candidato levasse o goleirão para fazer campanha. Não sei do Marcos, mas eu aprecio que o Serra mantenha, no mínimo, distância protocolar.

Agenda Olímpica (10 de agosto) - Dia de orgulho para o Touro Moreno

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A sexta-feira é da família Falcão em Londres. Os irmãos Yamaguchi (24) e Esquiva (22) já colocaram o sobrenome na história do pugilismo olímpico nacional ao garantirem a segunda e terceira medalhas do Brasil depois do pioneiro Servílio de Oliveira, há 44 anos – a primeira, sinal dos tempo, veio com Adriana Araújo na estrei do boxe feminino. 
Touro Moreno, pai orgulhoso (Foto: Fabi


O irmão mais novo, Esquiva, de 22 anos, começa o dia do orgulhoso pai Adegar, ex-pugilista nos anos 1960, conhecido como o “Touro Moreno”. Seu duelo é contra o britânico Anthony Ogogo, certamente contará com a torcida. Yamaguchi, de 24 anos, pega o russo Egor Mekhontcev às 18h, liberando o pai para uma janta tranquila e uma bem merecida cervejinha. Que venham duas finais! Entre os irmãos, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan disputam a final da classe 470F da vela. Por conta dos resultados anteriores, a dupla pode no máximo brigar pelo bronze, resultado tímido perto da tradicional vela brasileira – frase verdadeira, mas que ainda me causa grande estranheza.

E às 15h30, Bruninho, Murilo e companhia entram na quadra para uma espetacular semifinal contra a Itália, que chegou meio devagar e eliminou os americanos da parada. No futebol, sabe-se que é nessas campanhas de recuperação que o pessoal da Bota mostra de que vinho que é feito. Eles vêm para tentar um inédito ouro olímpico, medalha que os brasileiros têm desde 2004. Briga de cachorro grande. 

E tem outros horários e modalidades para exercer seu patriotismo: 

5h51 - Canoagem - Velocidade C1 200m - Masculino – Eliminatórias
Ronílson Oliveira (BRA)

9h00 - Vela - 470F - Feminino – Final
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan (BRA) disputam o bronze 

11h00 - Boxe - Até 75kg - Masculino – Semifinal
O brasileiro Esquiva Falcão, que já garantiu o bronze e seu nome na história do boxe nacional, enfrenta o britânico Anthony Ogogo por vaga na final.

11h00 - Ciclismo - BMX - Feminino – Semifinal
Squel Stein (BRA)

15h00 - Saltos ornamentais - Plataforma de 10 m - Masculino - Primeira fase
Hugo Parisi (BRA)

15h30 - Vôlei - Itália x Brasil - Masculino – Semifinal
Clássico na semi do vôlei, entre duas das seleções mais vitoriosas da história. Vai, Brasil!

18h00 - Boxe - Até 81kg - Masculino – Semifinal
Também com bronze na sacola, Yamaguchi Falcão, irmão de Esquiva com nome menos afeito ao boxe, pega o russo Egor Mekhontcev para alcançar a prata.

quinta-feira, agosto 09, 2012

Para que Diogo Silva não volte "pro buraco"

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"Sem medalha olímpica, a gente volta pro buraco de novo". Era assim que o lutador de taekwondo Diogo Silva avaliava sua participação, um brilhante quarto lugar, nas Olimpíadas de Londres. Pode parecer choro de perdedor, mas não é. O atleta, que é diferenciado não só em sua modalidade, mas também em termos de consciência política, já viveu exatamente essa situação.

Em 2004, Diogo conseguiu um quarto lugar, feito histórico até então. E não houve reconhecimento. Ao voltar para o Brasil, no aeroporto, ninguém o esperou, ele pegou um ônibus e seguiu para casa.
Não conseguiu patrocínio também, embora alguns contatos tenham sido feitos, mas nada que fosse realmente relevante. “Eram propostas superexploradoras. Para ser explorado, preferia ficar sem nada”, disse, nessa matéria.

Mas não foi só a sua classificação que chamou a atenção em Atenas, em 2004. Na ocasião, ele repetiu o gesto de por Tommie Smith e John Carlos, ouro e bronze nos 200 metros rasos nas Olimpíadas de 1968, no México. O gesto feito no pódio lhe rendeu o banimento da competição pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). De novo remetendo à matéria da Fórum:

Sempre fui ligado a grupos de consciência negra e era bem politizado. Pensei que o que eles fizeram foi demonstrar o que sentiam: desprezo. E era isso que sentia naquele momento. Desprezo.” A ideia era fazer o gesto no pódio, mas, prevendo a derrota, levou a luva já para a semifinal. Conseguiu chamar a atenção. “Logo depois do meu protesto, o ministro do Esporte ligou pra gente conversar”, recorda. No entanto, o momento de holofotes não durou. “Depois ninguém falava mais disso. Se você não foi campeão, não medalhou, ninguém lembra de você.

Oito anos depois, o mesmo medo do esquecimento volta ao lutador. É necessário levar em consideração as ponderações de Diogo Silva que, ao contrário de muitos dos atletas que estão em Londres ou aqui, tem perfeita noção do que representa e de qual é a situação de boa parte dos esportistas brasileiros. Adriana Araújo, medalhista do boxe brasileiro, por exemplo, só tem passagem de volta até São Paulo, onde fica a sede da Confederação Brasileira de Boxe. Até sua casa, em Salvador, quem banca a passagem é ela.

É hora, e o país tem essa chance com as Olimpíadas do Rio em 2016, de pensar no esporte de alto rendimento, mas também de aliar a massificação da prática esportiva à educação. Assim, talvez possamos produzir mais atletas com a consciência de Diogo Silva, que vão fazer valer os seus direitos e o reconhecimento de quem pena para representar o Brasil.

Abaixo, o início da matéria feita com Diogo Silva, após sua medalha de ouro no Pan do Rio, em 2007:

As muitas lutas de Diogo Silva

Eram quase 21 horas quando o primeiro medalhista de ouro no Pan do Rio saiu de uma reunião para atender a Fórum. Com agasalho da delegação, ele sentou em uma cadeira da ante-sala e desabafou: “Estou exausto”.

Não era pra menos. Após a luta que decidiu o primeiro lugar da competição no taekwondo, na categoria até 68 kg, foi uma rotina incessante de entrevistas e compromissos. No dia da sua vitória, Diogo saiu do exame antidoping às 18 horas e até a meia-noite não parou de entrar ao vivo e fazer gravações nos mais diversos programas de televisão e rádio. Pouco tempo de sono depois, seu longo dia começou às seis e sua última entrevista foi às 11 da noite. Nem mesmo a segunda medalha do Brasil, de Thiago Pereira na natação, fez com que o assédio a ele terminasse.

Na verdade, o título pan-americano vinha sendo trabalhado desde 2006, com o lutador pensando justamente na possibilidade de tornar sua imagem mais visível em uma competição que mobilizaria toda a mídia brasileira, atraindo possíveis patrocínios. O fato de ser o ouro inaugural do país – algo que não era previsto – fez com que a projeção fosse maior que a esperada.

Mas o atleta já tinha atraído a atenção da imprensa anteriormente, na Olimpíada de Atenas, em 2004, quando conseguiu o quarto lugar, um feito histórico na competição mais importante do mundo para o esporte amador. A responsabilidade em representar o país era tamanha que fez uma vítima antes do início dos Jogos. Seriam escolhidos dois atletas na modalidade e a direção técnica tinha que decidir entre três. Mas houve uma desistência. “O atleta não suportou a pressão”, relembra. O mesmo tipo de estresse sofrido pelo lutador desistente também afetaria Diogo na sua volta dos Jogos.

No período de preparação para Atenas, ele havia passado três meses morando na Coréia do Sul, a pátria-mãe da modalidade. Foi um grão-mestre do país, Sang-Min-Cho, que introduziu o esporte no Brasil na década de 1970. Mesmo assim, Diogo avalia hoje que a quantidade de treinos foi um erro. “Eles eram excessivos e ainda tinha o choque cultural, comida diferente e a saudade de casa.” Após esse período, voltou ao Brasil e 40 dias depois estava em Atenas.

A sorte não estava do seu lado. Dos quatro favoritos, três caíram em sua chave. “Não tinha um trabalho tático, era chegar lá, lutar e ver o que dava.” Passou pela primeira luta, mas, na segunda, enfrentou o iraniano Hadi Saei Bonehkohal, que seria campeão olímpico. Como o adversário que o derrotou chegou à final, Diogo podia ir para a repescagem para tentar o bronze. Conseguiu chegar até a disputa da medalha, mas seu adversário era o sul-coreano Myeong Seob Song, um dos maiores do mundo. “A Coreia não tinha ganho nenhuma medalha até ali e tem um jogo político muito grande atrás disso. Um atleta sul-americano contra alguém de um país tradicional na modalidade pesa muito, por exemplo, na hora de validar um ponto”, sustenta Diogo. “Quando comecei, já sabia que não iria ganhar. Ele era bem mais técnico do que eu, mais bem condicionado, ali foi mais vontade mesmo.”

Continue lendo aqui.

Uma imagem que significa...

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Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, ao sair, nesta quarta-feira, da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista. (foto de Monique Renne,do Correio Braziliense). Via Cynara Menezes.

Santos bate Cruzeiro em jogo de "primeiros gols"

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Comemora, garoto (Santos FC)
Aos 44 minutos do primeiro tempo, uma bola vem da intermediária do Santos e para em Victor Andrade. O moleque, 16 anos, domina. Sandro Silva, volante do Cruzeiro, dá um passo para trás e guarda posição. O garoto põe a bola de lado e só não vai adiante porque toma a falta do marcador. Mas o importante, naquele momento, é que o rival não deu ou tentou dar o bote porque temeu o garoto. Temeu não, respeitou.

Pra quem não sabe, futebol tem disso, qualquer peladeiro é testemunha. Mas não é só a técnica e a habilidade de um adversário que invocam o respeito de um marcador. É a personalidade, a confiança que demonstra. Victor Andrade tem entrado nas partidas, oscila, às vezes hesita, mas quem não hesita aos 16 (e muito depois dos 16)? A labuta constante que faz o atleta, e o primeiro gol do menino como profissional, comemorado junto ao treinador e aos parceiros da equipe, refletiu no seu peito estufado. Não que tenha feito uma grande partida, mas ganhou moral e, no momento do Santos, isso é importante para ele e para o clube.

O tento do jovem veio num momento difícil para a equipe da Vila no jogo. Saiu na frente com Felipe Anderson, em bela finalização. Aliás, ele joga muito melhor quando não fica confinado em uma ponta do ataque, com Bill saindo mais para o lado e abrindo espaços, seu futebol ganha outra cor. Mas o volante Adriano fez uma falta absolutamente desnecessária em Montillo. Quer dizer, o lance poderia até ser de perigo, mas foi gerado pelo próprio jogador, que deu as costas para o meia-atacante. Erro primário que, aliás, Adriano já tinha cometido pelo menos três vezes na peleja contra o Atlético-MG. Há quem seja fãzaço do jogador, mas, pra mim, vale uma lei básica de boteco: jogador bom, mas não esforçado, resolve às vezes; jogador bom e esforçado resolve muitas vezes; jogador só esforçado resolve quase nunca e, às vezes, facilita para o adversário. O atleta pode ser útil – e é – em dados contextos. Mas isso é sinal de que é necessário um volante melhor...

Digressão feita, da falta se originou o gol, e a culpa não é só de Adriano, claro. Nenhuma defesa que se digne deixa Borges sozinho na área, mas a dupla de Brunos, Rodrigo e Peres, achou por bem (mal) deixar. Sorte que Victor Andrade salvou o primeiro tempo, depois de assistência do também jovem Leandrinho, volante de 18 anos que fez sua estreia na triste partida contra o Náutico. 

No entanto, o Cruzeiro empatou logo no começo do segundo tempo. Uma sina do Alvinegro, tomar gols de ex-atletas seus. Além de Borges, o lateral Ceará marcou de falta. Sabe-se lá se com ou sem intenção, mas a rede não pergunta isso, e o gol foi bonito. O Santos não tardou a reagir e, também depois de cobrança de falta, de Felipe Anderson, marcou com o zagueiro Durval, após uma sequência de fliperama na área.

Os mineiros continuaram desorganizados e nem os lampejos de Monitllo, que salvaram os azuis na primeira etapa, apareceram no segundo tempo. O Alvinegro marcou em uma trama veloz no ataque, tão rápida que enganou o auxiliar que não viu o impedimento sutil de Bruno Peres. O lateral avançou e cruzou para Bill fazer seu primeiro gol pelo Santos. Merecido, já que o atacante se movimentou, prendeu a bola, fez a parede e cumpriu um papel tático importante.

Também é preciso destacar a atuação de Arouca, que retornou depois de suspensão, marcou, foi bem ao ataque, com velocidade na hora que pode e cadenciando quando era preciso. Foi quem passou a segurança que alguns moleques do time ainda não têm.

Assim, o clube que fez mais gols nesse planeta saiu da vexatória condição de pior ataque do Brasileirão, legando a (des) honraria para Bahia e Portuguesa. Mas, com os jogadores à disposição, vale o lugar comum: um jogo de cada vez.

quarta-feira, agosto 08, 2012

Agenda olímpica (9 de agosto) - Vôlei de quadra e de praia prometem fortes emoções

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Amanhã pode sair um ou, quem sabe, dois ouros (ou três, sim, sou um otimista) para o Brasil em Londres. A maratona aquática feminina se inicia às 8h, e tem na nadadora Poliana Okimoto sua representante na água doce do lago Serpentine, no Hyde Park. Em geral, as provas da modalidade são disputadas em mar aberto, e uma das preocupações da nadadora é a temperatura da água. No entanto, outro ponto que preocupa a atleta são os patos do local, que não podem ser retirados de lá. Situação, no mínimo, curiosa.

O vôlei de praia, que teve um desempenho aquém do que se esperava até agora, com somente um bronze, pode salvar sua campanha com o primeiro lugar no pódio. A responsabilidade está nas mãos do grandalhão Alison e de Emanuel, o maior vencedor da história do circuito mundial da modalidade. Eles enfrentam na final da competição Brink e Reckermann, da Alemanha, no jogo que já ganhou o apelido de "duelo dos campeões", já que os germânicos foram campeões mundiais em 2009 e os brasileiros faturaram em 2011. A disputa é às 17h.

Diogo Silva merece medalha (Wilson Dias/ABr)
A outra chance de medalha é de Diogo Silva, no taekwondo. O lutador de São Sebastião foi bronze no Mundial do Azerbaijão, em 2011, e ficou famoso ao conquistar a primeira medalha de ouro para o Brasil no Pan do Rio, em 2007. À época, entrevistei-o e sua história, de um atleta que conseguiu um feito fabuloso em Atenas 2004, uma quarta colocação, e não teve ninguém para levá-lo do aeroporto a sua casa em sua volta, é representativa do limbo a que muitos atletas são relegados nas bandas de cá. Por isso e por sua consciência política (veja entrevista aqui), ele merece uma grande torcida, mesmo no ingrato horário das 7h45, quando luta pela primeira vez.

Mas quem promete mais emoção é o vôlei feminino. Depois da indescritível vitórias sobre a Rússia nas semifinais, as moças entram em quadra contra o Japão, para manter viva a chance do bi olímpico. Atrase o seu horário de almoço e torça pelas gurias às 15h30.

Brasil perto da melhor campanha olímpica

Com as duas medalhas de bronze conquistadas hoje pela dupla de vôlei de praia Juliana e Larissa e pela boxeadora Adriana Araújo, o Brasil chegou a dez medalhas no quadro, 2 de ouro, 1 de prata e 7 de bronze. Como o país tem mais quatro asseguradas - no vôlei de praia e no futebol, e duas no boxe com os irmãos Falcão - já chega, no mínimo, a 14. Como ainda tem chances nas modalidades citadas acima, no vôlei masculino e feminino e, quem sabe, no atletismo, com a maratona, 4 por 100 masculino e até mesmo no pentatlo moderno com Yane Marques, a chance da delegação brasileira fazer sua melhor campanha nos Jogos Olímpicos é grande. A melhor até agora foi Pequim, com 3 de ouro, 4 de prata e 8 de bronze; em 1996, em Atlanta, o país também chegou a 15 pódios, mas foram 3 de ouro, 3 de prata e 9 de bronze.

Mais Brasil em Londres:

5h00 - Atletismo - Decatlo - Masculino 110 m com barreiras
Luiz Alberto de Araújo (BRA)

5h30 - Canoagem - Velocidade C2 1.000 m - Masculino Final
Erlon Silva e Ronílson Oliveira (BRA) disputam a Final B

5h55 - Atletismo - Decatlo - Masculino Lançamento de disco
Luiz Alberto de Araújo (BRA)

7h45 - Taekwondo - Até 68kg - Masculino Primeira fase
Diogo Silva (BRA) x Dmitriy Kim (UZB)

8h00 - Natação - Maratona aquática 10 km - Feminino Final
Poliana Okimoto

8h55 - Atletismo - Decatlo - Masculino Salto com vara
Luiz Alberto de Araújo (BRA)

9h00 - Luta - Livre até 55kg - Feminino Qualificatórias
Joice Silva (BRA)

14h30 - Atletismo - Decatlo - Masculino Lançamento de dardo
Luiz Alberto de Araújo (BRA)

15h30 - Vôlei - Brasil x Japão - Feminino Semifinal

16h55 - Atletismo - 200 m rasos - Masculino Final

17h00 - Vôlei de praia - Alison/Emanuel (BRA) x Brink/Reckermann (ALE) - Masculino Final

17h20 - Atletismo - Decatlo - Masculino 1500 m
Luiz Alberto de Araújo (BRA)

terça-feira, agosto 07, 2012

Agenda olímpica (quarta, 8 de agosto): quatro anos depois de Pequim

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Há quatro anos, no dia 8 de agosto, a Olimpíada de Pequim apenas se iniciava. Era um tempo em que a Globo detinha os direitos, e não a Record. Faz tempo, né?

Agora, em 2012, na edição londrina da competição, sem superstições do materialismo maoísta, a quarta-feira representa o 14º dia de competições; estamos a apenas cinco do dia de encerramento.

Do Ninho, em Pequim, ficaram as lembranças e 
a liderança chinesa no quadro de medalhas

Uma data assim meio cabalística é ótima para enfrentar rivais como os argentinos. Mandinga a postos, porque os hermanos são os adversários em duas modalidades coletivas masculinas, o vôlei e o basquete, ambas nas quartas de final, às 10h e às 16h, respectivamente. Os papéis, aliás, se polarizam de um jeito até estranho.

Em 2004 os campeões olímpicos de saques, manchetes e cortadas foram os brasileiros. Nos mesmos longínquos jogos de Atenas, quando o objetivo foi fazer cestas, o ouro ficou com os conterrâneos de Cristina Kirchner. Em 2008, nem o time de Bernardinho nem os argentinos no basquete deram-se lá muito bem. Hoje, tudo é diferente.

Após duas semanas querendo só assistir Olimpíada sem ter de voltar para trabalhar, o torcedor vê o Brasil com oito medalhas acumuladas. Tem uma no futebol masculino e outra no vôlei de praia garantidas -- falta definir o vil metal de cada uma. E Juliana e Larissa disputam o bronze com as chinesas Xue e Zhang nesta quarta, 8.

No boxe, em que mais dois discos metálicos estão assegurados. Adriana Araújo volta ao ringue contra Sofya Ochigava, da Rússia, por uma vaga na finalíssima de quem tem até 60 quilinhos, às 10h15. Às 18h30, Yamaguchi Falcão encara o cubano Julio La Cruz, pelas quartas de final, mas dos de até 81 quilos.

No atletismo, dois brasileiros estão em semifinais dos 200 metros rasos. Bruno Lins vai à raia às 16h10. Apenas oito minutos depois, Aldemir Gomes corre pela representação verde-amarela. Fábio Gomes vai tentar, no salto com vara masculino, fazer o inverso de Fabiana Murer.
 
Luiz Alberto será o brasieiro no triatlo, competição que remete a um certo jogo de Atari para boa parte dos leitores de 30 a 40 anos. Se o ancestral dos games só provoca saudosismo e LER/Dort, o torcedor pode almejar por um azarão.

Vai, Rahmannshof’s Bogeno! Doda montado na
"brasileiríssima" estirpe de Baloubet du Rouet

E por usar terminologia cara ao turfe, os cavalos olímpicos também têm vez. Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, e Rodrigo Pessoa, o eterno montador de Baloubet du Rouet, vão à luta às 8h e às 10h55 em busca de medalhas individuais no hipismo. Cabe notar que, atualmente, eles montaoxem Rahmannshof’s Bogeno, filho do Baloubet du Rouet, e o mexicano Rebozo, respectivamente. O fantasma a ser exorcizado é o que assolou Maestro St. Louis na segunda. Então, viseira em posição, e vamos olhar para frente (que trocadalho infeliz).

Horários das competições

Salto com vara masculino - Fábio Gomes - às 6h
Decatlo masculino - Luiz Alberto - 100m rasos às 6h26; salto em distância às 7h10; arremesso de peso às 9h10; salto em altura às 14h; 400m rasos às 17h38.
200m rasos - Bruno Lins na semifinal às 16h10; Aldemir Gomes na semifinal às 16h18
Vôlei de Praia feminino - Juliana e Larissa x Xue e Zhang, disputa de bronze
Vôlei Masculino - Brasil x Argentina, às 10h, quartas de final
Basquete Masculino - Brasil x Argentina, às 16h, quartas de final
Boxe - Adriana Araújo x Sofya Ochigava na semifinal de até 60kg às 10h15; Yamaguchi Falcão x Julio La Cruz na semifinal de até 81kg às 18h30
Hipismo - Doda e Rodrigo Pessoa (ou seria Rahmannshof’s Bogeno e Rebozo?) às 8h
Ciclismo - Squel Stein pedana no BMX feminino às 11h; Renato Rezende, no BMX masculino, sobe na magrela às 11h40

Saindo um pouco de Londres: Mamãe no Face, de Zeca Baleiro

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Para arejar um pouco o Futepoca do noticiário olímpico, abaixo o vídeo da música "Mamãe no Face", novo clipe de Zeca Baleiro. A faixa faz parte do álbum "O Disco do Ano" e simula uma conversa via rede social do músico com sua mãe, onde prevalecem a ironia e o sarcasmo já conhecidos do compositor, dirigidas ao grande supermercado midático que faz e desfaz (de) sucessos. Vale conferir:

Ataque resolve e Brasil chega à final dos Jogos Olímpicos

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A Seleção Brasileira de futebol de campo bateu a Coreia do Sul por 3 a 0 na tarde desta terça-feira e se classificou para a semifinal dos Jogos Olímpicos. Aquele apressado trabalhador que viu só os primeiros minutos da peleja achará improvável que tal placar tenha sido atingido. A Coreia começou o jogo em cima do Brasil, marcando a saída de bola e criando boas chances. Ajudada, sempre, pela fragilidade da defesa e do goleiro canarinhos.


Mano Menezes deve estar muito arrependido de não ter levado David Luiz. O técnico deve ter confiado que o goleiro Rafael e Thiago Silva segurariam a onda, mas a contusão do santista deixou a defesa brasileira com uma fragilidade alarmante.

Culpa das limitações do zagueiro Juan e dos goleiros Gabriel e Neto, sem dúvida, mas também das atuações muito ruins de Sandro. O volante não faz bem a cobertura, não arma, não faz nada. Na última partida, foi substituído pelo ex-peixeiro Danilo, de quem não sou fã, mas pelo menos pode ajudar na saída de bola.

Para tentar corrigir o defeito, Mano sacou Hulk e lançou o lateral-esquerdo Alex Sandro no meio campo, como um terceiro volante. Com Neymar voltando para judar na armação, em tese, teríamos uma superioridade na meia cancha e menos pressão sobre a zaga. Não foi o que aconteceu, pelo menos no começo da partida. Outra ponderação possível é: porque levar um atacante acima de 23 anos para ficar no banco? As contingências ajudam, mas não explicam completamente o improviso.

Mas daí, após roubada de bola de Neymar, Oscar faz bela jogada e quem marca é o volante Rômulo, que ganhou mais liberdade na nova formação. Pois é, às vezes dá certo. O primeiro tempo seguiu meio esquisito, sem domínio claro de ninguém, ainda que o Brasil levasse mais perigo.

Na segunda etapa, o time botou a cabeça no lugar e melhorou. Sofreu uma pressão básica dos coreanos no começo – que contou com um pênalti claro do ainda fraco Sandro, não marcado pelo árbitro – mas controlou a partida depois de uns 10 minutos.

O segundo gol saiu numa bela tabela de Marcelo com Neymar, que cruzou para Leandro Damião detonar o goleiro coreano – fraquinho, por sinal. O terceiro veio de nova tabela, essa  de Neymar com Oscar, e que deu errado. Mas o corte do zagueiro sobrou para Damião que demonstrou faro de centroavante: com a bola colada no corpo, achou um chute rápido e no canto, tirando do goleiro Lee. Zerada a fatura, o Brasil tocou a bola com mais tranquilidade.

Ataque na final

Se a defesa é o ponto fraco da equipe, o ataque tem funcionado bastante bem. Essa matéria do Trivela mostra que Neymar, Damião e Oscar participaram de 14 dos 15 gols marcados pela seleção até aqui. Damião, que eu não canso de chamar de grosso, fez meia dúzia, artilheiro isolado do torneio, e deu uma assistência. Neymar, estrela da companhia, fez 3 e deu 4 para os colegas. Com números mais modestos, Oscar fez 1 e deu três assistências – mas o camisa 10 participa e muito das ações coletivas, fazendo o time jogar mais.

Boas notícias para o time, que enfrenta o México na final olímpica, estágio que não atinge desde 1988, em Seul, quando perdeu para a gloriosa União Soviética. O jogo será neste sábado, às 11h, em Wembley.
Vai, Brasil!

Que pena, handebol...

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“Tristeza por perder um jogo que estava na mão.” Era assim, entre lágrimas, que a espetacular goleira Chana, do handebol feminino brasileiro, resumiu a derrota para a Noruega que tirou a seleção da competição olímpica nas quartas de final. Na mesma entrevista concedida à Sportv, a arqueira não parecia consolada com a campanha realizada na primeira fase, quando o Brasil terminou em primeiro no seu grupo. “Não vim aqui pra fazer boa campanha, mas pra ganhar medalha.”

E, de fato, o país parecia ter chances vivas de conseguir um lugar no pódio. Desde o Mundial que a seleção treinada pelo dinamarquês Morten Soubak (à direita) vem jogando em pé de igualdade com as grandes equipes do planeta. Virou o primeiro tempo hoje vencendo por quatro gols de diferença e, no início da segunda etapa, vencia por seis. Mas veio o apagão. A seleção errou tudo o que podia, claro, em função da forte marcação da Noruega que, apesar de ter terminado em quarto lugar no seu grupo, é a atual campeã olímpica e mundial. De qualquer forma, passar dez minutos sem marcar uma vez sequer é fatal.

Ainda quando a Noruega não tinha passado a frente no placar, Chana, que havia defendido três tiros de sete metros na partida, viu outro tiro bater na sua trave. Mas nem isso fez a seleção reagir. A ansiedade continuava alta. Enquanto o Brasil tinha extrema dificuldades para arremessar, sempre o fazendo de longe e “consagrando” a arqueira adversária, as rivais tinham extrema facilidade em fazer gols no contra-ataque. A diferença ali era nítida e o desfecho, para quem assistia, inevitável.

De bom, fica a esperança para 2016. Uma seleção em qualquer esporte coletivo só consegue chegar e se consolidar no topo enfrentando os grandes com mais frequência, jogando no mesmo patamar, e assustando o rival. Isso o Brasil já faz. A medalha poderia ter vindo agora, mas quem sabe o melhor não ficou para uma conquista em casa...

segunda-feira, agosto 06, 2012

Um pouco sobre as medalhas da ginástica e do boxe

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O que a medalha de ouro de Arthur Zanetti hoje e as duas já garantidas por Adriana Araújo e Esquiva Falcão em dois combates excelentes têm em comum? Embora não sejam modalidades parecidas, o fato é que ambas contam com juízes na avaliação dos desempenho de cada atleta, na ginástica, para analisar a perfeição dos movimentos executados; no boxe, para aferir se o golpe dado contra o adversário valeu ou não ponto*.

Nesse aspecto, por mais que os juízes tentem ser imparciais e os critérios sejam técnicos, a subjetividade sem dúvida pode afetar em um momento de dúvida. E, nessa hora, o juiz olha a nacionalidade de um e de outro, vê a tradição que cada qual tem no esporte em questão, e pode chegar a uma conclusão algo injusta, ainda mais em competições onde um ponto (ou décimo de ponto) fazem toda a diferença.

Assim, a primeira medalha da ginástica conquistada por Arthur Zanetti se deve, e muito, àqueles que vieram antes dele e fizeram especialistas olharem de outra forma para o país. Desde Claudia Magalhães e João Luiz Ribeiro, primeiros ginastas brasileiros a participar dos Jogos, em 1980, passando por Luisa Parente, que foi às Olimpíadas de 1988 e 1992, e aqueles que passaram a disputar finais e medalhas em Mundiais, como Daiane dos Santos e Diego e Daniele Hipolyto, entre outros.

Esquiva Falcão: vitória que já é legado
Já no boxe, os feitos de hoje de Adriana Araújo e Esquiva Falcão são dignos de nota. Em um dia, garantiram duas medalhas, sendo que o país tem apenas uma na modalidade, com Servílio de Oliveira, em 1968. E se a ginástica de alto nível no Brasil já conta com certa estrutura há algum tempo, no boxe, a conquista é recente, mas já dá resultados. Hoje, há uma equipe olímpica permanente, que treina em um centro em Santo Amaro, São Paulo, e conta com patrocínio do Programa Petrobras Esporte & Cidadania, que garante o suporte que sempre faltou ao esporte brasileiro (o merchan é de graça, embora o programa pudesse ser ampliado).

Os brasileiros do boxe ainda lutam contra um relativo preconceito dos juízes, algo que não é chororô de perdedor não e pode ser constatado até por quem entende muito do riscado. A aula de boxe de Esquiva hoje, por exemplo, poderia ter garantido uma vantagem muito maior do que teve contra o húngaro Zoltan Harcsa e Robson Conceição acabou sendo derrotado por Josh Taylor, lutador “da casa”, o que ainda gera reclamações do vencedor de hoje. "A torcida a favor pode influenciar a arbitragem, porque muitas vezes o golpe pega na guarda, a torcida grita e eles marcam", protestou Esquiva.

E o boxe ainda encontra outro obstáculo, como lembra Falcão na mesma matéria. "O boxe estava sumido, e com o crescimento do UFC sumiu mais ainda. Agora estamos fazendo o boxe aparecer de novo." Oxalá a modalidade volte a crescer.

* O boxe olímpico masculino tem três assaltos de três minutos. É marcado ponto quando o lutador acerta o rival com a parte marcada de branco da luva no rosto e nos lados da cabeça, na frente e nos lados do tronco, e cinco juízes avaliam na hora se o ponto valeu.Socos na guarda do adversário não contam pontos.