Destaques

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

A vingança é um prato que se come... após 1 ano

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Em janeiro de 2014, Muricy Ramalho botou o meia Jadson na geladeira no São Paulo, expondo o jogador publicamente ao dizer que ele havia começado aquela temporada "mal preparado". E disparou, de forma grosseira: “Se não estiver satisfeito, vá embora. Aqui, ninguém está fazendo favor ao São Paulo. Todo o mundo é pago para trabalhar". Jadson não pensou meia vez: arrumou suas trouxas e fechou contrato com o rival Corinthians pouco depois, no início de fevereiro, numa negociação que teve como contrapartida o empréstimo do atacante Pato para o clube do Morumbi.

Após um bom início no time corintiano, com gols e assistências, Jadson caiu de produção no segundo semestre do ano passado, mesma época em que Pato vivia boa fase no rival - fato que levou muitos precipitados a afirmar que o São Paulo tinha levado a melhor na polêmica transação. Com a saída de Mano Menezes e a volta de Tite neste início de 2015, o roteiro de Jadson parecia repetir o da temporada anterior. Preterido no time titular por Lodeiro, o ex-sãopaulino chegou a ser sondado pelo Flamengo. Porém, como o meia uruguaio acabou se transferindo para o Boca Juniors, Jadson ficou.

Ficou, virou titular absoluto e começou o Paulistão e a pré-Libertadores "voando baixo", como diz o jargão futebolístico. Mas nada se compara à atuação que teve ontem, no Itaquerão, na estreia da fase de grupos da competição continental. Com um passe magistral e decisivo para Elias abrir o placar, e uma finalização perfeita no segundo gol (ainda que tenha havido falta de Sheik no início da jogada), Jadson destruiu o São Paulo e humilhou o mesmo Muricy que o havia "enxotado" do Morumbi há um ano. A vingança é um prato que se come frio. Ainda assim, para o meia corintiano, foi saborosíssimo.


'O CARA' - Ainda que Jadson, Elias e Ralf tenham feito uma partida perfeita, na técnica, na tática e na raça, e que Felipe, Danilo e Sheik também mereçam (muitos) aplausos pelas suas atuações, "o cara" do Corinthians é, sem sombra de dúvida, o técnico Tite. A equipe compacta, com forte marcação, toques rápidos e múltiplas opções de saída de bola e de contra-ataque, como era a da Libertadores de 2012, voltou. E voltou mais forte, na minha opinião. Se Guerrero tivesse jogado, creio que o prejuízo sãopaulino teria sido maior. Uma injustiça Tite não ter assumido a seleção.

SEM NOÇÃO - Entrar com uma formação nunca testada, com três volantes, num clássico dessa importância, foi uma pisada na bola incontestável de Muricy Ramalho. Michel Bastos na lateral também foi algo "sem noção", bem como as substituições feitas. O resultado foi que o São Paulo praticamente não deu um chute a gol, sequer, e Cássio saiu com o uniforme limpo. Mas quero, aqui, concordar com a observação do colunista Marcio Porto, do jornal Lance!: o time teria perdido o jogo com qualquer formação titular, pois não sabe o que fazer quando pega a bola. E o Corinthians sabe. Muito bem.

TRÊS ZAGUEIROS - O São Paulo não sabe o que fazer porque não tem saída de bola. Quando Rogério Ceni não dá chutão lá pra frente, ele toca para a zaga ou para os volantes, que não têm opção alguma a partir daí. O motivo é que o time não tem laterais de ofício, mas "alas", que ficam lá na frente, isolados, esperando a bola. Quando os adversários anulam Souza e Ganso (palmas para Ralf e Elias!), a equipe de Muricy "desaparece". Foi o que aconteceu. Por isso, o São Paulo deve voltar a jogar com três zagueiros, para ter opções de saída de bola e de ligação com os "alas", além de compactar mais a defesa com o meio e o ataque. Foi assim que o time ganhou quase tudo entre 2005 e 2008. E, de lá pra cá, os títulos sumiram. Com três zagueiros, o São Paulo finalizou 19 vezes contra o Bragantino. Ficou nítido que, com dois na zaga e dois "alas", Muricy não irá a lugar algum.


sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Tipos de cerveja 78 - As lambic-faro

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Não, cachaceiro, não é alambique. É lambic. Um tipo de cerveja fabricado tradicionalmente pela região de Pajottenland, na Bélgica, que surgiu através da Chapeau Banana, uma cerveja ale da cervejaria De Troch (de acordo com o que está escrito aqui). Já a lambic-faro é uma mistura de lambics à qual é adicionado açúcar, de modo a que se torne mais leve, doce e saborosa. Podem ser "condimentadas" com pimenta ou casca de laranja, apesar destes gêneros não terem grande aceitação. Para total ojeriza do camarada Glauco, tornam-se demasiado doces, pelo que se aconselha a servi-las bem frescas e acompanhadas com algo salgado. Pode-se dizer que é mais um aperitivo do que propriamente uma cerveja. Para experimentar, o site português Cervejas do Mundo recomenda a Drie Fonteinen Faro, a Cantillon Faro (foto) ou a Lindemans Faro.

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

'Bebidas espirituosas'

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O 3º volume da coleção 'Terra Brasilis'
Em que pese ter sido escrito por Eduardo Bueno, aquele que recentemente chamou a região Nordeste de "bosta", o livro "Capitães do Brasil - A saga dos primeiros colonizadores" é um dos três volumes de uma coleção publicada pela Editora Objetiva, no fim do século passado, que teve o mérito inegável de recontar e detalhar os primórdios da História brasileira sob uma ótica menos mítica/acadêmica e mais "humanizada", por assim dizer, perseguindo informações e provas documentais com rigor "jornalístico". A linguagem menos empolada/mais acessível utilizada pelo autor também colaborou para o sucesso popular dessas obras, pertencentes ao chamado "revisionismo histórico" - que, a partir daquela época, motivou centenas de publicações interessantes no país.

Marco de Touros, exposto em Natal
Pois bem, ao conhecer, no início deste mês, o Marco de Touros, exposto no Forte dos Reis Magos, em Natal (RN), me interessei pela tese de um pesquisador local de que Pedro Álvares Cabral talvez não tenha descoberto o Brasil em Porto Seguro (BA). Desde então, tenho lido e relido vários textos e livros sobre o primeiro século de colonização do nosso território. Um deles é exatamente "Capitães do Brasil", o único dos três títulos da Coleção Terra Brasilis que eu ainda não tinha lido (os outros são "A viagem do descobrimento" e "Náufragos, traficantes e degredados"). Neste último volume, Bueno trata sobre os interesses de Portugal ao decidir colonizar o Brasil 30 anos após a descoberta, a divisão em capitanias hereditárias, o destino de cada uma delas e as venturas e desventuras dos doze donatários daquelas terras.

Manguaça Vasco Fernandes Coutinho
Um deles foi Vasco Fernandes Coutinho, fidalgo português presenteado pelo rei Dom João III com a 11ª capitania das 15 demarcadas horizontalmente de Norte a Sul na nova colônia, a do Espírito Santo. Depois de tomar posse da gigantesca porção de terra em 1535 (cada capitania tinha cerca de 350 km de largura, dimensões similares às das maiores nações europeias), Coutinho decidiu regressar à Portugal quatro anos depois, em busca de algum sócio que topasse investir em expedições para procurar ouro e prata no interior do Brasil. Porém, ao partir para Lisboa, o donatário deixou no comando da capitania o degredado D. Jorge de Meneses, conhecido por "homem de Maluco". Não à toa: investido do cargo, quebrou acordo com os índios Goitacás e invadiu seu território. Foi morto a flechadas.

Mapa de Vila Velha do século XVI
Outro degredado, D. Simão de Castelo Branco, assumiu o posto vago. Em vão: ainda furiosos, os Goitacás não só o assassinaram como trucidaram a maioria dos colonos europeus, além de invadir e destruir o povoado que existia onde hoje está a cidade de Vila Velha. A notícia da tragédia demorou alguns anos para atravessar o oceano e, por isso, Vasco Coutinho a ignorava quando voltou ao Brasil. O pior foi que, além de desinformado, o donatário tomou uma atitude absurda ao fazer uma escala na capitania de Porto Seguro: levou consigo, para o Espírito Santo, um bando de degredados que havia fugido da cadeia de Ilhéus, depois de ter capturado e saqueado um navio. Um dos piratas era francês, e dar abrigo a ele era algo impensável numa época em que Portugal combatia com armas os frequentes saques da França no Brasil.

Gravura de índio 'bebendo fumo'
Com a ajuda dos degredados e de colonos remanescentes, Coutinho fundou um novo povoado, chamado Vila Nova (ao lado de onde antes existia a destruída Vila Velha) e, em 1551, derrotou os Goitacás - motivo pelo qual a Vila foi rebatizada como Vitória, cidade que hoje é a capital do atual Estado do Espírito Santo. Porém, os degredados, piratas e bandidos aos quais o donatário tinha se aliado se tornaram problema muito maior do que os indígenas, e a capitania caiu em desordem incontrolável. Para complicar a situação, segundo Francisco de Varnhagen, um dos primeiros historiadores brasileiros no século XIX, Vasco Coutinho "acabou por dedicar-se com excesso às bebidas espirituosas e até se acostumou com os índios a fumar, ou a beber fumo, como então se chamava a esse hábito, que naquele tempo serviu de compendiar até onde o tinha levado sua devassidão".

Estátua de Pero Fernandes Sardinha
Curiosa a denominação "bebidas espirituosas", quando em língua inglesa o goró é popularmente chamado de spirit, pois considera-se que o consumo de bebida alcoólica "altera o espírito", causando mudanças físicas e mentais. Voltando ao "dono" da capitania do Espírito Santo, seus vícios o fizeram sofrer uma série de humilhações públicas, infringidas pelo primeiro bispo do Brasil, D. Pero Fernandes Sardinha. De acordo com relato do então governador-geral da colônia, D. Duarte da Costa, Vasco Coutinho chegou a Salvador em 1555 "velho, pobre e cansado, bem injuriado do Bispo, que lhe tolhera a cadeira das espaldas e apregoara por excomunhão, por sua mistura com homens baixos e por seu hábito de beber fumo (...); e o Bispo dissera dele no púlpito coisas tão descorteses, estando ele presente, que o puseram em condição de se perder". Era o princípio do fim do fidalgo-manguaça.

O governador-geral Mem de Sá
Em 1558, outra vez cercado pelos Goitacás e sem qualquer respeito dos colonos ou controle na administração da capitania, Coutinho escreveu para o novo governador-geral, Mém de Sá, pedindo dinheiro e dizendo-se "velho, doente e aleijado". Apesar de mandar reforços, Sá escreveu para o rei sugerindo: "Parece que V. Alteza devia tomar esta terra a Vasco Fernandes e dar aos homens ricos que para cá querem vir". De acordo com o livro de Bueno, em 1561, "depois de gastados muitos mil cruzados que trouxera da Índia, e muito patrimônio que tinha em Portugal", Vasco Coutinho "acabou seus dias tão pobremente que chegou a pedir que lhe dessem de comer por amor de Deus, e não sei se teve um lençol com que o amortalhassem". Consta ainda que sua mulher e filhos acabaram seus dias desamparados, num hospital de caridade. E o território do Espírito Santo permaneceu por muito tempo abandonado, abrigando fugitivos e piratas.

A 'Medalha Vasco Fernandes Coutinho'
Mais de quatro séculos depois, Vasco Coutinho continua causando polêmica. Em 1962, a Polícia Militar do Espírito Santo criou uma medalha com seu nome, para "celebrar a colonização do solo" local - e "homenagear", no dia 23 de maio (alusão à data de desembarque de Coutinho em  1535), políticos, militares, empresários e "otoridades"/"celebridades" do gênero. Na edição de 2013, o dramaturgo Wilson Coêlho recusou-se a recebê-la, justificando: "Me parece estúpida a ideia de comemorar a colonização, principalmente quando significa eu assumir o papel de colonizado como um 'bom moço' entre os colonizados. Nesse processo de colonização, Vasco Fernandes Coutinho simboliza o genocídio, o assassinato cultural dos povos originários (Aimorés, Botocudos e Puris), a expansão do território europeu, o roubo e a exploração do trabalho escravo" (leia a íntegra de sua carta aqui). Apropriado ponto final nesse post.

"Tiozinhos da Vila" param no veterano Rogério Ceni

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Os comentários das redes sociais durante e depois do clássico entre Santos e São Paulo resumem desta vez o que foi o jogo. Rogério Ceni, de fato, fez a diferença a favor da equipe do Morumbi e evitou que seu time saísse da Vila Belmiro derrotado na noite desta quarta-feira.

Foi uma partida em que o Alvinegro foi conquistando espaço aos poucos. Até pouco mais da metade do primeiro tempo, o Tricolor tinha mais a posse de bola, que chegou em dado momento a uma vantagem de 62% a 38%. Os donos da casa abusavam dos passes errados, muito pelo fato de buscaram os toque mais longos, a ligação direta entre o meio e o ataque. As distâncias entre os setores da equipe ficaram visíveis nessa etapa da partida, como, aliás, em outros jogos do Santos neste campeonato paulista.

O panorama começou a mudar quando o São Paulo afrouxou a marcação pressão que fazia sobre o Peixe, passando a sofrer com as investidas de Geuvânio no lado esquerdo de sua defesa. Se o arqueiro Vanderlei demonstrou segurança ao defender finalizações perigosas de fora da área, foi o Santos que entrou pela defesa adversária, com uma jogada fantástica de Geuvânio e outro passe seu para Robinho, ambos os lances defendidos por Rogério Ceni quando os atacantes santistas já estavam dentro da área.

Se a objetividade peixeira já havia sido maior mesmo como time jogando pior que o rival, quando passou a ter mais presença no campo do São Paulo as oportunidades de gols e multiplicaram. E Ceni cresceu ainda mais. Os visitantes seguiam tocando a bola, mas não conseguiam articular jogadas incisivas de ataque. Ganso teve atuação apagada, confirmando a escrita de não jogar bem contra seu ex-clube na Vila. Michel Bastos se movimentou, mas pouco criou, e à frente, Luis Fabiano e Evandro (depois Alexandre Pato) foram em boa parte do tempo presas fáceis para a defesa, mesmo quando os donos da casa passaram a dar mais espaço perto do final do jogo. 

Em uma peleja de alta intensidade, os veteranos, ou “tiozinhos da Vila”, sentiram. Ricardo Oliveira perdeu ótima chance por não conseguir avançar em um contra-ataque; Renato desperdiçou um rebote de Ceni finalizando em cima do goleiro, ajudando o arqueiro a se consagrar ainda mais, e Robinho também não aguentou o retorno até o meio de campo, algo que o jogo passou a exigir que fizesse. E também chutou pra fora em finalização feito de dentro da área, dando a nítida impressão de cansaço.
Destes, só Renato permaneceu até o final, na questionável opção de Enderson Moreira, que preferiu sacar Lucas Lima e colocar Elano em campo. Mas é fato que o jovem meia também estava exaurido, muito por conta da marcação que passou a fazer no lado direito da intermediária no segundo tempo.

O técnico fez a opção por uma partida mais cautelosa, algo compreensível, já que o adversário manteve a forte base de 2014 e o Santos ainda precisa de mais condicionamento físico e entrosamento. De qualquer forma, sabendo que a equipe vai contar com Gabriel, Caju e Thiago Maia, que retornam da seleção sub-20, o elenco fica um pouco mais encorpado e o torcedor começa a ter mais esperanças do que o final de 2014 sugeria. No entanto, o meio de campo precisa marcar melhor atrás e acertar com mais precisão a transição para o ataque.

No primeiro teste real da temporada, o Alvinegro foi quem teve mais finalizações certas, mostrando que pode lamentar o 0 a 0. No total, foram doze contra cinco. Contando que ainda houve um pênalti evidente em Ricardo Oliveira não marcado pelo árbitro Leandro Bizzio Marinho, que estava a poucos metros do lance, o torcedor peixeiro pode reclamar com mais vontade. Mas, para uma equipe em formação, as notícias parecem boas.

Corinthians vai bem na pré. Agora, começa a Libertadores

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Elias, dois gols na quase-Liberta,só na infiltração (Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
Pronto, o Corinthians passou pelo Once Caldas. Deixada para trás a zica, começa a Libertadores 2015, num grupo pra lá de difícil – e com clássico logo de cara. O começo da temporada é interessante, tanto pelos resultados quanto pelo futebol jogado até aqui. Para comecinho de temporada, a coisa está bacana e com umas novidades em relação ao passado de Tite.

Comecemos pelo mais óbvio: a defesa continua muito boa. E quando digo “defesa”, não falo só da zaga, mas do esquema armado pelo treinador quando o time não tem a bola. O time vem num 4-1-4-1, com Ralph de limpa-trilho na frente da zaga e uma linha de quatro meias fechando a marcação. A movimentação defensiva é muito bacana, coordenada, compacta, bem difícil de furar. E quando passa, Cássio e/ou Walter estão lá pra garantir a lavoura.

Com a bola no pé, o time tem novidades. Está tocando mais a bola, buscando tabelas curtas pelo meio e aproveitando muito bem a movimentação de Elias, que depois de um segundo semestre mais ou menos em 2014, parece estar já adaptado. As tabelas e o grande número de gols marcados até aqui são as novidades que Tite pode ter trazido até aqui de seu “ano sabático pesquisando o futebol”. Ou é só fruto da fragilidade dos adversários – calma, palmeirenses, o seu time entra nessa definição só por estar ainda desentrosado e sem muitos titulares certos para a temporada.

Um exemplo de indício dessa mudança de Tite: quando Lodeiro foi embora, ele tinha Petros, mas escolheu Jadson como substituto. O atual titular é um belo meia, com passe e visão de jogo acima da média, mas (1) marca mal e (2) volta e meia entra numas de preguiçoso que é difícil aguentar. Em outros tempos, Tite fez Douglas correr loucamente na marcação, vamos ver se repete a façanha.


A coisa está muito no começo, mas até aqui parece promissor. Vamos ver esse clássico contra o São Paulo, o primeiro da história da Libertadores. O Tricolor tem um ataque estrelado, talvez o melhor do país hoje no papel. Vamos ver como se saem as compactas linhas alvinegras.

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Altos e baixos no mercado da zaga

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Breno foi emprestado ao Nuremberg
Apresentado como reforço da zaga sãopaulina ontem, para um curto empréstimo até o final de junho, o ex-botafoguense Dória, de 20 anos, conseguiu uma folga do "sufoco" que passava no clube francês Olympique de Marseille, onde o técnico argentino Marcelo Bielsa o ignorou ostensiva e publicamente desde que o brasileiro chegou lá, mantendo-o no banco de reservas e no time B por meses a fio. No atual elenco do São Paulo, ele não é o único a ter más recordações de passagem pela Europa. O "prata da casa" Breno, que retornou ao clube este ano, teve experiência semelhante: chegou ao Bayern de Munique com 19 anos, em 2008, e no ano seguinte foi preterido pelo técnico holandês Louis van Gaal, sendo emprestado para o Nuremberg. Após sofrer grave lesão, voltou ao Bayern e amargou uma "geladeira" que o fez entrar em depressão. Pelo o que parece, estava bêbado ao atear fogo à própria casa no final de 2011, crime que lhe rendeu três anos de cadeia na Alemanha. Agora livre, aos 25 anos, o São Paulo o ajuda a recuperar a forma e tentar um retorno ao futebol profissional.

Alex Silva atuando pelo Boa Esporte
Breno foi a maior revelação e um dos destaques da zaga sãopaulina na conquista do bicampeonato brasileiro de 2007, que terminou 22 jogos sem sofrer gols e foi vazada apenas 19 vezes em 38 rodadas. Um de seus companheiros na defesa era Alex Silva, outro que, a exemplo de Dória e de Breno, não teve uma passagem europeia das mais felizes. Quando acertou com o alemão Hamburgo, no segundo semestre de 2008, tinha apenas 23 anos. Lá, porém, passou a ser escalado pelo técnico holandês Martin Jol como volante, o que prejudicou seu desempenho e eliminou qualquer chance de integrar a seleção brasileira que disputou a Copa da África do Sul. O pior foi que, ao retornar por empréstimo ao São Paulo, em 2010, aquele futebol vistoso das duas conquistas de Brasileirão, em 2006 e 2007, sumiu. Depois da segunda passagem pelo Morumbi, jogou mal também no Flamengo e no Cruzeiro, indo depois para o Boa Esporte e o São Bernardo.

Lugano, fiasco no West Bromwich
Curioso é que o terceiro componente da bem sucedida zaga sãopaulina de 2007, André Dias, está há sete meses sem clube. Depois de quase quatro anos na equipe italiana da Lazio, rescindiu contrato e chegou a ser sondado pelo Corinthians. Está prestes a completar 36 anos e continua parado. Situação idêntica à de outro ex-zagueiro sãopaulino, Diego Lugano, desempregado desde maio do ano passado, quando pediu dispensa do West Bromwich Albion, da Inglaterra, após uma breve - e pífia - experiência. Tem 34 anos e segue desempregado. Ao sair do São Paulo, em 2006, teve boa passagem pelo Fenerbahçe, da Turquia, até 2011 - o que lhe rendeu o posto de titular e capitão da seleção uruguaia que foi a quarta colocada na Copa da África do Sul e campeã da Copa América de 2011, além de um contrato milionário com o Paris Saint Germain, logo em seguida. Foi um fiasco. Terminou no Málaga, no modesto time inglês e, agora, espera que o treinador uruguaio Diego Aguirre consiga levá-lo para o Inte-RS. Porém, depois do fracasso de Diego Forlán por lá, os colorados desconfiam...

Alex Bruno jogou pela Portuguesa
No seu período vitorioso no São Paulo, entre 2005 e 2006, Lugano dividiu a zaga com Edcarlos, Fabão e Alex Bruno. Aos 22 anos, em 2007, Edcarlos chegou com moral ao português Benfica. Também não foi feliz na Europa. Depois de passagens apagadas por Fluminense, Cruz Azul (do México), Grêmio, Sport e Seongnam (da Coreia do Sul), busca, desde 2014, uma "ressurreição" no Atlético-MG. Já Fabão tinha 31 anos quando deixou o São Paulo para jogar pelo Kashima Antlers, no Japão. Em 2008, fraturou a perna direita. A partir daí, nunca mais foi o mesmo. Seu último grande clube foi o Santos, passando depois por Guarani, Henan Jianye (China), Comercial de Ribeirão Preto e Sobradinho-DF, seu último paradeiro conhecido. Por fim, Alex Bruno, titular do São Paulo na reta final da Libertadores de 2005, permaneceu no clube até 2008, sempre como reserva. Tinha só 25 anos na época, quando começou a ser emprestado sucessivamente ao Botafogo-RJ, Figueirense, Portuguesa e Atlético-MG. Depois, foi para o Nacional (Portugal), Sport e Paraná. Disputou o Paulistão de 2014 pelo Rio Claro.


sábado, janeiro 31, 2015

Palmeiras não dá bola para o tiki taka do Osasco Audax

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Verdão atropela o toque de bola do adversário com marcação em todo o campo e muita velocidade no ataque

Em 2014, o Audax, comandado por Fernando Diniz, fez algumas apresentações interessantes tentando reproduzir o tiki taka, estilo de jogo consagrado pelo Barcelona de Pepe Guardiola, hoje no Bayer de Munique. No entanto, entre o clube catalão e o de Osasco existem alguns milhões de euros de diferença, refletindo na também abissal distância de talentos de um e de outro time. Resultado: hoje, no Allianz Parque, o time da grande São Paulo ficou com a bola, e o Verdão ficou com os gols.

Antes da partida, o cantor Péricles, ex-vocalista do Exaltasamba, cantou o hino nacional em ritmo de pagode e Osmar Santos deu o pontapé inicial da partida. O mando de campo era do Audax, mas o clube preferiu estrear na casa do adversário, ainda que ambos os clubes neguem a inversão evidente de mando. E a torcida, em festa, não demorou muito para comemorar. Aos 6 minutos, o Audax perdeu a bola no meio de campo e o Verdão pegou uma defesa completamente desarrumada. Allione abriu pela ponta esquerda e tocou para Leandro Pereira empurrar para as redes.

O gol foi fruto direto do modo do time de Fernando Diniz jogar, muito toque de bola e jogadores atuando próximos, buscando compactar os espaços. O problema é que os jogadores ficam tão preocupados com o que fazer com a bola nos pés que parecem se esquecer que é preciso se movimentar quando estão sem ela. Com uma marcação frágil, a equipe osasquense quase sofreu o segundo gol aos 10, quando mais uma vez o argentino Allione serviu Zé Roberto que cruzou para Maikon Leite perder, sem goleiro, em uma jogada inacreditável (confira aqui).

Mas o Audax se esforçou e conseguiu tomar o segundo gol aos 14. De novo Allione dominou, dando uma assistência precisa para Robinho fazer. Na área, quatro palmeirenses contra cinco adversários, sendo que um deles estava à frente da linha da bola. Estava fácil demais.

Jogadores comemoram primeiro gol alviverde (Reprodução)
Após o tento alviverde, os palestrinos chegaram com perigo real em pelo menos quatro oportunidades, enquanto os rivais praticamente não ameaçaram o gol de Fernando Prass. Em uma cobrança de lateral no lado direito da defesa, o Audax foi desarmado pela marcação palmeirense, Robinho passou para Maikon Leite, sozinho à frente do goleiro Felipe Alves, e dessa vez não desperdiçou. Com 36, o Verdão já vencia por 3 a 0, partida mais que definida.

Os números do Footstats davam o retrato preciso do jogo. O Audax trocou 268 passe na etapa inicial, contra 107 do Palmeiras; a posse de bola foi de 65% dos osasquenses contra 35% dos palmeirenses. Mas o time da capital fez 13 desarmes contra quatro do rival, e dez finalizações contra quatro. Explicado o placar.

No segundo tempo, o Palmeiras veio com um previsível freio de mão puxado. Por vezes, foi ele quem tocou a bola segurando o ritmo da partida, enquanto o Audax continuava com o mesmo estilo de jogo, mas encontrando mais espaço na intermediária verde. No entanto, tratava-se de um roteiro repetido quase à exaustão: muita troca de passes até o erro em um passe longo ou tentativa de assistência.

O momento precioso do time vermelho veio aos 17 com Thiago Silvy, que havia entrado um minuto antes. Ele aproveitou o cochilo de uma linha de impedimento mal feita e perdeu a oportunidade de gol diante de Fernando Prass, que cresceu na jogada. O Palmeiras só voltou a dar o ar da graça aos 25, quando Robinho, após boa troca de passes no meio da defesa adversária, chutou para Felipe Alves fazer bela defesa.

A partir dos 30, sem chegar ao gol, o Audax diminuiu seu já reduzido ímpeto ofensivo e o Palmeiras pouco fez para ampliar. E Rafinha, aos 48, descontou e premiou o esforço do time de Osasco, que merecia de fato um gol de honra.

 Ao final, a vitória por 3 a 1 é um início promissor para o Palestra. Se o adversário apresentou fragilidades, em especial no primeiro tempo, o Verdão fez o que um time grande tem que fazer, definir a parada rápido. Destaque para Allione, que soube articular o setor ofensivo da equipe, sendo decisivo na etapa inicial. Coordenação que a equipe de Osasco não tinha, e também por isso foi tão pouco produtiva no setor ofensivo. Fernando Diniz sonhou com o Barcelona, mas não chegou sequer a ser um Levante.

quinta-feira, janeiro 15, 2015

No tempo em que as propagandas eram compreensivas

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“Sr. jornalista. Sua tarefa é árdua  cansativa e exige máximo esforço mental. Quando o calor deixa-o desanimado, abatido, experimente esta receita simples e eficaz. Tome um gole de Coronel com gelo ou misture com Soda, Água Tônica, Coca-Cola ou mesmo água comum bem gelada, conforme o seu gosto e, sentirá, imediatamente, como esse drinque reanima, estimula e refresca. Pinga de luxo Coronel: puro ou misturado, sempre ao seu agrado”.
 
(Anúncio publicado no jornal O Estado de S.Paulo em 25/11/1947)
 
 
Leia também:






quarta-feira, janeiro 14, 2015

Alguma utilidade para o 'pau de selfie'

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Idiotice? Pausa para selfie ao fugir de touros
Há dez anos, Chico Buarque deu uma polêmica entrevista para o jornal espanhol "La Vanguardia" afirmando, com todas as letras: "Eu nunca vi um movimento geral de idiotice como o de hoje. Já vivemos quase duas décadas de idiotice globalizada. A idiotice nos rodeia, eu mesmo tenho medo de ficar idiota" (leia aqui tradução publicada pelo UOL). Lembrei dessas declarações quando um colega de trabalho narrou, estupefato, uma cena insólita presenciada por ele na estação Sé do metrô paulistano: uma menina que, na ânsia de fazer uma selfie com sua câmera fotográfica, foi caminhando de costas até despencar em uma escada. E todo esse desastre para tentar registrar na fotografia, atrás dela, a maravilhosa "paisagem" da parede de concreto da estação subterrânea...

Idiotice? Todos em busca da selfie 'perfeita'
Pois é. Umair Haque, num artigo para o site Papo de Homem publicado em outubro do ano passado, já observava: "Se toda a sua vida se resume à busca da Selfie Perfeita (...) – parabéns! Você é um honorável membro da Geração Idiota". E bota idiota nisso: tem (muita!) gente fazendo selfie com o rosto cheio de fita adesiva e outros usando até raio-X (!). O pior é que essa "honorável" geração agrega bilhões de adeptos, e, inevitavelmente, a Grande Indústria se apressou em colocar sua prancha para surfar na nova onda consumista. A "mania" do momento é o chamado "pau de selfie", haste de metal acoplada à câmera que permite aos idio..., digo, aos "auto-fotografáveis", maior liberdade para produzirem suas "obras de arte". De acordo com a Folha de S.Paulo, o "imprescindível" acessório é "campeão de vendas" no país neste verão...

Idiotice? Não basta fazer selfie, tem que tatuar
Buenas, mas não para por aí. Como somos regidos pela Lei de Murphy, tudo o que é ruim sempre pode ficar pior. Assim, o selfie "evoluiu" para o belfie - a "auto-fotografia" da bunda (!!). É sério! E o que aconteceu depois disso? Bingo: a Grande Indústria criou o belfie stick, ou seja, o "pau de selfie" para fotografar a bunda (!!!). Pois é... Chico Buarque, pra variar, tinha (muita) razão. Atualmente, selfie virou obrigação até em velório - e de parente que morreu em desastre, como fez a viúva do Eduardo Campos. Porém, como a única maneira de escapar de tanta "tecnologia" é fugir para o meio do mato, onde não exista energia elétrica nem sinal de internet ou de celular (e isso está ficando praticamente impossível), temos que nos adaptar aos novos tempos. Por isso, para todos os manguaças e simpatizantes que leem o Futepoca, compartilho a sugestão destes dois bêbados para dar alguma utilidade ao famigerado "pau de selfie":

Idiotice? Pelo menos o manguaça pode descansar a cabeça enquanto bebe 'só mais uma'...

terça-feira, janeiro 13, 2015

Um pacote de sete (rocks com cerveja)

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Nos Estados Unidos, uma das gírias mais comuns entre os manguaças é six pack, ou "pacote de seis" (cervejas). Ao notar essa expressão numa música gravada pelos Rolling Stones, fiquei curioso sobre outras letras de rock'n'roll que contêm a palavra cerveja. Numa rápida pesquisa, reuni um seven pack, ou melhor, um pacote de sete petardos roqueiros (estadunidenses e ingleses) que citam nossa popular loira gelada - mais do que necessária nesse calor ignorante:


Alice Cooper molhando a goela
1 - ALICE COOPER - "Escape" ["Fuga"]

Escape
I'm crying in my beer
Escape
Just get me out of here

(Fuga
Estou chorando em minha cerveja
Fuga
Apenas me tire daqui)






Jim Morrison enxugando uma
2 - DOORS - "Roadhouse Blues" ["Blues da hospedaria"]

Well, I woke up this morning, I got myself a beer
Well, I woke up this morning, and I got myself a beer
The future's uncertain, and the end is always near

(Bem, eu acordei essa manhã e tomei uma cerveja
Bem, eu acordei essa manhã e tomei uma cerveja
O futuro é incerto e o fim está sempre perto)



Janis Joplin cantando pra sua cerveja
3 - JANIS JOPLIN - "Mr. Natural" ["Sr. Natural"]

I buy myself a beer or two
Just to leave my stone behind
Sometimes I get so drunk
I can sing just like a child, yeah

(Eu me compro uma cerveja ou duas
Só pra deixar meu peso para trás
Às vezes eu fico tão bêbada
Eu posso apenas cantar como uma criança, yeah)




Joey Ramone cai - mas segura a lata
4 - JOEY RAMONE - "Rock'n Roll is the answer" ["Rock'n'Roll é a resposta"]

Seven o'clock and I'm feeling bad
I gotta pull myself together, yeah

Cause twelve o'clock you know I wanna rock
I wanna get a belly full of beer


(Sete horas, tô me sentindo mal
Tenho que me recuperar, yeah
Porque meia-noite, cê sabe, eu quero rock
Eu quero a pança cheia de cerveja)




Jimmy Page bebe com Robert Plant
5 - LED ZEPPELIN - "Black Country Woman" ["Mulher negra do campo"]

You didn't have to leave me with that beer in my face
Hey, hey mama, what's the matter here
That's alright, it's awful dog-gone clear

(Você não tinha que deixar-me com aquela cerveja na minha cara
Hey, hey, garota, qual é o problema aqui?
Está bem, ela só está tendo um distúrbio terrível)







Lemmy Kilmer: breja pela orelha
6 - MOTORHEAD - "(We Are) The Road Crew" ["(Nós somos) a Turma da Estrada"]

My woman's leaving, I feel sad
But I just love the life I lead
Another beer is what I need
Another gig my ears bleed
 
(A minha mulher está indo embora, me sinto triste
Mas eu simplesmente amo a vida que levo
Outra cerveja é o que eu preciso
Outra apresentação meus ouvidos sangram)


Mick Jagger na boquinha da garrafa
6 - ROLLING STONES - "Going to a go-go" ["Indo pra um go-go"]
 

It doesn't matter if you're black
It doesn't matter if you're white
Take a dollar fifty, a six pack of beer
And we going to dance all night

(Não importa se você é preto
Não importa se você é branco
Pegue uma nota de 50 dólares, um pacote de seis cervejas
E nós vamos dançar a noite inteira)





Tipos de cerveja 77 - As Kvass

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Bebida típica da Rússia e de muitos países do Leste europeu, cujas origens remontam ao século XVI. De acordo com o site português Cervejas do Mundo, "não se pode considerar propriamente uma cerveja, mas sim algo muito similar". A Kvass é elaborada a partir de cereais (centeio, cevada, trigo etc), aos quais é habitual juntar açúcar e pequenos frutos. Ou seja, basicamente, a fermentação de qualquer coisa que se tenha à mão com fermento simples de padeiro, o que dá uma bebida agradável, barata e de baixo teor alcoólico (entre 0,5% e 2,5%). Para experimentar, o site português recomenda a Kimmel Maizes Kvass (foto) ou a Portsmouth Kvass Rye Ale.

segunda-feira, janeiro 12, 2015

Clubes 'bananas' - e 'humilhados'

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"No Brasil, o neoliberalismo chegou ao futebol através da chamada Lei Pelé. (...) Supostamente para libertar os jogadores do domínio dos clubes, jogou-os nas mãos dos empresários privados. (...) Os jogadores foram transformados em simples mercadorias, nas mãos dos empresários, que reinam soberanos, assim como o mercado e as grandes empresas fazem no conjunto da sociedade. (...) Interessa aos empresários privados que os clubes sejam fracos, estejam falidos, serão mais frágeis ainda diante do poder do seu dinheiro." - Emir Sader, em artigo republicado pelo portal Carta Maior em 12/07/2014.
Sader: Lei Pelé interessa aos empresários
Sem a pretensão de estender a discussão sobre a polêmica Lei Pelé, pincei estes trechos do texto do Emir Sader porque os considero muito apropriados para ilustrar, como um comentário de perplexidade, a bizarra situação (para dizer o mínimo) exposta publicamente pela contratação do atacante Dudu, ex-Dínamo de Kiev, pelo Palmeiras. O negócio surpreendeu porque, até então, o atleta vinha sendo disputado ferozmente por dois grandes rivais, Corinthians e São Paulo - e ninguém colocava o alviverde como concorrente. Mas o que mais chamou a atenção foi o comunicado assinado e divulgado pelos empresários de Dudu, Bruno Paiva, Fernando Paiva, Marcelo Goldfarb e Marcelo Robalinho, ironizando e atacando Corinthians e São Paulo:

"A negativa ao São Paulo Futebol Clube não é fruto de qualquer questão pessoal com dirigentes da agremiação. Porém, no futebol há uma ordem natural para que os negócios fluam e tenham um desfecho satisfatório, de modo que qualquer caminho contrário a essa ordem estabelecida determina o fracasso das tratativas. Além disso, pesou a vontade de nosso cliente, que mesmo após declarar publicamente que não via no São Paulo sua melhor escolha, continuou sendo procurado insistentemente pelos dirigentes do clube."
"Por fim, sobre o Sport Club Corinthians Paulista, que também negociou conosco para contar com Dudu, não há muito o que ser dito. Apenas desejamos ao clube, em nome de sua grandeza e tradição, que o dia 07 de fevereiro chegue depressa ante ao processo latente de apequenamento que se dá dia após dia."
Neste verdadeiro "passa-moleque" veiculado pela OTB Sportes, empresa dos agentes de Dudu, a referência à "ordem natural para que os negócios fluam" diz respeito ao fato de o São Paulo ter procurado negociar diretamente com o Dínamo de Kiev, enquanto os empresários tratavam com o Corinthians. A diretoria do tricolor paulistano, por meio do vice-presidente de marketing, Douglas Schwartzman, respondeu: "É preciso deixar claro que o São Paulo nunca foi e nunca será refém de empresário. Fizemos o que é correto, que era procurar o detentor dos direitos. Empresário por intermediar, mas não tem o direito de determinar o jogador deve fazer".

Dudu queria Corinthians; foi pro Palmeiras
Só que o mais espantoso foi a ressalva de que a decisão de jogar pelo Palmeiras ocorreu após Dudu "declarar publicamente que não via no São Paulo sua melhor escolha". Na verdade, não foi bem isso o que o jogador afirmou. Ao portal Globoesporte, em notícia publicada há apenas uma semana, o atacante frisou, com todas as letras: "Quero jogar no Corinthians. Essa é a minha vontade". Ora, bolas! Como é, portanto, que os empresários de Dudu usam, num comunicado destinado a espinafrar o São Paulo, que "pesou a vontade do nosso cliente"?!? Pesou pinóia nenhuma! Pesou a GRANA oferecida pelo Palmeiras, quase o dobro do que os rivais ofereciam.

Porém, que fique claro que, quanto a esse "leilão" feito pelo atleta, não há nada de "errado" (ou tem, mas isso é outra história). Trata-se apenas da chamada "lei do mercado", que regula as coisas no neoliberalismo, como bem observou Emir Sader. Tanto o Corinthians como o São Paulo  - e todos os clubes profissionais - também já atravessaram e continuarão atravessando contratações alheias. O que causa espécie é a afronta dos empresários de Dudu ao "processo latente de apequenamento" do alvinegro paulistano. Quem são eles para falarem assim de uma agremiação como o Corinthians, um clube com o qual, até outro dia, estavam negociando? Quanta "sem-cerimônia"!

Ao provocar rival, Aidar se apequenou
"Por conta da negativa de um negócio em que ele era interessado, ele não pode dizer que o clube está apequenado. Discordo completamente das palavras. No mais, ele deve se preocupar com o jogador dele, com os negócios dele, não com o Corinthians", rebateu, "sutilmente", o diretor de futebol do alvinegro, Ronaldo Ximenes. Cabe registrar, por oportuno, que os agentes de Dudu usaram o mesmo termo soberbo e arrogante utilizado pelo presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, quando tirou o atacante Alan Kardec do Palmeiras. "A Sociedade Esportiva Palmeiras, (...) ano após ano, se apequena", disse o dirigente sãopaulino, naquela ocasião, enquanto comia bananas (foto ao lado), num espetáculo deplorável do mesmo (baixo) nível do ex-presidente Juvenal Juvêncio. Só que agora, ao perder Dudu para o Palmeiras, quem ficou com cara de banana foi Aidar...

E "bananas", cada vez mais, ficam os clubes nas mãos dos "agentes" de jogadores. "Interessa aos empresários privados que os clubes sejam fracos", já apontava o artigo de Emir Sader citado no início do post. O próprio São Paulo, em 2013, tinha em seu elenco dez (DEZ!) jogadores de um mesmo empresário, Eduardo Uram - e, não por acaso, passou bem perto de cair para a Série B do Brasileiro. E agora os clubes ainda têm de engolir desaforos em forma de comunicados oficiais, quando perdem eventuais quedas-de-braço nas contratações. E durma-se com um barulho desses!

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Som na caixa, manguaça! - Volume 81

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Totalmente em prantos

(Evandro Mesquita/Ricardo Barreto)

BLITZ

Baby, andei bebendo por aí
E sei que não devia ter voltado
Mas é que eu tenho
Outra vez o coração atropelado
Me desculpe se eu te amolo
Baby, please me dê colo

Todo vestido bonitinho
E não tenho onde cair
Todo vestido bonitinho
E sem nenhum lugar pra ir

Eu tenho um fusca meia nove que fala
Tem headfone, toca-fitas no porta-mala
Eu tenho um quarto de gasolina no tanque
Várias gatas do ranking
Baby, eu tenho quase tudo que quero
Só não tenho você

Quando dei por mim
Estava perto do fim
À beira do abismo
Chorava pelos cantos
Quando dei por mim
Eu estava totalmente em prantos

Eu vi sua foto numa revista para homens
Proibida pra menores de vinte e um
Na folhinha de janeiro
Na parede do borracheiro

Eu chorei quando vi

Baby andei bebendo por aí...

Eu trouxe um vinho tinto barato
Barato mas bom me disseram
Eu tenho um pouco fumo
Que uns amigos me deram
Baby, eu tenho quase tudo que quero...

Só não tenho você

(Do LP "As aventuras da Blitz", EMI, 1982)


quarta-feira, janeiro 07, 2015

Glückliches Jahr Alt! (Feliz Ano Velho!)

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segunda-feira, dezembro 15, 2014

E depois das derrotas de Marina e Aécio....

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Manchete de hoje do caderno 'Economia & Negócios' do jornal O Estado de S.Paulo



RECORDAR É PRECISO:

Grandes 'disputam' apoio contra seca e ampliam problemas da agricultura familiar

Em entrevista à RBA durante o lançamento das caravanas Horizonte Paulista, promovidas pelo PT para preparar-se para a disputa eleitoral, Biagi deixou clara sua inclinação à mudança em todos os níveis da política. "Sou a favor da alternância no poder. Em 20 anos, é claro que há desgaste para o PSDB no governo do estado, como há para o PT frente ao governo federal", afirmou, indicando há possibilidade de que empresários do setor tenham preferência por uma "chapa mista" durante a disputa eleitoral deste ano: contra o PT no governo federal e crítica ao PSDB em São Paulo. (27/02/2014)

Biu e Eduardo Campos lançam dois usineiros na campanha em Alagoas

A três dias do final do prazo das convenções partidárias, os usineiros de Alagoas consolidaram dois empresários do ramo na chapa do senador Benedito de Lira (PP): o deputado federal Alexandre Toledo (PSB) e o suplente de Biu, Givago Tenório, que assume, por quatro anos, a vaga de senador se Biu ganhar as eleições ao Governo de Alagoas. A costura eleitoral ficou consolidada na semana passada, com a vinda do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). (01/07/2014)

Sabatina do agronegócio: Aécio é o mais aplaudido e Dilma desagrada

Tucano prometeu mais verbas, menos poder para a Funai e um "superministério" da Agricultura (...) Nos bastidores da sabatina, ruralistas do setor de etanol reclamavam que Dilma não havia tratado dos problemas dos usineiros, como Campos e Aécio. Com a política de reajuste moderado de preços da gasolina na gestão Dilma, os usineiros estão entre os maiores críticos da presidenta no meio empresarial atualmente. (06/08/2014)

Documentos revelam que avião usado por Campos e Marina pertencia a usineiros paulistas

ÉPOCA perguntou (...) quantas vezes a candidata Marina Silva voou no avião e se ela tinha conhecimento sobre quem arrendara a aeronave. Até o fechamento desta reportagem, o PSB não respondera aos questionamentos. De acordo com a legislação eleitoral, uma empresa não pode fazer doações de bens ou serviços sem relação com sua atividade fim. Por isso, uma empresa do ramo sucroalcooleiro, como da AF Andrade, não poderia emprestar um avião. (22/08/2014)


Marina adota discurso de usineiros e crítica política federal para o etanol

Usineiros têm criticado medidas da União como a manutenção do preço atificial da gasolina para conter a inflação, o que impede melhor remuneração ao etanol. "Vocês fizeram o dever de casa, se ajustaram, acreditaram na propaganda do governo, assumiram compromissos para fornecer uma fonte de energia que deveria ser estimulada, apoiada. Mas os erros que foram praticados devem ser corrigidos", disse Marina em discurso para 300 pessoas, entre lideranças e empresários do setor. (29/08/2014)

Dilma defende exploração do pré-sal e diz que recursos ajudarão saúde e educação

A presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, defendeu neste sábado a exploração do petróleo do pré-sal, um dia depois de a candidata do PSB, Marina Silva, ter apresentado seu programa de governo propondo a redução do uso dos combustíveis fósseis. (30/08/2014)


Entendeu?


sexta-feira, dezembro 12, 2014

Nome 'Beatles' surgiu numa 'mesa cheia de cervejas'

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Harrison degustando 'só uma'
Lennon e uma 'loira gelada'
Antes da fama, da grana, das drogas e das bebidas mais caras e sofisticadas, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, como bons filhos da classe operária inglesa, gostavam mesmo era de encher a cara de cerveja. E quem conhece as "loiras geladas" britânicas sabe que muitas delas têm alto teor alcoólico. Em sua autobiografia (Editora Planeta, 2007), o guitarrista Eric Clapton conta que, no auge de seu alcoolismo, costumava justificar a vida manguaça dizendo que era algo cultural da Inglaterra. "Sou inglês. Todos nós bebemos lá, vocês sabem. Faz parte de nosso estilo de vida, e bebemos cerveja forte, não Budweiser", respondeu, num hospital, ao ser interrogado sobre a quantidade de álcool que estava ingerindo. No caso dos "quatro rapazes de Liverpool", o período de maior bebedeira ocorreu, sem dúvida, quando foram trabalhar em Hamburgo, na Alemanha. Foi lá, também, que descobriram as pílulas anfetamínicas (Preludin) que os mantinham sóbrios e excitados para prosseguir tocando, cantando, pulando e bebendo (muito) por 10 ou 12 horas seguidas, todas as noites.

Pub em Hamburgo: Stuart Sutcliffe, Lennon, um garçom, Harrison, McCartney e Pete Best

Mas foi pouco antes de ir pra Alemanha que eles inventaram o nome da futura banda mais famosa do planeta. Lendo o livro "John", escrito pela primeira esposa de Lennon, Cynthia Powell (Larousse, edição brasileira de 2009), descobri como foi o "processo de criação" do nome Beatles, um trocadilho entre beat (batida) e beetles (besouros). Criatividade impulsionada por muita cerveja, segundo Cynthia:

"(...) os rapazes decidiram que era hora de adotarem um novo nome. Nós tivemos uma sessão hilária de ideias sentados a uma mesa cheia de cervejas no bar Renshaw Hall, onde bebíamos com frequência. John amava Buddy Holly e os Crickets [Grilos], então eles ficaram brincando com nomes de insetos. Foi John quem teve a ideia de Beetles [Besouros]. Ele mudou o nome para Beatles porque disse que, se nós invertêssemos, teríamos 'les beats', que soava francês e legal. Eles se decidiram por Silver Beatles [Beatles Prateados]."

Pub 'Renshaw's', em Liverpool, provável local onde Lennon teve a ideia do nome da banda

Tal fato teria ocorrido no início de 1960 (e é interessante observar que, a exemplo de Clapton, Lennon amava Buddy Holly, e não Budweiser...). Só que, dois anos mais tarde, quando surgiu em Liverpool o jornal especializado em música "Mersey Beat", John publicaria nele uma versão surreal sobre a escolha do nome da banda: "Sonhei com um homem [que veio voando] numa torta flamejante, dizendo: Vocês são Beatles com A". Porém, a versão de Cynthia revela que, em vez de torta, a verdadeira inspiração foi a velha e boa cerveja. Que, curiosamente, nunca seria citada em uma letra dos Beatles - embora eles tenham gravado "Rock Andd Roll Music", de Chuck Berry, que contém o seguinte verso: "They're drinkin' homebrew from a wooden cup" ("Eles estão bebendo cerveja caseira de um copo de madeira"). Mas fica aqui registrada, portanto, a devida contribuição do "suco de cevadis" no batizado da mítica banda de Liverpool. Cheers! Ou melhor, saúde!

Pub City Barge, em Londres, numa das locações do filme 'Help!': uma oportuna 'happy hour'

P.S.: Quando perguntarem se você vai beber a saideira, responda "YEAH, YEAH, YEAH!".

terça-feira, dezembro 09, 2014

Mais um

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Carlinhos é a mais nova aposta
Muitos sãopaulinos que leem notícia sobre a mais nova contratação do clube, o ex-Fluminense Carlinhos, não se recordam que, além dele, de Álvaro Pereira e de Reinaldo (e eventualmente Michel Bastos), o elenco já possui outros 3 (sim, TRÊS!) laterais-esquerdos: Clemente Rodríguez, Cortês e Thiago Carleto. Ou seja, contando com Bastos, são 7 (SETE!) jogadores da mesma posição. Por isso, toda vez que a diretoria investe em um lateral-esquerdo, a torcida desconfia - e com toda razão!

Júnior: titular por 4 temporadas
Como já observei aqui há alguns meses, em outro post, depois que o hoje aposentado Júnior perdeu a posição de titular, em 2007, após quatro temporadas sem concorrentes, o São Paulo nunca mais acertou a mão nas contratações para essa posição. A partir daquele ano, além de improvisar o volante Richarlyson, contratou e dispensou os laterais-esquerdos de origem Jadílson, Júnior César e Juan (Deus me livre!), além de mandar embora, também, os "crias da base" Diogo e Henrique Miranda.

Cortês teve proposta de R$ 20 mi
O já citado Carleto, que chegou em 2010 e contundiu-se logo de cara, foi emprestado para o Olimpia (Paraguai), América-RN e Fluminense, retornou para ganhar a posição de titular, em 2013, mas machucou-se novamente. Ao se recuperar, foi emprestado ao Avaí, mas está sendo devolvido agora. Cortês, que chegou em 2012 e fez uma boa temporada, ganhando a Copa Sul-Americana como titular e recebendo proposta de compra de R$ 20 milhões do Metalist, da Ucrânia, foi outro fracasso.

Nem o Avaí quis ficar com Carleto
Depois de ser "exilado" em Cotia em maio de 2013 (a exemplo do que ocorreria com Clemente Rodríguez quase um ano depois), foi emprestado ao Benfica, de Portugal, e dispensado na metade do tempo previsto. Re-emprestado ao Criciúma, primeiro rebaixado do Brasileirão deste ano, também está sendo devolvido ao São Paulo. Se nem o Avaí e o Criciúma querem Carleto e Cortês, o que o Tricolor fará com eles? Serão encostados, como Clemente? Quanto custa tudo isso, mensalmente?

Clemente: R$ 130 mil mensais
A última tentativa (desesperada) de se livrar do argentino Clemente Rodríguez incluiu até proposta de pagamento integral do salário mensal de R$ 130 mil. Mas nem a Portuguesa, recém-rebaixada para o Brasileiro da Série C, quis (!). Por isso, ele segue lá, na vida buena, embolsando toda essa grana apenas para treinar com os garotos da base. Tomara que Carlinhos (que, assim como Carleto, é "cria" do Santos), consiga render bem. Ou, pelo menos, não se torne mais um "bonde" difícil de ser dispensado....



Tipos de cerveja 76 - As Happoshu

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Tipicamente produzida por cervejarias japonesas, a Happoshu é uma bebida de malte altamente gaseificada. Não sendo propriamente uma cerveja, torna-se um produto mais acessível em termos econômicos, o que explica sua popularidade no país de origem. De acordo com o blog Isto é Japão, "nas tradicionais cervejas, a quantidade de malte excede 67% e (...) no Japão isto faz com que incida uma alta taxa de impostos sobre a bebida. Para driblar esse imposto, as principais fabricantes (...) criaram o happoshu, que é uma bebida com menos malte, chegando às vezes a ter menos de 25%. Isso é compensado com a adição de outros componentes na bebida, mas faz com que o custo (...) abaixe muito! A diferença de gosto e visual é imperceptível". Ou seja, é o típico "jeitinho japonês" pra garantir a loira gelada (e de olhos puxados) para os manguaças menos favorecidos financeiramente. E o melhor de tudo é que a quantidade de álcool também é similar à da maioria das cervejas comuns: cerca de 4,5%. Se alguém se dispuser a experimentar, o site português Cervejas do Mundo recomenda a Gokunama Happoshu (foto), a Namashibori ou a  Draft One.

domingo, dezembro 07, 2014

Desculpe aí, "Trio de Ferro"...

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... mas é bom torcer pra um time que não entrega pra prejudicar rival. Acreditem, é sim!