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quarta-feira, agosto 21, 2013

Galo Queer: “A rivalidade faz parte do futebol, mas a homofobia não”

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Entrevista com Milena Franco, da Galo Queer.

Por Nicolau Soares

Futepoca – Como surgiu o movimento? Quais suas motivações?
Milena Franco – Sou atleticana desde sempre, mas recentemente comecei a estudar gênero e teoria feminista e, por isso, da última vez que fui ao estádio, fui com um outro olhar, e fiquei muito incomodada com a homofobia e o machismo generalizados e naturalizados por todos, mesmo por parte de pessoas que, fora do estádio, têm uma postura política de respeito à diversidade. Dessa angústia surgiu a ideia de fazer um movimento e várias pessoas gostaram da ideia e se juntaram a ele. Agora o movimento cresceu e é constituído por muitas pessoas. Somos atleticanos de várias idades, gêneros, profissões e orientações.

Futepoca – A repercussão surpreende? Como está se dando esta repercussão, tanto positiva quanto negativa? 
Milena – A repercussão surpreendeu muito. Nunca imaginei uma repercussão dessa magnitude. Fiz a página apenas para divulgar entre meus amigos, pensando que algum dia poderíamos nos organizar pra fazer algo maior. Mas em três dias a página foi curtida por mais de 3.000 pessoas. Acho que atendemos a uma demanda silenciosa. Pelo visto, muita gente que gosta de futebol já queria dar esse grito contra o machismo, a homofobia e a intolerância e ficamos muito emocionados com todas as manifestações de apoio. Infelizmente, há também muita repercussão negativa, mas isso já era esperado, já que estamos mexendo em um terreno muito machista e conservador, que é o do futebol. O problema são as ameaças que recebemos. As pessoas se oporem ao movimento é totalmente aceitável, mas ameaça não..

Futepoca – Há a ideia de levar isto à direção do Galo? 
Milena – Ainda não recebemos uma resposta do time. Ficamos sabendo, no entanto, através da reportagem do Globo Esporte, que a diretoria é favorável ao movimento e ficamos muito felizes de ver que o nosso time tem essa postura de respeito á diversidade e combate ao preconceito.

Futepoca – Qual a dimensão da homofobia e do sexismo no futebol brasileiro hoje? Qual a importância de se mudar isto?
Milena – Há muito machismo e muita homofobia no futebol e estes são temas totalmente intocados. Enquanto essas arenas de exceção continuarem existindo, arenas onde o preconceito é permitido, o preconceito e a intolerância nunca acabarão. Discutir machismo e homofobia no futebol é uma questão urgente.

Futepoca – Após a repercussão inicial do Galo Queer, uma página similar foi criada levando o nome do Cruzeiro e posteriormente várias outras torcidas de times de todo o Brasil. O que vocês acham disso?
Milena – Achamos as iniciativa muito boas. A rivalidade faz parte do futebol, mas a homofobia não. E é por isso que é importante que haja um movimento amplo de combate à homofobia e ao machismo dentro do futebol. Claro que temos orgulho do pioneirismo, mas é essencial que o movimento se espalhe. Ficamos muito felizes.

Futepoca – Vocês pretendem levar o movimento para o estádio?
Milena – Frequentamos o estádio e temos sim esse objetivo. Mas queremos fazer tudo com calma e no momento certo, é preciso garantir a integridade física de todos os participantes. Infelizmente a intolerância é muito grande e, a julgar pelas ameaças que recebemos na página, sabemos que não será fácil fazer protestos no estádio. Estamos pensando na melhor forma de fazer isto. Mas o legal é que o movimento já começou a ir para o estádio naturalmente, recebemos fotos de torcedores do Galo que foram ao Mineirão no último jogo (contra o Villa) com cartazes de apoio à Galo Queer e repúdio à homofobia. O triste foi saber que os seguranças do estádio não permitiram a entrada dos cartazes, com a justificativa de que "eles não tinham nada a ver com futebol". E depois falam que o "políticamente correto" é que faz censura.

Futepoca – Vocês estão em contato com as outras torcidas anti-homofobia que surgiram após a criação da Galo Queer?
Milena – As outras torcidas anti-homofobia que surgiram entraram em contato com a gente apenas para pedir ajuda na divulgação. Mas estamos dispostos a, no futuro, organizar alguma ação conjunta com as outras torcidas.

Futepoca – O que vocês acham de expressões como "Maria" e "Bambi"?
Milena – Expressões como "bambi" e "Maria" são sim sintomas de uma cultura homofóbica. Se você não é homofóbico nem machista, você simplesmente não usa tais termos para ofender alguém. A rivalidade pode se expressar de várias outras formas que não alimentem uma cultura opressiva. O argumento de que "brincadeiras" desse tipo fazem parte da cultura do futebol não se sustenta, a escravidão também fazia parte da nossa cultura há alguns séculos atrás, mas a cultura é mutável, ainda bem.

Futepoca – Na sua opinião, os clubes brasileiros, a CBF e as federações não tratam da forma devida o combate à homofobia no futebol? E a mídia esportiva?
Milena – Não. Acreditamos que não há nenhum empenho da CBF em combater a homofobia e o machismo no futebol. Em outros lugares do mundo existem iniciativas super interessantes, como a campanha da Holanda, mas no Brasil não há nada parecido. A mídia esportiva parece seguir a mesma linha da CBF, apesar de que ficamos felizes de ver tantas matérias sendo feitas sobre a Galo Queer e as demais torcidas anti-homofobia e antissexismo, parece que as coisas estão começando a mudar.

terça-feira, agosto 20, 2013

Pôster-piada OU Apertem os cintos, Luís Fabiano sumiu

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Desdobramento

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Abdalla e Cunha: chapa de oposição no SPFC
A oposição ao tirânico (e "Eterno!", segundo os adversários) Juvenal Juvêncio começa a tomar fôlego no São Paulo. E, ironicamente, isso ocorre como reação às besteiras do próprio presidente do clube. Em 10 de junho, escrevi aqui sobre os berros que Juvenal dirigiu ao diretor jurídico Kalil Abdalla antes da partida contra o Goiás, por este ter posado para uma foto postada em uma rede social junto com o vereador Marco Aurélio Cunha - principal oponente da atual gestão sãopaulina. Consta que Abdalla respondeu no mesmo tom e, com isso, rachou a base de "cardeais" do São Paulo, onde tem força. Hoje, veio a confirmação: Abdalla renunciou ao cargo de diretor jurídico para se candidatar à presidência do clube em 2014. E o vice, nessa chapa, será ninguém menos que Marco Aurélio Cunha. Sinceramente, não saberia dizer se a dupla representa algo de "muito bom" ou "positivo", até porque ambos fizeram parte por muito tempo do séquito de Juvenal Juvêncio. Mas já é um bom sinal saber que o atual presidente, responsável direto pela crise sem precedentes do São Paulo, dentro e fora de campo, está vendo seu poder "soberano" se esvaindo dia a dia. Só espero que, consolidada sua saída (ou melhor, a queda de seu grupo), os novos mandatários não tenham que reconstruir o clube a partir da Série B...

segunda-feira, agosto 19, 2013

O beijo do Sheik e a homofobia latente do futebol

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Por Marcelo Hailer*

O ato corajoso de Sheik... (Reprodução)
Ontem, domingo (18), o jogador do Corinthians, Emerson Sheik, para comemorar a vitória de seu time sobre o Coritiba, postou uma foto dando um selinho em seu amigo, o chef de cozinha Isaac Azar, dono do bistrô Paris 6. As reações foram imediatas e, claro, revelaram algo que todas estão carecas de saber: que o futebol (não apenas ele) é uma arena profundamente machista e homofóbica. E prova disso foi o ato de cinco torcedores que foram hoje (19) na porta do Centro de Treinamento do Corinthians carregando faixas com os seguintes dizeres:  “Viado não!”; “P.Q.P... Aqui é lugar de homem”.

As palavras escritas nas faixas dos torcedores da Camisa 12 apenas deixam claros marcadores comuns do mundo futebolístico, mas podem ser estendidas: o de que o futebol é o lugar do “homem de verdade” (macho, ativo, reprodutor e heterossexual) e não lugar dos viados (que não são considerados “homens”) e também não é o lugar de mulheres, visto que o machismo impera dentro e fora do campo. E para isso basta ver o “destaque” que se dá ao futebol feminino, tanto por parte dos clubes como por parte dos meios de comunicação especializados.

Mas antes de avançarmos é interessante nos determos em algumas declarações dadas pelos “manifestantes”. Ao UOL Esporte, Marco Antônio, membro da diretoria da Camisa 12, declarou o seguinte: "A nação inteira está freneticamente indignada. Pode até ser a opção dele, mas nós estamos sempre tirando sarro dos bambis [modo pejorativo com o qual é chamada a torcida do São Paulo]. O mínimo que ele tem de fazer é um pedido de desculpas". Disse mais: "A gente não quer ser homofóbico, mas tem de ter respeito com a camisa do Corinthians. Aqui não vai ficar beijando homem. Hoje são 5, amanhã são 30 e depois 300. Vamos fazer a vida dele um inferno".

A declaração do membro da diretoria da Camisa 12 ao UOL Esporte só não é crime por que a PLC 122/2004, que tramita há nove anos no Congresso Nacional, ainda não foi aprovada, visto que a homofobia não é exclusividade do mundo futebolístico: ela também está alojada no Congresso com inúmeros representantes que declararam guerra aos direitos civis das LGBT e das mulheres. Esse grupo, que defende o direito de ofender os seus adversários com expressões que remetem a homossexualidade e a passividade (seja masculina ou feminina), representa, infelizmente, uma boa parcela das torcidas do Brasil e não apenas a corintiana. Interessante seria (e até mesmo paradigmático) se outras torcidas, do Corinthians ou não, declarassem apoio ao jogador. Mas isso é utópico, visto que nenhum jogador ou torcida quer estar associado à homossexualidade.

Um selinho para criar novos paradigmas?  

...e os homofóbicos de plantão.
Se por um lado o selinho de Sheik em seu amigo desnudou completamente a homofobia latente do mundo esportivo, por outro pode ser uma grande oportunidade para os dirigentes dos clubes, para o Ministério do Esporte e até mesmo as torcidas repensarem suas posturas e deixarem para trás esta pedagogia do ódio escamoteada no mundo esportivo, pedagogia que espanta uma série de jovens ou que faz com que estes, quando ascendem na carreira, vivam as suas sexualidades dissimuladamente.

Devemos nos lembrar que no ano que vem o Brasil vai sediar a Copa do Mundo. Quer melhor momento do que esse para trazer à luz a questão do machismo e da homofobia no mundo do futebol? Se o fatídico selinho incomoda tanto é porque os machos alfas do futebol juravam que suas arenas estariam livres desses “viados”. Na verdade, eles dissimulam tal questão, pois sabemos que o mundo futebolístico, assim como qualquer outro que envolva corpos desejantes, está repleto de sujeitos iguais que se relacionam entre si sexualmente.

Mas as torcidas não estão sozinhas em sua propagação da homofobia. São incentivadas socialmente e também comercialmente. Pois, a teoria mais comum que se escuta a respeito de jogadores famosos (mas também de atores, por exemplo) é que, se estes saem do armário, nenhuma marca e ou patrocinador vai querer estar associado a um sujeito homossexual e sua carreira vai pro buraco; acreditam que isso prejudica a marca. Ora, seria muito legal que neste momento algum produto (seus gerentes) declarasse apoio espontâneo ao jogador em questão. Porém, esta lógica perversa (social e comercial) é que faz com que cenas deprimentes como a que aconteceu hoje no CT corintiano se repitam ad eternum.

*Marcelo Hailer é jornalista, bicha e torcedora do Corinthians

Palmeirenses tiram sarro dos rivais nesta segunda-feira

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Líder da Série B, Palmeiras foi o único que escapou de notícias esdrúxulas hoje:

Em crise, São Paulo 'Fashion Week' é sacaneado no Twitter oficial do adversário

Emerson Sheik comemora vitória corintiana com 'chamego' em colega barbado

Goleada sofrida por santistas na Espanha continua repercutindo negativamente




São Paulo reage: dois jogos sem perder!

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Sim, é piada. Cansei de gastar vela com defunto ruim. Até o próximo empate - se Deus quiser!

O que dizer de um jogo em que Rodrigo Caio e Paulo Baier fizeram os gols?

Rogério Ceni perde pênalti, Jadson perde pênalti... No próximo bate o Tolói.

domingo, agosto 18, 2013

Santos covarde empata com o Bahia. Essas recordações me matam...

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Relembro bem a festa, o apito
E na multidão um grito
O sangue no linho branco
A paz de quem carregava
Em seus braços quem chorava
E no céu ainda olhava
E encontrava esperança
De um dia tão distante
Pelo menos por instantes
encontrar a paz sonhada.

O apito não é de nenhuma partida de futebol, o linho branco também não é da camisa do Santos e a esperança distante não é de um futebol bem jogado, ofensivo, de acordo com um tal “DNA” que alguém invocou algum dia. Mas poderia ser. A letra acima é da canção de Roberto Carlos. O Divã, que, aliás, inspirou os pais do ex-zagueiro de Vasco, Peixe e outros tantos times, a chamá-lo de Odvan, em uma adequação tipicamente brasileira. O problema é que, como diz o refrão dessa canção, a partida de hoje entre Santos e Bahia me fez lembrar de tal letra, principalmente do refrão “Essas recordações me matam”...


Depois do empate em 0 a 0 com o Bahia, fora de casa, o Santos chegou a 16 pontos, a dois pontos da zona da degola mas com um ou dois jogos a menos que aqueles de cima ou de baixo. Melhor em aproveitamento que Atlético-MG e Fluminense, por exemplo, que estão acima. Mas não consola. Porque o que dói é o tipo de atitude que a equipe tem. Se antes reclamávamos, os santistas, que com Muricy não tínhamos padrão de jogo, hoje temos. Jogamos fora de casa, por exemplo, lá atrás, seja contra o líder Cruzeiro, seja contra o intermediário Bahia.

Difícil, difícil... Quem conseguiu ver o jogo no primeiro tempo provavelmente pensou: “mas não tá passando Sílvio Santos no SBT?”. Cada time com uma superpopulação de volantes e jogadores de marcação e, por isso (mas não só), perdendo bolas no meio de campo, quase sem criar chances de gol e com nenhuma criatividade.

Marcos Assunção em lance... Deixa pra lá
Claudinei Oliveira mudou para essa peleja. Colocou Marcos Assunção e Léo Cittadini, sacando Neílton (que não jogava bem há algum tempo) e colocando Montillo para atuar mais próximo a Willian José. Só com o meia gringo que saía algo que prestasse à frente e os meias pouco chegavam para o apoio. Tanto que a melhor “chance” (sim, entre aspas) do tempo inicial, foi uma bola cruzada rente ao gol que nenhum alvinegro chegou perto para empurrar.

Mas por que nenhum jogador chegou na frente? Acacianamente, respondo: porque nenhum jogador tinha como função chegar ali. E, no segundo tempo, isso piorou. Um time pode jogar recuado conforme o contexto, a fase, a sorte, a partida, a previsão do tempo, a recomendação do médico, ou o que quer que seja. Incrível é que não tenha uma reles jogada de contra-ataque. Sem um jogador de velocidade ou um volante que tenha qualidade para chegar perto da área. Se não há jogadores assim, que se libere os laterais para subir. Não. O Santos consegue a façanha de ter a segunda melhor defesa do Brasileiro. Mas não ganha, não faz gol e, em muitas ocasiões, se acovarda diante do adversário. Seja qual for.

As recordações que a música do início do texto me invocam é de um time apagado na memória santista, do treinador Nicanor de Carvalho, que esteve no Santos no campeonato paulista e em parte do Brasileiro de 1989. O time era meia boca, como muitos montados àquela época, e o comandante achou por bem armar uma equipe retrancada. A equipe ficava muitos jogos sem tomar gols, mas também não marcava. O goleiro se destacava, por sinal, um ex-pontepretano como Aranha, Sérgio Guedes. 


"Melhores momentos." Cuidado: cenas fortes.

Mas aquele Santos não chegou em lugar nenhum. No Brasileiro, por exemplo, mesmo com a vitória valendo dois pontos, os empates quase não foram suficientes para o Alvinegro se livrar do “grupo da morte” (ali, eram dois grupos e os três piores de cada um iam disputar para fugir do rebaixamento, outra das regras esdrúxulas desses campeonatos brasileiros). Para a segunda fase, Nicanor caiu e foi substituído por Pepe. Claudinei, cujo nome defendi como o melhor no momento, por conhecer e saber lidar com garotos, não tem colocado muitos meninos para jogar e tem mostrado medo, principalmente após a goleada para o Barcelona. O cargo interino virou prioridade. Com Thiago Ribeiro melhorando a forma física, Arouca retornando e uma ou outra contratação chegando, o cenário pode melhorar. Mas a postura incomoda. E traz as piores lembranças para o torcedor.

Bernardinho do vôlei: candidato tucano a governador do Rio?

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Deu no Brasil 247. O técnico de vôlei Bernardinho assinou sua ficha de filiação ao PSDB do Rio de Janeiro em julho e pode ser o candidato a governador pelo partido no terceiro maior colégio eleitoral do país. No estado que tem o governador mais impopular do Brasil, e sem nenhum franco favorito entre os quatro principais postulantes ao Palácio da Guanabara – a saber, Lindbergh Farias (PT), Anthony Garotinho (PR), Pezão (PMDB) e César Maia (DEM) –, os tucanos vão tentar emplacar um nome novo na política para ressuscitarem no Rio.

Bernardinho gosta de emoções fortes
De acordo com a matéria, o partido já tinha tentado Luciano Huck, Armínio Fraga e Pedro Malan, sem sucesso. Em abril, Aécio Neves, já havia feito convite a Bernardinho, aparentemente sem sucesso. Mas, de lá pra cá, o cenário político local mudou, o jogo está aberto e o PSDB vai testar o nome do treinador em pesquisas internas.

Para não dizerem que parte dos futepoquenses passou a falar mal de Bernardinho só porque ele se filiou ao PSDB, lembramos este post aqui e outros, nos quais foram discutidas algumas das características do treinador. Em um dos comentários, o companheiro Maurício definiu o esportista como “uma dessas figuras intragáveis e desnecessárias, que justificam sua truculência com as vitórias que obtêm. e muita gente no brasil, que gostaria muito de poder justificar um poder autoritário do qual fizesse parte, seja ele nacional ou simplesmente exercido na área de serviço de suas casas, levanta a bola desses caras e minimiza seus eventuais fracassos. muitas dessas pessoas compram jornais, outras tantas fazem jornais.” Parece até profecia...

Mas, enfim, sabe-se que parte da sociedade brasileira gosta de tal perfil autoritário e/ou com a pecha de “eficiente” em figuras políticas. Dado o cansaço com nomes tradicionais, é de se esperar não só no Rio, mas também em outros lugares, uma enxurrada de apostas em nomes novos e, no caso de Bernardinho, que faz palestras motivacionais para executivos, uma novidade conhecida de outra área e com verniz de campeão. Vai ser, no mínimo curioso.

Cabral mede o tamanho do tombo
Ninguém reina no Rio

A queda de Sérgio Cabral nas pesquisas é motivada por uma série de deméritos dele próprio e de sua equipe, contrastando com o perfil de poderoso cabo eleitoral em 2012 e até postulante a candidato a vice-presidente da República na chapa de Dilma Rousseff em 2014. Uma derrocada rápida, com alguns danos certamente irreversíveis.

Mas é uma característica da política fluminense, nesse período em que a eleição para governador voltou a ser por voto direto, a rotatividade de partidos no Palácio da Guanabara. Em 1982, Leonel Brizola (PDT) surpreendeu ao derrotar Moreira Franco (então no PDS). Quatro anos mais tarde, o próprio Franco, no PMDB, surfou na popularidade do Plano Cruzado de Sarney e derrotou o candidato brizolista Darcy Ribeiro.

Em 1990, já com eleição em dois turnos, Brizola não precisou do segundo para retornar com 61% dos votos, deixando o peemedebista Nelson Carneiro em um distante terceiro lugar. Porém, na eleição seguinte, o governador viu seu candidato, Anthony Garotinho, ser derrotado pelo tucano Marcelo Alencar no segundo turno. Garotinho, ainda no PDT, venceria em 1998, tendo como vice Benedita da Silva (PT) e derrotando César Maia (PFL) no turno final.

Benedita assumiu o governo com a saída do titular, que vai para a disputa da presidência da República e emplaca sua esposa, Rosinha Garotinho (PSB), em 2002, com vitória no primeiro turno. Já em 2006, Sérgio Cabral vence Denise Frossard (PPS) com vantagem de 68% a 32% no segundo turno, se reelegendo em 2010 com 66,08%.

Com tal cacife eleitoral, muitos davam como barbada a eleição do seu vice em 2014, o que seria algo inédito nesse Rio que não permite que o mesmo grupo político fique mais de dois mandatos seguidos à frente do estado e que, só no período aqui analisado, teve no Palácio o PDT, o PMDB, o PSDB, o PSB e o PT (este, por “herança” do titular). Tendo como parâmetro São Paulo, por exemplo, vê-se a diferença. De 1982 a 1990, todos os governadores paulistas foram do PMDB e, de 1994 até hoje, todos foram do PSDB. Se levarmos em conta que o governador eleito em 1994 e 1998, Mario Covas, foi nomeado prefeito de São Paulo por Franco Montoro e José Serra, eleito em 2006, foi secretário do mesmo Montoro (um dos fundadores do PSDB), a sensação de continuidade fica ainda maior...

Brizola e Garotinho: outros tempos
Outro ponto interessante da política fluminense é o fato de, apesar de nunca ter conseguido hegemonia, Leonel Brizola ter alavancado parte das figuras que passaram pelo Palácio do Guanabara e/ou que ainda estão na corrida pelo governo em 2014. Marcelo Alencar, que se elegeu pelo PSDB em 1994, foi presidente do extinto Banerj no primeiro governo pedetista e se elegeu prefeito do Rio em 1988, pelo partido. Garotinho, atualmente no PR, foi outra figura que se ergueu no brizolismo, tendo saído do partido em 2000 e migrado para o PSB. Já César Maia começou sua militância no Partidão (PCB), mas filia-se ao PDT em 1981 e torna-se secretário da Fazenda no primeiro governo Brizola, além de ter ocupado a presidência do Banerj, assim como Alencar. Após eleger-se deputado duas vezes pelo partido, vai para o PMDB em 1991, elegendo-se prefeito da capital um ano depois.

Mesmo com influência tal capaz de alavancar figuras de expressão que estão no cenário político até hoje, Brizola, em suas duas últimas eleições, foi coadjuvante. Na disputa pela prefeitura do Rio, em 2000, ficou em quarto lugar com 9,1% e, na eleição para senador em 2002, terminou em sexto, com 8,23%.

quinta-feira, agosto 15, 2013

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo ou rir pra não chorar

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O empate do São Paulo com o Atlético-PR no Morumbi, por 1 a 1, ampliou a série de partidas sem vitória do Tricolor no Brasileirão 2013 para 11 jogos. O resultado motivou a volta da hashtag  #NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo no Twitter, servindo para rivais fazerem piadas não apenas com a equipe do Morumbi, mas também com outros clubes. Abaixo, alguns dos tuítes da noite de hoje. Porque é melhor tentar rir...

#NaUltimaVitoriaDoSãoPaulo o mar morto ainda estava só com uma gripe

#NaÚltimaVitóriaDoSãoPaulo o Palmeiras era time grande

#NaÚltimaVitóriaDoSãoPaulo nascia Oscar Niemeyer.

#NaUltimaVitóriaDoSãoPaulo o Seedorf era do Corinthians segundo Neto!

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo o palmeiras não tinha mundial. Ate hoje ainda não tem.

#NaUltimaVitóriaDoSãoPaulo O Léo queria ver se o Barcelona era tudo isso mesmo.

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo Ph Ganso era maestro

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo o Eike Batista era rico.

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo o Atlético-MG ainda era motivo de piada.

#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo a torcida do Santos era realmente Jovem.

#NaUltimaVitóriaDoSãoPaulo o Mr Catra era pai pela primeira vez


#NaUltimaVitoriaDoSaoPaulo estreava pelo Santos uma promessa. Um garoto de nome Pelé.

#NaUltimaVitoriaDoSãoPaulo o Flamengo não tinha tomado gol de goleiro.

Timão 0 x 0 Fluminense: modo Tite para pontos corridos

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Sheik jogou bem, mas não marcou, como de praxe (Alexandre Loureiro/Lance)
Comecemos pelos fatos: o Corinthians foi ao Maracanã na noite desta quarta e empatou sem gols com o Fluminense. Bom resultado fora. Somemos a isso outra constatação, a de que dos últimos 15 pontos disputados, ou cinco jogos, o Timão levou 11. Ótimo desempenho, 73% de aproveitamento, coisa e tal.

Aí você olha a escalação do Flu e vê que o time estava inteiro remendado, pastando por contusões como a de Deco e ausência dos selecionados Fred e Jean, entre outros problemas. Assiste o jogo e vê a linha fechadinha do Timão na defesa. Muito bem construída, diga-se, retranca de nível europeu. Mas lá na frente, quase nada de criação. Vê também que o zagueiro Gum foi corretamente expulso após um carrinho de intenções assassinas em Emerson. E pensa que o resultado podia ser melhor.

Essa é a sensação do Corinthians nesse momento: não tá ruim, tá até bom, mas podia ser melhor. Indo um pouco mais longe, essa sensação está sempre pairando pela Era Tite, o que é muito estranho para aquela que já deve ser a mais vitoriosa fase do time. Tirando a defesa, o time nunca mostra um grande futebol, nunca encanta, nunca atropela, quase nunca dispara. Tem em sua grande marca a constância, para o bem e para o mal.

Melhor defesa do torneiro com 6 gols sofridos, o Corinthians hoje nega com firmeza as chances de gol do adversário, mas também as suas próprias. O ataque chuta pouco e mal, o meio campo toca a bola mas não abre espaços.

De todo jeito, parece estar perto de engatar o “modo Tite” de disputa de pontos corridos. Ganhar de 1 a 0 em casa, empatar sem gols fora. Nunca arriscar mais do que o necessário. Levamos o campeonato de 2011 nessa toada, poupando forças sempre que possível e só correndo atrás quando era necessário.

Pode dar certo dessa vez de novo, creio. Tite precisa considerar, no entanto, que naquela ocasião tivemos um começo meteórico por conta da atenção dividida de todos os outros concorrentes com Libertadores ou Copa do Brasil. Agora, temos é que tirar uma boa meia dúzia de pontos por conta de um começo vacilante. Vitórias fora serão necessárias nessa recuperação. E nessa situação, jogos como o de ontem entram para a conta de pontos perdidos pelo excesso de zelo e a ineficiência do ataque.

Santos "Sandoval Quaresma" deixa vitória escapar no final

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Os mais jovens podem não conhecer, mas o personagem vivido por Brandão Filho (ao lado) na Escolinha do Professor Raimundo, programa do humorista Chico Anysio, remete em dados momentos ao Santos atual. Sandoval Quaresma, questionado pelo mestre em sala de aula, sempre começava respondendo bem quando, em dado momento sádico, Raimundo introduzia a última questão com a frase “Agora, para tirar um dez...”. E o aluno colocava por terra todo o esforço anterior ao dizer alguma bobagem sem sentido. E lamentava no final: “mas eu estava indo tão bem”.

Não que o Peixe ontem, contra o Vasco, “tenha ido tão bem”. Começou com bom volume de jogo, mas passou, ainda no primeiro tempo, a ter seu meio de campo dominado pelo rival, que esbarrou na própria falta de competência do seu ataque e no goleiro Aranha. Com Leandrinho no lugar de Alan Santos, o Peixe voltou um pouco melhor do que terminou a etapa inicial, mas mesmo assim eram os cariocas que chegavam mais à área adversária. Até que Edu Dracena, em jogada de Montillo, marcou, aos 31. A partir daí, o Vasco pouco ameaçou e os donos da casa tiveram mais de uma chance de matar a peleja. Até que a bola, como diria o filósofo que deixou a Vila há alguns meses, puniu, e o empate veio nos últimos minutos.

Montillo se salva, mas não salva o resto (Foto Santosfc)
Em certa medida, o jogo pareceu mesmo reprise de outros do Brasileirão, um (Não) Vale a Pena Ver de Novo ou um desses programas antigos do Canal Viva, que passa a Escolinha citada acima. O time tomou um gol no final, tendo tido chances de sacramentar a vitória e desperdiçando, como contra o Coritiba. À semelhança do embate contra o Corinthians, tomou um gol de escanteio no qual não se sabe se houve tentativa de fazer linha de impedimento mal comunicada, tal a solidão de Rafael Vaz ao marcar o gol de empate. Nem tanta solidão assim, já que três outros companheiros seus estavam sem marcação. Também reprise foi um jogador, Edu Dracena, criticar ao fim da partida o ataque santista. Contra o Cruzeiro, foi o meia Cícero que disse faltar “malandragem” ao pessoal da frente.


Não vejo os atletas santistas tendo “sentido” a derrota vexatória para o Barcelona, como alguns analisam. Antes, alguns já tinham sofrido queda de rendimento, como Neílton, e, em outro grau, Giva, cuja produção caiu barbaramente. Normal pela idade e pelo noviciado dos moleques como profissionais. Mas Claudinei Oliveira parece ter sentido mais já que, desde a viagem para a Europa, resolveu priorizar a defesa, preterindo Leandrinho no meio de campo, que tem mais chegada no ataque, e priorizando a dupla Alan Santos e Alisson, mais “pegadora”, na ausência de Arouca. Só que, sem jogadores que tenham qualidade para definir na frente – aqui, não significa que os garotos sejam tão ruins assim, mas pecam pela imaturidade – , principalmente em momentos cruciais da partida, o Santos tem vivido do esforço e da habilidade de Montillo, que tem jogado bem nas últimas partidas. Mas se nem Neymar fazia mágica sempre, que dirá o meia argentino...

O fato é que, com os resultados recentes, três empates e uma derrota no Brasileirão, o Alvinegro já vê se aproximar a zona perigosa. Tem, a bem da verdade, dois jogos a menos que os times que estão imediatamente atrás e um a dois a menos que os que estão na frente. Com o atual aproveitamento, de 42%, porém, projetam-se 47 pontos no fim da competição, o que livraria o time de jogar terça, sexta e sábado em 2014, mas não serviria provavelmente nem para classificar na Sul-Americana. Muito pouco.

Já o ambiente político na Vila... Bom, isso é assunto para outro post.

terça-feira, agosto 13, 2013

A crise no São Paulo é mais por princípios e valores

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Por Moriti Neto

Ao contrário do que algumas vozes baseadas em chances de gols não convertidas defendem desde o jogo de domingo, contra a Portuguesa, o azar é o menor problema no São Paulo. Aloísio colocar a mão numa bola que entrava no gol, não é azar. É burrice. Como também é o que faz Paulo Autuori insistir na escalação de Douglas, que não consegue acertar três passes durante os noventa minutos.

Idem a ausência de senso crítico de Rogério Ceni. Se a condição do capitão embaixo das traves não é das melhores, mas inexiste substituto no momento, ele ao menos deveria reconhecer as dificuldades nos fundamentos que tão bem praticava e transferir funções, como reposição do esférico, além das batidas de faltas e pênaltis (o erro de domingo, contra a Lusa, foi só mais um entre cobranças ruins, inclusive de tiros de meta). 

Já disse, neste Futepoca, que não considero o elenco do São Paulo entre os piores do Campeonato Brasileiro, competição ruim de dar dó, em que times horrorosos, a exemplo de Vasco, Bahia e Vitória, têm muito mais pontos que o Tricolor. Assim, a realidade aponta dois motivos maiores que a questão técnica para a péssima fase são-paulina: um ambiente degradado internamente e a falta de confiança que passa a abater os jogadores/comissão técnica ao passo que os resultados positivos não vêm. Nessas situações, alguns pontos merecem destaque.

Ídolo sim. Infalível, não
Rogério Ceni

Certo: jogador histórico, ídolo. Um dos maiores da trajetória do clube. No entanto, tem personalidade difícil, é fato. Enquanto vivia momentos técnicos e de conquistas inquestionáveis, a importantíssima liderança não era contestada abertamente. Hoje, tem sérias limitações dentro do campo, mas segue na arrogância de semideus que outrora foi. Hora de assumir a mortalidade, sair da postura de dono do clube (que combina bem com o estilo nefasto de Juvenal Juvêncio e, talvez por isso, faça a relação deles tão boa) e deixar que outros floresçam como líderes técnicos e carismáticos.                      

Autuori

Dizer que Autuori é um enganador, treinador medíocre, é mostrar certo desconhecimento da história recente do futebol nacional. Foi campeão brasileiro, conquistou duas Libertadores, um Mundial de Clubes, fora títulos menores.                

O problema é que o sujeito não faz um trabalho que preste há muito. Insiste num 4-4-2 antiquado, extremamente vulnerável nas invertidas de bola do adversário, e possui míseros 13 por cento de aproveitamento na atual passagem no São Paulo. São oito derrotas, um empate e uma (!!!) vitória. Pelo momento, não era a opção para encarar o desafio de comandar o time.

Vontade ou burrice?

O futebol tem dessas coisas. Há jogadores limitados tecnicamente, mas que se superam na força física e, principalmente, mental. Com alguma capacidade de inteligência e concentração, são capazes de usar disposição, movimentação e ocupar espaços fundamentais do campo.

Entretanto, há certos atletas que, além das dificuldades técnicas, tem na ausência de inteligência o maior problema. Exemplo disso é o atacante Aloisio. O lance bizarro (alguém aqui já viu um jogador impedir o gol do próprio time como ele fez ontem, aos 42 do segundo tempo, numa jogada que daria o empate ao São Paulo?), foi típico de alguém incapaz de controlar elementos básicos das funções que exerce. Não é à toa que vive lesionado. Já se contundiu várias vezes por ser atabalhoado. Entra errado nas divididas, não sabe cair e confunde vontade com afobação.

O pior é que esse tipo de jogador engana. Não que seja ato pensado, mas a falsa imagem de “guerreiro” induz o torcedor. Confere ao atleta “autoridade moral”, o que disfarça os erros e a grossura. Aloisio perde gols incríveis por ruindade e excesso de individualismo. Fominha, conclui de forma precipitada e, invariavelmente, inócua. A mão na bola que tirou o gol de Ganso contra a Portuguesa seria, em minha opinião, o limite.

Crise

O ambiente no São Paulo, independentemente de critérios técnicos, é o retrato de uma crise muito mais de princípios e valores. E o é, pois, afora um presidente coronelista, o clima ruim é criado por profissionais sem autocrítica, algo que não gera espaços a soluções, mas propicia largamente falsas esperanças.

segunda-feira, agosto 12, 2013

Elegância

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Luxemburgo: pura finesse
Assim como já destacamos neste blogue em 2007, em post sobre o volante/lateral Dionísio, que jogava naquela época pelo Santos e, no dia de sua estreia no time profissional, recebeu ordem do técnico Vanderlei Luxemburgo para "não se cagar", o "pofexô", hoje técnico do Fluminense, deu a seguinte declaração sobre sua equipe após a derrota no clássico contra o rival Flamengo:

"TEM DE RALAR O RABO NO CHÃO E SE SACRIFICAR."

Sem mais.

19 derrotas em 30 jogos. Ceni perde outro pênalti.

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E o São Paulo segue seu calvário rumo à Série B, despencando de vexame em vexame. E não digo vexame por perder (com toda justiça) para Kashima Antlers ou Portuguesa, mas vexame porque perde jogando muito mal e exibindo a ruindade de seu elenco, o que, aliás, tem sido a tônica desde o início da temporada. O time não tem zagueiros que prestem, nem laterais ou volantes. Os meias jogam mal. Os atacantes, idem. Quando olham para o banco de reservas, os técnicos quintuplicam seu desespero. A coisa tá feia.

O São Paulo não venceu UM clássico sequer este ano. Foram três derrotas para o Corinthians mais dois empates (sendo que, em um deles, foi eliminado na semifinal do Paulistão, nos pênaltis), duas derrotas para o Santos e um empate com o Palmeiras. Na Libertadores, perdeu TODOS os jogos fora de casa e foi derrotado três vezes pelo Atlético-MG, que o eliminou com uma goleada humilhante. Isso mostra que a crise atual não é fenômeno de momento. O time é fraco e joga mal - contra os grandes - desde janeiro.

Aliás, depois da primeira fase da Libertadores, na qual apanhou dos medíocres Arsenal de Sarandí e The Strongest, ficou claro que a boa campanha no início do Paulistão, contra os times (fracos) do interior, era pura ilusão. A partir de abril, o time virou saco de pancadas de qualquer um, pequeno, médio ou grande. Fazendo um corte dos últimos 30 jogos, com início na vitória por 2 a 0 sobre o Paulista de Jundiaí, no dia 27 de março, e término na derrota de hoje por 2 a 1 para a Portuguesa, temos um cenário aterrador.

São simplesmente 19 derrotas nesta série, com apenas 7 vitórias e 4 empates. Em abril, o time perdeu para o Mogi Mirim e o XV de Piracicaba, pelo Paulistão, e The Strongest, pela Libertadores. Com isso, já eram previsíveis as eliminações para Corinthians, no estadual, e Atlético-MG, na competição sul-americana, no início de maio. Aí, a coisa degringolou de vez: o presidente Juvenal Juvêncio expurgou sete jogadores, rachou o elenco, tirou a autoridade do técnico Ney Franco (que já era pouca) e o time desandou.

E desandou porque o time é ruim. Muito fraco, nível de Série B, mesmo. Quando toma gol, dificilmente consegue reagir. Se sai atrás no placar, perde o jogo. E perde para equipes ainda mais fracas, que, contudo, conseguem ter um mínimo de padrão de jogo e esquema tático - o que o São Paulo não tem. Perder dois terços dos jogos em uma série de 30 partidas é argumento suficiente para sustentar essa afirmação. O problema não é treinador. Paulo Autuori será demitido e o clube só escapará do rebaixamento por milagre.

Infelizmente.

A coisa tá tão feia que, depois de perder um pênalti contra o Bayern de Munique, Rogério Ceni perdeu outra cobrança contra a Portuguesa. Essa uruca do capitão do time é o resumo de um catado de jogadores que, invariavelmente, já entra em campo derrotado. Está escrito na cara de cada um, tanto no horroroso time "titular" (se é que isso existe...) quanto no tenebroso banco de reservas. Hoje, qualquer adversário, mas qualquer mesmo, já entra em campo sabendo que vai derrotar o São Paulo. Essa é a triste realidade.



domingo, agosto 11, 2013

Não é privilégio do Barcelona

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sexta-feira, agosto 09, 2013

Palavras ao vento...

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Ney e Ceni: 'coisa de momento'
Com a palavra, o filósofo e humanista Raymond Fagner:

"Um grande amor não se acaba assim
Feito espumas ao vento
Não é coisa de momento, raiva passageira
Mania que dá e passa, feito brincadeira
O amor deixa marcas que não dá pra apagar..."

Pois é, mas às vezes acontece o contrário. Foi com "raiva passageira" que o "grande amor" entre o goleiro Rogério Ceni e o técnico Ney Franco acabou: com palavras, ou melhor, "espumas ao vento". Exatamente como começou. E as marcas deixadas, como preconiza o sábio acadêmico, "não dá pra apagar". Senão, vejamos (os grifos são nossos):

“É um treinador que gosta bastante de trabalhar com jovens. Pelo investimento feito em Cotia e o propósito de revelar jogadores, é o nome ideal. Torço para que tenha muito sucesso. É uma pessoa sóbria, calma.” - Rogério Ceni, em 7 de julho de 2012, ao comentar a contratação de Ney Franco para técnico do São Paulo.

"Ele [Rogério Ceni] está em um momento muito bom tecnicamente. Está preparado, jogando bem, além de ajudar muito bem em campo na parte técnica. Tem ajudado também no dia a dia, pois é um líder, o capitão, e é sempre o último a falar com os jogadores antes das partidas." - Ney Franco, em 24 de outubro de 2012, depois de atrito público com o goleiro, que quis decidir uma substituição em partida contra a LDU de Loja, pela Copa Sul-Americana.

"Para mim, não aconteceu absolutamente nada, porque são coisas do jogo. Com relação ao Ney, não tem problema nenhum, é uma pessoa que admiro muito. Ele faz as alterações, ele é o treinador, ele que escolhe quem entra e quem sai." - Rogério Ceni, em 25 de outubro de 2012, tentando disfarçar o atrito público com Ney Franco, em partida contra a LDU de Loja, pela Copa Sul-Americana.

Ceni nem olha na cara de Ney, após perder 1ª partida da Recopa: técnico demitido

"Foi uma despedida interessante, legal. Foi bom, para mim, sair ouvindo o Rogério enaltecer meu caráter e meu profissionalismo. Foi muito bom ver principalmente o capitão, que tem história no clube, se posicionar perante o grupo." - Ney Franco, em 6 de julho de 2013, logo após perder a primeira partida da decisão da Recopa Sul-Americana, para o Corinthians, e ser demitido do cargo de técnico do São Paulo.

Foi Rogério Ceni quem partiu para o ataque
"Zero, zero, nenhum, zero." - Rogério Ceni, em 17 de julho de 2013, logo após perder a decisão da Recopa Sul-Americana para o Corinthians, respondendo sobre qual foi o legado dos últimos 12 meses de trabalho do São Paulo, período em que Ney Franco treinou o time.

Agora eu vejo que existe uma pessoa à frente que exerce uma liderança. Um cara justo, correto, um grande profissional que está tentando resgatar algo que perdemos. Quando você tem alguém no comando, tudo fica mais fácil” - Rogério Ceni, em 28 de julho de 2013, elogiando Paulo Autuori, no técnico do São Paulo, e insinuando abertamente que quando Ney Franco era o treinador não havia comando.

Ney Franco reagiu: 'Ceni extrapolou limite'
"[Rogério Ceni] Extrapolou o limite. Até participa da vida política do clube, há uma disputa por seu apoio político. Ele tem consciência do que representa. Em 2013, não tive nele o capitão de que precisava. Havia a preocupação de quebrar marcas individuais. Até em contratações: se chega um nome que é do interesse dele, ele fica na dele; se não é, reclama nos corredores. E isso chega aos contratados, como Ganso, Lúcio. E eu, como técnico, ficava no meio disso." - Ney Franco, em 5 de agosto de 2013, respondendo em entrevista as alfinetadas de Rogério Ceni.

"Se está bom para o Rogério, este profissional vai bem. Se não, se chega um profissional que ele não concorda, a tendência é ser minado. E nos dois últimos meses de trabalho eu sabia que havia interesse de parte do grupo na minha saída. Depois, Rogério disse que meu legado no clube foi zero." - Ney Franco, em 5 de agosto de 2013, na mesma entrevista.

"Se eu tivesse toda influência que ele acha que tenho, ele estaria no olho da rua há muito tempo. Não esperaria se tivesse o poder de decisão. Sou apenas um funcionário do clube, não decido, não mando. Mas se eu tivesse condições de ter a influência que ele acha que eu tenho, ele estaria longe há muito tempo." - Rogério Ceni, em 7 de agosto de 2013, logo após perder a decisão da Copa Suruga para o Kashima Antlers, chutando o balde ao responder as afirmações de Ney Franco.

Fagner, tradutor das desinteligências sentimentais
Que lindo, não? Como diria o camarada Nivaldo, é uma polêmica "que engrandece" quem a acompanha. Sem mais a dizer, e com os melhores votos de que Rogério Ceni e Ney Franco reatem as fibras dilaceradas de seus corações rancorosos, recorro novamente à obra do nosso grande antropólogo sentimental, que não é peixe mas é supremo mestre na arte de mergulhar em límpidos aquários e fazer borbulhas de amor:

"Sei que errei tô aqui pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo
E sem saber direito a hora e o que fazer
Eu não encontro uma palavra só pra te dizer
Ah! se eu fosse você eu voltava pra mim de novo..."



quinta-feira, agosto 08, 2013

Da série: butecos 'aprazíveis'

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Uma joelhada voadora e um chute giratório diretamente no seu fígado!


Santos 1 X 1 Corinthians - Depois de apanhar, Santos mostra que continua de pé

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Em um dos grandes momentos da história do cinema (só que não), Sylvester Stallone, investido no papel de Rocky Balboa pela sexta vez nas telas do cinema, vira para seu filho, que não quer que o 'Garanhão Italiano” suba ao ringue com 60 anos de idade, e despeja sua sabedoria em uma frase. “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto consegue apanhar e continuar seguindo em frente.”

Como o cara não ganha um Oscar com essa interpretação primorosa? Uns quatro músculos da face em ação na cena

E o time do Santos que entrou em campo ontem apanhou na semana passada. Até mais do que as incríveis surras que o personagem de Stallone tomou de diferentes lutadores durante a série cinematográfica. O que estava em questão hoje não era apenas o clássico contra o Corinthians, mas se os moleques e os veteranos, espezinhados com razão por Deus e pelo mundo, iriam suportar a pressão e jogar de forma digna contra um dos times mais consistentes do Brasil.

O início da peleja, com um gol de Paulo André aos 3 minutos, dizia que não. Hoje, não. Ou... hoje, sim? Lembrei daquele time de meninos de 2002, cuja fórmula cantada por comentaristas para que ele caísse na segunda partida das quartas de final do Brasileiro contra o São Paulo era tomar um gol no começo do jogo. E o Santos tomou. Mas não caiu. Também não tombou na noite de ontem.

William José: brigou, brigou e marcou (Santosfc)
Chegou a ter 68% de posse de bola no primeiro tempo. Mas pouco ameaçou o gol de Cássio. Essa vem sendo a tática do Corinthians de Tite, pressionar e marcar logo no começo, e depois esperar pelo contra-ataque. Nas duas partidas contra o Corinthians na Libertadores de 2012, na maior parte do tempo o Timão, com a vantagem, marcou atrás da linha da bola contra o Peixe. E se deu melhor.

Mas aquele Corinthians tinha mais qualidade técnica com Paulinho no meio. O Santos também era melhor tecnicamente que o time de hoje, mas menos coeso taticamente. E menos aguerrido. Porque os donos da casa hoje entraram querendo curar a ressaca, provando que podiam aguentar qualquer trago e qualquer tranco, mesmo com o revés do início.

Na segunda etapa, a superioridade se traduziu em gol. Em um, de William José, mas poderia ter sido dois, poderia ter sido uma vitória de virada. O Santos tomou conta do meio de campo corintiano, Tite tentou corrigir a desvantagem colocando Ibson no lugar de Romarinho. Não bastou. Arouca, Leandrinho, Cícero e, principalmente, um onipresente Montillo, em sua melhor atuação pelo Santos, fizeram do meio de campo seu castelo. Sem contar Léo atrás, que roubou a bola do contra-ataque que resultou no tento peixeiro e Edu Dracena, que calou a boca do crítico futepoquense que o cobrou em relação às declarações infelizes de alguns dias atrás. E Neílton, menos vistoso que eficiente, também mostrou que o passeio de Barcelona foi isso. Um passeio que ficou pra trás, como aqueles que fazemos nas férias.



Assim como no jogo contra o Coritiba, o time não conseguiu traduzir a superioridade nos três pontos. Numa competição de pontos corridos, isso é grave. A equipe precisa do algo a mais, de um ou dois jogadores com poder de decisão, que possam mudar uma partida ou fazer o inesperado quando o contexto exigir. O novo gerente de futebol, Zinho, chegou com a ingrata missão de buscar esse (ou esses) “a mais”. Os santistas aguardam com ansiedade. 

Na Ásia, parceiros deixam sua marca (no mesmo dia)

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Torcida pediu essa dupla na Copa de 2010
Em 2009, dois garotos lançados no time profissional do Santos começaram a fazer história: Paulo Henrique Ganso e Neymar. Nos três anos seguintes, seriam tricampeões paulistas, campeões da Copa do Brasil, da Libertadores da América e da Recopa Sul-Americana. O meia e o atacante brilharam juntos principalmente no primeiro semestre de 2010, levando milhões de brasileiros a pedirem suas convocações para a Copa da África do Sul (mas não foram atendidos pelo técnico Dunga). Parceiros dentro e fora de campo, Ganso foi o padrinho do filho de Neymar e este retribuiu sendo padrinho de casamento do amigo. Porém, a vida profissional dos dois bifurcou: depois de uma série de lesões, Ganso não apresenta mais o futebol brilhante de três anos atrás e amarga o banco de reservas no São Paulo; enquanto isso, Neymar acertou transferência para o Barcelona e já dá os primeiros passos no time de Messi. Curiosamente, nesta quarta-feira, 7 de agosto, os dois estavam excursionando pela Ásia com seus clubes - e fizeram gols. Ganso marcou o primeiro do São Paulo na derrota por 3 a 2 para o Kashima Antlers, no Japão, e Neymar abriu o placar para o Barça na goleada por 7 a 1 sobre a Tailândia, em Bangcoc.

Agora, atentem para a coincidência: o primeiro gol de Ganso com a camisa do Santos, em 15 de fevereiro de 2009, saiu de um chute de fora da área, no estádio da Vila Belmiro; ontem, no Kashima Soccer Stadium, apesar de ser no lado oposto do campo, o golaço do meia também foi de longa distância.

1º GOL DE GANSO COM A CAMISA DO SANTOS (15/02/2009):



GOL DE GANSO CONTRA O KASHIMA ANTLERS (07/08/2013):



E lances coincidentes também aconteceram com Neymar: seu primeiro gol pelo Santos, no Pacaembu, em 15 de março de 2009, ocorreu após um toque de primeira na risca da pequena área; ontem, no Estádio Rajamangala, no lado oposto do campo, ele também tocou de primeira - no mesmo local.

1º GOL DE NEYMAR COM A CAMISA DO SANTOS (15/03/2009):



1º GOL DE NEYMAR COM A CAMISA DO BARCELONA (07/08/2013):



Como se vê, assim como Muller e Silas (vejam esse post aqui), os caminhos de Ganso e Neymar parecem destinados a se cruzarem. Que o meia recupere seu futebol e ainda tente uma vaguinha na Copa de 2014. Porque Neymar, tudo indica, estará lá.

quarta-feira, agosto 07, 2013

Goleiro Lauro marca de cabeça. Pela segunda vez contra o Flamengo. Veja os dois gols

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Gol de Lauro, hoje, no último minuto de jogo entre Portuguesa e Flamengo. Final de partida: 1 a 1.



Gol de Lauro pela Ponte Preta, no Brasileiro de 2003, contra o mesmo Flamengo. Final de partida: 1 a 1. 


13 derrotas em 20 jogos. Mas o time e Ganso reagem.

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Ganso chutou de fora da área e fez belo gol
A derrota para o Kashima Antlers por 3 x 2 significa para o São Paulo tanto quanto a vitória no jogo anterior, contra o Benfica: praticamente nada. Como já observei, torneio amistoso em jogo único não significa muita coisa, ganhando ou perdendo. Mas sempre tem algo que vale registro. Para mim, o principal foi que o São Paulo finalmente conseguiu reagir depois de sair perdendo um jogo, coisa que não acontecia desde o longínquo 10 de abril, quando começou atrás no placar contra o União Barbarense, pelo Campeonato Paulista, mas batalhou pela virada e venceu por 2 a 1. Lá no Japão, o time de Paulo Autuori começou perdendo por 2 a 0, placar do primeiro tempo, mas foi pra cima na etapa final e, surpreendentemente, conseguiu empatar.

E, nessa reação, outro espanto: o tradicionalmente apagado, improdutivo e (por isso mesmo) reserva Paulo Henrique Ganso fez o primeiro gol, em um belo chute de fora da área, e depois deu o passe para Aloísio fazer o segundo. Será que "o gigante acordou"? Porém, o desequilíbrio tricolor ainda é nítido. No finzinho, já nos acréscimos, a equipe se lançou de forma kamikase à frente, levou um contra-ataque e perdeu o amistoso. Normal. Assim como o novato zagueiro Lucas Silva falhou no primeiro gol do Kashima (pipocou a bola no joelho e matou a defesa de Rogério Ceni), o também novato meia-atacante Lucas Evangelista foi quem perdeu a bola no lance que originou o lance da vitória japonesa. Na "draga" que está o São Paulo, valeu a vontade de reagir com o placar adverso, coisa muito rara.

Finda a excursão ao exterior (três derrotas e uma vitória), vale fazer uma análise dos últimos três meses, que desencadearam uma das piores crises da história do clube. Minha data de corte começa no dia 5 de maio, quando o São Paulo empatou sem gols contra o Corinthians, pela semifinal do Paulistão, no Morumbi, e foi eliminado na disputa de pênaltis. Ali teve início uma sequência redonda de 20 partidas, completas hoje contra o Kashima, com 13 derrotas, 4 empates e 3 vitórias. Em 9 desses jogos, o treinador foi Ney Franco (4 derrotas, 3 empates, 2 vitórias), em 2 foi Milton Cruz (2 derrotas) e nos 9 restantes, Paulo Autuori (7 derrotas, 1 empate, 1 vitória). Lembrando que 5 dessas partidas foram amistosas: 4 derrotas (para Flamengo, Bayern, Milan e Kashima) e 1 vitória (Benfica).

Agora o time volta ao Brasileirão, domingo, contra a Portuguesa. Competição em que está na zona de rebaixamento, em 18º lugar, com os mesmos 11 jogos da Lusa (a 19ª colocada) e com 2 jogos a mais que o Náutico, o lanterna. Na competição, o São Paulo tem apenas 2 vitórias, 3 empates e sonoras 6 derrotas - incluindo 5 delas em pleno Morumbi. Sim, a coisa tá feia. Mas vamos à luta!


P.S.: Como vemos no vídeo acima, o São Paulo tomou três gols de um mesmo atacante, Osako - assim como tinha levado três de Luan, na derrota contra o Cruzeiro. Outros detalhes curiosos: o Kashima é treinado pelo brasileiro Toninho Cerezo, bicampeão mundial como jogador pelo São Paulo lá mesmo no Japão, em 1992 e 1993; e, no lance do segundo gol sãopaulino, Ganso, ao correr para alcançar a bola e dar assistência para Aloísio, bate a cabeça no poste de metal que sustenta a rede, precisando de atendimento médico (não sei se o lance é inédito, mas é bizarro).

A origem da expressão 'Pedala, Robinho!'

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segunda-feira, agosto 05, 2013

Mussum voltou. Em forma de cerveja

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Biritis. Esse é o nome da cerveja que traz no rótulo o saudoso ex-Trapalhão Antonio Carlos Bernardes Gomes, vulgo Mussum, ícone do humor e da manguaça nacional que ultrapassou a geração daqueles que o viram para chegar até quem nunca o encontrou num bar.

De acordo com esta matéria do Estadão, Sandro Gomes, filho do comediante falecido em 1994, ao que parece herdou do pai a paixão pelo mézis, vulgo cerveja ou bebidas alcoólicas em geral, e prepara o lançamento da cerveja artesanal Biritis no próximo dia 19 de agosto. Ele ressalta que a bebida é feita com muito cuidado, já que se trata de uma homenagem ao pai.

A responsável pelo produto é a cervejaria Brassaria Ampolis, fundada por Gomes e outros dois sócios. Será uma cerveja do tipo Vienna Lager, comercializada em garrafas de 600 ml em pontos de vendas de São Paulo e do Rio de Janeiro, inclusive na quadra da escola de samba Mangueira, cantada em verso e prosa etílica pelo velho Muça.

Recorrendo sempre ao parceiro Cervejas do Mundo, vemos que a cerveja do tipo Vienna Lager é "uma bebida leve, com sabor e aroma a malte, bastante próxima das Marzen e das Oktoberfest. Apesar da sua origem alemã/austríaca, é, hoje em dia, quase uma raridade encontrar este estilo de cerveja à venda em grandes quantidades. Curiosamente, alguns dos exemplos mais característicos são oriundos do México: a Dos Equis e a Negra Modelo."

Se tivermos a sorte de experimentar um litrinho dos 50 mil da bebida que devem ser produzidos até o fim do primeiro semestre de funcionamento da cervejaria, damos nosso parecer aqui.

(Notícia via Eminência Parda Carmem Machado)

Como apequenar um clube OU Rumo à Série B

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Durante muito tempo, e especialmente depois que Telê Santana liderou a fase mais vitoriosa da história do São Paulo, no início dos anos 1990, virou moda dizer - e pisar e repisar na mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...) - que o clube era "diferenciado", "moderno", "modelo" etc etc etc. E depois dos títulos da Libertadores e Mundial, em 2005, e tri brasileiro, entre 2006 e 2008, esses discursos sobre "gestão exemplar", "estrutura de primeiro mundo", "melhor elenco do Brasil" e outras bravatas viraram unanimidade de Norte a Sul do país - e iludiram muitos torcedores. Tanto confete pode ter sido um grande tiro no pé. Adversários e sãopaulinos mais lúcidos foram acompanhando, de 2008 pra cá, a sequência de barbaridades cometidas pela gestão do presidente Juvenal Juvêncio, sempre amparado por aquela "soberana" soberba de "clube modelo" e bla-bla-bla. Resultado: parou no tempo e chegou na absurda crise vivida atualmente, uma das maiores da história do clube.

Porém, uma coisa é (ou melhor, ERA) fato: mesmo que o São Paulo nunca tenha sido nem 10% de tudo aquilo que diziam, sua diretoria e comissão técnica conseguiam, mais do que os rivais, abafar, acobertar e impedir o vazamento de informações ou de qualquer problema que ocorresse internamente. Hoje em dia, a situação se inverteu. O São Paulo é, atualmente, um verdadeiro barraco. Público e explícito. Depois de fazer um churrasco para os sócios, dentro do clube, que teve infiltração proposital de membros de uma torcida organizada (e terminou com Juvêncio xingando todo mundo, ou seja, várzea total), a picuinha, bate-boca e baixaria internas agora podem ser vistas AO VIVO na televisão, em pleno domingão e em horário nobre. Isso é um ingrediente básico para piorar o clima e acelerar o rebaixamento de um time que já está na zona da degola do Brasileirão. Vejam como apequenaram o São Paulo:


PÓS SCRIPTUM - Mais roupa suja lavada em público: depois que o goleiro e capitão Rogério Ceni deu um lamentável e desnecessário passo errado nessa crise ao criticar em público o ex-técnico Ney Franco (dizendo que o legado dele foi "zero" e que só agora o time "tem comando"), a resposta veio em entrevista do treinador ao jornal O Globo publicada nesta terça-feira, 6 de agosto. Confira como os bastidores do São Paulo são típicos de clube seriamente candidato ao rebaixamento:

Ney Franco detona Rogério Ceni em entrevista
"Em 2013, não tive nele [Rogério Ceni] o capitão que precisava. Havia a preocupação de quebrar marcas individuais. Até em contratação: se chega um nome que é do interesse dele, ele fica na dele; se não é, reclama nos corredores. E isso chega aos contratados, como Ganso, Lúcio. E eu, como técnico, ficava no meio disso."

"Ganso chegou em um ambiente... Percebeu claramente as coisas. Chegou ao ouvido dele. Havia uma fritura por trás e pode atrapalhar. Nos corredores, era o que se escutava, que quando Ganso jogava o time tinha um jogador a menos."

"Ele [Rogério Ceni] direcionou de uma forma que, se o São Paulo não der certo na temporada, eu sou culpado. Se der certo, é porque chegou outro treinador e consertou."

"Alguns jogadores que estão no clube me ligaram, dizendo que não concordam com a forma como as coisas aconteceram, como estou sendo tratado. Mas têm medo da forma como Rogério lida. Nem tudo foi minha culpa. Há uma oposição declarada, uma pressão no clube minando o trabalho. Não era o Ney Franco, era qualquer um que estivesse ali."

PÓS-PÓS SCRIPTUM - Após perder a Copa Suruga para o Kashima Antlers, no Japão, Rogério Ceni foi confrontado pela imprensa sobre as declarações de Ney Franco e, previsivelmente, jogou mais gasolina na fogueira (de vaidades) sãopaulina:

"Se eu tivesse toda a influência no São Paulo que ele acha que eu tenho, ele estava no olho da rua há muito tempo. Eu não esperaria, se eu tivesse o poder de decisão. Então, eu sou apenas um funcionário do clube, eu não decido, eu não mando."

Pois é. Com isso, a "várzea" fica pior e a crise sem precedentes prossegue. Líderes da Série B, palmeirenses só observam. E sorriem com o canto da boca...

domingo, agosto 04, 2013

Vitória, após 14 jogos

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Depois de passar junho e julho na seca, a primeira vitória do São Paulo valeu troféu
Em jogo de compadres sem muitas emoções, o São Paulo derrotou o Benfica em Lisboa e sepultou a longa série de 14 partidas sem vitória, a maior de toda a sua história. Aloísio, após belo passe de Jadson, e Rafael Tolói, em lance de possível impedimento (envolvendo o agora benfiquense Cortez, que, sumido os 90 minutos, justificou plenamente seu afastamento do São Paulo), fecharam a conta em 2 a 0. O time estava há seis jogos sem fazer gols, ou seja, mais de dez horas de bola corrida. Neste longo período sem vitórias, a equipe perdeu para Goiás, Flamengo, Bahia, Vitória, Internacional, Santos, Cruzeiro, Corinthians (duas vezes), Bayern de Munique e Milan e empatou com Atlético-MG, Grêmio e Corinthians. Ufa!

Eusébio foi descoberto por um sãopaulino
É claro que vencer o Benfica em torneio amistoso de jogo único não significa lá muita coisa, mas pelo menos dá um certo alívio ao elenco, diminui a pressão emocional e dá aquela sensação de "sí, se puede". Curioso como essa "encantada" vitória foi acontecer em Portugal e, na volta ao Brasil, o São Paulo enfrentará justamente a Portuguesa, na luta para sair da última colocação no campeonato nacional. Outra curiosidade foi que o torneio, chamado Copa Eusébio em homenagem ao maior jogador português de todos os tempos (na verdade, moçambicano), promoveu um encontro simbólico. Em 1960, quando era técnico da Ferroviária, o ex-jogador sãopaulino Bauer excursionou com o time de Araraquara pela Europa e os países da África de língua portuguesa e, ao enfrentar - e vencer - a seleção de Moçambique, ficou muito impressionado com o futebol de um garoto local. Quando foi à Portugal, na sequência, Bauer encontrou seu amigo húngaro Bella Gutman, que havia treinado o São Paulo e sido campeão paulista em 1957, e que na época era técnico exatamente do Benfica. O ex-jogador sãopaulino falou tantas maravilhas sobre o rapaz moçambicano para Gutman que este se convenceu a buscar Eusébio. O resto, como costumam dizer os cronistas esportivos, é história...