Destaques

sábado, fevereiro 16, 2013

Dessa vez, Ganso fez

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Depois de perder um gol (mais ou menos) feito nos últimos instantes da partida contra o Atlético-MG, na quarta-feira, o que garantiria um empate salvador fora de casa, Paulo Henrique Ganso não desperdiçou sua chance hoje, aos 43 do segundo tempo, e garantiu a vitória por 3 a 2 sobre o Ituano, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista. Mais do que aliviar o já questionado técnico Ney Franco, o camisa 8 livrou mesmo foi a cara do goleiro Rogério Frango, digo, Ceni, que cometeu mais uma daquelas falhas inacreditáveis e vexaminosas no primeiro gol do adversário (volto a comentar sobre isso no último parágrafo).

O São Paulo até que não jogou mal, mas os velhos problemas ficam cada vez mais nítidos. Assim como observei no post sobre a derrota para o Atlético-MG, os dois gols sofridos surgiram pelo lado esquerdo da defesa. Não adiantou trocar Rhodolfo por Rafael Tolói, pois o volante Wellington, incumbido de dar cobertura pelo setor, continua falhando e dando motivos para perder o posto no time titular (Maicon entrou em seu lugar e mostrou mais serviço). Ainda pelo lado esquerdo, Cortez não consegue atacar nem marcar direito. E, no ataque, Luís Fabiano vive má fase e Aloísio não se acerta como ponta-direita.

De útil, Jadson fez outra excelente partida, dando uma assistência e fazendo um gol. O técnico está certo em tentar manter o esquema que deu certo no fim do ano passado, com um centroavante e dois pontas abertos. O problema é que o São Paulo não tem lateral-direito (Douglas não serve pra nada e Paulo Miranda é zagueiro de ofício) e, pela esquerda, há uma avenida para os adversários. A saída de jogo também está complicada. Uma solução paliativa seria efetivar Maicon como segundo volante, avançado, e recuar Denílson. Wellington poderia ser um lateral-direito mais marcador. Tolói também é melhor que Rhodolfo.

Este seria um possível caminho para que Ganso fosse melhor aproveitado. Se o São Paulo conseguisse uma dupla de laterais mais marcadora, a velocidade dos pontas poderia ser explorada por um meia clássico, mais fixo e com passes de longa distância, como o ex-santista. Porém, seria uma pena sacrificar Jadson, que é, hoje, o melhor do time. Enfim, Cortez e Luís Fabiano precisam acordar para a vida. E o problema emergencial é setor defensivo pela esquerda. Denílson, recuado, poderia ajudar. Mas esse abacaxi eu deixo para o Ney Franco descascar - até porque, convenhamos, ele ganha muito mais do que eu...


"CAGADA" - "No intervalo, após o primeiro tempo, eu disse para o time: 'Se a gente perder, a responsabilidade será minha, a cagada fui eu quem fiz'." Dessa forma, Rogério Ceni resumiu o frangaço que levou no primeiro gol do Ituano, em chute despretensioso de Kleiton Domingues. Ao cair para fazer a defesa, a bola quicou na grama, bateu em sua mão, resvalou na trave e, para surpresa do próprio atacante, entrou no gol. Prato cheio para quem odeia Ceni, que já tinha passado por bobo no último jogo, em lance com Ronaldinho Gaúcho. Mas o camisa 1 sabe que, no próximo gol que marcar, a torcida o perdoará.

Maluf e o Minhocão

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Construção do Minhocão, em 1970 - e só neste ano
O ex-governador Paulo Maluf, o mito, publicou recente artigo na Folha de S. Paulo (aqui só para assinantes) indo contra as repetidas propostas de demolição do Minhocão, uma das mais emblemáticas e criticadas de suas obras na capital paulista. Segundo ele, o trambolho “é parte de um sistema viário que liga as regiões oeste e leste por cerca de 15 viadutos e passagens de nível” construídos em seu mandato como prefeito que tornam possível trafegar em São Paulo.

Discordo dos argumentos do ex-governador em favor de sua homenagem ao ditador Costa e Silva por princípio, já que prefiro uma cidade projetada mais pra pessoas e menos pra carros. E aquelas toneladas de concreto em cima de uma região rica em residências, comércios, bares e coisa e tal – ou seja, de vida – não ajuda em nada.

Mas o que chamou de verdade minha atenção foi um trecho em que Maluf se gaba da parte “mas faz” daquele que se tornou o lema não assumido de suas gestões. Segundo ele, o elevado foi construído em “prazo recorde”, com obras começando em outubro de 1969 e entregues em janeiro de 1971. “Que saudades do tempo em que obras dessa envergadura eram feitas em um ano e meio. Me dá tristeza ver, no Brasil, obras paralisadas há 10 anos”, lamenta, em referência que em meus ouvidos lembrou as obras intermináveis da Linha Amarela do Metrô e do Rodoanel. Discordo de quase tudo que o cara fala, mas tenho que reconhecer que ele é bom de retórica.

A comparação também me fez pensar nos estilos e visões de governo dos representantes da direita paulistana nas últimas décadas. A compulsão por concreto armado como instrumento de políticas urbanas parece um ponto em comum – deixando aqui de lado qualquer acusação de corrupção e ignorando propositalmente o papel de cada um no período ditatorial. Lembro da solução proposta por Serra para o trânsito, com a ampliação das pistas da Marginal Tietê. Gastou R$ 10 bilhões, impermeabilizou anda mais o solo da região e em menos de seis meses a lentidão do tráfego já tinha ultrapassado o nível pré-intervenção.

Uma obra que deixa as semelhanças ainda mais claras talvez sejam os monotrilhos em construção em várias partes da cidade. Como conta aqui a urbanista Raquel Rolnik, as populações de Mboi Mirim e Morumbi têm protestado contra a construção, usando como exemplo casos de degradação urbana ocorridos em decorrência de opções semelhantes em outras cidades do mundo.

Enfim, o tempo passa, o tempo voa, e certas ideias continuam não sendo muito boas. Abaixo, o ex-governador Paulo Maluf, ele mesmo, defende a construção do Elevado. Reparem como ele enche a boca para dizer que se trata da “maior obra em concreto armado da América Latina”:



PS.: Cabe destacar que mesmo reconhecendo os impactos negativos que teve na região, Rolnik não vê como demolir ou desativar o Minhocão sem uma alternativa viável de mobilidade urbana não baseada no carro. Além disso, vê nas proposta apresentadas na gestão Serra-Kassab o risco de expulsão de moradores tradicionais das regiões, que seriam transformadas em “novas Berrinis”.

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Bola aérea na área do São Paulo é gol

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Opa! Estive longe de internet nos últimos dias e, por isso, me atraso ao analisar a estreia do São Paulo na fase de grupos da Libertadores. Ainda bem que o Fredi viu e já comentou o jogo, pois, na quarta-feira, eu só alcancei uma TV aos 27 da segunda etapa - bem a tempo de ver Ronaldinho Gaúcho convidar o volante Wellington para bailar e cruzar da esquerda na cabeça de Réver: Atlético-MG 2 x 0. A partir daí, não vi muita coisa para poder comentar a partida, a não ser o gol (irregular, empurrão de Aloísio no adversário) que fechou o placar em 2 a 1. Farei, portanto, pequenas observações sobre o São Paulo.

Primeiro de tudo: bola aérea na defesa sãopaulina é gol. E já faz alguns anos isso, por mais que troquem técnico, zagueiros ou laterais. Segundo: se o lado direito é o mais fraco do ataque, o lado esquerdo é o pior da defesa. Nos dois gols do Atlético-MG, Ronaldinho fez a festa no setor do lateral Cortez e do zagueiro Rhodolfo, com cobertura adicional do volante Wellington (aliás, como bem observou o Fredi, a lambança no primeiro gol foi bem digna do quarteto Trapalhões, juntando ao trio citado acima o "bobo da garrafa d'água", Rogério Ceni). E, além de não defender, o lado esquerdo não aciona Osvaldo na frente.

O gol de Réver pareceu replay do segundo feito pelo Bolívar em La Paz, quando Yecerot foi ao mesmo ponto da linha de fundo, passou por Cortez e Welington e cruzou na cabeça de Cabrera. O terceiro do Bolívar também foi de cabeça, numa bola levantada em cobrança de falta. Pelo Campeonato Paulista, Neymar cruzou tranquilamente na cabeça de Miralles, que entrou livre na pequena área para cabecear e fechar o clássico em 3 a 1 para o Santos. Contra o Atlético de Sorocaba, uma cobrança de escanteio encontrou Fábio Sanchez sozinho para fazer o gol de honra do visitante. Ou seja: cruza, que é gol...

E isso porque estou observando só as bolas aéreas, sem contar cruzamentos rasteiros na pequena área, como os que propiciaram gols ao Guarani e ao Atlético-MG. Assim, fica claro que Ney Franco terá mais trabalho para ajeitar a defesa - e o lado esquerdo do time - do que para definir o ponta-direta ideal. Nos dois jogos mais difíceis de 2013, até aqui, derrotas para Santos e Atlético-MG (ainda que as duas tenham sido fora de casa). De minha parte, só uma cornetada: Douglas não pode ser titular, em hipótese alguma. Melhor insistir com Aloísio ou Cañete por ali. E Ganso continua sendo ótimo para esquentar o banco.

O espírito de Libertadores e o "pato" Luxemburgo

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Atlético-MG e São Paulo fizeram a melhor partida de futebol que vi neste início de 2013. Surpreendente porque o Galo, até então, havia feito partidas no mínimo medíocres contra Cruzeiro e Tombense, pelo Campeonato Mineiro. Sobre o São Paulo não posso falar muito por acompanhar pouco o paulistinha. O que pode explicar essa diferença é o tal "espirito de Libertadores", reflexo da valorização que a taça continental passou a ter entre os clubes brasileiros.  

Sobre o jogo, o impressionante foi o São Paulo não conseguir fazer nenhuma finalização no primeiro tempo e a jogada do gol do Galo. Ronaldinho deu um "migué" e ficou na área até a cobrança de lateral, que recebeu sozinho e fez o cruzamento para o gol contra de Lúcio (não foi do Jô). Estranho não ter nenhuma reclamação do tão esperto e autoconfiante Rogério Ceni.

No segundo tempo o Galo voltou sem a marcação eficaz da primeira etapa e levou sufoco, só amenizado com nova jogada de Ronaldinho, com a bola na cabeça e o gol de Réver. O que até agora não entendi é o que o Réver estava fazendo na área adversária num lance comum de jogo. Não era escanteio nem cobrança de falta, quando os zagueiros costumam ir dar uma de atacante. Mas ainda bem que estava lá.

O São Paulo poderia ter empatado no lance final do Ganso, mas este parece ainda ter sua nuvem negra particular, que não deixa o futebol esperado aparecer. Embora tenha feito mais em poucos minutos que o "craque" Jadson, que nem foi visto no Independência. E, para não dizerem que não chorei, achei que foi falta no Júnior César no lance do gol paulista. De bom, fica a pegada do Galo, que fez a melhor partida em termos de marcação de que me lembro nos últimos anos.

O pato foi outro - Desses jogos ganhos de véspera, a partida entre Grêmio e Huachipato mostrou mais que uma nova "zebra". Durante toda a partida faltou ao time gaúcho calma, entrosamento e futebol. Sobrava vontade, mas com uma correria desarticulada. E, pior, com uma defesa totalmente perdida, que tomou gols bobos. E não ajudou nada a escolha de Luxemburgo de estrear três jogadores, Cris, Adriano e Barcos, que mal treinaram e não tinham nenhum entrosamento com o time. A única justificativa, pelo menos para o Cris, é que há muito tempo Luxemburgo é mais empresário que técnico. Já havia passado raspando na pré-Libertadores e parece que vai fazer a torcida sofrer muito no torneio. E, pior, sem assumir sua culpa. 

Para o técnico, o vilão de ontem foi o gramado, mesmo com seu time abusando de "chuveirinhos" na área e tomando gols infantis. Para ter ideia, o ataque do Huachipato não fizera nenhum gol em três partidas pelo campeonato chileno e fez dois contra a defesa de Luxa.

A frase atribuída a Luxemburgo pelo UOL mostra bem o estado mental do "verdadeiro pato" da noite. “O bom senso manda que as pessoas entendam uma coisa: o gramado não está bom. Então vamos jogar no Olímpico por um mês. Aí a OAS tem tempo para recuperar o gramado. Se depois, o time não jogar merda nenhuma, manda o técnico embora e deu”, disparou (Luxemburgo). Que parece já estar arrumando desculpa para ir embora depois de uma possível desclassificação.

Palmeiras estreia com vitória e um pouco de sufoco na Libertadores

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O Palmeiras começou com vitória sua trajetória na Taça Libertadores da América na quinta-feira, 14, no Pacaembu. Sobre um gramado molhado mas bem drenado -- quase igual às ruas alagada da capital paulista -- o Verdão passou pelo peruano Sporting Cristal por 2 a 1.

A um ano do centenário, o alviverde tem uma temporada de extremos. Se em três meses a realidade será a da segunda divisão do nacional, por ora o Palmeiras tem a oportunidade de estar entre a elite do futebol sul-americano. O começo foi para quase ninguém reclamar.

Além de ter contado, nas partidas recentes, com a "artilharia" de Marcio Araújo (aquele que não povoava nenhum post de melhores momentos até janeiro), novamente a representação de Palestra Itália teve nos defensores a arma para sair na frente. Henrique marcou de cabeça aos 39 do primeiro tempo. Foi o quarto do zagueiro em quatro jogos. Volta, Barcos?

No começo da etapa final, aos 6, Carlos Lobatón empatou de pênalti. O segundo dos mandantes veio de um chute de fora de Patrick Vieira. O goleiro Fernando Prass, o primeiro de nome composto a defender a meta da equipe desde el Gato Fernandez, ainda teve de fazer boas defesas para evitar pior destino (se alguém lembrar que Cavalieri também era Diego ganha um dose no boteco da esquina).

O time que esteve em campo, repleto de volantes, pode ainda melhorar em muitas frentes. Nunca será brilhante. Sequer bom. Mas pode ser mais bem resolvido. A mais importante das qualidades a se adquirir, como elenco mediano que é, seria tornar-se cascudo, mais compacto e com menos buracos na marcação.

Venceu mas deixou claro que falta muito para dar boas notícias sobre os dez meses que 2013 ainda tem pela frente.

Ainda em fevereiro, o time de Gilson Kleina volta a atuar pela competição, na primeira passagem para fora do país. O adversário será o Libertad, em Assunção, no Paraguai.

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Com Neymar e Muricy, Santos entra na campanha #VemSeanPenn

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Há oito dias no YouTube, o vídeo #VemSeanPenn teve mais de 1,15 milhão de visualizações e já é um dos virais mais bem sucedidos de 2013 no Brasil. A peça promocional, bolada pela Agência Click, serve para divulgar o filme Colegas, que será lançado no dia 1º de março no circuito comercial, e também para promover o sonho de um dos protagonistas do longa, Ariel Goldenberg. Ele, assim como os outros dois atores que estrelam a película, tem síndrome de Down, e sonha encontrar o seu grande ídolo, o ator estadunidense Sean Penn.

Para realizar o sonho de Ariel, muitas pessoas estão divulgando nas redes sociais o vídeo, para que o ator e militante, chavista de carteirinha, venha ao Brasil assistir à estreia do filme com Ariel. E, hoje, a campanha ganhou reforços de peso. O Santos Futebol Clube gravou depoimentos de seus atletas, como Neymar, Montillo, Rafael e Miralles, além do treinador Muricy Ramalho e de Edinho, filho de Pelé, o único que arrisca o inglês para convidar com mais ênfase Sean Penn (o ex-goleiro cresceu nos EUA).
Veja o vídeo produzido pelo Santos abaixo:

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

A derrota do Santos para o Paulista e os dilemas de Muricy

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“Olha a capa de chuva! Agora é cinco, depois que começar de chover é dez...”. O ambulante do Pacaembu na partida de ontem já vislumbrava o forte toró que cairia minutos depois do começo da peleja entre Santos e Paulista. Uma precipitação tão intensa que fez do gramado do Pacaembu, que sempre teve uma boa drenagem, um verdadeiro lamaçal que impossibilitava os lances de bola no chão antes mesmo da metade da etapa inicial.

Para o Santos, time que tenta impor um estilo de jogo de toque de bola, era uma má notícia. Mas pior ainda pelo técnico Muricy Ramalho, promover a reestreia de dois atletas que fatalmente sentiriam mais ainda o jogo em um campo pesado. Edu Dracena, 31 anos, retornou após seis meses ausente por conta de uma contusão e Marcos Assunção, 36 anos, jogou sua primeira partida desde o ano passado. Foram sacados Renê Júnior, que tem sido talvez o melhor atleta santista neste 2013, e o zagueiro Neto, também destaque positivo na equipe.

Após o primeiro tempo no qual ambos os times até tiveram suas chances, mas o futebol jogado foi quase zero, a segunda etapa com um gramado menos molhado prometia ser melhor pra o Santos. Só prometia. Guilherme Santos, que já havia falhado ao menos duas vezes antes e fazia sua pior partida pelo time, cometeu um pênalti infantil no atacante Cassiano, convertido por Marcelo Macedo.

O que passou, Neymar?
A partir daí, o Paulista, que já se defendia bem, se fechou ainda mais. E a falta de criatividade santista ficava evidente. O meio de campo alvinegro não conseguia atacar e marcava mal, dando oportunidades de contra-ataque para os visitantes. Montillo praticamente não apareceu e demorou a ser substituído por Muricy. O treinador santista preferiu sacar Guilherme Santos, que realmente tinha que sair, e Bruno Peres, para as entradas de André e Felipe Anderson, que passou a ocupar a ala esquerda. Cícero fez as vezes na direita.

Sem laterais, o time ficou ainda mais vulnerável e foi em uma falta do “ala” Felipe Anderson na intermediária que saiu o segundo tento, de falta, do Paulista. Gol que contou com a falha do goleiro Rafael, que tentou adivinhar o canto, dando um passo e meio para o lado errado. Embora Muricy Ramalho tenha dado bronca em um repórter que fez uma pergunta sobre questão tática e suas substituições em mais um de seus arroubos de arrogância, a justificativa de que quis “abrir o time” é bastante questionável até para pobres mortais como nós, que não entendem tanto de futebol como o douto comandante do Santos.


Muricy poderia ter alterado o meio de campo, fortalecendo o setor mais fraco da equipe. Mas manteve Marcos Assunção até o fim, talvez confiante em alguma bola parada, resgatando os idos tempos do emocionante “Muricybol”. Tal qual castigo, foi o Santos quem tomou um gol de falta e a bola mais perigosa do Alvinegro nesse quesito foi obra de Neymar, e não do volante veterano.

O terceiro gol no final fechou o caixão do vexame, mas o Onze santista fez o de honra para diminuir a vergonha. Passada mais uma formação diferente, ficam questões pendentes para o treinador santista, como a levantada nesse post, a respeito da formação do meio de campo. Se quiser contar com Marcos Assunção, a equipe fica mais lenta e perde poder de marcação, ainda mais com Dracena na zaga, mais lento que o até aqui titular Neto. Abrir mão de Renê Júnior parece algo absurdo, assim como sacar Cícero, um dos únicos três jogadores santistas que marcaram nesse Paulista, fora Miralles e Neymar. Uma alternativa seria colocar Arouca como lateral direito, mas não parece ser uma solução do agrado nem de Muricy, nem do volante que voltou à seleção brasileira mesmo passando por uma fase irregular no clube.

Assim, o comandante santista, que reclamava por não ter opções em 2012, terá que quebrar a cabeça para lidar com a fartura em alguns setores. E, claro, vai continuar reclamando, como é do seu feitio.

sábado, fevereiro 09, 2013

Com gol de falta, Rogério Ceni garante vitória e já é o 15º maior artilheiro do São Paulo

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Depois de dois jogos afastado, por dores no ombro, o goleiro e capitão Rogério Ceni voltou ao time do São Paulo neste sábado, em Campinas, para comandar os reservas e fazer o gol da vitória por 2 a 1 sobre o Guarani, no estádio Brinco de Ouro, pelo Campeonato Paulista. Com o gol de falta, o 57º que marcou dessa forma na carreira, atingiu 109 com a camisa do São Paulo (fez outros 51 de pênalti e um de bola rolando). Isso torna Rogério o 15º maior artilheiro de toda a História do clube, um feito impressionante para um goleiro, ficando atrás apenas de goleadores como Serginho Chulapa (242 gols), Gino (233), Teixeirinha (189), França (182), Luizinho (173), Luís Fabiano e Muller (ambos com 160), Leônidas da Silva (144), Maurinho (136), Raí (128), Prado (122), Pedro Rocha (119), Careca (115) e Remo (110).

E, aos 40 anos, disputando provavelmente sua última temporada no futebol, as estatísticas positivas de Rogério Ceni continuam a engordar. Com a vitória de hoje, o goleiro manteve a escrita de nunca ter perdido para o Guarani: em 24 partidas, foram 17 vitórias e sete empates, além de chegar à três gols contra o rival. E mais: o jogo em Campinas foi o de número 1.054 com a camisa do São Paulo e, se disputar mais 63, vai superar Pelé como o atleta que mais vezes vestiu a camisa de um clube brasileiro (o Rei disputou 1.116 jogos pelo Santos). Diante de tantos recordes (ou iminência deles), a importância da vitória pelo Paulistão até diminui. Jogando com os reservas, o São Paulo só venceu porque o Guarani é muito fraco. De bom, o gol de Aloísio, seu primeiro pelo clube. De ruim, a expulsão de Cañete. Que venha a Libertadores.


TARDE DOS VOVÔS - Além de Rogério Ceni, outro quarentão se destacou neste sábado de Carnaval, pelo Campeonato Paulista. Em sua estreia pelo São Caetano, o (interminável) Rivaldo, que jogou pelo São Paulo em 2011, marcou um gol nos 2 a 2 contra o Corinthians, no Pacaembu. O Azulão só cedeu o empate aos 41 do segundo tempo, quando levou um gol de Paulinho. Rivaldo, que jogou pelo Kabuscorp, de Angola, em 2012, vai completar 41 anos em abril. Revelado pelo Santa Cruz, despontou no "Carrossel Caipira" do Mogi Mirim, no Paulistão de 1993, e logo em seguida foi contratado justamente pelo adversário deste sábado, o Corinthians. Logo em seguida, brilhou pelo Palmeiras. Mas seu auge ocorreu no Barcelona, quando foi eleito o melhor jogador do mundo. Na Copa de 2002, jogou uma barbaridade.


Manchete pleonástica

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"Desembarque de Barcos"? Pensando bem, é justo.


Som na caixa, manguaça! - Volume 68

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GUZZY MUZZY
(Jorge Mautner)

Como vai você, nesse dia azul?
Não consegue responder?
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Será que assim falam
Os índios do xingu
Não conseguem responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Será que não irá bem
Ouço o tal do quadro
Não consegue responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Será que você tomou
Cachaça com chuchu
Não consegue responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Guzzy quer dizer que eu te amo
E muzzy quer dizer que eu te adoro
Hey you é hey você, hey você
É hey você

(Do LP "Jorge Mautner", Polydor, 1974)


Ps.: Com agradecimentos à indicação do companheiro De Massad.

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Futebol aplicado à política

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No livro "Marighella - O guerrilheiro que incendiou o mundo", de Mário Magalhães (Companhia das Letras, 2012), uma passagem da vida do famoso militante comunista, assassinado pela ditadura militar em 1969, que mostra como o futebol pode ser associado à política. No início dos anos 1950, o baiano Marighella vivia escondido na cidade de São Paulo, com nome falso, junto com sua companheira Clara Charf - pois, a partir do final da década anterior, quando o Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi posto na ilegalidade, ele e seus companheiros eram procurados pela polícia. Mesmo na clandestinidade, porém, o ex-deputado constituinte de 1946 continuava à serviço do partido, tentando cooptar novos adeptos da causa. Para isso, usava sua famosa lábia. Diz o livro:

(...) ele não perdia a oportunidade de vender suas ideias. As conversas sobre futebol podiam redundar em outras, por isso a primeira seção lida nos jornais, unindo gosto e dever, era a de esportes. Um dia não tivera tempo de folhear os matutinos, e um chofer de praça palpitou sobre o jogo da véspera. Marighella calou, pois nada sabia. "Isso nunca mais vai me acontecer", disse a Clara. "Tenho que estar preparado, o povo adora futebol".

Marighella (segundo agachado, a partir da esquerda) e seus amigos de futebol do Grêmio Atlético Brasil, em Fernando de Noronha
"Bicão siderúrgico" - Em outra parte do livro, sobre o período em que Marighella esteve preso na ilha de Fernando de Noronha, o autor fala sobre o talento futebolístico do guerrilheiro:

Ele (Marighella) brincava dizendo que era bom de bola por ter se empanturrado de chocolate na infância. Enquanto alguns peladeiros calçavam chuteiras, despachadas por parentes no continente, Marighella atuava de pés descalços. Seus chutes impressionavam pela potência. Batia de bico, e seu pé direito parecia moldado em ferro. Como dera uma palestra sobre siderurgia, apelidaram-no de Bicão Siderúrgico. Todos os queriam em seu time. Ele era beque, anglicismo para zagueiro. Exibia mais força que técnica, embora não fosse um perna de pau no trato com a pelota ou a canela dos adversários. Colega de prisão a partir de 1942, Noé Gertel o elogiaria como beque "impenetrável" e o melhor futebolista ilhéu.

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Experimentos contra os times de Campinas

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Aproveitando que a primeira fase do Campeonato Paulista vale pouco ou quase nada (assim como a competição, nos últimos anos), o técnico do São Paulo, Ney Franco, está aproveitando os dois compromissos dessa semana para tirar suas últimas dúvidas. O primeiro ocorreu ontem, no Morumbi: um modorrento empate sem gols contra a Ponte Preta, que, assim como em 2012, faz uma ótima campanha no estadual. O segundo ocorre no sábado, dia 9, em Campinas, contra o outro time da cidade, o Guarani - que, pra (não) variar, segue com desempenho sofrível.

Para o jogo contra a Ponte, Ney botou o time titular, desfalcado apenas de Rogério Ceni (contundido) e Luís Fabiano (que jogou pela seleção brasileira). Denis assumiu o gol e Aloísio ficou como centroavante, tendo Cañete na ponta-direita. No decorrer da partida, Rafael Tolói entraria no lugar de Rhodolfo, para ser testado como companheiro de zaga de Lúcio. Uma surpresa foi Douglas começar jogando na lateral-direita. E foi por ali que o técnico fez seu principal experimento: no segundo tempo, ao colocar (o ex-titular) Paulo Miranda para assumir a função, preferiu tirar o volante Wellington.

Com isso, Douglas foi deslocado para a ponta-direita, no lugar de Cañete, que recuou para compor o meio junto com Denilson e Paulo Henrique Ganso (que havia entrado no lugar de Jadson). Bom, o placar comprova que nada de muito útil resultou disso tudo. No sábado, o time reserva deve encarar o fraco Guarani, com Tolói na zaga, Fabrício de volante, Carleto de lateral-esquerdo, Maycon no meio e Ademilson no ataque, entre outros. E Ganso terá mais uma oportunidade para provar ao Ney Franco e à torcida que, por enquanto, ele é um excelente reserva de luxo...



quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Com gols de artilheiros, Santos empata com Linense fora de casa

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O Santos teve três desfalques na partida contra uma das equipes que vem surpreendendo no Paulista, o Linense. O trio Neymar, Arouca e Montillo atuou pelas seleções brasileira e argentina e o Peixe sofreu com as ausências, mas poderia ter uma vida menos difícil se não fosse a escalação de Muricy Ramalho.

Cícero e uma rotina de goleador
O Alvinegro entrou com apenas um volante de ofício, Renê Júnior, que na Ponte Preta, aliás, jogou muito tempo como segundo volante, função ocupada na primeira etapa por Cícero. Como já falado aqui, também não se trata de um “volante” clássico... Além disso, eram três atacantes à frente: Patito Rodríguez, Miralles e André, com Felipe Anderson completando o meio de campo.

Não tenho nada contra formações ofensivas, pelo contrário, mas quando elas não são treinadas e revelam um certo menosprezo (ou desconhecimento) do adversário não tendem a terminar em boa coisa. Em um esquema assim, os atacantes têm que marcar a saída de bola e o meia ofensivo tem que marcar. André não fez isso e Felipe Anderson acabou cumprindo tal função bem menos do que deveria no primeiro tempo, não melhorando tanto no segundo.

Com os donos da casa explorando bem os lados do campo e colocando em apuros a zaga alvinegra durante boa parte do tempo, a finalização de longa distância de Cícero, que resultou no primeiro gol do jogo, foi um verdadeiro achado. O quarto gol do meia no Paulista o colocou na vice-liderança da artilharia da competição.

Mas a má atuação dos visitantes se traduziu na virada ainda no primeiro tempo, em uma bola desviada na zaga e, mais tarde, em uma bela tabela do Linense entre Gilsinho e Leandro Brasília, com tento marcado pelo último.

Perdendo por 2 a 1, Muricy fez o que deveria ter feito antes do jogo, tirou André e colocou o volante Pinga. O Santos voltou mais aceso e conseguiu o empate aos nove minutos, com cobrança de pênalti sofrido por Neto e cobrado por Miralles. Penalidade, aliás, pra lá de duvidosa... Na sequência, o argentino, agora artilheiro do Paulista junto com Neymar, quase marcou de novo e Durval colocou uma bola na trave em cobrança de escanteio, aos 14.

O jogo ficou mais equilibrado, mas o Linense, do técnico Bruno Quadros, seguiu surpreendentemente bem depois da pressão, marcando boa parte do tempo no campo do adversário. Muricy ainda trocou o mais que discreto Felipe Anderson pelo inexistente Victor Andrade. E ficamos no 2 a 2.

Novos tempos da comunicação - a cerveja para jornalistas desempregados

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Essa chegou via Vinicius Souza e eminência parda Carminha. A ideia é cheia de ironia, de duplo sentido e também um reflexo dos novos tempos da comunicação e do jornalismo no mundo. Joan Campbell, um jornalista estadunidense desempregado, resolveu criar uma cerveja para seus iguais. Assim, surgiu a artesanal Unemployed Reporter Porter (Repórter Desempregado) que, de acordo com a definição do autor, é “a primeira cerveja fabricada por jornalistas da mídia impressa, para jornalistas da mídia impressa" ”.

Jornalista: senta e chora...
O reflexivo rótulo do produto traz um jornalista choroso perante o seu obsoleto instrumento de trabalho, uma máquina de escrever. Trata-se de uma cerveja Porter, um tipo de cerveja escura popular entre os marinheiros do século XIX, de acordo com o autor. Mas, conforme texto deste mesmo Futepoca, “um documento do século XVIII já dizia que elas [as Porters] eram o resultado da mistura de três tipos de cerveja: uma Old Ale, uma New Ale e uma Weak One (Mild Ale). Desta combinação resultaria uma bebida a que os ingleses chamavam de 'Entire Butt' ou 'Three Threads', produto de gosto forte que tinha como objetivo agradar a um vasto público, priincipalmente a massa de operários surgida com a Revolução Industrial”.

O rótulo avisa ainda que a cerveja é “feita à mão, na mesma antiga tradição, em homenagem a uma profissão igualmente condenada ao declínio e à irrelevância”. Embora a divulgação já tenha alcançado limites além das fronteiras ianques, a bebida não tem ainda uma data definida pra ser lançada já que, por enquanto, a produção não passou de um galão de cinco litros guardado no armário, conforme o próprio fabricante.

Proletários das letras desempregados de todo o mundo, uni-vos!

Chifre dinamarquês e pau pernambucano

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Calma, não é nada do que vocês estão pensando! Refiro-me a dois presentes que ganhei ultimamente, a cerveja dinamarquesa Faxe Royal Export (à esquerda), que ostenta um viking barbudo e com o inevitável chapéu de chifre no rótulo, e a garrafada Pau do Índio, característica da cidade de Olinda durante o Carnaval (à direita). Pelo o que pesquisei, a Faxe é uma das mais tradicionais cervejarias da Dinamarca, e a Export foi lançada em 1985, como uma "versão de luxo". O Tarantino Multi Beer observa que "A levedura utilizada na Royal Export é especial, dando um aspecto suave e refinado". Provei e gostei. Apesar de amarga, tem um leve acento frutado. Pra quem vai beber só, aconselha-se um balde de gelo para manter a temperatura até o fim do latão de 1 litro. Já a garrafinha de Pau do Índio, trazida por um casal amigo que esteve em Pernambuco, é vendida no Alto da Sé, em Olinda. Dizem que é uma espécie de energético natural feito com cana de cabeça (cachaça a 45°) como base e que utiliza xarope de guaraná, ervas aromáticas, raízes, sementes e mel. Aconselham a beber bem gelada. Assim como a Tiquira, do Maranhão, não tive coragem de experimentar. Mas, se eu tiver (e sobreviver), trarei mais informações. Saúde!

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Criou fama, deita na cama

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Sugestão Manguaça Arte & Decoração para quem anda caindo de bêbado - ou sonhando acordado com o bar...



segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Timão atropela o Oeste e mostra força ofensiva

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Guerrero marcou dois e sofreu penalti: é bom ter centroavante

O Corinthians tirou o carro da garagem para um passeio no Pacaembu e, no caminho, atropelou o pobre Oeste de Itápolis. 5 a 0 e controle total da partida, o que é bem bacana mesmo se levarmos em conta a fragilidade do adversário.

Aos 15 minutos, Paolo Guerrero já tinha feito dois gols iguais: cruzamento de Alessandro e cabeçada perfeita. O centroavante ainda se movimentou, deu bons passes e teve outras oportunidades.  Terminou o ano com uma média de gols muito alta, passando uma meia dúzia de jogos deixando o seu - inclusive os dois do Mundial - e na segunda partida de 2013 já marcou dois. Joga muita bola.

Um desses passes aconteceu no meio de uma bela trama coletiva que começa com toque de calcanhar de Danilo, passa por arrancada de Emerson e termina com o gol de Paulinho, 3 a 0 ainda no primeiro tempo. Coisa de time entrosado.

No segundo tempo, Danilo fez um belo gol de fora da área, de perna direita. E Sheik ainda perdeu um penalti, sofrido por Guerrero, o cara.

Pato chegou chegando. Dupla infernal com Guerrero?
Estava 4 a 0 quando entrou Alexandre Pato, o homem das boas estreias. Entrou, recebeu belo passe de Paulinho (que jogou muito, pra variar) e mostrou o repertório. Bateu firme de direita. O goleiro rebateu e ele devolveu de esquerda, de primeira. Bela apresentação.

Passeio sem sustos, o que até que não é tão incomum para este time acostumado a ser campeão. A novidade talvez seja o placar elástico, coisa rara na era Tite. O conservadorismo do técnico pode ser culpado em muitas situações, ao fazer o time recuar quando abre vantagens pequenas. Porém, em outras partidas, o time segue em cima, cria jogadas e perde muitos gols. Guerrero e Pato no ataque podem mudar essa situação e fazer um Corinthians ainda mais forte em 2013.

domingo, fevereiro 03, 2013

Neymar e Miralles decidem e duas interpretações sobre lances polêmicos (visão santista)

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"A lição que eu tirei daquele jogo é que não podemos dar bola para o extracampo. Temos que pensar sempre dentro do campo, sem agredir adversário, sem jogar contra a torcida deles."

Desta forma, o meia são-paulino Paulo Henrique Ganso “aconselhava” o elenco de São Paulo sobre como deveriam lidar com o Bolívar, adversário do Tricolor na Libertadores, antes do confronto na competição. Curiosamente, o meia parece ter esquecido do próprio conselho e “entrou na pilha” no seu retorno à Vila Belmiro.

Ganso: pra que tanto ódio?
No intervalo, já pedia punição ao seu ex-clube por moedas jogadas no campo. Não pediu punição ao Bolívar em 2012, mesmo com seu “irmão” Neymar tendo sido atingido de fato por um objeto quando se preparava para cobrar um escanteio. Mas não titubeou em fazer isso contra o Santos. Freud explica.

Compreensível Ganso se sentir maltratado pelo Alvinegro. Como também é a torcida achar que o meia fez mal ao clube. Mesmo depois da complexa negociação que o levou ao São Paulo, um dos dois clubes que se interessou por ele à época, junto com o Grêmio (nenhuma agremiação do exterior se arriscou a cogitar pagar a multa), ele não poupou a língua, ou o bico. Insinuou que o São Paulo era diferente do Santos por um “pensamento de grandeza”. Na semana passada, depois de marcar seu primeiro tento pelo São Paulo em pouco mais de quatro meses de contrato, disse: “Vou chegar lá (Vila Belmiro) para fazer gol pelo São Paulo”.

Em um ambiente já conturbado como o futebol, no qual qualquer faísca se transforma em fogo, Ganso mostra atitudes duvidosas fora de campo, que certamente o tem prejudicado na carreira. Um veículo de imprensa, para melhorar, fez com um colunista fake fizesse uma convocação para que a torcida santista jogasse moedas no ex-ídolo. Todos, jogador e imprensa, muito responsáveis na hora de atiçar, e deveras moralistas (falsos, via de regra) na hora de pedir punição.

Em campo, Ganso foi apagado como tem sido há tempos. Toques de calcanhar de lado, passes também laterais, e um desempenho na segunda etapa que contribuiu para os visitantes perderem o meio de campo, setor no qual foram melhores nos primeiros 45 minutos. Conforme o lado, era marcado pelo excelente Renê Júnior ou por Arouca. Ney Franco errou ao demorar tanto para sacar o meia, o que pôs a nu o fracasso da sua estratégia de “motivar” o jogador ao colocá-lo como titular no clássico. Aliás, atleta que precisa de motivação com o salário e toda a estrutura que ele mesmo louva, é complicado. Ganso é realmente diferente. Para o bem e para o mal.

Mas vários atletas começaram mal e demoraram para engrenar no São Paulo. Foi o caso de Daryo Pereira, Careca, Raí. Essa é a esperança do torcedor são-paulino com o meia, que vai ficando cada vez mais distante de atuar na Copa de 2014.

Neymar, o jogo e duas interpretações

Muricy cansou de dar chances a André. Entrou Miralles, que se movimenta mais, volta para marcar e vez ou outra consegue roubar uma bola atrás. E, claro, o mais importante, tem feito gols. Não é aquela coisa em termos técnicos mas participa muito mais que o ex-titular. Dois gols em um clássico e seu concorrente está na berlinda.

Os laterais santistas mostraram hoje o seu valor na defesa. Bruno Peres foi soberano diante do mais que perigoso Osvaldo, e Guilherme Santos chegou a sofrer um pouco quando Cañete passou a cair por ali, mas a correção na marcação matou o lance forte do Tricolor. O defensor Neto, na esquerda ou na direta, foi muito bem e não tremeu no seu primeiro clássico. Já Montillo rendeu muito menos do que deveria, mas esse sim chegou outro dia e hoje completou seu sexto jogo pela equipe.

Miralles: intimidade com gol, e nenhuma com a dança
Neymar foi decisivo. Deu uma assistência maravilhosa no primeiro gol, um passe-matada. No segundo, tomou a penalidade e marcou. No terceiro, fez a assistência para Miralles. Nada de novo em  relação ao moleque maravilhoso.

Dois lances polêmicos da arbitragem e vou dar meus pitacos abrindo espaço para ser xingado por torcedores adversários. No lance em que Luis Fabiano fez um gol e o mesmo foi anulado, o comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba disse que o gol foi legal, criticando a decisão da assistente Tatiane Camargo. É um ponto de vista, mas a regra é clara, embora existam algumas interpretações divergentes.

Para citar uma delas, recorro a um ex-árbitro e comentarista da área... O próprio Gaciba. Neste post, intitulado “Interpretação Moderna”, ele elogia justamente a forma com que a assistente Nadine Bastos interpretou um lance na partida entre Avaí e Atlético Ibirama, na qual validou um gol, mesmo com dois atletas avaianos em condição de impedimento. Contudo, ressalto esse trecho:

“A GRANDE ALTERAÇÃO [na regra do impedimento, n.r.] deu-se quando a FIFA modificou a palavra 'influência' por 'participação efetiva' na jogada, ou seja, aquele atleta na parte inferior do vídeo que chega a dar dois passos em direção a bola anteriormente deveria ser punido pela sua ação, hoje, não mais.

O raciocínio é o seguinte: O assistente deve perguntar se aquela corrida (dois passos) interferiu na ação de algum defensor que poderia chegar na bola e não o fez pelo movimento daquele atacante.  Observem que este não é o caso já que o goleiro sai na bola com naturalidade e os defensores que erguem o braço o fazem mais como torcida do que como reclamação efetiva.”

Reparou no trecho em negrito? O zagueiro Neto marca e acompanha a movimentação do zagueiro tricolor que está em posição de impedimento e poderia sim chegar em Luís Fabiano, já que estava perto do rival, caso não estivesse marcando um atleta impedido. A anulação do lance, portanto, é plausível, de acordo com essa interpretação. Claro que amanhã a bandeira pode ser punida (futebol é um meio sexista no qual não é exatamente a justiça que é feita, né?), mas deveriam ponderar um pouco mais a respeito.

Quanto à penalidade sofrida por Neymar, engraçado que o comentarista Neto, na Rede Bandeirantes, diz que o atacante santista não foi atingido por Paulo Miranda e que ele, Neymar, “tocou” no joelho do marcador e caiu. Claro, o santista, que tem olhos nas costas, conseguiu tocar com a panturrilha de forma proposital em seu adversário. A propósito, como tem comentarista com história corintiana que pende de forma apaixonada para o São Paulo em diversas ocasiões, vide o xodó da Fiel, fã de Rogério Ceni. 

Mas você pode não ter visto nenhum toque no lance (eu e muita gente vimos). Neymar pulou, escapou da falta e caiu. Portanto, não pode ser marcado pênalti, certo? Errado. Diz a regra 12 do dileto esporte:

“As faltas e incorreções serão sancionadas da seguinte maneira:

Tiro livre direto
Será concedido um tiro livre direto para a equipe adversária se um jogador cometer uma das seguintes sete infrações, de maneira que o árbitro considere imprudente, temerária ou com uso de uma força excessiva:
• dar ou tentar dar um pontapé (chute) em um adversário
• passar ou tentar passar uma rasteira em um adversário (...)
• dar uma entrada contra um adversário

Viu aí os negritos novamente? Nenhum atleta precisa esperar ser atingido pelo adversário para sofrer a falta. O são-paulino tenta ou atinge, conforme a visão, Neymar, mas certamente nem passou perto da bola. Lance semelhante aconteceu, aliás, em um jogo entre Santos e São Paulo no campeonato paulista do ano passado (ver aqui, a partir do 0:46), no qual foi marcado pênalti de Rafael em Luís Fabiano.

Xingamentos à vontade, mas agradecemos os argumentos.

A Vila das vinganças frustradas

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Era uma vez um meio-campista, ídolo de um grande clube paulista. Por desavenças e/ou descontentamentos, resolveu mudar de time, num processo que se arrastou sob polêmica e muito desgaste com a torcida que estava abandonando. Já com a nova camisa, surgiu a oportunidade de calar tudo e todos: o primeiro clássico contra o ex-clube. E, diante da expectativa geral por uma vingança de mestre (ou melhor, de craque) contra aqueles que o ofenderam,... ele nada fez. Pior, seu novo time foi derrotado pelo antigo.

Paulo Henrique Ganso? Não apenas. Estou me referindo, também, a Marcelinho Carioca e sua conturbada saída do Corinthians, em 2001, depois de brigar com o meia Ricardinho e com o técnico Vanderlei Luxemburgo. Ao assinar com o Santos, despertou a fúria da torcida corintiana, que, até então, o tinha como um de seus maiores ídolos. No dia 28 de outubro daquele ano, pelo Campeonato Brasileiro, o Peixe recebeu o Corinthians na Vila Belmiro. Todo mundo esperava um "cala-boca" de Marcelinho no ex-clube.

Não aconteceu. O camisa 7 até tentou um gol de calcanhar, após passe de Robert, mas o goleiro Dida pegou. No final, Luizão (de pênalti) e o zagueiro santista Galván (contra) selaram os 2 a 0 para o Corinthians, em plena Vila Belmiro. Ricardinho, em campo, e Luxemburgo, no banco, riram por último.


Hoje, o cenário era o mesmo: o gramado do estádio Urbano Caldeira. Dessa vez, pelo Campeonato Paulista. Mas, ao contrário de 11 anos atrás, o desfecho foi favorável ao Santos. Depois de um longo e difícil processo de desligamento, Ganso foi para o São Paulo e, por isso, o primeiro confronto contra o ex-clube também foi aguardado como oportunidade para ele "se vingar" da torcida santista, que, em sua última partida pelo clube, em agosto de 2012, o chamou de "mercenário" e atirou moedas em campo.

E também não aconteceu nada. Ganso até tentou um gol por cobertura, mas chutou para fora. E foi só. Mirales marcou duas vezes e Neymar fez - mais um - de pênalti sobre o São Paulo. Jadson descontou e o placar fechou em 3 a 1 para o Santos. Assim como Marcelinho, Ganso não foi "à forra" na Vila Belmiro.


O CLÁSSICO - Não vi a partida, só um compacto. Pelo o que percebi, o São Paulo dominou ligeiramente, criando mais jogadas no ataque, até sofrer o primeiro gol. Não acho que o gol mal anulado de Luís Fabiano, em impedimento inexistente que a bandeirinha assinalou, teria mudado o resultado. O Santos terminou o jogo botando o São Paulo na roda e só não ampliou, em chute de Montillo, porque a trave salvou. Para mim, o pênalti em Neymar existiu. Vitória justa do time da casa. E o São Paulo não jogou mal. Perder para o Santos, na Vila, não é demérito. Bola pra frente!

sexta-feira, fevereiro 01, 2013

Cinco marcas de cachaça são reprovadas pela Proteste

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A Proteste – Associação de Consumidores testou as dez marcas de cachaça mais vendidas no Brasil e metade delas foi reprovada por terem apresentado índices de carbamato de etila acima do que seria razoável. O composto é classificado como possível agente causador de câncer pela Organização Mundial da Saúde.

A marvada exige mais respeito
As marcas que não passaram no teste foram Ypióca Prata, Pitú, Salinas, Pedra 90 e 7 Campos de Piracicaba, que apresentaram entre 165µg/l (microgramas por litro) e 755µg/l da substância. O valor estipulado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é de até 150µg/l, mas as empresas têm prazo até 2014 para se adequar a esse índice. De acordo com este trabalho aqui, “o carbamato de etila é um composto formando em alimentos como pão, iogurte, vinho, cerveja e também em bebidas destiladas como a cachaça. (...) São várias as vias para a formação do carbamato de etila em bebidas destiladas. A principal consiste na reação do etanol com compostos nitrogenados, tais como uréia, fosfato de carbamila, cianeto e aminoácidos.”

As explicações dos fabricantes foram variadas para justificar a reprovação, como consta nesta matéria. A Ypióca informou que o lote da amostra utilizada no teste é de março, data anterior à adequação que teria sido feita na ocasião em que a empresa foi adquirida pela Diageo. O Grupo Salinas também diz que o teor de 165µg/l identificado no teste se refere à safra anterior a 2011 e que, desde essa época, os produtos já estão de acordo com a legislação.

A Pitú repeliu “a conclusão drasticamente adotada pela Proteste” no teste com cachaças e disse que, “apesar da inexistência no Brasil de uma obrigação normativa para obediência ao nível máximo de carbamato de etila em bebidas alcoólicas, a Pitú orgulha-se de ter alcançado limites inferiores a 150µg/l em 97,3% de sua produção que é submetida e aprovada em testes qualitativos pelos diversos países para onde vem sendo exportada, principalmente no Canadá, que legalmente estabeleceu o limite em 150µg/l”.

A Industrial Boituva de Bebidas, dona da marca 7 Campos de Piracicaba, diz que um laudo do Mapa, do fim de abril de 2012, atesta que o produto atende à legislação vigente. Por fim, a empresa detentora da marca Pedra 90 “vem estudando esta questão com bastante responsabilidade no Brasil, (…) e executa a coleta de mais de 500 amostras de cachaça, que serão representativas de nossa verdadeira posição quanto a este problema”.

No teste, a Sagatiba foi a que apresentou o menor índice de carbonato de etila, menos de 50 µg/l. Também foram aprovadas as marcas São Francisco, Seleta, Pirassununga 51 e Velho Barreiro. Foram avaliados ainda pela Proteste o grau de arsênio, cobre e chumbo, metais comuns a essas bebidas e, para sorte do consumidor, as dez marcas foram bem avaliadas.