Destaques

terça-feira, outubro 09, 2012

Dez fatos curiosos sobre as eleições de 2012

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Decisão nos pênaltis

Na cidade paulista de Bananal, próxima à divisa com o Rio de Janeiro e famosa por suas cachoeiras e trilhas, dois candidatos conseguiram exatos 1.849 votos cada um, ficando em primeiro lugar na disputa pela prefeitura local. Na impossibilidade de baterem penalidades ou decidirem a sorte do município na moedinha como em pelejas de futebol, o critério adotado para esse tipo de situação é determinar a vitória do candidato mais velho. Isso deu a prefeitura local a Mirian Bruno (PV), que derrotou o candidato Peleco (PSDB).

Também no interior de São Paulo, em Bragança Paulista, a corrida para a prefeitura foi acirrada. Dentro de um universo de 93 mil eleitores que compareceram às urnas, o candidato do PT, Fernão Dias, derrotou Renato Frangini (DEM), por meros 21 votos. O derrotado provavelmente não conseguiu dormir à noite.

Boleiros sem sorte

Muitos ex-jogadores, dirigentes e pessoas ligadas ao futebol tentaram se eleger no último domingo. Em São Paulo, o Corinthians teve diversos representantes como Marcelinho Carioca, Dinei, Vovó da Fiel e o comentarista esportivo Chico Lang. Nenhum deles se elegeu. Segundo Chico Lang, “a Fiel torcida rachou entre eu, Marcelinho Carioca, Dinei e a querida Vovó”. “A Vovó teve 4 mil votos, o Dinei 9 mil, eu 12 mil e o Marcelinho 20 mil. Somados davam a conta certa para um vereador se eleger independente do majoritário, no caso o prefeito”, desabafou em seu blogue. O ex-palmeirense Ademir da Guia também ficou fora, enquanto o são paulino Marco Aurélio Cunha garantiu sua reeleição pelo PSD, recebendo 40.130 votos.

Outros foram mais bem sucedidos que os corintianos. Paulo Rink e Washington, ambos ex-Atlético-PR e também com passagem por diversos clubes, se elegeram vereadores em Curitiba e Caxias do Sul. Tupãzinho, “amuleto” e herói da Fiel no Brasileiro de 1990 também chegou à câmara em Tupã. Sua receita de sucesso, segundo disse ao Uol, incluiu "churrasco e cerveja". “Tive que participar um pouquinho [de churrascos e cervejadas]. Às vezes eu não queria, mas tinha que tomar umas”, afirmou. “Mas foi legal, engordei uns 4 kg. Não tem jeito, tinha que participar disso tudo...churrasco, janta, salgadinhos para 15 ou 20 pessoas, e cerveja.” Também saíram vitoriosos nas urnas Tarciso, ex-meia do Grêmio, eleito em Porto Alegre, e Vandick, ex-atacante do Paysandu, em Belém.

O mais jovem

Vem do Ceará o prefeito mais jovem eleito no Brasil. A cidade de Chaval escolheu Pacheco Neto (PSD), com recém-completados 21 anos (idade mínima para ser diplomado prefeito), para comandar a cidade por quatro anos. Nesse caso, ser jovem não significa necessariamente o “novo”, já que o eleito conta com o apoio da tia e atual prefeita, Janaline Pacheco (PDT), e também é filho de um outro ex-prefeito, Paulo Pacheco, que foi condenado pela Justiça a cinco anos e três meses de prisão por desvio de recursos federais.

A mais jovem

Já na eleição para vereador, a estudante Gislaine Ziliotto recebeu 335 votos e, com 17 anos, chegou à câmara do município de Ipê, na serra gaúcha. A jovem petista faz 18 anos em 1º de janeiro de 2013, a idade mínima para um vereador tomar posse. É filha de um político local e, entre suas bandeiras, está a de construir um distrito industrial para evitar a migração de jovens do município.

Prefeito mais velho

O alcaide mais velho do Brasil vem da terra natal do parceiro Menon. Tião Biazzo (PMDB) tem 89 anos e obteve anteontem seu sexto mandato na cidade de Aguaí (SP). O primeiro mandato do peemedebista foi conquistado em 1960, quando ele tinha 37 anos. Sem dúvida, uma longa carreira...

Muitas eleitoras, uma vereadora 

O eleitorado feminino representa aproximadamente 52% do total de votantes em Belo Horizonte e, dentre os 1.287 candidatos a vereador na cidade, 397 (30,85%) eram mulheres. Mesmo assim, o município elegeu uma vereadora apenas entre as 41 vagas da câmara municipal. Elaine Matozinhos, do PTB, obteve seu terceiro mandato, mas se surpreendeu com o fato de não ter outra vereadora no parlamento local. “Eu tenho que confessar que eu estou ainda meio atordoada com esta história. É uma coisa que nós vamos ter que estudar muito, saber por que, qual a responsabilidade, inclusive dos partidos políticos. Os partidos também têm responsabilidade nisso ai”, disse ao G1.

A internet e a vereadora mais votada das capitais

E veio do PSTU a mais expressiva votação proporcional de um vereador entre as capitais brasileiras. Amanda Gurgel, de Natal, obteve 8,6% dos votos válidos para vereador na capital potiguar e, com sua votação, elegeu mais dois candidatos da coligação que tem também o PSOL.

Para quem não lembra, Amanda é a professora que aparece em um vídeo postado no YouTube que hoje já soma mais de 2,250 milhões de visualizações. Ali, ela fala sobre a atual situação da educação no Rio Grande do Norte, sem papas na língua. O imediato sucesso do vídeo a levou a participar de diversos programas na mídia e o resultado das suas convicções e da sua indignação apareceu nas urnas.

Nem sempre a internet funciona... 

Mas se a internet e as redes sociais originaram a candidatura da vereadora mais votada do país, não funcionaram para a tucana Dani Schwery. Ela ficou famosa primeiro por “exorcizar” um personagem petista neste vídeo, que alcançou até agora pouco mais de 115 mil visualizações (tá certo que o Futepoca conseguiu mais que isso com esse vídeo aqui, mas somos modestos...). Depois, prosseguiu polemizando nas redes sociais. Nesta entrevista, declarou: "O PT faz uma ode à pobreza, e eu não gosto disso. Aí vão falar que eu sou burguesa. Mas não tenho que comprar a ideia que a pobreza é legal. É uma m... É como o corintiano que se chama de maloqueiro. Me revolto com isso".

O discurso repercutiu, mas não se transformou em resultado na urna. A candidata teve 507 votos e foi a quarta menor votação do PSDB em São Paulo.

O pequeno que cresceu

Entre os dez maiores partidos somente PSB e PT cresceram em número de prefeituras conquistadas, sendo que outro destaque foi o estreante PSD, detentor do quarto maior número de alcaides eleitos. O PSOL também elegeu seu primeiro prefeito em Itaocara, interior do Rio de Janeiro, mas, entre os pequenos, quem mais cresceu proporcionalmente em número de eleitos foi o PTdoB, que passou de oito para 26 prefeituras, um aumento de 225%.

Para quem não sabe, o PTdoB é o partido pelo qual se candidatou a Mulher Pera, e que em São Paulo era aliado de Celso Russomanno. A propósito, a modelo não conseguiu se eleger vereadora, fracassando junto com seu candidato a prefeito.

Mesário relaxado

Em Curitiba, um mesário resolveu sair um pouco da sua seção, encostou na porta do colégio e, decidido a relaxar diante do dia estressante que viria, sacou um cigarro de maconha para fumar. O rapaz de 21 anos foi detido por um policial e encaminhado ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), mas acabou liberado por não ter cometido crime eleitoral. Mais sobre o caso aqui.

quinta-feira, outubro 04, 2012

Utilidade pública em tempos de calor

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Com temperaturas dignas de verão no inverno e dias quentes de primavera, geralmente a gente quer que aquela cerveja comprada no supermercado fique gelada mais rapidamente. Mas, sabe como é, às vezes acabamos deixando tempo demais no congelador (principalmente se você tirar uma sonequinha) e perde-se a gelada.

Contudo, se isso acontecer com você, nem tudo pode estar perdido. A dica veio pelo Twitter da Isis Rosa e faz parte da edição de setembro da Pesquisa Fapesp. Tentem em casa e depois digam o resultado.

Até quando?
Muita gente já passou pela frustração de tirar uma cerveja do congelador e vê-la solidificar-se diante dos olhos. Para evitar que isso aconteça, muitos pegam a garrafa pela ponta ou a põem debaixo de água corrente e, depois disso, dão uma chacoalhada. Para saber o que fazer, basta entender a física por trás do incidente. A cerveja no congelador esfriará aos poucos e, se a geladeira não vibrar, pode atingir uma temperatura mais baixa que a de congelamento, 
o sobrerresfriamento. Estáticas no congelador, as moléculas não têm orientação para passar ao estado sólido. “É como se fosse um batalhão, que para saber como se perfilar precisa estar de frente para o chefe”, compara o físico Luís Carlos de Menezes. 

O que indica o alinhamento para as moléculas é o movimento brusco de retirada do congelador, agravado pelo susto de ter esquecido a cerveja tempo demais. “O gesto, ou o calor da mão, dá essa direção”, explica. Com isso o líquido expande, já que o estado sólido ocupa mais espaço do que o líquido, e muitas vezes a garrafa (ou lata) explode. Para beber uma cerveja bem gelada 
e líquida, o melhor é retirá-la do congelador evitando qualquer sacudidela ou toque de mão aberta e deixá-la numa superfície estável até que chegue 
à temperatura acima da de congelamento.

PS: Para tratar desse problema em formato de garrafa, no saudoso Bar do Vavá uma tática usada, baseada no conhecimento empírico da Física, era segurar com uma mão na ponta da garrafa e circular dois dedos no fundo da dita cuja durante alguns segundos. Se a situação não fosse crítica, funcionava.

Maringoni, sobre o julgamento do Mensalão

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Do jornalista e candidato a vereador pelo PSOL em São Paulo, Gilberto Maringoni, em seu Twitter:


quarta-feira, outubro 03, 2012

Na reta final, voto útil entra em cena em São Paulo

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Voto útil, tático ou estratégico. O nome pode mudar, mas o objetivo desse tipo de escolha é evitar que um candidato do qual o eleitor não gosta vença ou avance para o segundo turno. E essa figura que já determinou vitórias às vezes inesperadas já é, novamente, personagem central em alguns dos confrontos municipais, entre eles, o de São Paulo.

As últimas pesquisas do Ibope e Datafolha mostram Celso Russomanno em queda, mas ainda como um dos favoritos a ir para o segundo turno. Claro que o cenário pode mudar até sábado, mas, por enquanto, o voto útil vai ser assunto.

Haddad buscou, nos últimos dias reforçar a imagem de que seria o único capaz de derrotar um recém-demonizado Russomanno no segundo turno, dada a alta rejeição de José Serra nas pesquisas. O tucano não apelou diretamente para o argumento de tirar o PT do segundo turno para buscar votos, mas continuou com sua cantilena antipetista, posição quase histórica do tucano e reforçada agora.

Chalita pregou em seu último programa eleitoral justamente contra o voto útil. E bateu em Serra mais do que em Haddad e Russomanno, para evitar uma possível migração de votos na reta final, justamente quando sua candidatura ganhou musculatura ao retirar votos do líder das pesquisas. O peemedebista sabe que pode ser o fiel da balança na decisão e quer aumentar seu cacife. Russomanno, por sua vez, confiante de que estará no segundo turno, escolheu seu rival predileto: vem batendo em Haddad para evitar perder votos na periferia para o petista e tentar enfrentar Serra e sua rejeição, que varia entre 40% e 45% de acordo com o instituto de pesquisa, no turno final.

Clássicos do voto útil

Covas: voto útil lhe deu duas vitórias
As eleições definidas no primeiro turno tornavam os movimentos de eleitores na última hora muito mais frequentes. Em 1985, Fernando Henrique Cardoso, então no PMDB, apelou para a tese, tentando tirar votos do terceiro colocado, Eduardo Suplicy, para evitar a vitória de Jânio Quadros, hipótese que causava calafrios a uma já medrosa Regina Duarte. Não deu certo e a prefeitura acabou com o folclórico ex-presidente.

O campeão da rejeição que sempre sofreu com o expediente em São Paulo foi Paulo Maluf. Em 1988, parte dos votos que garantiram a vitória de Luiza Erundina certamente entram nessa conta, assim como sua derrotas no segundo turno em eleições para governador de São Paulo, em 1998, para Mario Covas.

A propósito, Covas foi beneficiado pelo voto útil não só nos segundos turnos de 1994 (conta Francisco Rossi) e em 1998, mas também no primeiro turno de 1998. Ali, dois dias antes da eleição, o Datafolha apontava Paulo Maluf com 31% das intenções de voto, Francisco Rossi com 18%, Covas com 17% e Marta Suplicy com 15%. Para evitar um segundo turno entre Maluf e Rossi, muitos eleitores de Marta votaram em Covas, que terminou menos de 0,5% à frente da petista. Ambos ficaram mais de 5% além da votação de Francisco Rossi, um cenário bem distinto daquele indicado pelas pesquisas.

A Bíblia e o incentivo à cultura, segundo José Serra

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"Os evangélicos têm um papel importante, no Brasil, na leitura porque todos os seus fiéis leem a Bíblia. É uma atividade editorial muito intensa, Isso fomenta a leitura, aumenta a cultura e o preparo da população. Esse é um aspecto em geral pouco citado, mas eu valorizo bastante"

(José Serra, via @ALuizCosta, extraído de artigo de Raymundo Costa para o Valor)

sexta-feira, setembro 28, 2012

José Serra e o (des) respeito à imprensa

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Deu no Terra. É sabido que o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, nunca foi tido como um árduo defensor do trabalho da imprensa. São notórias as histórias sobre o tucano pedir a cabeça de jornalistas que lhe desagradam, e hoje ocorreu mais um episódio para sua lista.

Diz o portal que, durante visita ao bairro da Mooca, o tucano se desentendeu com um repórter da Rede Brasil Atual. O tucano disse que pretendia criar "o sistema municipal de ensino técnico" para dar uma "chance" a crianças de "famílias humildes", admitindo que esta ideia que lhe veio à cabeça ali, no momento da entrevista. Após tal comentário, o repórter questionou: "Veio à cabeça agora ou está no seu plano de governo?". Serra quis saber o veículo para qual o jornalista trabalhava e, não obtendo resposta, ameaçou deixar a coletiva. Contudo, parou para ouvir a pergunta de outros profissionais, sem ainda responder ao jornalista.



Já no final da entrevista, o repórter da Rede Brasil Atual voltou a perguntar: "Por que você só responde perguntas favoráveis?" Foi então que o tucano perdeu a linha, xingando o profissional. "Não, eu não respondo pergunta de sem vergonha."

A matéria conta ainda que, antes disso, um integrante do programa de humor CQC questionou o tucano também sobre programa de governo. "Que solução você tem para resolver o problema do trânsito em São Paulo se nem programa de governo você apresentou?". "Eu apresentei o programa de governo", respondeu, antes de completar. "Está na televisão, no rádio, no Tribunal Regional Eleitoral."
O documento ao qual fez referência tem dez páginas e, segundo a matéria, se ocupa em atacar candidaturas de adversários, sendo que, na outra parte, resume algumas propostas sem especificações ou projeções de custos.
Seria José Serra o Muricy Ramalho da política ou falta ao treinador santista pedir a cabeça de jornalistas para se igualar ao tucano?

quarta-feira, setembro 26, 2012

O garçom que enfrentou a tropa de choque da polícia

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Um garçom de um bar em Madri que já faz fama em todo o mundo. Ele impediu que a tropa de choque local chegasse até manifestantes que estavam refugiados no bar em que ele trabalha. Ontem, milhares de espanhois protestaram "cercando" a Câmara dos Deputados em Madri, contra as medidas de austeridade do governo espanhol.

Alberto Casillas Asenjo trabalha em um bar que servelanches e fica em frente ao Museu do Prado, perto da Praça Netuno, onde os manifestantes se concentraram. Segundo o Huffington Post, Asenjo conta que um manifestante ferido, sangrando, se refugiou no estabelecimento e ele escutou uma ordem dada pela polícia para que prendessem o rapaz. "Foi então que lhes disse que não iriam passar. Durante todo o dia, o clima da manifestação foi o mais correto. E digo, a título pessoal, que acho que houve um excesso de força policial terrível."

Segundo a matéria, os momentos de tensão se estenderam por meia hora. Em relação ao fato de usuários das redes sociais terem o chamado de "herói", Asenjo comentou: "Herói é cada pessoa que luta por seus direitos".

As imagens abaixo dizem muito:

 
 


Quem disse que democracia também não se faz (ou se exerce) no bar?

Fotos extraídas daqui, daqui e daqui. Via Twitter do Idelber Avelar.

A regra é clara OU Se você pensa que vodca é aquavit

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A matéria é de destilada relevância, mas recebeu nada além de notinhas despercebidas por aí.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) regulamentou a produção de bebidas alcoólicas no país, definindo o que pode ser chamado do quê.

A regra é clara. E foi publicada no Diário Oficial da União.

A partir de agora, se o mosto (sumo) do vegetal fermentado é logo destilado e submetido a outras formas de separar o álcool das impurezas, trata-se de "destiladas retificadas".

É complicado entender, mas o Estado ajuda você
Se o vegetal usado for semente de alcarávia, a produção é aquavit. Se forem cereais em geral, o goró chamar-se-á "corn". Se a base contiver zimbro, o embriagado há de pedir por "genebra" ou gim ou steinhaeger. Vodca é a branquinha extraída de destilados alcoólicos simples de cereais ou pelo álcool etílico potável.

Em todos os casos, provavelmente, será recomendada moderação.

Açúcar pode; caramelo, só na Genebra. Embora seja vista como remédio para dores de amor mal curadas, "é vedada a utilização de recipientes e embalagens tipo flaconetes, sachês, conta-gotas, spray, ampolas, copos-medidas ou outros que caracterizem os produtos similares àqueles de uso farmacêutico, medicamentoso ou terapêutico".

Como boteco também é cultura, aí vai o momento aula de geografia. Aquavit vem de países escandinavos. A mais famosa versão norueguesa jura ser envelhecida em barris armazenados em navios cargueiros que vão e voltam da Austrália, cruzando a linha do Equador por duas vezes. Steinhegger é germânico; genebra e gim, dos Países Baixos. Zimbro é um arbusto rasteiro da família dos ciprestes e cedros, e alcarávia refere-se à planta que produz a semente kümmel, usada como tempero. Para fugir da botânica, consta que o Aquavit é fermentado da batata na Noruega, Dinamarca e Suécia. No Brasil, a exemplo da Suécia e Alemanha, só vale o tal cominho-armênio. A vodca, diminutivo de água em idiomas eslavos, tem regulamentações distintas, mas é produzida tradicionalmente na Rússia, Bielorússia, Polônia, Lituânia e até nos Estados Unidos.

Qualidade

Para qualquer das levanta-defunto produzidas em território brasileiro será permitido imprimir, no rótulo, expressões como "artesanal", "familiar", "caseiro", "natural", "premium", "reserva" etc. Isso quer dizer que não se pode sequer usar esses termos como parte do nome ou da marca dos produtos. Fica liberada se a palavra se for parte da razão social, mas nada de destaque.

Só faltou a instrução proibir de dizer que é bom, mas aí se estaria versando sobre questão de gosto, que não se discute. Mas fica praticamente verdadeira a sentença: "Ministério da Agricultura adverte: vodca nacional não é premium".

Manguaça cidadão

A medida é um importante passo para uma das frentes do Manguaça Cidadão, projeto de política pública lançado, patrocinado e construído colaborativamente pelo Futepoca com a sociedade. Entre outras medidas, consta a garantia de controle de qualidade dos etílicos consumidos pela população. Saber o que se está bebendo porque é líquido (porque se sólido fosse, come-lo-ia) é um direito do consumidor e do cidadão - sóbrio ou bêbado.

Mais importante do que isso é descobrir que o Manguaça Cidadão tem mais capilaridade no Executivo do que sonhava o devaneio mais entorpecido do mais ébrio momento dos membros desde fórum.

Um brinde aos avanços do Manguaça Cidadão
É que o Ministério possui um "coordenador Geral de Vinhos e Bebidas". Segundo a nota do órgão, Helder Moreira Borges considera que a atualização é um avanço, já que as referidas bebidas eram regulamentadas por uma instrução normativa de 38 anos, de 9 de setembro de 1974. Daquele texto, conhaque, grapa, bagaceira e vinagra já haviam recebido revisão em 1983.

Todo esse tempo de defasagem é mais do que o período de envelhecimento de qualquer uísque que este sóbrio autor já tenha degustado. Mas leis e regras, ao contrário de destilados e fermentados em barris de carvalho, não melhoram com o tempo.

segunda-feira, setembro 24, 2012

Santista, faça as contas, fique feliz e deixe o Ganso jogar

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Claro que a longa negociação que envolveu a transferência de Paulo Henrique Ganso para o São Paulo desgastou não apenas as partes envolvidas, mas também o torcedor santista. Até porque não é de hoje que o meia é alvo de especulações. A imprensa já tinha “vendido” o atleta para outro time no ano passado. Ainda que a diretoria do Santos tenha sempre negado ter recebido propostas oficiais por Ganso nesse período de dois anos, com exceção de uma feita pelo Porto, de cerca de US$ 8 milhões, o torcedor tinha conviver com a possibilidade de saída do jogador a cada janela, para diversos times.

Quando questionado, na coletiva de domingo, 23, sobre o que teria sido determinante para que desejasse sair da Vila Belmiro, Ganso desconversou. Disse que há dois anos a relação só se desgastava. De fato, o jogador queria sair desde então do clube. O que não havia, até agora, era uma proposta formal que contemplasse, principalmente, o que o Santos queria para liberar o atleta. Ele queria sair, mas ninguém queria bancar o risco de contratá-lo.

Faz tempo que Ganso está em outra... (Ricardo Saibun/Santos FC)
É quando tem início a novela que durou 32 dias, que revelou bem o modus operandi das partes. Em um domingo, salvo engano no dia 26 de agosto, ouvi pelo rádio uma coletiva quebra-queixo do vice-diretor de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, na qual dizia que o clube do Morumbi não iria fazer outra proposta por Ganso. A primeira dava ao clube da Vila aproximadamente R$ 12 milhões. O Santos já havia recusado a proposta oficialmente. Ao mesmo tempo em que negava disposição de fazer outra investida, o cartola não dizia que o Tricolor havia desistido do negócio. Ou seja, obviamente o São Paulo contava com a vontade do atleta de sair e com o constrangimento do Santos por parte da DIS e, diga-se, de boa parte da mídia esportiva que joga junto com o grupo e com o clube paulistano. A ideia era forçar a saída por menos do que aquilo que o clube praiano achava justo.

Mas os santistas fizeram jogo duro. O grupo, dono de 55% dos direitos econômicos de Ganso, mais o próprio atleta poderiam até tentar a liberação na Justiça, mas os problemas decorrentes disso seriam inúmeros. Ainda mais porque o Santos nunca negou ao boleiro o direito de trabalhar. Ao fim, o clube conseguiu quase o dobro do que o São Paulo propôs inicialmente, além de 5% do valor de eventual transação futura (sem prejuízo dos 5% que já tem direito por ser o clube formador). E ainda trocou a penhora de 20% de parte de suas receitas – que iriam ser depositadas judicialmente, não podendo ser utilizadas pelo clube – pela penhora de um dos seus centros de treinamento, o CT Meninos da Vila.

Para se ter uma ideia do quanto o Santos lucra com o negócio, cabe um exercício: imaginem que Ganso estoure, jogue como nunca, não sofra mais com contusões e instabilidade emocional e seja vendido daqui a um tempo pelo valor da sua atual multa rescisória, 60 milhões de euros ou, pela cotação de hoje da moeda, R$ 156,6 milhões de reais. Viriam para os cofres da Vila Belmiro R$ 15,6 milhões. O São Paulo embolsaria R$ 45,12 milhões, o equivalente a 32% do restante, porcentagem que adquiriu ao pagar R$ 16,4 milhões (a outra parte do pagamento feito ao Santos para se chegar aos R$ 23,9 milhões veio da DIS, que subiu sua participação nos direitos econômicos do atleta de 55% para 68%).

Resumindo, fazendo as contas da transação de um Ganso mais que recuperado e valendo mais do que vale Neymar hoje, o Tricolor teria como “lucro”, descontando o investimento feito para levá-lo do Santos, R$ 28,72 milhões. O Alvinegro, somando o que ganhou agora com o que receberá caso a transação para o exterior ocorra nesses termos, R$ 40,3 milhões. Pode-se incluir mais ganhos de marketing e venda de produtos para o São Paulo, mas também é preciso levar em conta o salário pago ao atleta. Em um ano, o Tricolor deve gastar praticamente o que o Santos pagou a Ganso durante todo seu período como profissional.

Ainda assim, a venda de Ganso não envolve só dinheiro. Existe o ganho intangível, que envolve possíveis títulos e futebol bem jogado. Isso o ex-Dez já deu aos santistas, sendo fundamental, em menor ou maior grau, em cinco títulos nos últimos três anos. Mas o fato é que ele já não estava na Vila há muito tempo. Seus belos lances eram lampejos em meio a uma aparente apatia e constantes visitas ao departamento médico.

Fui a um jogo no Pacaembu neste ano no qual ele sequer saudou a torcida quando teve seu nome entoado pela massa. Se o Santos já não poderia tê-lo, que fizesse uma boa negociação. E foi, de fato, das melhores que se podia fazer.

Memória

Sebastían Pinto, presente da DIS
A diretoria do Santos pode ter sido inábil nesse período em que Ganso esteve no clube insatisfeito, mas é bom lembrar que o atleta já se envolveu em confusão com seu “descobridor”, o eterno Giovanni, que diz ter direito a parte dos direitos econômicos do meia, mas nem se anima a ir à Justiça por eles. A DIS, que detém 55% dos direitos, é outro “parceiro” difícil, que já se envolveu em imbróglios em vários outros clubes. E essa é uma “herança maldita” de nosso dileto ex-presidente Marcelo Teixeira, que trouxe o grupo como parceiro preferencial.

Pra quem não lembra, o grupo traria reforços de peso para o time em 2008, mas chegaram Molina, Michael Jackson Quiñones, Sebastían Pinto e Trípodi. Levaram embora o lateral Kléber para o time de coração do dono do grupo, o Internacional, e ainda compraram, a preço de banana, parte dos direitos econômicos de jogadores da base do clube, como Neymar, Ganso, André e Wesley.

No caso do meia, a DIS também gerencia sua carreira, o que não acontece (ainda bem) com Neymar, por exemplo. Daí toda a dificuldade enfrentada pelo clube para lidar com Ganso.

Antes de falar mal da atual gestão, é bom lembrar quem trouxe esse “parceirão” para o Santos...

sábado, setembro 22, 2012

Promessa dramática

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– Ô, rapaz, tirou a barba – abordou-me o palmeirense no corredor da firrrma.

– Tirar é bondade sua. Só aparei, viu? – respondi, deixando claro que os pelos na cara seguem como marca registrada, até no calor do Centro Oeste.

– Mas foi promessa?

– Não. Até pensei em oferecer a barba como promessa caso o Palmeiras não caia, mas desisti. Uma reles penugem dessas seria insuficiente para sensibilizar o imponderável...

– É fato. Só se você prometesse cortar... – pausou meu palestrino interlocutor, causando suspense e me deixando sem respirar – os pelos do saco.

Entre o alívio, por ter me poupado do destino de eunuco de um lado, mas ainda chocado pelo fim escatológico da proposta de promessa, preferi não responder. A tréplica veio de graça:

– Do jeito que nosso time está, precisaria de uma promessa mais dramática.

sexta-feira, setembro 21, 2012

Lula adere ao Fora Mano Menezes

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Palmeiras: três motivos para alento e para desespero

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O palmeirense precisa de alento. Mas tem motivos de sobra para o desespero. O Futepoca prefere, então, de forma democrática, oferecer tanto alguns fios de esperança aos alviverdes que compartilham a lanterna dos afogados na tabela quantos motivos para novas troças dos torcedores rivais.

Verde esperança em três tons

Exemplo do Fluminense de 2009
Foi há três anos. O Palmeiras era líder do campeonato, e o Fluminense vivia o drama das últimas posições. Em uma recuperação histórica e contrariando todos os prognósticos de bom senso, o Tricolor carioca escapou da degola em uma campanha de recuperação com 28 pontos somados em 13 jogos. O final feliz para os cariocas só aconteceu na última rodada, para desespero do então centenário Coritiba, que terminou rebaixado.

Quem diria que a previsão de fim do mundo em 2012 do 
calendário Maia aplicar-se-ia exclusivamente a palmeirenses. Na foto, a pirâmide Kukulkan

Basta ao time paulista, agora em 2012, somar 25 dos 39 pontos (64%) em disputa para o ano da conquista da Libertadores pelo Corinthians não se converter no pior ano da história da humanidade para os palestrinos. É desempenho de time campeão, que pode até não ser provável, mas não é impossível.

Catarinenses
Ainda em 2009, faltando as mesmas 13 rodadas para o final, o Fluminense tinha 18 pontos, dois a menos do que possui hoje o Alviverde outrora imponente. A "arrancada da virada" se iniciou contra uma equipe catarinense, a saber: o Avaí, por 3 a 2.

A próxima partida do Palmeiras acontece contra outro time barriga verde, desta vez o Figueirense. Vai que...

Primavera
O Flu chamou Cuca no início de setembro para comandar a recuperação. Igualmente, antes do início da primavera, dá-se a troca de comando no Palmeiras neste ano, com Gilson Kleina assumindo a direção (?) do time do banco de reservas. E a estação das flores pode ver o renascimento do futebol no Verdão neste ano.

Foto: mauroguanandi no Flickr 
Uma das poucas chances de ver Palmeiras bem na foto no ano

Tripé do desespero

Segundona na veia
Em 2005, o Santo André derrubou o próprio Palmeiras e o Flamengo na semi e na final da Copa do Brasil. Da Série B do Nacional, foi percorrer as Américas para participar da Libertadores. Fez papel coadjuvante, mas debutou na fórmula. Uma queda depois de garantida a vaga no torneio continental nem representaria, assim, feito inédito. Só seria uma reprise indigesta.

Maldição da semifinal da Copa do Brasil
Mais grave: desde 2004, entre os quatro semifinalistas da Copa do Brasil ou havia um representante da Segundona ou um dos quatro acabou caindo. Em 2012, só times da suposta elite, ou seja, a maldição do rebaixamento assombraria ao menos um dos quatro. A escrita não poderia ser riscada assim, sem mais nem menos. Qual uma maldição, recairá sobre o vencedor da competição o fardo de reequilibrar esse retrospecto?

Semifinalistas rebaixados
Ceará e Avaí – 2011
Vitória – 2010
Coritiba – 2009
Semifinalistas que não estavam na Série A
Corinthians - 2008
Brasiliense – 2007
Ipatinga – 2006
Paulista e Ceará – 2005
Santo André, XV de Novembro, Vitória (rebaixado) – 2004
Brasiliense – 2002

Retrospecto de Série B
Na Copa do Brasil, foram disputados 11 jogos. Se fosse no Brasileirão, valeriam 33 pontos. Desses, apenas quatro foram contra adversários da Série A. Para conquistar o título, foi preciso bem menos esforço de elite do que para se manter na primeira divisão do Brasileirão. Acreditar que um time manco poderia se dar bem em uma competição de pontos corridos é motivo de alegria para os adversários.

Por um triz

Pontuação de quem escapou da degola na era dos pontos corridos

Ano Pontos Time Aproveitamento
2011 43 Cruzeiro 37,7%
2010 42 Atlético-GO 36,8%
2009 46 Fluminense 40,4%
2008 44 Náutico 38,6%
2007 45 Goiás 39,7%
2006 44 Palmeiras 38,6%
2005 51 Ponte Preta 40,4%
2004 51 Botafogo 37,0%
2003 49 Paysandu 35,5%

* Até 2004, eram 24 clubes, o que correspondia a quatro jogos a mais. Em 2005, foram 22 participantes. Em 2003, foram dois rebaixados apenas.

quarta-feira, setembro 19, 2012

Dirceu não sai da cabeça dos tucanos desde 2006

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A nova peça de propaganda do candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, tenta fazer uma relação direta entre Fernando Haddad e réus do Mensalão, como Delúbio Soares e José Dirceu. O candidato petista aparece ao lado das fotos dos acusados e vem a voz, tétrica, vaticinando: “Sabe o que acontece quando você vota no PT? Você vota, ele volta”.



Tudo bem que o marqueteiro-mór da campanha de Serra, Luiz Gonzales, é o mesmo que fez sua campanha em 2010 e a de Kassab em 2008. Mas falta de criatividade tem (deveria ter) limite. De verdade, o que essa peça tem de diferente de uma das que foram usadas (aparentemente apócrifa) contra Dilma, em 2010? Naquela propaganda, uma foto da atual presidenta ia aos poucos sendo transformada em... José Dirceu! E a narração dizia: “Ela [Dilma] vai trazer de volta todos os petistas cassados ou que renunciaram. Dilma vai trazer de volta inclusive aquele que o procurador-geral da República chamou de chefe da quadrilha [José Dirceu]”.



Bom, não se sabe se Dilma nomeou de ontem pra hoje algum daqueles ao que o vídeo acima faz referência, mas até agora nenhum deles tinha sido nomeado para qualquer cargo. A propaganda de rádio também fazia referência à associação com Zé Dirceu. “Toc toc toc, bate na madeira. Dilma e Zé Dirceu, nem de brincadeira”, dizia a música abaixo. Aliás, além da temática repetida (em 2006 um jingle ditava “Não pro mensalão/pra dólar na cueca e mentiroso eu digo não”), a música também era readaptada de outra, usada na campanha de Kassab em 2008 (aqui).



Parece que anda faltando assunto na campanha tucana. E criatividade para os marqueteiros...

segunda-feira, setembro 17, 2012

E por falar em saudade (ou não)... Por onde andam aqueles jogadores que você achava que tinham se aposentado

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Dando uma olhadela nas Séries C e D do Campeonato Brasileiro é possível ver que, apesar da idade ou da “rodagem” excessiva, muitos jogadores que passaram por times grande e fizeram fama mundo afora ainda arriscam entrar no gramado mesmo sem os holofotes de outrora. Vejam alguns dos medalhões, quase craques ou simplesmente atletas famosos que ainda estão em atividade – e talvez você nem soubesse.

Rodrigo Gral – jogador promissor revelado pelo Grêmio, atuou pela seleção brasileira sub-20 e foi campeão da Copa do Brasil pelo Juventude, em 1999. Teve mais duas passagens pelo tricolor gaúcho e passou também pelo Flamengo. Após passar pelo Japão e Catar, voltou ao Brasil e jogou pelo Bahia em 2010 e pelo Santa Cruz em 2011. Estava até pouco tempo no Duli Pengiran Muda Mahkota Football Club (DPMM FC), time de Brunei que disputava o campeonato da Malásia. Mas acertou com a Chapecoense e disputa hoje a Série C. Estreou oficialmente com gala no sábado, na vitória do clube contra o Caxias.

Paulo Almeida – capitão do time do Santos campeão brasileiro de 2002, o volante Paulo Almeida tem passagens ainda por Benfica e Corinthians. Chegou a disputar a Copa Ouro vestindo a camisa da seleção brasileira em 2003 e fez parte da fracassada equipe pré-olímpica comandada por Ricardo Gomes em 2004. Hoje, com 31 anos, é peça-chave da equipe do Mixto-MT, que disputa com o Sampaio Corrêa uma vaga para a Série C de 2013.

Warley – se você não lembra desse atacante, de 34 anos, que se destacou no Atlético-PR, foi vendido por uma fábula (segundo o Wikipedia, U$S 9 milhões por metade dos seus direitos) à Udinese e jogou por São Paulo, Grêmio e Palmeiras, ele passou até pela seleção brasileira (a prova está aqui). Hoje é ídolo do Campinense e vice-artilheiro da Série D com sete gols. Sua meta é ajudar o time de Campina Grande a superar o Baraúnas-RN, assegurando um lugar na Série C em 2013.

Baiano – revelação do Santos, disputou o Pré-Olímpico e os Jogos Olímpicos de 2000, em Sidney, pelo Brasil. Tem no currículo um rol invejável de clubes que inclui o Atlético-MG, Palmeiras, Boca Juniors e Vasco. Lateral-direito que migrou pela meia e se especializou em cobranças de falta, aos 34 ainda presta serviços ao mundo da bola no Brasiliense, clube da Série C do Brasileirão. No time de Brasília, comandado por Márcio Fernandes (ex-Santos), joga com outro “medalhão”, Ruy Cabeção, ex- Botafogo, Grêmio, Fluminense e Cruzeiro (não nessa ordem) e atua também com o argentino Frontini, ex-atleta do Santos.

Luis Mario – campeão paulista e brasileiro de 1999, e do Mundial de Clubes da Fifa em 2000, todos pelo Corinthians, o atacante ou meia-atacante jogou também pelo Grêmio, Atlético-MG e Botafogo, passando pelo futebol japonês, lusitano e suíço. Com 35 anos, está disputando a Série C pelo Icasa, depois de disputar o campeonato paulista pela Catanduvense.

domingo, setembro 16, 2012

Coritiba 1 X 2 Neymar

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Meu pai tem birra da imprensa esportiva paulistana porque acha que, desde os anos 1950, ela menospreza o Santos por não ser da capital. De acordo com seo Orlando, uma das coisas que mais lhe irritava em tempos idos era quando o Peixe vencia alguém de forma inapelável e os jornais paulistanos estampavam: Pelé 5, 6, 7 ou 8 X tal time zero. Não que o Rei do futebol tivesse marcado todos os gols, mas tudo se resumia à atuação do Dez alvinegro.

É óbvio que, muitas vezes, o Rei monopolizava a atenção e talvez até justificasse uma ou outra manchete. Mas ele, quase sempre, na Vila Belmiro, contou com companheiros preciosos, talentosos, dos maiores que o futebol pôs os olhos. Não fosse entrar em uma equipe campeão e já entrosada, talvez não chegasse à Copa de 1958 e sabe-se lá o que seria da seleção. Mas o destino foi bom com ele, com o Santos e com o Brasil, e o resto da história todo mundo sabe.

Toda essa introdução é para justificar o título acima. Neymar não conta hoje, em seu clube, com companheiros próximos ao seu talento. Digo “próximos” porque, à altura, nem na seleção ele tem. Tem a seu lado um André que parece pesado, um Patito Rodríguez, habilidoso mas ainda perdido em boa parte do tempo; Gerson Magrão, talvez o mais lúcido na meia, mas... é Gerson Magrão. E Juan, no seu lado canhoto, o predileto, que também dispensa comentários. 

É o salvador em uma época de transição na qual o time do Santos busca uma nova cara, com a saída de diversos jogadores como Elano, Borges, Alan Kardec, Ibson (tá, esse não faz grande falta), e, fatalmente, o volúvel e inconstante Ganso. Ainda não conta com o calejado Léo na maior parte do tempo, tampouco com o contundido – e vital – para a defesa, Edu Dracena, além de outros no departamento médico. O Alvinegro não consegue repetir a mesma formação (hoje não contou com um recém-contundido Adriano, além de Felipe Anderson e Durval). Sem um conjunto formado para ajudar, Neymar carrega a responsabilidade, mas não é fácil seu jogo encaixar.

Mais um gol de placa para a coleção de Neymar
Na primeira etapa isso ficou patente. Pra variar, o Santos tomou um tento dentro dos 15 primeiros minutos. Também nada incomum, tomou um gol de um ex-jogador, Deivid. O Coritiba marcava bem, atacava pelos lados e levava perigo nas bolas aéreas, ponto fraquíssimo dos zagueiros que estavam em campo, principalmente de Bruno Rodrigo. Já no segundo tempo, o posicionamento nas ditas bolas paradas foi bem melhor, e o Coritiba pouco ameaçou o Santos, que muitas vezes oferecia o campo para o contragolpe dos donos da casa.

Mas os peixeiros também não chegavam. Desde o primeiro tempo, os torcedores xingavam Neymar. Quando as ofensas subiram o volume, o atacante quase marcou de cabeça na primeira etapa. E quase desapareceu depois. No entanto, Muricy teve um ímpeto ofensivo e trocou Ewerthon Páscoa por Bernardo. Patito recuou mais para vir de trás, e o Peixe começou a ganhar terreno. Começava a se desenhar um cenário mais favorável à atuação de Neymar.

E, aos 26, veio o encanto. Neymar passou por cinco rivais (ou seis, conforme a conta), incluindo o arqueiro rival. Contou com a sorte, como todo craque, e fez um gol de placa. Um tento genial. E a virada chegou depois de uma finalização de Patito Rodríguez, que sobrou para Neymar complementar com a tranquilidade dos que sabem do que a bola gosta. Infelizmente, por conta de uma suposta provocação à torcida adversária que o xingou quase o tempo todo, tomou o terceiro amarelo e não pega a Portuguesa. Azar do Santos e de quem gosta de futebol. 


Números de Neymar

Com Neymar em campo, o Peixe tem um aproveitamento de líder: 20 de 26 pontos disputados, ou 76,9%. Fluminense e Atlético-MG tem menos de 71%. Mais um motivo para o torcedor não simpatizar nem um pouco com Mano Menezes e a sua seleção brasileira. O garoto chega a oito gols em nove partidas no Brasileiro (sim, ele não participou de mais de 60% dos jogos do Santos, boa parte deles em função do Brasil, e não é a CBF que paga o seu salário). Neste ano, em 52 partidas, fez 44 gols, sendo que, pelo Santos, foram 38 jogos e 36 tentos. Sua impressionante performance soma ainda 27 assistências no ano, 17 pelo Alvinegro e dez pela seleção. É top 5 de qualquer lista de artilheiro ou meia que dá passe para gol.

E ainda tem quem duvide do garoto.

sábado, setembro 15, 2012

Lula toma água em comício e manda militância tomar cerveja no boteco

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No primeiro comício da campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva declarou não poder mais tomar cachaça para refrescar a garganta e sugeriu que a militância vá às ruas e tome cerveja nos botecos para angariar votos para o candidato do PT.

Faltando 22 dias para a eleição, Lula debutou em comícios, uma prática comum no século XX como forma de políticos populares demonstrarem apoio popular. Foi na Zona Sul da capital paulista, no Capão Redondo. Outro comício nos mesmos moldes seguiu-se nas horas subsequentes. Hoje em dia, quando essa prática é tema de enciclopédia e livros de história, Lula segue como o único político em ação no Brasil capaz de mobilizar pessoas para sair de casa para vê-lo falar.

Depois de Lula, Haddad fez seu discurso carregado de sotaque paulistano, ô, meu. Insistiu nas críticas a Serra e deixou o PRBista livre de ataques. Até que mandou bem para um novato que fala depois de um orador do nível de Lula. Mas a estrela foi o ex-presidente.

Com a voz ainda mais rouca de pós-tratamento, Lula repetiu os autoelogios ao Universidade para Todos (ProUni), às melhorias no Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e a outras frentes de educação do governo federal de 2003 a 2010.

Ainda voltado a malhar mais José Serra, candidato do PSDB à prefeitura, do que ao líder nas pesquisas, Celso Russomano, Lula sugeriu calma ao tucano. "Depois dos 60, a gente corre o risco de enfarte", tripudiou.

A certa altura, depois de 10 minutos de falatório, o ex-presidente sentiu sede, necessidade que acomete humanos de modo geral. Alegando se tratar dos efeitos do tratamento que o fez superar um câncer na laringe, Lula sacou uma garrafa de água e, sem perder o bom humor, avisou que sabe de sua condição. Insinuou que, no passado, pediria uma cachaça para irrigar a garganta, mas que, agora, ia de água mesmo.

sexta-feira, setembro 14, 2012

Financiamento de campanha dá poder exagerado a construtoras

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No meu último texto, discuti alguns aspectos do adensamento e da verticalização das metrópoles. Nele, afirmei que os prédios levantados hoje em São Paulo não são saudáveis para os destinos da metrópole. Essa opinião é compartilhada por muita gente, mas mesmo assim não há debate nem oposição às vontades das construtoras no meio político. Por que isso acontece?

Em primeiro lugar, porque existem políticos na nossa cidade que vieram do meio das construtoras. O próprio prefeito Gilberto Kassab é um deles. Ele fez parte do Sindicato da Habitação (Secovi) e do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci). Parece evidente que um político oriundo do mundo da construção seja, digamos assim, mais sensível às demandas desse setor.

Outra questão é a dependência do orçamento municipal das receitas do IPTU. Essa é a maior fonte de dinheiro para o município, ou seja, quanto mais imóveis, de preferência com IPTU alto, forem construídos, mais dinheiro entra nos cofres públicos. Essa não é uma questão de corrupção ou má-fé nem depende da vontade dos partidos. Qualquer projeto na cidade precisa de dinheiro. Fundos estaduais e federais demandam trabalho e tempo para serem acessados, enquanto o IPTU pinga diretamente na conta da Prefeitura todos os anos. E as necessidades urgem. 

Mas a razão mais nefasta para o aparente salvo-conduto que as construtoras têm em São Paulo é o financiamento de campanha. Poucos vereadores e nenhum prefeito conseguem se eleger na cidade – provavelmente em nenhuma grande cidade – sem o apoio financeiro dessas empresas. Os valores doados são brutais. Kassab recebeu de empreiteiras mais de R$7 milhões para sua campanha à prefeitura de 2008. Vereadores de todos os matizes ideológicos também foram agraciados com polpudas contribuições às suas campanhas (o apoio é mais generoso aos partidos ditos de direita, mas nenhum fica imune). Tudo isso acaba sendo noticiado vez ou outra, mas é difícil dar um sentido geral a esse fenômeno. Fica a sensação de que todos os políticos são iguais, já que todos se venderiam aos interesses imobiliários. 

O texto completo aqui

quinta-feira, setembro 13, 2012

Em dois minutos, Santos bate o Flamengo em noite de futebol fraco

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Santos e Flamengo, na Vila Belmiro, remete obviamente ao jogaço do ano passado, o melhor de 2012. Mas, dadas as situações das duas equipes no Brasileirão, que tinham as duas piores campanhas do segundo turno, não sugeria uma grande partida. Bingo. O jogo foi pavoroso na maior parte do tempo. Mais uma vez, um show de passes errados: 38 do Santos e fantásticos 54 do Flamengo, 92 ao todo.

Meninos salvam a noite do Santos
A partida foi equilibrada, com oportunidades para as duas equipes, apesar do péssimo futebol. O Rubro-negro de Dorival vinha com quase meio time de garotos, e os donos da casa com alguns jovens, muitos deles carregadores de bola corredores. Sem Gérson Magrão, suspenso, não havia na meia um atleta para pensar ou cadenciar um pouco o ritmo. Felipe Anderson, Pato Rodríguez e, quando subia, Arouca, carregavam e buscavam imprimir velocidade, mas pecavam no passe. André, pouco móvel, também. Talvez por conta das companhias pouco inspiradas, Neymar tentou quase durante toda a primeira etapa resolver sozinho. Sem sucesso.

No tempo final, os times vieram mais acertados na marcação. O Peixe dominou territorialmente, mas o Flamengo conseguiu controlar o ímpeto santista e chegou perto em contra-ataques. Em especial, aos 39, quando Vagner Love se aproveitou da falha de Léo e saiu na cara de Rafael, mas finalizou na trave. Àquela altura, Felipe Anderson, vaiado, e Pato Rodríguez tinham saído para as entradas de Bernardo e João Pedro. O Alvinegro tentava fazer a bola correr, e não correr com a bola.


Mas a troca que decidiu o jogo foi André por Victor Andrade. Bruno Peres deu um belo passe e o menino de 16 anos finalizou com classe, fazendo o gol que tirava o Peixe do sufoco. Vibrou, sacou a camisa, tomou amarelo, mas não estava nem aí. O torcedor, também não. E, no minuto seguinte, novamente Bruno Peres roubou uma bola no meio e tocou para Neymar, no mesmo lado esquerdo da defesa flamenguista, marcar um golaço.

Embora Victor Andrade tenha sido o nome do jogo, o lateral Bruno Peres, apagado ofensivamente durante parte dos 90 minutos, foi crucial Mesmo jogando mal, o Santos conseguiu uma vitória fundamental, para fugir da turma de baixo e se aproximar de novo do meio da tabela. Já o Flamengo segue em má fase e, embora esteja a quatro pontos da zona perigosa, o rebaixamento já começa a assombrar.


quarta-feira, setembro 12, 2012

Um giro pelas eliminatórias da Copa de 2014: zebras querem dar as caras

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A última rodada das Eliminatórias da Copa 2014 reservou algumas surpresas e serviu de alento para o sonho de muitas seleções que nunca chegaram a um Mundial. Algumas competições continentais estão mais adiantadas que outras, sendo os torneios europeu, africano e da Oceania os que têm somente duas rodadas. Já os outros continentes tem quase à metade das partidas disputadas, caso da sul-americana, que chegou à penúltima rodada de seu primeiro turno.
Com nove seleções na briga de quatro vagas e mais uma repescagem (o quinto colocado enfrenta o quinto das eliminatórias asiáticas), os vizinhos têm feito uma competição equilibrada. Só Bolívia e Paraguai parecem estar fora da briga, com quatro pontos cada um, uma vitória e um empate. A altitude de La Paz só funcionou para os bolivianos contra o próprio Paraguai, vitória por 3 a 1. Já os conterrâneos de Fernando Lugo conheceram o sabor da vitória contra o Equador, 2 a 1. Parece que Larissa Riquelme não poderá torcer pela sua equipe no Brasil em 2014...

César Farias pode fazer história
Quem faz uma campanha interessante é a Venezuela, cujo bom desempenho já se esperava aqui. Com 11 pontos em oito jogos (folgam na nona rodada), a Vinotinto tem um a menos que Uruguai e Chile, quarto e quinto colocados, e está a três dos líderes argentinos. A vitória fora de casa por 2 a 0 contra os paraguaios ontem deu mais moral para a seleção de César Farias. Será que os venezuelanos conseguirão debutar em uma Copa?

Zebras asiáticas

Será que o Líbano chega lá?
A rodada das eliminatórias também reservou algumas surpresas na Ásia. O Líbano venceu o Irã por 1 x 0, sua primeira vitória nos quatro jogos que disputou no Grupo A. Terá ainda mais quatro para tentar obter uma das duas vagas do grupo que asseguram a vinda para cá daqui a dois anos. A Coreia do Sul lidera com sete pontos, seguida por Irã e Catar, quatro cada. O Uzbequistão, com dois, empatou com o sul-coreanos e ainda sonham.
No grupo B, o ex-time de Zico, o Japão, derrotou sua equipe atual, o Iraque, por 1 a 0, consolidando uma confortável liderança com dez pontos em quatro partidas. Seis à frente da surpreendente Jordânia, que bateu a Austrália por 2 a 1. Caro jovem que se confundiu com a geografia, os australianos disputam as eliminatórias asiáticas por conta de um acordo feito com a Fifa, já que sua supremacia na Oceania era bastante sem graça. Em 2010, sua estreia na Ásia, sua classificação foi tranquila, mas, para 2014, sua campanha é levemente preocupante: dois pontos em três jogos; além da derrota para a Jordânia, empates contra Japão (em casa) e Omã (fora).

Nas eliminatórias asiáticas, os dois primeiros de cada grupo se classificam para a Copa. Já os dois terceiros se enfrentam em jogos de ida e volta e o vencedor do confronto pega o quinto colocado na América do Sul também em dois jogos.

Os azarões da Concacaf

Na Concacaf (América Central e do Norte), de três grupos com quatro seleções cada saem os dois melhores de cada para o hexagonal final. E há zebras querendo surgir a duas rodadas do fim da fase. No Grupo A, só Antigua e Barbuda está fora, enquanto Guatemala, Estados Unidos e Jamaica têm sete pontos. Os ianques correm o risco de não irem para a fase final, o que seria um vexame considerável, já os guatemaltecos tentam ir pela primeira vez a um Mundial. Nas eliminatórias de 2006, ficaram a apenas dois pontos da vaga na repescagem.

Já no grupo B, o México, com 12 pontos, já garantiu sua passagem para o hexagonal. El Salvador, que já foi ao Mundial de 1970 e 1982, está um ponto à frente da Costa Rica (5 contra 4), e a Guiana, com um pontinho, precisa vencer seus dois jogos e torcer. No grupo C, só Cuba, com quatro derrotas, está eliminada. O Panamá, que nem chegou à fase de grupos nas eliminatórias de 2010, lidera com nove e, se bater Honduras, que tem sete pontos junto com o Canadá, em casa, assegura vaga no hexagonal.

Na Europa, África e Oceania, apenas duas rodadas foram disputadas até agora. A Nova Zelândia venceu as duas, como esperado, marcando oito gols e sofrendo um. Nos dez grupos das eliminatórias africanas (classificam-se as primeiras de seleções cada grupo para disputarem cinco confrontos de ida e volta), somente Egito e Tunísia têm aproveitamento de 100%. Na Europa, mais seleções venceram seus dois jogos: Alemanha, Romênia, Holanda, Suíça, Rússia, Portugal, Bósnia, Grécia e França.

segunda-feira, setembro 10, 2012

Trolagem obrigatória: Santos de 2010 > seleção brasileira. China > Naviraiense

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Santos 10 X 0 Naviraiense, Copa do Brasil 2010. Muito mais engenho e arte que o jogo de hoje...

domingo, setembro 09, 2012

San-São: um castigo para quem assistiu

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As duas formações dos times que disputavam o clássico paulista da rodada não inspiravam muita coisa. O São Paulo não contava com Lucas, na seleção, assim como os donos da casa não tinham Neymar e Arouca, também com Mano Menezes. O Alvinegro não contava ainda com Ganso, Bruno Rodrigo (substituto de Dracena, que só volta em 2013), Juan e outros inúmeros reservas. Não, não seria um grande jogo, ainda mais com a postura dos dois treinadores.


Em relação à partida com o Fluminense, Muricy colocou Pato Rodríguez no lugar de Bill, e manteve dois volantes quase zagueiros, Adriano e Everton Páscoa. Ney Franco optou pela formação com três defensores de fato, com a entrada de Paulo Miranda.

O resultado: uma série de passes errados, principalmente no primeiro tempo, por conta das opções dos técnicos (sendo que as do santista eram mais limitadas) e também pelo modo dos times atuarem. No Santos, no primeiro tempo, os lances ofensivos estavam sob responsabilidade de três “corredores”: Pato Rodríguez, que jogou mais próximo de André; Felipe Anderson, perdido na marcação são-paulina, e Bruno Peres, o ala-lateral que ia à frente, falhando atrás muitas vezes. Atletas que carregam a bola sugerem que os de trás tenham que dar passes longos e, além disso, jogador que aposta uma, duas, três vezes uma corrida, sem se importar em passar a bola, na quarta tentativa não vai contar com a aproximação de um companheiro. Qualquer peladeiro sabe disso, mas tem muito atleta profissional não tem essa consciência.

 

Assim, os passes à distância faziam ambas as equipes errarem demais. O Santos, tentando lançar um velocista/driblador; o São Paulo, buscando a inspiração de uma bola enfiada para Luis Fabiano. Assim, algumas oportunidades surgiram de parte a parte, mas nada que empolgasse. As duas equipes jogavam com seu meio de campo distante do ataque ou da defesa, sem qualquer compactação. Muricy ainda pode justificar tal postura pelo fato de não poder escalar o mesmo time duas vezes seguidas, e Ney Franco pode dizer que chegou há pouco tempo, está testando alternativas etc e tal. Difícil é o torcedor aturar uma partida com tão poucas oportunidades de gol de lado a lado, um clássico quase vazio de sentido. De emoções também, com a anuência da CBF, que esvaziou o San-São em função de um amistoso portentoso com a perigosa China.

Jogo besta, com um zero a zero sendo final justo. Fica até difícil escrever.

Imagens de campanha: a intimidade de José Serra com o futebol

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sábado, setembro 08, 2012

Balão de ensaio ou piada? Ronaldo Fenômeno vice de Aécio Neves em 2014

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Saiu na coluna de Bruno Astuto, na revista Época desse fim de semana: “O sonho de Aécio é ter um novato a seu lado na chapa: o ex-jogador Ronaldo Nazário. A conversa ainda é prematura. Em tom meio sério e meio de galhofa, Ronaldo foi sondado sobre sua vontade de concorrer como vice de Aécio. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que apadrinha o mineiro, também não se opõe à ideia. O tucano quer que, de qualquer modo, ele participe ativamente da campanha”.

Ronaldo, aquele mesmo que a Globo ama, cultiva boas relações no meio político. Mora próximo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em Higienópolis, e costuma se encontrar com o tucano para conversas regadas a uísque e partidas de pôquer, ao que consta. Diz também ter boas relações com Lula, com quem teve um entrevero na malfadada Copa de 2006, mas parece que é entre os tucanos que se sente de fato à vontade.

Ficou célebre um jantar do Fenômeno em julho de 2010, com José Serra e FHC. À época, ele justificou: “Pra ficar claro, não é apoio político. Eu e meus companheiros no Corinthians só demos sugestões para políticas públicas de apoio ao esporte”, escreveu. “Faremos isso com outros candidatos também.” Não houve o prometido jantar nem com Marina Silva, nem com Dilma Rousseff, segundo o ex-atleta, por “problemas de agenda” das candidatas. Talvez a diferença seja que, com os tucanos, o encontro fora marcado antes de a campanha pegar fogo...

No início deste ano, foi cogitada a sua possível candidatura a vereador em São Paulo, mas o Fenômeno teria achado pouco. Se Romário é deputado federal, ele se contentaria em ser vereador? À frente do Comitê Organizador Local da Copa (COL) em São Paulo, ele miraria um lugar na Câmara ou, como já se insinua agora, um cargo de vice de Aécio Neves.

O Fenômeno tem uma carreira como boleiro digna das jornadas de herói, ressurgindo quando menos se esperava. Mas sua trajetória depois da aposentadoria deixa muitas dúvidas no ar. É empresário, lida com empresas e imagem de jogadores em sua atividade profissional, mesmo assim, não viu qualquer conflito de interesses em ter que lidar com o mesmo nicho como presidente do COL, indicação do nada saudoso Ricardo Teixeira, com quem Ronaldo mantinha ótimas relações.

O também ex-jogador Tostão foi enfático em relação à nomeação: “Ronaldo, por não ter tido preparo técnico, não demonstra condições para o cargo nem para ser membro do comitê organizador da Copa. Ele precisa também decidir se quer ser empresário do esporte ou dirigente esportivo. Há um nítido conflito de interesses. Para um atleta se tornar um ótimo profissional em outro cargo relacionado ao futebol, precisa, além de se preparar bem, executar integralmente a nova atividade. Não pode ser por bico, por vaidade, por diversão ou apenas para faturar mais. Tem ainda de abandonar os trejeitos, a pose e o estrelismo da época de jogador.” E mais: “Infelizmente, as pessoas são mais reconhecidas e escolhidas por prestígio, por serem amigas do rei, do que por conhecimentos técnicos. O que prevalece, na maioria das vezes, é a ética do mercado e da política, o corporativismo e o toma cá dá lá.”

Ricardo Teixeira sabia que a imprensa é toda de Ronaldo, o PSDB, obviamente, também sabe, mas fica meio evidente a falta de quadros no ninho tucano. Resta saber de que forma o Fenômeno decidirá entrar na vida política. Dada a coerência, não é de se estranhar que ele possa até adotar outro partido. Melhor decidir logo, porque pode ser que seu amigo Luciano Huck já esteja na fila...

sexta-feira, setembro 07, 2012

São Paulo malufou e ninguém percebeu

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Muitos que avaliam o cenário eleitoral de São Paulo fazem alusão à polarização PT-PSDB como praticamente uma “tradição” na cidade, talvez influenciados por um cenário que se repete nas disputas presidenciais desde 1994, com os dois partidos ocupando sempre as duas primeiras posições. No entanto, na capital paulista, isso não é verdade.


De 1988 a 2000, a grande polarização paulistana foi entre dois projetos: o do PT e o de Paulo Maluf; um que representava aspirações populares de centro-esquerda; outro, com um ideário mais conservador, já encarnado, de formas distintas, por políticos anteriores como Jânio Quadros e Adhemar de Barros. Nesse período, o PMBD e o PSDB ocuparam os governos estaduais mas sequer chegaram ao segundo turno na capital paulista. Em 1988 (quando ainda não havia dois turnos), o governador Orestes Quércia, no auge da sua popularidade, não emplacou João Leiva . Seu sucessor, Fleury, viu seu candidato, Aloysio Nunes, ficar de fora da disputa final em 1992. Em 1996, mesmo à frente dos governos federal e estadual, os tucanos e o ex-ministro José Serra viram da arquibancada Pitta e Erundina concorrerem no segundo turno. A força de Covas em seu segundo mandato no governo do estado também não foi suficiente para levar seu pupilo Geraldo Alckmin à volta final em 2000.

Em 2004, pela primeira vez, os tucanos foram ao segundo turno, com José Serra. Àquela altura, o ex-presidenciável era um político com perfil bem distinto daquele que ficou em quarto lugar na disputa de 1988. Foi o seu discurso de cunho conservador que roubou os corações partidos dos eleitores de Paulo Maluf, então um quase cadáver político adiado que ainda iria para a disputa em 2008, já sem condições de ser um candidato competitivo. O afilhado de Serra, Gilberto Kassab, venceria as eleições de 2008, deixando fora do segundo turno o candidato do PSDB (mas não de Serra), Geraldo Alckmin.

Aí está o xis que mostra o mapa das duas últimas eleições paulistanas. Foi a decadência do malufismo que permitiu a ascensão do grupo representado por Serra/Kassab (PSDB/DEM, depois PSD). A prisão pela Polícia Federal, a investigação da Interpol e a trágica gestão de Celso Pitta (não necessariamente nessa ordem de importância) acabaram com a carreira de Maluf, mas o ideário representado por ele não pereceu.

Trocaram-se os nomes, mas a postura, o discurso e as ações permaneceram praticamente as mesmas. Nesse sentido, poucas coisas são tão reveladoras como uma entrevista dada pelo então prefeito de São Paulo em 1995, ao Roda Viva, da TV Cultura.

Na ocasião, Maluf já era um prefeito bem avaliado e, caso existisse o instituto da reeleição, talvez fosse agraciado com um novo mandato. Mas boa parte de sua popularidade estava ancorada em um discurso moral, daquele que dita comportamentos e, acima de tudo, estabelece condutas e proibições. Havia obrigado os paulistanos a usar cinto de segurança, o que não foi uma decisão pacífica, a despeito de ser apoiada pela maioria da população.

Mas o assunto que dominou mais de um terço da entrevista, levando-se em conta a transcrição, foi a proibição do fumo dentro dos restaurantes, obrigando a que os estabelecimentos usassem “fumódromos”, nos quais era proibido servir comida. Maluf utiliza praticamente todos os argumentos que seriam usados por José Serra anos mais tarde, na ocasião em que radicalizou a restrição ao fumo quando governador, em 2009, e, ainda, transformá-la em grande bandeira eleitoral.

Abaixo, Maluf no Roda Viva e Serra, no Diário do Grande ABC:

E sobre o cigarro, não é problema do governo federal e nem do governo do estado, é um problema das prefeituras fazerem suas próprias legislações. Então, nós achamos que temos que defender primeiro o não fumante. Segundo pesquisa do seu jornal, do DataFolha (ele se dirige ao mediador Matinas Suzuki Junior), indica que 75% da população não deseja que se fume nos restaurantes, e 19% deseja. Isso quem diz é o seu jornal, o Data Folha. E mais, o seu jornal diz o seguinte: 67% dos fumantes desejam que não se fume nos restaurantes, então, não é contra fumante, é contra o fumo no restaurante.
Maluf, em 1995

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"O noticiário está meio enviesado, parece que a gente está querendo diminuir o fumo daqueles que já fumam. Claro que se o sujeito puder não ficar fumando, melhor, mas a lei é para proteger aqueles que não fumam e são mais prejudicados pela fumaça que sai dos cigarros"
Serra, em 2009

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Ambos também citam cidades do exterior como exemplo a seguido, entre outros argumentos coincidentes. Aqui, não é o caso de entrar no mérito de ambas as leis, se foram (ou são) benéficas ou não, mas sim atentar à forma semelhante com que ambos a fizeram: sem discussão ou participação, baseando-se em pesquisas de opinião como verdades incontestes, sem admitir que pudessem haver soluções intermediárias ou alternativas. E também é o caso de ressaltar a centralidade que esse tipo de proibição adquiriu como “realizações” de ambos.

Maluf, no Roda Viva, inclusive “antecipou” a existência da Lei Seca, necessária, mas não na sua versão draconiana, como lembra Túlio Vianna aqui. Esse trecho da entrevista do Roda Viva, é novamente revelador:

Nirlando Beirão: Às vezes, eu sinto que o senhor tem o prazer de proibir as coisas, sabia?
Paulo Salim Maluf: Por exemplo?
Nirlando Beirão: Proibir. Ditar normas de comportamento pessoal. Deixa a pessoa fumar.
Paulo Salim Maluf: Por exemplo, além do negócio de fumar, o que mais que foi proibido?
Nirlando Beirão: O negócio do cinto de segurança. Eu tenho que andar com aquilo me amarrando?
Paulo Salim Maluf: Eu acho que salva a tua vida.
Nirlando Beirão: Prefeito, mas eu posso decidir sobre isso? Não posso, prefeito?
Paulo Salim Maluf: Não, eu acho que você não deve decidir sobre isso. Vou dizer porque: porque se você quiser decidir sobre isso, você está pregando, não o Estado de direito, mas o Estado de anarquia. Existe uma estatística na cidade de São Paulo.
Matinas Suzuki: [Interrompendo] Prefeito, o álcool faz mal. O senhor vai proibir o álcool na cidade de São Paulo?
Paulo Salim Maluf: O álcool, nós não vamos proibir.
Matinas Suzuki: A motocicleta é perigosa. Motocicleta não anda mais em São Paulo?
Paulo Salim Maluf: Já se proibiu o álcool. Já se proibiu o álcool nas beiras das estradas.
Nirlando Beirão: Os carros matam....
Matinas Suzuki: [Interrompendo] Como já se proibiu o álcool, várias culturas já proibiram tabagismo, como café já foi proibido, essas coisas vão e voltam, prefeito, culturalmente, vão e voltam.
Paulo Salim Maluf: Matinas, eu estava em uma estrada na França...
Matinas Suzuki: [Interrompendo] O senhor faz um teste com um carro a trezentos quilômetros por hora, o senhor vai proibir isso?
[sobreposição de vozes]
Paulo Salim Maluf: Espera, então, espera um pouquinho aí. Eu fiz... Dá licença.
Matinas Suzuki: [Interrompendo] o senhor pega o seu carro por prazer, que é a mesma relação que tem com o cigarro, e a pessoa vai lá e pode fumar. Então, o senhor deveria proibir também....
Paulo Salim Maluf: [Interrompendo] Não, senhor, perdão, você está tergiversando. Vamos falar, em primeiro lugar, sobre o álcool. O senhor me deixa responder sobre o álcool ou não?
Matinas Suzuki: Mas claro, pois não.
Paulo Salim Maluf: Muito bem, eu estava numa estrada na França à noite, tinha um comando, o comando me parou e eu tirei os documentos e ele me disse: "não", e me deu um bafômetro. Os documentos não interessavam a ele, ele queria saber se eu tinha bebido e se estava guiando na estrada. De maneira que eu acho, se as autoridades brasileiras fossem, quem sabe, um pouco mais severas para fiscalizar os motoristas nas estradas para saber se bebem ou não, provavelmente alguns acidentes não teriam acontecido. Ninguém sabe se esse acidente de ontem no Rio de Janeiro que matou quinze pessoas, se o motorista não tinha bebido antes. Inclusive, há um decreto aqui no estado de São Paulo que proíbe os bares à beira de estradas de vender álcool, e eu acho que está perfeito.


É interessante observar que os entrevistadores pressionam Maluf no que diz respeito a seu ímpeto proibicionista, algo presente em todo programa.

No entanto, tratamento similar não foi dispensado a José Serra anos mais tarde pela imprensa em geral. É claro que a simpatia dos grandes veículos pelo tucano entra na conta, mas será que, culturalmente, muita coisa não mudou também, principalmente em São Paulo? Passamos a aceitar todo tipo de proibicionismo, alguns até com sentido, outros desprovidos de qualquer senso de justiça ou respeito como a rampa anti-mendigo, sem questionar? Em suma, a maioria ou muitos de nós pensa hoje como Maluf pensava em 1995 em relação ao proibicionismo?

O grande feito de Gilberto Kassab na capital paulista foi a Lei Cidade Limpa, uma série de restrições à publicidade de rua, atingindo também praticamente todos os estabelecimentos comerciais em São Paulo. Também empreendeu sua sanha de proibições contra camelôs, artistas de rua, venda de cachorros quentes, distribuição de sopão, bares (esta ele deve a José Serra, que aumentou a repressão aos botecos), incluindo uma tal Lei Seca na Virada Cultural etc etc etc. Seguiu a linha do seu antecessor, representando também o antigo Jânio e, sobretudo, Maluf, que redescobriu o poder eleitoral do ato de "cercar" os cidadãos e impor. Está tudo lá, na entrevista do Roda Viva (vale ler) de 1995. 

Foi Maluf que fez?
Paulo Maluf encarnou o espírito conservador que repousa em parte da sociedade de São Paulo. Bebeu da fonte de Jânio, o reinventou, e foi vanguardista nas ações proibicionistas que conquistariam as mentes de Serra e Kassab. Hoje, dado como morto politicamente, vê um pupilo seu, Celso Russomanno, fazer uma campanha de cunho semelhante às suas, vertendo reacionarismo, liderando as pesquisas. Vê Serra desfilar obras (que o tucano começou, que pegou no meio, que concluiu, que são de Alckmin, de Kassab, mas que, na propaganda são suas, todas...) e vestir o manto antipetista e conservador com todo gosto, como o próprio Maluf fazia nos seus melhores momentos. Ainda tripudiou do petismo, seu inimigo de sempre na cidade, ao exigir a foto mais polêmica da política dos últimos tempos. Não concorre a cargo nenhum, mas seu ideário está mais presente do que nunca.

Alguém tem dúvida de que Maluf é um vencedor?

domingo, setembro 02, 2012

Incrível: a história de Alan Fonteles, o brasileiro que superou Oscar Pistorious

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Mesmo quem não acompanha o noticiário esportivo conhece ou já ouviu falar do sul-africano Oscar Pistorious. Velocista, ele utiliza duas próteses feitas de carbono no lugar das pernas, e conquistou o direito, após muita luta, de competir além da modalidade paralímpica (sim, é paralímpica agora) e disputar os Jogos de Londres 2012 entre outros grandes nomes do atletismo. Findas as Olimpíadas da capital inglesa, ele entrou na disputa dos Jogos Paralímpicos como estrela máxima da competição.

Mas havia Alan Fonteles, um paraense de Marabá, de 20 anos de idade. Ele teve as pernas amputadas por conta de uma infecção, quando ainda era bebê. Mesmo assim, quando criança tornou-se apaixonado pelo atletismo tanto que, aos 8 anos de idade, começou a correr mesmo contando apenas com próteses de madeira, inadequadas para a prática do esporte. Por meio de um triatleta, Rivaldo Martins, que teve que amputar a perna esquerda devido a um acidente, Fonteles conseguiu, em 2007, próteses especiais para competições. De lá pra cá, várias conquistas, incluindo uma medalha de prata em Pequim 2008, no revezamento 4 X 100.

E chegou o domingo, 2 de setembro. Nas semifinais para os 200 metros rasos, na classe T44, ele já havia batido o recorde mundial com 21s88, mas foi superado por Pistorious na bateria seguinte, com o sul-africano marcando o tempo de 21s30. Hoje, após uma largada ruim como ontem, ele conseguiu uma recuperação inacreditável e venceu o rival, marcando 21s45. Para se ter uma ideia do que significa a marca, os brasileiros que concorreram nas Olimpíadas de Londres nos 200 metros rasos, Bruno Lins e Aldemir da Silva Júnior, conseguiram em suas semifinais 20s55 e 20s63. O vídeo da prova está aqui.

Pistorious, derrotado pela primeira vez nos 200 metros, criticou o brasileiro, que ficou mais alto por conta das próteses novas, que estão, aliás, totalmente dentro da regra. Justo ele, que combateu tanto quem argumentou que as próteses lhe davam vantagem sobre atletas considerados “normais”, tentando barrar sua participação em competições que não fossem paralímpicas. E foi seu exemplo que serviu de inspiração para o próprio Fonteles, segundo o brasileiro conta aqui. Não fique chateado, Pistorious. Como você pode ver, esse ouro também é seu, como muitos outros que virão também terão sua marca. Mas hoje a festa também é de Alan Fonteles.