Destaques

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

'Biriteiros, travestis, trambiqueiros e o quengal em geral'

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Tecla SAP cearense: quenga = prostituta / quengal: coletivo de prostituta

terça-feira, fevereiro 18, 2014

Nada é tão óbvio que não possa ser redundante

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Instrutivo título de matéria do jornal Valor Econômico em 17/02/2014:


segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Feito para você, reacionário

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A suposta agenda do banco Itaú: 'revolução' para designar o golpe militar de 64
Depois de ler que a agenda distribuída como brinde pelo banco Itaú traz, na página do dia 31 de março, o registro do "aniversário da revolução de 1964" (clique para ler aqui), vejo agora, também, que a referida publicação registra, no dia 25 de outubro, o "suicídio de Vladimir Herzog" (clique para ler aqui), jornalista que foi torturado e morto pelo regime militar. Não posso cravar que seja verdade, apesar de muita gente estar reproduzindo na internet a página sobre a "celebração" da "revolução" (foto acima). Procurei, mas não encontrei, a reprodução da página sobre o Herzog. Porém, se a tal agenda "sem noção" for mesmo verdadeira, podemos conjecturar que o Itaú, ao lançar o slogan "Feito para você", teria deliberadamente como alvo um público, no mínimo, "reacionário". Aliás, algumas notícias recentes - e outras nem tanto - sobre o banco dão ainda mais o que pensar sobre o assunto...

O Bope e o assédio moral
Senão, vejamos: em junho do ano passado, vazou uma acusação de que o Itaú teria contratado, no Rio de Janeiro, um oficial do temível Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) para uma palestra denominada "motivação". Segundo a denúncia, "o oficial do Bope enfatizou que os fracos não têm vez no mundo competitivo" (clique para ler aqui). Mais uma vez, concedamos ao banco o benefício da dúvida. Mas que há probabilidade de ter acontecido, ninguém duvida. Afinal, naquele mesmo mês de junho de 2013, a Justiça havia condenado o Itaú por "assédio moral organizacional" em São Bernardo do Campo (clique para ler aqui). Na sentença, o juiz disse que "o banco reclamado imputa carga de estresse aos seus empregados por conta, única e exclusiva, de adoção de política organizacional voltada, primordialmente, para o contingenciamento de custos".

Protesto contra o banco Itaú: campeão nacional de lucros e demissões em 2011
Lucro recorde e o 'amigo' Serra
Essa política de pressão extrema sobre os funcionários para conter gastos e superar metas teria levado o Itaú, em 2011, a ser o campeão de lucros e de demissões no país (clique para ler aqui). Só que o desempenho chamativo dos lucros da empresa não dependia só disso. Um exemplo de que as relações promíscuas entre público e privado rendem bons negócios foi que, em 2005, ao assumir a Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB) obrigou 210 mil servidores público ativos e inativos a ter uma conta no Itaú, cancelando as que tinham no Banco do Brasil, Banespa/Santander e Caixa Econômica Federal. A Folha de S.Paulo salientou que foi "um dos negócios mais cobiçados do mercado financeiro", com movimentação anual, na época, de R$ 15 bilhões (clique para ler aqui). Se o valor manteve-se neste patamar, o "favor" movimentou R$ 120 bilhões de 2006 pra cá.

'Principal foco' era o PSDB
Digo favor porque, "curiosamente", como observou a própria Folha, "o Itaú foi um dos maiores doadores da campanha de Serra à prefeitura. O banco deu R$ 1 milhão dos R$ 14,8 milhões que o tucano declarou ao Tribunal Regional Eleitoral ter recebido em 2004". A "camaradagem" entre o banco e político, aliás, já era tradicional. Segundo o site UOL, em 2002, o Itaú "contribuiu com cerca de 5,4 milhões de reais" para campanhas eleitorais, mas o PSDB era o "principal foco": "Do volume das doações, um total de 2,2 milhões de reais foram dirigidos ao então candidato tucano à Presidência José Serra, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou 250 mil reais, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral" (clique para ler aqui). Em 2010, Serra voltaria a tentar a presidência da República e o Itaú-Unibanco seria novamente seu maior doador (clique para ler aqui), com R$ 4 milhões.

Roberto Setúbal, presidente do Itaú-Unibanco, e José Serra: 'camaradagens'
Da Redecard à Rede de Marina
Depois da derrocada política de Serra, que perdeu a presidência em 2010 e a prefeitura de São Paulo em 2012, o Itaú começou a ensaiar outra "aliança". Em fevereiro do ano passado, a herdeira do banco, Maria Alice 'Neca' Setúbal, "assinou o cheque para patrocinar a festa dada (...) no evento de lançamento do novo partido de Marina [Silva]" (clique para ler aqui), a Rede Sustentável - de oposição ao governo de Dilma Rousseff (PT). O tal partido terminaria tendo registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que obrigou Marina a aceitar ser vice na chapa de Eduardo Campos (PSB). Mas isso não impediu a família Setúbal de mudar o nome da empresa de cartões Redecard para Rede (clique para ler aqui). Sim, claro, é tudo "teoria petista da conspiração" etc etc. Assim como o fato de Luciano Huck, de notória ligação com Aécio Neves e Joaquim Barbosa (leia aqui e aqui), ser garoto-propaganda do Itaú...

Enfim, eu poderia até ter poupado tanto blablablá sobre a postura da empresa, na última década, se lembrasse que o partido político criado para dar sustentação à ditadura militar, a Aliança Renovadora Nacional (Arena), tinha como uma de suas figuras principais o banqueiro Olavo Setúbal (1923-2008), o dono do Itaú, que foi prefeito "biônico" de São Paulo de 1975 a 1979 - nomeado, sem eleições, pelo então governador Paulo Egídio. Nada mais coerente, portanto, que a agenda distribuída aos clientes na gestão do atual presidente do banco, Roberto Setúbal, seu filho (irmão da já citada 'Neca', amiguinha de Marina Silva), celebre o aniversário da "revolução" de 1964 - e na data mentirosa de 31 de março. Não é a primeira grande empresa nacional que agrada os generais. Tempos atrás, a família Frias amenizou o feroz regime militar como "ditabranda". Mas eu ainda conservo o direito de me espantar.

Se o Itaú foi "feito para você", tenho certeza absoluta que esse "você" não sou eu. E registro meus sinceros sentimentos à família do Vlado Herzog, que, depois de tanto sofrimento, é aviltada publicamente mais uma vez.

Até o macaco sentado no ombro do Huck sabe que ele é chapa do Aécio e do Barbosão

domingo, fevereiro 16, 2014

Também nos roubaram o futebol

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O texto abaixo originalmente diz respeito à realidade do futebol espanhol, mas é possível perceber que suas análises também podem ser estendidas para a modalidade de uma forma geral. Em muitos casos, a semelhança das mazelas de lá com as de cá são incríveis, e de modo algum são meras coincidências.

(Miguel Ruiz-FCB)

Por Ángel Cappa, no La Marea

O futebol, que nasceu plebeu e pertencia à classe trabalhadora, era uma festa que os povos davam a si mesmos até que o negócio se apoderou dele e o transformou em um gigantesco objeto de consumo, que gera lucros incalculáveis e também serve como entretenimento e distração das maiorias oprimidas. Ao fim e ao cabo, "o futebol é uma metáfora da vida", como dizia Sartre, e o que acontece neste âmbito é mais ou menos o que se sucede também na sociedade. O tsunami neoliberal levou à crise provocada pelos especuladores financeiros para arrasar com quase todos os bens e os direitos das pessoas. O lucro rápido, como valor máximo do capitalismo, pode ser comparado ao "ganhar do jeito que for" de um futebol que deixou de lado o gosto pelo jogo para dar valor única e exclusivamente ao resultado.

O vencedor sempre tem razão, do mesmo modo que os que têm dinheiro fazem o que querem. Dois conceitos impostos pela ideologia dominante para justificar as obscenas desigualdades que gerou. Até a década de 60 do século passado, aproximadamente, o futebol tinha valores tão importantes que até pensadores como Camus, que foi jogador também, se atreveu a dizer que tudo o que sabia sobre a moral e as obrigações dos homens devia ao futebol, ou intelectuais comunistas como Antonio Gramsci, que definiu o esporte como o "reino da lealdade ao ar livre".

Di Stéfano: sem comemorar gols de pênalti
O resultado foi sempre o mais importante, mas não o único objetivo, muito menos conseguido de qualquer maneira. Di Stéfano contou muitas vezes que naquela época não se costumava comemorar gols de pênalti; ou se comemorava de forma muito discreta pela considerável vantagem que o batedor tem sobre o goleiro. Algo semelhante aconteceu com Armando Galuchi, um jogador habilidoso do Blancha Bahia (Argentina) dos anos quarenta que, apesar de sua modéstia, em jogos oficiais cobrava pênaltis de letra para equiparar suas chances às do goleiro.

Hoje em dia, em que se festeja efusivamente até gols contra feitos pelos rivais, é muito raro encontrar alguém do futebol que faça uma declaração como a de Iniesta: "Ensinaram-me que é preciso ganhar, mas não de qualquer maneira". Ou seja, não é comum encontrar jogadores, treinadores ou mesmo jornalistas que valorizem o “jogar” pelo menos tanto quanto o resultado.
Uma das primeiras coisas que fez o negócio quando interveio decisivamente no futebol (e em outros esportes também) foi tirar do jogador o prazer de jogar. A palavra "trabalho" substituiu "treinamento" e "sacrifício" fez o mesmo com " jogar". Tudo o que passou a importar desde então foi o êxito, e o sucesso nesse contexto tem apenas um significado: ganhar. O prazer foi identificado com a indiferença e à diversão se deu o caráter de irresponsabilidade, ambos inaceitáveis para os critérios comerciais que tudo mercantilizam.

A enxurrada de dinheiro foi tão grande que os jogadores também perderam o sentido de pertencimento e já não sabem mais a quem representam quando entram em campo, nem para quem jogam. Isso foi fatal porque eles começaram a pensar como profissionais e se esqueceram ou confundiram o amor ao jogo com os privilégios da fama e o aparente poder que lhes dá a abundância econômica. Em outras palavras, deixaram de se sentir como amadores. Claro que sempre há exceções, como Xavi Hernández, que confessou que lhe dói mais um passe mal feito do que um gol perdido, palavras que são incompreensíveis para a maioria de seus colegas e fãs. Porque, como o filósofo polonês Zygmunt Bauman diz, também "as pessoas tinham um sentido de pertencimento e de solidariedade" que já não têm, atomizados pela filosofia do capitalismo neoliberal ultra-individualista.

Para a Fifa de Blatter, importa o tamanho dos lucros
A Fifa é uma das organizações mais poderosas do mundo, pela quantidade de dinheiro que maneja e pela influência que possui nas esferas políticas e sociais. Seus critérios e decisões são muito mais próximos da lógica comercial do que da desportiva. As marcas esportivas têm no futebol e em seus ídolos o que há de melhor para alavancar suas vendas multimilionárias.

E, como na sociedade as desigualdades são cada vez mais escandalosas, acontece o mesmo entre os clubes mais poderosos e o resto. O preço de um jogador do Real Madrid ou do Barcelona equivale ao orçamento anual de vários equipes da primeira divisão espanhola. A concorrência está praticamente desnaturada e as diferenças são cada vez mais acentuadas. Apenas em direitos da televisão, Real Madrid e Barcelona recebem anualmente 100 milhões de euros a mais do que as outras equipes.

Os preços dos ingressos, sempre excessivos – ainda mais nessa época dura para os trabalhadores – e os horários dos jogos que a TV fixa de acordo com a sua conveniência, juntamente a outros detalhes como o desconforto para os torcedores e o excessivo número de partidas jogados quase que diariamente, muitas vezes afasta as pessoas dos estádios e as leva para a televisão e para os anunciantes, que, finalmente, têm seu objetivo alcançado.

O futebol era nosso e agora é deles, que não o respeitam nem o querem, mas apenas usam-no em seu benefício e o esvaziam de sua identidade. Muitas vezes quiseram matá-lo – e outras tantas ele ressuscitou – mas parece que desta vez é sério. Contudo, sempre nos restará alguma jogada magnífica, coletiva ou individual, que nos devolva a esperança. Sempre haverá um Iniesta, um Xavi um Silva, um Valerón, que ameacem fazer um lance para executar outro, recuperando a essência do jogo. Sempre haverá um Messi que deixe sentados os defensores, sem saberem por onde passou. Ou um Ronaldo que sacuda as redes de qualquer meta e nos deixe assombrados. Sempre haverá um Oliver ou um Jesé para seguirmos acreditando. E sempre haverá uma equipe modesta que nos lembre a dignidade deste jogo trocando dez passes seguidos.

E nós sempre estaremos, como disse Eduardo Galeano, implorando pelos estádios: "uma jogadinha bonita, pelo amor de Deus."

sexta-feira, fevereiro 14, 2014

O homem que tem uma cervejaria dentro do corpo

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Mathew Hogg fica bêbado comendo pão
O sonho de muito manguaça pode ser, na verdade, um pesadelo. O inglês Mathew Hogg sofre da síndrome de fermentação intestinal, na qual um excesso de levedura preso ao intestino delgado cria álcool, que é absorvido diretamente pela corrente sanguínea. Ou seja, ele é uma espécie de "cervejaria ambulante": toda vez que come açúcar ou carboidratos, seu corpo converte em etanol e ele acaba meio bêbado ou de ressaca (portanto, para ele, aquela conversa de "pão líquido", apelido de cerveja, é literalmente verdadeira!). Pode parecer interessante, mas não é. A síndrome é ininterrupta e, muito mais do que sentir o alegre torpor da embriaguez, Hogg sofre constantemente com fadiga, dores musculares, dor de cabeça crônica, diminuição da capacidade mental e oscilações de humor, entre outros sintomas ruins.

Confira trechos de uma entrevista do "Homem-Cervejaria" ao site vice.com:

Quando você percebeu que seu intestino produzia álcool?
Matthew Hogg - Sofri de problemas estomacais durante toda a infância. Fui diagnosticado inicialmente com síndrome do intestino irritável, no entanto, na adolescência, experimentei uma piora severa dos sintomas, como inchaço e gases depois das refeições — eram tão fortes que eu conseguia sentir a fermentação borbulhar no meu baixo abdômen.

E você ficava de ressaca?
Sim, no final da adolescência, experimentei ressacas alcoólicas severas, geralmente nas manhãs depois de comer refeições ricas em carboidratos. Eu tinha dores de cabeça terríveis, náusea severa, às vezes com vômito, desidratação, boca seca, suores frios e mãos trêmulas. Era como se eu tivesse saído na noite anterior e bebido o bar inteiro, mas eu não tinha consumido nada de álcool.

E quando você foi diagnosticado com síndrome de fermentação intestinal?
Me indicaram um especialista em Londres. Os exames confirmaram que meu intestino produzia grandes quantidades de etanol de levedura, além de quantidades significativas de outros álcoois associados ao metabolismo de várias bactérias.

Como a doença afetou sua vida?
Ela teve um impacto devastador em minha vida. Até os 16 anos, eu era um aluno nota A, e achava o trabalho acadêmico divertido e recompensador. Eu era um bom atleta também, e tinha uma vida social ótima. Conforme a síndrome de fermentação intestinal começou a se estabelecer, tudo mudou. Eu me vi sofrendo na escola quando, na minha cabeça, eu sabia que não devia estar tendo problemas. Também tive que abandonar os esportes, porque me sentia exausto depois de uma corrida curta, e me vi lutando para conseguir levantar de manhã. Fiquei apavorado, eu não sabia o que estava acontecendo, eu ficava frustrado e nervoso por não ser mais capaz de funcionar no mesmo nível de antes. Minha vida social degringolou, eu me sentia sozinho e deslocado, e não tinha energia e motivação para fazer parte das coisas.

Ao ingerir carboidratos, Hogg sente-se como se tivesse 'bebido o bar inteiro'
Com que frequência você se sente bêbado ou de ressaca? É uma coisa diária?
Se eu tivesse uma dieta normal contendo grãos, frutas e comida processada com a adição de açúcar, eu experimentaria os sintomas que descrevi todo dia, mas aprendi a adaptar minha dieta para minimizar a fermentação em meu intestino. Há muito tempo venho fazendo algo parecido com uma dieta da Idade da Pedra, baseada em carne, vegetais, nozes e sementes. Apesar disso, a causa principal de minha condição não está sendo tratada com sucesso, então, ainda sofro com os sintomas crônicos como fadiga, dores, intolerância a exercícios e stress e disfunção cognitiva, mas não os sintomas de uma ressaca aguda e severa.

Você já comeu um monte de alimentos açucarados para ficar bêbado, por razões recreativas?
Francamente, às vezes, em situações sociais — ou quando não tenho mais nada disponível, se estou longe de casa — sou forçado a comer doces ou alimentos ricos em amido. Mas, como regra, prefiro manter a dieta de baixo carboidrato porque as consequências negativas superam o prazer momentâneo. Na maioria das vezes, eu me sinto mais de ressaca do que bêbado como resultado da síndrome de fermentação intestinal, então, apesar de as pessoas acharem que essa condição é um jeito barato de ficar bêbado para propósitos recreativos, essa, infelizmente, não é a realidade.

Enquanto sua namorada bebe vinho, Matthew 'bebe' pães
Mas você pode ficar bêbado comendo açúcar e carboidratos, certo?
Sim. Muitas vezes, especialmente nos últimos anos no colegial, tive momentos de embriaguez sem ter consumido nenhum álcool. Eu descreveria mais como períodos do que como momentos, já que eles duravam algumas horas de cada vez. Esses períodos sempre vinham depois de uma refeição e após algumas horas — que é o período de tempo típico para a digestão e absorção — os efeitos passavam e eu sentia minha consciência normal retornar.

Qual seu conselho para pessoas que sofrem de síndrome de fermentação intestinal?
Eu gostaria que seus leitores que suspeitam ter a síndrome de fermentação intestinal saibam que existem tratamentos efetivos por aí, ainda mais se a condição for diagnosticada logo no começo. A síndrome era algo completamente desconhecida quando fiquei doente, e passei os primeiros dez anos fazendo tudo errado e tornando a situação muito pior e mais difícil de recuperar depois. Espero que minha história ajude as pessoas a reconhecer essa condição, em si mesmo ou em pessoas próximas, e que elas procurem ajuda profissional o quanto antes.

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Som na caixa, manguaça! - Volume 75

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TODA BÊBADA CANTA
(Composição: Silvia Machete)

Silvia Machete

Cheguei em casa
Toda descabelada
Completamente arrependida
Do que aconteceu
Tomei cachaça
E fumei como maria fumaça
Completamente arrependida
Do que aconteceu

Não teve a menor graça
Tudo isso eu sei que passa
Mas não passou...
Eu não sou nenhuma santa
Eu não sou nenhuma santa
Eu não sou nenhuma santa
Eu não sou nenhuma santa

Cheguei em casa
Toda descabelada
Completamente arrependida
Do que aconteceu
Tomei cachaça
E fumei como maria fumaça
Completamente arrependida
Do que aconteceu

Não teve a menor graça
Tudo isso eu sei que passa
Mas não passou...
Eu não sou nenhuma santa
Eu não sou nenhuma santa
Eu não sou nenhuma santa
Eu não sou nenhuma santa

Eu não sou nenhuma santa...
Toda bêbada canta!

(Do CD 'Bomb of Love', Digipack, 2006)


terça-feira, fevereiro 11, 2014

Polícia criativa

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Estou com dificuldades para escrever o que quer que seja sobre essa nota da Polícia Militar de Goiás sobre a prisão de um acusado de tentar furtar dois CD's. Deixo o texto e o link, para provar a veracidade do fato.

"Um homem foi preso hoje (11/02/14), por volta das 14:36, na Livraria Saraiva, situada no piso 03 do Shopping Flambyant. De acordo com informações repassadas por policiais militares que chegaram ao local para fazer a condução do suspeito, Cxxxx Cxxxx Pxxxxxx Axxxx (06/02/75), de 39 anos, tentou sair do estabelecimento acima citado com dois discos da cantora norte americana Beyoncé. O suspeito escondeu os produtos em uma sacolinha do Bretas mas foi surpreendido pelo segurança quando tentou deixar a loja sem pagar pelo produto. Contudo a escolha do produto não foi aleatória. O suspeito disse que é dançarino e por isso queria se apropriar do objeto. Um dos policiais militares que está encaminhando o suspeito para a delegacia comentou que Cxxxx Cxxxx realmente dança muito bem, e que o talento que lhe faltou na habilidade de subtrair objetos sobrou na dança. O certo é que Cxxxx Cxxxx será agora encaminhado ao 8º DP e, caso fique preso, terá que dançar na cadeia. Mais informações com Soldado Melquisedeque: 9628-xxxx."

Duvida? Veja aqui.

Marco Feliciano alerta para o "auto" índice de analfabetos funcionais no Brasil

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segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Um minuto de não silêncio para Nico Nicolaiewski, de Tangos & Tragédias

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Gomez e Nicolaiewski em ação (Ramiro Furquim/Sul21)
Com alguns dias de atraso, é preciso registrar aqui o falecimento, no último dia 7, do ator, músico e compositor Nico Nicolaiewsky. Junto com o parceiro Hique Gomez, ele protagonizou um dos espetáculos mais originais da história do teatro brasileiro. Tangos & Tragédias divertiu milhares durante 27 anos, tendo sempre uma temporada no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, além de correr todo o Brasil. E não eram poucos os que viam a apresentação várias vezes, mesmo ela permanecendo praticamente a mesma no decorrer dos anos.

Na peça, Hique Gomez é Kraunus Sang e Nico Nicolaiewski é o Maestro Plestkaya, ambos naturais da Sbørnia, país fictício do qual foram expulsos após a chegada do rock and roll. Em palco, apresentavam músicas folclóricas da nação, como “Aquarela da Sbørnia”, que conta a história do país, separado do continente após “sucessivas explosões nucleares malsucedidas”, sendo hoje uma “lixeira cultural” do mundo que recicla o que vem de outros locais.


O lugar também é berço do “Copérnico”, coreografia na qual não se pode mexer com as pernas nem com as mãos, momento do show em que o público era convidado – ou desafiado – a incorporar a dança. Outro ponto interessante do país é seu sistema político, o “anarquismo hiberbólico”, definido assim: “Em época de grande indecisão o povo se reúne em uma praça pública e fica naquele clima de indecisão, naquele clima de indecisão, naquela coisa de indecisão... Insuportável indecisão. Indefinível indecisão, indecisível indecisão, aquela coisa, indecisão... Até que nasce uma flor, uma linda flor maravilhosa flor, tão bonita flor...”



Além das canções sbørnianas, Gomez, ao violino, e Nicolaiewsky, no acordeon e piano, também apresentavam "obras de compositores brasileiros mundialmente esquecidos ou ignorados, como Vicente Celestino, Alvarenga & Ranchinho e Cláudio Levitan", conforme eles próprios definiam.

Nicolaiewsky ao piano (Raul Krebs/Divulgação)
O sucesso do espetáculo o levou ainda a ser tema da escola de samba Imperatriz Leopoldinense em 1999 e, em 2007, fizeram um show comemorativo dos 20 anos do espetáculo reunindo 20 mil pessoas na Praça Matriz de Porto Alegre. Em breve, deve ser lançado no circuito comercial o desenho animado Até que a Sbórnia nos Separe, em 3D.

Os 30 anos do Musical Saracura, grupo que Nicolaiewsky integrou junto com Sílvio Marques, Flávio Chaminé e Fernando Pezão também será tema de um documentário da diretora Liliana Sulzbach. Sua última obra solo foi o impagável “Música de Camelô”, levando ao palco interpretações de canções populares, que mostravam "lados ocultos" das músicas.

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

De Pato pra Ganso...

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Pato no Inter: não é mais o mesmo
...e só falta o São Paulo contratar o português Tozé Marreco para completar a granja. Falar o que? Alexandre Pato foi a grande decepção, senão a maior da história, do Corinthians. Agora ele é problema do São Paulo, que se livrou do Jadson (a informação de que o meia foi o maior destaque no treino de ontem, data do anúncio da transação, comprova que seu afastamento por "falta de preparo físico" era só conversa mole para não desvalorizar - ainda mais - o jogador, como ocorreu com Lúcio). Talvez o ex-sãopaulino se dê bem no Parque São Jorge. Depois que o Arouca, que fez um bom Brasileirão de 2009, foi "dado" para o Santos, onde virou craque, tudo é possível. Se até o referido (e escorraçado) Lúcio tá mandando bem no tal "Palmeiras 100%"...

Enfim, palpites e futurologias são dispensáveis por ora. Mas vou fazer, aqui, um paralelo polêmico. Para mim, Pato é uma decepção para os corintianos tanto quanto Ganso é para os sãopaulinos. Acontece que a pressão no clube alvinegro foi muito maior, pois logo antes da chegada da jovem estrela paranaense, entre 2011 e 2012, o time ganhou "tudo" (brasileiro, Libertadores e Mundial) e esperava-se que repetisse a dose em 2013 (só que não). Além do mais, Pato é atacante, e a expectativa era a de que chegasse para ser artilheiro absoluto (só que não). Já Ganso caiu num time que não ganhava nada desde 2008, beliscou uma Copa Sul-Americana logo na chegada e, por ser meia, não há cobrança por ter feito míseros cinco gols até hoje.

Ganso no Santos: não é mais o mesmo
Eu afirmo com toda convicção: a produção em campo do ex-santista, pelo status que tem, pelo o que custou e pelo que se espera dele, foi tão pífia quanto a de Pato. Ganso também não jogou NADA na Libertadores de 2013, nem no Brasileirão (quando o time quase caiu para a Série B e quem "salvou", na hora do aperto, foram os "esforçados" ou "anti-craques" Rodrigo Caio, Antonio Carlos e Aloísio). Idem no Paulistão do ano passado, quando o badalado meia assistiu, apático e sumido, o São Paulo ser eliminado justamente pelo Corinthians, nos pênaltis - com a cobrança decisiva sendo feita exatamente por Pato. Quantas boas partidas fez Ganso pelo Tricolor? Meia dúzia? Uma dúzia, se tanto? Jogo "nota 10", contra time forte, nenhum.

Em resumo, o São Paulo juntará duas decepções para tentar extrair leite de pedra. Interessante é que, há três ou quatro anos, TODO MUNDO escalaria os dois como titulares absolutos da seleção brasileira. Contusões em série, em ambos os casos, minaram o futebol deles de forma impressionante e praticamente sepultaram a chance de que sequer consigam uma vaga entre os reservas na Copa deste ano. Outra coincidência: Pato nasceu em 2 de setembro de 1989 e Ganso, em 12 de outubro daquele ano, ou seja, apenas 40 dias de diferença. Ambos têm, portanto, 24 anos, juventude que permite supor que ainda podem se recuperar no futebol. Vamos ver se a bola, tocada de Pato pra Ganso e vice-versa, vai dar canja. Mas não se pode contar com o ovo...


Quem é o 'Cidade'?!?!???

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Reprodução de uma página da revista Placar, de 1978, mostra figurinhas conhecidas daquele Flamengo do técnico Claudio Coutinho que conquistaria quatro estaduais e três brasileiros a partir dali: Leandro, Tita, Andrade, Zico, Júnior, Adílio e Júlio César "Uri Geller". Como sempre, todo elenco reserva para a posteridade jogadores obscuros, como o tal de André. Mas, olhando bem, a grande dúvida é: quem é esse tal de 'Cidade'?!??!?? Alguém tem alguma pista? Flamenguistas, manifestem-se!


sábado, fevereiro 01, 2014

Festa na Vila: Santos goleia de novo por 5 a 1 e chega ao gol 12 mil de sua história

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Se o Botafogo-SP já fazia parte da história do Santos por conta de uma derrota por 11 a 0, ocorrida no campeonato paulista de 1964, com oito tentos de Pelé, novamente fará parte da memória alvinegra de uma forma que não gostaria. O time sofreu o gol 12 mil do Santos, clube de futebol profissional que mais foi às redes no mundo, e levou uma goleada atuando em uma Vila Belmiro com sensação térmica de 34 graus.

As duas equipes fizeram um dos jogos mais intensos do Paulista na metade inicial do primeiro tempo. Com espaços nas duas defesas, os times criaram oportunidades, mas a qualidade técnica dos donos da casa fez a diferença e assegurou a vantagem alvinegra logo aos 4 minutos. Leandrinho, que entrou no lugar do contundido Alan Santos, deu uma bela enfiada de bola para Geuvânio. O moleque foi rápido, driblou o goleiro Gilvan, e marcou.

Ah, moleques! (Santos FC)
Ainda assim, a partida seguiu equilibrada, mas sempre pendendo para o Alvinegro que, aos 11, teve chance de ampliar. Geuvânio pedalou chegando à área e sofreu pênalti, desperdiçado por Cícero. Até o intervalo, Aranha teve que fazer ao menos três defesas importantes, e o Botafogo chegou com perigo à área santista. Isso por conta dos méritos do esquema montado por Wagner Lopes, que adiantou a marcação na maior parte do tempo e dificultou a saída de bola peixeira. Mas também em função de uma deficiência defensiva pelos lados do campo. Emerson Palmieri, que ocupou o lugar do contundido Mena, não foi bem mais uma vez e também não teve uma cobertura eficiente dos meias pelo lado esquerdo, que foi por onde o time do interior chegou mais.

Mesmo com a peleja perdendo intensidade na metade final da primeira etapa, os visitantes quase marcaram um golaço com uma bela chegada de Hudson. Contudo, foram castigados em um contra-ataque perfeito do Peixe, com uma assistência de Geuvânio para Cícero, que não perdeu.

No segundo tempo, o Botafogo começou assustando, com uma falha – rara, diga-se – do goleiro Aranha, que saiu mal em cobrança de escanteio pelo lado canhoto da defesa. A bola bateu no volante Hudson, que fez meio sem intenção. A partir daí, os visitantes recuaram e aguardaram os contra-ataques. Não foi uma boa opção...

Eram 21 minutos quando Geuvânio, jogador que mais se apresentava pelo lado alvinegro (e bem), deu um toque sutil e contou com a falha do defensor Lima, que furou e deixou a bola limpa para Gabriel. O moleque, sumido até então, não costuma tremer na frente do goleiro, e não foi diferente desta vez.

Faltava um gol para o 12 mil, e ele só poderia vir de um menino da Vila. Gabriel recebeu após um chutão de Aranha que passou por todo o campo. Novamente, o Nove peixeiro não desperdiçou,
entrando para a história do clube. Leandro Damião deve estar coçando a cabeça vendo seu provável adversário pela vaga no ataque fazendo o quarto gol no Paulista, tornando-se artilheiro do time no torneio.

Com a partida ganha, Oswaldo de Oliveira (expulso por reclamação) promoveu a estreia de Rildo, a entrada de Lucas Otávio, que participou da campanha vitoriosa na Copa SP de Juniores, e, antes de sair do campo, orientou a entrada de Bruno Peres. Rildo, aliás, fez uma bela jogada pela esquerda do ataque, dando assistência para o quinto gol peixeiro, marcado por Emerson Palmieri.

Mais uma goleada por 5 a 1, e o torcedor vai ganhando confiança, assim como os jovens que mostram personalidade em campo. E uma partida histórica. Definitivamente, pode dar caldo.

quinta-feira, janeiro 30, 2014

5 X 1: Arouca comanda os meninos, e Santos humilha Corinthians na Vila

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Era 15 de maio de 2011, segunda final do Paulista de 2011, quando Arouca fez seu primeiro gol pelo Santos. O adversário era o Corinthians de Tite, e o Peixe, na Vila Belmiro, se sagraria bicampeão estadual vencendo por 2 a 1. O volante ainda acertaria a trave na peleja.

O camisa 5 (5) do Alvinegro, demoraria a marcar outra vez. Antes, fez uma grande partida no segundo jogo da final da Libertadores, contra o Peñarol, em 2011. Foi dele que veio a assistência para Neymar fazer o primeiro da partida. Marcou seu segundo contra o Guarani, na primeira fase do estadual de 2011. E o terceiro na noite de ontem, (29), na goleada contra o Corinthians, aos 12 minutos da primeira etapa.

Foi o tento que abriu a vitória peixeira. Mas Arouca não fez só o gol. Deu assistência, após um belo lance, para o segundo, de Gabriel, aos 22. E, aos 2 do segundo tempo, desarmou uma bola na lateral esquerda, conduziu a redonda para o campo rival e articulou o ataque que resultou no gol de Thiago Ribeiro, “veterano” aos 27 anos em meio aos meninos da Vila. Moleques como Gustavo Henrique, Alan Santos, Geuvânio e Gabriel. Na etapa final, ainda entraram Leandrinho e o estreante, Stephano Yuri, artilheiro da Copa São Paulo de Juniores.

A sensação térmica de 35 graus não abalou o Santos, que começou a toda nos dois tempos. Mas foi o terceiro gol, feito logo após o intervalo, que acabou com o Corinthians. Os donos da casa, mais condicionados fisicamente e, principalmente, mais tranquilos, botaram os rivais na roda em diversos momentos, enervando-os ainda mais e levando perigo ao gol corintiano ao realizar a transição rápida para o campo de ataque.

Professor bate palmas, e aluno aplicado vibra (Ivan Storti/SantosFC)
Oswaldo de Oliveira, que falou a respeito da partida dizendo que este seria o verdadeiro teste do estadual até então, já que ambos estariam no mesmo grau de preparação física – enquanto alguns times do interior estariam acima – não deu banana pra torcedor e nem fez gestos obscenos. Conseguiu sua terceira vitória em quatro jogos e segue invicto à frente do Santos. Um terço dos triunfos conquistados em sua primeira passagem pelo Alvinegro, em 2005, quando obteve nove vitórias, quatro empates e três derrotas em 16 jogos.

O Santos adotou quase na maior parte do tempo um 4-2-3-1 da moda, mas diferente, já que os jogadores se alternavam nas posições e confundiam a marcação corintiana. Gabriel, 17 anos, mostrou personalidade, assim como Geuvânio, que deu um drible da vaca desagradável para Ralf no quarto gol, de Bruno Peres, que acertou de primeira, e de esquerda... Thiago Ribeiro fez dois gols, e foi crucial. Mas o dono do jogo foi Arouca, que pode não ter a regularidade que o torcedor gostaria, até por conta de contusões, mas que não foge do embate e sempre aparece nas partidas importantes, diferentemente de medalhões incensados pela mídia.

Quanto ao Corinthians, quase equilibrou o jogo na segunda metade do primeiro tempo, mas não mostrou o padrão técnico-tático preciso para igualar o ímpeto santista. Em suma, foi bipolar: quando quis ser aguerrido, foi nervoso; quando buscou ser calmo, foi apático. E Mano tinha mesmo que tirar Guerrero, que seria expulso, mas colocar Pato com 4 a 1 contra cheirou a provocação contra o moço.


Agora, faltam quatro gols para o maior time profissional artilheiro do planeta chegar aos 12 mil. E o Santos bateu o Corinthians pela segunda vez em cinco (5) dias, contando a final da Copinha. Quando as coisas ensaiam ficar difíceis, os moleques costumam salvar.

quarta-feira, janeiro 29, 2014

E se a novidade da campanha eleitoral 2014 for o uso de hologramas?

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O ano é de amplas movimentações político-eleitorais, com pleito nacional e estaduais no calendário. Em tempos de mídias sociais, há quem espere um acirramento da tensão virtual assistida em 2010. Ainda mais no contexto pós-protestos de junho de 2013, de #nãovaitercopa e, porque não, de rolezinhos organizados por celebridades locais que não precisaram das mídias de massa convencionais para alcançar milhões em audiência. Mas e se a novidade do ano não for bem essa?

No reino da palpitologia, uma iniciativa do primeiro ministro da Turquia traz uma estratégia, no mínimo, divertida.Por não poder participar de convenção partidária, armou uma alternativa digna de ficção científica.Políticos têm,  comumente, egos de proporções avantajadas. Não por acaso, o ilustre Recep Tayyip Erdogan foi substituído por um holograma gigante em seu lugar.

Antes dele, consta que o indiano Narendra Modi usou artimanha correlata no país do subcontinente asiático para ganhar atenção. Trocadilho fácil é dizer que essa visibilidade pode ser meio ilusória.

A presença holográfica seria novidade no Brasil no âmbito da política. E representaria uma tentativa de superar o trauma da manobra que levou Renato Russo a tocar em Brasília post mortem -- quebrando uma promessa feita em vida pelo músico, de não voltar a desempenhar em público na capital federal. Quebra de promessa e campanha eleitoral é outra piada fácil que fica no ar. O making of está no Youtube. Para quem quiser praticar turco, é uma oportunidade. Para os demais, só dá pra entender algo perto de "hologram".




Política virtual


Holografia pode ser um recurso novo, antes compartilhado apenas por jedis e outros personagens estranhos de Guerra nas Estrelas. Mas não seria a primeira investida em realidade virtual para partidos políticos brasileiros. Nos idos de 2007, após o primeiro de muitos reveses eleitorais, o então recém convertido de PFL a Democratas lançou uma sede no Second Life.

O serviço, pré-mídias sociais e anterior à febre de games atual, permitia a criação de personagens e e espaços virtuais para atividades cotidianas.

A simulação, pelo jeito, era muito sem graça, porque a história naufragou e hoje é uma zumbilândia virtual. Houve quem tivesse faturado bons trocados.

E quem só tivesse pagado mico.

Que venham os hologramas.

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Corinthians de Mano começa 2014 com mais ataque

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Se alguém gostou do técnico novo, foi o Romarinho
O Corinthians faz hoje a noite, contra o Paulista, seu segundo jogo na novíssima era Mano Menezes – sendo ou um tremendo exagero ou um arroubo de otimismo falar em “era” com a tradição de demitir técnicos que grassa pelo país. O primeiro, contra a Lusa, no domingo, que assisti com meio e ressaqueado olho, trouxe novidades interessantes em termos de estilo de jogo e alguma esperança de um futebol um pouco mais vistoso para os corações alvinegros.

Em lugar da estrutura tática rígida implantada por Tite, que conquistou a América e o mundo em 2012 – sem contar o Paulistão de 2013, que todo corintiano adora exaltar mas que, na hora H, não salvou o ano de ser considerado perdido, vá entender –, Mano mostrou mobilidade no ataque, chegada dos laterais e volantes e outras cositas que resultaram em maior criação de jogadas de perigo e no primeiro jogo com dois marcados em um tempinho considerável. Por outro lado, a defesa levou uma boa meia dúzia de sustos do fraco time da Portuguesa, remontado às pressas depois d rebaixamento-que-não-se-sabe-bem-se-rolou-mesmo no Brasileirão e sem o tempo a mais de treino que costuma igualar condições entre grandes e pequenos no início do Paulistão – o São Paulo que o diga.

Mano não vem exatamente de uma tradição super-ofensiva. Sua primeira passagem no Parque São Jorge, de 2008 a 2010, foi também marcada por xingamentos contra o defensivismo excessivo, por recuar cedo demais e dar chance a empates, por não ousar. Mas mostra características diferentes de Tite. Enquanto este segurava os dois laterais e mantinha os três meias do 4-2-3-1 presos em suas faixas do campo para garantir a organização das linhas de marcação, aquele sempre liberou pelo menos um dos defensores (André Santos, no caso) e dava mais liberdade para um dos atacantes (Dentinho) e para o meia centralizado (Douglas). O torcedor de boa memória lembrar-se-á de mais tabelas e bolas enfiadas na Copa do Brasil de 2009 do que na Libertadores de 2012 – outros vão recordar mesmo é da eliminação para o Flamengo em 2010, mas aí são outros quinhentos.

No jogo contra a Lusa, Romarinho entrou pela direita na linha de meias, ou pelo menos foi o que todo mundo pensou. Na prática, via-se o garoto aparecendo em todos os cantos do ataque, ora com Rodriguinho caindo na ponta direita, ora com este e Danilo mais recuados como meias das antigas. Nessa posição, foi muito bem e pareceu mais à vontade do que na função de “Jorge Henrique 2 – A Ressurreição” que Tite lhe confiava.

Outro que rendeu muito foi Guilherme, pra mim o melhor do jogo. Chegou na frente o tempo todo, criou boas jogadas e deve ter sido quem mais chutou a gol.

A primeira questão que surge vem com o terceiro destaque claro da partida: o goleiro Walter, que trabalhou muito e muito bem. Uma sequência de duas defesas à queima-roupa contra o ataque da Lusa já no segundo tempo merecia mais destaque do que recebeu nos comentários. Isso indica que a melhoria ofensiva causou queda da produção defensiva – o que até é esperado, mas sempre um pouco preocupante. Claro que zagueiro leva mais tempo pra pegar ritmo de jogo e que entrosamento pega mais nas ações defensivas. Além do mais, se perdermos alguns lugares na lista de defesas menos vazadas e subirmos uns degraus na eficiência do ataque, temos muito a ganhar. Mas cabe acompanhar.

Santos empata com Audax e Oswaldo tem cartão de visitas da "turma do amendoim"

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Quem se arriscou a ir ao Pacaembu na noite de terça-feira, em um jogo com o ingrato horário de 19h30, mal divulgado pela Federação e tomando chuva, merecia um prêmio da diretoria do Santos. O mando de jogo era do Audax, que pensou faturar com os torcedores rivais cobrando R$ 60 o preço da arquibancada para uma partida da segunda rodada do Paulista, mas deu com os burros n'água. Não só pelo mau tempo, mas também pela inteligência (só que não) da Federação Paulista de Futebol, organizadora do campeonato estadual e da Copa São Paulo de Juniores, que marcou praticamente para o mesmo horário dois jogos do Peixe, o outro, válido pelas semifinais do torneio da base. Resultado: Arena Barueri com ótimo público para ver os meninos da Vila despacharem o Atlético-MG, e o Pacaembu com pouco mais de 2 mil testemunhas. Parabéns aos envolvidos.

Sim, sim, foi um jogo medonho. Boa parte dos jogadores alvinegros mostrou uma evidente falta de condição física, com alguns tendo atuações pavorosas. Era difícil escolher o pior em uma equipe remendada, com desfalques em todos os setores e o meio de campo totalmente reserva. Oswaldo de Oliveira tentou colocar Cicinho na meia, com Bruno Peres, persona non grata da torcida, na lateral direita. Não deu certo. No decorrer da partida inverteu as posições, mas o ex-pontepretano teve um dos seus piores desempenhos com a camisa peixeira.

Trabalhador tira soneca no intervalo do jogo. Acordou aos 7 do segundo tempo, mas deveria ter dormido mais...

Não só ele, ou eles, ficaram abaixo do esperado. Além das atuações individuais, saltou aos olhos a falta de um reserva para Montillo, algo mais do que necessário tendo em vista sua iminente ida para o chinês Shandong Luneng. Sem criatividade e articulação, viam-se os atacantes isolados, pedindo uma bola que nunca chegava.

Garoto com camisa do Barcelona.. Sinal dos tempos
O Audax fez seu gol no tempo inicial, boa jogada de Rafinha na direita da intermediária santista e passe preciso para Caion fazer de cabeça. Aliás, em nenhum momento a equipe de Fernando Diniz se intimidou com a marcação-pressão alvinegra, tocando sempre a bola para sair jogando de trás, com um bom entrosamento e saídas rápidas. Conseguiu assim diversos contra-ataques durante toda a partida e, se tivesse mais capricho, poderia ter assegurado a vitória já no primeiro tempo.

O castigo para o Audax e o alívio para o torcedor do Santos veio com uma cobrança de falta na cabeça do zagueiro Jubal, que marcou aos 42 do segundo tempo. Empate mais que imerecido do time de Oswaldo, que deu uma banana para parte da turma do amendoim que o azucrinava atrás do banco de reservas. Aliás, xingar o técnico de "burro" sendo que ele não pode contar com mais de meio time, além de não ter nenhuma contratação em campo e nem atletas da base que disputam a Copa São Paulo mostra quem deve ser o burro de verdade...

segunda-feira, janeiro 20, 2014

Sete jogos sem vitória (e contando) OU mais do mesmo

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Jogando um futebol tão ruim e improdutivo quanto o apresentado em 2013 e sem reforços que realmente reforcem alguma coisa (ou pior: reforçam o que há de ruim!), o São Paulo foi derrotado pelo Bragantino logo na estreia do Paulistão, por 2 x 0. A última vitória do Tricolor aconteceu no dia 13 de novembro, há quase 70 dias, contra o Flamengo, também por 2 x 0. De lá para cá, derrotas para Fluminense, Ponte Preta, Criciúma, Coritiba e, agora, Bragantino, e empates contra Botafogo-RJ e Ponte Preta. Esta sequência já representa metade dos 14 jogos sem vitória do time do São Paulo no ano passado, entre junho e agosto. Infelizmente, o torcedor não pode dizer com toda convicção que o clube tenha uma defesa que possa ser chamada de "titular", nem laterais com esse status, nem dupla de volantes, nem meias, nem linha de ataque. Se fosse para trazer jogadores, TODOS esse setores precisariam de reposições (urgentes!). Como isso não vai acontecer, a previsão é de um 2014 ainda mais complicado. Muricy Ramalho que tenha muita paciência para utilizar novamente Antônio Carlos, Rafael Tolói, Reinaldo, Denílson, Wellington, Douglas, Maicon, Osvaldo, Luís Fabiano, Ademilson - e jogo de cintura para lidar com as derrotas, vexames e eliminações que, com certeza, virão. Só rezo para que, mais uma vez, Deus tenha piedade de nós... Vamo, São Paulo! Escapar do rebaixamento mais uma vez!

domingo, janeiro 19, 2014

Paulistão 2014: Santos e Oswaldo estreiam com vitória magra

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Não foi uma estreia com pompa e circunstância. Aliás, os primeiros jogos dos grandes em início de temporada não costumam ser assim, que o digam Fluminense, Vasco e Botafogo. Sem ritmo e às vezes com atletas sem condições físicas, costumam enfrentar equipes que passaram por longas pré-temporadas, o que equilibra as forças entre adversários com poder de fogo desigual.

O adversário do Santos ontem era um desses times que se preparava há algum tempo. Desde novembro, o XV de Piracicaba (freguês premium) treinava para o Paulista, e mostrou bom preparo físico e um entrosamento interessante na partida de ontem. Na Vila Belmiro, a equipe do interior não deixou os donos da casa chegarem com facilidade à frente, congestionando o meio de campo e matando a criatividade peixeira. Criatividade, aliás, mais prejudicada após o intervalo, quando Montillo saiu lesionado para a entrada de Léo Cittadini. Mesmo assim, o XV era só defesa, e Oswaldo de Oliveira não teve seu esquema com três atacantes posto à prova na parte defensiva, graças à fragilidade do ataque piracicabano.

Se não contou com Leandro Damião, cuja situação ainda não foi regularizada; com Cícero, ainda sem uma definição sobre seu futuro, Alison e Edu Dracena (que só vai voltar no segundo semestre), o treinador alvinegro colocou seis garotos da base em campo, que se tornaram sete com a entrada de Cittadini. O desempenho, obviamente, foi desigual.

Gabriel Barbosa e Geuvânio se movimentaram bastante, embora tenham pecado na troca de passes, especialmente naquele último ou penúltimo lance antes de se chegar à meta. Leandrinho e Emerson Palmieri foram regulares, em especial na marcação, enquanto a dupla de zaga Gustavo Henrique e Jubal, que atuou junta durante muito tempo no time de baixo, mostrou entrosamento, inclusive na elaboração das famosas linhas burras que por vezes fazem o torcedor sofrer.

Comanda, professor... (Ricardo Saibun/Santos FC)
 A vitória veio com um belo passe de Geuvânio, que não ficou restrito a um lado só do campo como nos tempos de Claudinei, para Gabriel não hesitar. Ele hesitou no segundo tempo, quando teve oportunidade de ouro na qual poderia tentar driblar o goleiro, passar para Thiago Ribeiro, melhor colocado, ou finalizar com força. Mas preferiu dar uma cavadinha com o goleiro em pé... Perdoa-se pelos 17 anos, mas que deu raiva, deu. Foi seu quarto gol como profissional, em 16 pelejas nas quais participou (a maioria, entrando no decorrer do jogo).

Além da estreia com vitória, um gol a menos para a marca de 12 mil da equipe profissional que mais balançou as redes no mundo. Agora, faltam onze. E um pouco mais de rodagem para meninos promissores. 


E, na esdrúxula fórmula do campeonato paulista – vinte times divididos em quatro grupos, sendo que na primeira fase eles não enfrentam seus concorrentes diretos – São Paulo e Corinthians foram beneficiados mesmo sem jogar no sábado, já que nenhum clube de seus grupos venceu. Das seis partidas disputadas ontem (18), nenhum visitante ganhou, só o Audax conseguiu um empate em 0 a 0 com o Paulista, em Jundiaí.

sexta-feira, janeiro 17, 2014

O bicho pegou

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- Está borracho! Está borracho!

Foi assim que, durante uma blitz na Cidade do México, um periquito denunciou o condutor do carro em que estava, o veterinário Guillermo Reyes Torres. Alertados pelo bicho, os policiais, que já iam liberar o borracho (bêbado, em espanhol), fizeram com que ele soprasse o bafômetro. E não deu outra: o teste confirmou o alerta do periquito e comprovou que o motorista estava embriagado. Segundo o jornal "La Jornada", Guillermo foi detido e o "periquito delator" levado pela Brigada de Vigilância Animal. Porém, mesmo tendo sido entregue pelo bicho, o veterinário pediu que a ave ficasse junto dele. Assim, depois de alguns dias, o periquito passou a dividir a mesma cela com ele. Ou seja: agora, o bicho não é o único engaiolado...

Alguns futepoquenses exclamariam, em vez de jumento, 'Ô, periquito Fia da P.!'

sexta-feira, janeiro 10, 2014

Proteste contra a sociedade de consumo... consumindo!

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Pra quem criticou alguns dos protestos de 2013 como sendo coisas de "coxinhas" ou de "playboyzinhos", o resgate de uma propaganda que incentivava um inusitado tipo de "manifestação". E o barbudo mal encarado caprichou na "contestação", comprando logo a linha completa de produtos...