Destaques

sábado, janeiro 31, 2015

Palmeiras não dá bola para o tiki taka do Osasco Audax

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Verdão atropela o toque de bola do adversário com marcação em todo o campo e muita velocidade no ataque

Em 2014, o Audax, comandado por Fernando Diniz, fez algumas apresentações interessantes tentando reproduzir o tiki taka, estilo de jogo consagrado pelo Barcelona de Pepe Guardiola, hoje no Bayer de Munique. No entanto, entre o clube catalão e o de Osasco existem alguns milhões de euros de diferença, refletindo na também abissal distância de talentos de um e de outro time. Resultado: hoje, no Allianz Parque, o time da grande São Paulo ficou com a bola, e o Verdão ficou com os gols.

Antes da partida, o cantor Péricles, ex-vocalista do Exaltasamba, cantou o hino nacional em ritmo de pagode e Osmar Santos deu o pontapé inicial da partida. O mando de campo era do Audax, mas o clube preferiu estrear na casa do adversário, ainda que ambos os clubes neguem a inversão evidente de mando. E a torcida, em festa, não demorou muito para comemorar. Aos 6 minutos, o Audax perdeu a bola no meio de campo e o Verdão pegou uma defesa completamente desarrumada. Allione abriu pela ponta esquerda e tocou para Leandro Pereira empurrar para as redes.

O gol foi fruto direto do modo do time de Fernando Diniz jogar, muito toque de bola e jogadores atuando próximos, buscando compactar os espaços. O problema é que os jogadores ficam tão preocupados com o que fazer com a bola nos pés que parecem se esquecer que é preciso se movimentar quando estão sem ela. Com uma marcação frágil, a equipe osasquense quase sofreu o segundo gol aos 10, quando mais uma vez o argentino Allione serviu Zé Roberto que cruzou para Maikon Leite perder, sem goleiro, em uma jogada inacreditável (confira aqui).

Mas o Audax se esforçou e conseguiu tomar o segundo gol aos 14. De novo Allione dominou, dando uma assistência precisa para Robinho fazer. Na área, quatro palmeirenses contra cinco adversários, sendo que um deles estava à frente da linha da bola. Estava fácil demais.

Jogadores comemoram primeiro gol alviverde (Reprodução)
Após o tento alviverde, os palestrinos chegaram com perigo real em pelo menos quatro oportunidades, enquanto os rivais praticamente não ameaçaram o gol de Fernando Prass. Em uma cobrança de lateral no lado direito da defesa, o Audax foi desarmado pela marcação palmeirense, Robinho passou para Maikon Leite, sozinho à frente do goleiro Felipe Alves, e dessa vez não desperdiçou. Com 36, o Verdão já vencia por 3 a 0, partida mais que definida.

Os números do Footstats davam o retrato preciso do jogo. O Audax trocou 268 passe na etapa inicial, contra 107 do Palmeiras; a posse de bola foi de 65% dos osasquenses contra 35% dos palmeirenses. Mas o time da capital fez 13 desarmes contra quatro do rival, e dez finalizações contra quatro. Explicado o placar.

No segundo tempo, o Palmeiras veio com um previsível freio de mão puxado. Por vezes, foi ele quem tocou a bola segurando o ritmo da partida, enquanto o Audax continuava com o mesmo estilo de jogo, mas encontrando mais espaço na intermediária verde. No entanto, tratava-se de um roteiro repetido quase à exaustão: muita troca de passes até o erro em um passe longo ou tentativa de assistência.

O momento precioso do time vermelho veio aos 17 com Thiago Silvy, que havia entrado um minuto antes. Ele aproveitou o cochilo de uma linha de impedimento mal feita e perdeu a oportunidade de gol diante de Fernando Prass, que cresceu na jogada. O Palmeiras só voltou a dar o ar da graça aos 25, quando Robinho, após boa troca de passes no meio da defesa adversária, chutou para Felipe Alves fazer bela defesa.

A partir dos 30, sem chegar ao gol, o Audax diminuiu seu já reduzido ímpeto ofensivo e o Palmeiras pouco fez para ampliar. E Rafinha, aos 48, descontou e premiou o esforço do time de Osasco, que merecia de fato um gol de honra.

 Ao final, a vitória por 3 a 1 é um início promissor para o Palestra. Se o adversário apresentou fragilidades, em especial no primeiro tempo, o Verdão fez o que um time grande tem que fazer, definir a parada rápido. Destaque para Allione, que soube articular o setor ofensivo da equipe, sendo decisivo na etapa inicial. Coordenação que a equipe de Osasco não tinha, e também por isso foi tão pouco produtiva no setor ofensivo. Fernando Diniz sonhou com o Barcelona, mas não chegou sequer a ser um Levante.

quinta-feira, janeiro 15, 2015

No tempo em que as propagandas eram compreensivas

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“Sr. jornalista. Sua tarefa é árdua  cansativa e exige máximo esforço mental. Quando o calor deixa-o desanimado, abatido, experimente esta receita simples e eficaz. Tome um gole de Coronel com gelo ou misture com Soda, Água Tônica, Coca-Cola ou mesmo água comum bem gelada, conforme o seu gosto e, sentirá, imediatamente, como esse drinque reanima, estimula e refresca. Pinga de luxo Coronel: puro ou misturado, sempre ao seu agrado”.
 
(Anúncio publicado no jornal O Estado de S.Paulo em 25/11/1947)
 
 
Leia também:






quarta-feira, janeiro 14, 2015

Alguma utilidade para o 'pau de selfie'

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Idiotice? Pausa para selfie ao fugir de touros
Há dez anos, Chico Buarque deu uma polêmica entrevista para o jornal espanhol "La Vanguardia" afirmando, com todas as letras: "Eu nunca vi um movimento geral de idiotice como o de hoje. Já vivemos quase duas décadas de idiotice globalizada. A idiotice nos rodeia, eu mesmo tenho medo de ficar idiota" (leia aqui tradução publicada pelo UOL). Lembrei dessas declarações quando um colega de trabalho narrou, estupefato, uma cena insólita presenciada por ele na estação Sé do metrô paulistano: uma menina que, na ânsia de fazer uma selfie com sua câmera fotográfica, foi caminhando de costas até despencar em uma escada. E todo esse desastre para tentar registrar na fotografia, atrás dela, a maravilhosa "paisagem" da parede de concreto da estação subterrânea...

Idiotice? Todos em busca da selfie 'perfeita'
Pois é. Umair Haque, num artigo para o site Papo de Homem publicado em outubro do ano passado, já observava: "Se toda a sua vida se resume à busca da Selfie Perfeita (...) – parabéns! Você é um honorável membro da Geração Idiota". E bota idiota nisso: tem (muita!) gente fazendo selfie com o rosto cheio de fita adesiva e outros usando até raio-X (!). O pior é que essa "honorável" geração agrega bilhões de adeptos, e, inevitavelmente, a Grande Indústria se apressou em colocar sua prancha para surfar na nova onda consumista. A "mania" do momento é o chamado "pau de selfie", haste de metal acoplada à câmera que permite aos idio..., digo, aos "auto-fotografáveis", maior liberdade para produzirem suas "obras de arte". De acordo com a Folha de S.Paulo, o "imprescindível" acessório é "campeão de vendas" no país neste verão...

Idiotice? Não basta fazer selfie, tem que tatuar
Buenas, mas não para por aí. Como somos regidos pela Lei de Murphy, tudo o que é ruim sempre pode ficar pior. Assim, o selfie "evoluiu" para o belfie - a "auto-fotografia" da bunda (!!). É sério! E o que aconteceu depois disso? Bingo: a Grande Indústria criou o belfie stick, ou seja, o "pau de selfie" para fotografar a bunda (!!!). Pois é... Chico Buarque, pra variar, tinha (muita) razão. Atualmente, selfie virou obrigação até em velório - e de parente que morreu em desastre, como fez a viúva do Eduardo Campos. Porém, como a única maneira de escapar de tanta "tecnologia" é fugir para o meio do mato, onde não exista energia elétrica nem sinal de internet ou de celular (e isso está ficando praticamente impossível), temos que nos adaptar aos novos tempos. Por isso, para todos os manguaças e simpatizantes que leem o Futepoca, compartilho a sugestão destes dois bêbados para dar alguma utilidade ao famigerado "pau de selfie":

Idiotice? Pelo menos o manguaça pode descansar a cabeça enquanto bebe 'só mais uma'...

terça-feira, janeiro 13, 2015

Um pacote de sete (rocks com cerveja)

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Nos Estados Unidos, uma das gírias mais comuns entre os manguaças é six pack, ou "pacote de seis" (cervejas). Ao notar essa expressão numa música gravada pelos Rolling Stones, fiquei curioso sobre outras letras de rock'n'roll que contêm a palavra cerveja. Numa rápida pesquisa, reuni um seven pack, ou melhor, um pacote de sete petardos roqueiros (estadunidenses e ingleses) que citam nossa popular loira gelada - mais do que necessária nesse calor ignorante:


Alice Cooper molhando a goela
1 - ALICE COOPER - "Escape" ["Fuga"]

Escape
I'm crying in my beer
Escape
Just get me out of here

(Fuga
Estou chorando em minha cerveja
Fuga
Apenas me tire daqui)






Jim Morrison enxugando uma
2 - DOORS - "Roadhouse Blues" ["Blues da hospedaria"]

Well, I woke up this morning, I got myself a beer
Well, I woke up this morning, and I got myself a beer
The future's uncertain, and the end is always near

(Bem, eu acordei essa manhã e tomei uma cerveja
Bem, eu acordei essa manhã e tomei uma cerveja
O futuro é incerto e o fim está sempre perto)



Janis Joplin cantando pra sua cerveja
3 - JANIS JOPLIN - "Mr. Natural" ["Sr. Natural"]

I buy myself a beer or two
Just to leave my stone behind
Sometimes I get so drunk
I can sing just like a child, yeah

(Eu me compro uma cerveja ou duas
Só pra deixar meu peso para trás
Às vezes eu fico tão bêbada
Eu posso apenas cantar como uma criança, yeah)




Joey Ramone cai - mas segura a lata
4 - JOEY RAMONE - "Rock'n Roll is the answer" ["Rock'n'Roll é a resposta"]

Seven o'clock and I'm feeling bad
I gotta pull myself together, yeah

Cause twelve o'clock you know I wanna rock
I wanna get a belly full of beer


(Sete horas, tô me sentindo mal
Tenho que me recuperar, yeah
Porque meia-noite, cê sabe, eu quero rock
Eu quero a pança cheia de cerveja)




Jimmy Page bebe com Robert Plant
5 - LED ZEPPELIN - "Black Country Woman" ["Mulher negra do campo"]

You didn't have to leave me with that beer in my face
Hey, hey mama, what's the matter here
That's alright, it's awful dog-gone clear

(Você não tinha que deixar-me com aquela cerveja na minha cara
Hey, hey, garota, qual é o problema aqui?
Está bem, ela só está tendo um distúrbio terrível)







Lemmy Kilmer: breja pela orelha
6 - MOTORHEAD - "(We Are) The Road Crew" ["(Nós somos) a Turma da Estrada"]

My woman's leaving, I feel sad
But I just love the life I lead
Another beer is what I need
Another gig my ears bleed
 
(A minha mulher está indo embora, me sinto triste
Mas eu simplesmente amo a vida que levo
Outra cerveja é o que eu preciso
Outra apresentação meus ouvidos sangram)


Mick Jagger na boquinha da garrafa
6 - ROLLING STONES - "Going to a go-go" ["Indo pra um go-go"]
 

It doesn't matter if you're black
It doesn't matter if you're white
Take a dollar fifty, a six pack of beer
And we going to dance all night

(Não importa se você é preto
Não importa se você é branco
Pegue uma nota de 50 dólares, um pacote de seis cervejas
E nós vamos dançar a noite inteira)





Tipos de cerveja 77 - As Kvass

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Bebida típica da Rússia e de muitos países do Leste europeu, cujas origens remontam ao século XVI. De acordo com o site português Cervejas do Mundo, "não se pode considerar propriamente uma cerveja, mas sim algo muito similar". A Kvass é elaborada a partir de cereais (centeio, cevada, trigo etc), aos quais é habitual juntar açúcar e pequenos frutos. Ou seja, basicamente, a fermentação de qualquer coisa que se tenha à mão com fermento simples de padeiro, o que dá uma bebida agradável, barata e de baixo teor alcoólico (entre 0,5% e 2,5%). Para experimentar, o site português recomenda a Kimmel Maizes Kvass (foto) ou a Portsmouth Kvass Rye Ale.

segunda-feira, janeiro 12, 2015

Clubes 'bananas' - e 'humilhados'

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"No Brasil, o neoliberalismo chegou ao futebol através da chamada Lei Pelé. (...) Supostamente para libertar os jogadores do domínio dos clubes, jogou-os nas mãos dos empresários privados. (...) Os jogadores foram transformados em simples mercadorias, nas mãos dos empresários, que reinam soberanos, assim como o mercado e as grandes empresas fazem no conjunto da sociedade. (...) Interessa aos empresários privados que os clubes sejam fracos, estejam falidos, serão mais frágeis ainda diante do poder do seu dinheiro." - Emir Sader, em artigo republicado pelo portal Carta Maior em 12/07/2014.
Sader: Lei Pelé interessa aos empresários
Sem a pretensão de estender a discussão sobre a polêmica Lei Pelé, pincei estes trechos do texto do Emir Sader porque os considero muito apropriados para ilustrar, como um comentário de perplexidade, a bizarra situação (para dizer o mínimo) exposta publicamente pela contratação do atacante Dudu, ex-Dínamo de Kiev, pelo Palmeiras. O negócio surpreendeu porque, até então, o atleta vinha sendo disputado ferozmente por dois grandes rivais, Corinthians e São Paulo - e ninguém colocava o alviverde como concorrente. Mas o que mais chamou a atenção foi o comunicado assinado e divulgado pelos empresários de Dudu, Bruno Paiva, Fernando Paiva, Marcelo Goldfarb e Marcelo Robalinho, ironizando e atacando Corinthians e São Paulo:

"A negativa ao São Paulo Futebol Clube não é fruto de qualquer questão pessoal com dirigentes da agremiação. Porém, no futebol há uma ordem natural para que os negócios fluam e tenham um desfecho satisfatório, de modo que qualquer caminho contrário a essa ordem estabelecida determina o fracasso das tratativas. Além disso, pesou a vontade de nosso cliente, que mesmo após declarar publicamente que não via no São Paulo sua melhor escolha, continuou sendo procurado insistentemente pelos dirigentes do clube."
"Por fim, sobre o Sport Club Corinthians Paulista, que também negociou conosco para contar com Dudu, não há muito o que ser dito. Apenas desejamos ao clube, em nome de sua grandeza e tradição, que o dia 07 de fevereiro chegue depressa ante ao processo latente de apequenamento que se dá dia após dia."
Neste verdadeiro "passa-moleque" veiculado pela OTB Sportes, empresa dos agentes de Dudu, a referência à "ordem natural para que os negócios fluam" diz respeito ao fato de o São Paulo ter procurado negociar diretamente com o Dínamo de Kiev, enquanto os empresários tratavam com o Corinthians. A diretoria do tricolor paulistano, por meio do vice-presidente de marketing, Douglas Schwartzman, respondeu: "É preciso deixar claro que o São Paulo nunca foi e nunca será refém de empresário. Fizemos o que é correto, que era procurar o detentor dos direitos. Empresário por intermediar, mas não tem o direito de determinar o jogador deve fazer".

Dudu queria Corinthians; foi pro Palmeiras
Só que o mais espantoso foi a ressalva de que a decisão de jogar pelo Palmeiras ocorreu após Dudu "declarar publicamente que não via no São Paulo sua melhor escolha". Na verdade, não foi bem isso o que o jogador afirmou. Ao portal Globoesporte, em notícia publicada há apenas uma semana, o atacante frisou, com todas as letras: "Quero jogar no Corinthians. Essa é a minha vontade". Ora, bolas! Como é, portanto, que os empresários de Dudu usam, num comunicado destinado a espinafrar o São Paulo, que "pesou a vontade do nosso cliente"?!? Pesou pinóia nenhuma! Pesou a GRANA oferecida pelo Palmeiras, quase o dobro do que os rivais ofereciam.

Porém, que fique claro que, quanto a esse "leilão" feito pelo atleta, não há nada de "errado" (ou tem, mas isso é outra história). Trata-se apenas da chamada "lei do mercado", que regula as coisas no neoliberalismo, como bem observou Emir Sader. Tanto o Corinthians como o São Paulo  - e todos os clubes profissionais - também já atravessaram e continuarão atravessando contratações alheias. O que causa espécie é a afronta dos empresários de Dudu ao "processo latente de apequenamento" do alvinegro paulistano. Quem são eles para falarem assim de uma agremiação como o Corinthians, um clube com o qual, até outro dia, estavam negociando? Quanta "sem-cerimônia"!

Ao provocar rival, Aidar se apequenou
"Por conta da negativa de um negócio em que ele era interessado, ele não pode dizer que o clube está apequenado. Discordo completamente das palavras. No mais, ele deve se preocupar com o jogador dele, com os negócios dele, não com o Corinthians", rebateu, "sutilmente", o diretor de futebol do alvinegro, Ronaldo Ximenes. Cabe registrar, por oportuno, que os agentes de Dudu usaram o mesmo termo soberbo e arrogante utilizado pelo presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, quando tirou o atacante Alan Kardec do Palmeiras. "A Sociedade Esportiva Palmeiras, (...) ano após ano, se apequena", disse o dirigente sãopaulino, naquela ocasião, enquanto comia bananas (foto ao lado), num espetáculo deplorável do mesmo (baixo) nível do ex-presidente Juvenal Juvêncio. Só que agora, ao perder Dudu para o Palmeiras, quem ficou com cara de banana foi Aidar...

E "bananas", cada vez mais, ficam os clubes nas mãos dos "agentes" de jogadores. "Interessa aos empresários privados que os clubes sejam fracos", já apontava o artigo de Emir Sader citado no início do post. O próprio São Paulo, em 2013, tinha em seu elenco dez (DEZ!) jogadores de um mesmo empresário, Eduardo Uram - e, não por acaso, passou bem perto de cair para a Série B do Brasileiro. E agora os clubes ainda têm de engolir desaforos em forma de comunicados oficiais, quando perdem eventuais quedas-de-braço nas contratações. E durma-se com um barulho desses!

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Som na caixa, manguaça! - Volume 81

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Totalmente em prantos

(Evandro Mesquita/Ricardo Barreto)

BLITZ

Baby, andei bebendo por aí
E sei que não devia ter voltado
Mas é que eu tenho
Outra vez o coração atropelado
Me desculpe se eu te amolo
Baby, please me dê colo

Todo vestido bonitinho
E não tenho onde cair
Todo vestido bonitinho
E sem nenhum lugar pra ir

Eu tenho um fusca meia nove que fala
Tem headfone, toca-fitas no porta-mala
Eu tenho um quarto de gasolina no tanque
Várias gatas do ranking
Baby, eu tenho quase tudo que quero
Só não tenho você

Quando dei por mim
Estava perto do fim
À beira do abismo
Chorava pelos cantos
Quando dei por mim
Eu estava totalmente em prantos

Eu vi sua foto numa revista para homens
Proibida pra menores de vinte e um
Na folhinha de janeiro
Na parede do borracheiro

Eu chorei quando vi

Baby andei bebendo por aí...

Eu trouxe um vinho tinto barato
Barato mas bom me disseram
Eu tenho um pouco fumo
Que uns amigos me deram
Baby, eu tenho quase tudo que quero...

Só não tenho você

(Do LP "As aventuras da Blitz", EMI, 1982)


quarta-feira, janeiro 07, 2015

Glückliches Jahr Alt! (Feliz Ano Velho!)

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segunda-feira, dezembro 15, 2014

E depois das derrotas de Marina e Aécio....

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Manchete de hoje do caderno 'Economia & Negócios' do jornal O Estado de S.Paulo



RECORDAR É PRECISO:

Grandes 'disputam' apoio contra seca e ampliam problemas da agricultura familiar

Em entrevista à RBA durante o lançamento das caravanas Horizonte Paulista, promovidas pelo PT para preparar-se para a disputa eleitoral, Biagi deixou clara sua inclinação à mudança em todos os níveis da política. "Sou a favor da alternância no poder. Em 20 anos, é claro que há desgaste para o PSDB no governo do estado, como há para o PT frente ao governo federal", afirmou, indicando há possibilidade de que empresários do setor tenham preferência por uma "chapa mista" durante a disputa eleitoral deste ano: contra o PT no governo federal e crítica ao PSDB em São Paulo. (27/02/2014)

Biu e Eduardo Campos lançam dois usineiros na campanha em Alagoas

A três dias do final do prazo das convenções partidárias, os usineiros de Alagoas consolidaram dois empresários do ramo na chapa do senador Benedito de Lira (PP): o deputado federal Alexandre Toledo (PSB) e o suplente de Biu, Givago Tenório, que assume, por quatro anos, a vaga de senador se Biu ganhar as eleições ao Governo de Alagoas. A costura eleitoral ficou consolidada na semana passada, com a vinda do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). (01/07/2014)

Sabatina do agronegócio: Aécio é o mais aplaudido e Dilma desagrada

Tucano prometeu mais verbas, menos poder para a Funai e um "superministério" da Agricultura (...) Nos bastidores da sabatina, ruralistas do setor de etanol reclamavam que Dilma não havia tratado dos problemas dos usineiros, como Campos e Aécio. Com a política de reajuste moderado de preços da gasolina na gestão Dilma, os usineiros estão entre os maiores críticos da presidenta no meio empresarial atualmente. (06/08/2014)

Documentos revelam que avião usado por Campos e Marina pertencia a usineiros paulistas

ÉPOCA perguntou (...) quantas vezes a candidata Marina Silva voou no avião e se ela tinha conhecimento sobre quem arrendara a aeronave. Até o fechamento desta reportagem, o PSB não respondera aos questionamentos. De acordo com a legislação eleitoral, uma empresa não pode fazer doações de bens ou serviços sem relação com sua atividade fim. Por isso, uma empresa do ramo sucroalcooleiro, como da AF Andrade, não poderia emprestar um avião. (22/08/2014)


Marina adota discurso de usineiros e crítica política federal para o etanol

Usineiros têm criticado medidas da União como a manutenção do preço atificial da gasolina para conter a inflação, o que impede melhor remuneração ao etanol. "Vocês fizeram o dever de casa, se ajustaram, acreditaram na propaganda do governo, assumiram compromissos para fornecer uma fonte de energia que deveria ser estimulada, apoiada. Mas os erros que foram praticados devem ser corrigidos", disse Marina em discurso para 300 pessoas, entre lideranças e empresários do setor. (29/08/2014)

Dilma defende exploração do pré-sal e diz que recursos ajudarão saúde e educação

A presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, defendeu neste sábado a exploração do petróleo do pré-sal, um dia depois de a candidata do PSB, Marina Silva, ter apresentado seu programa de governo propondo a redução do uso dos combustíveis fósseis. (30/08/2014)


Entendeu?


sexta-feira, dezembro 12, 2014

Nome 'Beatles' surgiu numa 'mesa cheia de cervejas'

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Harrison degustando 'só uma'
Lennon e uma 'loira gelada'
Antes da fama, da grana, das drogas e das bebidas mais caras e sofisticadas, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, como bons filhos da classe operária inglesa, gostavam mesmo era de encher a cara de cerveja. E quem conhece as "loiras geladas" britânicas sabe que muitas delas têm alto teor alcoólico. Em sua autobiografia (Editora Planeta, 2007), o guitarrista Eric Clapton conta que, no auge de seu alcoolismo, costumava justificar a vida manguaça dizendo que era algo cultural da Inglaterra. "Sou inglês. Todos nós bebemos lá, vocês sabem. Faz parte de nosso estilo de vida, e bebemos cerveja forte, não Budweiser", respondeu, num hospital, ao ser interrogado sobre a quantidade de álcool que estava ingerindo. No caso dos "quatro rapazes de Liverpool", o período de maior bebedeira ocorreu, sem dúvida, quando foram trabalhar em Hamburgo, na Alemanha. Foi lá, também, que descobriram as pílulas anfetamínicas (Preludin) que os mantinham sóbrios e excitados para prosseguir tocando, cantando, pulando e bebendo (muito) por 10 ou 12 horas seguidas, todas as noites.

Pub em Hamburgo: Stuart Sutcliffe, Lennon, um garçom, Harrison, McCartney e Pete Best

Mas foi pouco antes de ir pra Alemanha que eles inventaram o nome da futura banda mais famosa do planeta. Lendo o livro "John", escrito pela primeira esposa de Lennon, Cynthia Powell (Larousse, edição brasileira de 2009), descobri como foi o "processo de criação" do nome Beatles, um trocadilho entre beat (batida) e beetles (besouros). Criatividade impulsionada por muita cerveja, segundo Cynthia:

"(...) os rapazes decidiram que era hora de adotarem um novo nome. Nós tivemos uma sessão hilária de ideias sentados a uma mesa cheia de cervejas no bar Renshaw Hall, onde bebíamos com frequência. John amava Buddy Holly e os Crickets [Grilos], então eles ficaram brincando com nomes de insetos. Foi John quem teve a ideia de Beetles [Besouros]. Ele mudou o nome para Beatles porque disse que, se nós invertêssemos, teríamos 'les beats', que soava francês e legal. Eles se decidiram por Silver Beatles [Beatles Prateados]."

Pub 'Renshaw's', em Liverpool, provável local onde Lennon teve a ideia do nome da banda

Tal fato teria ocorrido no início de 1960 (e é interessante observar que, a exemplo de Clapton, Lennon amava Buddy Holly, e não Budweiser...). Só que, dois anos mais tarde, quando surgiu em Liverpool o jornal especializado em música "Mersey Beat", John publicaria nele uma versão surreal sobre a escolha do nome da banda: "Sonhei com um homem [que veio voando] numa torta flamejante, dizendo: Vocês são Beatles com A". Porém, a versão de Cynthia revela que, em vez de torta, a verdadeira inspiração foi a velha e boa cerveja. Que, curiosamente, nunca seria citada em uma letra dos Beatles - embora eles tenham gravado "Rock Andd Roll Music", de Chuck Berry, que contém o seguinte verso: "They're drinkin' homebrew from a wooden cup" ("Eles estão bebendo cerveja caseira de um copo de madeira"). Mas fica aqui registrada, portanto, a devida contribuição do "suco de cevadis" no batizado da mítica banda de Liverpool. Cheers! Ou melhor, saúde!

Pub City Barge, em Londres, numa das locações do filme 'Help!': uma oportuna 'happy hour'

P.S.: Quando perguntarem se você vai beber a saideira, responda "YEAH, YEAH, YEAH!".

terça-feira, dezembro 09, 2014

Mais um

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Carlinhos é a mais nova aposta
Muitos sãopaulinos que leem notícia sobre a mais nova contratação do clube, o ex-Fluminense Carlinhos, não se recordam que, além dele, de Álvaro Pereira e de Reinaldo (e eventualmente Michel Bastos), o elenco já possui outros 3 (sim, TRÊS!) laterais-esquerdos: Clemente Rodríguez, Cortês e Thiago Carleto. Ou seja, contando com Bastos, são 7 (SETE!) jogadores da mesma posição. Por isso, toda vez que a diretoria investe em um lateral-esquerdo, a torcida desconfia - e com toda razão!

Júnior: titular por 4 temporadas
Como já observei aqui há alguns meses, em outro post, depois que o hoje aposentado Júnior perdeu a posição de titular, em 2007, após quatro temporadas sem concorrentes, o São Paulo nunca mais acertou a mão nas contratações para essa posição. A partir daquele ano, além de improvisar o volante Richarlyson, contratou e dispensou os laterais-esquerdos de origem Jadílson, Júnior César e Juan (Deus me livre!), além de mandar embora, também, os "crias da base" Diogo e Henrique Miranda.

Cortês teve proposta de R$ 20 mi
O já citado Carleto, que chegou em 2010 e contundiu-se logo de cara, foi emprestado para o Olimpia (Paraguai), América-RN e Fluminense, retornou para ganhar a posição de titular, em 2013, mas machucou-se novamente. Ao se recuperar, foi emprestado ao Avaí, mas está sendo devolvido agora. Cortês, que chegou em 2012 e fez uma boa temporada, ganhando a Copa Sul-Americana como titular e recebendo proposta de compra de R$ 20 milhões do Metalist, da Ucrânia, foi outro fracasso.

Nem o Avaí quis ficar com Carleto
Depois de ser "exilado" em Cotia em maio de 2013 (a exemplo do que ocorreria com Clemente Rodríguez quase um ano depois), foi emprestado ao Benfica, de Portugal, e dispensado na metade do tempo previsto. Re-emprestado ao Criciúma, primeiro rebaixado do Brasileirão deste ano, também está sendo devolvido ao São Paulo. Se nem o Avaí e o Criciúma querem Carleto e Cortês, o que o Tricolor fará com eles? Serão encostados, como Clemente? Quanto custa tudo isso, mensalmente?

Clemente: R$ 130 mil mensais
A última tentativa (desesperada) de se livrar do argentino Clemente Rodríguez incluiu até proposta de pagamento integral do salário mensal de R$ 130 mil. Mas nem a Portuguesa, recém-rebaixada para o Brasileiro da Série C, quis (!). Por isso, ele segue lá, na vida buena, embolsando toda essa grana apenas para treinar com os garotos da base. Tomara que Carlinhos (que, assim como Carleto, é "cria" do Santos), consiga render bem. Ou, pelo menos, não se torne mais um "bonde" difícil de ser dispensado....



Tipos de cerveja 76 - As Happoshu

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Tipicamente produzida por cervejarias japonesas, a Happoshu é uma bebida de malte altamente gaseificada. Não sendo propriamente uma cerveja, torna-se um produto mais acessível em termos econômicos, o que explica sua popularidade no país de origem. De acordo com o blog Isto é Japão, "nas tradicionais cervejas, a quantidade de malte excede 67% e (...) no Japão isto faz com que incida uma alta taxa de impostos sobre a bebida. Para driblar esse imposto, as principais fabricantes (...) criaram o happoshu, que é uma bebida com menos malte, chegando às vezes a ter menos de 25%. Isso é compensado com a adição de outros componentes na bebida, mas faz com que o custo (...) abaixe muito! A diferença de gosto e visual é imperceptível". Ou seja, é o típico "jeitinho japonês" pra garantir a loira gelada (e de olhos puxados) para os manguaças menos favorecidos financeiramente. E o melhor de tudo é que a quantidade de álcool também é similar à da maioria das cervejas comuns: cerca de 4,5%. Se alguém se dispuser a experimentar, o site português Cervejas do Mundo recomenda a Gokunama Happoshu (foto), a Namashibori ou a  Draft One.

domingo, dezembro 07, 2014

Desculpe aí, "Trio de Ferro"...

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... mas é bom torcer pra um time que não entrega pra prejudicar rival. Acreditem, é sim!


quinta-feira, dezembro 04, 2014

Três anos sem Sócrates: o médico era sãopaulino...

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Hoje faz três anos que perdemos Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. O Doutor. O Magrão. Cada vez que ouvimos, hoje, algum jogador de futebol sendo entrevistado, mais falta sentimos da inteligência, conteúdo, posicionamento e consciência do velho e bom Sócrates. Paciência, vida segue. No vídeo abaixo, gravado para o programa "Fantástico", da Rede Globo, temos uma de suas últimas entrevistas, logo após sair do hospital, no fim de agosto de 2011. As complicações no fígado, decorrentes do alcoolismo, fragilizaram definitivamente sua saúde, provocando sua morte cerca de três meses depois. Mas posto esse vídeo porque, nele, a esposa de Sócrates, Kátia Bagnarelli, faz uma revelação: o médico que havia salvado sua vida, naquele momento, era torcedor do São Paulo (!). Justo o rival que o Magrão (também médico) derrotou por duas vezes, nas decisões do Campeonato Paulista de 1982 e 1983, e que teria, mais tarde, seu irmão Raí como um dos maiores ídolos. "Um sãopaulino teve que salvar a vida de um corintiano", observou Kátia à reportagem, enquanto Sócrates ria. Confiram (a partir de 1:38):




sexta-feira, novembro 28, 2014

O FUTEPOCA pautou!

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Capa desta sexta-feira (28/11/2014) do jornal Lance! Futepoca publicou isso ontem

 E nem deram crédito. Mas o FUTEPOCA deu primeiro, e deu melhor! Confira:


Som na caixa, manguaça! - Volume 80

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MIRA IRA (NAÇÃO MEL)
(Lula Barbosa e Vanderlei de Castro)

LULA BARBOSA, MIRIAM MIRAH, TARANCÓN e PLACA LUMINOSA


Mira num olhar
Um riacho, cacho de nuvem
No azul do céu a rolar...

Mira Ira, raça tupi,
Matas, florestas, Brasil

Mira vento, sopra continente
Nossa América servil
Mira vento, sopra continente
Nossa América servil...

Mira num olhar,
Um riacho, cacho de nuvem
No azul do céu a rolar...

Mira ouro, azul ao mar
Fonte, forte esperança
Mira sol, canção, tempestade, ilusão
Mira sol, canção, tempestade,
Ilusão...

Mira num olhar
Verso frágil tecido em fuzil
Mescla morena

Canela, CACHAÇA, bela raça, Brasil

Anana ira,
Mira ira anana tupi
Anana ira, anana ira
Mira Ira

Canela, CACHAÇA, bela
Canela, CACHAÇA, bela
Canela, CACHAÇA, bela raça, Brasil



(Do LP "Festival dos Festivais", Som Livre, 1985)




quinta-feira, novembro 27, 2014

INÉDITO: Todos os quatro grandes clubes paulistas terminam uma temporada pela 1ª vez sem título

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Ituano despachou Palmeiras e Santos e venceu o Paulistão; Cruzeiro eliminou Santos na Copa do Brasil e não deu chance ao São Paulo no Brasileiro; Atlético foi algoz de Palmeiras e Corinthians (e campeão) na Copa do Brasil

Com o fracasso do São Paulo na Copa Sul-Americana, a temporada de 2014 entra para a História como a primeira, em 84 anos, em que todos os quatro grandes clubes paulistas terminam sem um título sequer. Entre 1930 (quando o São Paulo foi fundado e disputou sua primeira competição) e 2013, pelo menos um título, a cada ano, ficou nas mãos ou do Tricolor ou do Corinthians ou do Palmeiras ou do Santos. Porque, neste período, o Campeonato Paulista só não foi conquistado por algum deles em apenas quatro oportunidades - mas, na maioria destas ocasiões, sempre um dos quatro ganhou outra taça no mesmo ano. Em 1986, quando a Internacional de Limeira derrotou o Palmeiras na decisão e se tornou o primeiro time do Interior a vencer o Paulistão, o São Paulo foi o campeão brasileiro; em 1990, quando o Bragantino venceu a primeira decisão estadual "caipira", contra o Novorizontino, o Corinthians ganhou seu primeiro Brasileirão; e em 2002, quando o Ituano ganhou um Campeonato Paulista que não contou com a presença dos quatro grandes, o Corinthians foi campeão do Torneio Rio-São Paulo e da Copa do Brasil e o Santos renasceu rejuvenescido com a conquista do Campeonato Brasileiro.

Kardec escorrega: S.Paulo eliminado nos pênaltis
Em 2014, desta vez enfrentando todos os grandes, a equipe de Itu derrotou o São Paulo (em pleno Morumbi) no turno, eliminou o Palmeiras na semifinal e conquistou o Paulistão contra o Santos. Terceiro colocado em seu grupo, no turno, o Corinthians nem sequer se classificou para as semifinais. Só que, naquele encerramento do estadual, ninguém poderia imaginar que os quatro grandes paulistas também terminariam o segundo semestre sem qualquer outro título. O Cruzeiro não deu chance pra ninguém e garantiu o bicampeonato no Brasileirão (ou tetracampeonato, somando tudo) já na antepenúltima rodada, matando as - mínimas - esperanças do São Paulo, atual segundo colocado. Foi também a Raposa que eliminou o Santos na Copa do Brasil - competição na qual o Atlético-MG, que sagrou-se campeão ontem, exatamente contra o maior rival Cruzeiro, despachou em sua campanha Palmeiras e Corinthians (o São Paulo foi eliminado vexatoriamente pelo Bragantino). Na Copa Sul-Americana, o único representante paulista foi o Tricolor. Resultado: eliminado pelo Atlético Nacional, da Colômbia, nos pênaltis - a terceira decisão em penalidades seguida perdida dentro do Morumbi.

Um fato já evidenciava que 2014 seria uma temporada nada agradável para os quatro grandes clubes de São Paulo: nenhum deles estava entre os seis (sim, SEIS!) times brasileiros que disputaram a edição deste ano da Copa Libertadores - fato que não ocorria desde 2002, quando o São Caetano representou o Estado no torneio, disputando a decisão e perdendo para o Olimpia, do Paraguai. Outro fato que também apontou para o fracasso dos paulistas neste ano foi o índice que a Pluri Consultoria criou para medir a eficiência dos clubes brasileiros na gestão do futebol, com base no quanto gastam e quanto conquistam em cada temporada. O resultado de 2013 - clique para ver aqui - mostrou que, entre 28 times, o melhor paulista, Corinthians, ficou apenas em 14º lugar, seguido por Palmeiras, o 16º; Santos, o 19º; e São Paulo, o 20º. O desempenho do clube do Morumbi foi o mais vergonhoso, considerando que, no ano passado, dividiu o posto com o Corinthians como clubes com maior orçamento para o futebol no Brasil: R$ 248 milhões. Pior foi que, enquanto o rival ganhou o Paulistão e a Recopa Sul-Americana em 2013 (eliminando o São Paulo nas duas ocasiões), o Tricolor não venceu nada - e quase foi rebaixado no Brasileirão.

Damião puxa a própria camisa: reserva de R$ 42 mi
Na atual temporada, o Corinthians revelou dificuldades financeiras para pagar sua recém-inaugurada Arena. Ainda assim, gastou R$ 112,9 milhões somente no primeiro semestre (segundo esta notícia aqui). Apostou na volta do técnico Mano Menezes e no repatriamento de Elias. E colecionou insucessos. O Palmeiras também enfrenta graves problemas com a inauguração de seu estádio, mas, após o Paulistão, decidiu investir alto no ano de seu centenário. A diretoria ousou e contratou o treinador argentino Ricardo Gareca, que trouxe a reboque vários atletas de seu país, ao custo de R$ 25 milhões (leia aqui). Fracasso total: o técnico foi demitido, a maioria dos jogadores argentinos virou reserva e, a duas rodadas do fim do Brasileirão, o time luta contra o (3º) rebaixamento. O Santos, que agora pretende arrecadar R$ 47 milhões com a venda de jogadores, para equilibrar o orçamento, também enfiou a mão no bolso em 2014. Repatriou o ídolo Robinho por empréstimo pagando salário de R$ 600 mil mensais e, mais do que tudo, comprou Leandro Damião por R$ 42 milhões, atacante que termina o ano no banco de reservas. E o São Paulo, que comprou Alan Kardec por R$ 14 milhões e trouxe por empréstimo Pato e Kaká, pagando R$ 400 mil mensais para ambos, foi outro que só enfileirou fiascos. O clube deve fechar o ano com déficit de R$ 30 milhões.

Como se vê, o desempenho dos quatro grandes clubes paulistas dentro de campo reflete diretamente as decisões das diretorias fora dele. Mas que os quatro times também não jogaram nada que justificasse algum título, não há dúvida. Basta comparar com o futebol rápido, compacto e agressivo dos mineiros Atlético e Cruzeiro para notar a distância deles para os sofríveis Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. Aguardemos que, em 2015, algum destes quatro conquiste, ao menos, o Campeonato Paulista. É o mínimo.


'Umas dez cervejas na Ponta da Praia'

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Em março de 2011, quando a imprensa começou a especular que o Santos poderia contratar o técnico Muricy Ramalho, o então presidente do clube, Luis Alvaro Ribeiro, também conhecido como "Laor", comentou: "Quando ele quiser, acertamos isso tomando caipirinha e comendo um camarão". O convite parece ter sido decisivo, pois Muricy realmente acertou com o clube e o levou à conquista do Paulistão e da Libertadores naquele ano. Pois bem, passados mais de três anos e meio da entrevista sobre a caipirinha com camarão, o mesmo "Laor" revela à Bruno Cassucci, do jornal Lance!, que também recorrerá à manguaça para selar a paz com o atual presidente do Santos, Odílio Rodrigues: "Vamos tomar um porre!" (reprodução à esquerda). De acordo com Luis Alvaro nesta entrevista (leia a íntegra aqui), o desafeto, com quem já trocou diversas críticas públicas, o telefonou espontaneamente na última sexta-feira. Diz "Laor":

- A conversa foi tão boa que combinamos que assim que ele deixar a presidência do Santos vamos tomar um porre, umas dez cervejas na Ponta da Praia, onde o convidei para ser meu vice. Vamos chorar um no ombro do outro por ter aceitado essa missão tão difícil de comandar o clube nesse anos.

Que edificante! Mais um exemplo de que não há nada que o homem, o dinheiro ou o poder separe que a cachaça não pacifique! Mas tenho sérias dúvidas de que, se eu chamasse algum dos futepoquenses para "tomar um porre", a soma ficasse só em "dez cervejas"... cada um!


terça-feira, novembro 25, 2014

Como diria a filósofa Simone, 'ENTÃO É NATAL...'

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Decoração de fim de ano em CUritiba (PR).

Quem teve essa ideia (de bêbado) merece uma garrafa de cachaça do Velho Noel!

Chama o Velho, que vem coisa boa! Ho-ho-ho! HA-HA-HA!


Nos últimos 50 confrontos contra rivais, São Paulo perde para Corinthians e Santos e só supera Palmeiras

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Terminado o último clássico paulista do ano, entre Santos e São Paulo, decidi fazer um levantamento sobre os 50 últimos jogos do Tricolor contra seus três maiores rivais. Com base nos dados do site ogol.com.br, segue aqui o levantamento:

São Paulo x Corinthians - Últimos 50 jogos
15 Vitórias / 17 Empates / 18 Derrotas

Duas coisas me faziam pensar que a diferença de vitórias favorável ao Corinthians fosse muito maior: o fato de nas últimas 26 partidas o São Paulo só ter vencido 4 vezes (!) e a série interminável de eliminações para o rival em competições "mata-mata". No período analisado, de junho de 2000 para cá, o Alvinegro despachou o Tricolor nada menos que cinco vezes: na semifinal da Copa do Brasil de 2002, na decisão do Torneio Rio-São Paulo de 2002, na decisão do Paulistão de 2003, na semifinal do Paulistão de 2009 e na decisão da Recopa Sul-Americana de 2013. Por outro lado, o primeiro jogo desta série de 50 foi justamente o da volta na semifinal do Paulistão de 2000, quando o São Paulo eliminou o rival pela última vez num "mata-mata". Mas o que diminuiu a vantagem do Corinthians nesta série recente foi o período de quase quatro anos sem vencer o Tricolor, entre 2003 e 2007. Depois disso houve um "massacre" corintiano, fechando a conta com os 3 x 2 no primeiro "Majestoso" disputado no Itaquerão.

São Paulo x Palmeiras - Últimos 50 jogos
23 Vitórias / 16 Empates / 11 Derrotas

A série dos últimos 50 confrontos contra o Palmeiras começa em maio de 1999, época em que a parceria do rival com a Parmalat atingiu a glória máxima com a conquista da Libertadores. Porém, quando a multinacional abandonou o Alviverde, no ano seguinte, o clássico "Choque-Rei" desequilibrou em favor do São Paulo. Tudo bem que, no período, o Palmeiras ainda eliminou o Tricolor nas oitavas-de-final da Copa João Havelange (Brasileirão) de 2000 e na semifinal do Paulistão de 2008. Mas o São Paulo deu o troco nas quartas-de-final da Copa do Brasil de 2000, nas semifinais do Torneio Rio-São Paulo de 2002 e, principalmente, nas oitavas-de-final das Copas Libertadores de 2005 e de 2006. Porém, a fragilidade do Palmeiras nestes últimos 14 anos, desde a saída da Parmalat, é evidente. No período, o Alviverde foi rebaixado duas vezes no Brasileiro, em 2002 e 2012 (e ainda segue ameaçado na competição de 2014), e amarga desvantagem de apenas 11 vitórias contra 23 do São Paulo nos últimos 50 duelos entre os dois.

São Paulo x Santos - Últimos 50 jogos
18 Vitórias / 10 Empates / 22 Derrotas

O histórico dos últimos 50 clássicos "San-São" tem um "turn point" muito nítido, ou, como cantaria Beth Carvalho, uma "hora da virada" - e talvez não só em relação a este confronto, mas na própria história do Peixe. Foram as oitavas-de-final do Brasileirão de 2002, quando o Santos, classificado em 8º lugar, eliminou o favorito São Paulo, 1º na disputa do turno único, com duas vitórias inapeláveis. Ali, o Alvinegro Praiano mudava de foco, priorizando a "molecada" e passando a dominar o futebol paulista (ganhou 5 Paulistas, 2 Brasileiros e 1 Libertadores de lá pra cá). Muito diferente do time recheado de "medalhões" (Carlos Germano, Rincón, Dodô) que perdeu a decisão do Paulistão de 2000 para o São Paulo, no início destes últimos 50 clássicos entre os dois times. Além de eliminar o Tricolor no Brasileirão de 2002 e na Sul-Americana de 2004, o Santos ainda despacharia o rival por três anos consecutivos na semifinal do Paulistão (2010 a 2012), quando sagrou-se tricampeão. Frutos diretos das gerações Diego-Robinho e Ganso-Neymar.


quarta-feira, novembro 19, 2014

Som na caixa, manguaça! - Volume 79

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A MARIA COMEÇA A BEBER

(Folclore/ Adaptação: Maria Aparecida Martins)


CLEMENTINA DE JESUS


A Maria começa a beber
No domingo de manhã
A Maria começa a beber
E vai até o anoitecer

A Maria começa a beber
No domingo de manhã
A Maria começa a beber
E vai até o anoitecer

A Maria começa a beber
E vai até o anoitecer

A Maria começa a beber
E vai até o amanhecer


(Do LP "Clementina, cadê você?" - Museu da Imagem e do Som, 1970)


segunda-feira, novembro 17, 2014

Revolta da Cachaça: nosso primeiro exercício de democracia

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A revolta virou até peça de teatro
No dia 8 de novembro foram completos 354 anos do estopim da Revolta da Cachaça, que o jornalista/escritor Pedro Doria considera como "o primeiro exercício de democracia do Brasil" (leia aqui). Durante cinco meses, entre novembro de 1660 e abril de 1661, o Rio de Janeiro foi governado pelos próprios nativos. Apesar de pouco lembrada ou valorizada, essa insurreição ocorreu 24 anos antes da Revolta de Beckman, no Maranhão, uma das primeiras registradas no período colonial brasileiro (leia aqui). E é extremamente sintomático que uma das primeiras revoltas brasileiras, senão a primeira, tenha sido motivada pela "marvada" cachaça...
Para ser mais preciso, o estopim foi a quebra de um acordo que envolvia a permissão da venda de cachaça. Esse acordo havia sido feito Salvador Correia de Sá e Benevides, governador do Rio naquela época, pertencente à terceira geração da família Sá no comando do território, desde o fundador da cidade, em 1565, Estácio de Sá. No início de 1659, visando obter mais recursos para reaparelhar suas tropas coloniais, Salvador instituiu uma nova taxa sobre as posses dos habitantes. Como a economia local estava em crise e a população não podia arcar com mais esse imposto, os vereadores sugeriram que, em troca, o comércio de cachaça fosse liberado.

Salvador Correia de Sá e Benevides
Assim, os cariocas teriam um novo canal de subsistência e de geração de renda. Salvador de Sá aceitou e liberou esse comércio por decreto, em 31 de janeiro de 1660. Porém, desde o ano anterior, o governo português havia proscrito a cachaça no Brasil, determinando, inclusive, que fossem destruídos todos os alambiques da Colônia, inclusive os navios que transportassem o produto. Tal medida visava proteger a produção portuguesa de vinho e de bagaceira (cachaça ibérica), que começavam a perder mercado para a "branquinha" brasileira. Portanto, ao liberar o comércio da cachaça no Rio, Salvador de Sá estava contrariando uma determinação do rei.
Rapidamente, a Companhia Geral do Comércio do Brasil forçou a revogação do decreto e a venda de cachaça voltou a ser proibida. Acontece que o governo do Rio de Janeiro não deixou de cobrar a nova taxa criada - e que só tinha sido aprovada pelos vereadores se houvesse a contrapartida da liberação do "mé". Tal situação provocou um clima geral de rebeldia na cidade (tanto pelo aumento dos impostos quanto, presumo, pela vedação do acesso à pinga). Aproveitando a insatisfação popular, os senhores de engenho do Norte da Baía da Guanabara, atuais municípios de São Gonçalo e Niterói, começaram a fazer reuniões e conspirar contra o governo de Salvador de Sá.

Cidade do Rio de Janeiro, no século XVII
A oportunidade de uma ação concreta viria no início de novembro de 1660, quando o governador do Rio fez uma viagem à São Paulo - e deixou em seu lugar um tio, Tomé de Sousa Alvarenga, encarregado expressamente da cobrança de taxas, mesmo que à força. Na madrugada de 8 de novembro, liderados pelo fazendeiro Jerônimo Barbalho Bezerra, os revoltosos atravessaram a Baía de Guanabara e, sob o toque de sinos, convocaram o povo a se reunir em frente à Câmara. Prenderam Alvarenga, saquearam as casas da família Correia de Sá e enviaram uma carta à Portugal com uma série de reclamações e acusações contra a família que mandava no Rio há décadas.

Nesse curto período, os revoltosos governaram com total apoio popular. Mas Salvador de Sá, o governador destituído que continuava em São Paulo, ainda tinha o comando da frota da Companhia Geral do Comércio. Ele aguardou que estes navios retornassem de Portugal ao Rio, para a regular coleta de produtos da Colônia, em 6 de abril de 1661, e atacou a cidade com uma tropa de índios tupis. Pegos de surpresa, os rebeldes não opuseram resistência. Muitos foram presos e enviados a Lisboa para serem julgados. O líder, Jerônimo Barbalho Bezerra, foi decapitado e sua cabeça exposta em praça pública. Salvador de Sá parecia ter retomado o poder. Só parecia...

Luísa de Gusmão liberou geral
O Conselho Ultramarino decidiu acatar muitas das denúncias dos rebeldes derrotados e destituiu Salvador de Sá definitivamente do governo do Rio. Ele teve que ir a Portugal para explicar seus excessos e a família Sá perdeu todo o prestígio e o poder político que mantinha desde a fundação da cidade. Os revoltosos condenados foram libertados. Mais que isso: ainda em 1661, a regente Luísa de Gusmão liberou a produção da cachaça no Brasil. A medida impulsionou o tráfico com Angola e a economia carioca. O comércio local continuava vedado, mas a repressão era nula. Prova disso é que João da Silva e Sousa, que governou o Rio de 1670 a 75, era o principal contrabandista.




quarta-feira, novembro 12, 2014

Tipos de cerveja 75 - As Gose

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Um estilo predominantemente alemão, com grandes e antigas tradições na cidade de Leipzig, caracteriza-se, segundo o site português (e parceiro) Cervejas do Mundo, por ser "uma cerveja fresca, loura e opaca". O blog "O cru e o maltado" vai além e considera as Gose como uma das "cervejas selvagens": "As Gose são tão excêntricas que nem sequer possuem um verbete próprio no bastante completo Oxford Companion to Beer, muito embora sejam reconhecidas pelo guia de estilos da Brewers Association". Prossegue Bruno Aquino, do Cervejas do Mundo: "As Gose são cervejas de trigo, não filtradas, extremamente refrescantes e, acima de tudo, muito raras". Para os felizardos que conseguirem encontrar uma Gose para experimentar, ele recomenda três marcas: a Bayerischer Bahnhof Original Leipziger Gose, a Bauer Goedeck Dollnitzer Ritterguts Gose (foto) e a Draught House Gose.