Destaques

quarta-feira, janeiro 16, 2013

Corinthians fora da Copinha: mau augúrio para 2013?

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Leandro, bom centroavante (Rodrigo Coca/Ag.Corinthians)
Comecemos afirmando um fato importante mas muitas vezes negligenciado sobre as competições de categorias de base: o mais importante não é ganhar, mas revelar jogadores. Lendo agora, parece claro que tal fato é ignorado por soar muito como discurso de perdedor. Enfim, o fato é que, mesmo sendo eliminado pelo Bahia no jogo desta quarta, temos alguns bons jogadores no time, especialmente no ataque.

O destaque é Léo, que era Leonardo no ano passado. Sem ter completado ainda 18 anos, o jogador é habilidoso, rápido e inteligente. Pecou algumas vezes por ser muito fominha, o que vale para as outras duas boas revelações do time: o centroavante Leandro, artilheiro com seis gols, e o também atacante Paulinho, habilidoso e ainda mais esfomeado.

Isto posto, entremos em searas mais míticas. Corintianos da minha faixa etária criaram um certo misticismo em relação ao desempenho do time na Copinha. Essa visão, reforçada pelo ano quase perfeito de 2012, deve ter começado com o ano de 1995, quando o Timão levou o Paulista em final sobre o Palmeiras e a Copa do Brasil em cima do Grêmio – sem contar o primeiro título da Gaviões da Fiel no Carnaval. O ano começou com a vitória na Copa SP, terceiro dos oito conquistados pelo Timão, maior ganhador do torneio. Olhando os outros seis títulos, vemos que a mística é bastante questionável.

Começa que os dois primeiros foram em 1969 e 1970, no meio da enorme fila alvinegra. Nada de bons augúrios aí – o que fica ainda mais grave em 69, com a morte do lateral-direito Lidu.

Tudo bem, a coisa pode ter começado com o excelente ano de 1995. Pulando esse, vamos para 1999, excelente ano, do bicampeonato do Brasileirão e de mais um título do Paulistão em cima do Palmeiras, com o tempero especial das embaixadinhas de Edílson.

Até aqui, vamos bem. Mas depois vem 2004, quando o Timão foi salvo pelo então sãopaulino Grafite de um vexaminoso rebaixamento no Paulistão. A mística foi severamente abalada, mas o ano seguinte a revitalizou: novo título dos meninos e novo Brasileirão, com Tevez e Nilmar – e o saldo da parceria malfadada com a MSI. O último título comemorado no aniversário da capital paulista foi em 2009, quando levamos o Paulistão invicto e a Copa do Brasil, com show de Ronaldo.

O saldo é positivo para os supersticiosos: 3 anos ruins e 5 muito bons. Se avaliarmos que o feitiço, seja lá qual for, foi feito em 1995, fica 5 a 1. Não é pouco. Na dúvida,bato na madeira. E vou mudar um pouco o axioma do início do texto e torcer mais por vitórias da garotada.

terça-feira, janeiro 15, 2013

Supermercados ameaçam pubs britânicos

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Uma reportagem de Rodrigo Uchoa no Valor de ontem traz uma triste notícia para os tradicionalistas. Os lendários pubs britânicos, verdadeiras instituições culturais da terra da Rainha, vêm sendo substituídos por supermercados. De acordo com a Campaign For RealAle (Camra), uma associação de defesa dos direitos dos consumidores e dos pubs, mais de 200 deles foram transformados em filiais do estilo express de grandes redes desde 2010, sendo 50 só em Londres. A British Beer and Pub Association calcula que em 2001 havia 60,7 mil pubs no Reino Unido e, hoje, há 51,1 mil.

A maior rede britânica de supermercados, a Tesco, sozinha foi responsável pela “conversão” de 130 unidades. Para ela, a vantagem de comprar pubs é que eles já têm licença para venda no varejo de qualquer produto, reduzindo-se a burocracia, sendo que muitos contam também com estacionamento. Além disso, se o lugar tiver menos de 280 metros quadrados pode ficar aberto o dia inteiro nos fins de semana. Lojas de tamanho maior só podem funcionar seis horas no domingo.

O capital sempre disposto a acabar com a alegria
Mas, segundo a matéria, há outros motivos para a fragilidade financeira dos pubs. De acordo com o chairman da JD Wetherspoon, grande rede local, nos anos 70, 90% de toda a cerveja consumida no Reino Unido era vendida nos pubs e, hoje, esse número chega a 50%. O principal motivo da mudança seria a questão tributária: enquanto no balcão o cliente paga 20% de imposto sobre valor agregado, os supermercados vendem as cervejas com imposto quase zero.

Reação

Claro que, se envolve dinheiro e grandes corporações, o jogo é bruto. Roger Warhurst, da Camra, afirma aqui que "clientes e funcionários eventualmente ficam sabendo que um pub está fechando no último minuto, quando é muito tarde para articular uma campanha efetiva para salvá-lo.” Ele destaca também que há suspeitas de que estes pubs são deliberadamente levados à falência com gestão temerária, com o propósito de reduzir potenciais protestos da população local.

De acordo com o Guardian, a Camra está promovendo uma campanha para que o governo possa suprir as lacunas legais que permitem a demolição e a “conversão” de pubs em supermercados. "Em um momento no qual 18 pubs fecham toda semana, uma grande instituição britânica está sendo ferida. A menos que o governo tome alguma atitude para suprir essas óbvias lacunas na legislação, mais comunidades serão forçadas a desistir de seus pubs sem poder lutar”.

A eles, nossa solidariedade.

sábado, janeiro 12, 2013

Manguaça Cidadão: o uísque-de-quatro-patas

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Mais uma pro Manguaça Cidadão: cachorro-guia para bêbados.

Urge incluir no projeto de lei um programa permanente de treinamento de cães para ajudar não apenas o cego como também o manguaça.

O exemplo do vídeo não poderia ser mais eloquente.





quinta-feira, janeiro 10, 2013

Aplicativos para beber até cair

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O vício em eletrônicos ou mesmo na internet (ou no Facebook) é um problema grave, já foi tema de muito verso e prosa, mas não é o assunto aqui. Aplicativos e softwares simulam e brincam com o exercício e até os efeitos da bebedeira ou do consumo de outros entorpecentes variados.

O tema alcoólico e as trapalhadas dos embriagados flagrados por policiais, câmeras indiscretas ou notícias de veracidade duvidosa populam em colunas de tabloides e no noticiário bizarro. Também já transbordaram por estas mal-traçadas linhas em profusão (bota profusão nisso...).

O Futepoca adverte: desde o começo, "apenas ampliou o alcance do balcão" no que toca à conversa de bar. Mas jamais propôs aceitar brindes entre copos virtuais e coisas do gênero. Pelo direito ao bar, sem dirigir depois e com moderação (seja lá o que isso signifique).

A brincadeira começa com o aplicativo iBeer, que simula, em iPhone e Android, um copo de cerveja pilsen dentro do smartphone. O telefone esperto usa os sensores de movimento para sacolejar as imagens do líquido dourado e brincar de entorná-lo virtualmente, como demonstra o vídeo. Não mata a sede, mas rende performances inspiradas em stand-up show aos montes no escritório...

 

 Há variações semelhantes aplicadas ao uso de cocaína e de cigarro de maconha. É claro que há diversas outras versões da mesma coisa.

Outro efeito comum do uso concentrado de etílicos é alcançar aquele estágio conhecido em certos fóruns como "estágio nove", ou "fronteira final". Trata-se, segundo a literatura - nunca estive lá, juro -, da apresentação de sintomas específicos, bem depois da etapa alegrinha, da fase de debates acalorados, da sedutora, da valentona e até da aquietada... O caso aqui é o da condição em que a afeição, o carinho e os mais profundos e ocultos sentimentos afloram. Em geral, afloram para cima de qualquer um, para o lado ao qual o nariz estiver virado. Pode-se ver a manifestação disso por declarações como: "Cê tá ligado que eu te considero pra c..." Ou: "Você é meu amigo, cara, eu te amo, cara! Te amo!" E por aí vai.

Há poucos registros de pessoas que voltaram para contar o que acontece depois de tanto uso de goró. O que importa para este caso é que até mesmo isso tenta ser simulado via web.

O The Nicest Place on the Inter.net é praticamente uma rede social em que pessoas dos quatro cantos da mesa de bar, ou melhor, do planeta, compartilham vídeos de um abraço no Youtube. Não é o abraço corporativo nem o "free hugs".

A pedida é de um carinho. Mas, depois de "encher a cara" de iBeer, virtualmente bêbado (sic), o manguaça do simulacro pode querer desabafar, manifestar o quanto ele preza os seus sentimentos. Pode tentar isso pelas mídias sociais mais comuns, mas vai chegar uma hora em que tudo o que esse hipotético e sóbrio bêbado vai poder querer é um ombro amigo.



E nem os efeitos a longo prazo escapam da sanha digital por simular o entorpecimento desregrado e inconsequente. O "Espelho da Bebida", aprimorado pelo governo escocês - em uma iniciativa anti-Manguaça Cidadão - promete mostrar o efeito de longo prazo da bebida sobre o rosto de mulheres. A exemplo do que se pode fazer filtros para simular a idade ou uma corriqueira transmutação em zumbis, o aplicativo "engorda" e "envelhece" a imagem. Em dois ou três cliques.

Embora pareça sexista, a ideia foi apelar para a vaidade feminina no intuito de alertar para os efeitos duradouros do consumo de álcool acima dos patamares recomendados pelas autoridades de saúde da Escócia. Assim como os homens, elas também usam saias e andam afogando as mágoas cada vez mais, sempre de acordo com a visão governamental.

Fotos: Divulgação

Antes e depois.
















Até a ressaca é tema de aplicativos, seja para "calcular" o humor, seja para indicar modos para remediar a situação.

Com bebedeira virtual será o fim da bebedeira-arte, da bebedeira-moleque, da bebedeira-magia?

sábado, janeiro 05, 2013

Habemus Pato

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Todo mundo já sabe, mas decidi mesmo assim pitacar sobre a contratação de Alexandre, o Pato, pelo Corinthians, sacramentada nesta quinta-feira. Trata-se, segundo notícias, da maior soma já paga pelo Timão por um jogador, R$ 40 milhões divididos em quatro anos. E vale? O grande conselheiro Acácio avisa que só o futuro dirá. Obviamente, vai depender do desempenho do jogador. Como aposta, na minha humilde opinião, vale sim.

Como bem resgatou e constatou Luiz Felipe dos Santos, do sempre excelente Impedimento, Pato não foi o que se imaginava que seria. Mas o que dele se esperava não era pouco: que fosse o sucessor de Ronaldo Fenômeno com a 9 da Seleção Brasileira, como este foi o de Romário. Estamos muito bem acostumados com centroavantes geniais, o que aumenta muito nossas exigências.

Mas Pato foi no Milan um centroavante muito do bom, enquanto teve condições físicas para tal. O Corinthians acredita que seu departamento médico poderá colocar o garoto para jogar o que sabe, coisa que o Milan Lab não conseguiu. É uma aposta semelhante à feita com Ronaldo, que deu resultados muito bons, ainda que não por muito tempo. E parecida também com a feita em Adriano, que não deu em nada. O novo desafio tem, claro, suas diferenças: Pato não é genial como Ronaldo, mas tem 23 anos e muito tempo de bola pela frente, mais do que tinha Adriano, cuja recuperação não se deu muito por conta de seus problemas e opções pessoais.

Aí entra o ponto central: assumindo que o departamento médico do Corinthians tenha mesmo condições de resolver os problemas físicos do atacantes, o resto dependerá da vontade de Alexandre para correr atrás. Isso vale tanto do ponto de vista físico quanto para entrar no ritmo e esquema que Tite armar para ele jogar. Esquema esse que provavelmente não sairá muito das principais características exibidas recentemente: muita marcação, alternando pressão no campo do adversário com o recuo das linhas, e entrega de todos. “Todos jogam, mas todos marcam”, resumiu Tite numa bela entrevista a AndréRocha, da ESPN.

Nessa mesma entrevista, Tite falou do caso de Douglas, que nunca marcou tanto na vida quanto fez no Corinthians do segundo semestre, sem perder sua qualidade de passe, retenção de bola e leitura do jogo. Segundo o treinador, o próprio grupo internalizou de tal forma essa maneira de jogar que um atleta que não se esforce para se encaixar é repelido. Essa questão me parece tão ou mais preocupante do que as lesões do jogador, pois possíveis privilégios para uma contratação tão cara podem quebrar esse espírito coletivo que se estabeleceu no Timão e que é o grande diferencial desse time histórico.

Um primeiro sinal positivo nesse sentido vem também do noticiário, que informa que Pato aceitou reduzir seu salário dos cerca de R$ 900 mil que recebia na Itália para R$ 400 mil, teto salarial do Corinthians, valor recebido por Paulinho e Sheik, por exemplo.

Se superar essas duas armadilhas (condição física e inserção no coletivo) acredito que Pato seja um reforço na medida para o que esse disciplinado Corinthians precisa. Hoje um time forte na coletividade, mas sem individualidades acima da média, o Timão encontrará nele e, de outra forma, em Guerrero, referências importantes para esta que é a atividade básica do futebol: botar a bola pra dentro. 

Pergunto: se não fosse Pato, em quem valeria a pena apostar? Nilmar? Pagar a multa por Leandro Damião? Robinho? Vi quem citasse Drogba, descontente na China, e Carlos Tevez, que nunca falta quando o Corinthians procura um atacante. Quem lança estes nomes esquece um fator fundamental para que esse negócio desse certo: Pato quer vir para o Corinthians. Se é verdade que a conjunção da crise europeia com os novos valores arrecadados por alguns clubes brasileiros melhora nossa posição relativa, isso ainda naõ é o bastante para bater de frente com os grandes do velho continente. Isso vale para Neymar, por exemplo. Mesmo com a belíssima engenharia financeira feita pelo Santos, se o garoto decidisse sair e alguém decidisse pagar a multa, um abraço.

O final feliz da negociação aponta que Pato quer estar na mídia nacional, quer jornalistas pedindo seu nome para Felipão. Logo, imagina-se, quer jogar bola. Se assim é, está no lugar certo.

E os outros contratados?

Sobre Renato Augusto, aceito informações. Vi o rapaz apenas na Seleção, convocado por Mano, e gostei. Não parecia bom o bastante para a proverbial amarelinha, mas driblava bem e tinha bom passe. Deve ajudar.

Sobre Gil, era um bom zagueiro, alto, o que ajuda. Melhor que Wallace deve ser, ainda que o lance mais claro dele em minha memória seja o pênalti em Ronaldo no fim do Brasileirão de 2011, numa carga bem tosca. Mas periga que seja pior que Marquinhos, garoto revelado na base e enviado muito cedo para o Roma, lar do também ex-alvinegro Leandro Castán que eu xinguei muito antes de perceber a falta que fez. No caso de Marquinhos, equívoco de uma diretoria pouco acostumada a valorizar a base – ou um “acerto” que rendeu dinheiro a alguns picaretas e lesou o clube.

quinta-feira, janeiro 03, 2013

Montillo e os argentinos que fizeram (ou não) história no Santos

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A chegada do meia argentino Walter Montillo ao Santos engrossa a lista de estrangeiros que já jogaram no clube da Vila Belmiro. Desde que o atacante irlandês Harold Cross e o arqueiro francês Julien Fauvel, respectivamente em 1912 e 1913, abriram a fila, 76 estrangeiros atuaram no Peixe, o ex-cruzeirense será o 77º. E foram justamente os conterrâneos de Montillo os gringos que mais vestiram o manto santista. Com o atual contratado, são 26 os argentinos que jogaram no Santos.

Em relação a outros clubes, é um número elevado de atletas vindos de outros países. O Corinthians teve 34 estrangeiros em sua história (sim, a conta já inclui o Zizao); o Botafogo, 58, o mesmo número do Flamengo. E o torcedor santista tem na memória boas lembranças com alguns estrangeiros, talvez a mais evidente para aquele que tem mais de 30 anos seja a passagem do monumental uruguaio Rodolfo Rodríguez, mas, se formos falar apenas de argentinos, há grandes nomes, outros com boa passagem e frustrações daquelas.

Continue lendo aqui.

quarta-feira, janeiro 02, 2013

Obama e Chávez são os líderes mundiais mais seguidos no Twitter. Dilma é a 6ª

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Desde 2009 o Digital Policy Council's divulga um relatório anual que analisa como líderes mundiais e instituições governamentais utilizam o Twitter e de que forma seus governos se comunicam por esse meio com seus cidadãos. E o relatório referente ao ano de 2012 mostra que 123 mandatários de 164 países possuem contas no microblogue, um avanço considerável de 78% em relação a 2011, quando somente 69 deles tinham um perfil.

Obama e Chávez: os líderes mais seguidos no Twitter
No Top 10 dos líderes mundiais mais seguidos, há dois novos integrantes. O quinto mais popular, o presidente russo Dmitry Medvedev mantém duas contas, uma na qual fala em seu próprio idioma e outra, que conta com muito mais seguidores, na qual se expressa em inglês, tendência observada também por outros líderes como os primeiros-ministros do Japão, Tailândia e Cazaquistão.

O outro novato da lista é o presidente colombiano Juan Manuel Santos, oitavo colocado. Aliás, dos dez, metade dos líderes é da América Latina: Hugo Chávez, o segundo na lista; Dilma Roussef, sexta colocada, Cristina Kirchner, sétima, e o presidente do México, Enrique Peña Nieto. Obama, o mais seguido, conseguiu 15 dos 24 milhões de seguidores que tinha ao fim de 2012 justamente no ano passado, em que conseguiu sua reeleição. O tuíte no qual celebrou sua vitória, com os dizeres “Four more years” e uma foto sua com a primeira-dama Michelle Obama foi o mais retuitado na ainda curta história do microblogue.

Algo que diferencia os perfis é o uso que cada líder dá a ele. Enquanto Obama, na campanha de 2012, misturou mensagens pessoais com outras postadas por sua assessoria (ambas identificadas), potencializando o uso do Twitter como fator mobilizador, o último tuíte da presidenta Dilma Rousseff data de 13 de dezembro de 2010.

Rania Al Abdullah, rainha da Jordânia
Confira abaixo a lista dos dez líderes mais seguidos:


1 – Barack Obama – EUA (desde 5/3/2007) – 24.611.982

2 – Hugo Chávez – Venezuela (desde 28/4/2010) – 3.802.177

3 – Abdullah Gul – Turquia (desde 9/12/2009) – 2.576.101

4 – Rania Al Abdullah – Jordânia (desde 29/4/2009) – 2.459.935

5 – Dmitry Medvedev – Rússia (desde 9/6/2010) – 2.070.287

6 – Dilma Roussef – Brasil (desde 10/4/2010) – 1.752.669

7 – Cristina Kirchner – Argentina (desde 30/4/2010) – 1.461.245

8 – Juan Manuel Santos – Colômbia (desde 11/8/2009) – 1.455.179

9 – Enrique Peña Nieto – México (desde 29/3/2007) – 1.361.667

10 - Mohammed bin Rashid Al Maktoum – Emirados Árabes Unidos /Dubai (desde 3/6/2009) – 1.342.864

sábado, dezembro 29, 2012

Retrospectiva Futepoca - os dez posts mais acessados de 2012

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Época de retrospectiva e o Futepoca faz a sua própria por meio dos dez posts que foram mais acessados em 2012, mostrando um panorama diversificado do que foi assunto por aqui, mas também nos papos de botequim de todo o Brasil. Confira a lista e relembre alguns dos momentos importantes (ou nem tanto) do ano.

Para reler os posts originais, é só clicar nos títulos.

1 - E por falar em saudade (ou não)... Por onde andam aqueles jogadores que você achava que tinham se aposentado

O torcedor sempre se surpreende ao saber que aquele ídolo ou atleta que já foi conhecido ainda está atuando como profissional, apesar da idade ou do aparente sumiço do noticiário. Por conta dessa curiosidade, o post que mostrava onde estavam jogadores como Rodrigo Gral, Paulo Almeida, Warley, Luis Mario e Baiano foi o mais acessado de 2012.


Como diz o nome do nosso site, nem só de futebol vive o Futepoca. E foi uma manifestação política e de coragem de um garçom de Madri que evitou a chegada da tropa de choque local até manifestantes que estavam refugiados no bar onde trabalhava o vice-campeão entre os mais lidos do ano.


O ano foi duro para os clubes europeus, mas a desigualdade econômica que se aprofunda entre clubes grandes e menores no Brasil fez muitas vítimas também por essas bandas. A saída para muitas equipes que não tinham dinheiro para contratar jogadores de alto nível foi contratar modelos famosas para ações de marketing como a divulgação de novos uniformes. Mais barato que tentar repatriar um atleta que está na Europa...


A CBF decidiu agitar o fim de ano esportivo ao demitir o treinador Mano Menezes e a gente resolveu colocar a confederação de Marin no divã para analisar alguns aspectos do significado dessa troca inesperada.


Das discussões mais áridas que este site costuma fazer, a que alcançou mais repercussão nas redes sociais foi a respeito do ocorrido no reality show Big Brother, um fato ainda nebuloso e que talvez não tenha despertado a reflexão e ação necessárias por parte da sociedade em geral e do poder público.


Durante as Olimpíadas de Londres, chamou a atenção o desabafo do lutador de tae-kwon-do Diogo Silva, sobre como o esporte amador é tratado no Brasil, tanto por quem de direito quanto pela mídia. Não quisemos deixar sua voz no vazio e repercutimos suas declarações, lembrando a história de um esportista que pensa e age de forma muito diferente dos demais.


Nas Paraolimpíadas, um brasileiro derrubou aquele que talvez seja o maior ou mais impressionante atleta da modalidade em todos os tempos. Oscar Pistorious disputou também as Olimpíadas de 2012, mas foi derrotado na sua prova predileta pelo brasileiro Alan Fonteles, que tem uma trajetória comum a muitos conterrâneos, repleta de obstáculos, acasos e alguns fatos que renovam as esperanças de quem quase não deveria tê-las.

8 - O show obscurantista de Heloisa Helena

Em meio a uma sessão do STF que julgava o aborto de anencéfalos, a ex-candidata à presidência da República Heloisa Helena resolveu dar seu parecer alimentando a confusão sobre o tema e ratificando alguns preconceitos somente para fazer valer sua opinião. Triste de lembrar.


À guisa de pilhéria, o post fazia referência à bem-humorada campanha em prol da equipe argentina feita na final da Libertadores de 2007, quando os portenhos bateram o Grêmio. Desta feita, o resultado não foi o ideal para os secadores.


Em 2012, o Alvinegro da Vila Belmiro fez cem anos e, claro, teve seu espaço no Futepoca, no qual foram relembrados momentos épicos – e outros nem tanto – de um clube que faz parte da história do futebol daqui e do mundo. O post-homenagem fecha a lista dos mais vistos de 2012, aguardemos os de 2013!

sexta-feira, dezembro 28, 2012

Cura gripe

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A seca passou e todo dia chove em Brasília. Melhor para as vias respiratórias, não fosse o ar-condicionado como climatização onipresente em ambientes fechados.

Ou a limpeza da tubulação não é feita como deveria, ou a circulação de vírus e bactérias flui melhor por esse meio. O fato é que pequenas ondas de gripe assolam grupos distintos de pessoas. E emergem receitas miraculosas.

Do remedinho ao chá de alho, mastigar gengibre, da vitamina C ao antitérmico, sempre pinga uma receita nova, quase com ares de simpatia...

Nessas horas de coriza e garganta inflamada em estação quente, é inevitável lembrar dos ensinamentos do amigo Jesus Carlos. Foi em Cabrobó-PE, a 530 quilômetros de Recife, às margens do Rio São Francisco, com uma gripe do sertão avizinhando-se, que aprendi:

- Toma uma cachaça com um limão espremido, sem gelo, que passa, rapaz.

Botei fé. Tomei caninha mais o sumo azedo e, no dia seguinte, acordei recuperado.

Foto: Ricardo Bernardo / ricardobernardo.net / Flickr
Tem gelo e açúcar no copo, porque é caipirinha...
Na receita pouco ortodoxa é sem nada disso, viu?

Uma variação mais, digamos, infanto-juvenil é o mel em vez do "mé". Ou própolis, pimenta, hortelã ou qualquer estimulante que faça a garganta arder por estímulo bioquímico do açúcar, da capsaicina...
Mas a gente sempre aprende em cada fórum que encontra pelo caminho.

- Quando estou meio ruim, pego uma aspirina, desmancho no fundo de um copo, e dissolvo na água mais quente que consigo encontrar. Então, faço um gargarejo daqueles impublicáveis, por isso, feche a porta do banheiro. É pra limpar até a alma!

- Cê acha, velho?

- Tem que ver... No dia seguinte estou outro. Mas olhe: são duas aspirinas, uma para o copo e outra que eu tomo, com um chá quente, depois do bochecho todo. Só não pode sair ou me tomar vento frio... É direto pra dormir.

Embora o cidadão garanta que passa bem a noite assim, essa preferi não arriscar.

Mesmo assim, desconfio que, amanhã, acordo recuperado.

quinta-feira, dezembro 27, 2012

Música pura, com ou sem gelo

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Sambistas, jazzistas, bluezeiros, roqueiros e até compositores eruditos têm histórias imbricadas de entorpecentes. Por questões culturais e porque a Lei Seca durou pouco nos anos 1920 nos Estados Unidos, a bebida alcoólica é especialmente ligada à música. Sobram, aliás, composições que tratam do tema, como consagrado na série do Futepoca "Som na Caixa Manguaça" e levado à exaustão nas músicas da nova geração sertaneja (seja lá o que isso signifique).

Mas qual bebida casa com cada música? Porque goró ainda não tem uma API em funcionamento, Drinkfy ganha conotação de serviço de utilidade pública. Ou o contrário disso. E é divertido.

No estilo de aplicativos que sugerem harmonizações para vinhos ou tipos de alimento gourmet (ou gourmand), a ferramenta consiste em uma busca por um cantor, compositor ou nome do universo musical. O que a aplicação faz é simplesmente recomendar um goró que acompanha bem a trilha sonora. Para Tom Jobim, por exemplo, a recomendação é de uma Corona, cerveja mexicana (é favor não confundir: não é para tomar uma Gorducha). Para Astor Piazzolla, uma garrafa de vinho tinto. Em caso de Rolling Stones, um copo de rum. E ainda tem a versão para feriados.

Foto: Reprodução


Em tese, eles alertam que a combinação pode não ser perfeita, até porque é um cruzamento entre o The Echo Nest (base de dados que descreve artistas e relaciona-os a gêneros musicais) com api do Last.fm (que permite, de quebra, tocar a canção pedida).


terça-feira, dezembro 25, 2012

Nós estávamos todos lá

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Não podia haver melhor oportunidade para a inauguração do novo estádio do Corinthians, ao extremo leste de São Paulo. Parece que foi ontem... ou foi ontem? Foi ontem mesmo, eu estava lá, junto com mais de 30 milhões de gaviões, na maior lotação de um estádio da história da humanidade. Antes, já tinham lotado o terminal, com samba, suor e cerveja, para ir ao jogo. Depois, a vitória magra sobre o Al Ahly foi uma dose de má cachaça na fuça dos jogadores – ou mesmo a derrota pros reservas do São Paulo. A final seria em casa, mas contra o perigosíssimo São Caetano. 

Corinthians e São Caetano jogam parecido, diz-se, mas se o primeiro é tido como uma equipe sem estrelas, o segundo tem craques de várias seleções, como a inglesa ou a brasileira. O Azulão chegou ao mundial armando uma retranca furiosa contra o invencível Barcelona. O Corinthians venceu o tradicional papão Boca Juniors com um gol urdido por seu maior símbolo, o imortal Sócrates. 

Pouca gente conhece essa história. Quando o Corinthians foi fundado, em 1910, um palmeirense muito poderoso leu o futuro nas tripas de um porco morto na segunda lua minguante do ano (uma segunda-feira), e proferiu a seguinte maldição: “Só um grande líder grego levará os Corintos a dominarem o continente. Ele terá a sua chance, se falhar, legará as trevas aos seus descendentes”. Quando Sócrates chegou ao clube, os conhecedores da profecia sabiam que ele era o ungido. Sócrates lançou sua luz muito além dos gramados, falou a todos de seu tempo e ganhou o Brasil com uma mensagem de igualdade e democracia. Conquistou um lugar único na história do país, mas não um título nacional. 

Os anciãos corintianos não tinham dúvida: o tempo passara. Não podiam dizer isso aos mais novos, mas o Corinthians jamais seria campeão da América. A morte de Sócrates antes mesmo da partida final do Brasileiro de 2011 veio como um luto profundo para toda a nação.

Naquela noite sonhei com um dos profetas corintianos mais poderosos que conheci: o velho Diógenes Budney me apareceu com o seu sorriso calmo, fumava um cigarro feito a mão, ergueu a sobrancelha e apontou com o nariz para um lugar atrás de mim, voltei-me, e vi o Magrão aquecendo, cabeceando a bola que um companheiro lhe lançava. Um sentimento de paz onírica me tomou. Corta para o profeta Diógenes, que pronuncia “um simples estrogonofe não atingiria o Doutor”. Acordei angustiado. 

O Timão levou o título nacional e qualificou-se para a Libertadores 2012. Os jogos foram se sucedendo sem que o time perdesse. Era questão de tempo. O time esteve a ponto de cair diante do Vasco e do Santos, mas ultrapassou todos os adversários e enfrentaria o grande carrasco dos times brasileiros, o terrível Boca. Na Bombonera, o menino Romarinho marcou em jogada que passou pelos pés de Paulinho e Emerson, o Sheik, e o resultado foi um empate. No Pacaembu, bastava tomar um gol para o sonho acabar, e ele fatalmente viria. 

Até que surgiu uma falta próxima da lateral direita no ataque corintiano. Parecia ser uma jogada ensaiada: Alex bateu na cabeça de Jorge Henrique, que pelo jeito deveria cabecear pra trás, jogando a bola no centro da área. Foi quando aconteceu o milagre. JH até que cabeceou direitinho, mas a bola estranhamente subiu demais, saiu da tela, atraída por flagrante antigravidade. Dá pra ver no vídeo que um facho de luz desceu junto com a pelota, desviando a parábola, ela foi parar fora da pequena área. Danilo se viu obrigado a buscar a bola de costas para a meta boquense, mas naquele momento ele já era apenas um veículo, um cavalo para que o gênio de Sócrates se manifestasse uma última vez, deu o calcanhar perfeito que colocou na cara do gol o Emerson (até esse momento eu não tinha reparado como ele é a cara do Casagrande), que pôs pra dentro. 

Ele estava lá, e se manifestou para nós. 

Um arrepio correu meu corpo, revi o sorriso do velho Budney, tudo ficou claro: Sócrates precisou morrer para poder jogar a final da Libertadores. A maldição está quebrada, o Corinthians é campeão da América. 

Os profetas corintianos que consultei não souberam ou não quiseram ou não podiam me dizer nada sobre a final do Mundial contra o São Caetano. A opção estratégica de Tite foi clara: remontar o time da final da Libertadores. Um time guerreiro, coeso, que dificilmente toma gols e que é capaz de atropelar qualquer adversário. Mais que isso, um time iluminado, que teria ao seu lado 86.767 mães e pais de santo, além de padres, pastores, pajés, sacerdotes de todos os credos. Em campo, o Timão faria uma parte, mas de nada valeria sem a adequada configuração astral, sem o alinhamento dos planetas, o mesmo que segundo profetas de outros setores reconhecidamente levaria ao propalado fim do mundo. A maneira de evocar essas forças seria recolocar as peças em consonância com as estrelas: sim, Jorge Henrique tinha que entrar. 

Apesar de disputar em igualdade o território, o São Caetano criava chances muito mais perigosas que o Corinthians. Cássio foi o salvador, muito por suas qualidades de goleiro, mas muito também por sorte, pois alguns tiros, se desferidos sem nervosismo, fatalmente entrariam. 

Foi o calcanhar de Paulinho que evocou o Doutor dessa vez, novamente a cabeça de Jorge Henrique toca a bola, Paulinho cruz a área, Danilo toma a bola e chuta mascado, ela sobra para a cabeça de Paolo Guerrero. Um gol do Peru, um gol de Natal, um gol presente, gol de renovação.  

Em noite de São Jorge, gol do Guerrero. 

Gol de São Jorge.  

O Corinthians é bicampeão do mundo. Desta vez, foi campeão passando pela Libertadores. 

Um mundo acabou ali. O próximo mundo, que começou agora, é corintiano.  

quinta-feira, dezembro 20, 2012

Os males que o álcool e outras drogas podem causar...

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(Via Thiago Balbi)

domingo, dezembro 16, 2012

A incrível história de Cássio, o herói do Corinthians que tem o "corpo fechado"

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“Goleiro bom tem que ter sorte”, já dizia a máxima do futebol. E isso é algo que nunca faltou a Cássio. Nem estou falando da bola que quase passou por baixo do corpo dele no primeiro tempo da final contra o Chelsea, muito menos desmerecendo seus méritos técnicos, até porque, como diria o novelista e músico francês Romain Rolland, “o acaso encontra sempre quem saiba aproveitar-se dele”. Ou, se você prefere Buñuel, pode lembrar que “o acaso é o grande mestre de todas as coisas”.

Passadas as citações do almanaque Biotônico Fontoura, é preciso lembrar como o herói da conquista corintiana chegou aonde chegou. E o Futepoca acompanhou. Em um post de 2009, o companheiro Olavo lembrou como ele, sendo quarto goleiro do Grêmio, depois de Saja, Marcelo Grohe e Galatto, chegou a ser convocado para a seleção brasileira principal pelo técnico Dunga. A lembrança do nome do então gremista pelo comandante da seleção se devia ao seu bom desempenho no Sul-Americano sub-20, que o credenciava como um possível goleiro a ser convocado para as Olimpíadas de Pequim. Mas acabaram indo Diego, do Almería, e Renan, do Inter.

Para chegar à seleção, Cássio contou com uma sucessão de acasos fabulosa. No post Corpo Fechado, já se comentava aqui a respeito das defesas do arqueiro no Sul-Americano sub-20, apesar da equipe do então treinador Nelson Rodrigues não empolgar. Mas como ele chegou ao time? Relembre: “Ele não estava presente na convocação inicial do treinador Nelson Rodrigues, e foi convocado graças ao corte de Felipe, do Santos, pego no exame antidoping. Já na seleção, juntamente com Edgar, foi o único que não sofreu com um surto de gastroenterite que atacou os atletas da seleção brasileira. O goleiro Muriel, do rival Inter, foi um dos que sofreu mais com tal doença, tendo cedido o lugar antes para Cássio, por conta de dores musculares.”

O santo forte de Cássio funcionou à época também em relação à disputa pessoal que travava no Grêmio. “Marcelo Grohe, titular do time em boa parte do ano passado, vinha sendo convocado seguidas vezes e tinha lugar certo na seleção sub-20. Porém, se contundiu no fim de 2006 e não pôde ir até o Paraguai. Na pré-temporada do time gaúcho, ainda sofreu nova contusão, dessa vez um entorse no tornozelo. Curioso é que Grohe também assumiu a condição de titular do Grêmio graças à contusão de Galatto. Com tantos acasos a seu favor, se é verdade a máxima de que goleiro bom tem que ter sorte, Cássio logo, logo será titular da seleção principal.”

Vendido ao PSV, quase não jogou e, depois de ser emprestado para o Sparta Roterdã, retornou ao Brasil, no Corinthians em 2012, onde o acaso novamente ajudou. Após trágica atuação nas quartas de final do Paulista, Júlio César foi sacado e Cássio, mais uma vez, estava naquele dito lugar certo, no momento oportuno.

Para quem acredita em destino, a trajetória do herói corintiano é um prato transbordante.

quinta-feira, dezembro 13, 2012

Nós é que agradecemos, Lucas

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POR MORITI NETO

12 do 12 de 2012. Data inspiradora dos místicos. No entanto, nesta quarta, no Morumbi, na realidade concreta dos são-paulinos, não foi o 12 o número mágico a trazer boas energias. A senha para alegria e emoção vestia a camisa sete. E só precisou de um tempo para cumprir roteiro digno de decisão. Lucas fez de tudo em 45 minutos: gol, assistência. Agredido com chutes, pisão e cotovelada, o garoto de 20 anos teve frieza de veterano e desmontou os adversários do Tigre da Argentina, que apostavam num duelo mental baseado na violência e intimidação.

De cara, era possível perceber que o menino faria da partida o momento mais importante de sua vida profissional até então. Desde o primeiro minuto, chamava o jogo, pedia a bola e se movimentava pelo campo todo. No meio, pelas pontas. Armava, mas também marcava, dividia. Aliás, comportamento padrão. Ele não se limita a atacar. Auxilia constantemente no combate.
Quando o Tricolor, apesar das entradas duríssimas do maldoso time argentino, já ganhava a maioria das disputas de bola e executava boas trocas de passes, o personagem da noite, após pivô de William José e tentativa de finalização de Jadson, tirou, de esquerda, do goleiro Albil e inaugurou o placar. Eram 22 minutos da primeira etapa.
O gol desarticulou as linhas de pancadaria, digo, de marcação, do Tigre. De novo, aos 27, o camisa sete brilhou. Serviu Osvaldo, impedido por centímetros (lance dificílimo para a arbitragem), dar um toque preciso por cobertura. Título definido.
Só que o papel fundamental de Lucas não pararia por aí. Ele provocaria os adversários a ponto de tirá-los de vez do prumo. Sem violência. Na bola e na sutileza. Aos 37, o lateral Orban deu-lhe uma cotovelada que fez jorrar sangue do nariz. Ainda assim, o meia, apesar da agressividade adversária e da mansidão do árbitro chileno Enrique Osses, seguiu insinuante.
Na saída ao intervalo, sutilmente, o são-paulino mostrou o algodão ensanguentado àquele que o havia agredido. Mais que o suficiente para o Tigre colocar de vez no jogo a violência que o caracterizou desde o primeiro confronto, disputado semana passada, na Bombonera.
Acima de qualquer coisa, Lucas sempre quer jogar. E intensamente. A marca do menino neste ano é de 76 jogos, 59 pelo São Paulo e 17 na seleção brasileira. Não teve uma expulsão sequer. Não ficou fora por contusão. Que reúne agilidade, velocidade, resistência, conclui movimentos com precisão, além de não cair em qualquer trombada, era sabido. Porém, as capacidades de concentração e compromisso se mostraram bem acima da média. Negociado desde julho por R$ 108 milhões com o Paris Saint Germain da França, jamais se poupou. Disputou cada partida como se estivesse recém-saído da base. E é, sem dúvida, o principal responsável, dentro de campo, tanto pela conquista continental como pela bela campanha no segundo turno do Campeonato Brasileiro.

Durante a comemoração do título, Lucas pegou o microfone. Na rápida declaração à torcida, foi espontâneo nas palavras como é nos dribles. “Eu amo esse clube. Esse título é de vocês. Vou voltar pra defender essa camisa maravilhosa e comemorar muitos títulos. Obrigado por tudo”. Imagina, moleque do gol. Nós é que agradecemos.

A confusão
Este texto tem a intenção de enaltecer a atuação de um jovem ídolo que, além de jogar muito, fez a última atuação pelo time do São Paulo neste ciclo. Tomara, seja só a primeira passagem de Lucas pelo Tricolor. Além disso, o companheiro Glauco analisou bem os problemas na ação amadora da direção são-paulina em certos aspectos.
Contudo, impossível não dizer que os argentinos usaram, em demasia, o recurso das faltas e foram de uma violência injustificável nos gramados de La Bombonera e Morumbi. Não estou entre os que consideram faltas duras como “algo do jogo”. Se fossem, não seriam passíveis de punição com bolas paradas, advertências e expulsões. Equipes como o Tigre fazem o que fazem para compensar a fraqueza técnica e por que contam com arbitragens coniventes. As duas opções não são bonitas de ver.

Corinthians: primeira missão cumprida

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POR Mauricio Ayer

Estádio Toyota lotado, bandeirões, bateria, e mais milhões de loucos plugados no mundo inteiro. A invasão alvinegra no Japão mostra como este torneio veste bem a camisa do Timão. A paixão corintiana foi é será assim, desloca multidões, se faz sentir, incomoda, dá vexame, ocupa lugares, abafa. Às vezes deve ser insuportável ser anti-corintiano, dá pra entender. Mas a vida é assim.

Muito bem, vencido o “Cabo Mazembe” diante do Al Ahly, o Corinthians cumpriu sua maior missão do ano: chegar à final da Copa Toyota Mundial Interclubes. Esta semifinal é um pequeno purgatório entre o inferno da zoeira eterna e a possibilidade do paraíso. Qualquer adversário que venha será difícil, mas nenhum é o Barcelona, o que permite acreditar que é possível. Em campo, o Corinthians regrediu aos tempos dos empates e vitórias de um a zero que celebrizaram o estilo Tite durante pelo menos todo o primeiro ano em que esteve à frente da equipe. Um jogo truncado, sem criar muitas oportunidades, mas sem dar chances ao adversário.


No primeiro tempo, é verdade, o time egípcio armou uma sólida plateia no meio campo para ver se o Timão conseguia jogar. Trancou a rua, e muito pouca coisa aconteceu. Os erros na narração do Teo José foram reveladores: ele chamou o Danilo de Douglas, Paulinho, Guerrero, Ralf e até de Paulo André; parecia que tinha um time em campo, mas quem se deslocava e dava algum movimento ao jogo era principalmente o Danilo.

 Mas o gol só poderia sair de dois lugares: poderia ser de um contra-ataque iniciado pelo Paulinho,  mas o meio-campista não esteve bem. Mas o gol saiu de um toque genial de Douglas, um totó de pé esquerdo meio improvável, esquisito, mas nem por isso menos preciso, que encontrou o peruano Paolo Guerrero livre na cara do gol, e ele completou com uma cabeçada também um tanto esquisita, igualmente precisa.

A partir daí, o time egípcio teve que ir pra cima e criou bem mais. A confiável defesa do Corinthians segurou o resultado por mais ou menos 60 minutos. Um desempenho medíocre. Mas, missão cumprida.

O grande acontecimento desta edição do Mundial está mesmo por conta da torcida: 31 mil torcedores, sendo uns 30 mil corintianos, segundo a transmissão da Band. E que venha o outro finalista! Contra o Chelsea, trata-se de jogar de igual pra igual, com um grande time. Com o Monterrey aconteceria de transformar a conquistada boa esperança em possibilidade de novas tormentas, a obrigação voltaria inteira aos pés dos nossos jogadores. Que vença o melhor e vamos nos concentrar no nosso trabalho.

Duas certezas sobre a final da Copa Sul-Americana

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Não se sabe e talvez nunca se saberá o que de fato aconteceu nos vestiários do São Paulo. A única certeza é de que houve uma briga entre seguranças privados do clube e jogadores e comissão técnica do Tigre. Se foi emboscada, quem começou, se a PM agiu de forma correta e se os argentinos exageraram sobre o que ocorreu, provavelmente vai ser daqueles mistérios incorporados ao futebol que vão gerar lendas e versões em profusão.

Mas há duas certezas sobre a final de ontem. A primeira é que, após um início tenso, o São Paulo colocou a bola no chão e dominou o jogo. Fez dois gols (um deles, irregular, a bem da verdade) e os rivais praticamente não ameaçaram o gol de Ceni. O Tricolor foi, realmente, soberano, justificando não só a diferença de tradição dos dois times como a distinção técnica dos dois elencos. Nada que justificasse, claro, a declaração tosca de João Paulo de Jesus Lopes que disse que até “há quinze dias nunca tinha ouvido falar” do Tigre. Só confirmou dois esteriótipos: o de que cartolas não costumam dar declarações muito sagazes e que torcedor só afirma a grandeza de seu time diminuindo os rivais (o que é um contrassenso, aliás).

Mas a segunda certeza é que, embora tenha sido gigante em campo, o São Paulo agiu como um clube mediano no tratamento dispensado aos argentinos, como mostra essa matéria na página eletrônica da ESPN. Aos fatos: o ônibus que trouxe os jogadores do Tigre foi atacado por torcedores que estavam aglomerados no estádio, quatro janelas foram quebradas por pedras e latas arremessadas.

Além disso, os atletas não puderam fazer o reconhecimento de gramado no dia anterior à peleja, como está previsto no regulamento da Conmebol. Cerca de 40 minutos antes do início da final, o os jogadores foram impedidos de aquecer no gramado, e forçaram a entrada depois de discutirem com seguranças do clube. A justificativa foi a de que o gramado precisava de “descanso” depois dos shows da Madonna. Ora, se não havia condições de se cumprir o que o regulamento exigia, porque não mandar o jogo em outro estádio, como no Pacaembu? Durante o jogo, já com a vantagem, ainda no primeiro tempo os gandulas são-paulinos sumiram das laterais, mais uma mostra daquilo que muito se condena quando acontece lá fora contra equipes brasileiras. Mas quando é aqui...

Pode-se reclamara da Conmebol, da arbitragem ou do comportamento de equipes rivais de países vizinhos. Mas uma coisa é certa: em certos aspectos, os clubes brasileiros não são nem um pouquinho melhores, ainda que parte da imprensa e da torcida acredite em suas ilusões xenófobas.

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Carta ao “fabuloso justiceiro” e LF já conquistou, sim, algo pelo Tricolor

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POR MORITI NETO
Já tantas horas depois, não há sentido em tecer longos comentários sobre o jogo entre São Paulo e Tigre, na noite desta quarta, na Argentina. Ao menos, no que diz respeito à bola rolando. O que vale analisar é o comportamento de Luís Fabiano. Embora muitos já o tenham feito, alguns com competência em poucas linhas, caso do Menon, o sujeito é uma situação à parte quando se trata de estupidez.
Sim, é isso, LF, o senhor foi de uma estupidez cavalar na expulsão cavada aos 13 minutos do primeiro tempo. Dessa maneira, ficará praticamente fora de toda a decisão da Copa Sul-Americana. Não disputa a final num Morumbi lotado pela torcida do Tricolor Paulista, que não tem uma sensação semelhante – de grande possibilidade de título – faz quatro anos.
O senhor é artilheiro, isso é incontestável, mas disse, depois do jogo, que tentou dar um pontapé no zagueiro Donatti, também excluído, para defender Lucas que, naquela altura, nem no lance estava mais (aliás, Donatti estava na dele e teve menos motivos para ser expulso). Pois bem, campeão dos fracos, o seu “espírito coletivo”, de “defesa dos companheiros”, é fruto de uma visão distorcida da realidade. Lembre-se, para “defender” o garoto, você abandonou a equipe, deixou-a sem referência na área. Mais do que isso: permitiu que os outros atletas são-paulinos permanecessem o restante da partida apanhando, encarando um adversário violento, inclusive o “seu protegido”.
Dessa forma, meu caro, após passar a semana inteira dizendo saber que seria provocado, o “justiceiro”, o cara que “não leva desaforo pra casa”, deu à equipe do Tigre, fraca tecnicamente, munição a uma das poucas armas que tem; a tão falada catimba argentina. Forte para ganhar o duelo psicológico, algo que pode ser imprescindível numa final contra o São Paulo de baixa média de idade.
Claro, eles venceram as brigas mental e emocional. Muito, pois um dos jogadores mais experientes do time brasileiro e ótimo finalizador, o senhor mesmo, o “grande salvador dos mais frágeis”, caiu na provocação do adversário. Parabéns.
O problema é que, além desse ser o maior erro que cometeu na carreira, é igual, no formato, a tantos outros que já fez. E não se trata de condená-lo pelo passado, mas por condições que nunca mudaram, por sua irresponsabilidade, por seu egocentrismo. Sinto-me livre para dizer: LF, o senhor, em momentos decisivos, ou falha tecnicamente ou é expulso. Em ambos os casos, o preparo emocional para decidir se mostra zero.
É um matador, goleador? Sem dúvida. E para por aí. Sempre que seus serviços são chamados em decisões, e não precisa ser necessariamente numa final, o senhor dá um jeito de se furtar da responsabilidade. Não reclame, goleador recordista, quando a torcida lhe chamar de pipoqueiro. Ainda que seja inconsciente, até quando é expulso parece querer fugir. Onde está o compromisso com o coletivo? Inexiste.
Assim, “senhor fabuloso”, iremos, jogadores e torcedores, para cima do Tigre na próxima quarta. E se não teremos a esperança de que, a qualquer momento, o senhor nos fará explodir com o prazer do gol, também não nutriremos o sentimento negativo de que pode ser expulso.
Ganhar ou não o título, difícil saber, até porque os argentinos seguirão apostando no confronto psicológico e mostraram que são bons nisso. Porém, independentemente do resultado, meu caro, tenha certeza, você largou a bucha para a moçada. Férias adiantadas? De novo, parabéns. Já conquistou algo no Tricolor.

A vida, o comunismo e a morte, conforme Niemeyer

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"Há o pessimismo que bate quando estou sozinho e penso no mundo. Mas se é para ir a uma festa em que há mulheres bonitas, o pessimismo desaparece. A vida está correndo. Tenho momentos de tristeza, de prazer, de saudade... Faz parte."

"Enquanto existir miséria e opressão, ser comunista é a solução."

"Nunca acreditei na vida eterna. Sempre vi a pessoa humana frágil e desprotegida nesse caminho inevitável para a morte... Às vezes, muito jovem, o espiritismo me atraía, logo dissolvido pelo materialismo dialético, irrecusável. Se via uma pessoa morta, meu pensamento era radical. Desaparecera, como disse Lacan, antes de morrer. Um corpo frio a se decompor, e nada mais"

terça-feira, dezembro 04, 2012

Como Ganso já é importante para o São Paulo

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POR MORITI NETO


O melhor para o são-paulino na vitória diante do Corinthians, além do óbvio de vencer o maior rival com time reserva, foi ver Ganso jogar bem.  Entre outras questões levantadas pelo companheiro Nicolau após o último post sobre oTricolor, estava uma pergunta a respeito do que este escriba espera do armador. Disse a ele das óbvias dúvidas sobre condição física e tal, mas posso estender o comentário aqui.       

Em campo, como se viu no clássico de domingo, um jogador como Paulo Henrique Ganso passa muita segurança ao time e preocupa o adversário. A qualidade fica impressa não só nas assistências que o meia deu a Douglas e Maicon, mas na calma e clareza com que toca a bola. Quando o time tinha a posse e bom passe, ele era o diferencial, o homem capaz de sair do elementar. Nos momentos em que a equipe saía jogando torto, com a redonda regurgitando aqui e ali, o maestro ajeitava as coisas.     

Aliás, Ganso contribuiu com a mudança de postura do São Paulo mesmo antes de atuar.  Creio não ser coincidência o aumento de rendimento logo depois da chegada dele. A autoestima, a confiança dos jogadores, da comissão técnica, inclusive da torcida, deram sinais de subir.

Foi no dia 21 de setembro que a longa negociação entre Ganso, São Paulo e Santos teve o término oficial. Nessa data, o atleta assinou contrato com o Tricolor. Dali para frente, o time jogou 18 vezes, com oito vitórias, dois empates e duas derrotas no Brasileiro, mais dois triunfos e quatro partidas empatadas na Sul-Americana. Além disso, o período marcou as melhores apresentações do ano, melhor campanha do segundo turno no nacional e passagem à decisão da competição continental. Não é pouco.      

Claro que Paulo Henrique foi só um dos ingredientes na boa mistura que dá resultados na equipe de Ney Franco, como escrevi no texto passado, mas jogador fora de série é assim mesmo. A contratação sacode as estruturas, mexe com o imaginário coletivo, coloca o clube em evidência, deixa rivais precavidos. Também faz com que o elenco se agite, para o bem e o mal. Esperando que Ganso não seja um Ricardinho, fico com a primeira opção.  

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Uma m... de restaurante

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Não, o título do post acima não faz referência a algum estabelecimento frequentado por membros do Futepoca e que mereceu uma crítica negativa por conta da sua comida ou serviços. Trata-se do Modern Toilet, um restaurante que abriu em 2004 e, dado o incrível sucesso, abriu outras 12 filiais em Hong Kong, Taiwan, China e Japão.

Divulgação Facebook

Segundo matéria do Terra, o cardápio tem nomes curiosos de pratos como “Diarreia com fezes secas”, “Cocô sangrento” e “Disenteria verde”.

"Mas o que isso tem a ver com futebol, política e cachaça?", você se pergunta. Com os dois primeiros não tem nada, mas, sem dúvida, para ter uma ideia dessas só com o incentivo de uma marvada... Ou de um saquê.

O bom gosto abunda...
Vai entender o ser humano...


sábado, dezembro 01, 2012

Em noite de homenagem a Joelmir Beting, Santos bate Palmeiras na Vila

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O clássico envolvendo Santos e Palmeiras na Vila Belmiro não foi marcado apenas por uma bela apresentação alvinegra no primeiro tempo, que lhe rendeu a virada e a vitória. Foi também uma noite de homenagem a Joelmir Beting, falecido na madrugada da última sexta-feira. O time do Palmeiras entrou com a faixa que reproduzia uma das máximas de Joelmir, “Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense... É simplesmente impossível!”

Do lado alvinegro, coube a Neymar entregar a Mauro Beting (força, Maurão e família!), vestindo a camisa dez palmeirense com o nome Joelmir (ao lado), uma placa em homenagem ao jornalista que teve a grande sacada de registrar no Maracanã, justamente com uma placa, o célebre gol de Pelé, marcado contra o Fluminense, em 1961. “Nunca fiz um gol de placa, mas fiz a placa do gol”, dizia Joelmir sobre a ideia que inspirou a expressão utilizada correntemente para traduzir os belos gols.

Começada a partida, o Palmeiras dava até impressão de que, sem a pressão que viveu durante a maior parte do Brasileiro, jogaria mais solto, se aproveitando do oportunismo de Barcos e da velocidade de Maikon Leite, que fez o primeiro gol do jogo aos quatro minutos, após grande lançamento do centroavante alviverde. Dois minutos depois, mais uma vez nas costas do lateral Juan, o ex-alvinegro finalizou, mas dessa vez Rafael defendeu.

Passado o solavanco, a caravana santista se aprumou e começou a criar chances. Neymar atrapalhou Arouca e perdeu diante de Rafael Alemão e, logo depois, perdeu novamente uma chance clara, quase na pequena área, finalizando por cima do gol. Sim, um jogo elétrico, que o Santos empatou aos 14 minutos, depois de belo lance de Pato Rodriguez que serviu Neymar. O atacante driblou Rafael Alemão e passou para Victor Andrade finalizar sem goleiro.

A essa altura, o Santos já era melhor, e Roman quis ajudar um pouco mais a missão peixeira ao fazer pênalti infantil em Neymar. Ele já havia sido advertido com o cartão amarelo por uma falta desleal no craque alvinegro, e foi expulso ao receber o segundo, depois do puxão de camisa. O Onze converteu o pênalti e, a partir daí, os donos da casa viraram senhores do jogo.

Pato perdeu chance. Neymar finalizou uma bola que bateu no travessão, na trave, e depois na sua cabeça para sair pela linha de fundo. Felipe Anderson cortou errado o goleiro e perdeu o gol. Mas, aos 39, Neymar fez um gol de pura técnica e frieza, chutando entre as pernas de Maurício Ramos. O craque ainda perderia outra chance, superando o arqueiro rival mas parando Maurício Ramos, que salvou o tento.


Na segunda etapa, o jogo caiu demais e as chances rarearam. Aos 10 minutos, o Santos perdeu seus dois volantes: Alan Santos, que entrou no lugar do suspenso Adriano, foi expulso por ter feito uma falta justamente no momento em que Arouca era atendido e desfalcava o time. Gérson Magrão entrou na meia e Felipe Anderson foi recuado, permitindo que o Palmeiras tivesse mais campo para tocar a bola, ainda que de forma pouco incisiva.

Para o Santos, valeu a experiência de jogar sem um centroavante enfiado, como Muricy tanto gosta. Com muita mobilidade dos três avantes e uma forte marcação na saída de bola alviverde, a parte ofensiva do Peixe foi bem, mas, quando Arouca saiu, o time sentiu falta de um pouco mais de articulação no meio de campo. Vale testar novamente a formação, com gente de mais qualidade na meia o jogo santista – cadê as contratações, Laor? – o jogo pode fluir melhor.

Do elenco peixeiro que jogou hoje, Juan, que foi muito mal no primeiro tempo, deve ir embora, para alívio da torcida alvinegra, mais que impaciente com o atleta. Mas dois jogadores que evoluíram muito nesse segundo turno foram Felipe Anderson, que hoje tem muito mais consciência tática do que há alguns meses, e Pato Rodriguez, que também passou a aproveitar mais a habilidade que tem para jogar mais para o time do que para si. Faltam meias, e laterais.

sexta-feira, novembro 30, 2012

PC Siqueira e o pensamento conservador/coxinha da Veja

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Via @cynaramenezes

"Aí você me diz: 'Ah, mas ser conservador não é necessariamente ser uma coisa ruim'. Cê me desculpe, mas ser conservador é necessariamente ser uma coisa ruim. Primeiro, porque o mundo já é uma merda, sempre foi uma merda, se você quer conservar o mundo de uma forma que ele é, uma merda, então você é um merda. E quando você lê uma revista que te ajuda a saber como o mundo funciona e como as coisas estão acontecendo, e ela é uma merda, tudo que você conhece como verdade é uma merda."

Vale ver o vídeo inteiro do PC Siqueira: 

Boas novas, Tricolor?

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POR MORITI NETO

Já mais do que sabida a passagem do São Paulo às semifinais da Copa Sul-Americana, este escriba precisava, para voltar a publicar, de uma desculpa melhor – aos leitores e companheiros do Futepoca – do que uma análise do jogo com a Universidad Católica do Chile. A superação de tal bloqueio, além da fama nem tão justa de que são-paulino só dá as caras em momentos decisivos, dependia de um fato sintetizador do momento Tricolor. E não é que a partida serviu?        

O que se viu no 0 x 0 do Morumbi na noite desta quarta-feira, foi um retrato claro da mudança de postura são-paulina em relação a tempos bem recentes. É clara a evolução do time se tomados como comparação os tempos de Leão, Adílson Batista e até Carpegiani.

Sofrendo com a falta de padrão e, consequentemente, sem condições técnicas para um bom jogo coletivo, o São Paulo, desde 2010, se arrastava e dependia de lampejos individuais. Na mão contrária, o Tricolor de Nei Franco é bem resolvido como equipe. Não transfere a posse de bola ao adversário. É compacto. Avança quando perde a redonda. Reduz os espaços dos rivais. Mesmo atuando contra uma retranca fortíssima, por vezes bem violenta, como a da Católica, abafa a saída e rouba o esférico rapidamente.

Outro ponto que chama atenção é o intenso uso das pontas. Lucas, pela direita, e Osvaldo, na esquerda, contando, respectivamente, com os apoios do surpreendente Paulo Miranda e de um redivivo Cortez, atacam forte e marcam os laterais adversários, sem a baboseira do cansaço para seguir na produção ofensiva.

Os cabeças de área combatem, saem jogando e atacam. Aliás, Wellington é daquele jogador que contribui demais no acerto de uma equipe. Depois da volta dele, fora o óbvio ganho no poder de marcação, Denílson passou a render melhor, já que saiu da função de primeiro homem no meio e foi para a posição onde fica mais à vontade, a de segundo volante.

Por tudo isso é que a contenda da noite de quarta serve a este impontual fazedor de textos. Na atuação contra os chilenos, que garantiu a ida do São Paulo a uma decisão internacional depois de seis anos, a equipe escondeu a bola do adversário. Circulou-a. Trabalhou em campo grande com a posse dela e encurtou os espaços.

Boas novas?

Faltou o gol. Porém, o problema não foi de criação, mas de finalização. Muitas oportunidades foram perdidas no Morumbi, algo que ocorreu até em maior escala no Chile. O que alivia é que isso parece questão de treino de fundamento ou de falta de inspiração dos finalizadores. Não é um problema coletivo, como era praxe há poucos meses.

Por outro lado, preocupa o excesso de chances desperdiçadas e as dificuldades que isso traz quando o assunto é futebol. No caso do adversário de quarta, a falta de qualidade técnica impunha que os chilenos ficassem postados atrás e esperassem a bola salvadora.  Contra um time razoável ofensivamente, o castigo a quem perde tantos gols é mais provável.

De qualquer forma, mesmo esse jogo sem gols, somado a belas apresentações recentes, como contra Botafogo, Palmeiras e Vasco, pelo Brasileiro, e os dois jogos contra o Universidad de Chile, pelas quartas da Sul-Americana, mostraram qualidade e padrão que os são-paulinos clamávamos há tempos. Alvíssaras?     

segunda-feira, novembro 26, 2012

Guarani de 2012, Santo André de 2010: a maldição do sucesso no Estadual

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O Guarani, depois de chegar à final do Paulista de 2012, caiu para a Série C no Campeonato Brasileiro ao ser derrotado pelo São Caetano, no Brinco de Ouro. O que mostra algo sobre a situação de times menores no Brasil que, às vezes, são vítimas do próprio sucesso. Uma final de Estadual, ainda mais de um grande centro, chama a atenção de clubes com maior poder econômico e a debandada é fatal. Como muitos dos atletas são de empresários ou de “parceiros” e os contratos são no tempo mínimo estabelecido por lei, a saída fica bem mais fácil.

Deem uma olhada no time que disputou a final do Paulista contra o Santos: Emerson, Bruno Peres, Domingos, Neto e Bruno Recife; Éwerton Páscoa, Fábio Bahia, Medina e Danilo Sacramento; Fabinho e Bruno Mendes. Destes, três (Bruno Peres, Neto e Ewerton Páscoa) estão no Santos; Fabinho foi para o Cruzeiro; Bruno Mendes foi para o Botafogo (embora sua situação esteja indefinida atualmente); Domingos está no Al-Kharitiyath... A equipe que foi rebaixada contra o Azulão tinha: Emerson; Oziel, Ademir Sopa, Montoya e Bruno Recife; Lusmar (Kleiton Domingues), Fábio Bahia, Medina e Fabrício (Danilo Sacramento); Clebinho e Schwenck. Muito diferente.

Alegria andreense não chegou a 2011
Mas não se trata de novidade, talvez, de maldição. Em 2010, o Santo André quase foi campeão paulista em cima do badalado Santos de Dorival Júnior, com uma equipe que tinha na final: Júlio César; Cicinho (Rômulo), Halisson, Cesinha e Carlinhos; Alê (Pio), Gil, Branquinho (Rodrigão) e Bruno César; Nunes e Rodriguinho. Mesmo roteiro do Guarani de 2012, Cicinho foi para o Palmeiras; Branquinho, para o Atlético-PR; Carlinhos e Rodriguinho, para o Fluminense; Bruno César, para o Corinthians. Na partida que definiu o rebaixamento do Ramalhão para a Série C, atuaram Neneca; Alex Silva (Marques), Douglas, Toninho e Dênis; Wendel, Walker, Makelele e Aloísio (Pio); Rychely e Borebi (Marcelo Godri).

Ou seja, chegar à final do Estadual mais rico do país pode significar mais dinheiro de premiação e outro quinhão de renda. Mas o prejuízo em disputar a Série C do Brasileiro (que não é uma competição fácil para equipes do porte de Santos André e Guarani) pode fazer essa vantagem financeira desaparecer rapidamente. E não dá pra culpar só a boa e velha falta de planejamento quando um clube tem que refazer a maior parte do elenco em um espaço de tempo tão curto. Sem mexer na distribuição de cotas de TV das competições, que deveriam incluir o fator “mérito” em sua composição, o abismo entre os grandes e os médios e pequenos só tende a aumentar.