Destaques

sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Cinco marcas de cachaça são reprovadas pela Proteste

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A Proteste – Associação de Consumidores testou as dez marcas de cachaça mais vendidas no Brasil e metade delas foi reprovada por terem apresentado índices de carbamato de etila acima do que seria razoável. O composto é classificado como possível agente causador de câncer pela Organização Mundial da Saúde.

A marvada exige mais respeito
As marcas que não passaram no teste foram Ypióca Prata, Pitú, Salinas, Pedra 90 e 7 Campos de Piracicaba, que apresentaram entre 165µg/l (microgramas por litro) e 755µg/l da substância. O valor estipulado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é de até 150µg/l, mas as empresas têm prazo até 2014 para se adequar a esse índice. De acordo com este trabalho aqui, “o carbamato de etila é um composto formando em alimentos como pão, iogurte, vinho, cerveja e também em bebidas destiladas como a cachaça. (...) São várias as vias para a formação do carbamato de etila em bebidas destiladas. A principal consiste na reação do etanol com compostos nitrogenados, tais como uréia, fosfato de carbamila, cianeto e aminoácidos.”

As explicações dos fabricantes foram variadas para justificar a reprovação, como consta nesta matéria. A Ypióca informou que o lote da amostra utilizada no teste é de março, data anterior à adequação que teria sido feita na ocasião em que a empresa foi adquirida pela Diageo. O Grupo Salinas também diz que o teor de 165µg/l identificado no teste se refere à safra anterior a 2011 e que, desde essa época, os produtos já estão de acordo com a legislação.

A Pitú repeliu “a conclusão drasticamente adotada pela Proteste” no teste com cachaças e disse que, “apesar da inexistência no Brasil de uma obrigação normativa para obediência ao nível máximo de carbamato de etila em bebidas alcoólicas, a Pitú orgulha-se de ter alcançado limites inferiores a 150µg/l em 97,3% de sua produção que é submetida e aprovada em testes qualitativos pelos diversos países para onde vem sendo exportada, principalmente no Canadá, que legalmente estabeleceu o limite em 150µg/l”.

A Industrial Boituva de Bebidas, dona da marca 7 Campos de Piracicaba, diz que um laudo do Mapa, do fim de abril de 2012, atesta que o produto atende à legislação vigente. Por fim, a empresa detentora da marca Pedra 90 “vem estudando esta questão com bastante responsabilidade no Brasil, (…) e executa a coleta de mais de 500 amostras de cachaça, que serão representativas de nossa verdadeira posição quanto a este problema”.

No teste, a Sagatiba foi a que apresentou o menor índice de carbonato de etila, menos de 50 µg/l. Também foram aprovadas as marcas São Francisco, Seleta, Pirassununga 51 e Velho Barreiro. Foram avaliados ainda pela Proteste o grau de arsênio, cobre e chumbo, metais comuns a essas bebidas e, para sorte do consumidor, as dez marcas foram bem avaliadas.

Clubes europeus querem férias no final do ano

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É justo: Rummenigge quer passar o o fim de ano
em Copacabana (Foto: BayernFC)
Notícia curiosa vem do Velho Continente. A Associação de Clubes Europeus (ECA, na siga em inglês) irá propor à Fifa inverter o calendário europeu, com campeonatos, e aqui perdoem-me a redundância, começando no início do ano e terminando no final, como acontece em terras tupiniquins e em alguns países do norte da Europa, presumivelmente porque cansaram de ter que procurar a bola debaixo de neve. A proposta da poderosa entidade presidida pelo ex-centroavante Karl-Heniz Rummenigge deve ser apresentada no próximo dia 15.

De fato, o mundo gira e a Lusitana roda. Não faz muito tempo, era por aqui que se ouvia como um mantra para organizar o confuso calendário brasileiro e combater a perda de jogadores no meio da temporada a ideia de “adequação ao calendário europeu”. Um certo espírito de “Yankee Go Home” sempre me fez torcer o nariz para a proposta, que sumiu do debate mais recentemente por conta da melhoria econômica do país e, por consequência, dos clubes, que andam com mais bala na agulha pra competir com os invasores. Ideia semelhante aparecer dos lados de lá não deixa de ter sua ironia.

A proposta dos clubes europeus ainda será longamente debatida: a ideia é de que as férias no final do ano ocorram apenas em 2018. Mas sendo a ECA, com seus 207 clubes membros, a terceira entidade mais poderosa do futebol mundial, é bem possível que a coisa ande.

quinta-feira, janeiro 31, 2013

Jogo bom é outra coisa ou futebol é torcedor na rede

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Torcedor arma rede no Engenhão para ver o eletrizante Fluminense 1 X 1 Friburguense, ontem à noite (30). Ideia mais que brilhante.

3 a 0 é resultado perigoso

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Desde criança, conheço a advertência de que "2 a 0 é resultado perigoso". No sentido de que, além de o time relaxar em demasia após o segundo gol ("Ah, já tá ganho..."), o placar supostamente mexe com os brios do adversário, que parte para o "tudo ou nada". Pois bem, ontem, em La Paz, o São Paulo aumentou a conta desse dito futebolístico para 3 a 0. Os primeiros 34 minutos de jogo contra o Bolívar, na partida de volta da pré-Libertadores, foram perfeitos: o time marcou sob pressão no campo do adversário, roubou a bola dezenas de vezes, fechou a defesa com excelente posicionamento, botou os bolivianos na roda no meio-campo e chegou ao ataque com velocidade, inteligência e toques de primeira. Três gols foram pouco.

Aí é que veio o perigo. Considerando que o jogo de ida, no Brasil, havia sido 5 a 0 para o Tricolor, o São Paulo simplesmente parou de jogar bola. Ainda mais porque, pelo critério de gol fora de casa, o Bolívar teria que marcar 9 vezes para eliminar os brasileiros da competição. Era muito, mas eles souberam aproveitar a desistência dos sãopaulinos na partida para virar o placar e assustar torcedores cardíacos. O Bolívar fez o primeiro ainda na etapa inicial e entrou no segundo tempo voando baixo. Resultado: virou o jogo para 4 a 3, obrigou Rogério Ceni a fazer pelo menos três defesas difíceis e, fosse o time boliviano um pouquinho melhor, teria feito o 7º e o 8º gols, tranquilamente. O São Paulo não jogou o segundo tempo.

A propalada altitude de La Paz (3.660 metros) pode até ter esgotado alguns jogadores brasileiros. Mas não serve como desculpa: a acomodação e o "já ganhou" foram as causas principais. Os atacantes sumiram, a dupla de volantes sumiu, a zaga bateu cabeça, o time todo só assistiu a correria do Bolívar. Isso é preocupante para a fase de grupos, quando o São Paulo irá novamente a La Paz, enfrentar o The Strongest. E cabe, aqui, uma única crítica a Ney Franco, sobre a escalação de Douglas. Ele não pode ser titular - nem como lateral-direito e muito menos como ponta - e deveria ter sido substituído já na virada para o segundo tempo. Entre os destaques, fico com o Osvaldo, pela primeira etapa, e Cortez, pela partida toda.


ARTILHEIRO - Luís Fabiano deu um grande alívio ao torcedor sãopaulino ao abrir o placar, de cabeça, a 2 minutos de jogo. Tornou-se o segundo maior artilheiro do clube na Libertadores, com 11 gols, faltando um para igualar Rogério Ceni. No ranking total do São Paulo, ele alcançou Muller, com quem divide agora a 6ª posição (ambos marcaram 160 gols). Luís Fabiano precisa fazer mais 13 gols para empatar com o 5º colocado, o lendário ponta Luizinho. E mais 22 para chegar a 182 gols com a camisa do clube e alcançar o centroavante França, com quem chegou a dividir o ataque Tricolor em 2001. Acima deles, os três maiores artilheiros são Serginho Chulapa, com 242 gols, Gino Orlando, com 233, e Teixeirinha, 189.

Cícero mantém Santos líder no Paulista

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Após a execução – entenda como quiser – do hino nacional pela dupla Hugo e Tiago, aqueles que resistiram puderam assistir à peleja entre Ituano e Santos. A equipe visitante foi ao interior com três mudanças: Arouca e Renê Júnior foram poupados (mas já, professor?) e cederam lugar a Adriano e Miralles. Foi a terceira formação tática distinta de Muricy Ramalho no Paulista, depois de ter usado na segunda etapa do jogo contra o Bragantino o 4-4-2 clássico com Renê Júnior jogando mais à frente do lado de Arouca (ver mais neste post do Blog do Carlão).

Outra alteração foi a entrada do zagueiro Jubal, citado aqui, no lugar de Neto, que tomou um pisão no aquecimento (!). O moleque de 19 anos atuou bem, com a tranquilidade que lhe é característica, mas outros companheiros não atuaram tão bem. Guilherme Santos, como na partida contra o Bragantino, mostrou que tem dificuldades para defender o lado esquerdo. No esquema de Muricy com o losango do meio de campo, é justamente essa área que recebe a cobertura do meia que defende menos, Cícero, que não é mau marcador, mas “pega” menos que Renê Júnior e Arouca. Por ali, o Ituano tentou chegar mais, ainda que não tenha criado chances efetivas, daquelas de fazer o torcedor gritar “uh” durante os 90 minutos.


O Alvinegro também teve dificuldades ofensivas. Neymar não estava inspirado, embora tenha quase feito um gol fantástico no segundo tempo, e Monitllo criou muito pouco. André mais uma vez decepcionou, e foi substituído ainda no intervalo por Felipe Anderson. A mudança deu certo e o Santos tomou conta do jogo durante os primeiros 15 minutos do segundo tempo, período em que saiu o belo gol de Cícero, uma finalização de longa distância que deu um efeito inusitado na bola. O meia fez seu terceiro gol no Paulista e é um dos artilheiros da competição. Foi o suficiente para o Peixe levar o jogo em banho maria, com os donos da casa té tentando uma pressão infrutífera a partir dos 30 minutos. Mas faltou futebol.

quarta-feira, janeiro 30, 2013

Agora nem Aécio nem Huck escapam

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A Resolução 432 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que torna mais rígidas as medidas contra motoristas embriagados, foi publicada no Diário Oficial da União ontem - e, por isso, já podem ser aplicadas imediatamente nas blitze de todo o País. Entre outras coisas, a Resolução prevê que, se o teor alcoólico do motorista estiver acima de 0,34 miligramas quando assoprar o bafômetro (ou seis decigramas por litro de sangue), além das penas administrativas, responderá a processo criminal, podendo pegar de seis meses a três anos de prisão, mais pagamento de multa e cassação da carteira de habilitação. Segundo matéria da Agência Estado, o novo limite de tolerância corresponde, em média, a seis latinhas de cerveja ou três doses de uísque.

Uma novidade é que, se o motorista negar o bafômetro, o fiscal poderá aplicar a autuação administrativa e preencher o questionário de "Sinais de Alteração da Capacidade Psicomotora", que será anexado à autuação. E o bebum irresponsável também poderá ser encaminhado à delegacia. O questionário apresenta informações como aparência do condutor, sinais de sonolência, olhos vermelhos, odor de álcool, agressividade, senso de orientação, fala alterada, entre outras características. Dessa forma, personalidades como o manguaça Aécio Neves (que foi flagrado dirigindo bêbado em abril de 2011 e recusou o teste do bafômetro) e Luciano Huck (que fez a mesma coisa em dezembro de 2012) não conseguiriam escapar impunes.

Curioso é que Huck, o "bom moço" que a Editora Abril já tentou insinuar como futuro presidente da República, foi cogitado recentemente para se candidatar nas eleições de 2014 pelo PSDB como vice na chapa de... Aécio! Dizem as más línguas que só falta definir o boteco para eles sentarem e selarem a parceria política (e etílica). Mas, dessa vez, para evitar flagrante no trânsito, parece que vão seguir o conselho da esposa do Luciano Huck e deixar a responsabilidade nas mãos de um taxista...




Guarani leva vantagem

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Deitando por terra a tese de que "não existe mais bobo no futebol", alguns clubes ainda querem pagar pra ver (e muito!) a ressurreição do ex-Imperador Adriano. Pelo o que parece, o alviverde de Campinas tem um trunfo...



(Crédito da imagem: Gol Contra/Facebook)

Mapa de Minas e outros 26 estados produtores de cachaças

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Quando alguém gosta de cachaça, e gosta de gostar da bebida, começa a querer saber o local onde a chambirra é plantada, colhida, prensada, fervida, fermentada e destilada. Torna-se curiosidade tão importante quanto conhecer a madeira que compõe os tonéis onde o precioso líquido descansa. Mesmo que, eventualmente, a "madeira seja aço-inox" (isso é detalhe).

O Mapa da Cachaça é uma plataforma colaborativa no ar desde 2011. Mas só descobri essa mídia social pouco socializante no fim do ano passado. Criada pela Paralelo Multimídia, a plataforma faz constar no mapa alambiques, destilarias e fábricas de cachaça industriais e artesanais – categoria sacramentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para salvaguardar as marvadas produzidas em escalas menores do que as industriais (as que verdadeiramente mataram o guarda, o padre e até passarinho que se aventurou a beber a água que aves não beberiam).

Falta muito para alcançarem cada rincão cachaceiro (refiro-me aos produtores, não me entendam mal) do país, mas é um grande começo e uma necessidade para o diagnóstico pré-implementação do Manguaça Cidadão.

Foto: Reprodução
Mapa com um tanto de produtores espalhados. Falta muito para alcançar todos os
rincões cachaceiros. Mas os alfinetes vermelhos marcam as que, modestamente, já tive
oportunidade de conhecer a fundo. Por sorte, o copo não era tão fundo...

Porque estive lá

Curioso, fui tentar cadastrar minha modesta adega (que está mais para despensa). Das seis que ainda não estão vazias, quatro já estavam devidamente mapeadas, com muito mais informações do que eu tinha sobre as danadas.

Registrei, então, duas molha-goela, singelas contribuições que permaneciam de fora do recenseamento. A Caranguejo (à esquerda), de Campina Grande (PB) e a Cachaça de Pirenópolis (GO), cidade histórica próxima ao Distrito Federal (abaixo, à direita). Antes de serem publicadas, as informações passam por moderação dos editores. Afinal, informação de bêbado não tem dono.

Além de diferenciações importantes e instrutivas (cachaça é diferente de aguardente composta, aquelas temperadas com canela, cravo, mel, cascas e sementes), há espaço para apontar madeira de descanso ou envelhecimento (uma coisa é uma coisa) e até cadastrar o fabricante e seu endereço.

É a partir desse endereço que se consegue, além de pesquisar por nomes, viajar por mapas do Brasil. Se você der sorte (ou azar) de pegar algum soluço do site e desembocar num Erro 404, vai receber, na testa, um: "Não aguenta bebe leite!"

Em clima de quem interage em mídias sociais e acha bonito, saí marcando "Já bebi" em todas as preferidas que encontrei. Ainda marquei muitas que nem sequer almejam o posto de mais queridas... E, no final, estava admitindo até as que despertam nenhum orgulho da experiência da degustação. Tem toda a gama de qualidades cadastrada por lá.

Modéstia às favas, em 20 minutos alcancei a primeira dezena de quatro estados. Em mais 10, passando por algumas das 42 páginas de listas das marvadas de Minas Gerais, foi fácil passar da segunda dezena. Nesse inteirim, conheci a Poesia, a Atrás do Saco, a Peladinha, Perseguida Ouro... Além de conhecer uma coleção de rótulos e músicas que não chegam aos pés do Som na Caixa Manguaça.

Vale o passeio. Mas dá uma sede danada.

terça-feira, janeiro 29, 2013

Jornalismo "fófis"

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Essa nova categoria de "jornalismo", descoberta e batizada pelo colega João Paulo Soares (do Blog Sem Governo), foi inaugurada nesta semana por Luiz Maklouf Carvalho, em sua matéria sobre o governador de Pernambuco Eduardo Campos para a Revista Época - confira um pequeno trecho aqui. O período mais revelador (ou seja, mais "fófis") da verve apaixonada de Maklouf é esse aqui:

"Campos (...) esporeia com o ritmo acelerado de sua fluência verbal, (...) o dorso ainda atlético de 47 anos também assoma, enfático. Seus translúcidos olhos verdes são, surrupiando um autor contemporâneo, como pássaros querendo voar para fora da cara. Campos é, sobretudo, olhos. Na beleza variante da cor, que fisga a atenção, e, principalmente, na mirada, no manejo que lhes sabe dar, ora águia, ora cobra, focados na sedução."

Sem comentários.


O Mestre: Cachaça não é tíner não

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Quando ouvia a clássica marchinha de Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro, Héber Lobato e Marinósio Filho, imortalizada no Som na Caixa Manguaça nº 51", "Você pensa que cachaça é água", sempre entendi, na letra, um teor de um "pres'tenção". Uma dose de toque amigo para manguaças profissionais buscarem uma hidratação mais convencional.

Ao assistir a "O Mestre", de Paul Thomas Anderson, ocorreu-me uma leitura um pouco diferente. Em vez de uma crítica a hábitos etílicos exacerbados do interlocutor, imaginei que para a marchinha um diálogo em grau mais professoral, um ensinamento para explicar a diferença entre cachaça e água. A distinção, entendam, está praticamente dada por uma questão de fonte dos recursos (alambique versus ribeirão), quase uma denominação de origem controlada (DOC, como em vinhos, espumantes, queijos e quetais).

O devaneio, inspirado pela aspiração de chegar ao bar, decorre de algumas das sequências do referido longa-metragem. A produção mostra a relação peculiar (lá de onde eu venho, o nome disso seria "doida de pedra") entre Freddie Queuel (Joaquin Phoenix) e Lancaster Dodd (Philip Seymour Hoffmann), livremente inspirado em Lafayete Ron Hubbard, fundador da Cientologia -- ideário que teve repetidos quinze minutos de fama em 2001, quando o galã Tom Cruise trocou sua então esposa Nicole Kidmann pela doutrina -- não foi assim tão simples, mas me falta informação para redator de coluna de celebridades.

Foto: Divulgação

No filme "O Mestre", Freddie Quell (e seu fígado) é interpretado por Joaquin Phoenix. C
oquetéis com itens como reveladores e fixadores de
filme. Espera-se que dublês tenham participado de cenas como as da foto


Ao caracterizar os personagens, o filme destila Dodd como um intelectual com talento para autoritário e ambição para messianismo. Queuel começa como um marinheiro traumatizado da Segunda Guerra Mundial, alcoólatra e viciado em sexo que perdeu um parafuso antes ou depois de cruzar o Atlântico dos Estados Unidos para a Europa. Ao voltar, exercita hábitos de adicto de estágio avançado -- de beber perfume e daí para baixo. Bem para baixo.

Em quatro sequências diferentes, a personagem manufatura coquetéis peculiares. No primeiro, em meio a um laboratório de revelação fotográfica de poses preto e branco, ele parece misturar sais de revelação com fixador, além de limão. E bebe. Depois, seu elixir vira suspeito de ser veneno, quando um camponês, colega na colheita de repolhos, não tolera a mistura não identificada e sucumbe.

Em outro trecho, antes de simular relações sexuais com uma escultura de areia na praia, o preparado leva água de coco e... tíner (!). Em outra, além de uísque e vodca, novos toques de tiner, agora filtrado (?!?!) em pão velho. E a mistura é apreciada pela dupla, embora o marinheiro indique que é capaz de fazer outras variações da verdadeiramente marvada, embora não repita a receita.


Foto: Divulgação

Na praia, a espera da volta para os Estados Unidos, um drinks (sic) de
água de coco e tíner, para rebater o calor. 

Assustado, fui ao Google.

Se o Sulfito de Sódio, componente principal de um dos principais reveladores P&B do mercado, também é usado como antioxidante e conservante de alimentos (não é tão tóxico, exceto para alérgicos ao produto). Tíner, por sua vez, que contém acetona ou butanona ou outros hidrocarbonetos, é solvente peculiar que pode produzir efeitos alucinógenos quando inalado, a exemplo do que acontece na cola de sapateiro. Não à toa, é vendido apenas a maiores de 18 no Brasil.

Não consegui ir além de referências a inalantes em fontes em português.

No caso do filme, vale ressaltar que, embora Lancaster Dodd tenha elementos claros de L. Ron Hubbard, há dúvidas sobre a existência de uma inspiração única para Quell, colocado como um anti-alterego do "Mestre", uma sombra impulsiva, animalesca e caricata. Mas uma corruptela reveladora do caráter...

Com essa informação, fiquei mais satisfeito de saber que, talvez, ninguém tenha chegado a degustar esse tipo de coquetel.

Ao mesmo tempo, e voltando ao clássico do cancioneiro popular brasileiro, foi a comparação a drinks com tíner e desinfetante que revi minha interpretação. Nessa perspectiva, talvez cachaça fique parecendo quase água. Na dúvida, melhor não arriscar.

segunda-feira, janeiro 28, 2013

O papel da imprensa na tragédia de Santa Maria

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Mais uma vez, Latuff diz tudo... Charge original aqui.

domingo, janeiro 27, 2013

Uma triste imagem da tragédia em Santa Maria

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Em 1997, no Clube de Regatas Santista, o Raimundos terminava seu show por volta das três horas da manhã, e apenas uma das cinco escadarias para a saída estava liberada. O excesso de pessoas e, consequentemente, de peso, fez os degraus cederem e o resultado do pânico que se instalou e do despreparo do clube foi um saldo de oito mortos e 63 feridos.

Não havia internet e só soube do acidente pela namorada de um amigo, que me acordou no dia seguinte com um telefonema angustiado. Ele havia ido ao show e ela não conseguia localizá-lo; o desencontro de informações fazia com que se pensasse no pior. Comecei a ligar pra outros amigos pra saber se ele havia dormido na casa de algum deles, já que não estava em casa. Como não havia nenhum telefone para informações, liguei para a redação do jornal A Tribuna. Ali, perguntei se tinham a lista de mortos e feridos, e havia somente a de óbitos. Perguntei pelo meu amigo, Kléber, e dei o nome, mas meu interlocutor falou que só iria ler a lista, e não conferi-la. Respirei fundo, àquela altura já com taquicardia, e pedi para ele fazer aquele favor. Não constava o nome na lista, e depois viemos saber que ele havia dormido na casa da madrinha.

Deivid Dutra / Agência Freelancer
Além de não haver internet, celular era artigo de luxo. Conhecia muitas pessoas que nem telefone residencial tinham. Hoje, a tragédia ocorrida em Santa Maria, que já conta mais de duas centenas de mortos e outros tantos feridos, repercutiu rapidamente em todo o mundo por conta das novas tecnologias. Mas estas também criaram uma cena típica de um filme de terror ou de catástrofe.

Foi ouvindo a Rádio Bandeirantes, no Domingo Esportivo do Milton Neves – aliás, nesse tipo de cobertura, as emissoras de rádio batem a internet e dão goleada nas TVs –, que escutei um depoimento chocante. Um tenente-coronel contou que, ao chegar no local da tragédia, viu a triste cena de vários corpos no chão, obstruindo que se chegasse até o fundo da casa noturna. Ao mesmo tempo, uma sinfonia macabra de sons de celulares, tocando de forma incessante melodias distintas, enquanto os bombeiros e o pessoal do resgate tentavam achar sobreviventes e remover os corpos. Os aparelhos tocavam no chão, nos bolsos e nas bolsas, sem parar. Mais tarde, um soldado pegou um dos celulares e viu 104 chamadas perdidas. Impossível não pensar e se comover com a angústia daqueles que buscavam notícias de suas pessoas queridas.

Nossos sentimentos a todos.

sábado, janeiro 26, 2013

Quando perder do Uruguai fez sentido

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Não, eu não estou afirmando que a derrota do Brasil para os uruguaios na final da Copa de Ouro dos Campeões Mundiais, em janeiro de 1981, foi uma armação. Assim como em 1950, nossos adversários ganharam na bola, e pelo mesmo placar de 2 a 1 (na foto ao lado, o goleiro e capitão Rodolfo Rodríguez levanta a taça). O título do post refere-se ao fato de que, há 32 anos, a vitória uruguaia representou um grande e justificado desabafo para sua população. É o que conta o ótimo documentário "Mundialito", exibido hoje pelo Canal Brasil. Trata-se de um exemplo crucial de como o futebol e política podem se misturar.

Em 30 de novembro de 1980, os uruguaios foram às urnas para votar, em plebiscito, se a ditadura militar poderia modificar a Constituição do país. Surpreendentemente, 57% votaram "não"! Pela primeira vez na História mundial, um governo ditador foi derrotado em um plebiscito que ele próprio organizou. Acontece que, temerosos pela truculência dos militares, os uruguaios não soltaram fogos nem foram para as ruas comemorar esse episódio fantástico. Calaram-se, apesar da enorme vontade de gritar contra a ditadura que os oprimia.

Só que a oportunidade não tardaria a acontecer: justamente 1 mês depois, teve início no Uruguai a Copa de Ouro organizada pela Fifa, que ficaria conhecida como "Mundialito de 1981" e que reuniu, além do time da casa e do Brasil, Alemanha, Argentina, Itália e Holanda. Fazia 30 anos que a seleção uruguaia não ganhava nada e, simbolicamente, a decisão a confrontou com a vítima de seu título anterior, o Brasil. O novo troféu levou os uruguaios à loucura. E a vitória nas urnas, 40 dias antes, foi gritada nas ruar por milhares de pessoas, a plenos pulmões: "Se va acabar, se va acabar, la dictadura militar!"

No documentário, vários atletas dão depoimento, como o ex-gremista Hugo de León e o ex-santista Rodolfo Rodríguez. E também o nosso saudoso Sócrates, morto em 2011 por consequência do abuso de bebida alcoólica (o que justifica, nos marcadores, a inclusão da cachaça, completando o coquetel de futebol e política). Sócrates criticou no documentário a falta de consciência política de seus companheiros de seleção. Ele diz que comprava jornal para levar à concentração e separava o caderno de esportes, porque era a única coisa que os outros jogadores liam (enquanto ele lia o resto). Confira trecho com o Doutor:


Uma tarde e dois meias

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Em setembro de 2012, depois de longa "novela", o São Paulo acertou a contratação de Paulo Henrique Ganso. Fiquei feliz, claro. Mas, logo em seguida, no início de outubro, o meia Alex anunciou sua saída do Fenerbahçe, da Turquia, e avisou que voltaria ao Brasil. Fiquei chateado. Porque, com a contratação de Ganso, dificilmente o meu time se meteria no "leilão" por mais um grande jogador da posição. E porque, apesar do ex-santista ser muito jovem e ainda poder jogar muito mais tempo (e possivelmente dar grande retorno financeiro quando sair do clube), eu prefiro Alex. Sim: na minha seleção brasileira, o veterano meia, que encantou palmeirenses, cruzeirenses e turcos, seria titular absoluto. Mesmo ao 35 anos.

Neste sábado liguei a TV para ver sua reestréia no Coritiba, clube que o revelou, em um amistoso contra o argentino Colón. O jogo foi fraco e nem teve nada de amistoso: cinco expulsões. O Coxa perdia até os 47 da segunda etapa, quando Deivid cabeceou para definir o 1 a 1. Mas Alex, mesmo desentrosado, mostrou a velha categoria. Armou jogadas, ajudou a marcação e cadenciou o meio-campo com uma propriedade raramente vista em colegas brasileiros da posição. E ainda acertou duas bolas na trave, em cobranças de falta, e fez um incrível gol olímpico - que foi anulado (justamente) porque a bola fez a curva por fora da linha de fundo. Craque! É uma pena que mais esse veterano não terá uma passagem pelo São Paulo.



Ao mesmo tempo, no Morumbi, o São Paulo conseguiu manter aproveitamento de 100% no Paulistão, com o time reserva: 2 x 1 contra o Atlético de Sorocaba. E, curiosamente, a abertura do placar  foi feita pelo outro meia citado, Paulo Henrique Ganso. Foi seu primeiro gol com a camisa Tricolor. Porém, o festejado meia - que já chegou a ser considerado o melhor do Brasil - continua sem mostrar sua habitual categoria. Apagado, movimenta-se muito pouco e, sempre que é acionado, dá pequenos passes laterais e meio que se esconde. Tomara que seja mesmo um período passageiro, de readaptação depois de tantas lesões - e ainda ambientando-se no novo clube. Torço por ele e acredito que há grande chance de virar titular e protagonista. Mas, que ainda está bem longe do que sabe jogar, é inegável.



sexta-feira, janeiro 25, 2013

Santos bate Goiás e comemora título da Copa São Paulo

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O Santos faturou hoje a Copa São Paulo de Júniores ao vencer o Goiás por 3 a 1, o seu segundo título da competição – o primeiro foi em 1984. É o resultado do trabalho nas divisões de base que vem dando atletas ao time de cima há algum tempo e também conquistas como o campeonato paulista sub-20 no ano passado.

Garotos comemoram o título da Copa São Paulo
Mas o que é interessante na equipe campeã invicta é o gosto pelo toque de bola, com um meio de campo que não conta com aquele volante pesadão e pegador ou aquele outro tipo que corre, corre, corre (em geral, errado) pra marcar o rival. São marcadores mais ágeis e técnicos como Lucas Otávio e Leandrinho, que chegam bem ao ataque, e atletas criativos como Pedro Castro e Léo Cittadini.

Na defesa, a presença do bom e muito tranquilo, pra idade e pela posição, Jubal, e, na frente, quatro atacantes que tiveram importância em momentos diferentes da competição. Novamente, nada do centroavante fixo e pouco móvel (alô, André), mas sim jogadores (Neilton, Giva, Diego Cardoso e Stefano Yuri) que gostam de fazer as jogadas pela ponta e também vindo de trás tabelando, abrindo a defesa adversária.


Esse gosto pelo toque de bola e troca de passes já podia ser visto no ano passado, quando a equipe foi desclassificada pelo Desportivo Brasil nas oitavas de final. Não sei se foi fruto do “efeito Barcelona”, mas o fato é que se trata de um ótimo trabalho de Claudinei Oliveira, ex-goleiro (bom) que vi várias vezes atuar na Portuguesa Santista, inclusive na campanha que trouxe o clube à primeira divisão do campeonato paulista em 1996. Substituto de Narciso, o técnico foi campeão do Paulista Sub-15, em 2009, e do Sub-17, em 2010, conhecendo parte dos atletas do time atual.

Um título como esse em um torneio eliminatório tem o dado evidente de contar com a ajuda das circunstâncias, mas dá confiança para os garotos. Com o estilo trabalhado pelo treinador, dá esperanças ao torcedor de que os novos talentos venham mais adaptados ao espírito coletivo, burilados no que diz respeito a fundamentos básicos que andaram esquecidos nos últimos tempos. É esperar e ver quem vai se juntar a outros pratas da casa do time de cima como Neymar, André, Felipe Anderson e Rafael Cabral. Lembrando que, nos últimos anos, em geral foram os garotos da base os protagonistas de títulos na Vila Belmiro.

Já o Goiás, que chegou à final, usa outro método pra dar experiência a seus atletas. Em 2012, praticamente a mesma equipe que chegou à final hoje disputou a Série D do campeonato brasileiro pela Aparecidense, graças a um acordo entre os dois clubes. Entre os adultos, o time conseguiu três vitórias, um empate e quatro derrotas na competição.

PS: Parabéns à precavida organização da Federação Paulista de Futebol que, desta feita, reservou uma medalha para entregar a José Maria Marin...

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Corinthians: sem meio-campo fica difícil

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Romarinho jogou mal ou preguiçou?
(Daniel Augusto Jr./Ag.Corinthians)
O Corinthians recebeu a Ponte Preta nesta quarta-feira e perdeu por 1 a 0, novamente com sua escalação B puxando pra C. Dessa vez, Zizao não tirou nenhuma mágica das mangas de seu shen-i e o time, bastante desentrosado e com erros estranhos de escalação, não deu conta do recado.

Antes de começar, aponto minha própria contradição: como se trata de um time fadado a ser esquecido assim que os titulares entrarem em ação, faz pouco sentido analisar o trabalho coletivo e tem mais lógica pensar individualmente se cada jogador pode vir a ser útil no futuro. E mesmo assim, lá vou falar de tática.

O principal problema é o meio-campo, sem um meia criativo que seja. Nesta peleja, Tite trocou Nenê Bonilha, que fez as vezes de meia centralizado contra o Bragantino, e colocou William Arão, volante marcador. Caiu para Guilherme, ex-Portuguesa, a responsa de armar o time pelo meio, auxiliado por Giovanni na direita. Não deu certo e Romarinho ficou isolado no comando do ataque, que não é a sua. Aqui, uma pergunta sobre Little Romário: ele jogou mal porque estava isolado ou ficou isolado porque jogou mal e preguiçosamente?

O erro de esalaçaõ supra-citado é o seguinte: Tite coloca um lateral-direito (Welder) na lateral-esquerda, outro (Guilherme Andrade) improvisado de volante e usa um meia de origem (Edenilson) no lado direito da defesa. Três improvisos que poderiam ser um só, com Edenilson ajudando a armação. Possivelmente ajudaria mais o coletivo, mas é provável que Tite prefira que o meia/lateral treine onde ele deverá ser aproveitado quando necessário – o que deveria preocupar os outros dois, que passam a ser opções mais distantes.

Mesmo com tudo isso, ainda se construíram algumas chances de gol. A Ponte, no entanto, teve as melhores, perdidas por responsabilidade de seus atacantes e com boa ajuda de Danilo, goleiro que periga ganhar de Júlio Cesar a condição de reserva imediato de Cássio.


Tite deu uns minutos a mais para Léo, bom atacante recém-chegado aos profissionais. Não fez grandes coisas e ficou meio largado na ponta esquerda, distantes que estavam sempre os quatro da frente.

O gol da Macaca veio no finalzinho. Numa jogada meio perdida no canto da área, Felipe – que é um zagueiro menos pior do que eu temia – e deu um tranco um atacante da Ponte que para mim (e para o Felipe) foi ombro a ombro, mas o juiz entendeu que foi nas costas. Desnecessário, de todo jeito.

O estreante da noite, Gil, não foi mal. É rápido e bom por cima, mas precisa de ritmo de jogo. Ficaria melhor ao lado de Chicão, zagueiro que faz melhor a saída de bola e que ficará um mês fora por contusão. Problema.

A próxima premiere deverá ser de Renato Augusto, talvez já no próximo jogo. Pode ajudar esse meio-campo.

Osvaldo, "o cara"

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Mais uma vez, devo iniciar uma análise de jogo do São Paulo com "guardadas as devidas considerações sobre a fragilidade do adversário". Ainda assim, a convincente goleada de 5 a 0 sobre o Bolívar, no Morumbi, pelo jogo de ida da pré-Libertadores, teve diversos "heróis". Ney Franco, muito corajoso ao botar Paulo Henrique Ganso no banco e apostar (certeiramente) em Aloísio na ponta-direita; Luís Fabiano, que voltou a ser convocado pela seleção brasileira e marcou dois gols (apesar de mais um cartão amarelo bobo no fim do jogo); o agora quarentão Rogério Ceni, com três belas defesas e um gol; Jadson, que está voando baixo nesse início de temporada, com dois gols em dois jogos. Mas o melhor em campo, sem dúvida alguma, foi Osvaldo. Com a saída de Lucas, ele agora é "o cara" no ataque do São Paulo.

Primeiro, abriu o placar com um golaço de perna esquerda (após belo passe de Jadson), deixando o goleiro boliviano atônito. Depois, no segundo tempo, retribuiu a assistência para Jadson marcar o quarto e sofreu o pênalti que originou o quinto gol, de Rogério Ceni. Atuação perfeita, impecável, nota  10. E o que mais me impressionou foi que, aos 37 minutos do segundo tempo, depois de correr sem parar todo o jogo, Osvaldo ainda estava dando piques de 40 metros atrás de bolas na linha de fundo... Monstro. O preparo físico do camisa 17 salta aos olhos, principalmente se comparado a figuras sonolentas, desatentas e improdutivas como Ganso. Cañete, mais uma vez, entrou na ponta-direita no final e mostrou disposição. Bem como Casemiro, que está com fome de bola. Bons sinais. Que venha o jogo de volta.


Neymar brilha e Renê Júnior rouba a cena em vitória do Santos

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Em uma partida na qual Neymar brilhou mais uma vez, marcando, dando assistências e fazendo lances vistosos, o Santos mostrou mais entrosamento e alguns jogadores começaram a se mostrar mais adaptados à camisa alvinegra. Cícero combinou com o Onze peixeiro no primeiro tempo, deu e recebeu passe, assim como Montillo, que deu um presente para o ainda hesitante André não marcar.

Neymar: um chapéu diferenciado (Reprodução)
Mas o destaque dos 3 a 0 do Peixe sobre o Botafogo não foi um dos homens de frente, e sim o volante Renê Júnior, que também causou ótima impressão em suas outras duas partidas. Mesmo quando a equipe se arriscou à frente e abriu a retaguarda, ele não permitiu que os botafoguenses ameaçassem a zaga santista. No jogo, seus números são excelentes: foram 12 desarmes e 52 passes certos, sem nenhum errado. Teve seu nome gritado em sua primeira peleja na Vila, e deixa a situação de Adriano, que ainda não renovou seu contrato, um pouco mais difícil.

Mais uma vez apagado, André deu lugar ao argentino Miralles no segundo tempo e, também mais uma vez, o reserva marcou. Muricy insiste com o garoto não somente para dar ritmo de jogo a ele, mas também porque é um atleta querido pelos companheiros. Rafael puxou aplausos para o nove quando este foi substituído e a torcida, até então impaciente, atendeu ao apelo. Mas a paciência, do torcedor e do técnico, tem limites... 

Abaixo, os gols e o inusitado chapéu de Neymar no centroavante botafoguense Nunes.



quarta-feira, janeiro 23, 2013

Fluídos vitais

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No livro "Assessora de encrenca" (Ediouro, 2006), a produtora Gilda Mattoso, última companheira de Vinicius de Moraes, conta alguns episódios sobre o poeta. Em 1980, pouco antes de morrer, Vinicius foi operado de hidrocefalia. Ao saber do ocorrido, o escritor Fernando Sabino protestou:

- Não pode ser! Vinicius não bebe água. Talvez seja uma uísquecefalia...


terça-feira, janeiro 22, 2013

Escolhas de Felipão apontam para time mais estático

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Felipão gesticula ao explicar seu objetivo: resgatar
o futebol-bailarino (Silvia Izquierdo/AP)
Feita a primeira convocação, podemos começar a afinar as cornetas contra Felipão. O resumo da ópera das escolhas do veterano treinador é exatamente o envelhecimento da equipe, trazendo de volta jogadores mais "experientes", no caso, Ronaldinho Gaúcho, Luiz Fabiano, Júlio César e Fred.

Começando pelo gol, a volta de JC é meio estranha. O goleiro saiu da Inter de Milão e foi para o pouco expressivo Queens Park Rangers, o que indica que os grandes clubes não se interessaram por seu futebol. Enfim, não vi o cara jogar pra avaliar e a posição estava meio em aberto mesmo.

As mudanças mais estruturais acontecem do meio para a frente. Felipão sinaliza que seu time vai ter um centroavante mais pesado e mais preso dentro da área. Uma mudança em relação ao time leve que vinha sendo tentando por Mano Menezes, com muita movimentação. Vamos ver como funciona.

Achei estranha a troca de Kaká, que jogou bem e vinha se entendendo com Neymar, por Ronaldinho Gaúcho. O meia do Atlético fez um bom Brasileirão, é fato. Mas não sei se o bastante para apagar o mau desempenho que teve nas convocações mais recentes.

A coisa complica também por questões de estilo: Gaúcho no Atlético nem finge que vai tentar marcar alguém. A pressão no ataque é feita por Bernard e Guilherme, nas beiradas, enquanto o lento meia fica livre. Na Seleção, Neymar e, sei lá, Lucas não farão este papel nem a pau – e nem devem se sacrificar tanto para isso, ainda que eu ache fundamental que todo o time tenha um papel na recomposição defensiva.

Ele voltou, mas não vai marcar ninguém (Getty)
O resultado deve ser que os volantes vão ficar mais presos, perdendo um pouco da mobilidade e dos elementos surpresa que vinham aparecendo nos últimos jogos. Claro que o novo treinador vai imprimir sua marca, mas se é pra deixar volante preso não faz muito sentido convocar Paulinho, Ramires e Arouca.

O resultado do conjunto parece ser um time mais estático, com posições e funções mais fixas. Para o meu gosto, parece um retrocesso.


E o meu medo

Concordo com Felipão ao convocar Hernanes, mas discordo quando o técnico diz que o jogador é um meia mais ofensivo. Pra mim, ele é pode se tornar um baita armador, para jogar e marcar. Entraria no meu time como segundo volante, fazendo a transição da defesa para o ataque, cadenciando o jogo com seu bom passe, coisa e tal. Como meia, recebendo a bola mais à frente, me emociona menos.

Um elemento que Felipão teria levantado na coletiva é que poderia usar David Luiz como volante, posição em que ele já apareceu no Chelsea. Juntando isso tudo, começa a aparecer meu medo: Felipão vai meter David Luiz de terceiro volante e tentar me convencer que Hernanes é meia.

Não agora, mas mais pra frente, se e quando a coisa começar a apertar. Vai deixar dois zagueiros, dois laterais, David Luiz como volante limpa-trilho na frente da zaga, Paulinho e Hernanes de segundos volantes e estabelecer o “joga no Neymar” que foi tônica do Santos ano passado.

Foi mais ou menos o que ele fez em 2002, quando Edmilson era um zagueiro disfarçado de volante e Juninho Paulista não podia passar muito do meio campo – até ser substituído por Kleberson, caracterizando de vez os três volantes. Funcionou, dirão os otimistas. Sim, sem dúvida. A diferença é que, lá, Rivaldo e Ronaldo estavam voando, secundados por um Ronaldinho Gaúcho em ascensão. Resta ver como a coisa anda.

A lista dos convocados:

GOLEIROS
Julio Cesar - QPR (ING)
Diego Alves - Valencia (ESP)

LATERAIS
Daniel Alves - Barcelona (ESP)
Adriano - Barcelona (ESP)
Filipe Luís - Atlético de Madri (ESP)

ZAGUEIROS
David Luiz - Chelsea (ING)
Leandro Castán - Roma (ITA)
Dante - Bayern de Munique (ALE)
Miranda - Atlético de Madri (ESP)

VOLANTES
Paulinho - Corinthians
Ramires - Chelsea (ING)
Arouca - Santos

MEIAS
Ronaldinho Gaúcho - Atlético-MG
Hernanes - Lazio (ITA)
Oscar - Chelsea (ING)
Lucas - PSG (FRA)

ATACANTES
Luis Fabiano - São Paulo
Neymar - Santos
Fred - Fluminense
Hulk - Zenit (RUS)