Destaques

terça-feira, maio 14, 2013

Pinceladas cariocas - O Taiti é aqui. E o Vasco teme o Tupi!

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por Enrico Castro

Goleiro Buffon 'vai pra galera'
Findo o Cariocão, a cobertura do Engenhão, que permanece sem data para ser reaberto, suportou ventos de 93 km na semana passada, e o governo do estado informou, para surpresa de todos, que será preciso mais dinheiro para terminar as obras do Maracanã. Enquanto se preparam para o Brasileirão, que só deve engrenar mesmo lá para outubro, os clubes do Rio, que já haviam perdido os dois supracitados estádios para o governo estadual, perderão também São Januário - que, a partir de 25 de maio, será utilizado como campo de treinamento da seleção italiana para a Copa das Confederações. Torneio, aliás, que contará com a presença ilustre dos craques do Taiti, que exibirão seu "futebol arte" no Maraca, enquanto os times cariocas continuarão amargando viagens para fora cidade (ou até mesmo do estado) para mandar seus jogos da Copa do Brasil, Libertadores e primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. O que será que o fino goleiro italiano Buffon vai pensar quando estiver atravessando a favela horizontal Barreira do Vasco? 
Kiko vestido como comediante
O Botafogo segue curtindo o seu 20º título estadual, número atingindo pelo Fluminense em 1971, pelo Flamengo em 1979 e pelo Vasco em 1994. Para comemorar a "façanha", o clube de General Severiano recebeu em sua sede o famoso comediante mexicano Carlos Villagrán, mais conhecido como o Kiko, do seriado “Chaves”. Ele disparou: "Garrincha foi muito grande e junto com ele o Botafogo". Ou seja, Kiko, num momento de Villagrán, mostrou conhecer profundamente o Botafogo, ao afirmar que o clube “já foi muito grande”... 
Será o fim da carreira (opa!) de Deco?
Enquanto isso, o Fluminense se prepara para o confronto das quartas-de-final da Liberadores e aguarda a definição de seu adversário, que sairá do jogo entre Olimpia-PAR e Tigres-ARG. Fora do campo, o clube se arma para as batalhas nos tribunais desportivos, onde tentará a absolvição dos dopados Deco e Michael. Os tricolores torcem para que o primeiro receba uma punição severa, o que poderia abreviar sua carreira (se é que ainda cabe utilizar este termo...) e abrir espaço financeiro para o retorno do ídolo Conca. O segundo se complicou ainda mais ao admitir que marca o nariz com cal já há algum tempo, e por isso está vendo suas chances de se tornar um crack, digo, craque, se esfumaçarem. 
Flamengo 2013 parece 'time de japonês'...
Depois de passar uma semana escondido, digo, treinando em Pinheiral-RJ, o Flamengo segue se preparando no Ninho do Urubu para o confronto decisivo contra o temido Campinense, pela Copa do Brasil. O clube resolveu abrir a mão e vem contratando a toque de caixa. Chegaram à Gávea os atacantes Marcelo Moreno, Paulinho e Bruninho, e os volantes Diego Silva e Val. Tirando o Moreno, aposto um pacotinho de amendoim Nakayama como ninguém conhece qualquer um dos demais. O Flamengo versão 2013 parece ser um caminhão cheio de japonês. 
Vice eterno! Até no futevôlei...
E não é que o Vasco jogou!?!? Em preparação para o Campeonato Brasileiro, goleou o poderoso Tupi-MG por 5 x 1 no último sábado. Agora sim! Podemos dizer que foi uma vitória com a mão do técnico Paulo Autuori. Afinal, matéria publicada na versão carioca do diário Lance! na véspera do "clássico" informava o seguinte (o grifo é nosso): "Nesta sexta o comandante deixou um clima de mistério a respeito da equipe que enfrenta Tupi em amistoso neste sábado". Quanta precaução! Só pode ser piada! E, para não perder o costume, o Gigante da Colina conquistou mais um vice no final de semana: perdeu para o São Paulo a final da 2ª Liga Nacional de Futevôlei. Meus parabéns.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

domingo, maio 12, 2013

Corinthians 2 x 1 Santos: primeiro round é do Timão

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Paulinho jogou bola pra caramba e trouxe o time com ele (Foto: Rodrigo Coca/AE)

A vitória do Corinthians sobre o Santos foi boa por vários motivos, e complicada por pelo menos um. Primeiro, ganhar do Santos é sempre bom. Segundo, o Timão jogou bem, o que não fazia há muito tempo. Contou com uma bela atuação de Paulinho, principal esteio dos melhores momentos do time no ano passado – dois pontos que trazem bons augúrios para o jogo de quarta contra o Boca. O problema, não pequeno, é que a grande superioridade do time no primeiro tempo não se traduziu em uma vantagem maior, sendo os 2 a 1 totalmente reversíveis para o Santos em seus domínios.

Com a mesma formação que passou jogando mal contra o São Paulo, o Timão resgatou a organização coletiva e impôs ao Santos uma marcação pesada na saída de bola. Danilo, Romarinho, Guerrero e Sheik fechavam todas as saídas e criavam chances, em ordem decrescente de boas participações. O domínio foi amplo, até criou chances de gol e levou a um número no mínimo impactante de nove escanteios a favor e nenhum contra em vinte minutos, segundo o Juca Kfouri. Mas bola na rede mesmo só aos 41 minutos, com Paulinho, após passe de Danilo. Na boa, se tivesse virado 3 a 0 não seria nenhum exagero, ainda mais se levarmos em conta um pênalti (que entendo quem questionar) de Dracena em Romarinho.

Diga-se que a vantagem paulistana teve ajuda de Muricy Ramalho, que errou ao escalar um time com quatro volantes e nenhum meia. Apostou em Marcos Assunção na armação e não deu certo. Na segunda etapa, voltou com Felipe Anderson, que foi armar pela esquerda e dividir as atenções de Ralph. Assim, Neymar ficou no mano a mano contra Alessandro, que sem a cobertura rápida de Gil não teria aguentado o tranco.
Tite mexeu duas vezes: colocou Edenilson no lugar de Romarinho para ajudar na marcação do 11 santista e trocou Guerrero por Pato. Na minha opinião, pelo menos um equívoco aí, já que Romarinho fazia partida muito boa e Sheik nem tanto, e leva minha raiva por perder pelo menos um gol na cara de Rafael que Pato fatalmente teria guardado. Além disso, quem já leu alguma de minhas mal-digitadas nos últimos tempos sabe que Pato e Guerrero, os dois artilheiros do time, devem jogar juntos e o treinador que se vire para fazer funcionar.

Com tudo isso, o jogo se equilibrou e deve ter ficado muito bom para o observador neutro, com chances de gol para os dois lados. De minha parte, a coisa ficou mais interessante lá pelos 30 minutos, quando uma bola rebatida na área sobrou para Paulo André, que encheu o pé e abriu 2 a 0. E voltou a ficar meio chatão aos 38 minutos, quando Durval subiu no meio da zaga e marcou de cabeça. Não foi o primeiro gol de cabeça levado por essa defesa esse ano. No meio disso teve um outro pênalti discutível em Alessandro, esse feito por Leo, que bateu mais do que jogou. E foi isso.

Assim foi e o Corinthians leva a vantagem do empate para o jogo da Vila Belmiro. O que é bacana, mas longe de garantir alguma coisa. Leva também um impulso anímico importante para o jogo contra o Boca, pela moral, pelo resgate de Paulinho e da marcação adiantada, e por Romarinho fazer sua primeira partida mais convincente como meia. É bom sinal por agora, mas é preciso manter uma curva ascendente e melhorar a cada jogo se quisermos manter chances de ganhar alguma coisa esse ano.

sexta-feira, maio 10, 2013

7 vazam no 'Bonde do Juvenal'. Douglas fica. E Juan volta!

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Bufão: Juvenal nunca vai admitir que está afundando o São Paulo
" - Você sabe, eu acho que não tenho (culpa). Eu procurei fazer o máximo. Nós procuramos dar o melhor, trazer exemplos, dar condições, e não conseguimos. Não transfiro a culpa para os atletas, estou dentro do processo, mas não contribuí para ele. Tanto que estou aqui tentando reverter esse quadro."

Com esta singela declaração, o presidente do São Paulo Futebol Clube, Juvenal Juvêncio, anunciou o afastamento de sete jogadores no elenco profissional: o volante Fabrício, o meia-atacante Cañete, o atacante Wallyson, os laterais-esquerdos Cortez e Henrique Miranda e os zagueiros João Filipe e Luiz Eduardo. São eles que vão pagar o pato pelas crise aberta com as recentes eliminações no Paulistão e na Libertadores, para Corinthians e Atlético-MG. Enquanto os sobreviventes (ou náufragos) vão treinar com a comissão técnica no CT de Cotia até a estreia no Brasileirão, contra a Ponte Preta, dia 26, os sete excluídos ficarão isolados no CT da Barra Funda.

“ - Ficarão treinando com outros. Eles vão ser emprestados, sobretudo Luiz Eduardo e Miranda, esse é nosso processo de reciclagem, porque acreditamos neles", argumentou Juvenal.

Muito bem, muito bom. Mas o resumo da Ópera (Bufa) é: (o péssimo) Douglas permanece no elenco. E o (horrível) lateral-esquerdo Juan, ex-Flamengo, que o Santos devolveu às pressas e estava encostado em Cotia, foi reintegrado! Por isso, eu rezo e repito: SEJA O QUE DEUS QUISER.

Da série "Piores capas de disco de todos os tempos"

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quinta-feira, maio 09, 2013

Com direito à cosquinha na cabeça do Wellington

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Ronaldinho Gaúcho tripudia e faz cosquinha em Wellington, que cai e simula falta
Que show de bola! Que baile! Considerando que os espetáculos anteriores do Atlético-MG pela Libertadores no estádio Independência, pela fase de grupos, tenham sido contra The Strongest (2 x 1) e Arsenal de Sarandí (5 x 2), times medianos sem conquistas internacionais, a goleada de ontem por 4 a 1 sobre o São Paulo, tricampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, foi a confirmação incontestável de que o time do técnico Cuca é, hoje, o de futebol mais vistoso e eficiente no Brasil. Pessimista como sou, já previa derrota e, na pior das hipóteses, uma noite de pesadelo. Ao fim do jogo, respirei aliviado: o meu time escapou do que poderia ter sido uma das piores goleadas de toda a sua história, comparável à maior delas até aqui, o 8 x 1 que o Botafogo-RJ nos aplicou no Torneio Rio-São Paulo de 1940.

Bernard: craque
O Atlético-MG fez o que quis em campo. Duas imagens, ambas do segundo tempo, ficarão guardadas em "minhas retinas tão fatigadas" (citando o cruzeirense Carlos Drummond de Andrade): a primeira foi uma jogada de futebol de salão, com Ronaldinho Gaúcho partindo para o ataque pela esquerda, trocando de pé em velocidade e tocando quase sem olhar para Diego Tardelli, no meio, que tocou da mesma forma, em milésimo de segundo, para Bernard, na direita, numa sintonia e sincronia que não vejo há anos no futebol nacional, síntese da plena afinação da "orquestra" que Cuca montou na linha de ataque do Galo; e a segunda imagem, a do Ronaldinho Gaúcho tripudiando e fazendo cosquinha na cabeça do pobre e inoperante Wellington, resumo da humilhação e da zombaria sofridas pelo atropelado São Paulo

Jô abre o placar: 1 x 0 foi pouco no 1º tempo
E o estrago, repito, poderia ter sido bem maior. Com 10 minutos de jogo, o Atlético-MG já tinha perdido um gol feito, mandado uma bola no travessão e sufocava o time de Ney Franco como se fosse uma partida de adultos, profissionais, contra um combinado Sub 15. O primeiro gol saiu com uma naturalidade espantosa, golaço de Jô em troca de passes fulminante. O São Paulo se segurava como podia: jogador tirando bola em cima da linha, Rogério Ceni fazendo defesa de reflexo dentro da pequena área, pressão e mais pressão. O primeiro tempo ter acabado com placar de 1 x 0 foi um espanto: poderia ter sido 4 ou 5 x0 fácil, fácil. Eu, que tinha aberto uma garrafa de vinho e tirado o som da televisão para ouvir um CD (porque detesto todo e qualquer comentarista esportivo, de qualquer emissora), acompanhava o jogo como quem assistisse as Torres Gêmeas pegando fogo, na iminência de desabarem.

Gaúcho e Jô comemoram segundo gol
Veio a segunda etapa e voltou a sensação de que meu time levaria um vareio épico, daqueles de virar manchete na mídia esportiva de todo o planeta. Sensação que surgiu quando o jogo começou e vi Douglas em campo. Ali, entendi que não seria apenas uma derrota. Poderia ser "A" derrota. Na segunda etapa, colocaram o coitado do Silvinho, ex-Penapolense ("Que faaaaaseee...", diria Milton Leite), mais perdido que surdo-mudo em tiroteio. O São Paulo, pateticamente, se jogava para o ataque na base do chutão para qualquer lado, da bola área rifada, do "bumba-meu-boi". Triste de ver. Em todos os lances, os passes chegavam 30 centímetros atrás de quem ia receber a bola, o jogador tinha que voltar para buscá-la, o posicionamento dos colegas se embaralhava, tudo saía errado. O time perdia a bola. E o Atlético-MG partia para o contra-ataque - rápido, coordenado, entrosado, com toques de primeira, fatal. Numa dessas, Jô fez 2 x 0. E iniciou o previsível massacre...

Tardelli engana Tolói e encobre Rogério Ceni
Na saída de bola, o São Paulo desembestou e se atrapalhou mais uma vez, houve um chutão para o alto e Rafael Tolói correu para tentar atrasar a bola, de cabeça, para Rogério Ceni. Quem assistiu ao clássico entre São Paulo e Corinthians pela primeira fase do Campeonato Paulista já fazia ideia do que poderia acontecer. Naquele jogo, Tolói tentou atrasar uma bola para Ceni, Alexandre Pato chegou antes, sofreu pênalti e depois fez o gol da vitória para o time de Parque São Jorge. Ontem, não deu outra. O ex-sãopaulino Diego Tardelli estava na cola do atrapalhado zagueiro e só esperou ele cabecear errado para dar o bote e, com um toque sutil, encobrir o goleiro e marcar um golaço: 3 x 0.

Jô faz 3º, após passe de Ronaldinho
Dois gols em dois minutos. E ainda tinha mais. Cinco minutos depois do terceiro gol, Ronaldinho Gaúcho, que mandou e desmandou na partida, numa das melhores atuações de sua carreira, fez outra jogada de futebol de salão e, à la Mário Sérgio Pontes de Paiva, olhou para a esquerda e deu passe para a direita, Jô recebeu e tocou no canto para selar o inapelável atropelo do Galo sobre o Tricolor. Naquele momento, faltando mais de 20 minutos para o jogo acabar, enchi minha derradeira taça de vinho e orei: "Meu Deus, já tá de bom tamanho! Por favor, faça com que o Atlético-MG tire o pé!". Graças a Ele, fui atendido. O time de Cuca não chegou a tirar o pé, mas também não aumentou a conta da sova. E o (eternamente) apagado Luís Fabiano ainda fez o golzinho de honra. Ficou de bom tamanho.

Silvinho: mais um "craque" do Juvenal
Falar mais o quê? Já cansei de repetir, aqui neste blogue, que o São Paulo não é um time. Não tem padrão de jogo, esquema tático. Não tem laterais, nem volantes, nem zagueiros que prestem. Não consegue finalizar no ataque. Não vai chegar a lugar algum com Douglas titular. Com Lúcio, Luís Fabiano, Ademilson. Continuo defendendo Ney Franco, mas uma campanha que teve seis derrotas em dez jogos é pura e simplesmente o reflexo do que é o São Paulo na era Juvenal Juvêncio: contrata mal, planeja mal, administra mal. Perde jogos, perde títulos, perde dinheiro, perde boas contratações, perde bons negócios. E, cada vez mais, vai perder torcedores. Para o Corinthians. Para o Atlético-MG. Não acredito que vá mudar alguma coisa daqui para o final do ano. Ney Franco vai tentar tirar leite de pedra para, quem sabe, beliscar outra vaguinha na Libertadores de 2014. Mas não sejamos ingênuos, sãopaulinos. A derrota de ontem não será o último vexame de 2013. Já que o clube é o da fé, vamos rezar muito. Seja o que Deus quiser!


quarta-feira, maio 08, 2013

Pinceladas cariocas - Botafogo campeão e as férias do Vasco

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por Enrico Castro

Rafael Marques jogou a pá de cal
E o Botafogo é o Campeão Carioca de 2013! O título foi mais que merecido. Foi o único dos grandes que se preparou e encarou a competição com a seriedade que ela merece (ou merecia). Venceu com autoridade os dois turnos, revertendo duas vantagens de empate que seus adversários possuíam na semifinal e final da Taça Guanabara, e vencendo também a semifinal e final da Taça Rio, quando possuía a vantagem do empate. A alegria alvinegra contrasta com a decepção da TV Globo, que gostaria que o Fluminense tivesse vencido o 2º turno - o que garantiria a exibição de mais duas partidas. Só que o Botafogo não sentou na vantagem do empate e jogou de forma inteligente contra o combalido Tricolor, que vive da sombra das últimas três temporadas. O time de Oswaldo Oliveira encaixou contra-ataques perigosos e se portou bem na defesa contra os baixinhos Wellington Nem e Rhayner, que, em momento algum, causaram rugas de preocupação no jovem e bom zagueiro Dória e no botinudo Bolívar. Seedorf e Lodeiro engoliram o meio campo tricolor e, por incrível que pareça, Rafael Marques bagunçou a dupla de patetas Digão e Leandro Euzébio e marcou o gol do título. Nem era necessário, pois o empate já garantiria o título para os botafoguenses, que ainda se deram ao luxo de perder um pênalti no 2º tempo, cobrado por Seedorf. 
Michael enfiou carreira no nariz
E enquanto o Botafogo ganha moral para crescer e avançar na Copa do Brasil, onde decidirá no Rio de Janeiro contra o “sexta-feira” Treze da Paraíba a vaga para a próxima fase, na quinta-feira, o Fluminense vai tentar juntar os cacos amanhã para vencer o Emelec-lec-lec-lec... também no Rio, pela Taça Libertadores. Para isso, aposta todas as suas fichas no retorno do "artilheiro de vidro" Fred, que, mesmo com 50% de sua capacidade, é mais perigoso que todos os outros atacantes que o Flu possui no elenco. Uma coisa é certa: se Leandro Euzébio jogar, a chance do Tricolor se classificar será bastante reduzida. Não bastassem todos os problemas físicos, técnicos e táticos que o incentivador Abel tem, Deco e Michael chutaram o balde. O primeiro tomou medicamento que contém as substâncias dopantes hidroclorotiazida (diurético que combate a hipertensão arterial) e carboxi-tamoxifeno (metabólico do tamoxifeno), sem conhecimento do departamento médico do clube. E o segundo decidiu abreviar sua promissora carreira e complicar sua vida com o uso de cocaína. Lamentável, para dizer o mínimo. Não que os dois façam falta ao time, mas já estão previamente suspensos. Se o time for eliminado da Libertadores ainda nas oitavas (e contra um time sem expressão), a pressão do Tio Celso vai ser insuportável. Manda quem pode e obedece quem tem juízo... 
O Flamengo, que só volta a jogar no dia 15 contra o Campinense pela Copa do Brasil, viu suas esperanças de disputar esta partida no Maracanã caírem por terra. Numa boa, o Maracanã não merece ser reaberto com um clássico deste porte, por mais medo que o time da Gávea possa estar... Já o Vasco segue de férias e só volta a jogar novamente em... mas espera aí, quando é mesmo que o Vasco vai voltar a jogar?!?!????
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

Campo de concentração...

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Os ricos (à direita) e os miseráveis (à esquerda) na capital paulista
...de renda: segundo pesquisa feita pela consultoria WealthInsight e publicada no jornal inglês The Guardian, São Paulo é a 12ª cidade no mundo com o maior número de multimilionários, com 1.310 pessoas com patrimônio igual ou superior a US$ 30 milhões (cerca de R$ 60 milhões ou mais em ativos). No ranking de bilionários, a cidade aparece na 20ª colocação, com dez pessoas na categoria.

A pesquisa reforça os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicados no final de 2012, que apontavam que seis capitais concentram 24,9% das riquezas produzidas no país, com São Paulo em 1º lugar, sendo responsável por 11,8% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O OUTRO LADO - Porém, esse "oásis" brasileiro de multimilionários e bilionários que é a cidade de São Paulo não existe gratuitamente. Para que o produto dos exploradores seja tão opulente, a massa de explorados, obviamente, não é pequena. Pesquisa do IBGE de 2008 mostrou que cerca de 625 mil pessoas na Região Metropolitana de São Paulo viviam abaixo da linha de pobreza - ou seja, com renda mensal de até R$ 140 per capita (a região reúne 39 municípios e tem população estimada de 20 milhões de pessoas).

Dessa forma, a concentração de renda na terra dos 1.310 multimilionários é gritante: segundo o IBGE, na Região Metropolitana de São Paulo, os 10% mais pobres da população vivem com até R$ 139,30 mensais e outros 40% com R$ 288,51. Enquanto isso, os 10% mais ricos têm renda média de R$ 4.229,77 mensais. O que me faz recordar aqueles versos de Caetano Veloso do início dos anos 1980: "Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ Morrer e matar de fome, de raiva e de sede/ São tantas vezes/ Gestos naturais..."

terça-feira, maio 07, 2013

Torcedor do Galo move ação contra arbitragem

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Simon: apito amigo botafoguense
Coisa inédita: um torcedor do Atlético-MG reclamando de arbitragem! Mas a causa é justa: depois de o árbitro Carlos Eugênio Simon ter admitido que errou ao não marcar um pênalti escandaloso sofrido pelo Galo em 2007, em partida contra o Botafogo-RJ que selou a desclassificação do clube mineiro da Copa do Brasil, um atleticano resolveu pedir na Justiça indenização por danos morais. De acordo com o site Terra, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai analisar hoje o processo.

O autor da ação - que é advogado - afirma que o caso deve ser tratado sob as cláusulas que protegem o direito do consumidor e que a CBF deve responder pelos atos de seus prepostos, já que fornece o "produto", ou seja, o jogo de futebol - se analisarmos a qualidade do "produto" nas últimas temporadas, pode configurar até fornecimento de droga.... Porém, o torcedor perdeu a ação em primeira e segunda instâncias: o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro considerou que o erro não gera para o torcedor-consumidor qualquer direito de cunho moral ou muito menos material e que a CBF, ao organizar as partidas, não se compromete a conseguir resultados favoráveis a qualquer dos times.

Insistente, o torcedor entrou então com um recurso especial dirigido ao STJ. O ministro Luis Felipe Salomão determinou a subida do recurso ao STJ para um melhor exame, já que há "peculiaridades" no processo. Acho que por "peculiaridade" podemos entender descaramento, pois não há a menor dúvida de que o pênalti não marcado aconteceu. No lance, dentro da área do Botafogo, o jogador Alex derruba sem dó o meio-campista Tchô, do Atlético-MG. Vale a pena ver de novo (no vídeo abaixo, a partir de 02:03):


Quem ri por último...

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segunda-feira, maio 06, 2013

A ampliação de tabus desagradáveis para o São Paulo e uma final de Paulista equilibrada

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A eliminação para o Corinthians, nos pênaltis, estendeu alguns incômodos tabus para o São Paulo. No campeonato paulista, foi a sétima vez consecutiva que o time saiu em uma semifinal. Quando a competição teve formato de mata-mata (ou só “mata”), os tricolores foram campeões pela última vez em 2000. Neste século, um único título em 2005, quando o Paulista foi disputado em pontos corridos em turno único.

Confraternização na final do Rio-São Paulo de 2002
No século XXI, o mata-mata tem causado dissabores à torcida são-paulina quando os adversários são dois dos grandes paulistas. Contra Corinthians e Santos, o São Paulo teve dez confrontos, não triunfando em nenhum deles. Além da eliminação de ontem, o Tricolor tombou diante do Corinthians nas semifinais da Copa do Brasil de 2002 e do Paulista de 2009; e nas finais do Paulista, de 2003, e do Rio-São Paulo, de 2002.

Diego, um dos algozes do "Real Madri do Morumbi"
Já contra o Santos a freguesia é semelhante. O São Paulo foi eliminado três vezes em sequência nas semifinais do campeonato paulista de 2010, 2011 e 2012. Antes, caiu nas quartas de final do Brasileiro de 2002 e na Sul-Americana de 2004. No século 21, a vantagem são-paulina em pelejas eliminatórias aparece quando o rival é o Palmeiras. Tirando a derrota para o Alviverde em 2008, nas semifinais do Paulista, o Tricolor eliminou o adversário no Torneio Rio-São Paulo de 2002 – pelo curioso critério de ter menos cartões amarelos –, no Supercampeonato Paulista (tá, esse é café com leite...) de 2002, na Copa do Brasil de 2000 e nas Libertadores de 2005 e 2006.

No meio da semana, o clube do Morumbi vai tentar evitar a ampliação de outra série desagradável. Nas últimas cinco participações do time na Libertadores, ele caiu diante de um brasileiro. Em 2006, na final contra o Inter; nas oitavas de 2007, contra o Grêmio; nas quartas de 2008 e 2009, diante de Fluminense e Cruzeiro, e nas semifinais de 2010, contra o Inter.

Final equilibrada

Seguindo na toada das eliminações são-paulinas no Paulista, o Corinthians entra em vantagem “mística” contra o Peixe na final. Desde 2008, quem derrotou o Tricolor nas semifinais acabou ganhando o título. A exceção em sete anos foi o São Caetano, em 2007, quando a equipe de Dorival Júnior foi derrotada pelo Santos de Vanderlei Luxemburgo.

Danilo decidiu ida do Corinthians à final da Libertadores 2012
Se no geral, no século 21, o Alvinegro Praiano tem vantagem em confrontos contra o Corinthians – 18 vitórias, 10 empates e 13 derrotas – em mata-mata, os dois se chocaram cinco vezes, com três triunfos corintianos e dois santistas.

O Timão levou a melhor na semifinal do Paulista de 2001, com o gol de Ricardinho nos acréscimos, e foi derrotado na final do Brasileirão de 2002, marcada pelas pedaladas de Robinho em cima de Rogério. Em 2009, na final do estadual, triunfo corintiano, vingado em 2011, quando o Peixe se sagrou campeão. Em 2012, o Timão levou a melhor eliminando o Alvinegro Praiano nas semifinais da competição.

Esperança peixeira é que ele resolva
Outro dado curioso diz respeito a Neymar: desde que se tornou profissional, em 2009, ele esteve em todas as finais de Paulista, e, em dez mata-matas disputados, foi campeão em seis e vice em dois. Com o futebol jogado pelo Peixe ultimamente, é candidato a salvador da pátria (aliás, sempre é...).

Nada de bom?

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Por Moriti Neto

Depois de dois insucessos como mandante em momentos decisivos, é natural o pessimismo se instalar na cabeça do torcedor. Contudo, só é possível concluir aspectos negativos do time do São Paulo? Não creio.

Há bons agouros. E quem traduziu isso em palavras foi o técnico do adversário que eliminou o Tricolor ontem, o corintiano Tite. Após o jogo pela semifinal do Campeonato Paulista, ele enalteceu a qualidade do adversário. “Falei isso para ele (o técnico Ney Franco) pessoalmente. Trouxe à equipe do São Paulo um equilíbrio, ela marca e joga, com Ganso retomando seu futebol e Jadson jogando muito”, na entrevista coletiva no Morumbi.

Tite está certo. Ney Franco sabe o que faz. O São Paulo evoluiu nos últimos dois meses. Jogou de igual para igual todas as vezes que enfrentou Corinthians e Atlético Mineiro (que, em minha opinião, são os dois melhores times do Brasil hoje) este ano. Não fez feio, ao contrário.

É sabida a maior quantidade de resultados negativos do que positivos contra esses adversários. Falta o “algo mais” para estar no mesmo nível deles. O coletivo necessita de ajuste fino para decidir em retas finais. Isso virá com o tempo. Exatamente o que ocorreu com Corinthians e Atlético.

Também é fato que isso se realizará somente se a espinha dorsal da equipe e a comissão técnica forem mantidas, e reforços pontuais forem contratados, principalmente para as laterais, além de mais um atacante de bom nível. Sendo assim, a coisa engrena ainda este ano.

Sobre alguns pontos que contribuíram para os insucessos da semana, justamente contra Galo e Corinthians, vou por tópicos: 

O falso ídolo

De novo, Luis Fabiano. Esse é um mal para o São Paulo. Por um motivo ou outro, não se pode contar com ele em momentos importantes, o que, obviamente, azeda o clima no elenco. É complicado e desanimador – em qualquer setor profissional – ver um sujeito que é tratado a pão de ló quase sempre deixar o coletivo a ver navios.

Sinceramente, não entendo a idolatria ao jogador. Veterano que é, colaborou em quais conquistas? Um Rio-São Paulo, lá no longínquo 2001. No título da Sul-Americana, no ano passado, o papel dele foi risível, tanto pela expulsão contra o Tigre quanto pela falta de gols na competição.

O fraco William José (atualmente no Grêmio de Porto Alegre) anotou três gols no campeonato e foi bem mais importante que LF, que marcou só um tento. Creio que isso serve de boa medida para constatar o quanto é improdutivo na prática. Parece que joga contra. Repudio a falta de seriedade e a má influência ao elenco que ele representa.

Na Libertadores deste ano, aprontou feio na fase de grupos, contra o Arsenal, numa inexplicável expulsão depois do apito final. Pegou quatro jogos. Quinta-feira foi o último. Com ele em campo, o São Paulo poderia ter matado o Atlético no primeiro tempo.

Definitivamente, o clube não pode mais ficar refém de um atleta (???) que só contribui para desestabilizar o elenco e nem tem mais as condições técnica e física de outrora. Passou da hora de dar adeus ao falso ídolo.
Jadson e Ganso valem a pena

A parceria Ganso e Jadson tem potencial. Ambos são talentosos e o entrosamento cresce. Não vejo que se atrapalham no meio de campo, como avalia post da dupla Marcão/Nicolau. O posicionamento melhorou. A movimentação idem. Ganso joga mais atrás, orquestrando o time. Jadson está mais próximo dos atacantes. A ideia é lógica e respeita as características dos dois, pois o camisa 8 é um armador clássico e o 10 são-paulino tem chegada à área mais rápida e eficaz. Assim como todo o time, falta, na parceria, o tal “algo mais”, a sintonia fina com a proposta de jogo. No entanto, dá para tomar como base a ótima atuação da dupla nos 35 minutos em que o São Paulo encurralou o Galo na noite de quinta, quando, inclusive, o gol são-paulino saiu dos pés dela.

O quase

Douglas é o mais “quase jogador” que já vi. Faz “quase passes”, “quase chutes”, “quase dribles”, “quase cruzamentos”. Se o Herrera é o “quase gol”, o Douglas é o “quase jogador” ou “quase nada”.

Dos piores

Thiago Carleto é das piores coisas que já passaram pela lateral-esquerda do São Paulo. Corre, mas não acerta passes e cruzamentos. Bate forte na bola? Sim. Porém, chuta mal. Não tem pontaria. De que adianta?

Cortez é bom. Fez um ótimo 2011 pelo Botafogo. Em 2012, no primeiro semestre, foi dos poucos que se salvou no bagunçado time de Leão. Na outra metade do ano, jogou muito, inclusive na marcação, que não é o ponto forte dele. Urge recuperá-lo.

Bora, São Paulo.

Freguesia confirmada

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Pra (não) variar, deu Corinthians contra o São Paulo em mais um mata-mata - que, para o time do Morumbi no Campeonato Paulista, de 2003 para cá, está mais para "morre-morre". Não me lembro de outra eliminação para o Corinthians nos pênaltis, ou muito me engano ou foi a primeira. Fato é que a última vez que o Tricolor eliminou o rival no mata-mata foi no longínquo ano 2000... (Milton Leite diria: "Que faaaasee... interminável!"). Freguesia mais do que consumada.

O curioso é que, crente que o jogo se decidiria nos 90 minutos regulamentares, marquei um compromisso para as 18 horas do domingão. Daí, não vi os pênaltis. Estava na rua quando ouvi a gritaria dos corintianos. Só hoje li, no jornal, que Ganso e Luís Fabiano desperdiçaram suas cobranças. Sintomático. Não vejo vida muito longa para nenhum dos dois no Morumbi. Se ficarem até o fim do ano, será muito. Pressão, crise e maus resultados vão abreviar suas passagens pelo clube.

No mais, pênalti, pra mim, pode dar qualquer coisa. Eu imaginei que o roteiro do jogo seria o mesmo do confronto anterior entre os dois times: o São Paulo pressionando no início, por jogar em casa, e o Corinthians tentando o contra-ataque no segundo tempo. Mas o Tricolor deu azar novamente. Tudo bem que Atlético-MG e Corinthians são, hoje, dois dos mais fortes clubes do país, os mais cotados para levantarem a Libertadores - e superiores ao São Paulo.

Mas o Aloísio sair machucado com 8 minutos de jogo, na quinta-feira, e o Osvaldo sair com 11 minutos de bola rolando, ontem, é muito azar. Osvaldo é capaz de decidir um jogo sozinho, como fez contra o Penapolense. No post que escrevi aqui no blog junto com o Nicolau sobre as equivalências e diferenças entre os dois times, fui profético: "Depois da saída de Lucas, Osvaldo se tornou 'o cara' no ataque do São Paulo." E também: "Douglas é ruim, em qualquer posição."

E foi justamente Douglas, o horrível e perna-de-pau Douglas, um dos piores jogadores que já vi com a camisa do São Paulo em três décadas de torcida, quem substituiu Osvaldo! O resultado foi um jogo chato, modorrento e sem atrativos. Do segundo tempo, assisti uns 10 minutos. Um documentário sobre peste bubônica, no History Channel, estava mais interessante. Acho justo Santos e Corinthians na final. Continuam sendo os melhores em São Paulo. E vamos ao Brasileirão...


domingo, maio 05, 2013

São Paulo x Corinthians: no papel, quem leva?

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São Paulo e Corinthians enfrentam-se daqui a pouco no Morumbi para saber a quem caberá o fardo de interromper a conquista do tetra-campeonato do Santos no Paulistão. Os dois times chegam ressabiados pelos últimos resultados na Libertadores. Na quarta, o Timão jogou mal como há muito não se via e perdeu para o Boca Juniors na Argentina. O Tricolor teve um resultado ainda mais doloroso, com a virada que levou do Atlético-MG em casa.

Para aumentar a ansiedade, o Futepoca, nas figuras do corintiano Nicolau e do sãopaulino Marcão, publica esta minuciosa comparação das duas equipes, exaustivamente debatida no fórum adequado e acompanhada de uma(s) garrafas de adequadas bebidas. Veja aí se concorda:

GOLEIROS
Rogério Ceni - Se estiver em dia ruim (como contra o The Strongest, na Bolívia), vantagem do Corinthians. Se o dia for bom (como contra o Penapolense), faz defesas milagrosas. Assim, há 50% de chance de qualquer coisa – ou seja, SDS (só Deus sabe).

Cássio - Voltando de contusão, é dúvida. Caso esteja plenamente recuperado, será pedreira para o ataque sãopaulino. Porém, em clássico de gente grande, goleiro que não está 100% pode complicar. Ou seja, SDS (só Deus Sabe).

Resultado: São Paulo


LATERAIS

Paulo Miranda e Carleto - O primeiro voltou há pouco de contusão e é muito irregular. O segundo só sabe correr, não arma jogadas e não tem pontaria. As laterais são o ponto mais fraco do São Paulo, há várias temporadas. Rodrigo Caio é opção na direita.

Alessandro e Fábio Santos - Titulares e jogando juntos há muito tempo. Podem não ser nenhuma Brastemp mas, neste caso, vale a sintonia fina que demonstram com o esquema de Tite.

Resultado: Corinthians


ZAGUEIROS
Lúcio e Rafael Tolói - Lúcio é lento e prega sustos na defesa quando decide ir ao ataque. O segundo é botinudo, corre o risco de expulsão e "deu passe" para Pato sofrer pênalti no último Majestoso. O robô do Dr. Smith alertaria: "Perigo! Perigo!"

Gil e Paulo André – O ex-cruzeirense vive boa fase neste ano e rapidamente se tornou nome importante na zaga do Timão, com velocidade e precisão nos desarmes. Volta e meia aparece o desentrosamento com seu parceiro mais lento e a coisa entorna. Mas no geral, a dupla tem sido segura.

Resultado: Empate técnico


VOLANTES
Wellington e Denílson - Jogaram bem no fim de 2012 mas, ultimamente, têm sido a "dupla do Deus me livre". Wellington faz muitas faltas (outro risco de expulsão) e não ajuda o ataque. Denílson, em má fase, idem. Clássico pode ser perdido neste setor.

Ralph e Paulinho – Ainda estão entre as melhores duplas de volantes em atividade no país, mas têm enfrentado jornadas infelizes e estão longe dos dias áureos de 2012. Na primeira partida contr ao Boca, Ralph não acertou meio passe. A ver.

Resultado: Corinthians


MEIAS
Ganso e Jadson - Na teoria, craques. Na prática, nunca jogam bem juntos. Sozinho, Jadson começou a temporada voando. Sozinho, Ganso mandou bem no 2º jogo contra o Atlético-MG. Juntos, se atrapalham. Mas clássico sempre é uma incógnita...

Danilo e Romarinho – O ex-sãopaulino é decisivo em seu estilo lento e prático, mas está sobrecarregado no meio-campo. Romarinho tem se esforçado para ajudar a criação desde as contusões de Douglas e Renato Augusto, mas não é a dele. Criação tem sido o fraco do time.

Resultado: São Paulo


ATACANTES
Osvaldo e Luís Fabiano - Depois da saída de Lucas, Osvaldo se tornou "o cara" no ataque do São Paulo. Toda jogada perigosa passa por seus pés. Luís Fabiano volta de contusão e parece sonolento. Mas é do tipo que, se bobear, guarda.

Emerson e Guerrero – Em fase iluminada, o peruano tem feito gols a granel e participado de jogadas perigosas. Sheik, depois de um começo de ano meio preguiçoso, se coçou e mereceu retomar o lugar no time.

Resultado: Empate técnico


RESERVAS
São Paulo - Denis é um goleiro bem mais-ou-menos. Rodrigo Caio jogou bem como lateral-direito contra o Palmeiras e pode atuar como volante (que realmente é). Edson Silva faz o feijão com arroz na zaga e não compromete. Fabrício está mal. Douglas é ruim, em qualquer posição. Aloísio, Ademilson e Wallyson são apenas esforçados.

Corinthians – O banco corintiano é luxuoso, com gente do calibre de Douglas, Guilherme (ex-Lusa), Edenílson, Chicão e Jorge Henrique. Ah sim, tem um tal de Alexandre Pato também. O ponto mais fraco é o gol, onde Danilo Fernandes não é grandes coisas, mas não chega a comprometer.

Resultado: Corinthians


Com três vitórias alvinegas, dois empates e duas vantagens para o Tricolor, o guardanapo futepoquense registra vitória corintiana no futebol de fantasia - isso se conseguimos ler direito a caneta manchada de cerveja. De todo jeito, o negócio se resolve é com a bola rolando.



Concorda? Acha idiota? Deixe seu palpite nos comentários!

sexta-feira, maio 03, 2013

Amigo Ibra assistiu o jogo do Timão, dormiu e partiu

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Ainda estou incrédulo. Notícia triste. Lembro de quantas e quantas vezes, nos últimos dois anos, me encontrei com o Ibra lá no bar Meu Rico Português, na esquina da Teodoro Sampaio com a Francisco Leitão, em Pinheiros. Eu já conhecia sua história, havia assistido o documentário Hércules 56 e cruzado com ele em alguns comícios e manifestações. Mas um dia, depois de observá-lo bebendo e fumando sozinho no referido buteco paulistano, decidi abordá-lo. "Perdão, mas o senhor não é o José Ibrahim?" "Sou. O que é que manda?" "Nada. Sou apenas um admirador de sua trajetória" "Obrigado. Senta aí, vamos tomar uma cerveja". E foi assim que passei tardes e noites conversando sobre o governo federal, Cuba, a campanha para prefeito em São Paulo, sindicalismo, luta partidária. Com o tempo, minha filha Liz também o conheceu - e sempre me contava quando encontrava o Ibra em algum lugar.

Pois é. Foi a Liz que me deu a notícia: ele morreu ontem. Diz a notícia do site G1: "Ibrahim assisitiu a um jogo de futebol pela televisão na noite de quarta-feira (1) e depois foi para seu quarto. A mulher o filho saíram para trabalhar pela manhã e o deixaram dormindo. O corpo do sindicalista foi encontrado pela família no início da tarde." Assim, simples. Assistiu o jogo do Corinthians contra o Boca Juniors, dormiu e partiu. Engraçado: nunca conversamos sobre futebol. Era só política. E, de repente, nunca mais vou encontrar o Ibra bebericando sua cervejinha e fumando, às vezes falando muito ao celular - ele era secretário de Formação Política da União Geral dos Trabalhadores (UGT). Nem deu tempos de dar um abraço, de dizer "bebe mais uma", "até logo". Ou dizer que eu tinha a intenção de escrever alguma coisa sobre ele. Ibra foi como um "primeiro Lula". Amigo Ibra, esteja em paz. E à luta, sempre!

Caixa de surpresas

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Às vezes, temos que concordar com o velho chavão e admitir, de fato, que o futebol tem lá os seus dias de Kinder Ovo. Para surpresa e espanto de quase todo mundo, o São Paulo entrou em campo, ontem, ainda melhor do que no último confronto contra o Atlético-MG no Morumbi, pela fase de grupos, quando venceu por 2 a 0. Durante 35 minutos, o Tricolor fez o mesmo que o time de Cuca faz no estádio Independência: foi pra cima, sem dar um segundo para o adversário pensar e criou meia dúzia de lances fatais no ataque, logo de saída. A diferença é que o Atlético-MG, quando faz isso em seu campo, estufa as redes na maioria das chances criadas. E o São Paulo, não. Resultado: Galo 2 x 1.

Poderíamos culpar Ademilson pelos três "gols feitos" que não fez ou, mais obviamente, Lúcio, pelos dois cartões amarelos e (justa) expulsão ainda no primeiro tempo. Mas a caixa de surpresas que é o futebol também tem sua parcela. Afinal, foi muito azar o do Aloísio ter se machucado justo no lance do primeiro gol, de Jadson, aos 8 minutos de jogo. Tivesse ficado em campo, teria grande chance de concluir pelo menos um dos lances perdidos - o que o teria consagrado e mudado completamente a história da partida. Mas, em vez de culpar esse ou aquele que foram para o jogo ontem, no Morumbi, prefiro pensar no tamanho do prejuízo que Luís Fabiano causou com sua suspensão. Era jogo para ele.

E, analisando o outro lado, vimos a diferença que fizeram Bernard e Diego Tardelli para o Atlético-MG, os dois que estiveram fora na derrota da fase de grupos. O primeiro foi decisivo: no momento em que o São Paulo pressionava e podia decidir o jogo a qualquer momento, partiu pra cima da zaga e provocou a falta e o segundo cartão amarelo de Lúcio. A partir daí, o jogo inverteu 100% em favor do Galo. E Tardelli foi quem marcou o gol da vitória, o da "pá de cal" sobre o São Paulo nesta Libertadores. Paciência. Se o Tricolor conseguir jogar parecido com os primeiros 35 minutos de ontem lá em Belo Horizonte, pode até sair da competição (o que é bem provável), mas com a cabeça erguida.

Ney Franco provou, em meia hora, que sabe o quê e como fazer. Deu (muito) azar com a contusão de Aloísio - o que complicou ainda mais um ataque já desfalcado e queimou a primeira substituição com menos de 10 minutos de jogo - e depois com a expulsão de um zagueiro, o que mudou o jogo completamente. Mas, mesmo no 10 contra 11, o time não jogou mal. Fez o que pôde. Temos que ter consciência, porém, que, apesar da estupenda atuação nos primeiros 35 minutos e da derrota para o Atlético-MG ser perfeitamente justificável pelo fraco poder de finalização e pela expulsão de Lúcio, uma derrota contra o Corinthians no domingo abrirá uma crise fatal. Ou seja: sempre uma caixa de surpresas... 


quinta-feira, maio 02, 2013

Boca 1 a 0 Corinthians: sem meio-campo, não dá

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Blandi comemora o gol que achou (Foto: Juan Mabromata/AFP)
O que explica a má atuação do Corinthians na noite desta quarta que levou à derrota por 1 a 0 para o Boca Juniors? O excesso de zelo para enfrentar a pressão da temida Bombonera? O bom e velho salto alto? Ou ruindade pura e simples? Mantenho a tese: o principal problema é o meio de campo – ou a ausência dele.

O primeiro tempo foi mais pegado que jogado na Bombonera. Os dois times bateram, catimbaram e falaram o tempo todo com juiz, que teve grandes dificuldades para lidar com a pressão. Com a bola, o Boca tentava acelerar a partida e partir para o gol, enquanto o Corinthians cadenciava, ganhava laterais, esfriava o ímpeto argentino. A marcação corintiana começava no meio campo, fechando espaços à frente da área. Postura de quem quer contra-atacar, imagina-se, mas uma intenção frustrada por inúmeros pequenos erros técnicos – falha no domínio, passe torto, cabra escorrega e cai.

O segundo foi igual, só que pior. Ainda recuado, o Corinthians perdeu o único armador que tinha com a saída de Danilo que sentiu uma contusão. Tite foi conservador e optou por Jorge Henrique, meu desafeto, que pouco ou nada fez. A bola que já não parava na frente mal conseguia sair da defesa. Uma partida sofrível de Ralph, que errou passes em profusão, e nada mais que medíocre de Paulinho e Sheik pioraram a situação. Nessa, o Boca acelerou mais o jogo e, mesmo sem realizar nenhuma grande jogada, apertou o bastante para achar seu gol num chute errado do volante Erbes que caiu nos pés de Blandi, na cara de Cássio.

Depois do gol, novo equívoco: o treinador tentou fortalecer o ataque colocando Pato (boa ideia) no lugar de Romarinho (errado), o único jogador que conseguiu umas poucas jogadas para levar a bola até perto do gol argentino – como a arrancada que resultou numa bola na trave de Guerrero. O camisa 7 até tentou voltar para buscar o jogo, mas foi pouco.

Enquanto o time sofria, a televisão relatava um extenso debate entre Tite e sua comissão técnica sobre a entrada ou não de Douglas, que mesmo voltando de lesão deveria ter sido a primeira opção para o lugar de Danilo. E isso depois da expulsão de Ledesma, que deixou os donos da casa com 10. O meia só entrou aos 41 minutos e nem teve chance de fazer alguma coisa.

Além de meio campo, outra coisa que faltou em todo o jogo foi a disposição ou organização para aquela intensa blitz de marcação alta que o Timão fazia com primor no ano passado. Se não conseguia manter a posse de bola, deveria ao menos ter tentado tirá-la cedo do adversário e o mais perto possível do gol.

Temos agora outra pedreira: o São Paulo no Morumbi, pelo Paulistão. O Tricolor tem mais time que o Boca e uma vontade danada de se afirmar numa decisão. Vejamos o que Tite e o time conseguem arranjar até lá.

Estratégia

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Sugestão pra fugir da novela ou daquela comédia romântica...


Milton Neves crava: Atlético-MG e São Paulo campeões!

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Questionado sobre os próximos confrontos do São Paulo, contra o Atlético-MG pela Libertadores, hoje, e contra o Corinthians pelo Paulistão, domingo, o apresentador Milton Neves cravou:

- Galo campeão da Libertadores e São Paulo campeão paulista.

E nada mais quis acrescentar.

'Corintiano é que nem pardal, tem em todo lugar', diz Milton, ao lado de um sãopaulino

Pinceladas cariocas - Se o Bota amarelar, vai pra vala do Vasco!

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por Enrico Castro

Botafogo vai amarelar agora?
Após 58 partidas, divididas em sete longas rodadas e mais dois jogos de semifinais envolvendo dois times pequenos (porque Flamengo e Vasco não foram competentes o suficiente para se classificar para as finais num campeonato ridículo deste), Botafogo e Fluminense decidirão o título da Taça Rio. O Botafogo tem a vantagem do empate e, caso a faça valer, além de conquistar o 2º turno, será também o campeão Carioca de 2013 - pois conquistou o 1º turno, a Taça Guanabara. Se perder, terá outra chance, desta vez jogando por dois resultados iguais, novamente contra o Fluminense. Somente uma amarelada gigantesca pode tirar esse título do Botafogo. O Fluminense jogará pela Libertadores no Equador nesta quinta-feira e, além disso, estará desfalcado de muitos jogadores, entre eles o artilheiro Fred (cuja maior vítima de seus gols é justamente o Botafogo). A verdade é que o Glorioso está com a faca e o queijo nas mãos, mas é melhor que resolva a parada logo neste domingo, pois, se deixar para decidir em mais dois jogos, periga enfrentar um Fluminense embalado, e correrá o risco de levar outa sova, assim como no Cariocão de 2012, onde perdeu as duas partidas, uma por 4 x 1 e outra por 1 x 0.
Chico até quis alugar seu 'estádio'
A final da Taça Rio, devido a mais uma das intermináveis façanhas do governo estadual, aliada às lambanças da Federação Carioca (FERJ), será disputada em Volta Redonda. Dizem que os 20.255 lugares do Estádio Raulino de Oliveira serão mais do que suficientes para acomodar, com folga, ambas as torcidas. Porque, que de tão pequenas que são, caberiam até no campo do Chico Buarque. Ele até andou estudando a possibilidade de alugar seu "estádio", mas aí o mando de campo seria do Fluminense... 
Sobreviente: ninguém mandou cobrar salário
O Vasco segue tentando se reerguer do seu calvário e, para isso, decidiu aposentar a velha barca e criar uma nova modalidade de dispensa de jogadores improdutivos: a vala! O cruzmaltino está estudando maneiras diferentes de mandar pra vala jogadores que não rendem em campo, e o escolhido para o projeto piloto foi o meia-atacante Bernardo. O jogador foi atraído para uma favela por uma louraça belzebu, onde, amarrado e torturado, foi obrigado a prometer nunca mais vestir a camisa do Gigante da Colina. Dizem que é mais barato mandar para vala do que pagar multa rescisória. 
Torcida do Flamengo já ensaia música para receber seu Moreno
O Flamengo, que suou para virar o jogo e vencer o "Todo Poderoso" Campinense fora de casa, pela Copa do Brasil, segue correndo atrás de um centroavante, mesmo tendo em seu elenco Hernane, o artilheiro do Campeonato Carioca, com 15 gols. E o nome da vez promete agradar muito a famosa torcida Fla Gay: Marcelo Moreno - "alto, bonito e sensual/ talvez seja a solução pro seu problema...". Porém, mais do que a situação do ataque do Flamengo, a contratação do jogador boliviano parece que vai solucionar, mesmo, o problema do Grêmio (Moreno, Grêmio, Pelotas... que coincidência!!!), que enfim vai conseguir se livrar de seu improdutivo camisa bofe, digo, camisa nove.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

quarta-feira, maio 01, 2013

Bayern pinta o sete contra o Barcelona e entristece a Globo

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Na maior emissora do país, uma torcida descarada no confronto entre duas equipes estrangeiras. Louvava-se o Barcelona, o locutor lamentava a derrota parcial, 1 a 0 àquela altura, por conta das “crianças que torcem” pelo time catalão, junto a um ex-jogador assumidamente "comentarista-torcedor", o ex-jogador Beletti. No segundo gol dos visitantes alemães, Galvão Bueno se entristece com o gol contra de Piqué, "que não merecia" fazer aquela jogada (sim, criamos o conceito de gol contra por mérito...).

Barcelona quase não saiu na foto
A Globo e parte da mídia esportiva brasileira chorou pelo Barcelona. No placar agregado, um 7 a 0 inapelável para o Bayern de Munique. Não foi aquele acaso que pode acontecer em uma partida única, onde o pior pode vencer ou o melhor goleia de forma inapelável, mas foram duas partidas nas quais os alemães foram superiores em quase todos os aspectos, dentro e fora de casa, com torcida a favor e contra. Na primeira peleja, o 4 a 0 foi quase uma bênção para os catalães que poderiam ter tomado seis ou sete.

Logo após aquela goleada, justificativas de todos os lados. Messi estava “baleado”. Sim, estava, mas vi comentarista dizendo que ele resolvia jogo “com uma perna só” por ter dado um passe para um jogador dar uma assistência para um gol na segunda partida contra o Paris Saint German (veja bem, um passe para um jogador dar uma assistência...). Em uma partida, aliás, que o Barcelona, em casa, jogou pior que o adversário, conseguindo se classificar com dois empates. Os catalães, antes, já tinham perdido a primeira partida do confronto contra o duvidoso Milan, que hoje pena no campeonato italiano para conseguir um terceiro lugar que o garantiria na Liga dos Campeões de 2013. Mesmo assim, teciam-se loas. Do outro lado, um adversário que chegou na final da Liga dos Campeões na temporada 2009/2010 e também no último campeonato.

E o pessoal corre para justificar a derrota catalã, em especial o vareio gigantesco da partida de Munique. Neste vídeo aqui, além de mencionar erros de arbitragem e desfalques como o do capitão Puyol e Mascherano (curiosamente, desfalques de rivais do Barcelona não são levados em conta quando perdem), o comentarista José Trajano faz uma analogia incrível ao dizer que, “mal comparando”, o Barcelona com Messi em condições precárias ou sem o argentino é igual ao Santos sem Neymar. Em parte, verdade, Messi provavelmente não teria sido suficiente para que o Barcelona se classificasse, mas tornaria o decantado time menos previsível e chato. Mas a comparação leva a outra reflexão. O Santos é um time coalhado de jogadores medianos, e por isso depende do Onze, além do fato de ter um padrão tático que muitas vezes varia entre o quase nada e o “joga no Neymar que ele resolve”. A diferença é que o atual Alvinegro não é considerado um dos maiores times de todos os tempos, sequer é um dos maiores da vasta história do Peixe.

Daí fica a questão: como os boleiros que idolatravam o Barcelona como um dos maiores da história agora insinuam uma “Messi-dependência”? Pode um esquadrão histórico depender de um jogador só? Lembrando de um grande da história, o Santos dos anos 60. Na melhor de três contra o Milan, em 1963, o Santos perdeu a partida de ida por 4 a 2. Na de volta, não pôde contar com Pelé (só) e sem o capitão Zito, além de Rildo. Mas Pepe resolveu a parada na volta contra um dos grandes esquadrões milaneses da História. Na partida-desempate, ainda sem Pelé e Zito, deu Santos de novo. Pelé também desfalcou a seleção em 1962, mas Garrincha e Amarildo deram conta do recado. E olha que aquele seleção está abaixo da de 1970 e, para muitos, aquém da 1958 também...

Em síntese, a nova desclassificação do Barça na Liga dos Campeões, desta feita com requintes inolvidáveis de crueldade, não apaga o que essa equipe já fez. Mas justamente aquilo que ele fez recentemente não deveria apagar o que outros grandes fizeram anteriormente, por mais deslumbrados que os comentaristas tenham ficado, perdendo um pouco do senso crítico e histórico. Um dos grandes de todos os tempos? Sim. Maior de todos os tempos? Não. A História é uma senhora que caminha a passos lentos, como diria Galeano, mas resolveu andar um pouco mais rápido.

E como é feriado e não é o caso de escrever mais, coloco aqui um trecho de um post do ano passado, quando o limitado Chelsea tirou os catalões da Liga com a clássica retranca dos mais fracos: “E se eu, mesmo reconhecendo que o Barcelona é um dos times mais competitivos da história, não for tão fã do futebol deles? Pode ser? E se eu achar que a troca quase infindável de passes às vezes é necessária, em outras pode ser interessante, mas muitas vezes faz o jogo ficar chato pra burro?” O pensamento único do futebol tomou mais um golpe.

Ah, sim. Gol do Bayern (não tem vídeo dos gols porque a Uefa caça todos no YouTube, veja aqui...).

terça-feira, abril 30, 2013

Aperitivo: semifinais entre Corinthians e S.Paulo no Paulistão

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Corinthians e São Paulo se enfrentam no próximo domingo pela semifinal do Paulistão, em jogo único, no Morumbi. Em decisões, há ligeira vantagem do time de Parque São Jorge: levantou o caneco sobre o rival cinco vezes: 1938, 1982, 1983, 1997 e 2003 - sendo que em 1938 o campeonato era por pontos corridos e os dois chegaram à última partida brigando pelo título e em 1997 houve um quadrangular final, com o Corinthians levando a taça ao empatar com o São Paulo no último jogo. Já o Tricolor foi campeão sobre o adversário em 1957 (pontos corridos, com os dois podendo ser campeões no último jogo), 1987, 1991 e 1998. Já em semifinais, a freguesia sãopaulina é incontestável. O Corinthians despachou o São Paulo nas semifinais do estadual em 1977, 1988, 1993, 1999 e 2009 (sendo que em 1977, 1988 e 1993 a semifinal foi um quadrangular com jogos de ida e volta). E o Tricolor só venceu o rival nessa fase em 1975 e em 2000.

Em 2009, o Corinthians de Mano Menezes chegou à decisão contra o Santos e foi campeão. Antes, venceu o São Paulo duas vezes nas semifinais. Na primeira partida, 2 x 1, com gol da virada (e comemoração polêmica) de Christian. E Ronaldo marcou um golaço no jogo de volta:


Em 2000, o São Paulo de Levir Culpi conquistou o título sobre o Santos. Nas semifinais, havia passado pelo Corinthians com duas vitórias. O primeiro jogo foi 2 x 1, com dois gols de Marcelinho Paraíba. Na segunda partida, quem marcou duas vezes foi o atacante Edu:


Em 1999, o Corinthians de Oswaldo de Oliveira ganhou do Palmeiras na final. E o São Paulo, que sobrou na primeira faze, foi presa fácil do Corinthians nas semifinais. Logo na primeira partida, levou uma senhora goleada por 4 x 0. Depois, só conseguiu empatar, 1 x 1. Veja o primeiro jogo:


Em 1993, o Palmeiras conquistou o primeiro título da Era Parmalat, o Paulistão, sobre o Corinthians. Na semifinal, o Timão de Nelsinho Baptista eliminou o São Paulo de Telê Santana num quadrangular com jogos de ida e volta contra São Paulo, Santos e Novorizontino. Veja o jogo decisivo:


Em 1988, o Corinthians do técnico Jair Pereira venceu o Guarani na decisão, com gol histórico do (então novato) Viola. A fase semifinal foi um quadrangular contra Santos, Palmeiras e São Paulo. O Corinthians conseguiu passar dessa fase com dois empates contra o São Paulo. Veja um deles:


Em 1977, na conquista do Paulistão depois de 23 anos, o Corinthians disputou uma espécie de semifinal (3º turno), em quadrangular, que precedeu a decisão contra a Ponte Preta. O Timão de Osvaldo Brandão passou por São Paulo, Guarani e Portuguesa. O Tricolor perdeu duas vezes. A última:

https://www.youtube.com/watch?v=KqIr2W98U74

Em 1975, quando o São Paulo do técnico José Poy sagrou-se campeão paulista contra a Portuguesa, teve que passar antes por um hexagonal (como se fosse "semifinal") contra Corinthians, América de Rio Preto, Santos, Palmeiras e a própria Portuguesa. E, nessa fase, venceu o Corinthians por 2 x1:


segunda-feira, abril 29, 2013

Som na caixa, manguaça! Volume 69

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RONDA
(Paulo Vanzolini)

De noite eu rondo a cidade
A te procurar
Sem encontrar
No meio de olhares espio
Em todos os bares
Você não está

Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho alegria me dá
Nele você está

Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, esta busca é inútil
Eu não desistia

Porém, com perfeita paciência
Volto a te buscar
Hei de encontrar

Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Jogando bilhar

E neste dia então
Vai dar na primeira edição:
"Cena de sangue num bar da Avenida São João"

(Do LP "Ronda", da cantora Marcia, EMI, 1977)


Com calma, Corinthians atropela a Ponte Preta

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É nóis na semi!
A mais marcante característica do Corinthians hoje talvez seja a calma. Foi ela a principal arma do time para suportar a intensa pressão inicial da Ponte Preta e encontrar os caminhos para uma goleada surpreendente pelo que os dois times mostraram durante a competição e também pelos primeiros 30 minutos da peleja.

Empurrada pela torcida, a Ponte apertou pesadamente o visitante. Com marcação intensa, deixava a bola com os zagueiros paulistanos, mas quando algum infeliz atacante ameaçava passar do meio de campo, caíam logo uns quatro pontepretanos em cima dele. Domínio territorial, mas apenas uma boa chance criada, num chutão que o centroavante William Batoré transformou em lançamento ao emendar um petardo para defesa de Danilo Fernandes – das poucas que fez na partida. Fora isso, boa atuação de Chiquinho, driblador que criou as melhores alternativas para furar a defesa corintiana.

Por sua vez, o Corinthians não conseguia sair a pressão, com muito erros de passes. Claro que é mérito da marcação – e também demérito do campo do Moisés Lucarelli – mas os discípulos de Parque São jorge colaboraram bastante. Encurralado, o Timão pouco fez além de segurar a pressão da Ponte – e manter a calma.

Assim, quando a equipe campineira afrouxou um pouquinho, pelo natural cansaço que deriva de tal entrega, apareceram as primeiras chances. Quem abriu o caminho não foi um meia, mas Guerrero, centroavante que vem mostrando outas armas além do já registrado faro de gol. Aos 31 minutos, recebeu de Romarinho e levou uns três zagueiros no peito para o primeiro chute a gol do Corinthians no jogo. E aos 32, lá estava ele roubando bola no meio-campo, passando para Sheik, que deixou com Danilo, que matou a defesa da Ponte com um calcanhar para o peruano. Guerrero sapecou de fora da área e Edson Bastos rebateu para os pés de Little Romário, que guardou. Mais 5 minutos e Fábio Santos rouba uma bola no ataque e passa pra Emerson tirar o zagueiro e acertar um chute manhoso no canto direito. A Ponte começava a cair.

"Jogo pegado é comigo", diz Sheik
O segundo tempo tinha a Ponte apertando de novo, e de novo sem criar grandes chances. Mas durou bem menos a pressão: Sheik caiu/foi derrubado na área e o juiz apontou a marca de cal. Meio madrake, mas o fato é que Guerrero bateu o terceiro prego no caixão campineiro. O quarto foi auto-inflingido quando Baraka encarnou Felipe Mello e deu um pisão num caído Romarinho. Expulsão justa e o fim da esperança da Ponte.

Tite decidiu pensar no Boca e trocou Alessandro, Romarinho e Guerrero por Edenílson, Pato e Douglas. Deste, cabe falar que está claramente fora de forma, mas seus passes e técnica serão bem vindos. Estivesse em campo, seria mais possível sair da pressão insana da Ponte no comecinho.

Mas dos três o destaque foi obviamente Pato. Nos menos de 15 minutos que esteve em campo, perdeu um gol na cara de Edson Bastos, cabeceou uma bola que o goleiro salvou por milagre e, cansado de ter o cabra na frente, driblou-o e a um outro defensor para fazer um golaço, fechando de vez a conta da Ponte. Como deixar esse cara fora do time?

Agora, vem o São Paulo. De nada adianta comparar os jogos classificatórios dos dois rivais e imaginar que o sofrimento tricolor significa vida fácil para o Timão: vai ser pedreira. Convém adotar o poético discurso de Tite e deixar de fora o tapete da soberba. E manter a calma, claro.

domingo, abril 28, 2013

São Paulo toma sufoco e só vence com (suado) gol contra

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"Tudo eu?!", lamenta Osvaldo, que classificou o Tricolor ao lado de Ceni
A cor vermelha das camisas do São Paulo no jogo deste domingo, contra o Penapolense, referência às novas cadeiras do estádio do Morumbi, foi propagandeada pelo clube como "a cor da raça". Mas, depois do jogo, ficou claro que vermelha, mesmo, deveria ter ficado a cara de cada um dos sãopaulinos que entraram em campo. O time passou vergonha, tomou sufoco quase todo o segundo tempo, venceu com um gol contra (bem suado) em jogada individual de Osvaldo e, não fosse Rogério Ceni e suas três ou quatro defesas milagrosas, o Penapolense teria eliminado o Tricolor do Paulistão no tempo normal da partida. A defesa mais inacreditável ocorreu a poucos minutos do apito final, quando Ceni espalmou um petardo à queima-roupa, dentro da pequena área, desferido pelo (ex-sãopaulino) Sérgio Mota. Ficou para todos a forte impressão de resultado injusto, e de que, no mínimo, a decisão deveria ter ido aos pênaltis.

É difícil explicar o São Paulo. Fez uma partida irretocável contra o (forte) Atlético-MG e, hoje, uma atuação horrível contra o (fraco) Penapolense. O mais correto seria avaliar que o clube tem elenco, mas não tem time. Ou seja: não tem esquema tático definido, padrão de jogo, posicionamento compacto. Cada jogo é uma história e vitórias ou derrotas dependem mais de "sorte" ou "azar" do que de outras coisas. Os volantes voltaram a jogar muito mal. Os laterais são sofríveis. A zaga é inconstante e bate muito (Rafael Tolói deveria ter sido expulso hoje). Jadson e Ganso juntos não produzem nada de útil. Luís Fabiano é lento e não chama o jogo pra si, como se espera de um centroavante matador. Pra (não) variar, sobra para Osvaldo tentar resolver o jogo sozinho. Hoje deu certo, mas duvido que, contra o rolo compressor do Corinthians, que atropelou a Ponte Preta por 4 a 0, esse esquema de "joga lá no Osvaldo" seja suficiente.

Prenúncio de (mais uma) "morte" em fase mata-mata. Seja o que Deus quiser...