Destaques

quinta-feira, agosto 02, 2012

Agenda Olímpica: Brasil começa atirando e termina na piscina

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Nós brasileiros vamos violentos nesse sexto dia de Olimpíadas. Logo às 5h, madrugamos de arma na mão, com Felipe Fuzaro na Fossa Dublê. Quinto colocado no último Pan, Fuzero vai ter que melhorar para chegar a uma medalha. Mas torcemos de todo jeito - até porque o homem sabe atirar.

Às 5h37 (pessoal leva a sério essa história de “pontualidade britânica”), Luciano Corrêa sobe no tatame para tentar arrebentar Oumar Kone no judô até 100kg. Mas o destaque no “caminho suave” (é a tradução do japonês, não me culpem) é Mayra Aguiar, na categoria até 78 kg. Com apenas 20 anos, já tem no armário uma medalha de bronze no último mundial da categoria e é considerada a nº 1 do mundo. Ela enfrenta na primeira rodada a tunisiana Hana Mareghni. E logo às 7h da manhã. Dá nela, Mayra!

A manhã inclui jogo menos tenso, com os praticamente classificados Alison e Emanuel. Eles voltam à areia para o terceiro jogo da primeira fase, contra os italianos Lupo e Nicolai. O vôlei de praia continua o passeio à tarde, com Talita e Maria Elisa pegando as australianas Bawden e Powell, quer dizer, Palmer.

E para terminar mais tranquilo, o dia fecha com chance de medalha com Thiago Pereira, na final dos 200m medley, prioridade do atleta. Entrando na piscina às 16h19 exatamente, Thiago encontrará os temíveis americanos Michael Phelps e seu rival local Ryan Lochte, além do húngaro Laszlo Cseh. É, talvez não seja nada tranquilo...

Tiro
Filipe Fuzaro atira na Fossa dublê logo às 5h

Judô - Até 100 kg
Às 5h37, Luciano Corrêa (BRA) x Oumar Kone (MLI) pela primeira fase

Vôlei de praia
Alison/Emanuel (BRA) x Lupo/Nicolai (ITA), às 6h

Judô - Até 78 kg
Mayra Aguiar vai pra cima de Hana Mareghni às 7h01

Remo - Skiff simples
Kissya Cataldo disputa a semifinal C/D 1, às 5h30

Natação - 50 m livre
Cesar Cielo vai para a piscina às 6h15 buscando o bicampeonato olímpico. Ah, Bruno Fratus também vai competir.

Hipismo
Luiza Almeida disputa Eliminatórias do Adestramento Individual por volta das 7h

Natação - 100 m borboleta
Kaio Márcio de Almeida disputa eliminatórias às 7h21

Vela
Na Finn – Masculino, temos Jorge Zarif
Na Star – Masculino, temos Robert Scheidt e Bruno Prada
Na RS:X – Masculino, temos Bimba
Na RS:X – Feminino, temos Patrícia Freitas
Brasil, o país da Vela

Vôlei de praia
Talita/Maria Elisa (BRA) x Bawden/Palmer (AUS) abrem a tarde, às 13h30

Boxe - Até 75kg
Esquiva Falcão tenta vaga nas quartas contra Soltan Migitinov (AZE) às 11h15.

Basquete
Moços do Brasil tentam jogar um basquete mais convincente contra a Rússia às 12h45.

Vôlei
Às 16h, tem Brasil x Estados Unidos, reedição da final de Pequim no masculino.

Natação
Às 16h19, temos a final dos 200 m medley, com Thiago Pereira enfrentando Michael Phelps e Ryan Lochte por mais uma medalha na Olimpíada de Londres

Briga no Conexão Sportv: em defesa de Galvão Bueno

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Se você ainda não sabe do perrengue entre Galvão Bueno e o comentarista Renato Maurício Prado no programa Conexão Sportv, pode conferir no vídeo abaixo. Tudo começou por conta de um gracejo de Prado que, diante do convidado Marcus Vinícius Freire, medalha de prata pela seleção de vôlei masculino em 1984, soltou para o locutor: “Fala agora o que você falou da medalha de prata deles em Los Angeles antes do programa, que só ganhou a medalha por causa de boicote”.



O boicote a que Prado se refere é o fato de as Olimpíadas daquele ano não terem contado com a União Soviética e países do Leste Europeu, o que teria tornado o caminho brasileiro até a medalha mais fácil. Galvão não gostou, esbravejou e, depois, ao tentar encerrar o assunto cumprimentando o parceiro de programa, "ficou no vácuo".
Mas é preciso defender o locutor global pela ótica do trabalhador. Eles fazem jornadas extenuantes nesse tipo de evento, estão longe de casa, e, o pior de tudo, ficam trabalhando de madrugada dia após dia, já que Londres está quatro horas adiante do fuso brasileiro. Não dá tempo nem de dar aquela passadinha no bar. Se isso não é motivo pra ficar de mau humor ou irritado com besteiras, vai saber o que é...
Dessa vez, convém dar um desconto ao Galvão. Só dessa vez.

terça-feira, julho 31, 2012

Agenda Olímpica: a pátria de quimono, toca e sabre em riste

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 Foto: Daniel Ramalho/Agif/COB

Cesar Cielo está na final dos 100 metros livres, na natação, para tentar repetir o ouro de Pequim em 2008. A nação de sunga, toca, óculos e peito depilado.Vai tentar provar que os urubus do Futepoca estão enganados.

No judô, Tiago Camilo disputa entre os moços de até 90kg. Maria Portela vai ao combate na categoria de mulheres até 70kg. Eu é que não quereria encarar nenhum dos dois no tatame. Mas se é para torcer, o país veste quimono, faixa preta e vai ficar com o grito de Ipon entalado na garganta.

A repetição, se vier, não seria só do que se assistiu na China há quatro anos, mas do que se deu na terra da Rainha há três dias, quando Sarah Menezes e Felipe Kitadai faturaram medalhas. E Camilo tem dois discos metálicos de competições anteriores. Bem melhor do que a metade com que Kitadai ficou depois de deixar cair o bronze junto do sabonete durante o banho.

Esta quarta-feira, 1º, ainda permite mais uma paródia com o chavão da "pátria em chuteiras". De máscara, colan branco e espada em riste -- além da elegância peculiar nos movimentos de qualquer esgrimista que se preze -- Athos Schwantes é esperança de medalha na espada individual (não confundir com o sabre e com o florete, por favor).

E Sérgio Sasaki Junior está na final individual da ginástica artística.

Tudo isso para não falar da seleção brasileira masculina de futebol. Um dia após a derrota das meninas do escrete canarinho para a Grã-Bretanha, os gajos de Mano Menezes encaram, provavelmente sem Ganso, a Nova Zelândia, essa potência, em Newcastle. Pode ter pela frente, nas quartas, a igualmente poderosa Honduras.

Como ainda não vai ser possível empolgar a torcida nesse cenário, é melhor buscar a toca de natação para gastar a torcida.

Em tempo: o 14º lugar do Brasil no quadro de medalhas no sexto dia de Olimpíada é normal. Incrível é a Coreia do Norte em quinto, atrás da Coreia do Sul, França, EUA e China. Aliás, quem pega os orientais?

Enquanto isso, Fabian Murer treina para quando o Atletismo 
começar, nesta sexta-feira, 3. Ela, aliás, teve suas séries 
prejudicadas por ter de se submeter a um exame antidoping 
surpresa. Aí entre os leitores, que peça o primeiro copo 
quem garante que seria aprovado em um teste assim

Remo
das 6h10 às 6h30

Judô
disputa de medalha a partir das 10h (bronze) e das 12h (ouro)

Tênis de mesa
individual feminino disputa bronze às 10h30 e ouro às 11h30

Ginástica artística
Os moços fortinhos de mijãozinho e regata disputam no individual geral masculino às 12h30

Natação
Tem 200m peito masculino às 15h30, 200m borboleta feminino às 16h12 (pontualmente, em Brasília), e 100m livres masculino às 16h20.

Canoagem Slalom
Rema, remador: o masculino é às 11h15

Ciclismo
As mulheres competem contra o relógio na estrada às 8h30; os homens, às 10h15.

Levantamento de peso
Põem a hérnia de hiato à prova às 15h os homens de até 77kg e, às 11h30, as mulheres de até 69kg.

Esgrima
Na espada individual, tem disputa de medalha masculina às 16h, e de sabre feminino às 16h30. Nada de florete.

Basquete feminino
Para evitar um fiasco, Brasil x Austrália, às 10h30

Futebol masculino
Brasil x Nova Zelândia, às 10h30

Handebol feminino
às 12h15, Brasil x Grã-Bretanha, Chana vem  facilitar os trocadilhos -- e deixar a torcida com saudades de Silvio Luiz.

Vôlei feminino
Brasil x Coreia do Sul, às 18h -- hora de reagir

sábado, julho 28, 2012

Agenda olímpica do domingo (29 de julho) - basquete masculino volta às Olimpíadas

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Uma das minhas maiores alegrias como torcedor de seleção veio no basquete. Quando o Brasil de Oscar e Marcel derrotou os EUA dentro de sua própria casa, nos Pan-americanos de Indianapolis, em 1987. Aquela partida, aliada à derrota norte-americana para a União Soviética nas semifinais das Olimpíadas de 1988, deu início às negociações entre a Federação estadunidense e a Fiba para a inclusão dos profissionais da NBA em torneios internacionais, o que foi aceito em 1989.
Faz tempo... Mas o Brasil voltou
Em 1992, o mesmo Brasil enfrentou os EUA. Quer dizer, o Dream Team, talvez o mais talentoso time de esporte coletivo de todos os tempos. Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, Charles Barkley, David Robinson, Patrick Ewing, Scottie Pippen, Karl Malone... Não, era impossível vencer aquela equipe, mas o Brasil aguentou bravamente, mantendo-se à frente no placar durante o início da partida. Tudo porque tínhamos um gênio, Oscar Shmidt, o principal responsável pela queda ianque em 1987. Lembro de ver um documentário a respeito desse time, produzido nos Estados Unidos, em que “Shimdt” é tratado com reverência pelos donos da bola do basquete. Mas só havia ele àquela altura, o resto do time era sofrível.
Mesmo veterano, Oscar ainda ajudaria o Brasil a ir para os Jogos de Atlanta, em 1996. Depois disso, se aposentou. E parecia que o basquete masculino brasileiro também havia se aposentado com ele. Foram 16 anos sem participar de uma edição dos Jogos, até a equipe do argentino Ruben Magnano classificar o Brasil para as Olimpíadas de Londres. Um time que conta com jogadores da NBA, que fez frente aos poderosos norte-americanos na casa deles e que voltaram a conta com o respeito internacional.
Por isso, amanhã, espero poder voltar a vibrar com o basquete brasileiro depois de muito, muito tempo, em uma Olimpíadas. A partida contra a Austrália amanhã, às 7h15, marca esse retorno, e o que se pode esperar é um jogo digno de nota por parte da seleção. Se for possível, com um showzinho à la NBA que quem acorda cedo no domingo merece ver.

Os manos do Mano

Ah, tem futebol masculino também. Com tanto esporte nos Jogos, precisava mesmo de futebol masculino? Enfim, lá está o Brasil e o adversário é a Bielorússia, que em sua estreia venceu a Nova Zelândia por um anêmico 1 a 0. Quem tiver ânimo pra ver a seleção tentando furar a retranca europeia, o jogo é às 11h.

Mais Brasil

Vôlei de praia - Masculino - Primeira fase
7h Alison/Emanuel (BRA) x Doppler/Horst (AUT)

Tiro - Pistola de ar - Feminino Primeira fase
5h - Ana Luiza Ferrão (BRA)

Ginástica artística - individual - Feminino Primeira fase
5h30

Judô - Até 66 kg - Masculino Oitavas de final
6h40 - Leandro Cunha (BRA) x Pawel Zagrodnik

Judô - Até 52 kg - Feminino Oitavas de final
7h15 - Érika Miranda (BRA) x Kim Kyung-Ok (KOR)

Natação - 100 m costas - Feminino Eliminatórias
6h13 - Fabiola Molina (BRA)

Remo - Skiff duplo leve - Feminino Eliminatórias
6h40

Natação - 100 m costas - Masculino Eliminatórias
7h13 - Daniel Orzechowski (BRA)

Esgrima - Sabre Individual - Masculino Segunda Fase

7h50 - Renzo Agresta (BRA) x Wagner Benedikt (GER)

Ginástica - Ginástica artística - individual - Feminino Primeira fase

7h15, 10h45, 12h30 e 16h

Tênis - Simples - Masculino Primeira rodada
14h - Thomaz Bellucci (BRA) x Jo-Wilfried Tsonga (FRA)

Vela - Finn - Masculino Primeira fase
8h - Jorge Zarif (BRA)

Vela - Star - Masculino Primeira fase
8h - Robert Scheidt/Bruno Prada

Natação - Revezamento 4 x 100 m livre - Masculino Eliminatórias
08h05

Vôlei de praia - Feminino - Feminino Primeira fase
16h - Talita/Maria Elisa (BRA)x Goller/Ludwig (ALE)

Boxe - Até 60kg - Masculino Primeira fase
16h30 - Robson Conceição (BRA) x Josh Taylor (GBR)

Boxe - Até 69kg - Masculino Primeira fase
18h - Myke Carvalho (BRA) x Errol Spence (EUA)

Vôlei - Brasil x Tunísia - Masculino Primeira fase
18h - Brasil x Tunísia

Seleção feminina de futebol usa modelo 2011 da seleção masculina

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No início de 2011, a Nike vazou o que seria o novo modelo de uniforme da seleção brasileira. Entre as novidades, havia uma gola careca amarela, rompendo a tradição de gola verde, mas o que causou mais impacto foi a tarja verde no peito. Alguns mais supersticiosos, como Ziraldo, alertavam que, além da questão estética, o sinal de subtração não traria bons fluidos para o Brasil.

Uniforme masculino do Brasil (Rafael Ribeiro/CBF)
O fato é que o modelo definitivamente não agradou e no início do ano a patrocinadora da equipe lançou uma nova camisa (todo ano é lançado um novo uniforme da seleção masculina, exigência contratual). Dessa vez, sem tarja, com gola em “v” resgatando a cor verde e com uma borda grossa na manga. Para os Jogos Olímpicos, como não é permitida a presença de escudos das confederações nacionais nos uniformes, a bandeira do Brasil tomou o lugar do escudo da CBF. Mas o uniforme é praticamente o mesmo.

Foto antes de Brasil X Camarões (Ricardo Stuckert/CBF)
E não é que a camisa com tarja, o modelo ultrapassado no futebol masculino, apareceu na Inglaterra? A explicação do diretor de comunicação da Nike na América Latina, Mario Andrada, é que o contrato com a CBF determina que o uniforme da seleção feminina seja renovado a cada dois anos, enquanto a troca acontece anualmente para o time masculino. A camisa não serviu para os homens, mas continua servindo para as mulheres.

Não é nada, não é nada, a questão parece ser bem simbólica e reflete o tratamento dado pela CBF ao futebol feminino.

Londres 2012 - aproveitando o momento antes que acabe

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Quadro de medalhas dos Jogos de Londres 2012, às 14h do dia 28 de julho. Só a China na nossa frente...


PS: O Douglas no comentário abaixo registrou que o parceiro Bla Bla Gol já tinha feito a piada antes. Já pegamos o quadro de medalhas na descendente no quadro de medalhas...

Sarah Menezes e Felipe Kitadai - começo arrasador do judô

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"Uma coisa que dá para perceber é que você precisa ter muita força para lutar contra as europeias. Você tem que ser forte e ainda ter preparo físico, para aguentar o tranco e ainda ter gás para encaixar os golpes. Eu preciso melhorar bastante ainda".

Era assim que uma judoca de 18 anos comentava sua participação nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. Sarah Menezes foi derrotada por ippon logo na sua primeira luta, mas o futuro era promissor, e, como mostra a declaração após a derrota, soube tirar lições.

Desde então, Sarah tornou-se uma das maiores vencedoras da modalidade no chamado ciclo olímpico, período compreendido entre duas edições dos Jogos. Foi medalhista de bronze nos últimos dois Mundiais, em Paris (2011) e Tóquio (2010),venceu um Grand Slam em Moscou, este ano, e somou duas pratas e quatro bronzes em Grand Slam, além de três ouros e duas pratas em etapas da Copa do Mundo.

E hoje Sarah Menezes conseguiu fazer história: foi a primeira final e o primeiro ouro de uma judoca brasileira. A única medalha conquistada por uma mulher nos tatames tinha sido de Ketleyn Quadros, bronze na categoria até 57kg em Pequim/2008.

De 2008 pra cá - da derrota na estreia ao ouro
Após uma trajetória de combates em que mostrou muita maturidade, controlando a luta quando preciso, e quase sempre soberana, Sarah chegou à final contra aquela que era a campeã olímpica, a romena Alina Dumitru. E mandou na luta o tempo todo, vencendo com um yuko e um wazari, tentando ainda o estrangulamento no final da luta. A piauiense conseguiu o terceiro ouro do judô, vinte anos depois da medalha do santista Rogério Sampaio.

E também foi emocionante a medalha de bronze de Felipe Kitadai, que conseguiu o terceiro lugar depois de enfrentar a repescagem. Ele, que é 14º colocado no ranking, foi derrotado nas quartas de final pelo uzbeque Rishod Sobirov e parecia muito abalado depois do combate, definido nos últimos instantes. Mas se recuperou e chegou à decisão do terceiro lugar, batendo o italiano Elio Verde.

No primeiro dia, o judô brasileiro conseguiu ultrapassar a vela como modalidade com mais medalhas e cumpriu boa parte da meta estabelecida para Londres: chegar a quatro pódios, com um ouro e uma final feminina. Um começo arrasador.

Londres 2012: Medalha de pipoca, a enquete-urubu

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O Barão de Cobertin foi bem claro quando propunha os objetivos dos Jogos Olímpicos. "Mais alto, mais forte, mais longe", ou "Citius, Altius, Fortius". Mas o espírito esportivo é mais comumente resumido no poliana "o importante é competir", até porque a maioria vai para as Olimpíadas mais pra conhecer a Vila Olímpica do que para a conquista de medalha. Normal, são 259 brasileiros para uma estimativa de 20 medalhas. São 10,5 mil atletas para 302 pódios.

Acontece que o torcedor, que não acompanha esportes para além do futebol fora de ano de Olimpíada de Verão ou, no máximo, de Pan-americano, trabalha com a esperança das "promessas" de medalha que lhes vendem.

Foto: Bernardo Medeiros/EBC



Em 2000, o Brasil parecia se curvar diante de um quadrúpede de alcunha afrancesada. Baloubet du Rouet, sob as pantalonas brancas e justas do aristocrático Rodrigo Pessoa, fez o caminho inverso ao do Rei Midas e tornou a medalha de ouro garantida em refugada olímpica. Quatro anos depois, ele redimir-se-ia, com brilho e sem hesitação, mas seu nome ficou gravado na história como referência de pipocada.


Pipoca também
O caso mais recente ficou com Diego Hypolito, ginasta brasileiro que foi como favorito a Pequim em 2008, mas tropeçou, bobeou e terminou com o filme queimado.

Agora, para a Olimpíada de Londres 2012, é natural esperar que alguma promessa fique pelo Atlântico e não traga, da terra da rainha, o esperado disco metálico como prêmio. Acontece. O Futepoca, no pior espírito do Blogue do Secador, lança uma enquete para alimentar o que de mais urubu pode haver em quem acompanha o desporto nacional:

Medalha de pipoca em Londres 2012

Cesar Cielo
Papa-tudo em provas de curta distância, especialista em 50 metros livres, Cesar Cielo reúne características de um supercampeão. Mas pode ser um candidato a fracassado homérico por questões dessas que nem no cume do Olimpo explicariam. Chega como favorito, tem capas de revista, holofotes e muita expectativa. Na terra do fish and chips, um deslize basta para o sonho naufragar.

Fabiana Murer
Com sobrenome tipicamente tupiniquim (ironia, ironia), a atleta do salto com vara teve bons resultados no ano. A melhor marca da modalidade em 2012 foi alcançada por ela, mas pode esbarrar nos próprios limites e pisar no Estádio Olímpico, palco das provas de atletismo, já em uma descendente pós-auge na temporada, e deixar aberto o espaço para que algum adversário a surpreenda. Quem mandou faturar o Mundial em Daegu em 2011 e o Mundial Indoor em Doha 2010? Agora pode ser a "quase" da vez.

Arthur Zanetti
Especialista na evolução nas argolas, foi vice-campeão mundial em Tóquio, em 2011. Chega a Londres podendo romper com a sina de Diego Hypolito -- e com a chance de repetir o fiasco e dificultar mais a vida da ginástica artística masculina no país, ainda sem medalhas nos Jogos.

Seleção de Mano Menezes
Conquista que falta para a seleção canarinho, o ouro olímpico é mais cobiçado do que a Libertadores pelo Corinthians. Mas o time de Mano Menezes tem estrelas do time principal, como Neymar, Pato e Oscar para chegar lá. Não convenceu nem com o escrete sem limite de idade, é candidato a pipocada olímpica.

Alison e Emmanuel
No Futepoca, a turma é cética em relação a esportes praticados em ambiente de praia sem cerveja. Deve ser por isso que o hegemônico vôlei de praia brasileiro entra na lista. Alison e Emmanuel lideram o ranking mundial. O Horse Guards Parade ainda pode assistir a repeteco do anticlímax de Sidnei e Pequim, quando os brazucas, igualmente favoritos, levaram medalhas, mas não de ouro.

Nota dos editores: A exemplo da TV Globo e de todos os veículos não detentores de direitos de transmissão da Olimpíada, o Futepoca também pena para encontrar imagens que possa publicar sobre os jogos. Mas diferentemente de certos âncoras de TV (e da Jade Barbosa, mas por outros motivos) o Futepoca reserva-se o direito de chorar na cama, que é lugar quente e propício para o pranto.

sexta-feira, julho 27, 2012

Agenda olímpica do sábado (28)

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Amanhã, a segunda modalidade que mais trouxe medalhas ao Brasil em Jogos Olímpicos, 15 no total, e que conquista pódios seguidos desde 1984, faz sua estreia. Em Londres, o judô brasileiro tem representantes em todas as categorias, privlégio de quatro países só, e, dos 14 atletas, dez são cabeças de chave. A equipe contou com uma preparação especial, com R$ 5 milhões investidos e uma estrutura invejável. São 50 pessoas, entre 14 atletas olímpicos, 18 atletas de suporte e 18 da comissão técnica, que têm como meta conquistar quatro pódios, com ao menos um ouro e uma final feminina, façanha ainda inédita.
Razões para otimismo não faltam. No período entre os Jogos de Pequim e agora, os judocas do Brasil participaram de 119 campeonatos internacionais, totalizando três mil lutas, sendo 402 medalhas conquistadas (136 de ouro) nos quatro anos de ciclo olímpico. Neste sábado, Felipe Kitadai, na categoria até 60 kg, vai pegar Tumurkhuleg Davaadorj, da Mongólia, no ingrato horário das 5h58. Apesar de não ser cabeça de chave, Kitadai foi ouro nos últimos Pan-americanos, protagonizando o já célebre episódio da “calça borrada”, evento ocorrido em função de um golpe mais forte do atleta e de óbvios problemas estomacais.
judoca Sarah Menezes
A primeira medalha brasileira virá com Sarah Menezes?
Na categoria até 48 kg, Sarah Menezes, considerada pela revista Sports Illustred como a única judoca daqui favorita ao ouro, enfrenta na estreia Ngoc Tu Van, do Vietnã às 5h44. O London 2012 Preview também a colocou na lista dos atletas top 100 dos Jogos. Ela é a única brasileira bicampeã mundial sub-20 e, com apenas 22 anos, tem dois bronzes em Mundiais, em 2010 e 2011. Em 2008, perdeu na primeira luta, mas dessa vez... Portanto, se você estiver voltando da balada, ligue a TV e confira a estreia brasileira nos tatames.

As brasileiras estreiam nos esportes coletivos

Quer dizer, nem todas estreiam. A seleção feminina de futebol faz sua segunda partida, contra a Nova Zelândia, às 10h30. Promessa de nova goleada na primeira fase. Portanto, se você quiser competição mesmo, acompanhe a partida abaixo:

10h30
Handebol feminino - Croácia x Brasil - Feminino Primeira fase

A primeira partida da seleção de handebol feminino promete fortes emoções. A expectativa da ascendente equipe brasileira é fazer história como no último Mundial da modalidade, quando conseguiu sua melhor classificação, um quinto lugar. Colocação obtida contra a então campeã mundial Rússia, depois de um jogo mais que tenso contra o adversário da estreia, a Croácia, uma vitória de 32 a 31.
Na competição, são dois grupos de seis times e os quatro melhores se classificam. Obviamente, garantir uma boa colocação na primeira fase garante um caminho mais fácil no mata-mata. Por conta disso, uma vitória sobre as croatas é fundamental.

16h
Basquete feminino - Brasil x França - Feminino Primeira fase

A seleção de basquete feminino não chega com aqueeela moral nas Olimpíadas. E o corte de Iziane não contribuiu muito pra moral brasileira se elevar. Mesmo assim, a aposta é que o grupo possa se unir e crescer dentro do torneio. Para isso, a vitória contra a França é fundamental. O Brasil tem até uma posição melhor no ranking da Fiba que as rivas (6º X 8º), mas num amistoso recente em Lille a vitória foi das donas de casa, 67 a 57. Fugir da quarta posição do grupo para não cair diante dos EUA na próxima fase é prioridade.

18h
Vôlei feminino - Brasil x Turquia - Feminino Primeira fase

As atuais campeãs olímpicas encaram uma seleção que participa pela primeira vez das Olimpíadas. Mas as turcas vem em uma ascendente: foram as terceiras no Grand Prix de 2012 e bronze no campeonato europeu do ano passado. Parada dura.

Mais Brasil:

Tênis de mesa - Individual - Feminino Rodada Preliminar

5h - Ligia Silva (BRA) x Anolyn Lulu (VAN)
5h45 - Caroline Kumahara (BRA) x Farah Hassan (DJI)

Ciclismo - Estrada - Masculino Final
6h

Hipismo - CCE Individual - Misto Eliminatórias

6h08 - Serguei Fofanoff (BRA)

8h46 - Marcelo Tosi (BRA)

9h26 - Marcio Jorge (BRA)

12h04 - Ruy Fonseca (BRA)

Hipismo - CCE por equipes - Misto Eliminatórias
6h

Natação - 400 m medley - Masculino Primeira fase

6h13 - Thiago Pereira (BRA)

Natação - 100 m borboleta - Feminino Primeira fase

6h48 - Daynara de Paula (BRA)

Natação - 400 m medley - Feminino Primeira fase

7h44 - Joanna Maranhão (BRA)

Natação - 100 m peito - Masculino Primeira fase

8h04 - Felipe França (BRA)

8h07 - Felipe Lima (BRA)

Tênis - Duplas - Masculino Primeira rodada

13h30 - Mike Bryan/Bob Bryan (EUA) x Thomaz Bellucci/André Sá (BRA)

15h30 - John Isner/Andy Roddick (EUA) x Bruno Soares/Marcelo Melo (BRA)

Remo - Skiff simples - Masculino Primeira fase

8h50 - Anderson Nocetti (BRA)

Remo - Skiff simples - Feminino Primeira fase

9h30 - Kissya Cataldo (BRA)

Boxe - Até 56kg - Masculino Primeira fase

10h - Robenilson de Jesus (BRA) x Orzubek Shayimov (UZB)

Vôlei de praia - Feminino - Feminino Primeira fase

13h30 - Juliana/Larissa (BRA) x Rigobert/Li Yuk (IMR)

Ginástica - Ginástica artística - individual - Masculino Primeira fase

11h30 - Diego Hypolito, Arthur Zanetti e Sergio Sasaki (BRA)

Tênis de mesa - Individual - Masculino Primeira rodada

12h - Gustavo Tsuboi (BRA) x Soumyajit Ghosh (IND)

Tênis de mesa - Individual - Masculino Primeira fase

15h - Hugo Hoyama (BRA) x Wang Zengyi (POL)

Vôlei de praia - Masculino - Masculino Primeira fase

16h - Ricardo/Pedro Cunha (BRA) x Skarlund/Spinnangr (NOR)

Momento Manguaça: Mr. Bean na cerimônia de abertura de Londres 2012

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quinta-feira, julho 26, 2012

Corinthians 2 x 0 Cruzeiro: O que vamos fazer nesse campeonato?

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Chicão fez o primeiro e Paulinho completou o placar (Leonardo Soares/Uol)


O Corinthians venceu o Cruzeiro por 2 a 0 na noite desta quarta-feira, no Pacaembu, e manteve boa sequencia, algo interrompida com o empate frente à Lusa no sábado. Os gols foram de Chicão, cobrando pênalti sofrido por meu desafeto Jorge Henrique, que jogou bem, e Paulinho, num pertardo de fora da área que entrou no ângulo de Fábio, já nos acréscimos.

Eu perdi o primeiro tempo, que segundo a crônica, foi marcado por domínio corintiano e grandes defesas de Fábio. No segundo, O Timão começou bem, o Cruzeiro equilibrou e os donos da casa recuaram para tentar os contra-ataques. Os alvinegros criaram algumas chances e não sofreram tanto com Montillo e cia.

A situação do Corinthians segue indefinida no campeonato. Dois interesses restam: não cair e levantar a taça. O primeiro será facilmente alcançado. Já o segundo depende de muitos fatores, como tropeços de um monte de gente hoje no pelotão da frente. Na real, acho muito difícil.

Não é uma situação nova – nem exclusividade do Timão nesse ano. Santos e Palmeiras também amargam as ressacas dos torneios do primeiro semestre, cujas fases finais se sobrepõem ao início do campeonato nacional. E tem sido cada vez mais comum os vencedores da primeira metade do ano serem coadjuvantes na segunda, e vice-versa.

O problema, penso eu, é de calendário. Funcionaria melhor se os campeonatos fossem disputados de forma mais espaçada, se espalhando pelo ano, e terminando todos mais ou menos na mesma época. Os clubes poderiam passar a fazer planejamentos (assumindo que eles façam algum, claro) de fato para o ano, e não para seis meses.

Além disso, diminui a vontade de sair de jogadores como Leandro Castán, que esperou acabar a Libertadores. Se ela durasse o ano todo, o clube teria mais argumentos para o jogador e seus empresários. Faz sentido?

quarta-feira, julho 25, 2012

A primeira lambança olímpica

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E surgiu a primeira gafe dos Jogos Olímpicos de Londres. E não foi das pequenas. Antes da partida entre as seleções femininas de futebol da Coreia do Norte e da Colômbia, a organização hasteou a bandeira da Coreia do Sul, além de apresentar as atletas da seleção norte-coreana no telão do estádio com a insígnia do país vizinho.
O erro quase custou a partida. A seleção da Coreia do Norte só entrou em campo, uma hora além do previsto, depois de os organizadores pedirem desculpas pelo equívoco. Mesmo assim, as asiáticas venceram a peleja por 2 a 0.
Bandeiras bem diferentes, não?
Mas o Trivela lembrou que o “estranhamento” entre Grã-Bretanha e os norte-coreanos é antigo. Como os britânicos não reconheciam a independência do país asiático, o governo local não queria permitir que a sua bandeira fosse hasteada na Copa do Mundo de 1966. E, ainda conta o Trivela, documentos divulgados recentemente pelo arquivo nacional mostram que chegou-se a cogitar que os vistos de entrada para os jogadores norte-coreanos fossem negados.
Como questionaria uma candidata à prefeitura, coincidência ou sabotagem?

*****

E quem ficou feliz com o primeiro dia do futebol feminino nas Olimpíadas foi a Record. A audiência no horário do jogo do Brasil foi mais que o dobro em relação ao índice do dia anterior. De acordo com os números prévios do Ibope, a transmissão marcou 7,4 pontos na Grande São Paulo (ontem, a emissora marcou no mesmo horário 3,4). Levando-se em conta que sequer houve o início oficial dos Jogos, a vice-liderança da Record hoje deve se tornar liderança em muitos horários até o fim das Olimpíadas...

Olimpiadas 2012: As mina pira e goleia

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Marta, Cristiane e cia. destruíram Camarões e dançaram em cima (Foto: Reuters)

O Brasil começou com o pé direito nas Olimpíadas, com direito a goleada. O primeiro dos cinco gols da seleção feminina de futebol foi marcado por Francielle, de falta, logo aos 6 minutos de jogo. Aos 10, Renata Costa ampliou de cabeça e praticamente definiu a partida.
O resto do primeiro tempo foi mais devagar, ainda que a superioridade brasileira continuasse.
O terceiro foi de Marta, cobrando pênalti sofrido por ela mesma. Pouco depois, a ex-melhor do mundo deu um passe perfeito para Cristiane driblar a goleira e marcar e se tornar a maior goleadora da história do futebol feminino em Olimpíadas, com 11 gols. O posicionamento e timing da atacante para sair na frente das zagueiras e evitar o impedimento é coisa que eu não via faz um bom tempo.
Cristiane quase marcou outro golaço: passou pela zaga inteira, com direito a drible da vaca, passou pela goleira e bateu. O chute tinha endereço, mas foi cortado por uma zagueira camaronesa. A bola, no entanto, sobrou para Marta, sozinha no meio da área, só empurrar, fazendo a pobre zagueira tão bem posicionada ficar bastante decepcionada com suas colegas de time.
Camarões se mostrou um time claramente inferior tecnicamente. Mas foi uma baita sacolada.

Duas palavras sobre o Santos

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Miralles e Bill.

Sem mais para o momento, porque o momento não merece.

domingo, julho 22, 2012

PMs de Cristo: a segurança pública de São Paulo nas mãos de Deus

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Em meio a uma das piores crises da segurança pública no estado de São Paulo, na qual a violência policial chegou à classe média, ao que parece o governo de São Paulo achou seu salvador: Jesus Cristo. Pelo menos é o que vai achar alguém que acessar a página da Secretaria de Segurança Pública do Estado, que estampa a manchete abaixo no domingo (22):



A matéria principal "PM de Cristo usa pistola e Bíblia para defender a sociedade" é basicamente uma entrevista com o vice presidente da Associação dos Policiais Militares Evangélicos do Estado de São Paulo, o tenente coronel Alexandre Marcondes Terra, destinada a divulgar a associação. Parece que a comunicação da secretaria resolveu aproveitar o crescimento evangélico no Brasil para moldar alguma notícia positiva na área mais precária do governo Alckmin. No colóquio retratado no site, Terra sinaliza o que pensa a associação:


A arma é um instrumento de trabalho do policial. O cristão não tem problema em usar a força letal, desde que ela seja exercida dentro dos princípios da legalidade.
É claro que sempre será o último recurso. O primeiro deles é o diálogo e, a partir daí, o policial tenta resolver os conflitos.
Nós entendemos que o uso da força faz parte dos princípios bíblicos. O próprio Jesus fez isso quando expulsou pessoas que estavam no templo afrontando um valor.
Os PMs de Cristo ensinam ao policial que ele defende valores e pessoas e conhecer a Bíblia pode ajudá-lo em seu trabalho.


Considerações sobre a competência do governo estadual na área de segurança pública, a estratégia de comunicação de Alckmin e sua relação com o Estado laico e temas similares ficam a critério de cada um.

sábado, julho 21, 2012

O argumento mais tosco (e machista) contra a Lei de Acesso à Informação. E veio de um magistrado

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"Se colocam aqui outras situações, pessoas que ganham salários pequenos e que se sentem humilhados quando se divulga. Qual a mulher que vai querer namorar uma pessoa que ganha mal?"

(Henrique Nelson Calandra, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, comentando a Lei de Acesso à Informação, em reportagem do Estado de S. Paulo que mostra que onze presidentes de Tribunais de Justiça ganham mais do que a presidenta da República)

quinta-feira, julho 19, 2012

Timão mete 3 no Fla e Douglas mostra que quer ser titular

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O Corinthians sacolou o Flamengo por 3 a 0 no Engenhão nesta quarta-feira (18), com direito a penalti perdido por Emerson Sheik. Douglas foi o destaque, com dois gols e participação no terceiro, dando sinais de que a ausência de Alex não será sentida.

Jogando fora de casa, o Timão dominou as ações do início do jogo e, de certa forma, do resto também. Os dois primeiros gols foram presentes do Flamengo, que equivocou-se na saída de bola. Claro que, quando um time pressiona com faz o Corinthians, esses erros são mais do que esperados.

Douglas jogou para além dos dois gols, participando com vontade das ações defensivas e da marcação avançada, duas marcas dessa equipe. Essa dedicação tática foi o ponto fundamental para deixar claro que o habilidoso meia pode ocupar a vaga deixada por Alex, que voa para o glorioso futebol do Catar.

Como antes, a marca do time foi a organização coletiva. Vou aqui fazer um paralelo com post do companheiro Maurício, que elogiou a “elegância sutil do desarme” e render minhas homenagens ao belo balé da defesa alvinegra. Não é o que buscamos, mas há uma beleza em ver a coordenação e a sincronia com que se dãso as ações de cobertura e a linha de impedimento do Timão. Méritos para Tite. É dele também a organização com que o time se mexe coletivamente para pressionar a saída de bola do adversário.

São as principais vantagens desse time, rapidamente recuperados após a saída de dois titulares (Alex e Leandro Castan) e de Liedson, que ocupava o banco e já teve sua saída decretada. Saíram também William, reserva imediato, e Gilsinho, que jogava pouco. Outras equipes sofreriam mais.

Romarinho jogou muita bola, aumentando a dúvida sobre quem deixará o tima par a entradad e Guerrero e Martinez, os estrangeiros recém-contratados.

Deve ter sido o melhor resultado desse time de poucos gols em algum tempo. O “de resto” do início foi porque o time jogou recuado grande parte do tempo, saindo em contra-ataques bastante efetivos. A prova da recuabilidade está na posse de bola, amplamente favorável aos cariocas. Já a prova da efetividade está nas finalizações: no fim do primeiro tempo, eram 10 a 4 para o Timão. O Fla, mesmo dominando a posse, não chegou a ameaçar de verdade o gol de Cássio nenhuma vez.

O objetivo, segundo os jornais, é ganhar também os jogos contra Portuguesa e Cruzeiro em casa, aproximando o time dos líderes. Não é fácil.

segunda-feira, julho 16, 2012

Mesmo errando, dá certo

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A vitória do Galo contra o Figueirense no último sábado foi dos jogos mais surpreendentes que vi no campeonato. Antes, imaginava que seria partida de 1 a 0 para qualquer um dos lados. Principalmente porque a defesa do Atlético tomara apenas 3 gols em 8 partidas até então.

Nada como previsões furadas. O Galo fez um gol com relativa facilidade, em pênalti sobre Marcos Rocha e convertido por Ronaldinho aos 17 minutos do primeiro tempo. Mesmo dominando o jogo, o Atlético errou e tomou dois gols ainda no primeiro tempo. Para piorar, no começo do segundo tempo vem o terceiro gol do Figueirense.

Quando tudo parecia perdido, Ronaldinho bate uma falta lateral na cabeça do zagueiro Leonardo Silva, 3 a 2. Na saída de bola, Aloísio, que acabara de entrar no lugar de Loco Abreu, perde o gol da vitória do Figueirense cara a cara com o goleiro Victor.

Aí, o improvável entra em campo. Com enfiadas de bola precisas, o Galo faz gols de contra-ataques com Bernard e Guilherme. Vitória de líder, mas com erros primários na defesa. Se fizer a mesma coisa contra o Inter na próxima quarta-feira, dificilmente sairá com a vitória.


FICHA TÉCNICA
FIGUEIRENSE 3 x 4 ATLÉTICO
Motivo: Campeonato Brasileiro (9ª rodada)
Data: 14/7/2012
Estádio: Orlando Scarpelli
Cidade: Florianópolis (SC)
Gols: Ronaldinho (17’), Anderson Conceição (37’), Júlio César (45’), Ronny (58’), Leonardo Silva (65’), Bernard (70’), Guilherme (75’)
Árbitro: Luis Flávio de Oliveira (Asp. Fifa-SP)
Auxiliares: Vicente Romano Neto (Asp. Fifa-SP) e Herman Brumel Vani (SP)
Cartões amarelos: Ronaldinho, Jô, Marcos Rocha, Guilherme, Serginho (Atlético); Coutinho (Figueirense)
Figueirense
Wilson; Coutinho, Anderson Conceição, Fred e Helder; Fabiano Silva, Doriva, Almir (Ronny) e Caio; Júlio César e Loco Abreu (Aloísio). Técnico: Argel.
Atlético
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Rafael Marques, Leonardo Silva e Júnior César, Pierre, Leandro Donizete (Serginho), Bernard e Ronaldinho (Richarlyson); Danilinho (Guilherme) e Jô.Técnico: Cuca.

quinta-feira, julho 12, 2012

É campeão! Palmeiras vence a Copa do Brasil 2012

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O empate de 1 a 1 no Couto Pereira diante do Coritiba na noite de quarta-feira, 11, garantiu o título da Copa do Brasil 2012 para o Palmeiras. O campeão invicto da competição fica com a vaga para a Taça Libertadores da América garantida.

É a primeira conquista desde o Paulistinha de 2008. A primeira relevante desde a Libertadores de 1999 e da Copa do Brasil de 1998. Uma fila modesta comparada e até difícil de contar, perto da vivida nos longos anos 1980. Mas igualmente trágica diante de rivais do estado viverem tempos bem mais fartos na primeira década dos 2000.

Depois de um 2 a 0 no improviso na Arena Barueri, o time de Luiz Felipe Scolari cozinhou em banho-maria o empate na casa do adversário. Com muito mais consciência e coesão na marcação do que na partida anterior, a equipe visitante jogou bem, e contou com a falta de ação do time da capital paranaense.

O gol de falta de Airton, aos 16 do primeiro tempo, foram logo neutralizados com o empate, da incógnita Betinho, em cobrança de falta de Marcos Assunção, o necessário.

Manco, raçudo e correria

No palco da sova de um ano atrás, o resumo do time de Felipão foi o desempenho de Luan. O camisa 11 estava no banco, ainda sem recuperar a condição de titular e homem de confiança do treinador. Foi ao gramado mas, logo, sentiu dores musculares na coxa esquerda.

Três substituições haviam já sido feitas -- duas delas, aliás, por outras contusões. Resultado: Luan permaneceu em campo mesmo sem condições de atuar. Mancando, correu muito, puxou contra-ataques, fez lançamento... Jogou melhor do que em muita ocasião anterior, melhor do que em partidas em que estava inteiro fisicamente.

A raça, sem brilho técnico: é o resumo. O time é melhor do que o de 2011, mas nem o talento individual de Marcos Assunção, Henrique e Valdívia chegam a polir o futebol apresentado. Essa turma é decisiva quase o tempo todo. Mas Mazinho, Betinho e Juninho, promissores, também decidiram. O time venceu mais na aplicação tática e defensiva, mais na raça e na correria.

Foi o suficiente para ser a melhor campanha em 17 anos de competição. O segundo invicto a levar o caneco. Pelas contas da CBF, é o 11º título nacional do Palmeiras.

Tudo muito diferente dos anos 1990. Mas bom do mesmo jeito.

É bom ser campeão.

domingo, julho 08, 2012

Timão deixa escapar vitória imerecida sobre o Sport

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Em justa ressaca pela conquista da Libertadores, o Corinthians liberou todos os titulares da partida deste domingo contra o Sport, em Recife, inclusive Tite. Foi a campo o mesmo time que venceu o Palmeiras fim de semana passado.

Feito o exercício de relembrar as recentes conquistas (sim, não vou oparar da dizer campeão invicto da Libertadores tão cedo), o fato é que o Timão deixou escapar uma vitória que não merecia na partida de hoje, e demonstrou os mesmos problemas de outros jogos da equipe "alternativa", como preferem hoje os narradores.

O primeiro tempo foi todo do Sport, que dominou o meio de campo, impediu o Corinthians de jogar e criou boas chances. O Alvinegro pecava na saída de bola, com a dupla de volantes William Arão e o improvisado Marquinhos errando muito no passe e na marcação. Douglas também estava mal, errando muito passes, bem como Romarinho e Ramirez. Em resumo, jogamos mal.

A segunda etapa mostrou melhora do Timão, que equilibrou a partida e acertou o meio de campo. Algumas chances foram criadas, mas o pessoal responsável pela criaçaõ continuava meio mal das pernas. Até que, lá pelos 30, Douglas dá um passe a altura das expectativas que deposito em seu futebol: vê Marquinhos passando pela direita e, de calcanhar, lança o garoto, que cruza na medida para LIedson abrir o placar. Perceba que essa deve ter sido uma das primeiras jogadas de infiltração de um dos volantes, e justamente do zagueiro de origem.

Pouco depois, aos 30 e poucos, o meia Felipe Azevedo recebeu dois cartões amarelos por reclamação e dirigiu-se ao chuveiro. A partida parecia encaminhar-se para uma vitória fácil, e o técnico reserva Carlos Xavier parece ter acreditado de verdade nisso, pois aos 42 minutos tirou Romarinho para a entrada do zagueiro Felipe.

Foi a senha para a zica: o time recuou, uma bola perdida por sei lá no meio campo, um drible de Roberson em cima de Wallace, um pulo meio furado de Júlio César (que fazia uma excelente partda a seu modo, com boas defesas e bolas largadas na área), e o Sport empatou.

Aí o técnico tira Ramon para botar o centroavante Elton. Um pouco tarde, no entanto. Continuamos na zona de rebaixamento, com 7 pontos. Mas o campeonato é longo e vamos ver o que acontece.

sexta-feira, julho 06, 2012

Para este chinês, não existem barreiras... Ou existem muitas

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O fato aconteceu nos Jogos Universitários chineses. Um atleta que disputava os 110 metros com barreiras, após não conseguir saltar dois obstáculos, resolveu simplesmente não saltar mais. Ainda acabou com a corrida do colega da raia ao lado... Lambança de nível:



Via Furo MTV

Um 2 a 0 em que quase tudo deu certo na Copa do Brasil

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O primeiro jogo da final da Copa do Brasil 2012 acabou em surpreendentes 2 a 0 para o Palmeiras diante do Coritiba, na Arena Barueri. Surpreendente porque os visitantes eram melhores em campo no primeiro tempo na noite de quinta-feira, 5. Porque o azar de ficar sem Barcos virou sorte e segurança de Bruno na guarda da meta, dentro de campo. Porque Valdívia marcou, mudou a história do jogo, e foi expulso em lance besta. Porque o time paranaense reclamou muito de um pênalti explícito. E porque o Palmeiras esboçou disposição excessiva em se defender ainda no primeiro confronto.

Folga talvez só no placar. E o chavão do futebol é explícito: 2 a 0 é um placar perigoso. Embora a resposta igualmente óbvia seja um sarcástico "perigoso para quem, mesmo?", o retrospecto entre os dois times em Copas do Brasil dá um pouco mais de razão para o lugar-comum. É que no ano passado, quando os mesmos Luiz Felipe Scolari e Marcelo Oliveira ocupavam postos de treinadores dos times, o Coxa deu uma sova no alviverde paulistano, com atordoantes 6 a 0.

Só Thiago Heleno e João Vitor estiveram do lado palmeirense em 2011; seis do Coritiba continuam por lá. Mas que nada disso se repita. 

Sem Barcos, operado por apendicite e homenageado por Valvívia, sem Henrique, substituído por Marcio Araújo, o time de Felipão jogou pouco para conseguir o placar que fez. Só não foi tudo perfeito porque Maikon Leite perdeu uma chance clara no final de fazer um improvável terceiro.

Desde 1999 sem títulos importantes, desde 2008 sem trazer caneco nenhum, os atletas do Palmeiras comemoraram muito ao final do jogo. Um pouco mais do que deveriam, porque tem a partida de volta. E porque a equipe precisa de mais bola até para jogar pelo regulamneto no Couto Pereira, no dia 11.

quinta-feira, julho 05, 2012

Vai, Corinthians! Campeão invicto da Libertadores 2012

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São 2h26 e as buzinas não param de tocar. Meu irmão manda uma mensagem, amigo liga de Junqueirópolis. Na Augusta, o grito ecoa, como ecoou o dia inteiro. Inescapável. Em todo lugar se ouviam os rojões e a inevitável frase. Vai, Corinthians.

E viemos. Invictos por um longo caminho, que passou pelo golaço de Ralph na estreia. Pelo gol de Paulinho (monstro!) e pela defesa de Cássio contra o Vasco. E pelo campeão anterior, que conta com o melhor jogador do hemisfério. Perdeu em casa, com direito a golaço.

Em todas as etapas, novo desafio. "O desastre do Tolima", "O trauma das oitavas", "nunca venceu um campeão de Libertadores", "nunca venceu um tricampeão da Libertadores", "nunca venceu um hexacampeão da Libertadores". É.

Corinthians tem dessas. Minha mãe sempre fala: "Corinthians, quando só precisa do empate é que perde". Pois nessa, como em outras, foi sempre o patinho feio. Favorito, só contra o Emelec. Melhor assim, pelo jeito. Pessoal gosta mesmo é de subverter expectativas.

Meu maior medo era o Santos, confesso. Ou ainda, Neymar, em uma equipe com mais organiação coletiva que no ano passado.

No dia, a caminho do almoço, um amigo palmeirense perguntou para o companheiro Glauco e eu "como estava a ansiedade". Os dois concordamos: "estou tentando não pensar no jogo, para poder pensar em outra coisa". Foi quase impossível, no entanto.

Aqui, minhas críticas constantes ao estilo retranqueiro do time comandado por Adenor Tite já tinham ido para o espaço. A partir do primeiro jogo contra o Santos, a imagem que melhor descrevia meu espírito nerd-alvinegro era o discurso do rei Theoden, no terceiro episódio do Senhor dos Anéis:

"Levantem-se! 
Levantem-se Cavaleiros de Theoden! 


Lanças se agitarão, escudos se partirão! Um dia de espadas! Um dia vermelho até que o sol nasça!


Cavalguem... Cavalguem... Cavalguem! Cavalguem pela ruína e pelo fim do mundo!


Morte! Morte!"

Aqui, amigos, era guerra. Até o fim do mundo.

Na Vila, um primeiro tempo impecável, sem deixar o anfitrião ver a bola. Coroado com o golaço de Sheik, homem para se contar nas horas difíceis. Na volta, empate e classificação.

E vencemos, pois. Aquele que é de fato - ainda que não mais de direito - o melhor time das Américas.

No outro jogo, disputavam Universidade de Chile, de seguidas participações positivas no torneio, sempre exaltado por seu futebol ofensivo e efetivo, e ninguém menos que o famigerado Boca Juniors. O temido Boca, morador da abissal Bombonera, senhor das terras de América durante a maior parte dos últimos anos, hexacampeão do torneio, ansioso por destronar seu compatriota Independiente e sagrar-se campeão absoluto do certame.

Meu cerérebro via uma disputa equilibrada. De resto, não havia em mim nenhuma sombra de dúvida de que nosso adversário na final seria o Boca.

Primeiro jogo na temida Mordor dos times brasileiros, que já havia tragado Palmeiras, Grêmio e Santos na final do campeonato continental. La Bombonera.

Um jogo pegado (Morte!) e sem grandes chances para nenhum dos lados, com um Corinthians errando passes demais. Num escanteio, o medo. O único momento em que o Corinthians esteve eliminado no torneio. Um a zero Boca, e as sombras se estendiam.

Mas rapidamente, eis que surge um jovem vindo do banco de reservas. Romarinho, nome ilustre, recebe passe de Emerson, o Sheik, e não pisca. Toquezinho de leve por cima do goleiro. Herói improvável. A batalha final será em casa.

Passo a semana inteira tentando manter afastado o jogo. Até chegar ao dia, à fatídica quarta-feira. Já de manhã, fogos estão no ar, cada pipoco lembrando o que virá de noite. O colega Valdemar, porteiro do prédio, manda um "é hoje". Subindo a rua, as camisas vão surgindo, ocupando a paisagem.

Chegamos então ao começo desse texto.

Era inescapável. Pela janela do trabalho, pela internet, na hora do almoço. O grito estava lá. "Nossa bandeira vai cobrir toda a cidade", disse a Gaviões. Acertou. A cidade era nossa.

No fim do dia, voltando para casa, as camisas estão em todos os lados. O grito, sempre ele, surge de sabe lá onde. Uma bomba explode na descida da Augusta e um corintiano manda lá o grito, complementado por um "susto da porra!" Quem soltou a dita bomba, diga-se, foram quatro outros alvinegros.

Não há como manter a mesma tensão, o mesmo preparo das semifinais. Dane-se que é o Boca. Aqui, o estádio é nosso, a torcida é nossa. A cidade é nossa.

Controlo a sensação, espanto o "já ganhou". Mas a vida na cidade é linda demais para se ignorar. Liga meu pai: "se tudo der errado, essa festa já está maravilhosa".

"Neste dia, nós lutamos!", resumiu Aragorn, na batalha final do supracitado Senhor dos Anéis. E lutamos. Com menos erros de passe que na Argentina, não deixando grande espaços para o Boca e controlamos o jogo.

Dias antes, um amigo havia dito: "Não quero emoção! 1 a 0 no primeiro tempo, 2 a 0 no segundo e a gent comemora!" Não aconteceu. Primeiro tempo em branco, e começo a pensar em prorrogação, em pênaltis.

Então, eis que surge, já na segunda etapa, Emerson, o Sheik, o Saladino. Recebe passe de calcanhar de Danilo (salve, Doutor!) e chuta para o gol. Gol. A quantidade de palavrões que a leitura labial permite não expressa minha sensação.

O segundo vem de bola roubada, também por ele, este salteador dos desertos. Roubou, correu e meteu no canto. 2 a 0. Em cima do Boca. Na final da Libertadores.

.......

São 4h21 da manhã e as buzinas não param. O grito, inescapável, não pára, não pára, não pára. "Vai, Corinthians!", grita toda São Paulo. De Mauá, meu pai liga: "Ver esse time ganhar é muito bom, porque não só eu fico feliz, mas toda essa gente fica feliz". Meu Timão nunca parou de lutar e venceu.

"América, bem vinda à favela", disse faixa levada pela torcida. Nada mais justo.

PS.: Merece destaque aqui a impresionante mostra de convivência pacífica e democracia dada pela minha amada santista Débora, com quem assisti aos dois jogos das semifinais. Sem zombaria, sem xingar jogador do adversário, sem gritar gol na cara do outro. Episódio para guardar.

PPS.: Agradecemos a compreensão pelo misticismo exacerbado do último período. Valeu a pena, vá!



* Foto do pessoal do Impedimento, tem outras muito boas aqui.

domingo, julho 01, 2012

O gol mais bonito do campeonato

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São apenas sete rodadas e não vi todos os gols do Brasileirão, mas a jogada do garoto Bernard com dois chapéus na linha de fundo e o cruzamento para o gol de voleio do Jô é daquelas jogadas que valem mais que os três pontos. Para mim, até agora, o gol mais bonito do Brasileirão.

Claro que os três pontos, jogando na casa do Grêmio, valeram pela dificuldade. Não vi os números, mas o Grêmio deve ter ficado uns 70% do tempo com a bola, sufocou o tempo todo, mas  teve poucas chances de gol. O Galo ficou fechado atrás e saiu no contra-ataque, em que acabou perdendo pelo menos mais umas três chances. Méritos de Marcelo Grohe, o novo titular do gol gremista com a venda de Victor para o Galo. Goleiro que vai chegar num momento bom da defesa atleticana, a melhor do campeonato. Tomou apenas três gols em sete partidas.

Claro que é muito cedo para comemorar a liderança alcançada, mas para quem nos últimos anos só olhava o final da tabela é um alívio. Nas minhas contas, agora só faltam 29 pontos para escapar do rebaixamento. Mas o que chama a atenção nesse time é a vontade com que todos estão jogando. Parece que mais que qualidade técnica, Ronaldinho Gaúcho trouxe confiança ao time. Garotos que antes eram vaiados agora fazem jogadas como a de Bernard hoje. Que o garoto de 19 anos aprenda a ousadia de quem não joga tanto mais, mas um dia foi o melhor do mundo.



FICHA TÉCNICA
GRÊMIO 0 x 1 ATLÉTICO
Motivo:
 Campeonato Brasileiro – 7ª rodada
Data: 1/7/2012
Hora: 18:30
Estádio: Olímpico
Gol: Jô (26’)
Público pagante: 29.137
Renda: R$ 695.960,00
Cidade: Porto Alegre (RS)
Árbitro: Paulo César Oliveira (Fifa-SP)
Cartões amarelos: Serginho, Jô, Leandro Donizete (Atlético); Vilson, Fernando (Grêmio)
Cartão vermelho: Anderson Pico (Grêmio)
Grêmio
Marcelo Grohe; Edílson (Tony), Vilson, Gilberto Silva, Anderson Pico; Fernando Souza (André Lima), Zé Roberto e Léo Gago (Rondinelly); Kléber e Marcelo Moreno. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Atlético
Giovanni; Serginho (Marcos Rocha), Leonardo Silva, Rafael Marques e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete, Bernard (Richarlyson) e Ronaldinho; Danilinho (Escudero) e Jô.  Técnico:Cuca.

quinta-feira, junho 28, 2012

Só para secadores: sete motivos para acreditar e torcer para o Boca

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O primeiro jogo da final da Libertadores da América ocorreu na quarta-feira, 27, com um empate de 1 a 1 para o Corinthians diante do Boca Juniors, em plena La Bombonera. O resultado traz importante vantagem para a equipe alvinegra que se aproxima, como nunca, de uma conquista inédita.

Os corintianos do Futepoca alegam, provavelmente com razão, motivações místicas para não se pronunciar. Todo mundo aqui respeita. Mas também se aproveita.

Em um cenário em que o Itaquerão é erguido para a Copa do Mundo de 2014, sediada no Brasil, a equipe paulistana pode ver cair por terra dois dos principais motivos de gozação por parte dos rivais. Para secadores de plantão, mesmo os mais céticos quanto ao potencial do escrete auriazul de Riquelme e cia, vislumbrar o time sem estádio e sem Libertadores com uma arena e caneco nas mãos em um intervalo de dois anos vai demandar ampla criatividade para tirar sarro.

Então, como a esperança de secador é a única que morre, para manter a coerência de quem já fez isso antes e porque troça boa é troça feita, ainda há uma semana para:

Sete motivos para (ainda) torcer para o Boca Juniors.

Secadores do Brasil estão mobilizados

1) Porque não há plano B
A semana pode ser a última do Corinthians sem Libertadores. A gravidade do momento não permite dúvidas: é preciso secar. E agir com afinco. Vale mandinga, pé de coelho, folha de arruda, vela para o santo... Vale superstição barata, elaborada, requintada, metafísica... Pode até se programar para assistir jogo no bar do Minhoca para ver se o retrospecto rende.

2) Porque o Boca conta com a maioria dos torcedores brasileiros
Por mais que a torcida corintiana se vanglorie de sera segunda maior do país, a maioria da população brasileira torce para outros times. E, por consequência, seca o Corinthians nesta empreitada

3) Porque o Boca quase nem é argentino
Santistas, palmeirenses, são-paulinos, colorados, gremistas, flamenguistas, vascaínos, botafoguenses e apaixonados torcedores de todas as colorações, naturalidades, crenças e raças já estiveram antes ao lado do Boca Juniors. Até os corintianos já quiseram bem ao time argentino, em 2000 e 2001, por exemplo, quando Riquelme desbaratou o Palmeiras ou em 2004, quando o Santos foi a vítima. Então, se tanta gente brasileira está torcendo ou já quis bem à agremiação radicada na pátria de Cristina Kirchner e Diego Armando Maradona, ela nem é tão argentina assim. É quase verde amarela, oras!

4) Porque não daria para trabalhar no dia seguinte
Uma eventual vitória do Corinthians no segundo jogo da final vai tornar todos os ambientes de trabalho, de estudo, de convívio insuportável. Onde houver corintiano, habitará um sorriso e uma felicidade jamais vista na história da República. E tudo isso para uma minoria da população (já que a maioria torce para outros times)! O governo brasileiro tem feito das tripas coração (e da arrecadação de impostos, isenção) para fazer a economia crescer e reagir, no segundo semestre, ao desaquecimento global. Se a maioria não vai conseguir trabalhar, como é que o país poderá produzir riqueza e renda para crescer? É um risco grande demais para o país.

5) Porque a Libertadores perderia o sentido
Muitos corintianos disseram e repetira, nos últimos 20 anos -- desde que o São Paulo faturou a competição -- que o campeonato continental só existia para o Corinthians vencê-lo um dia. O egocentrismo ímpar não tem razão de ser, mas guarda uma pontinha de sentido se considerado que a graça da disputa vai diminuir. Celebrar presença em uma competição tinha um gosto de poder descascar um rival que ainda não tinha a conquista no currículo. Se isso mudar, diminuem as motivações.

6) Porque Tite será alçado ao estatuto de maior técnico da história do Corinthians
Virou jargão da crônica esportiva dizer que se trata "do jogo mais importante da história do Corinthians em seus 102 anos de história. Em tempos de supervalorização de treinadores, o "responsável" pelo feito vai acabar recaindo sobre o "professor". O homem no banco de reservas vai receber todos os louros de uma eventual vitória (toc, toc, toc, batam na madeira, por favor). Uma equipe que já foi comandada por Formiga, Mário Travaglini, Rubens Minelli e tantos outros, terá em Tite o maior expoente na galeria de treinadores. Até um ano atrás, muito corintiano não tolerava ouvir falar no nome do moço. Agora, terá de conviver com ele no hall da fama, como "O" maior. Durmir-se-á com um barulho desses?

7) Porque os maias não podem estar certos
Segundo o calendário maia, em 2012 o sol entra em nova fase. Para muitos, é sinal de que o fim dos tempos está próximo no planeta Terra. Para outros, sinal de que o mundo entra em nova fase. Teve até filme sobre isso. Como ninguém aqui anda muito disposto a pensar em arrebatamento, cataclismos e outros ciclos viciosos de destruição planetária, é melhor torcer para que o maior número de coisas aconteça como em anos anteriores. Isso aplica-se, é claro, ao futebol e à Libertadores da América, né não?

Tranquila, só Yaya

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Esposa do amigo e grande músico Peter Pas, a harpista Soledad Yaya é a única campeã antecipada da América: torce pro Boca e pro Corinthians. Só ela tem paz em casa.

terça-feira, junho 26, 2012

A queda de Leão e a reflexão de Juvenal Juvêncio

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"O Brasil não é muito brilhante em técnicos. É muito penoso contratar técnico"
(Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, ao justificar a demissão de Emerson Leão. Pode-se trocar a palavra "técnico" por "cartola" também?)

segunda-feira, junho 25, 2012

Tudo ajudou, até o juiz.

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A estreia de Ronaldinho Gaúcho em Belo Horizonte, no último sábado, parece ter sido uma vitória fácil, por 5 a 1. Engano. A Galo saiu à frente com menos de 5 minutos de jogo com um gol do questionado Bernard (porque perdeu gol contra o São Paulo), mas poucos minutos depois o Náutico chegou ao empate e deu uma canseira danada em contra-ataques.

O jogo só ficou mais fácil quando o árbitro deu um pênalti inexistente para o Galo, pois não houve falta e se ocorresse seria fora da área. Ronaldinho bateu quase no ângulo e fez seu primeiro gol pelo Atlético. Danilinho marcou na sequência, fez mais um no segundo tempo e a goleada foi fechada com o quinto gol de Escudero.

Além da ajuda do juiz contou muito também a animação dos mais de 16 mil torcedores num jogo às 21h de sábado (alguém consegue me explicar o por quê desse horário?). E a correria do time, que mesmo num momento ruim após o empate não deixou de criar várias jogadas, mesmo correndo o risco do contra-ataque. E o alto acerto nas finalizações, ao contrário dos últimos jogos, em que se criava demais e marcava  pouco.

O  time do Náutico também é melhor do que se imagina, com o lateral Lúcio e o volante Martinez (ex-Palmeiras), Araújo (ex-Goiás) e outros bons jogadores. Domingo que vem tem pedreira contra o Grêmio.

Agora a surpresa, para mim, na rodada foi a derrota do Vasco para o limitado time do Cruzeiro. Com a vice-liderança do Galo, tenho pelo menos dois motivos para secar o Celso Roth.

P.S. Não escrevi sobre a derrota para o São Paulo pelo simples fato de estar viajando e não ter visto o jogo..


FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO 5 x 1 NÁUTICO
Motivo: Campeonato Brasileiro – 6ª rodada
Data: 23/6/2012
Estádio: Independência
Cidade: Belo Horizonte (MG)
Gols: Bernard (2’), Araújo (13’) Ronaldinho (33’), Danilinho (35’) (52’), Escudero (92’)
Público: 16.367
Renda: R$ 601.905,00
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Auxiliares: Alessandro Rocha Matos (Fifa/BA) e Anderson Moraes Coelho (SP)
Cartões amarelos: Serginho, Leandro Donizete, Leonardo Silva (Atlético); Ronaldo Alves, Rhayner (Náutico)

Atlético
Giovanni; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Rafael Marques e Júnior César; Leandro Donizete, Richarlyson (Serginho), Bernard (Escudero) e Ronaldinho; Danilinho e Jô (André). Técnico: Cuca.

Náutico
Felipe, Alessandro (Kim), Márcio Rosário, Ronaldo Alves e Lúcio; Elicarlos, Souza (Ramirez), Martinez e Derley; Rhayner e Araújo. Técnico: Alexandre Gallo.

Paulistano, prepare-se! O jingle-chiclete de Serra ou a praga do "Eu quero tchu, eu quero tcha"

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Pior legado de Neymar à cultura brasileira, a música "Eu quero tchu, eu quero tcha", do duo sertanejo João Lucas e Marcelo, servirá aos propósitos da política paulistana ao se metamorfosear em um jingle para a campanha do candidato do PSDB, José Serra. A versão “Eu quero Serra, eu quero já” foi apresentada ontem na convenção que confirmou o ex-prefeito como postulante tucano.


O expediente de usar músicas de sucesso grudentas para fixar refrões na cabeça do ouvinte incauto não é novo. Aliás, o atual alcaide, Gilberto Kassab, usou a música "Sorria, Sorria", de Evaldo Braga, em sua campanha, em 2008. Se você esqueceu o jingle, ouça aqui. Outra inspiração na campanha kassabista de 2008 é o boneco inflável de José Serra, essa peça de bom gosto que você pode conferir abaixo. Kassab surgiu com o "Kassabinho", figura infantil e simpática, feita para alegrar e politizar (só que não) crianças São Paulo afora. Serra já havia usado o expediente em 2010, sem muito sucesso, nas eleições presidenciais. Mas parece que os paulistanos gostam mais de brincar...


Fofo esse Zé Serra, né?


Ouça aqui, o "Eu quero Serra, eu quero já" (por sua conta e risco).