Destaques

sábado, dezembro 14, 2013

Como Fernando Haddad enxerga a comunicação

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Abaixo, trechos da entrevista concedida pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a Cristiane Agostine, do jornal Valor Econômico, publicada no dia 12:

Para Haddad, comunicação e publicidade são iguais (Foto Henrique Boney)
Valor: O senhor enfrenta dificuldades para melhorar a aprovação da gestão até mesmo entre os mais carentes, que devem ser beneficiados com o Bilhete Único Mensal e as faixa de ônibus. A que atribui isso?

Fernando Haddad: Jornalista se preocupa muito com pesquisa. Governante tem um outro tempo. O meu tempo é de quadrianual. Peço menos ansiedade.

Valor: Mas as pesquisas mostram que suas ações não têm se refletido em apoio, nem entre os que estão sendo beneficiados...

Haddad: E as campanhas de desinformação que foram feitas? Tem gente em Guaianases [zona leste] achando que o IPTU vai aumentar 200%. É muita desinformação, sobretudo sobre temas polêmicos como o IPTU. Vi programas de rádio dizendo que o IPTU ia aumentar 200%, sendo que na periferia vai cair.

Valor: O senhor vai mudar a comunicação da prefeitura?

Haddad: Sou contra gastar rios de dinheiro com publicidade
[Grifo nosso]

Na pergunta direita feita a respeito da comunicação da prefeitura de São Paulo, a sucinta resposta do prefeito equipara comunicação à publicidade. Se Haddad realmente tem essa visão, explica-se em parte o porquê de sua popularidade estar no nível que está.

Seria bom se ele lesse a entrevista do coordenador de seu programa de governo, Aldo Fornazieri, à Rede Brasil Atual. Aqui. Talvez mude um pouco o seu ponto de vista.

sexta-feira, dezembro 13, 2013

"Eu sou Série B, caralho!"

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O torcedor do Paraná Clube no vídeo abaixo queria só uma coisa: assistir ao jogo do Paraná Clube na Série B. Mas Caroline, a atendente da NET, não conseguia resolver o problema do assinante. E dá-lhe irritação.



Em tempo: apesar de ser um fanático paranista, o bravo homem fala em frente a um cooler do Santos. Vai entender...

E alô, torcida do Vasco. Lembrem de trocar o pacote da Net para 2014 desde já, assim evita-se a irritação verificada acima.

(Via Não Salvo)

quinta-feira, dezembro 12, 2013

Telê não ouviu o conselho do João

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Selo do compacto que tocou horrores em 1982
Tempos atrás, relembrei aqui no Futepoca a época em que o samba ainda dominava as ondas do rádio, pouco antes da explosão do chamado "Rock Brasil" e de centenas de bandas pop, em 1982, detonada pelo lançamento de "Você não soube me amar", da trupe carioca Blitz. Naquele mesmo ano, um dos sucessos mais tocados tinha sido "Meu canarinho", de Luiz Ayrão, composto especialmente para a Copa da Espanha. Curioso é que, recentemente, li "Meus ídolos e eu", livro que compila causos bem humorados escritos por Ayrão sobre colegas de música - e, entre eles, um ocorrido no período de disputa daquele mundial de futebol. Diz o autor:

João Gilberto: bronca
Fagner: ligação fatídica
"Apaixonado por futebol, meu amigo Fagner resolveu ir à Espanha torcer in loco pela Seleção Brasileira de 82. Exatamente, no dia de viajar, mais precisamente na hora de sair para o aeroporto, recebeu um telefonema. Mal disse alô, a voz do outro lado apresentou-se em tom grave e solene: 'Fagner, é João Gilberto!' João, àquela hora e daquele jeito? Logo a seguir veio aquele pedido inusitado e quase que premonitório: 'Diga ao Telê pra não colocar no time nem Valdir Peres nem Serginho Chulapa, tá bom? Boa viagem!' E, simplesmente, desligou.
Como todos sabemos de cor e salteado, passados os três jogos [sic] cheios de euforia, veio o desastre diante da Itália. Fagner permaneceu uns dias na Espanha, e depois foi dar um giro pela Europa na esperança de curar a ressaca. Ao retornar, quase um mês depois, chegou em casa, arriou as malas, abriu as cortinas e o telefone tocou. Mal disse alô, e de novo aquela voz grave, solene, triste, mas peremptória: 'Fagner, você não falou com o Telê!!!' E, simplesmente, desligou."

Fagner, Sócrates e Telê, na Espanha: o cantor teve oportunidade para dar o recado
Figurinha da Copa de 1982
Realmente, se não podem ser apontados como responsáveis pela derrota, o goleiro Waldir Peres (a grafia correta de seu nome é com W) e o centroavante Serginho Chulapa, que compunham o trio de sãopaulinos titulares da seleção com o zagueiro Oscar, não fizeram nada que justificasse suas convocações e escalações. Como comentou comigo o camarada Frédi, se Waldir não chegou a falhar ou "frangar", também não fez uma partida ou uma defesa digna de lembrança. E, quando o time vai mal, sempre se espera que o goleiro salve a situação - Barbosa que o diga! Waldir não conseguiu parar Paolo Rossi. E hoje, três décadas depois, pode parecer absurda a opção de Telê por ele, numa época em que jogavam Raul (Flamengo), João Leite (Atlético-MG), Marola (Santos), Leão (Grêmio) e mesmo os reservas naquela Copa, Carlos (Ponte Preta) e Paulo Sérgio (Botafogo). Acontece que o treinador tirou suas últimas dúvidas e "fechou" o grupo em 1981, quando Waldir estava, provavelmente, na melhor fase de sua carreira. E teve uma oportunidade a qual, literalmente, agarrou com as mãos.

João Leite durante o Mundialito
Telê testou outros goleiros. Em janeiro de 1981, o titular no Mundialito do Uruguai foi João Leite - mas o Brasil perdeu a decisão justamente para os donos da casa. Logo depois, em fevereiro, o goleiro do Atlético-MG atuou pela última vez em um amistoso contra a Colômbia, em Bogotá (empate em 1 x 1), e Telê Santana decidiu apostar em Waldir Peres para a disputa das Eliminatórias da Copa da Espanha. O sãopaulino tinha se destacado na conquista do Paulistão de 1980 e seria bi naquele ano, além de vice do Brasileirão. Deu sorte: foram cinco vitórias seguidas do Brasil nas Eliminatórias e mais uma num amistoso contra o Chile, em março. Mas a confirmação de Waldir como titular viria em maio, quando a seleção viajou para fazer três importantes e difíceis amistosos na Europa. Ali, o "futebol arte" do time de Telê começou a encantar o mundo, com vitórias sobre a Inglaterra, em Wembley (1 x 0), a França, em Paris (3 x 1), e a Alemanha, em Stuttgart (2 x 1). Nesta última partida, em 19 de maio, o goleiro do São Paulo viveu, talvez, o seu momento máximo no futebol.

O cabeludo Breitner, da Alemanha
Os brasileiros já venciam por 2 x 1 quando o zagueiro Luizinho, do Atlético-MG, cortou um cruzamento de Rummenigge com mão e o juiz inglês Clive Withe marcou pênalti (esse mesmo defensor cometeria duas penalidades não marcadas pela arbitragem na partida de estreia do Brasil na Copa da Espanha, contra a União Soviética). O lateral-esquerdo alemão Paul Breitner, campeão mundial em 1974, foi para a cobrança. E Waldir Peres defendeu! Porém, o árbitro mandou voltar, alegando que o goleiro tinha se adiantado. Na segunda tentativa, o alemão trocou de lado. E Waldir pegou mais uma vez, garantindo a vitória brasileira! (clique aqui para ver reportagem sobre esse jogo - e repare no manguaça alemão que dá entrevista em português, segurando uma garrafa de cerveja). Breitner ficou atônito. A torcida alemã também. E Telê Santana "bateu o martelo" sobre o goleiro titular na Copa de 1982.

Waldir voa para agarrar o pênalti batido por Breitner e assegurar a vitória do Brasil
Chulapa, que 'entrou numa fria'
Já Serginho Chulapa era apenas um "Plano B", que virou "A" por acaso. Prova disso é que foi reserva durante todo o Mundialito, em janeiro de 1981, e nem entrou na decisão contra o Uruguai. Chegou a ser testado como titular na estreia das Eliminatórias, mas logo em seguida perdeu a vaga para Reinaldo, do Atlético-MG. Serginho não esteve nos três amistosos disputados em maio na Europa e nem nos quatro outros disputados até o fim daquele ano. Mesmo assim, sob a promessa de que se comportaria em campo, evitando confusões e expulsões (o que realmente cumpriu), terminou sendo incluído no grupo que disputou a Copa de 1982. “Na verdade, o Serginho entrou numa fria. A seleção brasileira formada pelo Telê era muito técnica. O time foi montado para jogar com o Careca ou com o Reinaldo como centroavante. O Careca sofreu uma contusão e o Telê não quis levar o Reinaldo. Aí, o time teve de se moldar ao estilo do Serginho. E o estilo dele não tinha nada a ver com o resto da Seleção. Serginho era um atacante finalizador, de choque. Por isso que digo que, para ele, a seleção de 82 foi uma fria”, resumiu o Doutor Sócrates, em depoimento para o livro "O artilheiro indomável - As incríveis histórias de Serginho Chulapa", escrito por Wladimir Miranda.

Jorge Mendonça: desafeto de Telê
Buenas, seja como for, a bronca do vascaíno João Gilberto, que já morava no Rio de Janeiro naquela época (assim como Fagner, torcedor do Fluminense mas amigo íntimo de Zico), tem muito a ver com a rixa bairrista entre cariocas e paulistas. O Vasco tinha o centroavante Roberto Dinamite, que foi reserva na Copa. No Flamengo, que seria bicampeão brasileiro em 1982 e que tinha conquistado a Libertadores e o Mundial de Clubes no ano anterior, jogavam o já citado goleiro Raul Plassman e o centroavante Nunes, ambos em grande fase - e nenhum foi convocado sequer para a reserva na Copa de 1982 (se bem que a seleção já tinha como titulares os flamenguistas Leandro, Júnior e Zico). Fora a briga Rio x São Paulo, Emerson Leão, goleiro titular nas Copas da Alemanha e da Argentina, tinha sido um dos destaques do Grêmio campeão brasileiro de 1981. Mas era um dos desafetos declarados de Telê, após passagem do treinador pelo Palmeiras entre 1978 e 1980. Assim como o centroavante Jorge Mendonça, que "comeu a bola" jogando pelo Guarani em 81 (foi o artilheiro do Paulistão, com espantosos 38 gols), fazendo dupla exatamente com o jovem Careca. Ou seja, mais um bom goleiro e um ótimo centroavante que haviam sido preteridos por Telê. Por isso, mesmo antes da Copa, Waldir Peres e Serginho Chulapa já eram questionados por grande parte da torcida brasileira. Incluindo João Gilberto.

Waldir e Paolo Rossi, em 1982: mesmo sem culpa, goleiro ficou marcado pela eliminação

terça-feira, dezembro 10, 2013

Não é pelos 20 centavos. Não mesmo!

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Num outro post aqui do Futepoca, em abril, já tínhamos comentado sobre o público-alvo a quem a revista Veja se dirige: a classe média/alta conservadora, tacanha e egoísta. Principalmente a partir do início do governo Lula, em 2003, ficou explícito, de forma gritante, o direcionamento do discurso pretensamente "jornalístico". Não só na publicação da família Civita; quase todos fazem isso. Na imagem acima, com edições regionais direcionadas ao público paulistano de duas revistas - Veja SP (de novembro de 2010) e Época SP (de dezembro de 2013) -, vemos mais um exemplo didático da priorização do interesse dos ricos frente ao dos pobres. Três anos atrás, a Veja SP celebrava o sucesso de um empresário que vendia "um carro a cada três minutos", sem se importar se isso ia entupir as vias urbanas e inviabilizar o trânsito. Já na edição atual da Época SP, o prefeito Fernando Haddad (não por acaso, do PT) é achincalhado por ter reservado mais faixas exclusivas para os ônibus, priorizando o transporte coletivo e a maioria da população, que depende dele - mas "prejudicando", segundo a ótica da revista, os que possuem automóveis. 

Notem os dogmas do discurso elitista: o empresário está correto ao desovar milhares de carros nas ruas/ o prefeito (petista) está errado ao favorecer o transporte coletivo; as pessoas que compram carros são prioridade/ os que andam de ônibus que se danem. Curiosamente, essas mesmas publicações, dirigidas ao povo paulista, quase nada dizem sobre o metrô e os trens urbanos, superlotados, insuficientes, com falhas frequentes e sob suspeita de corrupção. Também evitam falar sobre os preços aviltantes dos pedágios nas estradas estaduais. A lógica da classe média/alta (e, por extensão, das publicações direcionadas a ela) é a da exclusão - como sendo algo positivo e almejado. Ninguém reclama dos pedágios porque eles mantêm os pobres longe do caminho dos "bem nascidos" nas rodovias. E os mesmos "bem nascidos" gritam e esperneiam quando se defrontam com os aeroportos lotados pelos pobres, que hoje têm condição econômica (e o direito!) de frequentá-los. Por isso, imaginem o ódio desses "bem nascidos" quando os ônibus recebem - com justiça - mais espaço nas ruas e avenidas da metrópole. É esse ódio (de classe) que vende essas revistas.

segunda-feira, dezembro 09, 2013

E o São Paulo salvou Criciúma e Coritiba

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Por incrível que pareça, o São Paulo, que iniciou o 2º turno do Campeonato Brasileiro na 18º colocação, precisando de pelo menos dez vitórias para conseguir escapar da Série B, livrou-se da ameaça com quatro rodadas de antecedência e terminou a competição como uma espécie de "Papai Noel", "presenteando" três pontos tanto para o Criciúma quanto para o Coritiba, o que foi decisivo para se salvarem. O time de Muricy Ramalho perdeu para os dois pelo mesmo placar de 1 x 0 e da mesma forma, sem demonstrar qualquer vontade de reagir. Nas duas ocasiões, depois de tomar o gol logo no início do primeiro tempo, "parou" de jogar, como se os jogadores sãopaulinos dissessem aos adversários: "Já está bom pra vocês? Tudo certinho? Assim resolve? Beleza, então vamos aguardar o apito final". E assim foi feito.

Com isso, caíram dois cariocas. E olha que o São Paulo, depois de livrar-se da Série B, ajudou primeiro o Fluminense, ao colocar um time reserva para o jogar no Maracanã e tomar um gol do zagueiro Gum no fim do segundo tempo. Não adiantou nada: o time de Dorival Júnior perderia para o Santos e empataria com o Atlético-MG nas rodadas seguintes e complicaria de vez suas chances de permanência na Série A. O rebaixamento do campeão brasileiro de 2012 dá ao torcedor sãopaulino a real noção de como o abismo esteve próximo este ano. Escapamos por quatro míseros pontos! A diferença entre São Paulo e Fluminense foi que o (incompetente) Juvenal Juvêncio teve um surto de consciência e trocou de técnico logo após o fim do 1º turno, enquanto a Unimed insistiu mais tempo com Vanderlei Luxemburgo.

Ali, naquele momento, o Fluminense estava na 15ª posição, com 22 pontos - apenas quatro a mais que o tricolor paulista. A diretoria achou que dava pé mantendo tudo como estava. Depois de uma derrota para o Corinthians, que completou sequência de nove jogos sem vitória, Luxemburgo foi demitido. Com apenas cinco jogos pela frente, Dorival assumiu com duas vitórias e deu esperança à torcida. Talvez, se tivesse assumido o time uns cinco jogos antes, teria tido melhor sorte. Talvez. Assim como o Vasco, que demorou muito para contratar Adilson Baptista - e também caiu. Agora, teremos no Brasileirão de 2014 três clubes de Santa Catarina (Criciúma, Chapecoense e Figueirense) e apenas dois cariocas (Botafogo e Flamengo). Com a queda da Ponte Preta e a volta do Palmeiras, os paulistas permanecerão com cinco times.





sábado, dezembro 07, 2013

Em primeira fase cheia de "reprises", Argentina tem caminho "fácil" para as semifinais

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Se o destaque do sorteio da Copa do Mundo ontem foi o fácil grupo que o Brasil, mas com um possível caminho rumo à final muito mais difícil na fase eliminatória, quem deve estar rindo à toa é Alejandro Sabella, técnico da Argentina. Além de um grupo tranquilo que conta com Irã, Bósnia e Nigéria, o caminho até as semis não deve ser pedregoso como o brasileiro, caso os portenhos confirmem seu favoritismo e terminem na primeira posição.

Messi tem chance de birlhar
Nas oitavas, a Argentina pega o segundo colocado do grupo E, que tem Suíça, França, Honduras e Equador. Não parece ser das missões mais ingratas. Nas quartas, caso avance, pega o vencedor do duelo entre o primeiro do grupo H, que tem Bélgica, Argélia, Rússia e Coreia do Sul, e o 2º do G, com Alemanha, Portugal, Gana e Estados Unidos. Na hipótese mais provável, um campeão do mundo só entraria no caminho do time de Messi nas semis. Claro, tudo isso contando com uma relativa lógica que o futebol adora contrariar...

Os argentinos também devem viajar distâncias menores que outras seleções. Na primeira fase, jogam no Rio, Belo Horizonte e Brasília. Fechando como líder, o caminho até a final tem São Paulo, Brasília e São Paulo de novo. Sendo que a equipe vai ficar em BH, nada que doa muito aos hermanos, ainda mais se comparando com os Estados Unidos, que na fase de grupos se deslocará por 5.609 quilômetros no período de dez dias.

Vendo as possibilidades do Brasil na fase eliminatória, percebe-se a diferença para nossos vizinhos. Os comandados de Felipão devem pegar Espanha ou Holanda, campeão e vice da última Copa, logo nas oitavas. Se passar, nas quartas a seleção enfrenta o vencedor da peleja entre o 1º colocado do equilibrado (por baixo) grupo C, com Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão, e o 2º do “grupo da morte”, com Uruguai, Inglaterra, Itália e Costa Rica. Se chegar às semis, pode pegar Alemanha ou França. Ou seja, pode ser um caminho no qual vai enfrentar somente campeões mundiais. Mas desde já aposto no Chile como zebraça no grupo B.

Show de reprises

Outro ponto que chamou a atenção no sorteio foi o elevado número de “duelos-reprises”, com partidas que já aconteceram em fases de grupo de outros Mundiais. O Brasil, aliás, pega um adversário na estreia, a Croácia, que já enfrentou como primeiro rival em outra oportunidade. Na Copa de 2006, Kaká marcou o gol da vitória por 1 a 0 contra os croatas. A seleção também enfrentou Camarões na primeira fase do Mundial de 1994, quando os comandados de Carlos Alberto Parreira bateram os africanos por 3 a 0, gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto.



Em Copas, o México é freguês antigo, tendo sofrido goleadas nas primeiras fases da Copa de 1950, 4 a 0 com gols de Ademir (2), Baltazar e Jair, e em 1954, um 5 a 0 com tentos marcados por Pinga (2), Didi, Baltazar e Julinho. Na Copa de 1962, a seleção bateu os mexicanos por 2 a 0, gols de Zagallo.

No grupo B, Espanha e Chile já haviam se enfrentado na primeira fase da última Copa, de 2010 vitória espanhola por 2 a 1. Aquele grupo, a propósito, tinha Honduras e Suíça, que vão duelar novamente no Mundial de 2014 pelo grupo E. Os suíços também encontrarão outro velho conhecido, a França, que terminou em segundo lugar no grupo G da Copa de 2006, atrás do país dos relógios e chocolates.


No grupo F, Argentina e Nigéria repetem um jogo que já aconteceu na Copa de 2002, de triste lembrança para ambos. No “grupo da morte” da ocasião, os dois foram eliminados de cara, superados por Suécia, primeira colocada, e Inglaterra, que hoje integra outro grupo complicado, o D. Nele, Itália e Uruguai vão reviver um duelo disputado na fase de grupos da Copa de 1970, quando ambos avançaram, terminando entre os quatro melhores do torneio. Na ocasião, houve empate em 0 a 0, mesmo resultado de partida válida pela primeira fase da Copa de 1966 entre ingleses e uruguaios, que também se encontram mais uma vez em Mundiais.


quinta-feira, dezembro 05, 2013

Robledo, jogador chileno que inspirou garotinho inglês

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Cidade de Liverpool, em 1952
Antes dos Beatles surgirem, a cidade portuária de Liverpool era mais conhecida, na Inglaterra, pela sua profusão de comediantes e pelo fanatismo de sua classe operária (formada principalmente pela massa de descendentes de irlandeses) por futebol. Cada vitória dos clubes Liverpool e Everton representava um "cala boca" dos nortistas sobre os habitantes do resto do país, especialmente os arrogantes londrinos, que os desprezavam como "caipiras" e provincianos. Muitas vezes, a defesa desse orgulho do "povo do Norte" ultrapassava fronteiras e fazia com que os scouses (apelido dos operários liverpudianos) torcessem para qualquer clube da região - como o Blackpool e o Leeds United, entre outros - contra os times de Londres, como o Chelsea, o West Ham etc.

'George' Robledo, herói do título
Foi o que aconteceu na decisão da Taça da Inglaterra, em 1952. O poderoso Arsenal, da capital, enfrentaria o Newcastle, campeão da edição anterior. Como a cidade de Newcastle upon Tyne fica no extremo Norte do país, perto da fronteira com a Escócia, os torcedores de Liverpool ficaram naturalmente a favor do time local. A partida disputada no dia 3 de maio daquele ano, no lendário Estádio de Wembley, paralisou todos os ingleses fanáticos por futebol. Mas foi um chileno o protagonista do jogo: aos 39 minutos do segundo tempo, Jorge "George" Robledo Oliver marcou de cabeça o gol do título para o Newcastle, levando o "povo do Norte" à loucura (clique aqui e veja vídeo sobre a conquista histórica).

O garotinho John, aos 11 anos
Em Liverpool, um garotinho talentoso de 11 anos, que gostava muito de ler, escrever e desenhar, ouviu a partida épica pelo rádio e também se entusiasmou. Neto de um irlandês legítimo e muito orgulhoso por ser um scouse, John Winston Lennon morava com os tios Mimi e George, pois seus pais não puderam criá-lo. É possível que, menos por gostar de futebol do que por defender a honra do "povo do Norte" contra os odiados londrinos do Sul, ele tenha decidido exaltar o grande feito do Newcastle em um desenho. E talvez este enraizado sentimento bairrista possa ter ressurgido 22 anos depois, em 1974, quando, já como um famoso ex-beatle, John Lennon escolheu o mesmo desenho para ilustrar a capa de um de seus discos.

O ex-beatle Lennon, em 1974
"Walls and bridges" ("Muros e pontes") traz, como sucessos, as músicas "Whatever gets you thru the night" e "#9 Dream". Foi um dos três trabalhos que Lennon gravou no período de um ano e meio em que esteve separado de sua segunda esposa, Yoko Ono. A ilustração na capa do disco mostra dois jogadores de futebol com camisas listradas preto e branco, à direita, disputando a bola com um defensor de uniforme vermelho e branco e um goleiro com camisa azul. Está escrito: "John Lennon, junho de 1952, idade 11, futebol". Ou seja, um mês após a vitória do Newcastle sobre o Arsenal. E o desenho mostra o gol do chileno Robledo, que decidiu a Taça da Inglaterra. Vejam:

Desenho que ilustra o disco "Walls and Bridges", de 1974, feito 22 anos antes
Lance do gol de Robledo, que é observado pelo colega Jackie Milburn (camisa 9)
Estátua do 'herói' Milburn
Notem que, assim como na foto, Lennon fez questão de preservar destaque para o camisa 9 do Newcastle, o lendário Jackie Milburn, que observava o gol do colega Robledo. Isso tinha um conteúdo simbólico para John: ele nasceu no dia 9 de outubro e considerava este como seu número de sorte, o que o levou a batizar canções com títulos como "Revolution 9" e a já citada "#9 Dream". E vejam que coincidência: John Edward Thompson "Jackie" Milburn, o tal camisa 9, que era idolatrado no Norte da Inglaterra como "Wor Jackie" (algo como "Nosso Jackie", no dialeto local), faleceria justamente num dia 9 de outubro, em 1988, quase oito anos depois de Lennon ter sido assassinado. Assim como John na música, Milburn foi um "Herói da classe operária" ("Working class hero", título de outra canção do ex-beatle) no futebol.

Robledo, pelo Chile, na Copa de 50
Mas o jogador mais festejado, naquela conquista do Newcastle, foi mesmo "George" Robledo. Nascido em Iquique, no Chile, em abril de 1926, era filho de um chileno e uma inglesa. Por problemas políticos, a família emigrou para a Inglaterra quando ele tinha 5 anos. Foram morar em Brampton, cidade famosa pelas minas de carvão. Robledo trabalhava exatamente como mineiro quando começou a jogar futebol. Chegou ao time do Newcastle em 1949 e se destacou a ponto de ser convocado pela seleção chilena para a Copa de 1950, no Brasil, mesmo sem saber falar espanhol. Jogou apenas a terceira e última partida do Chile naquele Mundial, 5 a 2 contra os Estados Unidos, em Recife (clique aqui e veja o vídeo) - e foi Jorge Robledo quem abriu o placar. Mas os chilenos já haviam perdido para a Espanha e justamente para a Inglaterra e foram eliminados.

Robledo (à direita) escora a bola e abre o placar contra os Estados Unidos, em Recife

John em 1961, rumo à glória
Em 1953, um ano depois de marcar o gol que deu o título da Taça da Inglaterra ao Newcastle, Robledo voltou para o Chile, para jogar no Colo-Colo. Mais tarde, em 1959, passou para o Club Deportivo O'Higgins, onde encerrou a carreira dois anos depois. Naquele momento, lá no Norte da Inglaterra, uma banda de rock'n'roll formada por quatro scouses liverpudianos começava a trilhar sua trajetória rumo à glória mundial, os Beatles (trocadilho entre beat, batida, e beetles, besouros). E o líder e fundador do grupo era ninguém menos que John Lennon, o garotinho que havia orgulhosamente registrado em desenho o gol do título do Newcastle de 1952. Domingo agora, 8 de dezembro, completam-se 33 anos de sua morte. Já Robledo morreu em abril de 1989, no Chile, seis meses depois do ex-colega de equipe Jackie Milburn.


quarta-feira, dezembro 04, 2013

Tipos de cerveja 71 - As Chile Beer

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Segundo o site parceiro Cervejas do Mundo, as Chile Beer são outro tipo moderno de cerveja - e em franca expansão. Podem ser ales ou lagers, com adição de algum elemento picante. Por exemplo, pimentas malaguetas (Opa! Agora o camarada Glauco ouviu conversa!). O mais comum é a utilização do jalapeño, ingrediente muito utilizado na cozinha mexicana (e bem ardido). Porém, o parceiro Bruno Aquino, do site português, alerta que, "apesar de divertidas, é raro encontrarmos um resultado final que seja satisfatório, isto se pensarmos em termos de qualidade da cerveja". Buenas, quem quiser arriscar mesmo assim pode procurar pela Rogue Chipotle Ale, a Winkoop Patty's Chile Beer (foto) ou a Rock Bottom Cinco de Mayo.  

terça-feira, dezembro 03, 2013

Adiós, 'El Verdugo'

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Com a camisa do São Paulo: 393 jogos e 119 gols
O ano de 2013 ficará marcado pela perda de jogadores de futebol geniais, verdadeiras lendas do esporte bretão. Depois de Djalma Santos, Gylmar dos Santos Neves e Nilton Santos, faleceu ontem, em São Paulo, Pedro Virgilio Rocha Franchetti - ou simplesmente Pedro Rocha, considerado "um dos cinco melhores jogadores do mundo" por Pelé, nos anos 1960. O uruguaio, que completaria 71 anos justamente hoje, sofria de atrofia do mesencéfalo, doença degenerativa que o impedia de andar e falar, além de prejudicar a visão, e que se agravou nos últimos anos. Peñarol e São Paulo, os times onde se destacou, chegaram a conversar sobre um amistoso que seria realizado em janeiro, para reverter a renda ao ex-jogador, mas não deu tempo. Ultimamente, vivia na capital paulista, junto com a mulher Mabel.

Conhecido como "El Verdugo", por ser "carrasco" das defesas adversárias, Pedro Rocha era um meia-atacante artilheiro, na "escola" de Pelé (foi o goleador do Brasileirão de 1972, por exemplo). Despontou no Peñarol aos 17 anos e, entre 1959 e 1968, conquistou oito títulos uruguaios, três Libertadores da América e dois Mundiais de Clubes - em 1966, com duas vitórias sobre o poderoso Real Madrid, Rocha fez um dos gols no jogo decisivo, da volta, na Espanha. Disputou quatro Copas seguidas pelo Uruguai, entre 1962 e 1974. Chegou ao São Paulo em 1970, onde seria campeão paulista em 1971 e 1975 e brasileiro em 1977. Ao todo, disputou 393 jogos pelo Tricolor do Morumbi e marcou 119 gols (é o 12º maior artilheiro do clube). Fez uma Libertadores brilhante em 1974, mas não conseguiu o título. Foi um dos que mais choraram a derrota para o Independiente.

Antes de pendurar as chuteiras, ainda passou pelo Coritiba (campeão paranaense em 1978), Palmeiras, Bangu e futebol mexicano (Deportivo Neza e Monterrey), até encerrar a carreira no Al Nassr, da Arábia Saudita. Tornou-se treinador e, a partir de 1981, dirigiu vários times do interior paulista, até chegar à Portuguesa, em 1988, e de lá foi para o português Sporting. Voltou para treinar o Internacional de Porto Alegre, em 1996, esteve no Japão (Kyoto Purple Sanga) no ano seguinte e depois passou por Ponte Preta, Ituano, Caldense e XV de Piracicaba, até se aposentar definitivamente, em 2000. "A mágica e a mística de Pedro Rocha estarão para sempre nas páginas de ouro da trajetória do São Paulo Futebol Clube", diz nota oficial emitida pelo clube paulistano. Adiós, "El Verdugo", descanse merecidamente. E muito obrigado!




'In elementis mé pra quem é amistosis'

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Alguém que gosta muito de "molhar a palavra" deve ter sido demitido da Imprensa Oficial do Estado de Alagoas. Para espanto de muitos, constrangimento do governo local e felicidade geral da Nação, o Diário Oficial alagoano publicou momentaneamente, ontem, a seguinte nota:

Mussum ipsum cacilds, vidis litro abertis. Consetis adipiscings elitis. Pra lá, depois divoltis porris, paradis. Paisis, filhis, espiritis santis. Mé faiz elementum girarzis, nisi eros vermeio, in elementis mé pra quem é amistosis quis leo. Manduma pindureta quium dia nois paga. Sapien in monti palavris qui num significa nadis i pareci latim. Interessantiss quisso pudia ce receita de bolis, mais bolis eu num gostis. Suco de cevadiss, é um leite divinis, qui tem lupuliz, matis, aguis e fermentis. Interagi no mé, cursus quis, vehicula ac nisi.

E foi assim que nosso Mestre Mussum (que Deus o conserve em tonel de bálsamo!) tornou-se o "pivô" dessa inacreditável "saia justis". A assessoria de comunicação da Secretaria da Fazenda alagoana apressou-se em repassar o abacaxi, dizendo que "a publicação foi uma falha ocorrida na Imprensa Oficial".

Em nota, afirmou que "o texto publicado não condiz com a resenha enviada pelo Gabinete desta secretaria, na última sexta-feira". AH, BÃOZIS, AINDA BENZIS!

Confiram imagem da "páginis mussunzianis" publicada em Alagoas:

'Sapien in monti palavris qui num significa nadis i pareci latim.' Sensacionalzis!

segunda-feira, dezembro 02, 2013

Cenas que ninguém faz questão de ver OU 'Vem, mon amour, vem fazer Flu-Flu...'

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Tem muita gente urubuzando o Fluminense (principalmente a urubuzada flamenguista) para que o clube, campeão brasileiro de 2012, despenque para a Série B na última rodada do nacional deste ano. Muita dessa "secação" decorre de uma das maiores e mais vergonhosas viradas de mesa do nosso futebol, quando a famigerada Copa João Havelange, que substituiu o Brasileirão no ano 2000, alçou o time das Laranjeiras injustamente para a Série A, quando, como campeão da Série C no ano anterior, deveria mesmo era ter disputado a segundona.

A queda para a Série C em 1998, aliás, ficou marcada por uma promessa do veterano Renato Gaúcho, que garantiu desfilar pelado caso o clube confirmasse o rebaixamento. O time caiu e - felizmente - o jogador não cumpriu com a própria palavra. Pois agora, 15 anos depois, quando o Fluminense está na beira do abismo da Série B, outra "personalidade" faz ameaça idêntica. Sérgio "Vem Fazer Glu Glu" Mallandro decreta: "Se o meu Flusão cair, eu vou andar na orla de Copacabana de fio dental." Acho que agora muita gente vai mudar de ideia e torcer para o Flu escapar...

domingo, dezembro 01, 2013

Santos não amolece de novo e vira sobre o Atlético-PR

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Se o Santos, mesmo sem ter mais nada a fazer no Brasileiro de 2013, não amoleceu contra o Fluminense, empurrando o rival carioca para o Z-4, o Atlético-PR também não teve vida fácil no estádio Benedito Teixeira, em São José do Rio Preto. Mesmo saindo na frente, o Furacão tomou o 2 a 1 e teve frustrado o sonho de se garantir na Libertadores na penúltima rodada.

Santos mantém tabu contra Furacão (Site do Atlético-PR)
O Peixe voltou ao palco do título de 2004, conquistado em um jogo contra o Vasco, justamente em uma disputa particular com o adversário de hoje, vice-campeão à época. Os dois times entraram tentando exercer pressão no campo adversário do outro, com o Alvinegro um pouco melhor, mas esbarrando na forte defesa paranaense. O Atlético-PR, no entanto, equilibrou a partida e Marcelo, revelação do campeonato, atuando contra uma marcação quase solitária de Cicinho, acabou fazendo a diferença e o gol do Furacão, aos 27.

Mesmo com a vantagem, os jogadores da equipe paranaense, e seu técnico Vágner Mancini, demonstravam certo nervosismo, talvez abalados pela perda do título da Copa do Brasil no meio de semana. E não demorou para o Santos empatar. Aos 33, Geuvânio deu belo passe para Cicinho (que quase não entendeu a jogada). O lateral foi à linha de fundo e cruzou para Cícero marcar de cabeça. O 1 a 1 fazia justiça a uma etapa inicial igual, com leve vantagem peixeira.

No segundo tempo, Claudinei acertou a marcação sobre Marcelo e os erros de passe de lado a lado se multiplicaram. Sem Paulo Bayer, o Atlético padecia de falta de criatividade, com lances pouco incisivos. O Santos também não conseguia criar, e desperdiçava oportunidades de chegar no gol adversário nos contra-ataques. O segundo gol nasceu de um lance que poucos esperariam.

Edu Dracena havia dado lugar a Durval, de volta após longo tempo e depois de travar uma discussão pública com o técnico. Dos seus pés saiu um lançamento primoroso que encontrou Cícero. O meia teve habilidade para dominar e tocar por cobertura na saída do goleiro paranaense na enésima tentativa do adversário de fazer a linha de impedimento, que funcionou durante boa parte do tempo, mas foi fatal nesse lance.

A partir daí, só deu Santos, que poderia ter aproveitado o desespero do Atlético para marcar o terceiro, mas pecou pela falta de precisão. Vitória importante que mantém uma escrita: o Peixe nunca perdeu para o rival em casa em Brasileiros. E um resultado que demonstra o profissionalismo do Santos quando neste campeonato, como em quase toda edição de Brasileiro, existem polêmicas sobre “entregas” e quetais.

De quebra, a vitória peixeira força o Atlético-PR a ter que ganhar do Vasco para se garantir na Libertadores. Nessa peleja, em Joinville, não vai ter marmelada...

quinta-feira, novembro 28, 2013

Os Beatles, esses comunistas hipnotizadores!

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'I wanna hold the sickle and the hammer'
O peculiar apreço por bizarrices literárias já me levou a ler, por exemplo, um dos livros "Universo em Desencanto", da Cultura Racional, que fisgou Tim Maia nos anos 1970. Por ele fiquei sabendo que descemos de uma planície do mundo superior e, quando o sol começou, regredimos para a energia animal, ressurgindo deformados a partir da resina e da goma - ou algo parecido. Como acredito que todas as pessoas são loucas, em maior ou menor grau, explícita ou implicitamente, diferenciadas apenas pelos milhares de tipos de distúrbios conhecidos ou ainda não catalogados, esses delírios publicados com a chancela de "coisa séria" comprovam minha orientação filosófica de que "nada faz sentido e tudo está absolutamente fora de controle". Sob o "estandarte do sanatório geral" do Chico Buarque.

Pôster dos quatro rapazes de Leningrado
Por isso, fuçando coisas inúteis, acabei encontrando meu próximo alvo: o livro "Comunismo, hipnotismo e os Beatles" ("Comunism, hypnotism and The Beatles"), do reverendo David A. Noebel, publicado em 1964. O que mais espanta é que o autor classifica sua obra como uma "tese" e desenvolve uma teoria da conspiração absolutamente sincera de sua parte - o que torna tudo ainda mais divertido. Impregnado pela paranoia anti-comunista disseminada nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial e indignado com a beatlemania que tomava conta do país naquele início dos anos 1960, Noebel afirma que os quatro rapazes de Liverpool foram treinados em um laboratório de "hipnose em massa e neurose artificial" na União Soviética para hipnotizarem os jovens e torná-los histéricos, retardados, rebeldes, promíscuos e... comunistas! Como é que ninguém percebeu?!??

Lembre-se: 'She loves you, yeah,yeah,yeah!'
Deliciem-se com o seguinte trecho do livro: "Os comunistas, através de seus cientistas, educadores e artistas, inventaram uma técnica elaborada, de cálculo e científica, voltada para fazer uma geração de jovens americanos inútil, para, através do nervo óptico, atingir a deterioração e o retardo mental. O plano envolve reflexos condicionados, hipnotismo e certos tipos de música. Os resultados, destinados a destruir a nossa nação, são precisos. Não é de admirar o Kremlin dizer que não vai levantar a bandeira vermelha sobre os norte-americanos, pois eles mesmos irão fazê-lo. Se o seguinte programa científico destinado a fazer os nossos filhos mentalmente doentes não for exposto, os americanos ficarão mesmo mentalmente degenerados". Excelente! Sim, é paranoia, delírio, mistificação e mais um monte de disparates interessantes!

Pra quem quiser me dar um presente de Natal, fica a dica. E EU SOU NORMAL!

'Nada faz sentido e tudo está absolutamente fora de controle'

P.S.: Caso não encontrem essa obra prima, tá valendo essa aqui também, ó:

Elvis não morreu: ele está vendendo incensos em uma tenda no Nepal

'Até que fomos longe demais', reconhece Muricy Ramalho

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 Juvenal mereceu muito essa 'homenagem' (Foto: Ricardo Matsukawa/Terra)
Depois do excelente 3 x 1 conquistado no Morumbi, a Ponte Preta segurou o empate em 1 x 1 ontem contra o São Paulo, na partida de volta das semifinais da Copa Sul-Americana, e confirmou sua histórica presença na decisão do primeiro campeonato internacional que o clube disputa - e poderá ganhar o primeiro título em 113 anos de existência. O time de Muricy Ramalho, por sua vez, não caiu em pé: jogou de forma apática, atabalhoada, sem uma proposta definida no ataque e sem incomodar muito o adversário. Assistiu pacificamente a Ponte abrir o placar, no primeiro tempo, e continuou jogando de forma modorrenta até os 16 minutos da etapa final, quando, enfim, o treinador se dignou a colocar mais dois atacantes em campo, Luís Fabiano e Welliton. Mesmo com o primeiro deles marcando o gol de empate, eles pouco acrescentaram ao apático São Paulo que, pela sexta vez consecutiva, é eliminado de uma competição internacional por um clube brasileiro. Muricy, pelo menos, reconheceu a fraqueza do elenco:

"O ano não foi bom e a gente não merecia tanto, não. Até que fomos longe demais nesta Sul-Americana."

Exatamente. Tudo bem que a Ponte Preta vai ser rebaixada no Brasileirão e tem toda chance de ganhar o torneio internacional (provavelmente contra o argentino Lanús, time mais fraco do que o conterrâneo Vélez Sarsfield, que foi derrotado justamente pelo time de Campinas). Parabéns à Veterana, mas não podemos misturar as coisas. O São Paulo, como disse Muricy, não merecia um título neste ano vergonhoso. Seria um prêmio injusto demais para um gestor tão incompetente quanto Juvenal Juvêncio. E reforço: o time entrou com "salto alto" contra a Ponte, no Morumbi, e a soberba ficou explícita depois que Ganso abriu o placar e, num gesto inconsequente, deu um toquinho de calcanhar de primeira no meio de campo, cutucando a macaca com vara curta e incentivando o adversário a reagir e a dar o troco jogando sério (o que, de fato, aconteceu). 2013 tinha mesmo que ficar gravado, na história sãopaulina, como o ano do vexame, da vergonha, da infâmia. Que só não foi maior porque, milagrosamente, o time escapou da Série B.

Não tem nenhum problema reconhecer e assumir o papelão feito nesta temporada. É importante "cortar na carne" e assumi-lo publicamente, como fez Muricy após a eliminação na Sul-Americana. Para ter dimensão da importância de reformular o elenco e as práticas de gerência no clube para 2014. Caso contrário, a casa pode cair novamente (e de forma muito pior). É imprescindível que o desastre de 2013 seja tatuado na testa de Juvenal Juvêncio e de seu incompetente e irresponsável staff. Não se pode apagar essa história só porque o time não foi rebaixado no Brasileirão. Foi, sim, uma infâmia o que aconteceu no São Paulo, principalmente depois de maio, quando Juvenal tomou a medida intempestiva, demagoga e burra de expurgar seis atletas do elenco, sem qualquer tipo de critério, o que gerou medo e insegurança entre os jogadores, tirou completamente a autoridade do técnico (na época, Ney Franco) e precipitou o time naquela que talvez tenha sido a pior sequência de derrotas e vexames de toda a sua existência. Isso, repito, não pode ser esquecido. Mas 2014 já está aí, então é "bola pra frente". Vamo, São Paulo!


quarta-feira, novembro 27, 2013

O descanso de um gigante: Nilton Santos (1925-2013)

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Enciclopédia. Essa era a alcunha pela qual também atendia Nilton Reis dos Santos, nascido em 16 de maio de 1925 e falecido em 27 de novembro de 2013.Um atleta que atuou em quatro Copas do Mundo, vivendo a tragédia da Copa de 1950, passando pela frustração de 1954, chegando ao triunfo de 1958 e à consagração final em 1962. Foram 18 anos de Botafogo, 792 partidas com a camisa da Estrela Solitária. E olha que ele quase parou no São Cristovão...

A passagem está no livro Recados da Bola (Cosac Naify), organizado por Jorge Vasconcellos. Em 1945, Nilton entrou para a Aeronáutica e atuava no time de lá. No fim de 1947, a equipe fez um jogo-treino contra os titulares do São Cristovão e o técnico rival, Arquimedes, quis levá-lo para o clube. Mas um major da Aeronáutica o aconselhou: “Se for para tentar um clube, que seja um clube grande”, disse o oficial Honório, que tinha um tio, Bento Ribeiro, à época diretor social do Botafogo. E o então meia foi para General Severiano tentar a sorte. Mas quem deu sorte foi o Alvinegro.

Carlito Rocha, presidente do clube carioca, recebeu o aspirante a jogador e perguntou sua altura. “Um metro e oitenta e um”, respondeu Nilton. “Você é do meio pra trás”, vaticinou. E assim nascia um dos maiores – se não o maior – laterais esquerdos da História. Um jogador que tinha a vantagem de ser ambidestro. “Eu usava as duas pernas, saía jogando para onde estivesse virado; se estivesse voltado para dentro do campo, saía com a esquerda; se estivesse virado para o outro lado, saía com a esquerda. Nunca fiz gol contra. Veja o Roberto Carlos, que nem tem tanto tempo de Seleção [a entrevista foi feita em 1994] assim e já fez gol contra. Por quê? Porque vai correndo para dentro da área, bate na perna ruim e entra”, diz, em depoimento retratado em Recados da Bola.

Da tragédia de 1950 à consagração de 1962
Na obra, ele reclama do técnico da seleção de 1950, Flávio Costa, o acusando de autoritarismo. Foi convocado para ser reserva do lateral-direito de Augusto, capitão do time. No lado canhoto, havia o titular Bigode eu reserva Noronha. “Acho que ele só me chamou como justificativa, para não dizer que não chamou ninguém do Botafogo.” Ele atribuía a derrota no Mundial ao treinador. “Se ele fosse para o Botafogo, eu não ficaria o tempo que fiquei no clube, porque ele era muito autoritário, e eu achava (embora não falasse), como acho até hoje, que o técnico precisa mais do jogador do que o jogador do técnico. Eu, na condição de jogador de futebol, se não jogar aqui, jogo ali. A consagração do técnico só acontece quando o time ganha, e quem ganha sou eu e não ele.”

Nilton dizia que o segredo das vitórias em 1958 e 1962 era a união dos jogadores. Ninguém torcia para alguém se machucar e poder entrar. Além disso, o treinador da Copa na Suécia, Vicente Feola, era de “trocar ideias”, sendo que o preparador físico Paulo Amaral, também era merecedor de elogios do Enciclopédia. Aymoré manteve o esquema em 1962 e obteve o sonhado bicampeonato. Na Copa no Chile, aliás, um dos lances que marcou sua carreira: o esperto passo para a frente que fez com que não fosse anotado pênalti a favor da seleção da Espanha, quando o Brasil perdia por 1 a 0, derrota que o desclassificaria na primeira fase.

“Por sorte, dei o tal passo à frente. Foi num contra-ataque da Espanha. Eu fiz um pênalti no ponta-esquerda Collar, mas o juiz estava longe do lance. Então cinicamente levantei as mãos como um gesto de que não tinha feito nada e dei um passo à frente. Quando ele chegou, marcou falta onde eu estava. Naquela hora, valeu a presença de espírito, jogador de pelada tem esses recursos”, explicou em depoimento no livro. “Os espanhóis reclamaram, mas não adiantou. O cara bateu achando que dali faria o gol do mesmo jeito – eles estavam ganhando de 1 X 0, marcaria o segundo e acabaria com a gente. O que passou pela minha cabeça é que se eu desse uns dois passo chamaria muito a atenção.” O lance está em 0:32 do vídeo abaixo.


Nilton Santos. Eterno (Divulgação/Botafogo)
Bicampeão do mundo como titular, aos 38 anos. Feito para poucos. Aos 82, foi diagnosticado com o cruel Mal de Alzheimer. Mas para resumir sua grandiosa jornada, vale o último parágrafo do belo texto de João Máximo e Mascos de Castro em outro belo livro, Gigantes do Futebol Brasileiro (Civilização Brasileira):

“Nilton Santos é, numa palavra, eterno. Entre os troféus e medalhas ganhos, um há de ficar, por sua singeleza, como a mais perfeita definição de uma vida dedicada ao futebol – a bola com que os amigos o presentearam, em 1983, com a seguinte dedicatória: “Mestre Nilton, hoje estou realizando o sonho de felicidade de todas as bolas do mundo: ser só sua para sempre.”

'Os goleiros com sua confiança no time'

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Numa avaliação escolar, Liz, 11 anos, responde sobre o tema "Brasil, país das diferenças" (o grifo é nosso):

"Cada um tem seu jeito e seus costumes. Tem os índios com suas tribos, os fluminenses com seu Cristo Redentor, os pedreiros com suas obras, os goleiros com sua confiança no time... etc. Enfim, cada um é cada um e é por causa de todas essas culturas, comidas típicas, tradições e maneiras de ser que temos um país como é o Brasil."



terça-feira, novembro 26, 2013

Seedorf opina com bom senso

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Ganso brilhando no Santos: acima da média
Paulo Henrique Ganso é um excelente jogador, acima da média, um dos melhores meias surgidos no país nos últimos dez anos. Isso é indiscutível. Desde que despontou para o futebol profissional no Santos, em 2009, e principalmente na temporada do ano seguinte, chamou a atenção da imprensa e de todos os que gostam de futebol técnico, talentoso e de qualidade. Mas, infelizmente, sofreu contusões e cirurgias sérias precocemente, que impediram a evolução natural de sua carreira, a exemplo do colega e compadre Neymar. Depois de muito esforço para tentar atuar em alto nível pelo Santos, forçou a saída para o São Paulo e, somente após um ano completo no novo clube, começou a mostrar um pouco do que sabe, muito pelo incentivo do treinador Muricy Ramalho. Tomara que continue a evoluir e volte a brilhar. Todos os que gostam de futebol torcem por isso.

Porém, desde que chegou ao Morumbi, há uma campanha aparentemente "orquestrada", na imprensa esportiva nacional (ah, a imprensa esportiva!), para entronizá-lo como um semideus intocável, "craque dos craques" e acima de qualquer julgamento ou crítica. Nos tempos do técnico Ney Franco, que, a meu ver, teve que escalá-lo sob pressão da diretoria, antes que Ganso estivesse 100%, cansei de ver jogos em que ele foi um dos piores em campo, mas a mídia descia o sarrafo em outros jogadores e no treinador e o poupava explicitamente de cobranças. Quando o técnico caiu, começou uma ladainha hegemônica na imprensa (principalmente na TV e inclusive nas emissoras de rádio, que ouvi muito este ano) dizendo que todos os problemas do São Paulo seriam resolvidos se Ganso fosse titular absoluto. Paulo Autuori chegou e fez isso. Nada mudou; o time seguiu passando vexame. E Ganso, incólume - mesmo quando não fazia absolutamente nada em 90 minutos.

Ganso no São Paulo: ainda está devendo
Daí veio Muricy Ramalho, que teve a grande postura de mandar Jadson para a reserva e deixar Ganso à vontade para comandar o meio de campo, com a cobertura do "ressuscitado" Maicon. Deu certo: o ex-santista passou a encaixar assistências dignas de aplausos e até a fazer alguns golzinhos. Mas, convenhamos, ainda não é nem 30% do que era há três ou quatro anos (o que pode até ser motivo de comemoração, pelo potencial futuro de rendimento). Só que a mídia aproveitou sua recuperação para engrossar a opinião unânime de "craque absoluto, maior gênio atuando no país etc etc". Chega a ser constrangedor, pois, quando Ganso erra (e ele erra bastante, assim como todos os outros esforçados jogadores sãopaulinos), ninguém comenta ou dá destaque. E aí a coisa fica ainda mais delicada quando começa o côro ensurdecedor pedindo o meia na seleção brasileira. Até Muricy embarcou e "cobrou" Felipão.

Sim, volto a repetir, Ganso é acima da média e tem um potencial raro. Mas ainda não voltou a ser aquele de 2010, longe disso. E ontem outro craque indiscutível, o veterano Seedorf, teve a coragem de dizer isso em alto e bom som no programa "Bem, amigos", comandado por Galvão Bueno na SporTV, canal fechado da Rede Globo. Depois de muito confete sobre o lance genial de Ganso contra o Botafogo, que driblou três defensores e acertou a trave, Seedorf foi questionado pelo ex-árbitro Arnaldo Cezar Coelho se Ganso faria sucesso na Europa. "Na Itália, ele não passaria assim, não", cortou, seco. E, diante da insistência dos "Gansetes" Galvão e Arnaldo, atalhou: "A marcação é diferente. O Ganso pára a bola, joga, pára a bola. De vez em quando, ele faz jogadas de primeira e aí que vem todo o seu talento. Acho que ele tem muito talento, mas esses momentos não podem ser a descrição desse jogador. Ele pra mim anda um pouco devagar dentro do campo e com esse ritmo não vai dar na Europa". Silêncio constrangedor no programa, que é transmitido ao vivo...

Que fique claro: eu torço muito para que Ganso volte, o mais breve possível, a jogar no nível que já demonstrou. Mas essa ducha de água fria do Seedorf no oba-oba da imprensa sobre o meia sãopaulino foi espetacular. E talvez ajude o próprio Ganso a se conscientizar de que a distância entre o que está jogando e que dizem que está jogando ainda é quilométrica - e o incentive a reagir ainda mais. Grande Seedorf!

segunda-feira, novembro 25, 2013

Rogério Ceni supera Pelé mas São Paulo só empata

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Sem mais nada para ganhar ou perder no Brasileirão, o São Paulo botou o time titular contra o Botafogo, no domingo, para um "treino de luxo" antes da "missão impossível" de quarta-feira, quando jogará a segunda partida da semifinal da Copa Sul-Americana e terá que reverter derrota de 3 x 1 para a Ponte Preta, jogando fora de casa. E começou bem: logo de saída, sufocou o time carioca e abriu o placar com Aloísio. Mas voltou a perder muitos gols (acertou três bolas na trave) e cedeu o empate em mais uma lambança da defesa. No segundo tempo, com novas substituições polêmicas de Muricy Ramalho, ainda tomou pressão do Botafogo. O resultado final foi mesmo 1 x 1. O time peca demais tanto no ataque quanto no setor defensivo, o que desestimula qualquer sãopaulino a acreditar numa reversão espetacular contra a Ponte.

Digno de nota foi que o goleiro Rogério Ceni finalmente ultrapassou Pelé e tornou-se o jogador que mais vezes entrou em campo com a camisa de um mesmo clube brasileiro: 1.117 partidas. Além de Pelé (que jogou 1.116 vezes pelo Santos), a lista inclui Roberto Dinamite (1.110 jogos pelo Vasco), Ademir da Guia (901 pelo Palmeiras), Júnior (857 pelo Flamengo), Valdomiro (853 pelo Internacional) e Pepe (750 pelo Santos), entre outros. A marca histórica pode ser a última façanha de Rogério Ceni como profissional pois, se o São Paulo não conquistar a Sul-Americana e não se classificar à Libertadores de 2014, o goleiro deverá mesmo pendurar as chuteiras no mês que vem. Como está cada vez mais difícil um jogador permanecer muito tempo num só clube, esse recorde possivelmente vai durar muitas décadas.

Agora, vamos à batalha contra a Ponte. Aconteça o que acontecer, o São Paulo deve começar a pensar, imediatamente, na próxima temporada. O rebaixamento passou muito perto este ano e, se o elenco não for completamente reformulado, 2014 pode trazer novo drama. De qualquer forma, Muricy parece fortalecido, mesmo com o fracasso na Sul-Americana. Bola pra frente. Vamo, São Paulo!


Jancarlos: mais uma vítima de acidente com automóvel

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Jancarlos com a camisa do Rio Branco
Há quase sete anos, em dezembro de 2006, fiz um post relatando um acidente sem graves consequências ocorrido naquela ocasião com o meia Richarlyson (leia aqui) e relembrando tragédias automobilísticas que vitimaram outros atletas do clube - incluindo, naquele mesmo ano, um desastre que matou o goleiro Weverson, de 19 anos, e deixou tetraplégico o também goleiro Bruno, que tinha 20 anos. De lá pra cá, a lista aumentou com o ex-atacante Catê, que morreu aos 38 anos numa rodovia próxima ao município gaúcho de Ipê, em 27 de dezembro de 2011. E, agora, com Jancarlos.

Apresentado ao São Paulo, em 2008
O ex-lateral direito, que completou 30 anos em agosto, caiu em uma ribanceira próximo ao município de Itaipava, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira, 22/11, cerca de quatro e meia da tarde. Jancarlos surgiu no Fluminense mas se destacou no Atlético-PR, onde foi vice-campeão da Libertadores, em 2005, e chegou às semifinais da Copa Sul-Americana no ano seguinte - ocasião em que fez dois gols de falta em um jogo histórico contra o River Plate (assista aqui). Contratado pelo São Paulo em 2008, foi campeão brasileiro - inclusive marcando um gol, contra o Cruzeiro (veja vídeo abaixo). Seu último grande momento foi em 2010, quando foi campeão carioca pelo Botafogo. No ano anterior, havia sido vice-campeão da Libertadores jogando pelo Cruzeiro. Nas últimas três temporadas, jogou pelo Bahia, Ituano, América-RJ e Volta Redonda, antes do Rio Branco do Espírito Santo, seu último clube.


A extensa lista de tragédias automobilísticas envolvendo atletas e ex-atletas do São Paulo inclui o goleiro Alexandre, reserva imediato de Zetti na Libertadores de 1992, que morreu em julho daquele ano em desastre dentro da capital paulista, aos 20 anos; o zagueiro Mazinho, jovem promessa de 18 anos que assinaria seu primeiro contrato profissional junto com Cafu, mas que ficou tetraplégico depois de uma batida em São Carlos (SP), em junho de 1990; o meia/ lateral-direito Belletti, que bateu o carro em Belo Horizonte, em setembro de 1999, quando estava emprestado ao Atlético-MG (o jogador quase nada sofreu, mas sua noiva teve fratura exposta em uma das pernas); e o ex-ponta esquerda Edivaldo, campeão paulista em 1987 e 1989, que morreu em um acidente na estrada próxima a Boituva (SP), em 1993. E em 2011 o veterano Ratinho (Heitor Martinho de Souza), ex-ponta-direita que defendeu o São Paulo entre 1972 e 1974, morreu em colisão num acesso próximo à Balneário de Barra do Sul, no Norte de Santa Catarina. Também perderam a vida sua esposa e três netos.

domingo, novembro 24, 2013

Santos não "amacia" e empurra o Fluminense ladeira abaixo

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Thiago Ribeiro garantiu os três pontos (Ivan Storti/Santos FC)
Se a polêmica do fim de semana foi proporcionada pela leitura labial de Júlio Baptista, levantando a hipótese de o Cruzeiro ter “amolecido” para o Vasco, ainda ameaçado pelo rebaixamento, o Santos não deu mole para o Fluminense, também a perigo, no Prudentão, e bateu o Tricolor por 1 a 0.

“Ficou de bom tamanho”, admitia o goleiro Diego Cavalieri, melhor jogador dos visitantes no jogo. E ele tem razão. A equipe de Dorival Junior foi com o objetivo único de não perder, e sofreu pressão do Peixe durante boa parte do primeiro tempo. Mas o ataque santista esbarrou na própria afobação e no arqueiro adversário. O time carioca foi para o intervalo sem ter realizado uma única finalização que fosse à meta de Aranha.

Na etapa final, os cariocas voltaram com outra disposição, mas ainda assim o Santos continuou mandando na partida. Claudinei desta vez optou por soltar mais os laterais para o apoio ao ataque, em especial Cicinho pela direita, mas foi com o avanço de um de seus volantes que surgiu a jogada do gol. Arouca carregou a bola e tocou para Geuvânio, que devolveu de primeira. O Cinco peixeiro fez o lance de linha de fundo e tocou para Thiago Ribeiro marcar.

No mesmo estádio em que se sagrou campeão brasileiro em 2012, rebaixando o Palmeiras, o Fluminense sentia a derrota que pode levá-lo mais à frente para a Série B. Até tentou atacar, mas, embora houvesse vontade, o time mostrou por que está nessa situação. Enquanto isso, o Santos ora perdia chances de ampliar, ora tocava a bola colocando o rival na roda. Mesmo sem pretensões na competição, fez valer a dignidade. Ao todo, foram 21 finalizações santistas contra somente 3 dos cariocas, segundo o Footstats, e 42 desarmes contra 25.

Um a zero foi o final da primeira peleja da “turnê de despedida” de Claudinei do comando do Santos. Que ao menos a equipe mantenha a postura altiva nas duas últimas rodadas, mas vendo esse e lembrando de outras pelejas, fica a sensação de que, com um pouco mais de ousadia (e alegria?) o Alvinegro Praiano poderia ter ido mais longe. Mas, agora, só em 2014…