Destaques

sexta-feira, novembro 08, 2013

Homofobia no futebol volta aos holofotes

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Romário e Ronaldo se provocam via imprensa e pontuam mais um episódio homofóbico
Depois que Ronaldo Nazário, membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa 2014, criticou o hoje deputado federal Romário pela campanha ferrenha contra os gastos no mundial do ano que vem, a resposta (indireta) que recebeu do parlamentar, via Twitter, foi a seguinte:

- Eu particularmente, adoro mulher! Mas aprendi a respeitar o gosto de cada um.

A provocação faz alusão a um nebuloso episódio de Ronaldo com travestis em abril de 2008, no Rio de Janeiro, e acrescenta mais um capítulo aos casos explícitos de homofobia no futebol brasileiro, como o das reações raivosas ao selinho de Emerson Sheik em um amigo, em agosto deste ano.

Dos males, o menor: tanto a reação violenta à Sheik quanto o comentário infeliz de Romário trazem à tona a necessidade de discutir (e combater) a homofobia. E "queimam" a imagem dos homofóbicos.

Ilações perturbadoras

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Livro encaixa 'quebra-cabeça'
Se o livro "O Príncipe da Privataria", de Palmério Dória (Geração Editorial, 2013), não traz fatos inéditos, bombásticos ou provas documentais explícitas como "A Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Jr, lançado com estrondoso sucesso pela mesma editora no fim de 2011, pelo menos tem o mérito de fundamentar ilações muito perturbadoras para nós, brasileiros, sobre a personagem Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil. Para além de qualquer picuinha partidária contra ou a favor do PSDB, da corrupção incomparável e inegável das privatizações nos anos 1990, da dilapidação evidente do patrimônio nacional, das tramoias pessoais e políticas de FHC e parceiros, da compra de votos na aprovação da reeleição, do caixa 2 nas campanhas eleitorais e da impunidade geral de todos os envolvidos, há um pano de fundo nisso tudo que costura de forma lógica as causas e consequências e que, para mim, gera muito mais perplexidade.

FHC levou Serra para o Cebrap
Como disse, as afirmações podem não ser inéditas, mas faltava uma obra que encaixasse todas as peças do quebra-cabeça sobre a mesa, para uma visão panorâmica. Palmério Dória mostra, com clareza e embasamento, que a ascensão e execução das práticas neoliberais no cenário político brasileiro, causadoras de prejuízos financeiros, patrimoniais e sociais incalculáveis, foi um longo processo - planejado, construído e financiado desde os anos 1960. No capítulo 2, que resume a trajetória de Fernando Henrique Cardoso da infância até o início na política, o livro nos dá a chave para entender a origem do projeto colocado em prática no governo federal entre 1995 e 2002, como ele chegou ao poder e por quê fez o que fez: "No mesmo ano de sua expulsão da USP, [FHC] funda com outros professores universitários perseguidos o Cebrap, Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. (...) A FF, Fundação Ford, entidade com sede em Nova Iorque, [é a] financiadora do Cebrap em seu nascedouro." 

FF isola oposições aos EUA
Isto posto, começam as (incômodas) ilações: "James Petras, sociólogo que lecionou na Universidade de Binghamton, estado de Nova Iorque, bem como outros intelectuais americanos, acusam a Fundação Ford de agir como testa-de-ferro da CIA. Petras documentou doações da FF para organizações criadas pela CIA a fim de intervir na política interna de outros países. Mostra ainda que Richard Bissell, ex-presidente da FF, era ligado a Allen Dulles, diretor da CIA (...). Outra acadêmica, Joan Roelofs, em Foundations and Public Policy: The Mask of Pluralism (Fundações e Política Pública: A Máscara do Pluralismo), de 2003, diz que entidades como a FF ajudam a isolar movimentos de oposição aos interesses americanos. Lembra que o presidente do Conselho da FF de 1958 a 1965, John J. McCloy, descreveu a entidade como 'uma quase-extensão do governo americano'." Essa é a Fundação Ford, que financia a criação do Cebrap de Fernando Henrique Cardoso...

Do Cebrap? Teria sido a CIA
"Uma das funções da FF era visitar o Conselho de Segurança em Washington para ver quais projetos deveria financiar no exterior. Patrocinou ainda programas para desestabilizar a resistência às ditaduras na Indonésia e outros países", prossegue o livro. Em seguida, cita outra obra, "Quem pagou a conta? - A CIA e a guerra fria da cultura", da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders, que prova com documentos que a FF canalizava secretamente dinheiro da agência americana para áreas culturais. Palmério Dória nos convida a seguir um silogismo: "1. CIA dava dinheiro à Fundação Ford; 2. Fundação Ford dava dinheiro ao Cebrap; logo, 3. Cebrap recebeu dinheiro da CIA." E para quê? Dória recupera duas afirmações interessantíssimas feitas pelo cineasta Glauber Rocha nos anos 1970: "No Brasil, o gancho do Pentágono é o Cebrap, que funciona em São Paulo" e "Fernando Henrique Cardoso é um neocapitalista, um kennedyano, um entreguista."

A obra agradou financiadores
Para reforçar o encontro da "fome com a vontade de comer", ou seja, do eterno objetivo de interferência dos EUA nos rumos do governo brasileiro e do desejo de FHC de ascender politicamente (e ganhar muito dinheiro), Palmério Dória ressalta que, no livro "Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível", de 1997, "a jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni pontua que os americanos não estavam investindo dinheiro à toa. Fernando Henrique já havia prestado 'serviço de qualidade': com o economista chileno Enzo Faletto, acabava de lançar Dependência e Desenvolvimento na América Latina, defendendo a tese de que países em desenvolvimento ou atrasados poderiam desenvolver-se mantendo-se dependentes de países ricos - por exemplo os Estados Unidos." Bingo. A obra impulsionou FHC a criar uma entidade (Cebrap) credenciada a receber os gordos investimentos da Fundação Ford, "quase-extensão do governo americano".

O livro de Brigitte H. Leoni
Neste ponto, Dória usa o sarcasmo para nos fazer raciocinar: "Menos de dois meses depois do AI-5, o país vivendo o auge da fúria da ditadura, com centenas de novas cassações, cárceres lotados, tortura comendo solta, Fernando Henrique se prepara para tornar-se 'personagem internacional', a dar aulas e conferências em universidades americanas e europeias, com respaldo da Fundação Ford." Mas havia quem desconfiasse. O sociólogo Gilberto Vasconcellos observou que o Cebrap era visto "equivocadamente como resistência de esquerda". E esse objetivo de ganhar espaço na esquerda - e na política - brasileira acompanhava um projeto de enriquecimento (o grifo é meu): "[No] livro de Brigitte, lemos que FHC, administrador do Cebrap, certa vez disse: 'Não conseguíamos gastar tudo. Lembro-me de ter encontrado o tesoureiro. Santo Deus, disse eu, como podemos gastar isso? Não havia limites, ninguém tinha que prestar contas." (Pausa para meu pasmo).

Hora do 'acerto': FHC no poder
De acordo com Palmério Dória, a primeira parcela entregue pelo tesoureiro da Fundação Ford, Peter Bell, ao administrador do Cebrap, FHC, em fevereiro de 1969, foi de US$ 145 mil. "Nunca se divulgou o total, mas na USP dizia-se que pode ter chegado a US$ 1 milhão". Depois de ler tudo isso, penso que teríamos que usar uma dose cavalar de ingenuidade ou otimismo para considerar que o dinheiro da Fundação Ford (ou da CIA) foi apenas uma doação, e não um investimento. E que a ascensão política de Fernando Henrique Cardoso não teria sido nem um pouco construída por esse investimento. E que o topo dessa mesma carreira política, a tomada do poder como presidente da República do Brasil, não teria que dar uma contrapartida ao decisivo investimento. E que a contrapartida não seria, obviamente, o alinhamento do nosso governo federal de forma "ampla, geral e irrestrita" (e incondicional) aos interesses econômicos e políticos dos Estados Unidos. Delírio? Paranoia? Mistificação? Teoria da conspiração? Só isso? Quantos brasileiros/eleitores sabem dessa história?

A Alca fazia parte do 'projeto'
Na campanha eleitoral de 2002, me lembro nitidamente de José Serra, escolhido pelo PSDB para suceder FHC na presidência (foi seu parceiro de exílio "dourado" no Chile, no Cebrap, no PMDB e na criação do PSDB), prometendo aliar o Brasil de imediato à Área de Livre Comércio das Américas, a finada Alca. Palmério Dória afirma que, "com a Alca (...), felizmente enterrada, estaríamos transformados em quintal verdadeiro dos Estados Unidos, não apenas metafórico. Não teríamos uma política externa independente, nem o equilíbrio comercial que constitui a China, 'nosso maior importador'. Antes nos limitávamos a Estados Unidos e Europa, 'e os dois foram para o buraco'. Agora, além da China, nos voltamos para toda a América Latina, ao passo que (...) Serra ataca Hugo Chávez, Cristina Kirchner, Evo Morales". Sim, escapamos disso. Mas milhões de brasileiros/eleitores defendem o PSDB, o governo de FHC e seu entreguismo (ou seria "Dependência e Desenvolvimento"?). E os Estados Unidos espionam um governo federal finalmente - e felizmente - não alinhado aos seus interesses (sabe-se lá com que interesses!). Enquanto isso, a Fundação Ford e o Cebrap vão muito bem, obrigado.

quinta-feira, novembro 07, 2013

Se a Ponte passar pelo Vélez, pega S.Paulo na semifinal

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A Copa Sul-Americana vai afunilando e dois times já estão garantidos nas semifinais: o argentino Lanús, que eliminou o compatriota River Plate, e o brasileiro São Paulo, atual campeão, que garantiu a classificação ao segurar um empate sem gols na Colômbia, ontem, contra o Atlético Nacional. Por enquanto, o time de Muricy Ramalho aguarda o classificado do confronto entre o paraguaio Libertad e o também colombiano Itagui (os paraguaios venceram por 2 x 0 o primeiro jogo, em casa, e o segundo acontece hoje). Porém, como o regulamento veda a presença de dois times do mesmo país na decisão, o São Paulo poderá enfrentar na semifinal a Ponte Preta, caso ela consiga eliminar o argentino Vélez Sarsfield (houve empate sem gols em Campinas e a volta ocorrerá hoje, em Buenos Aires). Disputada desde 2002, a Copa Sul-Americana já teve, em suas 11 edições, cinco títulos argentinos (dois do Boca Juniors e outros do San Lorenzo, Arsenal de Sarandí e Independiente), dois brasileiros (Internacional e São Paulo), um peruano (Cienciano), um mexicano (Pachuca), um equatoriano (LDU) e um chileno (Universidad de Chile).

Para garantir o lugar nas semifinais deste ano, o São Paulo passou aperto em Medellín. Em 90 minutos, foram 7 finalizações certas e 15 erradas do Atlético Nacional, contra apenas 6 finalizações (erradas) dos brasileiros. Sim, a proposta era a de se defender, pois, se os colombianos somassem mais um gol aos que marcaram na derrota por 3 x 2 no Brasil, o time de Muricy Ramalho poderia se complicar. Porém, como o adversário precisava da vitória e se lançou ao ataque desde o início, o jogo deu várias brechas para contra-ataques dos sãopaulinos, infelizmente não aproveitadas. Culpa de Jadson, que mais uma vez não aproveitou a chance como titular para mostrar serviço como "garçom", ou seja, fazer a ligação do meio com o ataque, e de Luís Fabiano, que não fez NADA lá na frente e decepcionou totalmente (mais uma vez...). Assim, Ademilson deve mesmo ser efetivado como segundo atacante, junto com Aloísio, e Ganso ganha o respaldo e o incentivo tanto da comissão técnica quanto da torcida para comandar o time nesta reta final da Copa Sul-Americana. O título vale vaga na pré-Libertadores, não é pouca coisa. Vamo, São Paulo!



quarta-feira, novembro 06, 2013

No topo do mundo

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Assim como Pelé e Coutinho nem precisavam se olhar para devastar defesas adversárias, uma foto daquelas que justificam que "uma imagem vale mais do que mil palavras" flagra o entendimento que surge entre Neymar e Messi, dois dos maiores gênios do futebol atual. (Foto: AFP)

'Sacou, parceiro?' - parece dizer a piscadela de um gênio para outro em jogo do Barça

terça-feira, novembro 05, 2013

Audiência da terceirona e direitos de transmissão do futebol na TV

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Só para lembrar que, a exemplo da Argentina, seria muito saudável para o Brasil que os direitos de transmissão de competições esportivas passassem por rediscussão, garantindo ao torcedor o direito de assistir a partidas de seu time.

Via NTV:
TV Brasil derrota Globo no Recife com Série C do Brasileirão

(...) TV Brasil experimentou a liderança da audiência no último domingo (3), no Recife, com a transmissão do jogo entre Santa Cruz e Betim, válido pelas semifinais da Série C do Campeonato Brasileiro.
Durante a transmissão da partida que garantiu o time pernambucano na segunda divisão do futebol nacional, a emissora pública registrou média de 11,5 pontos de audiência e picos de 19,4.
A Globo, que transmitia a Série A do Brasileirão, ficou em segundo lugar, com apenas 8,5 pontos. (...) Cada ponto equivale a 11 mil domicílios na Grande Recife.
Para fazer as contas: média de 126,5 mil domicílios, picos de 213,4 mil. Só em Recife. Vai, Santinha!

Pena que nenhuma emissora aberta pôde transmitir a conquista do Botafogo-PB sobre o Juventude na Série D, subindo para a terceirona...

segunda-feira, novembro 04, 2013

Vitória salvadora e algumas observações sobre o S.Paulo

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Muricy Ramalho merece uma estátua no Morumbi. O que ele conseguiu fazer em míseros dois meses pode ser considerado, sim, um milagre. A vitória por 2 a 1 sobre a Portuguesa levou o time aos 46 pontos e praticamente o salvou do rebaixamento no Campeonato Brsileiro (embora matemáticos mais pessimistas insistam na necessidade de mais um ou dois empates). Isto posto, gostaria de fazer algumas observações sobre três "verdades" - ou melhor, opiniões - hegemônicas na mídia que, de forma alguma, considero procedentes.

1 - 'Trabalho' de Paulo Autori
Dizem que Muricy só continuou o trabalho implantado por Paulo Autuori. Discordo. Muricy mudou o esquema de jogo, passou a atuar com três zagueiros ("inventando" Rodrigo Caio como líbero), encostou na reserva Osvaldo, Jadson e Fabrício (o "homem de confiança" de Autuori), oficializou Ganso como único homem criador no meio de campo (e mais adiantado), recuperou Maicon e Ademilson e fez o time ser eficiente na bola parada. O que fez Autuori? Dez derrotas em 17 jogos. Isso resume tudo.

Esta "louvação" à Paulo Autuori leva à minha segunda discordância. A mídia "comprou" - ou, pelo menos, não se dignou a contestar - a afirmação de Rogério Ceni de que o legado de Ney Franco foi "zero". Mentira. O trabalho de Ney no 2º turno do Brasileirão de 2012 foi semelhante ao de Muricy agora, com a diferença (crucial, claro) de que ele não pegou o time ameaçado de rebaixamento. Mas, pela primeira vez em quatro anos, montou um time muito bem definido e competitivo. Autuori fez algo parecido?

2 - Trabalho de Ney Franco
Ney "inventou" um ataque com dois pontas e um centroavante, classificou o clube para a Libertadores após dois anos e ganhou um título depois de quatro temporadas na "fila". Não é pouco (não mesmo!). Mas o que aconteceu em 2013? As velhas e desastrosas interferências de Juvenal Juvêncio: Lúcio já veio como titular absoluto e bagunçou a defesa; Ganso, sem condições, teve a escalação forçada e bagunçou o meio; ninguém repôs a ponta com a mesma característica de Lucas, o que bagunçou o ataque.

Pra piorar, Cortez, que havia feito um segundo semestre de 2012 tão brilhante que recebeu uma proposta internacional (recusada) de R$ 18 milhões em dezembro, SUMIU de uma hora pra outra, de forma inacreditável e inexplicável - o que bagunçou a lateral tanto na defesa quanto no apoio ao ataque. Outro azar de Ney: a grave contusão de Negueba, que poderia fazer a função de Lucas (com muito menos qualidade, claro, mas com mais propriedade). Por tudo isso, não culpo Ney Franco. Pelo contrário.

3 - 'Cobras criadas'
Tem uma outra coisa que o camarada Glauco observou logo no início de 2013 e que faz todo o sentido, a de que o São Paulo tinha muita "cobra criada" (leia-se: Rogério Ceni, Lúcio e Luís Fabiano), ou seja, jogadores que peitam técnico e formam panelinhas internas, e que Ney Franco não é um técnico acostumado a lidar com isso. Talvez seja por esse motivo que ele não se dê tão bem em times "grandes". Autuori chegou e barrou Lúcio. Agora, Muricy faz o mesmo com Luís Fabiano. É sintomático.

Por fim, a terceira "verdade" que vem sendo apregoada pela mídia, sobre a "motivação" que voltou ao elenco com Muricy Ramalho. Trata-se de meia-verdade. O que acontece é o seguinte: desde que Muricy saiu, em 2009, nenhum treinador teve pleno comando do time. Juvenal sempre se meteu e desautorizou publicamente quase todos eles. Alguns exemplos: a imposição de Rivaldo à Carpegiani, a "desescalação" de Paulo Miranda de um jogo comandado por Leão, a imposição de Lúcio à Ney Franco.

4 - Desautorizações de Juvenal
Todos esses episódios minaram o poder dos técnicos sobre o elenco, afinal, ficou claro que eles não mandavam nada perto de Juvenal. E a pior desautorização ocorreu justamente com Ney Franco, quando, logo após as eliminações do Paulista e da Libertadores, Juvenal expurgou seis jogadores para a "Sibéria" de Cotia e reabilitou o renegado Juan. Isso NINGUÉM da mídia se lembra de dizer, mas foi ali o início da inevitável crise sãopaulina. Ali, todo jogador passou a ter MEDO da diretoria.

Foi então que, quando o navio já tinha feito água a ponto de ficar só a ponta do mastro para fora, e visivelmente sem condições de reagir, Juvenal se tocou (ou foi pressionado pelo seu grupo político a se tocar) e telefonou para Muricy. Eu imagino que o treinador tenha feito uma única EXIGÊNCIA: "Juvenal, eu encaro. Mas você não interfere em nada!". E assim foi feito. Prova disso é que Juvenal desapareceu da mídia. Muricy não veio com "motivação", mas sim com AUTORIDADE. E resolveu.

5 - Muricy quer autoridade permanente
Agora, com o sucesso alcançado, Muricy dá a entender que sua continuidade no São Paulo não é tão certa quanto parece. A mídia especula que o problema é dinheiro. Na minha opinião, não é o caso. O que Muricy teme é que, passada a tormenta, Juvenal assuma novamente a postura de déspota e volte a interferir desmedidamente no trabalho da comissão técnica. A começar pelas contratações para 2014, que, se Muricy não tiver liberdade para vetar, serão novamente desastrosas. Esse é o "nó" da questão.

Mas Muricy "ganhou" o elenco e é ídolo da torcida. Espero que Juvenal Juvêncio tenha BOM SENSO e leve isso em consideração.




sexta-feira, novembro 01, 2013

Nova definição de comunismo

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"Qualquer petição, no Brasil, feita em defesa do ser humano não chega a ter nem 10% das em defesa de cachorro ou defesa de qualquer outra coisa - isso é o comunismo."

(Extraído de um comentário em post sobre o Instituto Royal)

George Orwell já sabia...

Mais da ciência do óbvio: estudo diz que beber com amigos duas vezes por semana reforça a saúde

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O manguaça (tá na cara!) inglês Robin Dunbar
Trabalho coordenado por Robin Dunbar (tinha que ter "bar" no nome...), diretor do grupo de pesquisa social e evolucionário de neurociência da Universidade de Oxford, no Reino Unido, apontou que os homens devem sair para beber com os amigos duas vezes por semana se quiserem reforçar sua saúde. Como o viés é muito machista, prefiro entender que a prática beneficia não só os homens mas todos os que integram os 29 sexos da atualidade. O estudo indica que é bom aproveitar a cachaçada para conversar, socializar e rir coletivamente. Mas adverte que a prática de esporte - por equipe - também é um fator contribuinte para melhorar a saúde. Bom, tudo é uma grande obviedade, sem dúvida. Até o Marcos Assunção tá careca de saber que beber, conversar e rir num bando de bebuns descontrai, relaxa, tranquiliza e renova as energias. Mas é interessante um estudo acadêmico favorável à manguacice sustentável e coletiva, em tempos tão caretas de restrições oficiais (proibição de fumar cigarro no bar ou de beber cerveja em estádios de futebol, por exemplo) e de culto ao individualismo máximo na sociedade de consumo (vide isolamento cômodo das "relações" assépticas em redes sociais). Aliás, é isso o que o Futepoca, um projeto raro de blog coletivo, propõe: unir, ampliar, compartilhar - e beber, claro. Dunbar ainda diz que as pessoas devem se reunir em um mínimo de quatro pessoas, a fim de colherem "benefícios da amizade", o que também ajuda na hora de pagar a conta.... Fazer o quê, então? AO BAR, MEUS AMIGOS! SAÚDE!

quinta-feira, outubro 31, 2013

Viva o Saci, mascote do povo na Copa do Mundo de 2014!

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POR MOUZAR BENEDITO*

Parece óbvia a pergunta, a Fifa, todos sabemos, já escolheu o tatu-bola que, coitado, recebeu um nome pra lá de infeliz, Fuleco. Ele está escolhido e pronto, não é?

Não, não é. O Fuleco é mascote da Fifa. Não vi até hoje o coitado ser tratado como mascote pelo povo. E o povo tem razão: não fomos nós que o escolhemos. Seus aparecimentos nos gramados são burocráticos e sem graça, sem aplausos, sem ganhar a simpatia de ninguém.

O Fuleco é mascote dos bastidores, da manipulação de grana, dos burocratas.

Saci, o mascote do povo
Tenho ouvido muita gente declarando apoio ao Saci para ser mascote. Mas mascote do povo, não da Fifa.

Deixemos que o Fuleco compareça aos estádios junto com estrangeiros e com brasileiros que têm grana pra ir lá. Nos bares, em casa, nas reuniões de amigos para assistir aos jogos, o Saci há de ser o escolhido e comemorado.

Nós o havíamos indicado, com um monte de justificativas. Relembro algumas:

- Ele é de origem indígena, tornou-se negro e “ganhou” o gorrinho mágico presente em muitos mitos europeus, então é uma espécie de síntese da formação do povo brasileiro, que é uma mistura desses três grandes povos, além dos orientais que vieram pra cá quando a figura do Saci já estava pronta.

- Ele é negro, como a maioria dos nossos jogadores de futebol, e essa negritude, num país que não superou o racismo, é importante como símbolo de uma luta por igualdade. É também perneta, o que representa outra bandeira de luta nestes tempos que se fala tanto de inclusão. Além disso é e pobre, não tem nem roupa, e mora no mato. Com três motivos para ser “infeliz”, ele é gozador, brincalhão, aprontador, divertido. Enfim, um brasileiro autêntico, dos bons.

- Ele é um ser libertário. Uma das lendas sobre a perda de uma das pernas do Saci é que quando se tornou negro ele foi escravizado por um fazendeiro e era mantido à noite, na senzala, preso a um tronco por uma perna, com grilhões. Uma noite, ele cortou a perna presa e fugiu: preferia ser um perneta livre do que um escravo de duas pernas.

- Hoje em dia fala-se tanto em ecologia, proteção e recuperação do meio ambiente... E aí está o Saci de novo, como protetor da floresta.

- Ele é popular, conhecido de todos os brasileiros, e existem desenhos dele feitos por um montão de gente, e até as crianças o desenham e se divertem com ele. Aí está um motivo para ele não ser o escolhido da Fifa: não dá lucro aos mercenários do esporte. Inventaram uma mascote (nada contra o tatu-bola) e registraram três nomes como marcas pertencentes à Fifa para depois anunciar a escolha e pôs os três nomes em votação pela internet, os três horrorosos. Nem ao menos tiveram a dignidade de deixá-lo com seu próprio nome, tatu-bola. Virou Fuleco.

- O Saci faz parte da nossa cultura popular e, se fosse “eleito”, seria assumido pela população, ao contrário do tal Fuleco, pra quem todo mundo torce o nariz.

Então, repito, vamos torcer para que se realize no Brasil uma bela Copa do Mundo, apesar da submissão do país à Fifa, e que a seleção brasileira jogue bonito e vença. Mas protestando contra a corrupção, contra os desmandos da Fifa, contra a mercantilização do esporte e contra tudo de ruim, todas as tramoias que tentam nos enfiar goela abaixo. E festejando o que tem de bom: a alegria do futebol bem jogado e bonito, a nossa riquíssima cultura, o nosso jeito de ser e viver.

Que a Fifa reine em outras plagas. Aqui é Saci!
O Fuleco estará nos estádios superfaturados da Copa? Pois bem, nas ruas, nas praças que queremos que continuem sendo do povo, festejaremos com o Saci. Que cada um o desenhe, pinte, faça escultura dele com sua arte e sua criatividade, não tem que ser “um” Saci oficial, imposto. Muitos cartunistas devem oferecer criações bem-humoradas do Saci Mascote, para serem usadas por quem quiser. Mas quem não quiser nenhuma delas pode desenhar, pintar ou esculpir seu próprio Saci, o Saci do seu grupo, da sua turma.

Os Sacis são democráticos. Ninguém vai pagar royalties em nome dele.

Enfim, viva o Saci, mascote do povo na Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Não nos submeteremos a nenhum império. Que a Fifa vá reinar em outras plagas!

*Mouzar Benedito, mineiro de Nova Resende, é geógrafo, jornalista e também sócio fundador da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci). Confira seu blogue aqui

Romarinho gera 'protesto' com pinga, uísque e vodka

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Torcedores chamaram Romarinho de 'cachaceiro' (Foto: Renato Rodrigues/Lance!)
Revoltados com a baixa produtividade dos atacantes do Corinthians, torcedores fizeram um protesto inusitado em frente ao Centro de Treinamento Joaquim Grava nesta quinta-feira. Muitos estavam com nariz de palhaço, gritando contra Alexandre Pato (que perdeu pênalti na sequência de cobranças contra o Grêmio, em partida que eliminou o time da Copa do Brasil) e Emerson Sheik (que causou polêmica há algum tempo ao postar foto na internet dando uma bitoca em um amigo). Mas o alvo principal - e que mereceu maior produção no "protesto" - foi Romarinho, acusado de estar abusando das "baladas" paulistanas. Os torcedores levaram uma mesa repleta de garrafas de pinga, conhaque, uísque, vodka (e até Jurubeba Leão do Norte") e chamaram o jogador de "cachaceiro". Quer saber? Esse "aparato" deu a maior pinta de que o "protesto", na verdade, era tudo desculpa pra beber! Ou alguém acha que as garrafas foram carregadas - cheias - de volta pra casa?!?? Sei...

Antônio Carlos: o nome da reação

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Zagueiro chegou e já estreou com vitória
Mais do que o afastamento de Jadson e Osvaldo, a recuperação de Ademilson e Maicon e a confiança total em Rodrigo Caio e Ganso, a nova passagem de Muricy Ramalho como treinador do São Paulo, que já alcançou uma reação inacreditável em menos de dois meses (após um longo período de derrotas e vexames), ficará marcada por um nome: Antônio Carlos. O zagueiro chegou em  meados de agosto para preencher uma lacuna de emergência, pois o clube havia emprestado Rhodolfo ao Grêmio e afastado o medalhão Lúcio definitivamente, a pedido do técnico Paulo Autuori. Por isso, precisou recorrer às pressas, mais uma vez, ao empresário Eduardo Uralam - que já havia trazido Juan, Cortez, Carleto, Edson Silva, João Fillipe, Maicon e Aloísio. O negociante trouxe os zagueiros Antônio Carlos e Roger Carvalho (que recupera-se de cirurgia e ainda não estreou) e o atacante Welliton. Logo na estreia de Antônio Carlos, no dia 25 de agosto, o São Paulo derrotou o Fluminense por 2 a 1 - a primeira vitória depois de 12 rodadas e quase três meses sem resultado positivo no Campeonato Brasileiro. Bom sinal.

Antônio Carlos no Botafogo: de 2011 a 2013
O curioso é que o zagueiro, cria das categorias de base do Olaria, foi revelado profissionalmente justo pelo Fluminense, onde jogou de 2003 a 2005, até se transferir para o Ajaccio, da França. E o segundo jogo com a camisa do São Paulo (um bom empate sem gols, no Rio) aconteceu, também curiosamente, contra o Botafogo - time pelo qual chegou a atuar neste Brasileiro e de onde veio contratado. Depois de ficar fora da derrota por 2 a 1 para o Criciúma, Antônio Carlos voltou na derrota por 2 a 0 para o Coritiba, que fechou o 1º turno e selou a demissão de Paulo Autuori. Foi então que Muricy Ramalho retornou e confirmou o zagueiro como titular, emplacando mais uma vitória logo de cara, contra a Ponte Preta (1 x 0). E a estrela de Antônio Carlos começou a brilhar: fechou o placar na vitória contra o Vasco por 2 a 0, no Rio (quando o Tricolor finalmente saiu da zona de rebaixamento), e marcou mais duas vezes no importante 3 a 2 sobre o Vitória. Porém, contundiu-se e saiu do time nas seis partidas seguintes.

Repatriado em 2007, jogador não emplacou
Ontem, a primeira partida das quartas-de-final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional da Colômbia, no Morumbi, marcou o retorno do zagueiro. E que retorno! Antônio Carlos voltou a marcar dois gols em uma partida, que decretaram a vitória por 3 a 2 e salvaram o São Paulo de amargar um resultado muito ruim, depois de tomar dois gols bobos (um em falha dupla de Rogério Ceni e Rodrigo Caio e outro, ironicamente, em um erro do próprio Antônio Carlos, que cabeceou a bola para trás e deixou um adversário livre para marcar). Muricy Ramalho rasgou elogios ao zagueiro-artilheiro e deu a entender que, se continuar no comando do time, o atleta será titular e um dos homens de confiança em campo - tudo o que o caríssimo Lúcio, o maior fiasco da temporada, não foi. Interessante é que o próprio Antônio Carlos já viveu decepção semelhante ao ser repatriado da França pelo Atlético-PR, em 2007, e não emplacar. Chegou a ser capitão e campeão paranaense em 2009, mas, na primeira crise, foi emprestado ao Atlético-GO. Depois, novo empréstimo e posterior venda ao Botafogo. Onde este ano, sem chances, pediu para ser vendido. Para sorte de todos nós, sãopaulinos!

Gol nos acréscimos e título carioca de 2005
Aos 30 anos, Antônio Carlos é a peça que faltava na defesa, no estilo de Fabão e de André Dias, que também marcavam muitos gols. E põe a bola na rede geralmente quando o time mais precisa, nos últimos minutos, como ontem, contra o Atlético Nacional, aos 45 do segundo tempo (veja vídeo com os gols da partida abaixo), ou contra o Vitória, faltando três minutos para o fim do jogo (assista clicando aqui). E está aí mais uma curiosidade sobre o jogador: foi exatamente um gol nos acréscimos, aos 47 da etapa final, que consagrou Antônio Carlos no Fluminense, ao decretar o título carioca de 2005 (assista clicando aqui) - fato que, com certeza, contribuiu para sua transferência para a Europa naquele mesmo ano. Tomara que essa impressão se confirme e que o zagueiro possa traçar uma longa passagem pelo São Paulo. Porque Edson Silva já veio apenas para ser opção no banco e Paulo Miranda (que ontem cometeu um pênalti não marcado pelo árbitro ao puxar um adversário pela camisa) e Rafael Tolói (que falhou feio no primeiro gol do Internacional, no domingo, pelo Brasileirão - assim como em dezenas de ocasiões na temporada) não inspiram muita confiança. E Roger Cavalho, que ainda não estreou, é uma incógnita e tem contrato curto. Antônio Carlos tem perfil para ser capitão do time, quando Rogério Ceni finalmente aposentar as chuteiras. Por enquanto, o zagueiro já é o nome da reação do time de Muricy. Vamo, São Paulo!


quarta-feira, outubro 30, 2013

O celular é o melhor amigo... da cerveja

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Automação da produção caseira da cerveja, mediada pelo smartphone. É o que promete o Brewbot, um projeto que captou 114,3 mil libras por meio da plataforma de crowdfunding Kick Starter. Mais legal do que produzir a cerveja é poder monitorar o processo do celular. Enquanto todos pensarem que você está lendo e-mail, fazendo check-in numa mídia social nova ou só vendo as últimas do facebookson, seu foco estará em algo muito mais profícuo.

Foto: Divulgação
Receita sob controle do smartphone. Nunca um celular pareceu tão espertinho.

Cansados de tomar as versões mais ou menos sem graça das grandes multinacionais da área, no mundo todo a horda de interessados em cervejas caseiras cresce continuamente. Mais público anda disposto a provar fermentados caseiros, mas isso não quer dizer, necessariamente, sinônimo de precariedade. E a tecnologia pode ter um papel e tanto para facilitar a vida dos nanoprodutores.

Foto: Divulgação
Enquanto proliferam os aplicativos para patrulhar o consumo de bebidas, assim como o controle sobre os itens disponíveis na geladeira e outras formas de transformar a vida em um jogo, o conjunto para produzir ocupa o espaço de uma geladeira mais um frigobar. Ou de um frizer horizontal (foto). Inclui recipiente de inox e outro de madeira, com termômetros, tubos, válvulas e outros detalhes necessários para produzir cerveja caseira.

A empresa que desenhou o produto, chamada Cargo, é irlandesa. Pelo jeito, automatizar o processo é uma forma de garantir mais estabilidade ao resultado final. Dá para imaginar o produtor (e apreciador) sentindo que, depois de uma leva bem sucedida, alguma medida a mais, algum tempo de descanso a menos e a produção seguinte não tinha o mesmo quê. Acompanhar o show pelo celular pode ser uma saída.

Usando Arduíno, um conjunto de hardwares de automação open source, que permite fazer robôs e rotinas avançadas, eles montaram a parafernalha. Com isso, é possível dar comandos para aumentar ou baixar temperatura, quantidade de água etc.


Mas nem tudo é automatizado.

Como na receita do bolo da avó -- aquela em que as duas xícaras de farinha viram uma e meia a depender da umidade do pó; ou da forma como cachaceiros legendários conheciam a qualidade da branquinha com o tato, em vez do paladar -- há margem para toques humanos na dosagem e combinação de maltes e na distribuição do lúpulo.

Importante: até provem o contrário, o robô também é incapaz de degustar o produto.

Mais detalhes do produto em: http://www.brewbot.io/

Via FastCoDesign.

terça-feira, outubro 29, 2013

Alex, o 'língua de trapo', critica Roger 'chinelinho'

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Sydney, 2000: Alex (10) faz o
gol da vitória sobre o Japão e é
abraçado pelo reserva Roger
Depois de escancarar para o jornal Lance!, em agosto, que "quem realmente cuida do futebol brasileiro é a Globo" (leia e veja o vídeo aqui) - o que, apesar de ser uma obviedade, foi a primeira vez que um jogador teve peito pra dizer isso em alto e bom som (e a prova de que incomodou foi que o próprio presidente de seu clube, o Coritiba, rebateu a afirmação) -, o veterano meia Alex agora resolveu comprar briga com o ex-jogador e hoje comentarista Roger Flores, que trabalha para a SporTV. Em entrevista para a revista Placar (veja vídeo aqui), Alex detonou:

- Eu não vi ele [Roger Flores] falar de mim, ainda, porque eu tô jogando. Então não consigo e também não busquei informação. Mas eu vi o Roger, por exemplo, comentando os jogos do Fluminense. Pô, difícil, cara! Difícil. Porque a gente conhecia o cara, a gente sabia como que o cara se comportava no dia a dia, a gente sabia o tipo de jogador que ele era, a gente sabia até onde podia contar com o cara. Aí você vê ele na televisão. Ele tá batendo forte em alguns jogadores, tá batendo forte. Mas, coisas que de repente ele veja hoje, não tem o sentimento mais de jogador, porque ele não tem, ele perdeu, hoje ele tá do outro lado, ele não é mais vidraça, ele é uma das pedras, e fala com a mesma irresponsabilidade que os outros falavam, entendeu? E eu não tô falando de mim, porque eu não vi, entendeu? Como eu tô jogando, eu não sei se ele comentou jogo nosso ou não, porque também tô cagando, tô nem aí pra isso. Mas eu tô falando de jogos que eu tava vendo e ele tava comentando. Então fala-se com a mesma irresponsabilidade de um outro cara.

Deco: 'Como se ele treinasse.'
Alex, que jogou com Roger pela seleção brasileira nas Olimpíadas de Sydney, em 2000, defendeu o também recém-aposentado meia Deco: "Aí ele [Roger] vem falar do Deco na televisão. Não dá pra falar dele. Quando o Deco jogava, a gente tinha de bater palma pra ele no fim do jogo”. Em abril deste ano, na SporTV, Roger afirmou que os jogadores do Fluminense “não treinavam muito e, por isso, erram muito passes”. Deco, que ainda não tinha pendurado as chuteiras, rebateu: “Como se ele treinasse muito”. Roger também disse, na TV, que o volante Edinho, do Fluminense, “precisaria de um [revólver calibre] 38 para matar uma bola”. A afirmação pegou tão mal que foi um jogador de outro time, Renato Abreu, que na época jogava pelo Flamengo, quem defendeu o colega criticado:

- Não costumo ver jogos pela TV, então ainda não vi o Roger comentando. Mas uma das maiores decepções que temos é quando ouvimos alguém que já jogou bola falando esse tipo de coisa [piada com o revólver calibre 38]. Uma coisa é o cara que nunca jogou bola, mas quem já esteve dentro das quatro linhas sabe como é difícil a nossa situação. Existem críticas construtivas, que temos que ouvir mesmo. Mas críticas direcionadas, como essa, incomodam. Assim como o domínio pode até não ser o forte de determinado jogador, o Roger também tinha suas deficiências. Ficamos surpresos quando acontece algo desse tipo com um cara que já jogou.

Roger no Timão: 'chinelinho'
Antes, em fevereiro, Roger já havia causado polêmica ao dizer que em estádio vazio fica mais fácil para jogador "dar migué": “O jogador tem posição em campo, mas naturalmente ele busca o espaço que sente mais à vontade. Mas com o técnico falando ali perto em um estádio sem a torcida, não dá para dizer que não ouviu” (leia aqui). Ou seja, presume-se que ele entendia muito bem e usava o "truque" quando jogava... E o curioso é que, em sua passagem pelo Corinthians, entre 2005 e 2008, Roger ganhou o apelido de "Chinelinho", pois vivia no Departamento Médico. Recentemente, a torcida do Corinthians até o comparou a Alexandre Pato, por um pênalti perdido nas cobranças contra o Figueirense, em 2005, que ajudou a desclassificar o Timão da Copa do Brasil. Sobre o apelido, Roger afirmou à Fox Sports (veja o vídeo aqui) que foi "um bobo" que inventou:

- Isso é uma das coisas que me fizeram estudar jornalismo. Acho que tem muito brincalhão falando de futebol, muita gente pouco preparada, que não sabe como as coisas acontecem dentro do time profissional. Foi um bobo que lançou isso aí, quando eu tava no Corinthians, quando eu quebrei a minha perna. E depois de quebrar a perna eu tive que acelerar pra poder voltar a jogar mais rápido, porque a gente ia disputar uma Libertadores. Eu tinha sido eleito o melhor jogador do campeonato em 2005 e aí, com essa aceleração, acontecem outros problemas. Se você não se recupera bem de uma lesão muito grave e volta antes do esperado, certamente você tem outros tipos de lesões, muitas vezes musculares. Isso aconteceu comigo e um bobo lançou esse apelido aí, que ele colocou em mim. Mas se você for contar, em pouco mais de dois anos que eu estive no Corinthians, eu fiz mais de 100 jogos.

Sem querer dar razão ao Alex ou ao Roger, a picuinha me parece remeter a uma questão maior: a tal liberdade de imprensa, que para muitos significa liberdade de achincalhar e ofender à vontade. Tudo bem, futebol é um assunto que, para o povão, não pode ser sisudo ou muito técnico. Logo, os comentaristas (que, para mim, são palpiteiros remunerados), em sua maioria, usam linguagem coloquial, descontraída e "de beira de gramado". No caso dos que são ex-jogadores, muitas vezes até chula (Neto, da TV Bandeirantes, é um dos que costumam extrapolar). Do outro lado, a maior parte dos jogadores de futebol também costuma ser "dodói" e refratária a qualquer tipo de crítica. Para mim, tudo se resume em "falar com propriedade". Se fosse pra falar que fulano não consegue "matar" uma bola, eu buscaria uma seleção de imagens comprovando isso. Se fosse pra falar que tais e tais jogadores não treinam, só acompanhando todos os treinos ou com fonte em on de alguém do clube falando. Caso contrário, é tudo palpite ou insinuação. Que dá margem para que muitos, como o Alex, contestem. Enfim, "quem fala o que quer ouve o que não quer".

segunda-feira, outubro 28, 2013

Juiz, Aloísio e Clemer dão vitória ao São Paulo

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Se a nova passagem de Muricy Ramalho como técnico do São Paulo tivesse que ser resumida em apenas uma característica, esta seria a capacidade de superação. Neste ano, tanto com Ney Franco quanto com Milton Cruz e Paulo Autuori, o time se abatia assustadoramente toda vez que tomava um gol. Se saía atrás no placar, fatalmente perdia o jogo. Agora, a postura é outra: o time luta, não desiste, não abaixa a cabeça. Nas últimas duas partidas, tomou muitos gols (5), mas conseguiu fazer mais (7). Ontem, em Caxias do Sul, o espírito "brigador" da nova "era Muricy" deu as caras novamente na vitória por 3 a 2 sobre o Internacional.

Mas deu as caras, também, o tal "apito amigo". Aloísio estava impedido no primeiro gol do São Paulo, mas nem o bandeirinha Luiz Antonio Muniz de Oliveira nem o árbitro Péricles Bassols se dignaram a invalidar o lance. E aos 32 minutos do segundo tempo Jorge Henrique sofreu pênalti mas o juiz marcou a falta fora da área, impediindo o que poderia ter sido o terceiro gol do Inter. Porém, os dois pênaltis a favor do São Paulo, ambos sobre Ademilson, foram marcados corretamente. E Aloísio, autor de todos os gols do Tricolor, converteu ambas as cobranças com maestria e mostrou por que deve preterir Rogério Ceni nisso.

Essa é outra característica da nova gestão de Muricy: Ademilson, Aloísio, Ganso, Reinaldo e mesmo Douglas têm se arriscado mais a invadir a área adversária driblando, o que favorece finalizações perigosas ou intervenções faltosas dos adversários. No mais, além do juiz e de Aloísio terem sido decisivos para mais uma importantee vitória sãopaulina, o técnico Clemer, do Inter, também colaborou - ao tirar do jogo o meia Alex na segunda etapa, justamente quando ele começou a aparecer com perigo no ataque, mandando uma bomba na trave e logo em seguida obrigando Rogério Ceni a fazer mais uma defesa complicada.

O São Paulo chegou a 43 pontos. Faltam mais 4 ou 5 para comemorar o milagre de escapar de um rebaixamnto que nunca na história esteve tão perto. Muricy vai merecer, com toda justiça, uma estátua no Morumbi. Vamo, São Paulo!


domingo, outubro 27, 2013

Pará, o gol contra mais rápido da História?

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Na noite do domingo (26), o Coritiba superou o Grêmio por 4 a 0 no Couto Pereira, resultado que afastou a equipe paranaense da zona da degola. Mas o que chamou mais atenção na partida foi o gol contra de Pará, um belo sem pulo que foi para as redes de Dida. Detalhe: em apenas  15 segundos de jogo. Veja abaixo:



Daí veio a dúvida, seria esse o gol contra mais rápido da História? De acordo com o Zero Hora, é o mais rápido em campeonatos brasileiros. Quanto ao registro mundial, não encontrei nenhuma fonte muito confiável, mas a RedeTV diz que o tento teria sido marcado aos 36 segundos, em um jogo na Polônia. Ou seja, Pará estaria ganhando...



Em Copas do Mundo, Gamarra marcou um tento contra aos 3 minutos na peleja Paraguai e Inglaterra, o mais veloz dos Mundiais. Muito distante do ala gremista...

Esperamos ainda a confirmação oficial da exata dimensão desse feito histórico. Ainda assim, pessoalmente acho esse gol do zagueiro Cléberson, do CSA, mais plástico que o do gremista. E olha que saiu em 20 segundos de jogo, no campeonato alagoano de 2012, belo feito também.



sábado, outubro 26, 2013

Palmeiras, matematicamente, de volta à Série A

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Com uma camisa amarela que lembra a da seleção brasileira de 1974 ou de 1978, o Palmeiras garantiu, matematicamente, o cabalístico número de 69 pontos ganhos na Série B do Campeonato Brasileiro. Matematicamente o time garantiu que fica entre os quatro primeiros da competição, ascendendo de volta à Série A, de onde nunca deveria ter saído.

Matematicamente, porém, é a segunda vez que todo palmeirense pensa, sente e fala essa frase: "volta à Série A de onde nunca deveria ter saído". Mas saiu em 2003 e em 2013. Que nunca mais se repita.

À esquerda, a camisa nova, em clima de "Pátria Amada, Palmeiras". À direita, uma réplica do uniforme do escrete canarinho de 1974. Não quis comparar a 10 de Rivellino com a de Valdívia, porque não compensa nem a piada.

Foram 343 dias matematicamente rebaixado, desde o empate de 1 a 1 com o Flamengo em 18 de novembro de 2012, até este 0 a 0 com o São Caetano, neste sábado, 26 de outubro de 2013. Realmente, precisa jogar os seis certames que constam na tabela. Moralmente, precisa assegurar o título da competição -- aliás, essa é a única forma moralmente tolerável de subir de volta.

Só que a Série B não acabou.

Para 2014, ano da Copa do Mundo, o Palmeiras vai precisar de muito mais do que uma camisa amarela para lembrar uma seleção. Vai ter de trocar muitos dos integrantes do elenco, perder a característica de time de Série B e melhorar o nível do elenco. Ainda que o campeonato principal esteja em um nível sensacional, há significativamente mais sustância nos times da parte de cima da tabela da Série A do que a demonstrada pelo Palmeiras em 2013.

Mas esses já são temas para outros dias. Por ora, comemore-se, comemore-se.

Em tempo: Lembro-me de ouvir Roque Citadini, corintiano, comparar a comemoração da volta com a do regresso de um primo da prisão. Fez isso em 2003, contra o irmão palmeirense e em 2008, ante si próprio.

Não é nada disso. É menos do que a Copa do Brasil de 2012. Nem título é. Mas tem que festejar.

sexta-feira, outubro 25, 2013

Salvem as pedras!

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Nenhum beagle sofre a tortura da água mole que bate até que fura!


quinta-feira, outubro 24, 2013

Ciência do óbvio: dinheiro e poder estragam as pessoas

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Um vídeo com mais de 1 milhão de acessos - somente em inglês, sem legendas/ clique aqui -, intitulado "Money on the Mind" ("Dinheiro na mente"), lista algumas conclusões de uma série de estudos feitos por psicólogos da Universidade da Califórnia sobre como as pessoas de diferentes classes sociais se comportam em situações em que se deve tomar uma decisão ética ou moral. O resultado comum é que, quanto mais dinheiro ou poder as pessoas têm, maiores são as chances de:

- Não parar para pedestres passarem;
- Comer comida que deveria ser de crianças;
- Trapacear em jogos de tabuleiro;
- Achar que têm direito a coisas que na verdade são privilégios;
- Não ajudar outras pessoas.

Ou seja, segundo o estudo, "os indivíduos da classe alta se comportam de forma mais antiética do que os indivíduos da classe baixa". E mais: o comportamento de pessoas que não são ricas ou poderosas muda em experimentos em que elas são colocadas numa posição de maior status. "Fica bastante claro por que não é desejável uma sociedade com grandes disparidades sociais. O dinheiro fode com a cabeça das pessoas", resumiu o camarada Lineu Holanda, que desencavou o estudo.

Dá o que pensar quando lembramos, por exemplo, do (malfadado) movimento "Cansei" (foto acima), de 2007, espécie de "protesto" da elite "pela ética", a "moral" e os "bons costumes" - postura reeditada recentemente por atrizes globais que fizeram fotos como se estivessem "de luto". O estudo nos remete também à campanha "moralizante" que nossa imprensa despeja diariamente - e maciçamente - sobre o povo, "contra a corrupção". Contradição? Pensando bem, é até óbvio...

Uma noite, dois goleiros (veteranos)

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"Um dia da caça, outro do caçador." Eis que, num prazo exato de dez dias, Rogério Ceni foi do inferno (ao perder um pênalti e desperdiçar a vitória no último minuto do clássico contra o Corinthians) ao céu (fazendo pelo menos seis milagres e outras duas defesas difíceis na partida contra o Universidad Católica, no Chile, que garantiu o São Paulo na próxima fase da Copa Sul-Americana). Muitos críticos e torcedores estão considerando a atuação de ontem como uma das melhores de toda a carreira do goleiro, comparável à da decisão do Mundial de 2005 contra o Liverpool.  Pelo o que ouvi do veterano e consagrado comentarista Claudio Carsughi, na Rádio Jovem Pan, o São Paulo teria levado uma goleada histórica do Universidad Católica não fosse o "muro" Rogério Ceni, como ele o classificou. Mesmo com tantas defesas fantásticas, o time de Muricy Ramalho tomou três gols e só venceu porque o atacante Aloísio também estava em noite inspirada - fez dois gols e deu passe para mais um, de Ademilson (Welliton fechou a conta em 4 x 3). Aos 40 anos, Ceni quer encerrar a carreira em dezembro, ao fim desta temporada.


Curiosamente, na mesma noite, outro goleiro veterano também viveu momento histórico. Mesmo que as cobranças de pênaltis dos corintianos Danilo, Edenílson e Pato tenham sido absurdamente péssimas (bem piores, por exemplo, que as quatro últimas perdidas por Rogério Ceni este ano), Dida, 39 anos, pegou as três e classificou o Grêmio para a próxima fase da Copa do Brasil. Foi simbólico, por dois motivos: 1) Dida, no fim dos anos 1990, destacava-se justamente como insuperável "catador" de pênaltis (e, ao contrário de ontem, defendia chutes muito difíceis); 2) O goleiro já havia praticamente encerrado a carreira e disputava partidas de futebol de areia quando, em maio de 2012, "ressuscitou" na Portuguesa, onde teve ótima passagem, a ponto de despertar o interesse do Grêmio (algo parecido com o que ocorreu com o atacante Edmundo, resgatado do Nova Iguaçu pelo Figueirense, em 2005, o que possibilitou sua volta ao Palmeiras e ao Vasco). A vitória na sequência de pênaltis contra o Corinthians pode não ter sido pela competência de Dida. Mas ele merece esse tipo de consagração, antes de se despedir dos gramados.


Outra coincidência é que Rogério Ceni e Dida são dois dos maiores goleiros de sua geração - ao lado do ex-palmeirense Marcos, que os deixou no banco de reservas na Copa (e no título) de 2002. Dida profissionalizou-se no Vitória em 1992, aos 18 anos, quando já faturou o campeonato baiano (e no ano seguinte despontaria no cenário nacional ao sagrar-se vice-campeão brasileiro). Ceni, por sua vez, profissionalizou-se em 1993, ano em que conquistou a Libertadores, a Supercopa e o Mundial como reserva, e destacou-se como titular do "Expressinho" (time B) do São Paulo campeão da Conmebol, no ano seguinte. Hoje, ambos estão próximos da aposentadoria. Mas, debaixo das traves, ainda são capazes de fazer atuações memoráveis - outro dia Dida, por exemplo, fechou o gol na vitória por 1 x 0 do Grêmio contra o São Paulo, no Morumbi. Mais interessante ainda é que eles têm estilos completamente diversos, assim como diferiam do já aposentado Marcos. Prova de que o Brasil sempre foi capaz de produzir goleiros de primeira linha, na esteira do recém-falecido Gilmar dos Santos Neves. Parabéns, Ceni! Parabéns, Dida!

Cada um é para o que nasceu. Pato não é Loco Abreu

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Alexandre Pato cobra o último pênalti da disputa entre Corinthians e Grêmio, nas quartas de final da Copa do Brasil de 2013.



Sebastián Loco Abreu cobra o último pênalti na disputa entre Uruguai e Gana pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2010.



Interpretação curiosa da penalidade cobrada por Alexandre Pato.