O jogo em Presidente Prudente começou aos 4 minutos do segundo tempo, com aquela saída de bola ridícula do Felipe que permitiu a Diego Souza achar o gol palmeirense. Antes disso, os dois times fizeram de conta que não era com eles e deixaram o tempo correr.
O Corinthians foi pra cima e deu os espaços. Keirrison teve duas vezes a bola nos pés para matar o jogo e falhou. Mano Menezes começou a desfazer a retranca que havia armado (falo nele depois), mas a coisa não ia bem. Eu já começava a me preparar para uma goleada quando, aos 19 minutos, uma lenda entrou em campo.
Contra o Itumbiara, suas passadas pesavam duas vezes mais e seu ritmo era duas vezes mais lento que o do resto do time. Ontem, não foi assim. Com inteligência, habilidade, colocação e (até) movimentação, Ronaldo fez em 30 minutos mais que qualquer outro jogador em campo a partida toda. O K9 que me desculpe, mas ontem o Ronaldo separou o mito dos candidatos.
A pressão do Corinthians passou a frutificar, sempre com a bola passando por seus pés. Recebe no meio, passa pelo marcador e dispara um petardo no travessão. Pouco depois, se mexe na área e recebe no lado esquerdo. Com um giro rápido (ele não estava lerdo?), deixa a marcação na saudade e dá um toquinho na medida que André Santos cabeceou para grnade defesa de Bruno.
E, aos 47 minutos, a catarse. Em conversas com amigos, eu disse na semana passada que o Ronaldo podia voltar e fazer uns 2 ou 3 gols no Palmeiras que não teria mais problema com a torcida enquanto jogasse no Corinthians. Foi um só, de cabeça, depois de escanteio no segundo pau batido por Douglas. Correu para a Fiel e comemorou com ela, com raiva, desabafando uma recuperação dura, mais uma volta por cima. Se tivesse mais cinco minutos de jogo, o Timão virava.
Covardia
O empate foi conquistado com suor e coroado com a bela apresentação de Ronaldo. Mas eu, de minha parte, estou cansado de comemorar “empates com sabor de vitória” em clássicos. Odeio dizer, mas tenho que concordar com o Anselmo: entrar para empatar em jogo contra arqui-rivais é se apequenar e os dois técnicos cometeram essa heresia com o maior clássico do Brasil na tarde de ontem. Mas como Luxemburgo e seus esquemas são problema do Anselmo e de seus compatriotas, falo do Mano Menezes.
Após o jogo contra o São Paulo, primeiro jogo de peso disputado pelo Corinthians desde a final da Copa do Brasil, o gaúcho assumiu que havia errado na escalação do time. Naquela ocasião, entrou com Escudero de terceiro zagueiro e Túlio como um pseudo ala direito. Na prática, três zagueiros e três volantes, com Douglas sozinho na armação. Time feito para segurar o empate e, se der, arranjar um golzinho no contra-ataque.
Achei, então, que o gaúcho tinha aprendido a lição. Pois ontem, outro clássico, e nova retranca. Reprisou a mesmíssima escalação, trocando Túlio por Fabinho. Como contra o São Paulo, não funcionou. A bola acaba ficando muito perto do gol de Felipe, facilitando que o adversário ache uns gols como o de ontem.
Depois do gol, Mano “botou o time pra frente”, quer dizer, voltou ao 4-4-2 que vem usando em todas as partidas do Paulista e já usava na Série B, tirando o terceiro zagueiro e colocando Dentinho (a troca de Souza por Ronaldo são outros quinhentos). O time passou a agredir o Palmeiras, mas na afobação para buscar o resultado cedeu contra-ataques perigosíssimos. Teria sido a mesma coisa se jogasse assim desde o começo? Não saberemos nunca enquanto Mano Menezes não botar o time pra jogar e ganhar um jogo importante.
O gol de empate de Ronaldo e a cagada de Felipe desviaram o foco das opções do técnico. Mas foram elas também que determinaram o resultado. Os empates heróicos só foram necessários porque o time ficou lá atrás esperando. A postura medrosa do técnico já nos custou o título da Copa da Brasil no ano passado. No quadrangular final não vai adiantar empatar. Antes disso, Mano tem o Santos como oportunidade de ganhar um clássico.
PS.: Vão dizer que essa segunda parte do post foi escrita só em resposta à provocação do Anselmo, mas não é verdade. Pretendia bater no Mano Menezes já desde o título ainda durante o jogo. Mudei o título aos 47 minutos do segundo tempo, mas mantive a crítica - que ainda se pretende construtiva, não quero a demissão do treinador.
do ponto de vista de mérito, ambos os técnicos mereciam ser punidos com derrota. isso é fato. mas pensando assim, mano saiu mais impune...
ResponderExcluiragora, o "se tivesse mais cinco minutos de jogo, o Timão virava" é pra lá de relativo.
"Maior clássico do Brasil"?
ResponderExcluir"Maior clássico do Brasil"? (2)
ResponderExcluirAliás, que mudança chamar o Ronaldo de "mito... Quem viu o autor escrever sobre o mesmo atleta em 2006 pode achar que é outra pessoa.
vai curíntia!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVi gente chamadno de mairo clássico do mundo, do Brasil achei razoável, hehe. Sobre o Ronaldo, Glauco, para começar, de 2006 pra cá é bastante tempo. Critiquei e muito em 2006 e, quando se machucou no Milan, achei que ele não deveria tentar voltar a jogar - até pq não acreditava que conseguiria. Quando o Corinthians o contratou, fiquei com várias pulgas atrás da orelha, preocupado com o bonde que poderia ser. Comemorei um pouco pela oportunidade de marketing que ele representa e decidi acender uma pálida vela de esperança (e muita torcida) de futebol - o que não aconteceria se ele voltasse em outro time. Não entendia o motivo de um cara na situação dele querer voltar a trabalhar. Agora, vi que o cara tem uma estrela impressionante, além de jogar muita bola. E vi que ele, mesmo baleado, tem bala pra dar muito trabalho a muita defesa por aí, ainda mais no Brasil carente de craques. E deve mesmo gostar do que faz, não é possível. É lícito mudar de idéia?
ResponderExcluirConcordo com você sobre tudo, inclusive sobre o Mano. Não quero que ele saia de jeito nenhum. Só quero que cobrem ele um pouco sobre os clássicos. Afinal o Corinthians não aganha um clássico desde o gol do Betão no São Paulo...
ResponderExcluirConcordo com praticamente tudo o que foi dito, mas só estão esquecendo de uma coisa. O Palmeiras não fez uma boa partida como vinha fazendo no Paulista.
ResponderExcluirAinda acho, talvez por culpa do Mano mesmo, que o time do corinthians é bem inferior, não só no papel. E não digo só de domingo, mas de todos os jogos que vi. Me lembra em muito o Palmeiras do início do brasileiro de 2001 do Celso Roth. 9 vitórias nas primeiras 12 rodadas, mas era nítido que o time jogava muito mal.
Vejo o corinthians sem nenhuma criatividade, dependendo de uns lampejos do Douglas ou do André Santos. Aliás, esses dois parecem ter deixado o futebol na Série B. O Ronaldo é infinitamente melhor que os demais atacantes mas estou vendo uma certa euforia antes da hora. Ainda vai levar tempo pra ele entrar em forma e aguentar um jogo todo. Mesmo com ele jogando uma partida inteira e bem, não vai ser suficiente pra disputar um tírulo, na minha opinião. Ainda acho que o que faria o corinthians voltar a fazer frente com os demais grandes é uma mudança de técnico que faça o time jogar como grande que é, principalmente em clássicos.
Fabrício, acho que trocar de técnico agora seria precipitado, até porque não vejo quem poderia ser o substituto. Se jogar desse jeito na fase final do Paulista, fica mais estreito para o Mano. Por enquanto, fica com seu técnico retranqueiro que eu fico com o meu. Sobre os dois times, o Palmeiras deve ser melhor mesmo, só não acho que seja a "máquina" que se pintou. Acho que aí também teve uma certa euforia antes de hora, ou não?
ResponderExcluirClaro que é lícito mudar de ideia, como também o é cobrar pela ideia anterior... Espero só que você não passe a defender a Globo porque o Ronaldo só fala com ela, rs.
ResponderExcluirA inveja é uma m...
ResponderExcluirNa verdade, acho essa relação com a Globo é bastante escrota...
ResponderExcluirMas e a entrevista no Terceiro Tempo?
ResponderExcluirA propósito do que lembrou Jogando por Música, comentei em outra postagem que nas últimas decisões em que o Corinthians se envolveu e na campanha pró-rebaixamento da qual foi vítima, o que se viu, na verdade, foi a grande mídia sempre solidária a Santos, a Internacional e a Sport. Jamais solidária ao Corinthians, que agora é acusado de estar mancomunado com a Rede Bobo depois da vinda de Ronaldo.
ResponderExcluirAs histórias de uso da força midiática de ambos, de fabricação de resultados com apoio da emissora e outras lendas anticorinthianas não tardarão.
Parecem ter esquecido que dia desses o Gordinho voador (voador depois do gol de domingo, na perspectiva do volante Marcão) estava em outra emissora, no programa do caricato Milton Neves, grande estandarte da Imprensa Marrom Anticorinthiana, diga-se.
Que o Corinthians se cubra, pois pode ser vítima do oba-oba da Rede Bobo e das lendas que dele decorrerão. Basta ver o que fizeram em 95 com a volta de Romário ao Brasil.
Mas também pode ser vítima das manipulações de setores da imprensa como este comandado por Milton Neves e seus asseclas no primeiro "não" que der a eles, da TV do Bispo.
E o mesmo alerta vale em relação à odiosa TV dos Marinho.
Situação difícil esta, no meio do fogo cruzado entre emissoras misturado ao ódio dos torcedores/detratores adversários.
Uma entrevista no Terceiro Tempo contra uma entrada ao vivo no Faustão e mais um sem-número de entrevistas exclusivas pra Globo, inclusive o episódio ocorrido aos o gol do Palmeiras. Tá clara a distorção?
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